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REGIMENTO INTERNO

PREÂMBULO

Este Regimento trata da composição da Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do


Mercosul - CJAM regula o processamento da Convenção de Mediação, Conciliação e
Arbitragem, cuja atribuição lhe é predisposta pela Lei nº. 9.307 de 23 de Setembro de
1996 e disciplina a formação e o funcionamento de suas câmaras e serviços, respeitada a
Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988 e aos Tratados Internacionais
sobre arbitragem estabelecidos pela ONU – Organização das Nações Unidas.

TÍTULO I – DA CÂMARA DE JUSTIÇA ARBITRAL E MEDIAÇÃO DO


MERCOSUL

CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º A Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul, doravante designada


CJAM, é órgão regulamentador que através de suas Câmaras estabelecidas no território
nacional e internacional, pessoas jurídicas de direito privado, legalmente constituídas,
órgãos de natureza particular, cuja competência para tratar da operacionalização de
procedimentos de Mediação, Conciliação e Arbitragem, buscando proporcionar a
solução extrajudicial de conflitos que envolvam Direito Patrimonial Disponível, através
da Mediação, Conciliação e Arbitragem, nos termos das disposições legais, desde que
com a concordância plena das partes envolvidas.

Art. 2º A CJAM, não decide por si mesmo os litígios submetidos às suas Câmaras de
Conciliação e Arbitragem; apenas instrui a operacionalização e regulamenta o
desenvolvimento dos procedimentos da Mediação, Conciliação e Arbitragem nos
parâmetros definidos por este Regimento Interno.

Parágrafo Único A operacionalização dos procedimentos de Mediação, Conciliação e


Arbitragem serão realizados por meio de suas Câmaras de Conciliação e Arbitragem,
órgãos privados que congregam o quadro de Mediadores, Conciliadores e Árbitros,
todos preparados e devidamente qualificados para o exercício da sua função.

Art. 3° Caberá à CJAM, interpretar e aplicar o presente Regimento em tudo o que se


referir à sua competência, aos seus deveres e suas prerrogativas, zelando pela
integridade desta instituição CJAM, como órgão privado, assim como de suas Câmaras
de Conciliação e Arbitragem, pautando sua atuação no respeito aos princípios éticos que
os informam e no responsável emprego de suas características, terminologia,
abrangência e alcance.
CAPÍTULO II – DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO

Art. 4º As partes, por meio de convenção de arbitragem ou contrato de


mediação/conciliação, ao avençarem submeter à mediação, conciliação ou arbitragem,
qualquer litígio à Câmara de Conciliação e Arbitragem das Regiões, concordam e ficam
vinculadas ao presente Regimento, reconhecendo a competência originária e exclusiva
da CJAM como órgão regulamentador dos procedimentos de Mediação, Conciliação e
Arbitragem.

Parágrafo Único A CJAM, não decide por si mesmo os litígios submetidos às suas
Câmaras de Conciliação e Arbitragem; apenas instrui a operacionalização e regulamenta
o desenvolvimento dos procedimentos da Mediação, Conciliação e Arbitragem nos
parâmetros definidos por este Regimento Interno.

Art. 5º As regras e condições procedimentais estabelecidas pelas partes, na clausula


compromissória ou no compromisso arbitral, que não estejam previstas neste Regimento
ou que com ele conflitem somente prevalecerão para os casos especificamente
determinados pelas partes.

Art. 6º A CJAM instrui a operacionalização e regulamenta o desenvolvimento dos


procedimentos (Mediação, Conciliação ou Arbitragem), nos parâmetros definidos pela
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, da Lei 9.307/96, por este
Regimento e pelos Tratados Internacionais sobre arbitragem estabelecidos pela ONU -
Organização das Nações Unidas.

CAPÍTULO III - ORGANIZAÇÃO DA CÂMARA DE JUSTIÇA ARBITRAL E


MEDIAÇAO DO MERCOSUL

Art. 7º A CJAM tem por objetivo regulamentar o desenvolvimento e instruir a


operacionalização dos procedimentos de Mediação, Conciliação e Arbitragem que lhe
forem submetidas, como disposto na Constituição da República Federativa do Brasil de
1988, na Lei nº. 9.307/96 e obedecidas as presentes normas constantes neste Regimento
Interno e aos Tratados Internacionais sobre arbitragem estabelecidos pela ONU –
Organização das Nações Unidas.

Art. 8º A CJAM tem competência em todo Território Nacional e nos Países integrantes
do Mercosul.

Art. 9º A CJAM é regida por uma diretoria executiva composta de Presidente e Vice-
Presidenta.

Art. 10 São órgãos da CJAM:

I. A Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul - CJAM – Franqueadora;

II. As 27 (vinte e sete) - Regiões nos Estados da República Federativa do Brasil e


Distrito Federal, distribuídas como dispõe Art. 13 deste Regimento Interno;
III. As Câmaras de Conciliação e Arbitragem conforme distribuídas nas Regiões.

Art. 11 Compete privativamente à CJAM, o provimento dos cargos de Árbitro e


Árbitro Titular.

Art. 12 As decisões disciplinares e administrativas da CJAM e de suas Câmaras de


Conciliação e Arbitragem são tomadas pelo Presidente da CJAM.

Art. 13 Competência da Presidência da CJAM.

§ 1º Compete privativamente ao Presidente da CJAM;

I. Exercer a direção superior da CJAM;

II. Representar a CJAM perante os Tribunais Superiores e outros Tribunais, bem


como, perante os demais poderes e autoridades;

III. Coordenar e supervisionar a atuação dos Árbitros Titulares das Câmaras


Arbitrais – Gestor franqueado;

IV. Prover, no sentido de que sejam aplicados o presente Regimento, os demais atos
normativos expedidos pela, CJAM, dirimindo as dúvidas suscitadas pelas
Câmaras Arbitrais-franqueadas;

V. Baixar atos normativos complementares ao Regimento Interno;

VI. Alterar o Regimento Interno da CJAM;

VII. Constituir Árbitros e Árbitros Titulares das Câmaras Arbitrais, Sócio-Gestor na


franquia;

VIII. Delegar funções específicas aos demais integrantes da CJAM-franqueadora e ao


árbitro titular, sócio-gestor na franquia, como também ao corregedor da Câmara
Arbitral-franqueada;

IX. Convocar os Árbitros Titulares das Câmaras Arbitrais - franqueada;

X. Representar a CJAM nos atos de solenidade oficiais, podendo delegar essa


função, salvo se este ato incluir manifestações decisivas em relação à CJAM-
franqueadora;

XI. Velar pelo bom andamento da CJAM, dos órgãos que lhe são subordinados e das
Câmaras Arbitrais - franqueadas;

XII. Assinar as atas das sessões de aberturas das Câmaras de Conciliação e


Arbitragem;

XIII. Implantação da CJAM, nos Estados da Federação e Paises integrantes do


Mercosul;
XIV. Organizar a estrutura da CJAM em âmbito nacional e internacional
compreendendo as Regiões e Câmaras de Conciliação e Arbitragem.
XV. Representar a CJAM perante terceiros;

XVI. Aprovar a tabela propostas pelas Câmaras Arbitrais-franqueadas, obedecendo-se


os valores mínimos e máximos do pagamento das custas e despesas da
mediação, conciliação e arbitragem e dos honorários dos mediadores,
conciliadores e Árbitros;

XVII. Convocar as reuniões das Regiões e Câmaras e presidir as que envolvam os


casos com poder de decisão, podendo nomear substituto para outros casos;

XVIII. Gerir os recursos que transitem pela CJAM;

XIX. Aprovar todas as questões relacionadas com a atuação das Regiões nos
respectivos Estados e das Câmaras de Conciliação e Arbitragem;

XX. Tipificar as sanções aplicáveis nos processos disciplinares pela infração


cometida a preceito contido no Código de Ética e Disciplina, Regimento Interno
e Contrato Social das Câmaras Arbitrais-franqueadas;

XXI. Analisar os pedidos de reconsideração ou recursos proferidos em procedimentos


administrativos, decidindo-os;

XXII. Propor política de comunicação, objetivando intermediar e estreitar a relação


entre a CJAM e as Câmaras de Conciliação e Arbitragem e terceiros;

XXIII. Orientar, verificar a legalidade e avaliar os resultados de gestão orçamentária;

XXIV. Deliberar sobre qualquer irregularidade, ilegalidade ou descumprimento dos atos


normativos imposto pela CJAM e às Câmaras de Conciliação e Arbitragem -
franqueada;

XXV. Delegar funções e constituir procuradores, salvo nos casos previstos nos incisos
anteriores;

XXVI. Elaborar através de análise e estudos técnicos a Tabela de Custas e Honorários


Padrão.

