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Aula teórica da OJ

Dissemos na ultima aula que no âmbito da hierárquica da pirâmide dos tribunais judiciais,
temos no topo da hierarquia o supremo tribunal de justiça que apenas pode tratar de questões
de direito e obviamente dentro das suas competências como refere o artigo 69 do código
processo civil, conheça por regra dos recursos são interpostos por decisões do tribunal da
relação, para além disso referimos também que o tribunal de justiça, é apenas 1 com sede em
lisboa. O tribunal da relação ou de 1ª instancia, temos 5 também é por regra um tribunal de
recurso ou seja que conhece dos recursos interpostos das decisões proferidas pelos tribunais
de 1ª instancia ou de comarca, sendo que há certas situações que estes tribunais em vez de
funcionarem como 2º instancia, funcionam como 1ª instancia. Caso típico; nos processos
especiais de sentença estrangeira ou naquelas situações dos incidentes de suspeita de juiz ou
por causa do exercício das suas funções em que é proposto este incidente no tribunal da
relação. Referimos também que os tribunais da comarca, apesar dos srs aprenderem no
âmbito desta cadeira, por regra não são tribunais de recurso, podem-no ser nos termos do art
67 do código processo civil quando efetivamente se coloca ai a possibilidade destes tribunais
de comarca procederem dos recursos, das decisões, quer das conservatórias, quer dos
notários, quer de outros actos praticados por alguém no exercício das suas funções de
natureza publica, por isso as comarcas preparam as decisões e julgam questões que não são
atribuídas a outros tribunais. São por regra, onde se iniciam os processos judiciais e onde
normalmente vão intentar a ação cível.

Essas comarcas não são iguais em todas as comarcas, por muito estranho que isso possa
parecer. Nós dissemos que havia 33 comarcas em Portugal todas espalhadas geograficamente,
ao longo do nosso país.

No âmbito das comarcas temos 3 tipos de juízes porque nos tribunais de comarca desdobram-
se em juízes.

Juízes de competência genérica, onde efetivamente vão ser abordadas várias matérias,
designadamente em questões de matéria cível e matéria criminal.

Juízes de proximidade, significa que determinadas matérias vão estar no tribunal e outras vão
estar dentro da mesma comarca, por isso é de proximidade.

E depois temos aquele que é o mais corrente que são os juízes de competência especializada,
que estão no âmbito do artigo 81 da LOSJ, que está ai escrito quais são os juízes de
competência especializada. Dentro do art.81 da LOSJ e na LOSJ está ai tudo escrito o que eu
referi.

O art. 81 realça, como especial importância, a questão dos juízes locais cíveis e os juízes
centrais cíveis, são aqueles onde vamos incidir mais o nosso estudo e depois temos uma
panóplia de competências especializadas. Isso significa que dentro das comarcas, se virem o
anexo 3 da própria LOS, tem lá de competência de instancia central cível, juízes local cível,
juízes de comarca, juízes de proximidade, juízes de competência genérica, os srs não tem que
saber isto.

Quando começarmos a resolver os casos práticos de competência, vamos perceber que aquele
juízo será de competência especializada ou de competência genérica, ou qual é que será,
portanto é a lei que vos vai dar 1 solução, os srs não tem que decorar nada.
Efetivamente em relação á questão da 1ª instancia, os juízes ou juízos…. Ainda antes disso,
relativamente á competência especializada, verificamos, que as comarcas são quase todas
assim, competência genérica, de proximidade ou especializadas, mas nos temos 85 da LOS
também verificamos que havia juízes que eram atribuídas competência mais do que uma
comarca, que eram os tais juízes de competência territorial alargada. Alguns deles são
atribuídas a todo o pais. Verificamos isso relativamente ao artigo 85, designadamente o
tribunal da concorrência, da propriedade intelectual, dos tribunais marítimos, entre outros.

Qual é a grande questão?

Se os srs tiverem um litigio respeito a qualquer uma destas matérias, os srs não vão para sa
competências, sejam elas genéricas, de proximidade ou especializadas, os srs intentam a acção
no âmbito dos juízes de competência territorial alargada e serão eles quase todos de
competência territorial para todo o país. Portanto não tem que se preocupar onde poem a
acção.

Por ex: relativamente quanto á questão de propriedade intelectual, se poem a acção no


tribunal de lisboa ou no porto, só há aquele, é de competência territorial alargada, portanto é
aquele e ponto final.

Antecipando um bocadinho a matéria, acho que já começaram a desconfiar que o tribunal


competente também terá haver com 2 questões: o local da prática dos actos, o domicilio da
partes e sobretudo também o local onde o contrato foi celebrado e eventualmente a
nacionalidade de cada 1 das partes.

Vamos ver mais á frente que isso é uma questão determinante para que percebemos qual a
competência destes tribunais quanto a determinado litigio.

