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Conclui-se que o Perito, ao iniciar seu trabalho, necessariamente faz


uma interpretação do que foi decidido , uma vez que outro caminho não
seria possível, pois o comando decisório lhe vem apenas por meio de
Necessidade da linguem escrita, tanto a direta (expressa), quanto a indireta (implícita).
Seguramente é nesse ponto que residem as maiores dificuldades para o

interpretação oferecimento de cálculos precisos, pois é com base na interpretação das


decisões que diversos caminhos serão adotados.

judicial correta De fato, se até mesmo aos juízes por vezes mostra-se difícil a exata
compreensão do que foi decidido, essa tarefa beira a total
impossibilidade para os profissionais que realizam cálculos e quase
sempre desconhecem os meandros do Direito.

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Importância
“Elaborar cálculos judiciais é traduzir palavras (decisões) em números” e senão a
parte mais importante do trabalho seja interpretar corretamente os despachos
decisórios (sentenças, acórdãos e outros elementos processuais).

Qualquer trabalho que nos dispomos a fazer, será necessário uma assimilação
ou compreensão intelectual por parte do receptor, neste caso, nós Peritos.
Quando alguém lê um texto e coloca-se na posição de agente ativo que busca
adequar o seu horizonte intelectual, este procura um sentido que seja possível
captar.
Necessidade da Toda mensagem exige interpretação, inclusive aquela que provier de um texto

interpretação jurídico. O que diferencia um texto jurídico dos demais é que ele “tem em vista a
evidenciar um conteúdo normativo (conjunto de comandos) que vai pautar a

judicial correta
conduta de algumas pessoas”.

As decisões judiciais em realidade são um complexo raciocínio lógico que não se


limita ao esquema logístico, as decisões são tomadas muito mais em função da
experiência pessoal de cada julgado do que uma regra formal e impessoal de
raciocínio.

O juiz não julga a favor ou contra a lei, mas de acordo com o que pensa que a lei
é. Por igual motivo, e também porque a sentença chega aos sus destinatários
pela linguagem, o calculista ao efetuar seu trabalho, o faz com base naquilo que
foi apresentado pelos julgadores.

As decisões tomam um caráter de múltiplos comandos.

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Fases processuais
De forma sintética, faz-se necessário apresentar as diversas fases de
uma demanda judicial. É evidente existem diversos outros critérios Noções processuais
dependendo da matéria do direito que se esteja realizando os
cálculos, entretanto, os termos que apresentamos aqui são termos
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padrões em todas as esferas do direito.
Vocabulário jurídico
Autor: Pessoa física ou jurídica responsável pela criação do processo;

Instâncias do Poder Judiciário Réu: O réu é toda parte, pessoa física, ou jurídica, de direito público ou
A hierarquia do Poder Judiciário do Brasil baseia-se em três instâncias. privada, contra a qual é movido um processo, quer civil (de família,
A decisão de uma instância inferior pode ser modificada por uma comercial, de estado etc.), criminal, trabalhista, militar, previdenciário
instância superior, mediante recurso. etc.

