Você está na página 1de 13

DIREITO PENAL III

Magnum Eltz
Do roubo e da extorsão
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„ Descrever o delito de roubo e todas as suas particularidades.


„ Definir o crime de extorsão e a extorsão mediante sequestro.
„ Distinguir o crime de extorsão mediante sequestro do crime de se-
questro e cárcere privado.

Introdução
Os crimes contra o patrimônio podem envolver danos diretos à pessoa,
seja no seu físico, seja na sua esfera psíquica.
Neste capítulo, você vai ler sobre os tipos penais que tratam dos
crimes de roubo e extorsão, que representam a exata conexão entre o
dano pessoal e o dano patrimonial à vítima.

Peculiaridades do roubo
O crime de roubo, segundo Nucci (2006), é um crime que pode ser realizado
por qualquer pessoa a qualquer pessoa; ou seja, não possui em seu tipo penal
um sujeito ativo ou passivo especial. Possui como diferencial, em relação ao
crime de subtração por furto, a condição de violência perpetrada do sujeito
ativo ao sujeito passivo seguido da subtração. O tipo penal tem como valores
protegidos a integridade física e a liberdade do indivíduo. O autor traz como
exemplo de enquadramento do tipo em relação ao sujeito “[...] um auxiliar de
escritório recebe uma quantia em dinheiro para depositar no banco na conta
do patrão. Se for roubado no trajeto é vítima de crime tanto quanto o dono do
dinheiro” (NUCCI, 2006, p. 665).
O crime de roubo possui como objetos jurídicos o patrimônio, a integridade
física e a liberdade do indivíduo. Também possui como objeto material a pessoa
da qual o patrimônio fora subtraído e aquele que foi agredido ou cerceado na
sua liberdade para aquisição do patrimônio pretendido.
2 Do roubo e da extorsão

O crime de roubo possui como elementos objetivos do tipo (NUCCI, 2006):

„ mesmos elementos descritos no delito de furto (art. 155 do Código


Penal), acrescidos da grave ameaça (violência moral, consistente no
prenúncio de um acontecimento desagradável, com força intimidativa,
desde que importante e sério);
„ violência (violência física, isto é, o constrangimento físico voltado à
pessoa humana);
„ redução da possibilidade de resistência (violência imprópria).

O crime de roubo possui como elemento subjetivo específico do tipo o


ânimo de apossamento definitivo dos itens subtraídos decorrentes do uso dos
vocábulos “para si ou para outrem”. Já como elemento subjetivo do crime está
a exigência do dolo, não admitindo a forma culposa.

O dolo se distingue da culpa pela intensão específica de atingir determinado fim em


detrimento do direito alheio. Por exemplo, ao subtrair com violência uma bicicleta
de ciclista, o agente criminoso escolheu voluntariamente as consequências de sub-
tração de bem alheio e uso de violência para as suas ações. Enquanto que a culpa é
caracterizada por uma consequência que não possui necessidade de intensão, mas
de um cuidado devido ao descumprido, como não trancar a bicicleta emprestada por
terceiro, atraindo responsabilidade civil (e não criminal) sobre o bem resguardado e
posteriormente extraviado.

A classificação do tipo de crime, segundo Nucci (2006), é de:

„ crime comum, material, exercido de forma livre, comissiva (como regra);


„ instantâneo em relação ao seu desempenho;
„ dano;
„ unissubjetivo e plurissubsistente.

O crime é passível de forma tentada. Em especial, por se tratar de crime


com mais de uma etapa (violência e subtração). Nucci (2006) ressalta que o
momento consumativo do crime ocorre quando o agente retira o bem da esfera
de disponibilidade e vigilância da vítima.
Do roubo e da extorsão 3

Possui como espécies:

„ forma própria (caput);


„ imprópria (§1º);
„ causa de aumento ou qualificado (§ 2º);
„ qualificado pelo resultado (§3º).

Com relação às suas particularidades, ressalta o autor que o princípio da


insignificância não se aplica, uma vez que a violência e a grave ameaça não
podem ser consideradas de menor relevância, independentemente do vulto
subtraído.
Com relação às causas de aumento da pena, elenca o autor as seguintes
hipóteses (NUCCI, 2006):

