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COMENTÁRIOS ÀS PETIÇÕES INICIAIS ELABORADAS
PELOS ALUNOS – GRUPO A
No articulado, as partes
devem, em regra, ser
identificadas por
1º referência à sua posição
A sociedade “Confecções Mil Fios, processual e não por
Lda.”, sediada no Porto, (dedica-se à recurso ao seu nome ou
confecção e comercialização de artigos têxteis denominação social.
para o lar.
A sede da Autora já
consta do intróito.
(…)
(…)
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COMENTÁRIOS ÀS PETIÇÕES INICIAIS ELABORADAS
PELOS ALUNOS – GRUPO A
10º
Em 4 de Outubro de 2010 a A. enviou
uma carta à R. reportando vários defeitos:
(…)
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COMENTÁRIOS ÀS PETIÇÕES INICIAIS ELABORADAS
PELOS ALUNOS – GRUPO A
(…)
Quem requer a perícia
deve, sob pena de
PROVA PERICIAL: rejeição, indicar o
objecto da perícia e as
Requer-se realização de perícia ao programa questões de facto que
informático , nos termos do artigo 568º do se pretende esclarecer
Código de Processo Civil. com a diligência.
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COMENTÁRIOS ÀS PETIÇÕES INICIAIS ELABORADAS
PELOS ALUNOS – GRUPO A
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COMENTÁRIOS ÀS PETIÇÕES INICIAIS ELABORADAS
PELOS ALUNOS – GRUPO C
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COMENTÁRIOS ÀS PETIÇÕES INICIAIS ELABORADAS
PELOS ALUNOS – GRUPO C
(…)
(…)
Não seria necessário pedir a
declaração de resolução do
Termos em que deverá ser a presente acção contrato, porque foi a A.
julgada procedente, quem resolveu o contrato
por provada e, em consequência: extra-judicialmente.
a) Declarar a resolução do contrato;
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COMENTÁRIOS ÀS PETIÇÕES INICIAIS ELABORADAS
PELOS ALUNOS – GRUPO C
PROVA:
PROVA TESTEMUNHAL: Não se percebe de que
1. João Manuel da Silva Marques, empresa é administrador.
administrador , residente na Rua da Se for administrador da
Alegria, n.º 32, Porto; A. ou da R. não pode
depor como testemunha.
(…)
Falta indicar o
domicílio profissional
O Advogado , do Mandatário Judicial
ou apor o carimbo do
Advogado que
contenha tal
informação ou, então,
apresentar o
articulado em papel
timbrado do
Advogado.
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PETIÇÃO INICIAL DO CASO DOS ALUNOS
VERSÃO OFICIAL
PETIÇÃO INICIAL DO CASO DOS ALUNOS – VERSÃO
OFICIAL
Exmo. Sr. Juiz de Direito das Varas
Cíveis da Comarca do
PORTO
CONFECÇÕES MIL FIOS, LDA., com sede na Rua da Alegria, n.º 323, no Porto, e
número de identificação de pessoa colectiva 501 502 503, vem intentar a presente
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PETIÇÃO INICIAL DO CASO DOS ALUNOS – VERSÃO
OFICIAL
I) DOS FACTOS
1.º
A A. dedica-se à confecção e ao comércio de artigos têxteis para o lar, tais
como atoalhados e lençóis.
2.º
A aqui R. dedica-se à concepção, desenvolvimento e implementação de
soluções informáticas, bases de dados e outras funcionalidades de desenvolvimento
informático.
3.º
No dia 31 de Março de 2010, a A. celebrou com a R. um contrato no qual esta
se comprometeu a fornecer e instalar um software de gestão “TL”, conforme resulta do
dito contrato que adiante se junta como documento n.º 1.