§ 2º Competência privativa da Vice-Presidência:

I. Auxiliar o Presidente no desempenho de suas funções;

II. Exercer as funções específicas que lhe seja delegadas pelo Presidente;

III. Substituí-lo em suas ausências e impedimentos.


§ 3º As competências definidas neste artigo não prejudica as que vierem estabelecidas
em outros atos normativos da Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul -
CJAM.

CAPÍTULO IV – DAS ATRIBUIÇÕES DA CJAM

Art. 14 Compete à CJAM:

§ 1º Processar e julgar, originariamente:

I. As matérias administrativas e os processos não especificados;

II. Os embargos de declaração opostos às suas decisões;

§ 2º Julgar:

I. Os recursos de natureza administrativa e os pedidos de reconsideração na


instauração de processos disciplinares atinentes aos Árbitros, Titulares ou não;

II. As reclamações contra atos de natureza administrativa de seu Presidente, por


meio de sua diretoria,

III. As reclamações contra atos de qualquer de seus membros – CJAM


franqueadora;

§ 3º Decidir sobre:

I. Realização de diligências necessárias que envolva a franquia à decisão dos feitos


administrativos determinadas pelo Árbitro Titular das Câmaras Arbitrais -
franqueada;

II. Cumprimento de suas próprias decisões;

III. Provimento dos cargos de Árbitros Titulares, sócio-gestor na franquia, e das


demais funções eventualmente criada de acordo com a necessidade a serem
estabelecidas em Atas;

IV. Convocação de Árbitros Titulares Câmaras de Conciliação e Arbitragem-


franqueada;

V. Critérios de localização de implantação das Câmaras Arbitrais - franqueadas, em


todo território nacional e internacional bem nas localidades que houver mais de
uma;
VI. Matérias de interesse geral da CJAM, não especificadas nesse Regimento,
especialmente sobre a competência dos seus demais integrantes em relação tanto
a franqueadas quanto a franqueadora.

TÍTULO II - DOS ÓRGÃOS DA CJAM.

CAPÍTULO I - DAS REGIÕES ARBITRAIS

Art. 15 A CJAM funcionará dividida em regiões distribuídas nos 27 Estados da


República Federativa do Brasil e Distrito Federal, assim divididas:

Parágrafo Único.
1ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Goiás;
2ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Distrito
Federal;
3ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Mato Grosso
do Sul;
4ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Mato Grosso;
5ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Rondônia;
6ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Acre;
7ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Amazonas;
8ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Roraima;
9ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Pará;
10ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Amapá;
11ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Tocantins;
12ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Maranhão;
13ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Piauí;
14ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Ceará
15ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Rio Grande do
Norte;
16ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Paraíba;
17ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Pernambuco;
18ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Alagoas;
19ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Sergipe;
20ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Bahia;
21ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Espírito Santo;
22ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Rio de
Janeiro;
23ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Minas Gerais;
24ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – São Paulo;
25ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Paraná;
26ª Região - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Santa
Catarina;
27 ªRegião - Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – Rio Grande do
Sul;

Art. 16 As Regiões são distribuídas entre os Estado da Federação e Distrito Federal,


com número e jurisdição fixados neste Regimento e estão administrativamente
subordinadas à CJAM.

Parágrafo Único A Região de cada Estado é composta por um conjunto de Câmaras de


Conciliação e Arbitragem.

CAPÍTULO II - DAS CÂMARAS DE CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM

SEÇÃO I – DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 17 A Câmara de Conciliação e Arbitragem é o órgão da CJAM responsável pelo


desenvolvimento dos procedimentos (mediação, conciliação e arbitragem), nos
parâmetros definidos pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, pela
Lei 9.307/96, por este Regimento Interno e nos Tratados Internacionais sobre
arbitragem estabelecidos pela ONU - Organização das Nações Unidas.

Art. 18 Integra a Câmara de Conciliação e Arbitragem – franqueada, um Árbitro


Titular da Câmara Arbitral, sócio-gestor na franquia, Diretor Executivo, Diretor
Secretario, Diretor Tesoureiro e Diretor Corregedor e um corpo permanente de Árbitros
constituídos pelo Presidente da CJAM quanto à nomeação na função de Árbitro e
Árbitro Titular.

Parágrafo Único O número de Câmaras de Conciliação e Arbitragem na Região será


composto por determinação da CJAM, com base em critérios técnicos objetivos que
identifiquem a necessidade da presença da Justiça Arbitral na localidade.

Art. 19 Compete ao Árbitro Titular da Câmara de Conciliação e Arbitragem:

I. Deliberar sobre a substituição de Árbitros nas hipóteses previstas no artigo 26 e


parágrafos desse Regimento Interno;

II. Apresentar ao Presidente da CJAM sugestões visando ao aperfeiçoamento da


atuação da Câmara de Conciliação e Arbitragem e dos procedimentos de
Mediação e Arbitragem;

III. Opinar sobre quaisquer assuntos que lhe seja submetido pela CJAM;

IV. Zelar pelo bom andamento da Câmara de Conciliação e Arbitragem;

V. Administrar os procedimentos operacionais de constituição da Câmara de


Conciliação e Arbitragem, até a conclusão do quadro societário, tomando as
devidas diligencia para regular as instruções das reclamações;

VI. Conduzir os trabalhos nas reuniões do corpo permanente de Árbitros;


VII. Autorizar pagamentos dos funcionários da Câmara de Conciliação e Arbitragem;

VIII. Assinar conjuntamente com os demais responsáveis, por ele constituído, cheques
e demais títulos de crédito e movimentação bancária da Câmara de Conciliação e
Arbitragem;

IX. Nomear procuradores judiciais e extrajudiciais, nas questões que não envolvam
poder de decisão, salvo poder especial para tanto;
X. Assinar documentos particulares ou públicos que contraem responsabilidades
para com a Câmara de Conciliação e Arbitragem, conjuntamente com os demais
Árbitros designados para o ato;

XI. Representar a Câmara de Conciliação e Arbitragem perante terceiros em


questões de interesse da Câmara de Conciliação e Arbitragem, seja social,
econômico ou financeiro;

XII. Representar junto a CJAM, o Árbitro que manter conduta em desacordo com os
bons costumes e a ordem publica e que contrarie a moral e a imagem da Câmara
de Conciliação e Arbitragem para o início do Processo Disciplinar
Administrativo;

XIII. Receber as reclamações dos demais Árbitros componentes do corpo arbitral;

XIV. Tomar as medidas necessárias para o bom andamento da Câmara de Conciliação


e Arbitragem e as submetidas por essa CJAM;

XV. Suspender temporariamente qualquer Árbitro integrante do corpo permanente de


Árbitros que incorrer em conduta grave, convocando a Assembléia Geral para
deliberar a questão e ser for o caso, representar o infrator junto ao Corregedor da
Câmara Arbitral-franqueada;

XVI. Ser o responsável pela franquia;

XVII. Deliberar acerca das Receitas e Despesas da Câmara de Conciliação e


Arbitragem;

XVIII. Cumprir e fazer cumprir esse Regimento Interno e as demais normas deliberadas
pela CJAM ou pela Câmara de Conciliação e Arbitragem;

XIX. Contratar e demitir funcionários e terceiros para gerir a atividade da Câmara de


Conciliação e Arbitragem;

XX. Fiscalizar a atuação do corpo permanente de Árbitros quanto à atuação nos


procedimentos de Mediação, Conciliação e Arbitragem;

XXI. Submeter parecer ao Presidente da CJAM resultado final sobre o exercício dos
Árbitros integrantes da Câmara de Conciliação e Arbitragem na data definida
por este.
Parágrafo Único Fica neste ato estabelecido que o Árbitro Titular é o Sócio-Gestor na
Franquia.

SEÇÃO II – DOS ÁRBITROS

Art. 20 Pode ser Árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes.