„ Se há concurso de duas ou mais pessoas — pela lógica, é sempre


mais perigosa a conduta daquele que age sob a proteção ou com o
auxílio de outra pessoa. Assim, o autor de roubo, atuando com um
ou mais comparsas, deve responder mais gravemente e pelo que fez.
Entende o autor que, para a configuração dessa majorante, não há
necessidade de estarem todos presentes no local do crime. Afinal, não
se pode esquecer da partição, moral ou material, também componente
do quadro do concurso de agentes.
„ Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente co-
nhece tal circunstância — o roubo é mais grave quando o agente subtrai
bens de quem está transportando valores pertencentes a terceiro. Essa
atividade envolve, em geral, as empresas que se dedicam justamente a
esse transporte, constituindo alvo identificável e atrativo ao assaltante.
Além disso, o prejuízo nessas situações costuma ser bastante alto, o
que motiva a majoração nesse tipo de situação.
„ Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o exterior — segundo o autor, não há
tentativa de roubo com essa majorante. O veículo que efetivamente vai
para outro país ou Estado torna o delito mais grave, pois dificulta
sobremaneira a recuperação do bem pela vítima. Esse resultado não
ocorre se o veículo efetivamente não cruzou a fronteira antes de flagrado
ou se houver seu abandono antes do cruzamento pretendido.
„ Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo a sua
liberdade — introduzida pela Lei nº. 9.426, de 24 de dezembro de 1996,
a majorante teve por finalidade punir mais gravemente o autor do
roubo, que, além do mínimo indispensável para assegurar o produto
4 Do roubo e da extorsão

da obstrução, detém a vítima em seu poder. Entretanto, não houve


interpretação pacífica desse novo dispositivo, tendo em vista que três
situações podem surgir:
■ o agente segura a vítima por brevíssimo tempo, o suficiente para
tomar-lhe o bem almejado;
■ o agente, pretendendo levar-lhe o veículo, manda que entre no porta-
-malas, rodando algum tempo pela cidade até permitir que seja li-
bertada ou o carro seja abandonado;
■ o agente, além de pretender subtrair o veículo, tem finalidade de
privar a liberdade do ofertado, para sustentar qualquer outro objetivo,
embora, na grande parte das vezes, seja para subtrair outros bens.

Para tanto, o autor do roubo roda com a vítima pela cidade — na modalidade
que hoje se chama de sequestro-relâmpago —, almejando conseguir saques em
caixas eletrônicos, por exemplo. Na primeira hipótese, cremos não estar configu-
rada a causa de aumento — ainda, o timo penal fala em “manter”, o que implica
sempre uma duração razoável; na segunda, está a circunstância do aumento; e, na
terceira, encontra-se o roubo seguido de sequestro, em concurso (NUCCI, 2006).

■ Se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios


que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação,
montagem ou emprego — introduzida pela Lei nº. 13.654, de
abril de 2018, esta majorante objetiva uma punição mais severa no
caso de a subtração ter como objeto substâncias explosivas ou
acessórios que possibilitem a sua fabricação, montagem ou
emprego (de forma conjunta ou isolada). Trata-se de
criminalização mais rigorosa para crimes que envolvam ao final o
uso de explosivos para ter acesso a caixas eletrônicos.
■ Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de
arma branca — introduzida pela Lei nº. 13.964, de dezembro de
2019, a majorante prevê também punição mais grave para casos em
que a violência ou grave ameaça é instrumentalizada através de
armas brancas, como facas e punhais.

Existem duas causas de aumento de pena, cuja elevação ocorrerá no patamar


fixo de 2/3 representadas pelo emprego de arma de fogo para o exercício da
violência ou grave ameaça e também o uso de explosivo (ou artefato análogo)
para destruição ou rompimento de obstáculo. Vale ressaltar que a expressão
“arma de fogo” pressupõe uma arma que funciona através da deflagração de
Do roubo e da extorsão 5

carga explosiva e lança ao ar um ou mais projéteis explosivos, o que exclui os


demais tipos de armas existentes. Por fim, também é previsto no artigo 157,
§ 2º-B, que a pena será de 8 a 20 anos (o dobro da pena prevista no caput) no
caso de a violência ou grave ameaça ser exercida com emprego de arma de
fogo de uso restrito ou proibido.

A arma própria é aquela destinada, primordialmente, para ataque ou defesa (por


exemplo, armas de fogo, punhal, espada, lança, entre outros). Logicamente, muitas
outras coisas podem ser usadas como meios de defesa ou de ataque. Nesse caso, são
as chamadas armas impróprias (por exemplo, uma cadeira atirada contra o agressor,
um martelo utilizado para matar, uma ferramenta pontiaguda servindo para intimidar).

Além das majorantes citadas, também devemos lembrar das seguintes


situações, que podem alterar a pena-base do crime de roubo: resultado lesões
graves e resultado morte.
O crime qualificado pelo resultado de lesões graves é uma das hipóteses
de delito qualificado pelo resultado, que se configura pela presença de dolo na
conduta antecedente (roubo) e dolo ou culpa na conduta subsequente (lesões
corporais graves). Já o crime qualificado pelo resultado de morte se trata
da hipótese de latrocínio. Nessa situação, também se exige dolo na conduta
antecedente (roubo) e dolo ou culpa na conduta subsequente (morte).