O que distingue a questão das comarcas?

As comarcas, normalmente têm uma distribuição territorial, ela está definida, no fundo o que
a lei quis atribuir é a competência dentro de determinado território, para que aquela comarca,
aquele tribunal, possa exercer a sua função dentro daquele espaço geográfico.

Não confundir esta questão: competência com questão de jurisdição.

Nós referimos no âmbito das nossas pirâmides, que temos tribunais de diferentes jurisdições,
designadamente 4.

jurisdição do tribunal de contas, jurisdição do tribunal constitucional, jurisdição


administrativa, os tais tribunais, administrativos que tem jurisdição própria e depois temos a
jurisdição judicial que é aquela que nos interessa mais relativamente ao supremo tribunal, ao
tribunal da relação e ao tribunal da comarca.

Há matérias que vão andar a roçar na linha que distingue a competência de um e de outro, vai
ser difícil perceberem quando estão dentro a jurisdição judicial dentro da jurisdição
administrativa. Os do tribunal de contas e do tribunal constitucional já tem a coisa mais
delimitada, que é mais fácil de perceber se estão dentro de um ou de outro. Também já
perceberam que relativamente ás competências dos tribunais os srs tem uma questão
relativamente á alçada dos tribunais. Quando tentam uma acão por vezes não é possível
recorrer daquela decisão em virtude da alçada não permitir esse recurso e portanto quando
falamos em competência, falamos da ação do poder judicial que cabe a cada tribunal para
conhecer do mérito da causa, é a competência que no fundo, alei atribui aquele tribunal para
poder decidir relativamente aquela matéria, o juiz tem o poder de aplicar o direito.

A competência traduz-se no poder de julgar, atribuída pelos tribunais.

A jurisdição é o poder de julgar genericamente.

Se forem ler o art 60, designadamente o nº2, diz que a competência dos tribunais, tem 4
grandes critérios que divide esta competência, enquanto na questão da jurisdição ou
jurisdicional n´s temos a coisa muito mais definida.

Relativamente á questão da competência reparte-se em 4 grandes cargos: razão da matéria, a


razão do valor, razão da hierarquia e razão do território.

As competências dos tribunais são todas divididas relativamente a isto.

Em razão da matéria os tribunais judiciais, são legalmente competentes quando a causa não
seja atribuída a outra jurisdição, é o que diz o art 64.

Relativamente a isto, se os tribunais judiciais são competentes quando não seja por outra
jurisdição nós poderemos ter aqui problemas de jurisdição, caso em concreto, nós vamos ter
questões de carater administrativo que eventualmente vão ter uma concorrência de carater
civil.

Se eventualmente eu tiver um contrato com um de vós, pessoa singular e não tiver, nenhuma
questão de carater publica associada a este contrato n´s vamos agir os 2 enquanto particulares
desprovidos de poderes de natureza publica, e assim sendo n´s vamos discutir isto tudo não no
âmbito da jurisdição do tribunal de contas, tribunal constitucional ou tribunal administrativo
mas eventualmente nos tribunais judiciais, mas eu também posso ter contratos com pessoas
que exercem poderes de natureza publica, designadamente institutos, autarquias ou outras
entidades publicas, e isso faz de mim um privado que tem relações privadas com entidades no
exercício de natureza publica. Se eventualmente a entidade publica não cumprir vou para os
tribunais administrativos, se for eu a não cumprir vamos para os tribunais judiciais, onde é que
está aqui a fronteira de uma coisa e outra?

Vejam a LOSJ e os anexos. artigo 38 da LOSJ

Se efetivamente, eu fixo se o tribunal é competente a partir do momento que eu ponho a acão


o tribunal é obrigado a responder se é ou não competente o que não significa que eu me
engano e o tribunal tem que dizer qual é o tribunal competente. Não ele não tem que dizer
qual é que é o tribunal competente, eu é que tenho que saber qual é e obviamente já
perceberem que a partir do momento que meto a acão, intento a ação e fixo competente no
tribunal fico sujeito ao crivo da outra parte que vai dizer, atenção que o senhor é um
incompetente porque colocou a ação num tribunal incompetente para conhecer o litigio. Não
esqueçam que nós temos sempre a possibilidade, caso do réu, de fiscalizar se a acão foi
intentada no tribunal competente ou não. Sem prejuízo do próprio juiz o ter de fazer.

Isto nem sempre é assim e porque? Porque pode eventualmente ocorrer situações, como diz o
38 no nº2. Se mudarem o vosso pedido, se mudarem a causa do pedido, se mudarem os factos
que levarem ao processo ou se mudarem as partes, o tribunal é competente na mesma ou
incompetente.
Posso eventualmente, mudar a competência do tribunal, (já perceberam que quem vai fixar a
competência do tribunal será a lei, a los é que vai dizer qual o tribunal competente, a los é que
colhe o processo civil)?