• A primeira instância, onde em geral começam as ações judiciais, Petição inicial: A petição inicial é o instrumento pelo qual o interessado
constitui-se de juízes monocráticos: o juiz de direito de cada invoca a atividade jurisdicional, fazendo surgir o processo. Nela, o
comarca (na Justiça organizada pelos estados), juízes federais, interessado formula sua pretensão, o que acaba por limitar a atividade
eleitorais e do trabalho (na Justiça Federal, Eleitoral e do Trabalho, jurisdicional, pois o juiz não pode proferir sentença de natureza
respectivamente) e juízes auditores (na Justiça Militar). diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior
• A segunda instância, onde são julgados recursos contra decisões de ou em objeto diverso do demandado.
primeira instância e alguns processos originários (onde os réus são
'autoridades' com privilégio de foro como Vice-Governador, Ajuizamento: No âmbito do Direito, fazer ajuizamento é levar a juízo, é
deputados, etc), é formada pelos tribunais de Justiça e de Alçada (os submeter uma ação a um juiz, é o ato de protocolar uma ação na
Tribunais de Alçada foram extintos pela Emenda Constitucional nº justiça para que seja apreciada e julgada por um juiz.
45, de 30 de dezembro de 2004) e pelos tribunais regionais federais,
eleitorais e do trabalho. Citação: para o Direito, consiste no ato processual no qual a parte ré é
• A terceira instância é constituída pelos tribunais superiores comunicada de que se lhe está sendo movido um processo e a partir
(Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Tribunal da qual a relação triangular deste se fecha, com os três sujeitos
Superior do Trabalho, Tribunal Superior Eleitoral), que julgam envolvidos no litígio devidamente ligados: autor, réu e juiz; ou autor
recursos contra decisões dos tribunais de segunda instância. Na interessados e juiz.
prática, porém, o Supremo Tribunal Federal tem funcionado como
uma quarta instância.
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Contestação: É uma das peças de resposta do réu, onde ele pode se

Vocabulário jurídico
defender daquilo que lhe foi imputado. Trata-se do meio pelo qual o
réu contrapõe-se aos pedidos formulados na inicial, devendo
concentrar todas as manifestações de resistência à pretensão do
autor. É na contestação que o réu pleiteia que o juiz não acolha o
pedido feito pelo autor.

Precatório: É o nome que se dá ao documento expedido pelo Poder


Sentença: deve-se entender a sentença como o ato do juiz pelo qual o Judiciário contra o Poder Público para que este efetue o pagamento de
mesmo julga a causa em seu mérito de forma parcial ou plena, seus débitos oriundos de condenação em sentenças transitadas em
rejeitando ou provendo seus pedidos (em sua totalidade ou não) ou, julgado. O precatório informa o valor da dívida, sua origem, credor e
ainda, quando for o caso, é o ato do juiz pelo qual o mesmo extingue o devedor.
processo, sem julgar-lhe a causa.
Recurso especial: Recurso ao Superior Tribunal de Justiça, de caráter
Acórdão: É a decisão do órgão colegiado de um tribunal (câmara, excepcional, contra decisões de outros tribunais, em única ou última
turma, secção, órgão especial, plenário etc.), que se diferencia da instância, quando houver ofensa à lei federal. Também é usado para
sentença, da decisão interlocutória e do despacho, que emanam de pacificar a jurisprudência, ou seja, para unificar interpretações
um órgão monocrático, seja este um juiz de primeiro grau, seja um divergentes feitas por diferentes tribunais sobre o mesmo assunto.
desembargador ou ministro de tribunais — estes, normalmente, na
qualidade de relator, de presidente ou vice-presidente, quanto os atos Recurso extraordinário: De competência do Supremo Tribunal
de sua competência. Federal, de cabimento restrito às causas decididas em única ou última
instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo da
Embargos: São um tipo de recurso ordinário para contestar a decisão Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei
definitiva (declaração, execução, divergência e outros). federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face
da Constituição.
Mérito: É o assunto principal que está sendo discutido em um
processo; é a questão que deu origem à própria existência daquela Trânsito em julgado: Expressão usada para uma decisão (sentença ou
ação. Nele é que se funda o pedido do autor. acórdão) de que não se pode mais recorrer, seja porque já passou por
todos os recursos possíveis, seja porque o prazo para recorrer
Prescrição: Perda da ação atribuída a um direito, que fica assim terminou.
juridicamente desprotegido, em consequência do não uso dela
durante determinado tempo; decadência em função do prazo vencido.
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Caminhos para interpretação
FORMAS DE INTERPRETAÇÃO

Elementos lógicos

Elemento gramatical

Procurar traçar caminhos a percorrer na


interpretação da sentença é um tanto arriscado,
mas não é possível esquivar-se dessa tarefa. Para
atingir esse fim, partir-se-á das técnicas
propostas, para depois propor alguns
mecanismos interpretativos adicionais.

