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5. Tício foi tentar bater a carteira de Caio. Em meio à ação, Caio percebeu e Tìcio
saiu correndo com a carteira. Posteriormente, foi preso e a carteira, recuperada.
Diante deste quadro de furto, assinale a alternativa correta:
a) Houve furto, mas não se pode falar em furto qualificado pela destreza de Tício,
posto que sua ação foi percebida.
b) Houve furto qualificado, a destreza é percebida e aplicada pela lei e pelo
histórico do agente e não por sua mera ação.
c) Houve apenas tentativa de furto, o fato de Tício ter sido capturado frustrou
a tipificação do delito.
d) Não houve furto ou tentativa, haja vista que por Tício ser flagrado e correr
com a coisa, está-se diante de outro delito que não o furto.
e) Só poderá falar em furto (independente da tentativa ou não), neste caso,
quando for apurado a quantidade de dinheiro na carteira de Caio.
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aprimore-se
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eu recomendo!
livro
filme
A qualquer custo
Ano: 2016
Sinopse: interior do Texas, Estados Unidos, Toby (Chris Pine) e
Tanner (Ben Foster) são irmãos que, pressionados pela pro-
ximidade da hipoteca da fazenda da família, resolvem assaltar
bancos para obter a quantia necessária ao pagamento. Com um
detalhe: eles apenas roubam agências do próprio banco que
está cobrando a hipoteca. Só que, no caminho, eles precisam li-
dar com um delegado veterano (Jeff Bridges), que está prestes a se aposentar.
Comentário: prezados, recomendo esse filme pois retrata não apenas a ação deli-
tiva contra bancos, mas também desperta uma análise acerca de aspectos socio-
lógicos do criminoso.
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CRIMES CONTRA O
PATRIMÔNIO
PRATICADOS
COM VIOLÊNCIA
e/ou grave ameaça
PROFESSORES
Esp. Cristian Rodrigues Tenório
Esp. Willian Samsel
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Roubo • Roubo Impróprio •
Extorsão • Extorsão Mediante Sequestro.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Apresentar os conceitos do delito de roubo, suas causas principais e as transversais na Lei Penal • Enten-
der o roubo impróprio e suas implicações na Lei penal brasileira • Conhecer a extorsão – sua diferença
para o roubo e suas características principais, quanto às intenções do agente • Compreender a extorsão
mediante sequestro, a conduta gravíssima, prevista na legislação brasileira, e que cumula, em seu tipo,
condutas que atentam contra a vida e a liberdade do indivíduo.
INTRODUÇÃO
““
O crime de roubo é considerado complexo pois atinge mais de um
bem jurídico: o patrimônio e a incolumidade física ou a liberdade in-
dividual. Com efeito, como no roubo ocorre subtração de coisa alheia,
o patrimônio é bem jurídico sempre afetado. Além disso, quando a
subtração se dá mediante violência, afeta-se também a incolumidade
física da vítima, e quando é praticada mediante grave ameaça ou com
emprego de soníferos, atinge-se também a liberdade individual, ainda
que momentaneamente (GONÇALVES, 2018, p. 401).
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ameaça, assim como a simples simulação de porte de arma (CAPEZ, 2014).
UNIDADE 2
““
Direta ou imediata é a violência física exercida contra a pessoa
de quem se quer subtrair os bens. Assim, por exemplo, o agente
agride violentamente a vítima com socos, para que possa levar
a efeito a subtração de seu relógio; indireta ou mediata é a vio-
lência empregada contra pessoas que são próximas da vítima ou,
mesmo, contra coisas (GRECO, 2017, p. 665).
““
Pressupõe-se que o outro ‘qualquer meio’, a que se refere o art.
157, caput, é empregado ardilosa ou sub-repticiamente, ou, pelo
menos, desacompanhado, em sua aplicação, de violência física ou
moral, pois, do contrário, se confundiria com esta, sem necessi-
dade da equiparação legal (HUNGRIA, 1955, p. 55-56).
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O sujeito passivo, todavia, é o titular do direito da propriedade ou da posse, mes-
UNICESUMAR
mo que seja uma pessoa jurídica. Por exemplo, um ladrão entra no banco rende cinco
funcionários e leva uma soma significativa de dinheiro. Nesse caso serão sujeitos
passivos da ação os cinco funcionários e o banco (GONÇALVES, 2018), ou seja,
aqueles que sofreram a ameaça e a pessoa jurídica que sofreu o prejuízo, a perda.
explorando Ideias
Não confundir roubo com extorsão. Caso o agente venha a render alguma vítima e exija
que um terceiro lhe pague quantia em dinheiro para libertá-la, estaremos diante de um
caso de extorsão mediante sequestro. Para que se configure o roubo, o próprio agente
delitivo deve se empenhar em subtrair a coisa de acordo com o Art. 168 do Código Penal.
Fonte: Brasil (1940).
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Tentativa e Consumação
UNIDADE 2
““
Súmula nº 582. Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse
do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que
por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recu-
peração da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica
ou desvigiada (BRASIL, 2016b, on-line).
Concurso de Crimes
Há situações nas quais o agente poderá cometer mais de um crime de roubo, por
exemplo, na hipótese em que o agente rouba uma casa e a casa vizinha, tipificando
dois crimes de roubos.
A doutrina menciona o exemplo típico de grandes centros urbanos, os chamados
“arrastões” em edifícios nos quais os agentes, após conseguirem entrar em um prédio
e dominar os funcionários (porteiro, zelador), passam a aguardar a chegada de mora-
dores na garagem, ou invadir apartamentos. Nesses casos, a ação por ser sequencial,
será ratada continuado – consideração dos crimes e aplicação com aumento de pena
(Art. 71, CP) (GONÇALVES, 2018).
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UNICESUMAR
ROUBO
IMPRÓPRIO
““
o agente é surpreendido logo depois (isto é, antes de se pôr a bom
recato) e vem a empregar violência (física ou moral) para assegurar
a impunidade do crime (evitar a prisão em flagrante ou ulterior
reconhecimento ou indigitação etc.) ou a detenção da res furtiva.
““
acaba se convertendo em roubo depois de selecionados os bens, ou
mesmo quando já os retirava do lugar de onde estavam sendo sub-
traídos, deverá ser considerado impróprio, entendendo-se a expres-
são logo depois no sentido de já ter o agente selecionado os bens, ou
seja, já estar praticando atos que podiam ser compreendidos como
início da prática do núcleo subtrair (GRECO, 2017, p. 671).
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