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PETIÇÃO INICIAL DO CASO DOS ALUNOS – VERSÃO
OFICIAL
4.º
De acordo com os termos do contrato celebrado entre a A. e a R., este tinha
por objecto:
a) A implementação de um software que permitisse a gestão dos fluxos de compra de
matéria-prima e de venda de mercadoria/produto final acabado e a gestão de stock,
ou seja, da mercadoria/existências em armazém;
b) Costumização do referido programa informático, ou seja, uma adaptação do mesmo
à realidade concreta da empresa;
c) Realização de sessões de formação adequada aos funcionários da A. que,
previsivelmente, lidassem com o sistema informático.
5.º
O preço total do contrato foi fixado em 60.000€ (sessenta mil euros).
6.º
Esse preço total foi dividido em montantes iguais de 20.000€ (vinte mil euros),
como a seguir se indica:
a) Fornecimento de licenças “TL” – 20.000€;
b) Serviços de implementação e teste – 20.000€;
c) Formação – 20.000€.
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PETIÇÃO INICIAL DO CASO DOS ALUNOS – VERSÃO
OFICIAL
7.º
A A. pagou a totalidade do valor estipulado no contrato, conforme consta do
documento de quitação (cf. documento nº 2).
8.º
O termo do prazo para a implementação do software era 31 de Julho de 2010,
9.º
não obstante esta ter ocorrido apenas em 30 de Agosto de 2010, ou seja, 29
dias após o prazo acordado - cf. declaração das partes que se junta como documento nº
3.
10.º
Quando o sistema foi testado, pela primeira vez, em 15 de Setembro de 2010,
a A. verificou que este não cumpria o previsto no contrato celebrado (cfr. documento nº
1).
11.º
Face a esta circunstância, a A. enviou, em 4 de Outubro de 2010, uma carta,
que aqui se dá por integralmente reproduzida (crf. documento nº 4), dirigida à R.,
reportando-lhe vários defeitos do software, entre os quais,
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PETIÇÃO INICIAL DO CASO DOS ALUNOS – VERSÃO
OFICIAL
12.º
O sistema não permitia um cruzamento eficiente de informação entre os
clientes e os escritórios da A.;
13.º
Não se registou qualquer poupança de tempo;
14.º
A gestão dos recursos humanos no processamento de inventário das
existências em stock não se tornou mais eficiente;
15.º
O sistema não permitia organizar os stocks por tipo de produto e respectivas
dimensões.
16.º
Na sequência do envio desta comunicação, mais concretamente, no dia 18 de
Outubro de 2010, a R. respondeu à carta enviada pela A. (cf. documento nº 5).
17.º
Nessa carta não foram apresentadas quaisquer soluções aos problemas
enunciados.
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PETIÇÃO INICIAL DO CASO DOS ALUNOS – VERSÃO
OFICIAL
18.º
Não passando a mesma duma mera tentativa da R. se eximir da
responsabilidade pelos defeitos verificados no seu software.
19.º
Certo é que os defeitos se mantiveram.
20.º
Perante esta situação a A. sofreu graves prejuízos, entre os quais:
21.º
Reclamações e perda de clientes e fornecedores, de que os e-mails agora
juntos sob os n.ºs 6 e 7 são meros exemplos;
22.º
Dificuldades na gestão corrente da empresa (cf. documento nº 8);
23.º
Perda de liquidez em virtude da falta de controlo dos stocks (cf. documento nº
9).
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PETIÇÃO INICIAL DO CASO DOS ALUNOS – VERSÃO
OFICIAL
24.º
Para solucionar os problemas em questão, a A. realizou várias tentativas de
contactar com a R., designadamente pelo envio dos e-mails que aqui se juntam sob os
n.ºs 10, 11 e 12.
25.º
Face à inércia da R., em 25 de Outubro de 2011, a A. comunicou à R. a
resolução do contrato, cf. carta que aqui se junta como documento n.º 13.
26.º
Nessa data, a A. interpelou a R. para proceder à devolução do preço pago em
virtude do contratado.