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Elemento gramatical
Se o objetivo da interpretação é averiguar o sentido e o alcance de
algo (decisões jurídicas), é evidente que o ponto inicial de qualquer
análise é a palavra escrita, que acabou-se por convencionar a
“interpretação gramatical” pela busca do sentido dos textos pela
Partida
O ponto inicial de qualquer interpretação é a palavra escrita, assim,
explicação das frases e das palavras de mensagem.
convencionou-se chamar de “interpretação gramatical” como a busca
do sentido de textos pela explicação das frases e das palavras da
Costuma-se afirmar que o uso do elemento gramatical é a mais pobre
mensagem, considerados inclusive os usos acadêmicos da linguagem,
das técnicas interpretativas, o que posto, que encerre alguma verdade,
ou seja, objeto de análise das palavras com a finalidade de obter
não deixa de ser um exagero. Embora seja criticável se utilizado com
possível compreensão do texto, como meio de extirpar eventuais
exclusividade, por considerar palavras isoladamente e não o conjunto,
dúvidas.
o elemento gramatical não pode ser desprezado e, acima de tudo,
deve ser o ponto de partida para o correto entendimento daquilo que
Costuma-se afirmar que o uso do elemento gramatical é a mais pobre
se queira interpretar.
das técnicas interpretativas, o que , posto que encerre alguma
verdade, não deixa de ser um exagero. Embora seja criticável se
O Perito, ao efetuar a interpretação de determinado texto, sempre
utilizado com exclusividade, por considerar palavras isoladamente e
levará em conta situações similares que lhe chegaram Às mãos,
não o conjunto, o elemento gramatical não pode ser desprezado e,
decisões idênticas ou semelhantes, orientações anteriores emanadas
acima de tudo, deve ser o ponto de partida para o correto
do juiz da execução ou das partes, e essa experiência influencia
entendimento daquilo que se queira interpretar.
sobremaneira o seu modo de “ler” as sentenças e demais peças
processuais.

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Elementos de interpretação

Elementos lógicos Elemento sistemático


A mera análise das palavras quase sempre é insuficiente para fixar o sentido exato do texto
jurídico. Por esse motivo, sucessiva ou concomitantemente o intérprete lança mão de elementos O ordenamento jurídico é concebido como uma unidade. A ideia de sistema decorrer de aplicação
lógicos para extirpar as dúvidas que o texto lhe possa propiciar. Esses critérios lógicos podem ser do princípio da isonomia, pois, por meio dela, se pretende obter uma generalização que possa
definidos em racionais e sistemáticos, sem que exista uma hierarquia entre eles ou uma abarcar diferenças isoladas para torná-las comparáveis. Deve o intérprete, analisar diversos e
precedência temporal. distintos aspectos do texto para descobrir o sentido mais adequado . Ao se defrontar com uma
parte duvidosa da decisão, deve-se atentar para as demais partes que com ela se relacionam, para
harmonizar aquele preceito com o restante do que foi decidido.
Elemento racional
Verificar quais são os fatos e as relações jurídicas determinantes do que foi decidido. Além disso, o
intérprete busca verificar a finalidade prática dos termos postos na decisão ou ato jurídico. Tem por
principal atribuição buscar aquilo que se denomina “vontade do legislador”, conceitos
equivalentes neste estudo à vontade da sentença. Deve se analisar as decisões, em comparação
com o pedido posto na inicial e com os argumentos da contestação, sendo este critério, um dos
elementos racionais mais frequentes utilizados pelo intérprete.

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Mecanismo de interpretação

Interpretação
Em caso de dúvida acerca do modo com realizar o cálculo de uma ou algumas parcelas deferidas em sentença, o Perito deverá se socorrer dos
elementos interpretativos e integrativos mencionados. Isso não se faz isoladamente nem é possível definir qual elemento deverá prevalecer

Princípio da Unicidade da Razoabilidade do Adequação da sentença


inateralbilidade sentença que foi decidido ao pedido

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Mecanismo de interpretação
Inalterabilidade Princípio da razoabilidade
Os cálculos não podem modificar o decidido, nem para restringi-lo, Deve-se presumir que a sentença visa considerar situações razoáveis,
nem para ampliá-lo. O Calculista deve realizar a conta com base não o absurdo. É verdade que nem sempre condiz com a realidade,
naquilo que a sentença seja, e faz isso com critérios semelhantes aos com aquilo que efetivamente ocorreu: trata-se de uma criação que
utilizados pelo juiz ao interpretar a lei. nem sempre condiz com a realidade natural.

