Você está na página 1de 16

TEMPO DE ESTUDO: 76 DIAS.

Aplicação da lei penal – Princípios da legalidade e da anterioridade. A lei penal no tempo e no espaço.
Tempo e lugar do crime. Lei penal excepcional, especial e temporária. Territorialidade e extraterritorialidade
da lei penal. Pena cumprida no estrangeiro. Eficácia da sentença estrangeira. Contagem de prazo. Frações
não computáveis da pena. Interpretação da lei penal. Analogia. Irretroatividade da lei penal. Conflito
aparente de normas penais. Teoria do crime. Tipo penal objetivo. Tipo penal subjetivo. Ilicitude. Causas
excludentes. Culpabilidade. Causas dirimentes. Crimes contra a pessoa. Crimes contra o patrimônio. Crimes
contra a administração pública. Disposições constitucionais aplicáveis ao direito penal. Crimes hediondos.
Abuso de autoridade. Estatuto da Criança e do Adolescente.
Antônio, de 49 anos, manteve numerosas relações sexuais consensuais com Miriam, à época com 13 anos, que
tinha experiência sexual anterior, durante o namoro entre eles. Antônio tinha conhecimento da idade de Miriam.

Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.

A) Antônio cometeu conduta típica, ilícita e culpável.


B) Antônio cometeu conduta ilícita e culpável, mas não típica.
C) Antônio cometeu conduta típica e culpável, mas não ilícita.
D) Antônio cometeu conduta típica e ilícita, mas não culpável.
Antônio, de 49 anos, manteve numerosas relações sexuais consensuais com Miriam, à época com 13 anos, que
tinha experiência sexual anterior, durante o namoro entre eles. Antônio tinha conhecimento da idade de Miriam.

Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.

A) Antônio cometeu conduta típica, ilícita e culpável.


B) Antônio cometeu conduta ilícita e culpável, mas não típica.
C) Antônio cometeu conduta típica e culpável, mas não ilícita.
D) Antônio cometeu conduta típica e ilícita, mas não culpável.

B) Incorreta. Antônio cometeu uma conduta típica, prevista no Código Penal, que é o estupro de vulnerável. C) Incorreta. A
conduta de Antônio é ilícita, pois viola um bem jurídico protegido pelo ordenamento jurídico. D) Incorreta. A conduta de
Antônio é culpável, pois tinha ciência da idade da vítima e, portanto, assumiu o risco de cometer o crime de estupro de
vulnerável. A) Correta. Antônio praticou o crime de estupro de vulnerável, previsto no art. 217-A do Código Penal, ao manter
relações sexuais com Miriam, que à época tinha apenas 13 anos. A vulnerabilidade da vítima é presumida em razão da idade,
independentemente da existência de experiência sexual anterior.
Silvio, mediante emprego da ameaça de "esquartejá-la com sua espada", arrancou o cordão de ouro do pescoço
de Ana. Após tal subtração, Silvio foi perseguido por policiais militares, que lograram prendê-lo em flagrante
delito e recuperar o bem subtraído da vítima. É correto afirmar que Silvio cometeu crime de

A) extorsão tentada.
B) roubo tentado.
C) roubo impróprio.
D) roubo consumado.
Silvio, mediante emprego da ameaça de "esquartejá-la com sua espada", arrancou o cordão de ouro do pescoço
de Ana. Após tal subtração, Silvio foi perseguido por policiais militares, que lograram prendê-lo em flagrante
delito e recuperar o bem subtraído da vítima. É correto afirmar que Silvio cometeu crime de

A) extorsão tentada.
B) roubo tentado.
C) roubo impróprio.
D) roubo consumado.

A) Incorreta. Não houve exigência de vantagem indevida por parte de Silvio, requisito fundamental do crime de extorsão (CP,
art. 158). B) Incorreta. Não se trata de roubo tentado, pois houve a inversão da posse. C) Incorreta. Não se trata de roubo
impróprio, que ocorre quando, logo depois de subtraída a coisa, o agente emprega violência contra pessoa ou grave ameaça,
a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro (CP, art. 157, § 1º). D) Correta. Silvio
cometeu o crime de roubo consumado, pois subtraiu o bem mediante grave ameaça e houve a inversão da posse do objeto.
Além disso, a recuperação da coisa roubada e a breve duração da posse pelo agente não afastam a consumação do crime,
como reconhece a Súmula 582 do STJ.
Eduardo trabalha como porteiro do condomínio, e possui um primo, de nome Ygor, envolvido em vários crimes. A
semelhança entre ambos sempre foi notória. Certa noite, após Eduardo se ausentar da portaria para colocar as
lixeiras do prédio na rua, Ygor, aproveitando-se dos traços físicos muito parecidos com os do seu primo, também
vestido com um uniforme idêntico, ingressa no edifício e subtrai vários pacotes endereçados aos moradores.
Alguns moradores viram a movimentação, mas pensaram que se tratava de Eduardo arrumando e conferindo os
pacotes.