Parágrafo Único O corpo permanente de Árbitros da Câmara de Conciliação e


Arbitragem será composto pelo número determinado pela CJAM, com base em critérios
técnicos objetivos.

Art. 21 Os Árbitros serão constituídos pela CJAM, por meio de protocolo no


Ministério da Justiça e Superintendência Nacional da Polícia Federal, tendo como
requisito prévio, a declaração, por certidão negativa criminal, da qual não responde a
processo perante a Justiça Federal e Estadual, certidão negativa pessoa física e jurídica
da Receita Federal do Brasil, reconhecida capacidade e ilibada reputação.

Art. 22 Após protocolo no Ministério da Justiça e Superintendência Nacional da


Polícia Federal, os Árbitros, ficam desde logo credenciados, porém, para o exercício da
Mediação, Conciliação e da Arbitragem, terão de concluir o Curso de Arbitragem
proposto pela CJAM, ministrado por entidade competente a ser definida pela CJAM.

Art. 23 O Árbitro, no desempenho de sua função, deverá ser e manter-se independente,


imparcial, competente, diligente e discreto, respeitando o contido na convenção de
arbitragem, no Regimento Interno, Estatuto Social e no Código de Ética adotados pela
CJAM.

Art. 24 Os integrantes do corpo permanente de Árbitros não receberão da CJAM


remuneração de qualquer espécie, constituindo sua remuneração em honorários pagos
pelas partes, previstos de acordo com a Tabela de Custas fornecida pela CJAM,.

Art. 25 O corpo permanente de Árbitros reúne-se por convocação e sob a presidência


do Presidente da CJAM, para tratar de assuntos com ela relacionados, podendo ser
delegada ao Árbitro Titular competente estabelecido em portaria pelo Presidente desta
CJAM, a quem caberá a decisão final.

Art. 26 Estão impedidos de funcionar como Árbitros:

I. For parte no litígio;

II. Tenha intervindo na solução do litígio, como mandatário judicial de uma das
partes, prestado depoimento como testemunha, atuado como perito ou
apresentado parecer;

III. For cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou na colateral, até o
terceiro grau inclusive, de uma das partes;
IV. For cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou na colateral, até o
segundo grau inclusive, do advogado ou procurador de uma das partes;

V. Participar de órgão de direção ou administração de pessoa jurídica parte no


litígio, ou seja, dela cotista, acionista ou debenturista;

VI. For amigo íntimo ou inimigo de uma das partes;

VII. Alguma das partes for seu credor ou devedor, ou de seu cônjuge, ou de parente
em linha reta ou colateral até o terceiro grau;
VIII. For herdeiro presuntivo, donatário, empregador ou empregado de uma das
partes;

IX. Receber dádivas antes ou depois de iniciado o litígio, aconselhar alguma das
partes acerca do objeto da causa ou fornecer recursos para atender às despesas
do processo.

X. For interessado no julgamento da causa, em favor de uma das partes;

XI. Ter atuado como Mediador ou Conciliador antes da instituição da arbitragem;

XII. For a pessoa que trouxe a causa para a CJAM, seja como procurador, Árbitro ou
que tenha algum interesse no litígio;

XIII. For parte em litígio análogo, em qualquer Câmara de Conciliação e Arbitragem.

Parágrafo Único Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos incisos anteriores,
compete ao Árbitro, a qualquer momento, declarar seu impedimento e recusar sua
nomeação, ou apresentar sua renúncia mesmo que tenha sido indicado por ambas as
partes, ficando pessoalmente responsável pelos danos que vier a causar pela
inobservância desse dever.

TÍTULO III - NORMAS GERAIS DE MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E


ARBITRAGEM.

CAPÍTULO I – DISPOSIÇOES GERAIS

Art. 27 As pessoas capazes de contratar poderão valer-se do procedimento de


Mediação, Conciliação e Arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos
patrimoniais disponíveis.

Art. 28 As partes interessadas podem submeter à solução de seus litígios ao Juízo


Arbitral mediante Convenção de Arbitragem, assim entendida a Cláusula
Compromissória e o Compromisso Arbitral ou mediante contrato de
Mediação/Conciliação.
Parágrafo Único A Arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério das
partes, às quais será lícito também convencionar que ela se realize com base nos
princípios gerais de direito, nos usos e costumes ou nas regras internacionais de
comércio.

Art. 29 Os serviços da CJAM visam proporcionar o cumprimento de seu Regimento


Interno e de seus atos correlatos, restringindo à Câmara de Conciliação e Arbitragem ou
ao Árbitro a responsabilidade pelo desenvolvimento e a consecução dos objetivos
acordados na Convenção de Mediação, Conciliação e Arbitragem e em outros
instrumentos relacionados à Arbitragem.

Art. 30 As partes que avençarem submeter o conflito à Mediação ou Arbitragem,


utilizando-se dos serviços da CJAM, aceitam e adotam o presente Regimento Interno
vigente à época do pedido de instituição da Arbitragem à Câmara de Conciliação e
Arbitragem, salvo disposição contraria às partes, caso em que poderão sofrer as
modificações acordadas em Cláusula Compromissória ou em termo de Compromisso
Arbitral, limitando-se a sua aplicação ao caso específico.

SEÇÃO I - DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO

Art. 31 As normas no presente Regimento para a Mediação, Conciliação e Arbitragem


da CJAM, aplicar-se-á às Câmaras de Conciliação e Arbitragem quando as partes
preverem a competência destas para dirimir os conflitos solucionáveis por Mediação ou
Arbitragem.

§ 1º O mesmo procedimento aplicar-se-á nos casos em que uma das partes solicite
unilateralmente que a Câmara de Conciliação e Arbitragem atue em um procedimento
de Mediação e/ou Arbitragem com o fim de resolver o conflito que mantém com a parte
contrária.

§ 2º A CJAM recomenda a quem desejar submeter seus conflitos aos procedimentos de


Conciliação e Mediação, por meio de suas Câmaras de Conciliação e Arbitragem, a
inclusão da seguinte cláusula em seus contratos e transações:

I – Conciliação

"Todas as controvérsias ou desentendimentos surgidos em razão do


presente contrato serão resolvidos amigavelmente pela participação de
um Conciliador designado pelo Tribunal de Justiça Arbitral e Mediação
do Mercosul, sendo aplicável o procedimento previsto no Regimento do
mesmo órgão."

II – Mediação

“Se uma controvérsia surgir em razão deste contrato, as partes


convencionam, desde já, que primeiramente irão buscar uma solução por
meio da mediação, fundada no princípio da boa-fé, antes de recorrer a
outros meios judiciais ou extrajudiciais para resolução de controvérsias,
elegendo o Tribunal de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul, para
atuar no referido procedimento”.

III – Arbitragem

“As partes de comum acordo comprometem-se a resolver toda e


qualquer controvérsia que surgir da interpretação ou execução do
presente contrato, por arbitragem, de acordo com o que determina a Lei
Federal de nº. 9.307/96 e as normas e regulamentos do Tribunal de
Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul – TJAMME. Este pacto tem
valor como Cláusula Compromissória em todos os negócios que forem
realizados entre as partes que o assinarem.”

Assinam:

CONTRATANTE CONTRATADO

E por estarem assim, justos e acordados, assinan o presente Contrato em


2 (duas) vias de igual forma, teor e validade.

CAPÍTULO II - DA MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO

SEÇÃO I – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Art. 32 Conciliação: É um método extrajudicial de solução de conflito em que as


partes, através da interferência de um terceiro orientador - o Conciliador, resolvem a
controvérsia por si mesmas, por meio de um acordo. O Conciliador colabora, se
necessário, com as partes, fazendo sugestão de acordo, interagindo com as mesmas, na
busca de uma composição amigável do conflito.

Art. 33 Mediação: É um método extrajudicial de solução de conflito por intermédio do


qual duas ou mais partes buscam obter uma solução consensual que possibilite preservar
o relacionamento entre elas. Para isso, recorrem a um terceiro facilitador - o Mediador -
especialista imparcial, competente, diligente, com credibilidade e comprometido com o
sigilo, que estimule, viabilize a comunicação e auxilie na busca da identificação dos
reais interesses envolvidos.

