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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA DE EXECUÇÕES FISCAIS DA

SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE MUNICIPIO M, DO ESTADO E

Processo nº...

CAIO, nacionalidade, profissão, estado civil, portador do RG nº ..., inscrito no CPF/MF nº ...,
residente e domiciliado na ..., Nº, bairro ..., Cidade ..., Estado ..., cujo endereço eletrônico é
...@ ..., neste ato representado por seu advogado e bastante procurador, conforme mandato
anexo, com endereço profissional para receber todas as informações processuais na ..., nº ...,
bairro ..., cidade ..., estado de ..., CEP ..., cujo endereço eletrônico é ...@ ... vem,
respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 16 da Lei n º 6.830/80, e
artigo 914 e s.s. do CPC, opor os presentes

EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO

Em face da Fazenda Nacional, pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ sob o
nº....., endereço eletrônico ...., estabelecida...., na pessoa de seu representante legal, nos
termos do artigo 75, inciso I do CPC, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
DOS FATOS

O Embargante, anteriormente empregado de uma pessoa jurídica, foi dispensado sem receber
devidamente suas verbas trabalhistas. Insatisfeito, ele ingressou com uma ação judicial
buscando o pagamento desses valores e, adicionalmente, pleiteou danos morais. A decisão
final, após trânsito em julgado, concedeu favoravelmente aos pedidos de Caio, condenando a
pessoa jurídica X ao pagamento de quantias referentes a férias proporcionais não gozadas,
terço constitucional correspondente, e danos morais.

Os valores foram integralmente quitados a Caio em 2015. Contudo, em junho de 2016, a


Fazenda Nacional iniciou uma execução fiscal com o objetivo de cobrar Imposto de Renda da
Pessoa Física, incidente sobre as férias proporcionais não gozadas, o respectivo terço
constitucional, e os danos morais. No entanto, a Certidão de Dívida Ativa (CDA) que embasa a
execução fiscal não especificou a quantia a ser executada. Resumidamente, Caio foi citado na
execução e, há 10 dias, foi notificado da penhora de seu único imóvel, onde reside com sua
família.

DA TEMPESTIVIDADE

De acordo com os documentos anexados, a intimação ocorreu no dia .... (há 10 dias), sendo,
portanto, tempestiva, conforme estipulado pelo art. 16, par. 1 da Lei 6.830/80, que estabelece
o prazo de 30 dias a partir da intimação da penhora para a apresentação de oposição.

Dessa forma, considerando a tempestividade, requer-se respeitosamente que os presentes


embargos sejam recebidos, juntamente com os documentos que o acompanham, para a
devida verificação e confirmação de todos os requisitos necessários para a oposição aos
embargos de execução.

DO DIREITO

Caio, um empregado dispensado sem o devido pagamento das verbas trabalhistas, iniciou uma
ação judicial buscando a devida compensação pelos valores pertinentes e pleiteando a quantia
que não lhe foi repassada. Em resposta a isso, a Fazenda Nacional intentou uma execução
fiscal visando a cobrança de imposto sobre a renda da pessoa física (PF), utilizando-se dos
valores recebidos referentes às férias proporcionais não gozadas e ao respectivo terço
constitucional. Contudo, cabe ressaltar que, conforme determinado pela Súmula 386 do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), tal indenização é isenta de imposto sobre a renda, pois
possui natureza indenizatória.

Além disso, no que tange à cobrança do imposto sobre a renda da pessoa física, a Súmula 498
do STJ estabelece que não incide tal tributo sobre os valores pagos a título de indenização por
danos morais, dada a natureza jurídica indenizatória destinada a reparar a lesão emocional
sofrida.

Prosseguindo, observa-se o pedido de penhora do único imóvel de Caio, onde ele reside com
sua família. É importante frisar que este imóvel não está sujeito a qualquer tipo de dívida civil,
comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, conforme estipulado pelo artigo 1º da
Lei nº 8.009/90, tornando a residência da família impenhorável.

Em resumo, ressalta-se a alegação de nulidade da inscrição do crédito tributário, conforme


estipulado no artigo 203 do Código Tributário Nacional (CTN), uma vez que a certidão de dívida
ativa não especifica a quantia devida, em conformidade com o disposto no artigo 202, inciso II,
do CTN.

DA CONCESSÃO DO EFEITO SUSPENSIVO

Conforme disposto no artigo 919, parágrafo 1º do Código de Processo Civil (CPC), o autor tem
a prerrogativa de requerer o efeito suspensivo, com o intuito de interromper o andamento da
execução fiscal até o julgamento da ação atualmente proposta. Ressalta-se que a concessão
desse efeito suspensivo está condicionada ao preenchimento dos requisitos da tutela de
urgência. No âmbito desta ação em questão, há a presunção do direito, conforme estabelecido
no artigo 300 do CPC.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) A procedência dos Embargos, resultando na extinção da Execução Fiscal e na liberação da


penhora incidente sobre o imóvel, que é caracterizado como bem de família;

b) Requer a intimação do exequente para, se assim desejar, apresentar impugnação;


c) O embargante não manifesta interesse na designação de audiência de conciliação ou
mediação, consoante o disposto no artigo 319, inciso VII, do Código de Processo Civil (CPC);

d) Postula a condenação ao pagamento de honorários sucumbenciais, conforme preconiza o


artigo 82, parágrafo 2º do CPC;

e) Faz reserva para comprovar por todos os meios de prova admitidos em direito e para juntar
outros documentos pertinentes ao caso.

Dá-se à causa o valor de R$ ...

Nestes termos, pede deferimento.

Local e data

Advogado, OAB nº

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