A los no art 39 fala em proibição de desaforamento, significa que os srs não podem retirar á lei
o foro que a própria lei considera como competente para julgar aquele litigio, mas atenção os
srs já sabem que no processo civil nós temos sempre uma regra mas temos uma panóplia de
exceções, e os srs não se convençam disto, pois vamos aprender mais á frente que existe um
art 95 do código processo civil que refere a competência convencional, ou seja permite, ainda
que a lei seja detentora do poder de dizer qual é o tribunal competente para resolver aquele
litigio, mas também permite em algumas circunstancias que eu mude a competência do
tribunal que seria competente para julgar e assim se vocês lerem o art 95 do código processo
civil vão perceber que em algumas matérias os srs não podem mudar a competência do
tribunal mas que numa matéria até podem.

Então efetivamente parece que em determinadas matérias os srs podem mudar o território os
outros critérios é que não podem mudar, mas atenção, para que os srs possam fazer isso, tem
regras a cumprir , alei impõe regras para mudar de tribunal.

Podemos ter conflitos de jurisdição e conflitos de competência.

Em determinadas matérias podemos ter um conflito positivo e um conflito negativo.

Conflito positivo, perante um litigio que eu tenha eventualmente com algum de vós, há 2
tribunais que podem ser competentes e eu eventualmente até posso por a acção e ser os 2
competentes.

Quer o tribunal administrativo referente a um litigio que eu tenho com a camara, quer o
tribunal cível referente a responsabilidade de um contrato, são os 2 competentes e vocês
dizem “ o professor você não pode por a acão num lado e no outro”, pois não posso ou não
devo mas a verdade é esta, se efetivamente isto acontecer pode ocorrer uma situação de
conflito positivo.

Portanto no fundo o que que nós temos aqui, quando 2 tribunais se rogam á capacidade e ao
direito de julgar o nexo da causa daquela ação.

Quando é que há conflito negativo? É exatamente o contrário; Quando eu ponho a acção num
tribunal, ponho a acção noutro tribunal e ninguém quer aquilo. O tribunal diz ser
incompetente para julgar a acção, então vou ao outro tribunal e esse também diz não ser
competente para julgar a ação. Como fica a situação?

Fica o direito sem possibilidade de ser garantido? Não pode ser.

O art 109 do código processo civil fala em conflitos de jurisdição e competência.

Enquanto for suscetível de recurso, quando efetivamente os srs intentam a ação nos tribunais,
mesmo que os tribunais decidam pela sua incompetência os srs tem um prazo para recorrer da
decisão, ou seja não há verdadeiramente conflito, enquanto estiver no prazo para recorrer.
Quando é que há verdadeiramente conflito? quando ambas as decisões já transitaram em
julgado e os srs não tem hipótese de recorrer daquela decisão. Só com o transito em julgado
da incompetência dos tribunais os srs já não podem recorrer para um tribunal superior.

Então qual é a regra? Está no art 110.


O que é que temos no art 110, os conflitos de jurisdição, caso típico, entre os tribunais
administrativos e os judiciais serão resolvidos, consoante o caso pelo supremo tribunal de
justiça ou pelo tribunal de conflitos, sobretudo esta questão colocasse de maneira mais grave
quando o conflito é negativo, quando é negativo é porque ninguém pega na ação “ e agora vou
por onde?”, e como é que nós sabemos se é o supremo ou se é efetivamente o tribunal dos
conflitos?

Já agora o que é o tribunal dos conflitos? É composto por juízes conselheiros, quer do
supremo, quer do supremo tribunal administrativo, e portanto, normalmente, são estes os
juízes, este é um tribunal chamado “ádoc” (tribunal ádoc tem uma constituição determinada
não está é constituído, ou seja ele tem que reunir especificamente para resolver aquele litigio).

A questão da competência de conflitos está no artigo 9º e 10º da sua lei e normalmente tem
haver com o caso especifico se tem uma natureza administrativa ou uma natureza judicial.

A competência dos tribunais administrativos está balizada por lei, ou seja se aquele litigio em
concreto caber no artigo 4 do direito administrativo, é da competência dos tribunais
administrativos, se não caber dentro do art é que vai para os tribunais judiciais ou seja tudo o
que não cabe no artigo 4 , contudo tem que ter natureza cível.

Estás em litigio, se nós temos duvidas, se tem natureza cível, se tem natureza, se o próprio
tribunal administrativo não caber ali, então é porque tem natureza cível, a logica é esta,
porque efetivamente não é de forma livre.

Se tivermos perante conflitos de competência, ou seja dentro do mesmo grau de jurisdição, o


artigo 110 nº2 diz que os conflitos de competência são solucionados pelo presidente de
tribunal de menor categoria que exerça jurisdição sobre as unidades em conflito.