SEÇÃO II - DAS PARTES E DOS PROCURADORES

Art. 34 Somente as pessoas físicas capazes e pessoas jurídicas devidamente


constituídas poderão propor procedimento de Conciliação e/ou Mediação por meio do
contrato de Mediação/Conciliação.
Art. 35 As partes deverão participar do processo pessoalmente. Na impossibilidade
comprovada de fazê-lo, poderão se fazer representar por uma outra pessoa, através de
CARTA DE REPRESENTAÇÃO que outorgue poderes de decisão.

Art. 36 As partes poderão se fazer acompanhar por advogados e assessores técnicos, e


outras pessoas de sua confiança ou escolha, desde que estas últimas presenças sejam
convencionadas entre as partes e consideradas pelo Conciliador ou Mediador úteis e
pertinentes ao necessário equilíbrio do processo.

§ 1º As partes poderão postular por intermédio de advogado, sendo respeitada a


faculdade de designar quem as represente ou assista no procedimento arbitral.

§ 2º Se uma das partes comparecer assistida por advogado, ou se tratar de pessoa


jurídica ou firma individual, poderá a outra parte contratar, se quiser, advogado da
Câmara de Conciliação e Arbitragem, ou constituir seu advogado.

§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes especiais

SEÇÃO III - DO REQUERIMENTO DE CONCILIAÇÃO E/OU MEDIAÇÃO

Art. 37 A parte que desejar recorrer à Conciliação ou Mediação deve apresentar um


requerimento à Câmara de Conciliação e Arbitragem, onde exporá, de maneira sucinta,
o objeto do conflito, acompanhado do comprovante do pagamento das custas iniciais, de
acordo com a Tabela de Custas da CJAM.

§ 1º O requerimento poderá ser protocolado por uma ou ambas as partes.

§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar, desde logo,
a extensão da obrigação.

§ 3º O pedido oral será reduzido a termo pelo Árbitro da Câmara de Conciliação e


Arbitragem, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou formulários impressos ou
software fornecido pela CJAM.

Art. 38 A parte requerente, ao solicitar a Mediação/Conciliação, deverá anexar o


comprovante de pagamento da Taxa de Administração e de Registro ou Custas Iniciais
de Mediação/Conciliação, de conformidade com a Tabela de Custas e Honorários da
CJAM

§ 1º Verificada a falta de um ou mais dos elementos previstos no caput desse artigo, a


Câmara de Conciliação e Arbitragem, solicitará à parte requerente que, no prazo de 10
(dez) dias, efetue a respectiva complementação.

§ 2º Transcorrido esse prazo sem o cumprimento, será a solicitação arquivada, sem


prejuízo de ser renovada oportunamente.
Art. 39 Registrado o requerimento, independentemente de distribuição e autuação, o
Árbitro da Câmara de Conciliação e Arbitragem, designará a sessão de Conciliação ou
Mediação.

Parágrafo Único A Câmara de Conciliação e Arbitragem informará às partes


previamente a data da sessão, caso não ocorra de imediato, bem como hora e local. A
tolerância máxima para atrasos é de 30 minutos.

Art. 40 Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á, desde logo, a


sessão de Conciliação ou Mediação, dispensando-se o registro prévio de pedido e a
convocação.

SEÇÃO IV - DA CONVOCAÇÃO DO (A) REQUERIDO (A)

Art. 41 A Câmara de Conciliação e Arbitragem notificará a parte requerida, anexando


cópia do contrato objeto do litígio, solicitando-lhe que, no prazo de 05 (cinco) dias, se
manifeste sobre a proposta da parte requerente comparecendo à sessão de tentativa de
composição amigável.

Art. 42 Transcorrido o prazo mencionado no item anterior, caso o (a) requerido (a) se
manifeste a favor da instituição de Mediação/Conciliação, será lavrado o contrato
conforme discriminado no artigo 51.

Art. 43 Caso não haja manifestação da parte requerida, ou, em havendo, tenha sido
contrária, será comunicada a parte requerente por escrito e arquivar-se-á a solicitação
sem prejuízo de ser renovada oportunamente.

Parágrafo Único Nova convocação poderá ser expedida se assim entender válido o
Árbitro Titular da Câmara de Conciliação e Arbitragem, desde que haja comum acordo
com a parte requerente.

Art. 44 Para todos os efeitos do presente Regimento, as convocações e comunicações


serão efetuadas por Mensageiro Oficial Arbitral, ou por meio de registro postal ou via
registral (cartórios de registro de títulos e documentos) mediante a remessa dos
documentos originais ou cópias.

§ 1º Tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao


encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado.

§ 2º A convocação conterá cópia do Pedido Inicial - Requerimento, dia e hora para


comparecimento do(a) requerido(a) à sessão de Mediação/Conciliação.

§ 3º Se à parte foi enviada a convocação ou comunicação através de registro postal,


será considerada, para efeitos de inicio da contagem de prazos previamente
estabelecidos; a data da postagem da respectiva confirmação por meio de carta
registrada ou da data de entrega ao courrier. Se a ciência do ato der-se exclusivamente
por via registral, considera-se iniciado o prazo na data do cumprimento da diligência
pelo serviço registral de títulos e documentos.
SEÇÃO V – DA DESIGNAÇÃO DOS CONCILIADORES E/OU MEDIADORES

Art. 45 Comparecendo as partes para a sessão preliminar, a Secretaria da Câmara de


Conciliação e Arbitragem designara um Mediador ou Conciliador integrante do quadro
de Conciliadores e Mediadores da Câmara, para conduzir a sessão conciliatória, se
assim, as mesmas convencionarem.

Parágrafo Único As partes poderão de comum acordo, estabelecer o processo de


escolha dos mediadores e/ou conciliadores, ou adotar as regras da Câmara de
Conciliação e Arbitragem.

Art. 46 Poderão ser nomeados Conciliadores ou Mediadores, os integrantes da Lista de


Conciliadores e Mediadores da Câmara de Conciliação e Arbitragem do CJAM, desde
que não estejam impedidos nos termos da lei e das regras subseqüentes e que tenham
seus nomes aprovados pelas partes interessadas.

§ 1º Em caso de nomeação de Conciliador ou Mediador não integrante do quadro da


Câmara de Conciliação e Arbitragem este será convocado pela Secretaria da Câmara de
Conciliação e Arbitragem através da unidade eleita, e assinará TERMO DE
COMPROMETIMENTO perante a instituição, comprometendo-se a se submeter a
todos os procedimentos regimentais da mesma antes de firmar seu compromisso com as
partes, devendo ser aprovado por esta, através de decisão do Árbitro Titular.

§ 2º Em caso de a Câmara de Conciliação e Arbitragem não aprovar a nomeação do


Conciliador ou Mediador indicado pelas partes, tal aspecto será ressalvado e
fundamentado por escrito em ata, antes de se iniciar o procedimento adotado, facultando
às partes outra indicação ou o arquivamento do procedimento instaurado.

Art. 47 Nomeado o Mediador e/ou Conciliador, este, antes de iniciar a condução da


Sessão Conciliatória, assinará termo de independência, confirmando sua imparcialidade,
independência, competência, diligência e discrição.

Art. 48 O Conciliador e/ou Mediador dirigirá o procedimento preservando sempre a


autonomia da vontade das partes, devendo centrar sua atuação nesta premissa.

§ 1º O Conciliador participará ativamente do procedimento de Conciliação, interagindo


com as partes, auferindo alternativas e outras propostas.

§ 2º O Mediador atuará em conjunto com as partes, auxiliando na condução do


procedimento da Mediação, levando as partes a adotarem os meios para
autocomposição.

Art. 49 O Conciliador ou o Mediador observará em cada caso os procedimentos que


reputar mais justo e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do bem
comum.
Art. 50 O Conciliador ou o Mediador, no desempenho de suas funções, deverá
proceder com imparcialidade, independência, competência, diligência e discrição,
observando sempre a aplicação deste Regimento e do Código de Ética e Disciplina

§ 1º O Conciliador ou o Mediador estará impedido de atuar em qualquer procedimento


judicial ou arbitral relacionado com a controvérsia objeto da Conciliação ou Mediação,
seja como Árbitro, como representante ou assessor de uma das partes.

§ 2° As partes não poderão chamar o Conciliador ou Mediador como testemunha nos


procedimentos judicial ou arbitral.

