Você está na página 1de 4

Existem tribunais judiciais de primeira instância e de segunda instância.

O órgão
superior da hierarquia dos tribunais judiciais é o Supremo Tribunal de Justiça.

Organização do Sistema Judiciário:


Tribunais judiciais de primeira instância
Tribunais judiciais de segunda instância
Supremo Tribunal de Justiça
Ministério Público

Tribunais judiciais de primeira instância:


Habitualmente, é aos tribunais de primeira instância que os Cidadãos devem dirigir
o seu primeiro pedido de resolução de um conflito. Ou seja, é neles que se deve
iniciar um processo em tribunal. O tribunal responsável pela primeira instância é,
geralmente, o tribunal da comarca. Chama-se comarca à área geográfica sob a
jurisdição de um tribunal.
Também podem ser de primeira instância os tribunais de competência territorial
alargada, que abrangem mais do que uma comarca.

Existem 23 tribunais de comarca. Cada um destes tribunais tem


competência numa determinada zona do território português (uma comarca).

Os tribunais de comarca desdobram-se em juízos que podem ser de competência:

 genérica
 especializada
 de proximidade.

São juízos de competência especializada:

 Central cível
 Local cível
 Central criminal
 Local criminal
 Local de pequena criminalidade
 Instrução criminal
 Família e menores
 Trabalho
 Comércio
 Execução.
Existem ainda tribunais de competência especializada e competência territorial
alargada:

O tribunal da propriedade intelectual:


O Tribunal da Propriedade Intelectual é um Tribunal português especializado,
localizado em Lisboa, com competência para a propriedade intelectual e com
jurisdição sobre todo o Território Nacional.[1] A criação deste Tribunal teve o propósito
de agilizar a tramitação dos processos judiciais no âmbito do Direito da Propriedade
Intelectual, concentrando todos os processos existentes num único Tribunal com
jurisdição nacional e com competência exclusiva e restrita.
O Tribunal está instalado no Palácio da Justiça de Lisboa.

O tribunal da concorrência, regulação e supervisão:


O Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão é um
Tribunal português especializado, localizado em Santarém, com competência para a
concorrência, regulação e supervisão e com jurisdição sobre todo o Território Nacional.
A criação deste Tribunal teve o propósito de agilizar a tramitação dos processos
judiciais no âmbito do Direito da Concorrência e no âmbito da regulação e supervisão.

O Tribunal aprecia queixas por violação de disposições legais integradas no Direito da


Concorrência e no âmbito das leis sobre a regulação e supervisão. Aprecia também os
recursos jurisdicionais dos processos contraordenacionais instruídos e deliberados
pelas autoridades reguladoras e de supervisão (por ex. aplicação de coimas ou
inibições de actividade).

O Tribunal está instalado na antiga Escola Prática de Cavalaria, em Santarém.

O tribunal marítimo:
O Tribunal Marítimo é um Tribunal português especializado, sediado em Lisboa, com
competência para a aplicação do Direito Marítimo e com jurisdição sobre os
Departamentos Marítimos do Norte, do Centro e do Sul.
Este Tribunal foi criado em 1987 como Tribunal Marítimo de Lisboa numa Reforma que
pretendia criar 5 Tribunais Marítimos, localizados nas sedes dos Departamentos
Marítimos:

 Tribunal Marítimo de Leixões (Departamento Marítimo do Norte)


 Tribunal Marítimo de Lisboa (Departamento Marítimo do Centro)
 Tribunal Marítimo de Faro (Departamento Marítimo do Sul)
 Tribunal Marítimo do Funchal (Departamento Marítimo da Madeira)
 Tribunal Marítimo de Ponta Delgada (Departamento Marítimo dos Açores).
Sucede que apenas foi instalado o Tribunal Marítimo de Lisboa, prevendo a lei que até
à instalação dos restantes as suas competências pertenciam aos Tribunais de Comarca
da área respectiva. Em 1999 uma nova lei determinou que até à instalação dos
Tribunais Marítimos de Leixões e de Faro as respectivas competências passavam a ser
exercidas pelo Tribunal Marítimo de Lisboa.
Com a Reforma do Mapa Judiciário de 2013 deixou de estar prevista a criação de novos
Tribunais Marítimos, passando o Tribunal Marítimo de Lisboa a ter a designação de
Tribunal Marítimo, tendo jurisdição sobre os Departamentos Marítimos do Norte, do
Centro e do Sul. Nos Departamentos Marítimos da Madeira e dos Açores a
competência pertence ao respectivo Tribunal de Comarca.