27.º
Todavia, como a R. nunca procedeu à devolução nem se prontificou a reparar
os vícios enunciados, viu-se a A. compelida a intentar a presente acção,
28.º
De modo a obter o reembolso do preço pago e ainda a compensação pelos
prejuízos referidos nos artigos 20.º a 23.º,
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PETIÇÃO INICIAL DO CASO DOS ALUNOS – VERSÃO
OFICIAL
29.º
Ou seja, danos emergentes e lucros cessantes, que, para já, é possível
quantificar no valor de 50.000,00€ (cinquenta mil euros), mas que se continuarão a
produzir na esfera jurídica da A., pelo que se relega a respectiva liquidação final para
execução de sentença.
II) DO DIREITO
30.º
Durante a negociação do contrato a A. agiu de boa fé e de acordo com as
práticas habituais do comércio.
31.º
Por sua vez, conforme o facto descrito nos artigos 8.º e 9.º, a conduta da R.
não correspondeu, desde logo, às expectativas acordadas.
32.º
As situações descritas nos artigos 11.º a 15.º consubstanciam um cumprimento
defeituoso do contrato.
33.º
A R. tinha o dever de reparação dos defeitos do produto implementado.
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PETIÇÃO INICIAL DO CASO DOS ALUNOS – VERSÃO
OFICIAL
34.º
Não tendo sido corrigidos os defeitos, a A. resolveu o contrato.
35.º
Em consequência da resolução, a A. tem direito à restituição do valor pago e à
compensação pelos restantes danos verificados, conforme acima se expos.
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PETIÇÃO INICIAL DO CASO DOS ALUNOS – VERSÃO
OFICIAL
PROVA:
c) PROVA TESTEMUNHAL:
4. José António dos Santos Pimenta, professor, residente na Rua de Baixo, lote 10,
Porto.
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PETIÇÃO INICIAL DO CASO DOS ALUNOS – VERSÃO
OFICIAL
5. Maria José Figueiredo Lopes, engenheira informática, residente na Rua
25 de Abril, n.º 2, Porto.
7. Pedro da Silva Lopes, industrial, residente na Rua de Cima, n.º 50, Porto.
O Advogado,
___________________________
Com domicílio profissional na Rua
Diogo Botelho, n.º 1327,
4169-005 Porto
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EXEMPLO DE NOTA DE CITAÇÃO
NOTA DE CITAÇÃO
24
CONTESTAÇÃO
CONTESTAÇÃO
Quando o juiz considere que ocorre motivo ponderoso que impeça ou dificulte
anormalmente ao réu ou ao seu mandatário judicial a organização da defesa, pode, a
requerimento deste e sem a prévia audição da parte contrária, prorrogar o prazo da
contestação, até ao limite máximo de 30 dias – art.º 569.º, n.º 5.
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CONTESTAÇÃO
Ao contestar o réu deve tomar posição definida perante os factos que constituem a
causa de pedir invocada pelo autor.
Consideram-se admitidos por acordo os factos que não forem impugnados, salvo se
estiverem em oposição com a defesa considerada no seu conjunto, se não for
admissível confissão sobre eles ou se só puderem ser provados por documento escrito.
Se o réu declarar que não sabe se determinado facto é real, a declaração equivale a
confissão quando se trate de facto pessoal ou de que o réu deva ter conhecimento e
equivale a impugnação no caso contrário.
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CONTESTAÇÃO
individualizar a acção;
28
CONTESTAÇÃO
Toda a defesa deve ser deduzida na contestação, excepto os incidentes que a lei
mande deduzir em separado.
29
CONTESTAÇÃO
Impugnação:
quando contradiz os factos articulados na petição;
quando afirma que esses factos não podem produzir o efeito jurídico
pretendido pelo autor.
Excepção:
quando alega factos que obstam à apreciação do mérito da acção;
quando alega factos que servem de causa impeditiva, modificativa ou extintiva
do direito invocado pelo autor e determinam a improcedência total ou parcial
do pedido.
30
CONTESTAÇÃO
EXCEPÇÕES:
Dilatórias:
São as que obstam a que o tribunal conheça do mérito da causa e dão lugar à
absolvição da instância ou à remessa do processo para outro tribunal.
Exemplos:
Incompetência, absoluta ou relativa, do tribunal;
Peremptórias:
São as que importam a absolvição total ou parcial do pedido e consistem na
invocação de factos que impedem, modifiquem ou extinguem o efeito jurídico
dos factos articulados pelo autor.