SEÇÃO VI - DO CONTRATO DE MEDIAÇÃO/CONCILIAÇÃO

Art. 51 Na data, local e hora previamente fixados, a Câmara de Conciliação e


Arbitragem, com a assistência das partes e/ou seus procuradores ou advogados, lavrará
o CONTRATO DE MEDIAÇÃO/CONCILIAÇÃO, o qual conterá:

I. O nome, qualificação e endereço das partes, bem como dos seus respectivos
procuradores ou advogados, se houver, e caso acordado entre as partes,
delegação à Câmara de Conciliação e Arbitragem que designe o(s)
Mediador/Conciliador(s);

II. O nome e qualificação dos Mediadores/Conciliadores pelas partes indicados,


bem como dos seus respectivos substitutos, se assim for convencionado;

III. A matéria que será objeto da Mediação/Conciliação;

IV. A responsabilidade das partes pelo pagamento das custas e honorários;

V. O lugar da Mediação/Conciliação.

Art. 52 Após a lavratura do CONTRATO DE MEDIAÇÃO/CONCILIAÇÃO pelas


partes, procuradores e ou advogados, a Câmara de Conciliação e Arbitragem fará a
sessão de Conciliação/Mediação, com intuito que as partes cheguem a um acordo.

SEÇÃO VII - DA SESSÃO NO PROCEDIMENTO DE CONCILIAÇAO E/OU


MEDIAÇÃO

Art 53 Aberta a sessão, as partes, preliminarmente, serão esclarecidas pelo Conciliador


ou Mediador sobre as características da instituição como órgão de iniciativa privada e
sobre o procedimento que ali será instaurado e que as mesmas não estão obrigadas a
permanecerem ali se assim não lhes for da vontade, salvo se convencionado
anteriormente em clausula compromissoria.

Parágrafo Único Concordando as partes com a continuidade da sessão, o Conciliador


ou Mediador pedirá autorização destas para conduzir a sessão conciliatória, ou se
desejarem nomear outro profissional, explicando sobre as vantagens dos mecanismos
extrajudiciais de solução de conflito na busca de uma solução amigável de litígios, o
que ali se objetiva.

SUBSEÇÃO I - DO PROCEDIMENTO DA CONCILIAÇÃO

Art. 54 Aberta a sessão, o Conciliador esclarecerá às partes presentes sobre as


vantagens da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do litígio.
Art. 55 A conciliação será conduzida pelo Conciliador, estando as partes sob sua
orientação.

Art. 56 O Conciliador deverá atuar com eqüidade, raciocinando sobre as diversas


argumentações propostas pelas partes e propiciando a apresentação de solução das
questões controversas.

SUBSEÇÃO II - DO PROCEDIMENTO DA MEDIAÇÃO

Art. 57 Escolhida a mediação como melhor alternativa para composição do litígio, o


procedimento será iniciado com uma entrevista que cumprirá os seguintes
procedimentos:

I. As partes serão esclarecidas sobre o processo da mediação, seus procedimentos e


suas técnicas;

II. As partes deverão descrever a controvérsia e expor as suas expectativas;

Art. 58 Reunidas, após a escolha do Mediador, e com a sua orientação, as partes


deverão firmar o termo de Mediação onde fiquem estabelecidas:

I. A agenda de trabalho;

II. Os objetivos da mediação proposta;

III. As regras de procedimento, ainda que sujeitas à redefinição negociada, a


qualquer momento, durante o processo;

IV. As pessoas que as representarão, mediante procuração com poderes de decisão


expressos, ou as acompanharão, se for o caso;

V. O lugar da mediação, ou, se assim o desejarem, deixar a critério da instituição ou


entidade organizadora do serviço;

VI. Os custos e forma de pagamento da mediação, observado o disposto neste


Regimento.
Art. 59 O Mediador cuidará para que haja equilíbrio de participação, informação e
poder decisório entre as partes.

Art. 60 Salvo se as partes dispuserem em contrário, ou a lei impedir, o Mediador


poderá:

I. Aumentar ou diminuir qualquer prazo;

II. Interrogar, no sentido de esclarecer, o que entender necessário para o bom


desenvolvimento do procedimento;

III. Solicitar às partes que procurem toda informação técnica e legal necessária para
a tomada de decisões.

Art. 61 O Mediador poderá conduzir os procedimentos da maneira que considerar


apropriada, levando em conta as circunstâncias, o estabelecido na negociação com as
partes e a própria celeridade do processo.

Art. 62 Os documentos apresentados durante a mediação deverão ser devolvidos às


partes, após análise.

Art. 63 O Mediador não poderá ser responsabilizado por quaisquer das partes por ato
ou omissão relacionado com a mediação conduzida de acordo com as normas éticas e
regras com as partes acordadas.

SEÇÃO VIII – NORMAS GERAIS DOS PROCEDIMENTOS NA SESSÃO DE


CONCILIAÇÃO E/OU MEDIAÇÃO

Art. 64 Os procedimentos são sigilosos, sendo vedado aos media e poderão realizar-se
em horário de conveniência das partes, desde que previamente ajustado, conforme
dispuserem as normas de organização da instituição.

Art. 65 Os prazos que serão fixados pelo Conciliador ou Mediador serão peremptórios
e improrrogáveis, computando-se os dias úteis e não úteis. Se o dia do vencimento do
prazo não for útil no lugar do desenvolvimento do processo de Mediação/Conciliação,
tal vencimento prorrogar-se-á até o primeiro dia útil imediato seguinte.

Art. 66 Se houver acordo total ou parcial, serão consignados de forma clara e precisa
os pontos do acordo, determinando as obrigações de cada parte, os prazos para seu
adimplemento, montante e demais acordos devidamente especificados. Na Conciliação
ou Mediação parcial, serão determinados os pontos em discórdia.
SEÇÃO IX - ENCERRAMENTO DO PROCEDIMENTO DE CONCILIAÇÃO
OU MEDIAÇÃO

Art. 67 O procedimento de Conciliação e/ou Mediação encerrar-se-á:

I. Com a assinatura do termo de acordo pelas partes;

II. Por uma declaração escrita pelo Conciliador ou Mediador, no sentido de que não
se justifica aplicar mais esforços para buscar a composição;

III. Por uma declaração conjunta das partes, dirigida ao Conciliador ou Mediador,
com o efeito de encerrar o procedimento;

IV. Por uma declaração escrita de uma parte para a outra e para o Conciliador ou
Mediador, com o efeito de encerrar o procedimento.

Parágrafo Único As partes ficam obrigadas a cumprir o que ficou determinado no


acordo, que se trata de um título executivo extrajudicial. Na hipótese de
descumprimento, a parte prejudicada deverá propor a execução do referido termo no
órgão do poder judiciário que seria competente para julgar a causa.

SEÇÃO X - DAS CUSTAS

Art. 68 O rateio das custas, assim consideradas as despesas administrativas e os


honorários dos Conciliadores ou Mediadores, serão rateadas entre as partes, salvo
disposição em contrário e terão como parâmetro as respectivas tabelas da Câmara de
Conciliação e Arbitragem.

Art. 69 Estabelecidos os termos do acordo, as partes se comprometem a informar à


Câmara de Conciliação e Arbitragem sobre o cumprimento deste.

Art. 70 Frustrada a mediação/conciliação, as partes, poderão solicitar instauração de


procedimento arbitral.

Parágrafo Único No caso do artigo anterior o(s) mediador/conciliador (es), poderão


após o encerramento do procedimento, sugerir às partes a instauração do procedimento
arbitral.

Art. 71 O Procedimento de Mediação/Conciliação, seguirá, quando pertinente, os


demais artigos desse Regimento.

CAPÍTULO IV – INSTITUIÇÃO DA ARBITRAGEM


SEÇÃO I – CONSIDERAÇOES GERAIS

Art. 72 Arbitragem: Segundo Carlos Alberto Carmona, um dos integrantes da


comissão que elaborou o anteprojeto da nova lei de arbitragem no Brasil, pode-se
conceituar arbitragem como: “... uma técnica para solução de controvérsias através da
intervenção de uma ou mais pessoas que recebem seus poderes de uma convenção
privada, decidindo com base nesta convenção, sem intervenção do Estado, sendo a
decisão destinada a assumir eficácia de sentença judicial”.