Não cabe ao Perito, na elaboração dos cálculos, corrigir eventuais O intérprete deve partir da premissa de que o julgador não visa uma
injustiças cometidas pelo julgado caso lhe resulte claro da análise aberração jurídica, uma monstruosidade processual, ao contrário, a
completa da sentença qual foi sua intenção. sentença visa algo útil e razoável. Questões assim, devem ser
compreendidas como mero equívoco, seja porque destoará de tudo
Nos casos em que seja inevitável uma “leitura diferenciada” de parte quanto mais foi decidido.
da decisão, com modificação parcial da sentença em virtude de
eventual contradição, o Perito deve adotar sempre a interpretação que Ex: Determinar pagamento de verbas que não foram objeto do pedido
menor alteração produza naquilo que foi decidido; inicial.

Unicidade da sentença Adequação da sentença


Como já mencionado, a sentença em geral é proferida por partes, mas Não é muito difícil de a sentença deferir algo além daquilo que foi
a sua finalidade é constituir um todo orgânico. A sentença extrai os pleiteado e nesses casos não resta outro caminho do Perito senão o
que itens reputa relevantes para fixar uma consequência jurídica. de incluir nas contas as parcelas tal como exatamente foram deferidas.

Mesmo se a sentença sofrer alterações posteriores, não se pode Não cabe ao Perito discutir ou não a aplicabilidade das decisões, estas
esquecer que , ainda assim, o que dali resultar deve constituir um orientações se tratam de matéria de direito a ser reconhecido pelas
conjunto. Ao efetuar os cálculos, deve se observar que tudo que foi partes do processo e não ao Perito no momento da execução/cálculos.
decidido constitui um conjunto a ser aplicado aos valores da ação.

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Elaboração dos cálculos judiciais

Elaboração dos cálculos Partida


Se tem um objetivo muito importante nos seus cálculos, além de fazer A Elaboração dos cálculos deve seguir uma metodologia lógica de
justiça, é elaborar o trabalho demonstrando de forma clara e resolução:
detalhada a metodologia de todo o cálculo confeccionado, sem
esquecer da objetividade. 1. Leitura, interpretação e entendimento da matéria e das decisões;
2. Elaboração da síntese processual;
Não existe uma regra para a elaboração dos cálculos, entretanto, 3. Montar a lógica do cálculo;
existem métodos de trabalho que garantem mais precisão e qualidade 4. Clareza e objetividade nos números;
nos trabalhos. Devemos ter em mente que ao apreciar nossos 5. Resumo, ordem e apresentação das peças.
cálculos, tanto os juízes quanto as partes, devem ter informações
suficientes para tentar compreender os cálculos. Isso compreende as
decisões e orientações do processo como: índices de correção
monetária, juros, honorários, parcelas deferidas, datas base, ou seja,
todas as informações que podem influenciar os cálculos a serem
elaborados.

Ao sermos solicitados aos trabalhos de cálculo, parte-se do princípio


que detemos o conhecimento necessário para a execução dos
cálculos a nós confiados. Visto isso, é imprescindível que
apresentemos todas as informações e não escondemos nada que
possa gerar dúvidas nos cálculos.

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Elaboração dos cálculos judiciais

Síntese processual
O início de todo cálculo baseia-se na leitura integral do processo e neste momento

!
de leitura agrupamos todas as informações processuais em um único documento,
para que não precisemos ficar indo e vindo no processo em busca das informações.
É através da Síntese que nosso trabalho começa a se materializar como veremos a
seguir.

