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2. A empresa ao alegar que a norma da portaria é atual “lei morta” parece estar a
invocar a cessaçã o da vigência do referido artigo. Os modos de cessaçã o de
vigência da lei sã o nos termos do artigo 7º nº1 apenas a revogaçã o ou a
caducidade. A vigência de uma lei cessa por revogaçã o quando entra em vigor nova
lei que lhe põ e termo expressa ou tacitamente, já a vigência de uma lei cessa por
caducidade quando ocorre um facto que a pró pria lei prevê que leve à sua cessaçã o
de vigência ou quando desaparecem os pressupostos de aplicaçã o da lei. No caso
concreto nã o se verifica nenhuma destas causas dado que nã o se trata de lei
temporá ria nã o desapareceram os pressupostos da sua aplicaçã o e nã o houve
revogaçã o expressa ou tácita por lei posterior. O mero desuso nã o importa a sua
extinçã o, a lei só cessará por desuso se se criar a convicçã o de que é obrigató rio
proceder assim, portanto se se formar um verdadeiro costume contra legem. Por
exemplo as autoridades podem tolerar longamente a circulaçã o de motociclistas
sem capacete ou a travessia das ruas por peõ es fora das passadeiras , com isto a lei
que impõ e uso de capacete e a lei que proíbe a travessia das ruas fora das
passadeiras nã o cessaram a sua vigência , só cessarã o se se criar no espirito
daqueles que habitualmente a convicçã o que é licito proceder-se assim, o simples
desuso de uma lei nã o implica a sua extinçã o enquanto nã o for sustentada por um
verdadeiro costume. Temos portanto de equacionar a possibilidade de cessaçã o da
lei por costume contra legem , para isso importa primeiro analisar a questã o da
admissibilidade de um costume como fonte de direito em Portugal. Começando
pelos argumentos contra:
A secçã o do có digo civil relativa à s fontes nã o faz mençã o ao costume.
Artigo 7º nº1 que estabelece os modos de cessaçã o de vigência da lei exclui o
costume contra legem.