Baseando-se no caso hipotético, Ygor cometeu

A) furto qualificado mediante fraude.


B) estelionato.
C) falsa identidade.
D) furto qualificado por abuso de confiança.
Eduardo trabalha como porteiro do condomínio, e possui um primo, de nome Ygor, envolvido em vários crimes. A
semelhança entre ambos sempre foi notória. Certa noite, após Eduardo se ausentar da portaria para colocar as
lixeiras do prédio na rua, Ygor, aproveitando-se dos traços físicos muito parecidos com os do seu primo, também
vestido com um uniforme idêntico, ingressa no edifício e subtrai vários pacotes endereçados aos moradores.
Alguns moradores viram a movimentação, mas pensaram que se tratava de Eduardo arrumando e conferindo os
pacotes.

Baseando-se no caso hipotético, Ygor cometeu

A) furto qualificado mediante fraude.


B) estelionato.
C) falsa identidade.
D) furto qualificado por abuso de confiança.

B) Incorreta. Não se configura o estelionato, já que não houve a intenção de Ygor de obter vantagem ilícita enganando as
vítimas. C) Incorreta. Não é falsa identidade (CP, art. 307), pois Ygor não atribuiu a si a identidade de Eduardo perante terceiro,
apenas se aproveitou da semelhança física. Ainda que verificado o crime do art. 307 do CP, haveria a absorção, deste pelo
furto; D) Incorreta. Vide explicação anterior. A) Correta. Nesse caso, a fraude foi utilizada como meio para a prática do furto,
enganando as pessoas que viram Ygor agindo e pensaram se tratar de Eduardo (CP, art. 155, § 4º, II).
Tainá, legalmente autorizada a pilotar barcos, foi realizar um passeio de veleiro com sua amiga Raquel. Devido a
uma mudança climática repentina, o veleiro virou e começou a afundar. Tainá e Raquel nadaram,
desesperadamente, em direção a um tronco de árvore que flutuava no mar. Apesar de grande, o tronco não era
grande o suficiente para suportar as duas amigas ao mesmo tempo. Percebendo isso, Raquel subiu no tronco e
deixou Tainá afundar, como único meio de salvar a própria vida. A perícia concluiu que a morte de Tainá se deu
por afogamento. A partir do caso relatado, assinale a opção que indica a natureza da conduta praticada por
Raquel.

A) Raquel deverá responder pelo crime de omissão de socorro.


B) Raquel agiu em legítima defesa, causa excludente de ilicitude.
C) Raquel deverá responder pelo crime de homicídio consumado.
D) Raquel agiu em estado de necessidade, causa excludente de ilicitude.
Tainá, legalmente autorizada a pilotar barcos, foi realizar um passeio de veleiro com sua amiga Raquel. Devido a
uma mudança climática repentina, o veleiro virou e começou a afundar. Tainá e Raquel nadaram,
desesperadamente, em direção a um tronco de árvore que flutuava no mar. Apesar de grande, o tronco não era
grande o suficiente para suportar as duas amigas ao mesmo tempo. Percebendo isso, Raquel subiu no tronco e
deixou Tainá afundar, como único meio de salvar a própria vida. A perícia concluiu que a morte de Tainá se deu
por afogamento. A partir do caso relatado, assinale a opção que indica a natureza da conduta praticada por
Raquel.

A) Raquel deverá responder pelo crime de omissão de socorro.


B) Raquel agiu em legítima defesa, causa excludente de ilicitude.
C) Raquel deverá responder pelo crime de homicídio consumado.
D) Raquel agiu em estado de necessidade, causa excludente de ilicitude.

(A) ERRADA. Raquel agiu amparada por causa excludente da ilicitude; (B) ERRADA. Não houve injusta agressão a ser repelida,
como previsto no artigo 25 do CP; (C) ERRADA. Raquel não praticou a conduta de matar. Além disso, sua conduta se deu com
amparo em excludente da ilicitude; (D) CORRETA. Raquel agiu na forma do artigo 24 do CP, que descreve em que consiste o
estado de necessidade, causa excludente da ilicitude.
Revoltado com a conduta de um Ministro de Estado, Mário se esconde no interior de uma aeronave pública
brasileira, que estava a serviço do governo, e, no meio da viagem, já no espaço aéreo equivalente ao Uruguai,
desfere 5 facadas no Ministro com o qual estava insatisfeito, vindo a causar-lhe lesão corporal gravíssima. Diante
da hipótese narrada, com base na lei brasileira, assinale a afirmativa correta.