Através da leitura do cálculo vamos coletando informações como:

Data de ajuizamento, citação, sentença, acórdãos, trânsito em julgado, pagamentos,


depósitos e outras;
Descrever quais os documentos e páginas que os mesmos estão localizados no
processo;
Descrever os pontos principais das decisões que vão orientar os cálculos: verbas
deferidas, valores, datas e outros;
Critérios de cálculo: índice de correção monetária, juros moratórios, custas
processuais, honorários e outros.

O Perito jamais pode se afastar daquilo que foi decidido. É inadmissível que o
calculista se afaste dos critérios determinados pela sentença e acórdãos.
Lembrando que quanto mais fiel formos aos comandos decisórios, menos trabalho
exigirá das partes e mais respeito conquista.

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Elaboração dos cálculos judiciais

Lógica
Ao elaborar as contas nunca pode o calculista esquecer que, além da necessária

!
correção, é imprescindível a clareza e lógica dos valores que serão apresentados.
Devem ser transparentes e que possam contribuir com o entendimento dos que
veem seus números e que possam submeter sem subterfúgios ou dificuldades à
impugnação aos cálculos pelas partes.

O objetivo principal é que os cálculos possam ser conferidos facilmente por


quaisquer pessoas com conhecimento mínimos ou legais a respeito do tema. Ao
fazer referência aos quesitos de forma e conteúdo procure apontar as peças e os
critérios de elaboração dos cálculos mais importantes para que fiquem claros e
precisos.

• Indicação das bases de cálculo dos valores deferidos;


• Indicadores inflacionários para atualizar as verbas deferidas;
• Resumo dos valores calculados;
• Quanto mais conciso forem os cálculos, compostos apenas por planilhas
indispensáveis, tão mais fácil será entendê-los;
• Dados essenciais sejam postos de forma lógica (montar o problema
mentalmente).

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Elaboração dos cálculos judiciais

Clareza e objetividade
Nos cálculos deve ser adotar uma tabela para cada verba distinta da

!
execução/liquidação. Por mais que soe como uma orientação básica, existem
calculistas que insistem em calcular várias verbas em uma única tabela, tomando o
entendimento tortuoso e muitas vezes impossível de decifrar.

O melhor critério é que o Perito adote uma tabela de cálculo (um quadro
demonstrativo) para cada verba deferida em sentença/acórdãos, ainda que haja
alguma coincidência parcial entre duas ou mais verbas.

Ao criar sua planilha de cálculos, deve estabelecer um padrão para todas as planilhas
que irá criar. Planilhas leves, com layout “clean” e informações bem dispostas
possuem grande relevância para indicador de qualidade dos cálculos do Perito.
Neste caso, menos é mais. Em seus cálculos não:

• Não coloque imagens;


• Não use muitas linhas de bordas grossas;
• Use bom censo no espaçamento entre as células da planilha (excel);
• Tente manter a lógica nos cálculos numa única página;
• Não use cores na planilha. Caso utilize, que seja daquelas com tom pastel;

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Resumo e ordem de apresentação
MÉTODO DE APRESENTAÇÃO

De onde começamos?
Todo cálculo, por mais simples que seja deve conter um quadro “Resumo” com
demonstrativo geral das contas realizadas, procedimento este que apresenta
algumas vantagens:

Propicia uma visão precisa do total do débito ou crédito


Possibilita que as Secretarias das Varas judiciais atualize De forma simples e eficaz os
valores ora calculados.

Obviamente, a esse resumo geral deverão ser juntados os demais demonstrativos


dos cálculos para análise e conferência. Seria necessária não juntar apenas os
demonstrativos específicos de cada cálculo das parcelas deferidas, como também
síntese processual e laudo pericial.

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Resumo e ordem de apresentação
MÉTODO DE APRESENTAÇÃO

Ordem de apresentação
Petição dirigida ao juiz: Só é necessária essa petição, caso o calculista tenha efetuado
as contas por determinação judicial. A petição deve atender aos requisitos de cada
Tribunal. Trata-se de petição simples de uma ou duas folhas no máximo.