31
CONTESTAÇÃO
Excepções:
incompetência absoluta decorrente da violação de pacto privativo de jurisdição
ou da preterição de tribunal arbitral voluntário;
incompetência relativa nos casos não abrangidos pelo disposto no art. 104.º.
32
CONTESTAÇÃO
EXCEPÇÕES PEREMPTÓRIAS
Condição resolutiva
Caducidade Factos extintivos
Prescrição
33
CONTESTAÇÃO
34
CONTESTAÇÃO
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CASO DA AULA
CONTESTAÇÃO
CASO DA AULA - CONTESTAÇÃO
1º
A presente acção improcede de facto e de direito, sendo destituída de todo e
qualquer fundamento e sentido de razoabilidade conforme melhor se evidenciará.
2º
A presente acção não passa de uma manobra temerária dos AA. de se
tentarem furtar às obrigações e acordos que voluntariamente assumiram.
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CASO DA AULA - CONTESTAÇÃO
Isto Posto:
3º
Aceitam-se por corresponderem à verdade os factos alegados nos artigos 1º,
2º, 3º, 7º (desde o início até “prorrogação do prazo”), 8º (apenas na que se refere à
não aceitação da prorrogação de prazo requerida), 10º, 11º (apenas na parte em que
refere que o A. Marido não compareceu à escritura no dia 31.01.2012) e 12º a 20º da
petição inicial.
4º
A Ré desconhece, sem obrigação de conhecer, o que equivale a impugnação,
nos termos e para os efeitos constantes do disposto no artigo 574.º, n.º 3, do Código
de Processo Civil os factos constantes dos artigos 5º e 6º do articulado a que se
responde.
5º
Impugnam-se especificadamente um a um e todos no seu conjunto os factos
constantes dos artigos 4º, 9º e 21º da petição inicial.
6º
Impugnam-se, ainda, os factos alegados nos artigos 25º, 27º e 28º da petição
inicial que, embora apresentados sob a epígrafe “O Direito”, integram alegações de
matéria de facto.
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CASO DA AULA - CONTESTAÇÃO
I – Os Factos
7º
Os AA litigam com manifesta má fé, uma vez que deliberadamente omitiram
factos relevantes para a decisão do caso sub judice.
8º
Com efeito, a Ré desconhecia em absoluto que os AA iriam adquirir a fracção
autónoma objecto do contrato promessa de compra e venda mediante recurso ao
crédito bancário, uma vez que durante a fase das negociações tal questão nunca foi
suscitada.
9º
O que implica, naturalmente, o desconhecimento de tudo quanto vem alegado
nos artigos 5º e 6º da petição inicial.
10º
Não referem os AA no seu articulado que no contrato promessa em causa, os
AA e a Ré se tenham obrigado a realizar a escritura pública do contrato prometido
impreterivelmente até ao dia 31 de Janeiro de 2012.
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CASO DA AULA - CONTESTAÇÃO
11º
No n.º 1 da cláusula 4.ª do contrato promessa já junto aos autos pode ler-se
“a escritura pública de compra e venda terá que ser outorgada até ao dia 31 de
Janeiro de 2012 (…)” (sublinhado nosso).
12º
Conforme decorre da aludida cláusula contratual, os AA e R. estabeleceram,
deste modo, um termo essencial para o cumprimento da promessa feita, isto é, a
celebração do contrato prometido.
13º
A essencialidade da observância do prazo estabelecido para a celebração do
contrato prometido resultou do facto de a R. ter decido proceder à venda do imóvel
melhor identificado no artigo 1º da petição inicial para poder adquirir um outro, sito
na Foz do Douro, na cidade do Porto.
14º
Ora, o prazo para a celebração da escritura de compra e venda do referido
imóvel sito na Foz do Douro acabava, por exigência dos vendedores, em 1 de
Fevereiro de 2012 (conforme decorre da cláusula 3.ª do contrato promessa que se
junta como documento n.º 1 e aqui se dá por integralmente reproduzido para todos os
devidos e legais efeitos).