(A) Mário poderá ser responsabilizado, segundo a lei brasileira, com base no critério da territorialidade.
(B) Mário poderá ser responsabilizado, segundo a lei brasileira, com base no critério da extraterritorialidade e
princípio da justiça universal.
(C) Mário poderá ser responsabilizado, segundo a lei brasileira, com base no critério da extraterritorialidade,
desde que ingresse em território brasileiro e não venha a ser julgado no estrangeiro.
(D) Mário não poderá ser responsabilizado pela lei brasileira, pois o crime foi cometido no exterior e nenhuma
das causas de extraterritorialidade se aplica ao caso.
Revoltado com a conduta de um Ministro de Estado, Mário se esconde no interior de uma aeronave pública
brasileira, que estava a serviço do governo, e, no meio da viagem, já no espaço aéreo equivalente ao Uruguai,
desfere 5 facadas no Ministro com o qual estava insatisfeito, vindo a causar-lhe lesão corporal gravíssima. Diante
da hipótese narrada, com base na lei brasileira, assinale a afirmativa correta.

(A) Mário poderá ser responsabilizado, segundo a lei brasileira, com base no critério da territorialidade.
(B) Mário poderá ser responsabilizado, segundo a lei brasileira, com base no critério da extraterritorialidade e
princípio da justiça universal.
(C) Mário poderá ser responsabilizado, segundo a lei brasileira, com base no critério da extraterritorialidade,
desde que ingresse em território brasileiro e não venha a ser julgado no estrangeiro.
(D) Mário não poderá ser responsabilizado pela lei brasileira, pois o crime foi cometido no exterior e nenhuma
das causas de extraterritorialidade se aplica ao caso.

(A) Art. 5º, § 1º, do CP. (B) Embora a aeronave estivesse sobre território estrangeiro – hipótese de extraterritorialidade –, a
aeronave pública é considerada território brasileiro por extensão (logo, territorialidade). (C) Não se trata da hipótese do art.
7º, § 2º, a, do CP. (D) Art. 5º, § 1º, do CP. Correta a alternativa A.
Em razão do aumento do número de crimes de dano qualificado contra o patrimônio da União (pena: detenção
de 6 meses a 3 anos e multa), foi editada uma lei que passou a prever que, entre 20 de agosto de 2015 e 31 de
dezembro de 2015, tal delito (art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal) passaria a ter pena de 2 a 5
anos de detenção. João, em 20 de dezembro de 2015, destrói dolosamente um bem de propriedade da União,
razão pela qual foi denunciado, em 8 de janeiro de 2016, como incurso nas sanções do art. 163, parágrafo único,
inciso III, do Código Penal. Considerando a hipótese narrada, no momento do julgamento, em março de 2016,
deverá ser considerada, em caso de condenação, a pena de

(A) 6 meses a 3 anos de detenção, pois a Constituição prevê o princípio da retroatividade da lei penal mais
benéfica ao réu.
(B) 2 a 5 anos de detenção, pois a lei temporária tem ultratividade gravosa.
(C) 6 meses a 3 anos de detenção, pois aplica-se o princípio do tempus regit actum (tempo rege o ato).
(D) 2 a 5 anos de detenção, pois a lei excepcional tem ultratividade gravosa.
Em razão do aumento do número de crimes de dano qualificado contra o patrimônio da União (pena: detenção
de 6 meses a 3 anos e multa), foi editada uma lei que passou a prever que, entre 20 de agosto de 2015 e 31 de
dezembro de 2015, tal delito (art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal) passaria a ter pena de 2 a 5
anos de detenção. João, em 20 de dezembro de 2015, destrói dolosamente um bem de propriedade da União,
razão pela qual foi denunciado, em 8 de janeiro de 2016, como incurso nas sanções do art. 163, parágrafo único,
inciso III, do Código Penal. Considerando a hipótese narrada, no momento do julgamento, em março de 2016,
deverá ser considerada, em caso de condenação, a pena de

(A) 6 meses a 3 anos de detenção, pois a Constituição prevê o princípio da retroatividade da lei penal mais
benéfica ao réu.
(B) 2 a 5 anos de detenção, pois a lei temporária tem ultratividade gravosa.
(C) 6 meses a 3 anos de detenção, pois aplica-se o princípio do tempus regit actum (tempo rege o ato).
(D) 2 a 5 anos de detenção, pois a lei excepcional tem ultratividade gravosa.

(A) Art. 3º do CP. (B) A lei mais gravosa será aplicada além do seu tempo (ultratividade), pois a conduta foi praticada durante
sua vigência. Art. 3º do CP. (C) Art. 3º do CP. (D) Trata-se de lei penal temporária. Correta a alternativa B.

Você também pode gostar