SEÇAO II – DO REQUERIMENTO DE ARBITRAGEM

Art. 73 A parte que desejar recorrer à arbitragem deverá solicitá-la à Câmara de Justiça
Arbitral e Mediação do Mercosul em requerimento por escrito, do qual corresponde a
Petição Inicial, que constarão necessariamente, os requisitos previstos na Lei nº.
5.869/73 Código de Processo Civil, no artigo 282, com as devidas modificações para
trâmites na Justiça Arbitral. Dispõe o artigo 282 do Código de Processo Civil:

“Art. 282. A Petição Inicial indicará:

I – o Juiz ou Tribunal, a que é dirigida;


II – os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência
do autor e do réu;
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV – o pedido com as especificações;
V – o valor da causa;
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos
alegados;
VII – o requerimento para a citação do réu.”

§ 1º Verificada a falta de um ou mais dos elementos previsto neste artigo, a Câmara de


Conciliação e Arbitragem solicitará à parte requerente que, no prazo de 10 (dez) dias
efetue a sua respectiva complementação.

§ 2º Transcorrido esse prazo, sem o cumprimento do solicitado a Pedido Inicial será


arquivado, sem o prejuízo de ser renovada oportunamente.

§ 3º Ao requerimento de instituição de arbitragem, Pedido Inicial, deverá ser anexada o


comprovante do recolhimento das taxas de abertura do procedimento arbitral, ou custas
iniciais, a ser pago pela(s) parte(s).

§ 4º Existindo contrato ou cláusula compromissória em instrumento separado, deverão


ser anexados ao Pedido Inicial.
§ 5º O requerente será notificado no ato da apresentação do Pedido Inicial da data da
audiência de conciliação e arbitragem, que se destina à assinatura do compromisso
arbitral, a qual será a primeira desimpedida depois de 5 (cinco) dias.

Art. 74 Considera-se iniciado o procedimento arbitral visando à instituição da


arbitragem, a partir da assinatura do Termo de Compromisso Arbitral, constando à
aceitação do(s) Árbitro(s) nomeado(s) pelas partes.

SEÇÃO III – DA NOMEAÇÃO DO(S) ÁRBITRO(S)

Art. 75 As partes nomearão um ou mais árbitros, sempre em número ímpar, podendo


nomear, também, os respectivos suplentes.

§ 1º Quando as partes nomearem árbitros em número par, estes estão autorizados, desde
logo, a nomear mais um árbitro. Não havendo acordo, requererão as partes ao órgão do
Poder Judiciário a que tocaria, originariamente, o julgamento da causa a nomeação do
árbitro, aplicável, no que couber, o procedimento previsto no art. 7º da Lei 9.307/96.

§ 2º As partes poderão de comum acordo, estabelecer o processo de escolha dos


árbitros, ou adotar as regras de um órgão arbitral institucional ou entidade especializada.

§ 3º Sendo nomeados vários árbitros, estes, por maioria, elegerão o presidente do


tribunal arbitral. Não havendo consenso, será designado presidente o mais idoso.

§ 4º O árbitro ou o presidente do tribunal designará, se julgar conveniente, um


secretário, que poderá ser um dos árbitros.

§ 5º No desempenho de sua função, o arbitro deverá proceder com imparcialidade,


independência, competência, diligência e discrição.

Art. 76 Poderão ser indicados para a função de Árbitro, a critério das partes, tanto os
membros do quadro de árbitros da Câmara de Conciliação e Arbitragem, quanto outros
que dela não façam parte, desde que tenham seu nome aprovado pela Secretaria da
Câmara de Conciliação e Arbitragem.

Parágrafo Único A pessoa indicada como árbitro, antes de aceitar a função, deverá
revelar todas as circunstâncias que possam gerar dúvidas justificadas acerca de sua
imparcialidade ou independência, firmando TERMO DE INDEPENDENCIA junto à
Câmara de Conciliação e Arbitragem, que fornecerá cópia às partes.

Art. 77 Se o Árbitro escusar-se antes de aceitar a nomeação, ou, após a nomeação, vier
a falecer, tornar-se impossibilitado para o exercício da função ou sendo acolhida a sua
recusa assumirá seu lugar o substituto indicado no COMPROMISSO ARBITRAL.
Nada constando na Convenção de Arbitragem ou diante da impossibilidade de assunção
pelo substituto anteriormente indicado, o substituto será designado pelo Árbitro Titular
da Câmara de Conciliação e Arbitragem, se houver esta previsão no Compromisso
Arbitral.
Art. 78 Nada dispondo a Convenção de Arbitragem e não chegando as partes a um
acordo sobre a nomeação do Árbitro a ser substituído, procederá a parte interessada da
forma prevista no artigo 7º da Lei 9.307/96, a menos que as partes tenham declarado,
expressamente, na Convenção de Arbitragem não aceitar substituto.

Art. 79 O árbitro no desempenho de sua função deverá ser e manter-se independente,


imparcial, competente, diligente e discreto, respeitando o contido na convenção de
Arbitragem, no presente Regulamento e no Código de Ética e Disciplina.

SEÇÃO IV - DA CONVOCAÇÃO DO(A) REQUERIDO(A)

Art. 80 A convocação é o ato pelo qual se chama a juízo arbitral o requerido a fim de
comparecer à audiência de conciliação, para firmar a convenção de arbitragem por meio
do compromisso arbitral, quando poderá tentar solução amigável que atenda aos seus
interesses e aos do reclamante.

I. A convocação será feita em registro postal ou por meio de pessoa designada para
tal ato.
II. A convocação constará a data da audiência de conciliação e arbitragem.

III. À convocação de instituição de arbitragem deverá ser anexada cópia da Petição


Inicial.

Art. 81 Comparecendo o requerido à audiência de conciliação e aceito a convenção de


arbitragem, lavrará, juntamente com o requerente e a assistência de seus procuradores e
ou advogados, compromisso arbitral em 3 (vias) o qual permanecerá arquivado nos
autos do procedimento arbitral.

SEÇÃO V – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO NO PROCEDIMENTO DE


ARBITRAGEM.

Art. 82 Aberta a audiência de conciliação, e assinado o termo de compromisso arbitral,


o Árbitro proporá a conciliação, esclarecendo as vantagens da conciliação e usará os
meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio.

Art 83 As partes poderão argüir, em preliminar, as questões relativas à competência do


juízo, suspeição ou impedimento do(s) Árbitro(s), bem como a nulidade, invalidade ou
ineficácia da Convenção da Arbitragem.

§ 1º Acolhida a argüição de suspeição ou impedimento, será o Árbitro substituído nos


termos do art. 16 da lei 9.307/96, reconhecida a incompetência do Árbitro ou do tribunal
arbitral, bem como a nulidade, invalidade ou ineficácia da convenção de arbitragem,
serão as partes remetidas ao órgão do Poder Judiciário competente para julgar a causa.
§ 2º Não sendo acolhida a argüição, terá normal prosseguimento a arbitragem, sem
prejuízo de vir a ser examinada a decisão pelo órgão do Poder Judiciário competente,
quando da eventual propositura da demanda de que trata o art. 33 da Lei 9.307/96.

Art. 84 Do termo de compromisso arbitral deverá conter:

I. O nome, qualificação e endereço das partes, bem como dos seus respectivos
procuradores ou advogados, se houver,

II. A delegação para que a Câmara de Conciliação e Arbitragem designe o(s)


Árbitro(s), caso não indicados pelas partes;

III. O nome e qualificação dos Árbitros pelas partes indicados, bem como dos seus
respectivos substitutos, se assim for convencionado pelas partes;

IV. A matéria que será objeto da arbitragem;

V. A responsabilidade pelo pagamento das custas da arbitragem e honorários do(s)


Árbitro(s);

VI. O lugar da arbitragem;

VII. A autorização para que os Árbitros julguem por equidade ou pelo ordenamento
jurídico se assim for convencionado pelas partes.

Parágrafo Único Poderá ainda conter no Compromisso Arbitral as disposições de que


trata o artigo 11 da lei 9.307/96.

Art. 85 Havendo acordo entre as partes, lavrar-se-á os termos do acordo, mediante


sentença, assinada pelo Árbitro e pelos litigantes, consignando-se o prazo e as demais
condições para o seu cumprimento.

§ 1º Entre as condições estabelicidas a que se refere o artigo, poderá ser estabelecida a


de ficar a parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer integralmente o pedido
ou pagar uma indenização convencionada, sem prejuizo do cumprimento do acordo.