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CASO DA AULA - CONTESTAÇÃO
15º
É verdade que em 20.01.2012 o A. marido enviou à R. a carta que se encontra
junta aos autos como documento n.º 5 da petição inicial, nos termos da qual apenas
informava que se encontrava impossibilitado de celebrar a escritura pública de compra
e venda até à data acordada, pelo que solicitava uma prorrogação do respectivo
prazo.
16º
Refira-se, em abono da verdade, que, conforme aliás decorre do próprio
documento junto pelos AA, não foi apresentado qualquer motivo credível para a
pretendida prorrogação do prazo,
17º
O que levou a que a R. se visse na contingência de endereçar aos AA a carta
que se encontra junta aos autos como documento n.º 6 da petição inicial.
18º
De acordo com a aludida comunicação, foram os AA advertidos de que
deveriam comparecer na data, na hora e no local indicados, tendo em vista a outorga
do contrato prometido, sob pena de faltando, a aqui R. considerar definitivamente
incumprido o contrato, com todas as cominações legais.
41
CASO DA AULA - CONTESTAÇÃO
19º
Sucede que, nos dia e local aprazados, os AA não compareceram, conforme foi
certificado pelo Notário do Cartório Notarial da Boavista (cfr. documento n.º 2 que
adiante se junta e aqui se dá por integralmente reproduzido para todos os devidos e
legais efeitos).
20º
Refira-se que a R., na hora designada para a celebração da escritura pública,
constatando a ausência dos AA, entrou em contacto com o Senhor Luís Filipe Santos
Campos, mediador imobiliário que havia angariado o negócio e foi por este informada
que aqueles não iriam comparecer à escritura, uma vez que não tinham obtido o
dinheiro necessário para proceder ao pagamento do remanescente do preço em falta.
21º
Em face desta ausência dos AA. na escritura pública de compra e venda, a R.
não teve outra alternativa que não fosse proceder à comunicação de que, em virtude
daqueles não terem procedido à outorga da escritura até ao termo do prazo acordado,
esta considerava resolvido o contrato promessa, com todas as legais consequências,
nomeadamente, a perda do sinal, como resulta do documento n.º 3 que adiante se
junta e aqui se dá por integralmente reproduzido para todos os devidos e legais
efeitos).
42
CASO DA AULA - CONTESTAÇÃO
22º
Conforme já supra se deixou evidenciado, a R. no mês de Novembro de 2011,
havia assinado um contrato promessa de compra e venda para a compra de um
imóvel sito na Foz do Douro.
23º
Este negócio estava naturalmente condicionado à conclusão do negócio
projectado e prometido com os AA.
24º
A celebração do contrato prometido relativamente à casa da Foz do Douro
encontrava-se designado para o dia 01.02.2012.
25º
Pelo que, face à não celebração da escritura com os AA., a R viu-se na
contingência de solicitar uma prorrogação de prazo ao promitente vendedor da casa
da Foz, o Sr. Fernando Mamede.
26º
Facto a que o Sr. Fernando Mamede acedeu, prorrogando-se assim o prazo por
15 dias.
43
CASO DA AULA - CONTESTAÇÃO
27º
No entanto, este novo prazo concedido pelo Sr. Fernando Mamede à aqui R.
não poderia, por exigência daquele, ser objecto de nova prorrogação.
28º
Na verdade, conforme decorre da comunicação enviada pelo Sr. Fernando
Mamede à R., a celebração do contrato definitivo relativo ao andar da Foz do Douro
“terá que se fazer impreterivelmente até ao próximo dia 16/02/2012” - cfr. documento
n.º 4 que adiante se junta e aqui se dá por integralmente reproduzido para todos os
devidos e legais efeitos.
29º
Esta prorrogação permitiu que a R. conseguisse arranjar um novo comprador
para o imóvel de Matosinhos.
30º
Acabando por efectivar a venda do imóvel em 12.02.2012 a Inês Tavares.
