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APELAÇÃO CÍVEL

PRÁTICA SIMULADA CIVIL II


O QUE É O RECURSO DE APELAÇÃO?
 A apelação cível é o recurso manejado por aquele que
se sentir insatisfeito com a prestação jurisdicional de
primeiro grau apresentada. Dessa forma, visa modificar
integralmente ou parcialmente aquela decisão proferida
pelo Magistrado singular no Tribunal de instância
superior.
 De acordo com a classificação doutrinária do Professor
Daniel Willian Granado a Apelação Cível pode ser
definida da seguinte forma:
 A apelação, contudo, é voltada à anulação ou reforma
da decisão judicial, ou melhor, da sentença. Por meio
da apelação, em outros termos, busca-se atacar a
sentença de primeiro grau de jurisdição, de modo que
se pode dizer que pressuposto para o cabimento do
recurso de apelação é a existência de sentença.”
 (GRANADO, 2017, p. 51).’
O QUE É O RECURSO DE APELAÇÃO?
 Art. 1.009 do Novo CPC
 A disposição do artigo 1.009 do Novo CPC prevê: ”Da
sentença cabe apelação” e aborda o recurso de
apelação cível é cabível somente contra a sentença.
 Nesse contexto, a sentença indica aquelas decisões
judiciais proferidas com base nos artigos 485 e 487 do
Código de Processo Civil e que põem fim à fase de
conhecimento ou extingue a execução/cumprimento de
sentença (art. 203, § 1º, do CPC/2015).
 Dessa forma, é necessária a atenção do profissional do
Direito sobre esta questão, porque dependendo da
decisão judicial proferida, o recurso poderá ser outro.
São possibilidades de decisão judicial:
 Despacho;
 Decisão interlocutória;
 Sentença.
O QUE É O RECURSO DE APELAÇÃO?
 Art. 1.010 do Novo CPC
 O artigo 1.010 do Novo Código de Processo Civil determina quais itens
devem constar no recurso de apelação. São eles:
 Art. 1.010 do CPC/2015 – A apelação, interposta por petição dirigida ao
juízo de primeiro grau, conterá:
I – os nomes e a qualificação das partes;
II – a exposição do fato e do direito;
III – as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;
IV – o pedido de nova decisão.”
 O artigo 1.010 do NCPC nos remete então à estrutura mínima de como o
recurso de Apelação Cível deve ser apresentado para que seja possível a
análise pela instância superior.
 A leitura dos incisos I, II e IV torna claro o que exige a lei.
Portanto, profissionais de advocacia devem ter atenção na redação de
seu recurso para fazer constar estes itens.
 Entretanto, o que eu chama atenção neste artigo diz respeito ao inciso III
(razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade), pois este
reflete no que chamamos de Princípio da Dialeticidade.
PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE
 O Princípio da Dialeticidade impõe à parte
recorrente o ônus de atacar de forma objetiva a
sentença, especificando onde reside o erro de
forma ou de fundo cometido pelo Magistrado
sentenciante.
 Portanto, no recurso de apelação, não basta que a
parte recorrente somente reproduza os argumentos
aduzidos na petição inicial ou em sua contestação.
 Dessa forma, deve especificamente fundamentar
os motivos pelos quais houve algum erro na
sentença recorrida, sob pena de não conhecimento
deste recurso por ausência de preenchimento de
pressuposto processual de validade.
ADMISSÃO DO RECURSO DE APELAÇÃO NO NOVO
CPC

 Para que o Recurso de Apelação Cível possa ser


recebido pelo Tribunal de Justiça, existem alguns
pressupostos ou condições de validade para sua
admissão. Estes são classificados como
intrínsecos e extrínsecos.
OS PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
 São pressupostos intrínsecos para que o recurso de apelação cível
possa ser recebido pelo Tribunal de Justiça:
 Cabimento do recurso;
 Legitimidade para recorrer;
 Interesse para recorrer;
 Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer.
 Cabimento
 Em relação ao cabimento, a parte deve estar atenta se o recurso
manejado pode ser interposto para a decisão judicial que está se
insurgindo. No caso do recurso de apelação, como já vimos,
cabível apenas contra sentenças.
 Legitimidade
 Já a legitimidade diz respeito à parte que interpõe o recurso. Neste
sentido, o artigo 996 do CPC é claro ao dispor que “recurso pode
ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e/ou
pelo Ministério Público”. Portanto, se o Recorrente não demonstrar
sua legitimidade, o recurso não será admitido.
OS PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS

 Interesse
 O interesse em recorrer exige da parte a demonstração do
proveito que o recurso lhe trará, ou seja, ninguém pode
apresentar um recurso para receber menos do que já ganhou.
 Inexistência de fato impeditivo
 Por último, a inexistência de fato impeditivo ou extintivo
do poder de recorrer, significa que a parte não pode tomar
atos contrários que impeçam ou extingam o direito de
recorrer.
 Por exemplo, interpor o recurso e após pedir a desistência.
Obviamente a parte tem total direito de desistir do julgamento,
mas é um ato que impede a análise da matéria no recurso em
si. Além disso, é importante ressaltar que há exceção desta
hipótese em recursos aos Tribunais Superiores, mas isso
podemos falar em outra oportunidade.
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

 São pressupostos extrínsecos para que o recurso de apelação cível possa ser
recebido pelo Tribunal de Justiça:
 Tempestividade
 Regularidade formal
 Recolhimento do Preparo

 Tempestividade
 O primeiro, é a tempestividade, que está indicado no § 5º do artigo 1.003 do Novo
Código de Processo Civil. Nesse caso, o prazo para interpor e contrarrazoar
recursos é de 15 (quinze) dias, exceto para Embargos de Declaração, que são 05
(cinco) dias.
 Nesse contexto, nota-se que houve uma mudança no Novo CPC. Para
exemplificar, pelo antigo CPC/73 os prazos recursais cíveis variavam entre 5, 10
ou 15 dias e a contagem do prazo era em dias corridos. E, agora, os prazos
recursais foram unificados e determinou-se a contagem em dias úteis.
 Regularidade formal
 O segundo pressuposto extrínseco é o da regularidade formal, que nada mais é
do que a disposição do artigo 1.010 e seus incisos I a IV já citados acima. Dessa
forma, a regularidade formal é requisito a ser apresentado na petição do recurso
para possibilitar sua admissibilidade.
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

 Recolhimento do preparo
 Por último, aparece o recolhimento do preparo recursal, que
está disposto no artigo 1.007 do Código de Processo Civil.
Nesse cenário, determina que quando houver o recorrente
comprovará no ato de interposição do recurso, o respectivo
preparo, sob pena de deserção, salvo se beneficiário da
justiça gratuita (art. 1.007, § 1º do NCPC) ou se estiver
pleiteando o benefício no próprio recurso.
 Além disso, em relação ao recolhimento do preparo, vale
ressaltar que ele traz uma novidade no Novo CPC, que é a
possibilidade do recolhimento em dobro acaso recolhido em
valor menor ou intempestivamente (art. 1.007, § 4º do NCPC).
 Esta possibilidade acontece a fim de que o recurso ainda
possa ser aceito, primando pelo julgamento de mérito e
evitando o prejuízo por simples questões processuais.
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE SOMENTE EM
SEGUNDO GRAU DE JURISDIÇÃO

 Por fim, ainda em questão de admissão do Recurso de


Apelação, houve uma mudança trazida pelo novo Código de
Processo Civil no que diz respeito ao Juízo de
Admissibilidade somente em segundo grau de jurisdição,
conforme § 3º, do artigo 1.010.
 No Código de Processo Civil de 1973 (Lei nº 5.869, de 11 de
janeiro de 1973), a admissibilidade do recurso ocorria em
duas etapas:
 A primeira era no Juízo de primeiro grau, que analisava o
preenchimento dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos;
 Por último, o relator do recurso no Tribunal de Justiça também
realizava o mesmo procedimento.
 Na nova forma estipulada pelo novo Código de Processo
Civil, o recurso de apelação interposto será remetido
diretamente pelo Juízo de primeira instância ao Tribunal de
Justiça, onde haverá apenas uma única análise dos
pressupostos de admissibilidade.

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