Resumo Geral: A primeira peça dos cálculos deve ser o Resumo Geral, pois assim,
aponta de imediato o valor total da condenação. Sempre que possível esse resumo
deve ser oferecido em uma única folha.

Demonstrativos de cálculo: Apresentar os demonstrativos de cálculo de cada verba


deferida no processo.

Anexos: É sempre “interessante” juntar aos cálculos tudo aquilo que serviu de base
para apuração dos valores. Neste caso, a tabela dos índices de correção monetária
utilizada no cálculo, ou outras informações relevantes que não constam no
demonstrativo dos cálculos, mas influenciam de igual maneira os valores (cartões
ponto, fichas financeiras).

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Resumo e ordem de apresentação
MÉTODO DE APRESENTAÇÃO

Síntese processual
Ao elaborar a síntese, devemos citar as informações que influenciam os cálculos,
basicamente as citadas anteriormente, acrescentando:

• Valores deferidos judicialmente;


• Escrever trecho da decisão que fundamenta o nosso cálculo;
• data do ajuizamento;
• data da citação;
• data da sentença;
• data da prescrição;
• data do acórdão (se tiver);
• Data do cálculo;
• índice de correção monetária deferido;
• percentual de juros de mora deferido;

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Resumo e ordem de apresentação
MÉTODO DE APRESENTAÇÃO

Elaboração dos cálculos


Elaborar os cálculos através de palavras é uma tarefa que exige muita concentração
e “criatividade” para determinar a lógica de cálculo. Formular o problema
mentalmente e visualizar a resposta, esse é o trabalho inicial.

Após entender como chegar no resultado, devemos utilizar da planilha para dar vida
aos números. Para isso queria dar algumas dicas:

• A matemática é exata, não tem como enrolar;


• Se não entender as decisões do processo e matéria, terá dificuldade em montar a
lógica dos cálculos;
• Não esconda nenhuma informação;
• Não se esqueça que os cálculos serão visualizados por pessoas “leigas” no assunto
e é para elas que será a nossa clareza de informações;
• Utilize de um layout de fácil entendimento ou intuitivo;
• Após de feito os cálculos, confira novamente pelo menos 2-3 vezes;

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Resumo e ordem de apresentação
MÉTODO DE APRESENTAÇÃO

Resumo dos cálculos


O resumo do cálculo deve ter todas as informações utilizadas para a elaboração do
mesmo. O resumo será a primeira página do cálculo e nela deverá constar:

• Resumo das verbas calculadas (apenas o valor e descrição das verbas);


• data do ajuizamento;
• data da citação;
• data da sentença;
• data da prescrição;
• data do acórdão (se tiver);
• Data do cálculo;
• índice de correção monetária deferido;
• percentual de juros de mora deferido;
• Nome do perito, registro na classe e informações de contato.

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Cálculos
Minha primeira planilha é sempre onde eu reúno todas as
informações da minha síntese.
Não esqueçamos que o Excel serve para dar produtividade e precisão,
por isso precisamos
ter domínio da plataforma.

Desta planilha eu alimento o restante dos meus cálculos.

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Elaboração da conta
De forma lógica eu crio minha planilha, demonstrando de forma clara
a obtenção e critérios adotados para realização da conta.

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Resumo geral
Como citado anteriormente, o resumo deve apresentar os valores
gerais do processo, bem como as informações processuais, para que o
Juiz, o advogado ou qualquer outra parte, tenha pleno acesso as
informações do processo.

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Marlos Henrique dos Santos

“ Sucesso significa realizar seus próprios sonhos, cantar


sua própria canção, dançar sua própria dança, criar do
seu coração e apreciar a jornada, confiando que não
importa o que aconteça, tudo ficará bem. Criar sua


própria aventura!

Prepare-se para o melhor! Seu futuro será brilhante…


Confie em você, trabalhe duro, com disciplina e fé.

Agora seguimos em frente… muito te aguarda!

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