31º
Tal situação acarretou um elevado prejuízo para a R., pois, atendendo à
urgência, a venda acabou por se efectivar por um valor abaixo do que inicialmente
havia contratado com os AA.
44
CASO DA AULA - CONTESTAÇÃO
32º
O preço da venda do andar à Inês Tavares cifrou-se em €190.000,00, ou seja,
acarretou para a R. um prejuízo de €10.000,00.
33º
Porém, esta venda permitiu à R. obter os fundos suficientes para poder
celebrar a escritura de compra e venda da casa da Foz do Douro na data limite para o
efeito acordada com o promitente vendedor.
II – O Direito
34º
A atitude dos AA, supra exposta, confere à R. o direito a fazer seus os
montantes recebidos a título de sinal, nos termos do disposto no artigo 442.º, n.º 2,
do Código Civil.
35º
Na verdade, a mora no cumprimento do contrato promessa confere ao
promitente não faltoso o direito a receber a indemnização legal, o que, no caso em
análise, se traduz no direito da R. a fazer seu o sinal pago pelos AA – neste sentido,
vide Antunes Varela, “Sobre o Contrato Promessa2, pág. 149, e Pires de Lima e
Antunes Varela, “Código Civil Anotado”, vol. I, 4.ª Edição, pág. 423.
45
CASO DA AULA - CONTESTAÇÃO
36º
Por outro lado, conforme decorre do clausulado do contrato promessa
celebrado entre as partes, estas efectivamente estabeleceram um termo essencial
para o cumprimento da promessa, pelo que a inobservância desse termo equivale ao
incumprimento definitivo do contrato promessa - Vide João Calvão da Silva, “Sinal e
Contrato Promessa”, pág. 94.
37º
Refira-se ainda que a R. ao fazer, nos termos e para os efeitos do disposto no
artigo 808.º, n.º 1, do Código Civil uma “interpelação admonitória” aos AA, converteu
a situação de mora em incumprimento definitivo.
38º
Acresce que, por todo o exposto, a R. perdeu clara e objectivamente o
interesse em celebrar o contrato prometido com os AA, uma vez que estes não
podiam comprar a fracção autónoma objecto do contrato prometido e a R. tinha
necessariamente que o vender tendo em vista não inviabilizar o cumprimento da sua
prestação no contrato promessa que havia celebrado para a casa da Foz.
39º
Sendo certo que nos termos do disposto no artigo 808.º, n.º 1, do código Civil
a perda do interesse no negócio conduz ao incumprimento definitivo.
46
CASO DA AULA - CONTESTAÇÃO
Nestes termos e nos melhores de Direito:
a) Deverá a presente acção ser julgada
improcedente por não provada e, em
consequência, ser a Ré absolvida do pedido;
b) Deverão os AA ser condenados como
litigantes de má-fé, em multa e indemnização
condigna à Ré, a determinar equitativamente
por este Tribunal, nos termos previstos nos
artigos 542.º e 543.º do CPC.
Prova:
A) Depoimento de parte:
Depoimento de parte do A marido para prova de toda a matéria alegada.
B) Testemunhas:
1. Luís Filipe Santos Campos, casado, mediador imobiliário, com domicílio profissional na
Rua do Passeio Alegre, 150, Porto;
2. Mário Jorge, casado, empresário, com domicílio na Rua de Fez, 123, Porto;
3. Rosa Maria Tavares, divorciada, com domicílio na Rua Brito 145 Matosinhos.
Valor: o da acção
O ADVOGADO,
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Este documento es meramente expositivo y debe ser interpretado conjuntamente con las explicaciones y, en su
caso, con el informe elaborado por Cuatrecasas, Gonçalves Pereira sobre esta cuestión
This document is merely a presentation and must be interpreted together with any explanations and opinions
drafted by Cuatrecasas, Gonçalves Pereira on this subject
Este documento é uma mera exposição, devendo ser interpretado em conjunto com as explicações e quando seja
o caso, com o relatório/parecer elaborada pela Cuatrecasas, Gonçalves Pereira sobre esta questão