Caso típico: se tiver em causa a competência entre um tribunal da comarca e um tribunal da


relação quem vai decidir o litigio será o presidente do tribunal de menor categoria.

Porque o tribunal de menor categoria? Porque ao colocar no tribunal inferior os srs podem
recorrer para o tribunal superior, enquanto que se o srs colocassem isto no tribunal superior,
recordo que o supremo tribunal só reconhece questões de direito e muitas vezes mesmo na
questão relativamente ás duvidas sobre a competência vão colocar questões que de facto o
supremo tribunal não deveria conhecer, nestas circunstancias a lei está bem.

Importante: Vamos ver o artigo 59 do código processo civil e regulamento bruxelas 1, porque
resulta do artigo 59.

Quem manda aplicar a lei portuguesa é o regulamento de bruxelas, porque por força da
adesão, ao tratado de Roma e ao tratado de funcionamento da união europeia, estamos
sujeitos a atropelos e os regulamentos tem comunicação imediata a todos os estados e assim
sendo eu tenho que observar os que diz o regulamento de bruxelas, para perceber se volto cá
ou volto ao código processo civil que me vai solucionar a questão em causa.

O artigo 62 e 63 só são aplicáveis quando não é aplicável o regulamento de bruxelas, regra de


ouro.

Quem aplica a lei internacional é o regulamento de bruxelas, quando o regulamento de


bruxelas não é aplicável, aplica o artigo 62 e 63
Se eventualmente da conjugação da aplicação do artigo 59 da lei de bruxelas, não é a lei
portuguesa, se da aplicação dos artigos 62 e 63 também não é a lei portuguesa, o que que o
juiz faz? Portugal não é internacionalmente competente e ponto final. E nos não somos
obrigados a ser internacionalmente competentes, mas, para saberem aplicar a lei de bruxelas
terão que conhecer a lei bem como o artigo 62 pois o artigo 63 é fácil.

O artigo 63 diz : competência exclusiva dos tribunais portugueses, nestas matérias só há um


tribunal competente, ainda que a matéria seja de outro pais, é o tribunal português

Diz o artigo, 59, atender ao regulamento de bruxelas.

1ª questão: como é que eu seja se estou perante um conflito internacional de competência?

Quando um elemento de conexão não é português, quando, seja a nacionalidade de uma das
partes, seja um elemento da relação material tenha ocorrido fora de Portugal então temos
sempre uma questão internacional, um elemento de conexão não é português. Se eu tivesse
feito um contrato ainda com um português num pais estrangeiros, teria que ver se se Portugal
é ou não é internacionalmente competente.

Para além dos critérios do art 62 e 63 tb falamos do art 94 que diz que é possível entre as
partes convencionarem que seja um tribunal competente ainda que seja diferente daquele
que eventualmente o regulamento de bruxelas tenha ou venha a dispor sobre aquela matéria,
p que n´s temos aqui no fundo é isto: nesta questão entre o antonio e a rita, que é espanhola e
o bernardo e temos a melisse que é alemã, e o que é que eles querem fazer, eles querem, e
reparem, espanha, Alemanha e Portugal aqui no meio, eles celebraram numas férias em Ibiza,
a compra e venda de um imóvel que se situada em faro, o que é que nós temos, aplicamos que
lei? 1ª regra: art 59 2ª regra regulamento de bruxelas, regul 1215/2012 de 12 do 12 e
atenção so quando não se aplica o regulamento de bruxelas é que vocês vão ao art 62 e 63 e
também sem prejuízo de tambem termos o art 94 e o que diz o art 94? Diz que eventualmente
esta malta em Ibiza, podem ter acordado que seria outro tribunal competente, a questão é
que os srs tem que trazer para aqui é que a lei é clara quando aos critérios de resolução do
caso. No caso apresentado temos 3 ordens internacionais competentes

O art 94 codigo processo civil diz que

Uma coisa importante que não devem esquecer, que estamos perante um regulamento
europeu, é obvio que isto só pode ser aplica a europeus, o que significa que eventualmente
tudo o que se situa fora dos países membros europeus nós estamos perante um problema,
falta perceber se efetivamente o regulamento de bruxelas pode ser a plicado a não europeus
no exercício das suas relações com europeus.

Caso típico: se eu eventualmente fizer um contrato com um brasileiro residente em Portugal


será que eu aplico o regulamento de bruxelas ou não aplico, ele é quase europeu , ele trabalha
cá há 30 anos. Isto ocorre nos testes, onde os srs vão andar a tremer, se aplicam o
regulamento de bruxelas ou não aplicam. Os srs já sabem se não aplicam o regulamento de
bruxelas já sabem qual o caminho a seguir.

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