§ 2º Não havendo acordo nos termos propostos as partes sairão cientes da data da
audiência de instrunção e julgamento devendo, neste momento, apresentar rol de
testumunhas para a devida convocação.

§ 3º O Árbitro designará audiência de instrução e julgamento que será a primeira


desimpedida, independente de nova convocação.

Art. 86 Do não comparecimento das partes

§ 1º Na hipótese do requerente deixar de comparecer, à audiência de conciliação para


elaborar e firmar o COMPROMISSO ARBITRAL, ou comparecendo não quiser
assinar, demonstrando resistência à instituição da arbitragem, fica extinto o
procedimento e o requerente deverá pagar todas as custas procedimentais e os
honorários do(s) Árbitro(s) de acordo com a taxa mínima.

§ 2º Se o não comparecimento for do requerido, ou comparecendo se recusar a assinar,


demonstrando resistência à instituição da convenção de arbitragem, não obstará o
andamento do procedimento arbitral, neste caso será lavrado o Termo de Audiência
certificando o encerramento do procedimento arbitral e o requerente será instruído a
procurar o judiciário.

§ 3º No caso do parágrafo anterior o requerente deverá recolher na Secretaria da


Câmara de Conciliação e Arbitragem a taxa mínima (de acordo com a Tabela de Custas
vigente na época), salvo estipulação em contrário registrada em Compromisso Arbitral.

§ 4º Existindo cláusula compromissória e não comparecendo a parte convocada, depois


de devidamente notificado à audiência de conciliação e arbitragem a fim de firmar o
compromisso, poderá a parte interessada requerer a citação ao juízo arbitral da parte
resistente, que poderá ser por meio da Câmara de Conciliação e Arbitragem, perante o
órgão do Poder Judiciário a que, originariamente seria competente para o julgamento da
causa, a fim de, lavrar-se o compromisso, designando o Juiz audiência especial para tal
fim.

§ 5º Não requerendo a parte interessada a citação a que se refira o presente artigo, fica
extinto o procedimento arbitral pagando-se as custas e os honorários do (s) Árbitro (s)
conforme firmado no compromisso arbitral.

Art. 87 Os honorários do Árbitro ou dos Árbitros deverão ser depositados na Secretaria


da Câmara de Conciliação e Arbitragem, na data da assinatura do termo do
compromisso arbitral, a ser pagos conforme dispuserem as partes no termo do
compromisso arbitral.

SEÇÃO V - DA INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

Art. 88 Aberta a audiência o Árbitro irá propor novamente tentativa de conciliação


entre as partes. Frustrada a conciliação, as partes apresentarão suas alegações de fato e
de direito, anexando documentos e requerendo provas.

Art. 89 Poderá o Árbitro ou a Câmara de Conciliação e Arbitragem tomar o


depoimento das partes, ouvir testemunhas e determinar a realização de perícias ou
outras que julgar necessárias, mediante requerimento das partes ou de ofício.

Art. 90 Instalada a audiência, o(s) Árbitro(s) ouvirá as partes, manifestando-se em


primeiro lugar o requerente, e em seguida o requerido, com produção de alegações e
provas, serão tomadas as provas deferidas, obedecendo-se a seguinte ordem:

I. Esclarecimentos do(s) perito(s), quando necessário, requeridos pelas partes ou


de ofício;

II. Depoimento pessoal do requerente e requerido;


III. Inquirição de testemunhas arroladas pelo requerente e pelo requerido ou
requeridas de oficio pelo Árbitro.

§ 1º O depoimento das partes e das testemunhas será tomado em local, dia e hora
previamente comunicados, por escrito, e reduzido a termo, assinado pelo depoente, ou a
seu rogo, e pelo(s) Árbitro(s).

§ 2º Em caso de desatendimento, sem justa causa, da convocação para prestar


depoimento pessoal, o Árbitro ou a Câmara de Conciliação e Arbitragem levará em
consideração o comportamento da parte faltosa, ao proferir sua sentença; se a ausência
for de testemunha, nas mesmas circunstâncias, poderá o Árbitro ou o Presidente do
Tribunal arbitral requerer à autoridade judiciária que conduza a testemunha renitente,
comprovada à existência da convenção de arbitragem.

§ 3º A revelia da parte não impedirá que seja proferida a sentença arbitral.

§ 4º Ressalvado o disposto no § 2º, havendo necessidade de medidas coercitivas ou


cautelares, os Árbitros poderão requerer ao órgão do Poder Judiciário que seria,
originariamente, competente para julgar a causa.

Art. 91 A Câmara de Conciliação e Arbitragem providenciará, a pedido de uma ou das


partes, serviço de intérprete ou tradutor oficial. A parte que tenha solicitado tais
providências deverá recolher antecipadamente, perante a Secretaria da Câmara de
Conciliação e Arbitragem, o montante de seu custo estimado.

Art. 92 O adiamento da audiência somente será concedido se expressamente solicitado,


em conjunto, pelas partes ou, por motivo relevante, a critério do Árbitro responsável
pelo procedimento, o qual designará, de imediato, nova data para a sua realização.

SUBSEÇAO I - DO TERMO DE AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO ARBITRAL

Art. 93 Após o término a audiência de instrução e julgamento, será lavrado um termo


de Audiência que é um resumo do ocorrido na audiência, como eventuais contraditas,
dispensa de testemunhas, indeferimentos de perguntas etc. O Árbitro poderá ao final da
audiência, proferir a sentença de mérito, homologatório do acordo ou não, que será
digitada no termo de audiência, assinando todos este termo de audiência, saindo as
partes intimadas de todos os prazos e atos processuais.

§ 1º Todas as questões analisadas pelo Árbitro na Audiência de Instrução e Julgamento


serão objeto de discussão pelas partes. Tanto o requerente quanto o requerido se
pronunciarão sobre todas as questões analisadas, sendo que essa manifestação ocorrerá
uma imediatamente após a outra, sem qualquer interrupção.
§ 2º Qualquer ponto que possa comprometer o regular andamento da audiência será
decidido de plano pelo Árbitro, não havendo nenhum tipo de recurso específico contra
essa decisão.

§ 3º A audiência de instrução e julgamento seguirá, no que couber, as disposições


contidas nos artigos 450 e seguintes do Código de Processo Civil.

Art. 94 Considerando-se o caráter sigiloso do juízo arbitral, não será admitido


acompanhar as Audiências pessoas não envolvidas no litígio e/ou com a arbitragem,
salvo se aceita pelas partes mediante expressa autorização e pela Câmara de Conciliação
e Arbitragem ou Árbitro estabelecido. Exceções para os Árbitros estagiários também
mediante autorização

SEÇÃO VI - DAS PROVAS

Art. 95 As partes podem apresentar todas as provas que julgarem úteis à instrução do
processo e ao esclarecimento do(s) Árbitro(s).

Art. 96 As partes devem apresentar todas as provas disponíveis que, a juízo de


qualquer Árbitro (que compõe a audiência) sejam necessárias para a compreensão e
solução do litígio. O(s) Árbitro(s) é o juiz da admissibilidade das provas apresentadas.

Parágrafo Único Não serão admitidas no juízo arbitral as provas ilícitas.

Art. 97 Todas as provas serão produzidas perante o(s) Árbitro(s) que notificará à outra
parte para, em prazo definido, sobre elas se manifestar.

Art. 98 Considerando necessária a diligência fora da Câmara de Conciliação e


Arbitragem, o(s) Árbitro(s) comunicará às partes sobre a data, hora e local da realização
da diligência para, se o desejarem, acompanhá-lo.

Parágrafo Único Realizada a diligência, o Árbitro(s), fará lavrar o respectivo termo,


conferindo às partes do prazo para sobre ele se manifestarem.

Art. 99 Admitir-se-á a prova pericial quando, a critério do(s) Árbitro(s), se fizer


necessária para a constatação de matéria que não possa ser elucidada pelo(s) próprio(s).

§ 1º A prova pericial será executada por perito da Câmara de Conciliação e Arbitragem


que tenha reconhecido domínio na matéria, objeto do litígio.
§ 2º O perito apresentará o seu laudo técnico no prazo fixado pelo Árbitro(s)
estabelecido(s) que notificará às partes fixando prazo para que, se houver interesse,
sobre elas se manifestem.

