Você está na página 1de 2

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA DE

EXECUÇÕES FISCAIS DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE M, DO ESTADO E

Processo nº....
Caio, nacionalidade, estado civil, profissã o, RG..., CPF..., endereço eletrô nico, residente
e domiciliado na ..., vem à Vossa Excelência, por seu advogado, com procuraçã o anexa,
com fulcro no artigo Art. 16, § 1º da Lei nº 6.830/80, opor EMBARGO À EXECUÇÃO
FISCAL movida pelo ESTADO E, já qualificado nos autos em epígrafe, pelas razõ es de
fato e de direito a seguir expostas:
1 – DOS FATOS
Caio, depois de 10 anos trabalhando na empresa X foi demitido, de forma vexató ria,
pelo seu chefe, na frente dos outros empregados, sem o devido pagamento das verbas
trabalhistas. Nã o aceitando tal situaçã o Caio ajuizou medida judicial visando à
cobrança de verbas trabalhistas e, ainda, danos morais. Caio conseguiu seu pleito,
condenando a empresa X aos pagamentos de todas as verbas trabalhistas, sendo elas,
os valores a título de férias proporcionais nã o gozadas e respectivo terço
constitucional, tal como fez jus ao recebimento do pagamento da indenizaçã o
referente aos danos morais sofridos. Os valores foram pagos em 2018. Mas em junho
de 2020, a Fazenda Nacional ajuizou execuçã o fiscal visando à cobrança de Imposto
sobre a Renda da Pessoa Física – IRPF incidente sobre as férias proporcionais nã o
gozadas, o respectivo terço constitucional e os danos morais. No entanto, a Certidã o
de Dívida Ativa que ampara a execuçã o fiscal deixou de indicar a quantia a ser
executada.
Em razã o disso, Caio foi citado na execuçã o e há 10 dez dias foi intimado da penhora
de seu ú nico imó vel, local onde reside com sua família.
2 – DOS FUNDAMENTOS JURIDICOS
A) TEMPESTIVIDADE
Conforme os documentos anexos vê-se que este embargante foi intimado da penhora
de seu imó vel há 10 dias. Portanto, tempestivo conforme o art. 16, I da Lei 6.830/80.
B) DO MÉRITO
A incidência de imposto sobre a renda de valores recebidos à título de férias
proporcionais nã o gozadas e respectivo terço constitucional é um equívoco, uma vez
que, de acordo com a Sú mula 386 do Superior Tribunal de Justiça, esses montantes
possuem cará ter indenizató rio.
Ademais, segundo a Sú mula 498 do STJ, nã o há tributaçã o de IRPF sobre os valores
recebidos a título de danos morais, pois estes também sã o considerados indenizaçã o,
visando reparar a lesã o emocional sofrida pela vítima.
A nulidade da inscriçã o do crédito tributá rio é constatada, conforme Art. 203 do CTN,
pois a Certidã o de Dívida Ativa nã o especifica a quantia devida, contrariando o Art.
202, inciso II, do CTN, e/ou Art. 2º, § 5º, inciso II, da Lei nº 6.830/80.
Por ú ltimo, o imó vel utilizado por Caio como residência para sua família é
impenhorá vel, segundo o Art. 1º da Lei nº 8.009/90, o que significa que nã o pode ser
penhorado para quitar dívidas civis, comerciais, fiscais, previdenciá rias ou de
qualquer outra natureza.
3 – DOS PEDIDOS
Ante o exposto, a Embargante requer:
a) A procedência dos Embargos, resultando na extinçã o da Execuçã o Fiscal e na
liberaçã o da penhora sobre o imó vel, considerado bem de família.
b) Escolha pela realizaçã o ou nã o de audiência de conciliaçã o ou mediaçã o conforme
Art. 319, inciso VII, do CPC/15, ou mençã o à possibilidade de dispensar tal audiência
devido ao cará ter do direito em questã o, que nã o admite autocomposiçã o conforme
Art. 334, § 4º, inciso II, do CPC/15.
c) Que seja feita a intimaçã o do exequente para, querendo, apresentar impugnaçã o.
d) Provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, sendo eles ; documental,
testemunhal e pericial.
4 – VALOR DA CAUSA
Dá -se à causa o valor de ...
Nestes termos,
Pede deferimento
Local/ Dia/Mês/Ano
Advogado/OAB

Você também pode gostar