O Tribunal Marítimo está instalado no Campus de Justiça de Lisboa.

O tribunal de execução de penas:


O Tribunal de Execução de Penas de Lisboa é um Tribunal português especializado,
sediado em Lisboa, com competência para a apreciação jurisdicional da execução das
penas criminais. Tem jurisdição territorial sobre as Comarcas de Lisboa, Lisboa Norte,
Lisboa Oeste e Madeira e os Estabelecimentos Prisionais de Alcoentre, das Caldas da
Rainha e de Vale de Judeus.
O Tribunal está instalado no Campus de Justiça de Lisboa.

O tribunal central de instrução criminal:


O Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), conhecido na gíria comum como
"ticão", é um Tribunal português especializado, localizado em Lisboa, com
competência para a instrução criminal de processos cuja actividade criminosa grave ou
altamente organizada decorra em Comarcas integradas em áreas de jurisdição de
diferentes Tribunais da Relação, tendo jurisdição sobre todo o Território Nacional.[1]
O Tribunal está instalado na Rua Gomes Freire, em Lisboa, perto da sede da Polícia
Judiciária.

Estes tribunais de competência especializada têm competência territorial alargada


(jurisdição mais vasta que a comarca onde estão sediados) e apenas julgam processos
de determinadas matérias (independentemente da forma de processo aplicável).

Consulte o mapa de tribunais judiciais de primeira instância em Portugal.

Tribunais judiciais de segunda instância:


Os tribunais judiciais de segunda instância também são conhecidos como tribunais da
Relação e funcionam, nomeadamente, como tribunais de recurso. Ou seja, em regra, o
Cidadão dirige-se a um tribunal de segunda instância quando não concorda com uma
decisão de um tribunal de primeira instância.
Chama-se recurso à impugnação da decisão de um tribunal. O recurso deve ser
interposto para o tribunal a que está hierarquicamente subordinado aquele de que se
recorre.
Os tribunais da Relação contam com secções de matéria cível, matéria penal e social
(laboral), e, dependendo do volume ou da complexidade do serviço, podem ser criadas
secções em matéria família e menores, matéria de comércio, de propriedade
intelectual e de concorrência, regulação e supervisão.
Consulte o mapa dos tribunais judiciais de segunda instância (ou da Relação) em
Portugal.
Supremo Tribunal de Justiça:
O Supremo Tribunal de Justiça é o órgão superior da hierarquia dos tribunais judiciais,
sem prejuízo da competência própria do Tribunal Constitucional.
Em regra, recorre-se ao Supremo Tribunal de Justiça para recorrer de uma decisão de
um tribunal da Relação. É o último tribunal onde se pode apresentar um recurso
da decisão de um tribunal judicial.

O Supremo Tribunal de Justiça tem competência em todo o território nacional e conta


com secções de matéria cível, matéria penal e matéria social.

Para mais informações sobre os tribunais judiciais, consulte a Lei da Organização do


Sistema Judiciário.

Ministério Público:
O Ministério Público está presente em todos os tribunais. O Ministério Público
representa o Estado, defende os interesses que a lei determinar, participa na execução
da política criminal definida pelos órgãos de soberania, exerce a ação penal orientada
pelo princípio da legalidade e defende a legalidade democrática, nos termos da
Constituição, do respetivo estatuto e da lei.

O Ministério Público goza de estatuto próprio e de autonomia em relação aos demais


órgãos do poder central, regional e local, nos termos da lei.

A autonomia do Ministério Público caracteriza-se pela sua vinculação a critérios de


legalidade e objetividade e pela exclusiva sujeição dos magistrados do Ministério
Público às diretivas, ordens e instruções previstas na lei.

A Procuradoria-Geral da República é o órgão superior do Ministério Público e é


presidida pelo Procurador-Geral da República.

A todos é assegurado o acesso ao Direito e aos tribunais

Quem não tiver condições para suportar os custos de um processo, tem direito
a proteção jurídica. A proteção jurídica pode ser pedida por cidadãos nacionais e da
União Europeia, bem como por estrangeiros e apátridas com título de residência válido
num Estado membro da União Europeia.

Você também pode gostar