SEÇÃO VII - DAS MEDIDAS CAUTELARES E COERCITIVAS

Art. 100 O Árbitro adotará as medidas necessárias e possíveis para o correto


desenvolvimento do procedimento arbitral e, quando necessário, requererá à autoridade
judiciária competente a realização de medidas coercitivas e cautelares.

SEÇÃO VIII - DA SENTENÇA ARBITRAL

Art. 101 Salvo se as partes convencionarem de modo diverso, o(s) Árbitro(s) proferirá
a sentença em até 30 (trinta) dias, contados do término da última audiência realizada,
podendo tal prazo, ser prorrogado pelo Árbitro(s) se julgar oportuno, observando o
previsto na Lei 9.307/96.

Art. 102 Quando forem vários os Árbitros, a decisão será tomada por maioria. Se não
houver decisão unânime, prevalecerá o voto do presidente do Tribunal Arbitral da
causa. O Árbitro que divergir da maioria poderá declarar seu voto em separado.

Art. 103 A sentença arbitral será assinada pelo Árbitro ou por todos os Árbitros. Na
hipótese de um ou alguns dos Árbitros não puder ou não querer assinar a sentença,
certificar-se-á tal fato.

Art. 104 A sentença arbitral, que poderá ser DECLARATÓRIA, HOMOLOGATÓRIA


ou CONDENATÓRIA, conterá necessariamente:

I. O relatório do caso, que conterá os nomes das partes e um resumo do litígio;

II. Os fundamentos da decisão, onde serão analisadas as questões de fato e de


direito, mencionando-se, expressamente, se os Árbitros julgaram por equidade;

III. O dispositivo em que o tribunal arbitral ou Árbitro único tenha resolvido as


questões que lhe foram submetidas e estabelecerá o prazo para o cumprimento
da sentença, se for o caso; e

IV. A data e lugar em que foi proferida;

Art. 105 Da sentença arbitral constará também a fixação das custas com a Arbitragem,
inclusive os honorários dos Árbitros e perito(s), bem como da responsabilidade de cada
parte pelo pagamento destas verbas, cujos valores serão extraídos de conformidade com
o contido na Tabela de Custas e Honorários da CJAM, observando-se o contido na
Convenção de Arbitragem.

Art. 106 A Câmara de Conciliação e Arbitragem entregará às partes uma via da


sentença arbitral, podendo encaminhar-lhes por via postal ou outro meio de
comunicação, mediante comprovação de recebimento.

SEÇÃO IX - DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA ARBITRAL

Art. 107 As partes ficam obrigadas a cumprir a sentença arbitral, tal como proferida, na
forma e prazo consignados. A Sentença Arbitral de natureza condenatória constitui
Título Executivo Judicial.

Art. 108 Na hipótese de descumprimento da sentença arbitral a parte prejudicada


deverá propor a sua execução ao órgão competente do Poder Judiciário que seria
originariamente competente para julgar a causa.

SEÇÃO X - DAS CUSTAS DA ARBITRAGEM

Art. 109 Constituem custas da arbitragem:

I. Honorários dos Árbitros;

II. Gastos de viagem e outras despesas realizadas pelos Árbitros da Câmara de


Conciliação e Arbitragem;

III. Honorários periciais, bem como qualquer outra despesa decorrente de assistência
requerida pelo (s) Árbitro (s) da Câmara de Conciliação e Arbitragem;

IV. Despesas suportadas pelas testemunhas, na medida em que sejam aprovadas pela
Câmara de Conciliação e Arbitragem;

V. Despesas decorrentes dos serviços prestados pela Câmara de Conciliação e


Arbitragem, nelas compreendidas, Custas de Requerimento e de Administração,
Custas Finais, Taxa de Audiência, convocação postal por pessoa, convocação
pessoal, cálculos do contador, além das demais despesas que vier a constar da
tabela de custas determinada pela CJAM.

Art. 110 Instituída a arbitragem, a Câmara de Conciliação e Arbitragem poderá


determinar às partes que, em igual proporção, antecipem o depósito das custas a que se
refere o artigo anterior, bem como de outras diligências e despesas que julgarem
necessárias. Tal faculdade persiste durante todo o curso do procedimento arbitral.

Parágrafo Único Poderá também, o Árbitro Titular da Câmara de Conciliação e


Arbitragem ou Árbitro único com a prévia permissão conceder a gratuidade temporária
ou definitiva das custas até o final do procedimento.
Art. 111 Se a verba requisitada não for depositada dentro do prazo determinado, a
Câmara de Conciliação e Arbitragem informará tal fato às partes a fim de que qualquer
uma delas possa efetuar o depósito integral da verba requisitada.

Art. 112 Se, ainda assim, tal depósito não for efetuado, o Árbitro Titular da Câmara de
Conciliação e Arbitragem poderá suspender o procedimento arbitral, sem prejuízo da
cobrança das importâncias efetivamente devidas.

Art. 113 Todas as despesas que incidirem ou forem incorridas durante a arbitragem
serão suportadas pela parte que as requereu, ou pelas partes, igualmente, se decorrentes
de providências requeridas pelo(s) Árbitro(s).

Art. 114 Juntamente com a sentença arbitral, o Árbitro apresentará às partes um


demonstrativo das despesas, honorários e demais gastos, para que sejam efetuados os
depósitos remanescentes. Existindo crédito a favor das partes, a Câmara de Conciliação
e Arbitragem providenciará os respectivos reembolsos.

Art. 115 A Tabela de Custas e Honorários elaborada pela CJAM poderá ser por ela
periodicamente revista, respeitado quanto às arbitragens, mediações ou conciliações já
iniciadas o previsto na tabela então vigente.

Art. 116 Os casos omissos, ou situações particulares, envolvendo as custas da


arbitragem serão analisadas e definidas pela CJAM.

CAPÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 117 Salvo estipulação em contrário das partes, aplicar-se-á a versão do Regimento
vigente na data da protocolização, na Câmara de Conciliação e Arbitragem, da Pedido
Inicial ou autorização para ação de cobrança.

Art. 118 O procedimento, seja arbitral de mediação ou conciliação, é rigorosamente


sigiloso, sendo vedado às partes, aos Árbitros/Mediadores/Conciliadores, aos membros
da Câmara de Conciliação e Arbitragem e às pessoas que tenham participado no
referido procedimento, divulgar quaisquer informações a ele relacionadas.

Art. 119 Desde que preservada a identidade das partes, ou ainda quando houver
interesse destas, comprovado através de expressa e conjunta autorização, poderá a
Câmara de Conciliação e Arbitragem divulgar em ementários e/ou excetos a sentença
arbitral ou termo de mediação/conciliação.

Art. 120 A Câmara de Conciliação e Arbitragem poderá fornecer a qualquer das partes,
mediante solicitação escrita, e, recolhidas as custas devidas, cópias certificadas de
documentos relativos aos procedimentos.

Art. 121 Instituída a arbitragem/mediação/conciliação, e, verificando-se a existência de


lacuna ou divergência quanto à interpretação do presente Regimento, fica entendido que
as partes delegam a CJAM amplos poderes para disciplinar e interpretar o ponto objeto
da divergência.
§ 1º O Presidente da CJAM terá o prazo de 8 (oito) para proferir sua decisão.

§ 2º Se a lacuna for constatada antes da instituição do procedimento, subentende-se que


as partes delegam tais poderes ao Presidente da CJAM. Em qualquer hipótese a decisão
será definitiva.

Art. 122 Aplicar-se-ão à Conciliação ou Mediação as normas relativas à


confidencialidade previstas no Regimento de Arbitragem e ou de Mediação, bem como,
o Código de Ética dos Conciliadores e Mediadores desta Instituição, zelando a Câmara
de Conciliação e Arbitragem pelo cumprimento das normas e disposições legais para o
bom andamento do procedimento, garantindo assim, a qualidade do serviço prestado e a
promoção da Justiça Social.

O presente Regimento passa a vigorar a partir da data de sua publicação.

Publique-se e cumpra-se.

Wagner Moreira de Azevedo


Presidente da Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul

Cristiani Barbosa Junqueira Azevedo


Vice-Presidente da Câmara de Justiça Arbitral e Mediação do Mercosul

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