O crime de latrocínio é considerado crime hediondo (art. 1º, II, da Lei nº. 8.072, de 25
de julho de 1990). Cuidou o legislador de explicitar que é preciso haver, anteriormente,
violência, razão pela qual entendemos não estar configurada a hipótese do latrocínio,
se da grave ameaça resultar lesão grave ou morte. Há posição em sentido contrário,
exigindo mero nexo de causalidade entre o roubo e o resultado mais grave.
6 Do roubo e da extorsão

Extorsão e extorsão mediante sequestro


O crime de extorsão e o crime de roubo podem ser cometidos por qualquer
pessoa em face de qualquer pessoa, tratando-se de crime sem sujeito ativo ou
passivo qualificado. Possui como objetos jurídicos: patrimônio, integridade
física e liberdade do indivíduo.
Tem como objeto material a pessoa que possui o patrimônio subtraído e
aquele que sofreu a agressão ou foi cerceado de sua liberdade.
Os elementos característicos do tipo são o constrangimento (tolher a
liberdade) mediante grave ameaça (violência moral, consistente no prenún-
cio de um acontecimento desagradável com força intimidativa, desde que
importante e sério) ou a violência (violência física, isto é, o constrangimento
físico voltado à pessoa humana) a fazer e tolerar que se faça ou deixar de
fazer alguma coisa, com o fim de obter indevida vantagem econômica.
Embora não mencionado expressamente no tipo, Nucci (2006) acrescenta a
possibilidade de se dar extorsão pela redução da possibilidade de resistência
(violência imprópria).
A extorsão é variante dos crimes contra o patrimônio muito semelhante
ao roubo, pois também implica uma subtração violenta ou com grave ameaça
de bens alheios. A diferença encontra-se no fato de que a extorsão exige a
participação ativa da vítima fazendo alguma coisa, tolerando que se faça ou
deixando de fazer algo em virtude da ameaça ou violência sofrida. No roubo,
por outro lado, o agente atua sem a participação da vítima.

Nucci (2006) exemplifica da seguinte forma: para roubar um carro, o agente aponta o
revólver e retira a vítima do seu veículo contra a vontade dela. No caso da extorsão, o
autor aponta o revólver para o filho do ofendido, determinando que ele vá buscar o
carro na garagem da sua residência, entregando-o em um outro local predeterminado,
em que se encontra um comparsa.

O elemento subjetivo do tipo específico, portanto, é o ânimo de apossamento


definitivo do patrimônio alheio, espelhado pelos termos com o fim de obter
para si ou para outrem indevida vantagem econômica, tendo como elemento
subjetivo do crime o dolo específico. Trata-se de crime comum, formal, de
Do roubo e da extorsão 7

forma livre, comissivo (como regra), instantâneo de dano, unissubjetivo e


plurissubsistente, tendo como admissível a tentativa.

As espécies de extorsão presentes no Código Penal são o tipo simples, com causa
de aumento, também chamada de majorante qualificada pelo resultado. No seu
momento consumativo, há fundamentalmente três estágios:
„ o agente constrange a vítima;
„ a vítima age;
„ o agente obtém a vantagem econômica.
O Superior Tribunal de Justiça afirma, em sua Súmula nº. 96, que: “[...] o crime de
extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida” (NUCCI,
2006, p. 675).

As causas de aumento de pena (majorantes) do crime de extorsão


encontram-se no uso de violência ou na ameaça, exercidos com emprego de
arma e no concurso de duas ou mais pessoas seguindo a lógica apresentada
no crime de roubo. Além disso, aplicam-se as qualificadoras pelo resultado
lesões graves e morte.
A extorsão mediante sequestro e a extorsão simples possuem sujeito ativo
e passivo em qualquer pessoa, tendo como objetos jurídicos o patrimônio e a
liberdade do indivíduo. A extorsão mediante sequestro possui como objeto
material a pessoa que tem patrimônio atingido ou aquela que foi cerceada da
sua liberdade (NUCCI, 2006).
Esse tipo possui como elemento objetivo o sequestro (tirar a liberdade,
isolar, reter) de pessoa, com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate. Tal fato constitui o crime
previsto no art. 148 do Código Penal (sequestro), quando a finalidade do
agente for somente insular a vítima. Entretanto, com a finalidade específica
que consiste na obtenção de vantagem patrimonial, torna-se uma modalidade
de extorsão (NUCCI, 2006).
O elemento subjetivo específico do tipo é o ânimo de apossamento defi-
onitivo
fim dedeobter,
patrimônio
para sialheio
ou para
ou outra
outrem,
vantagem,
qualquer
espelhado
vantagem,
pelos
como
termos
condição
“com
ou preço do regate”. Possui o dolo como elemento subjetivo do crime, sendo
classificado como:
8 Do roubo e da extorsão

„ crime comum;
„ formal;
„ de forma livre;
„ comissivo (como regra);
„ permanente;
„ de dano;
„ unissubjetivo;
„ plurissubsistente;
„ passível de tentativa.

As suas espécies são classificadas como simples, qualificada, qualificada


pelo resultado e com causa de diminuição de pena, sendo o seu momento
consumativo o momento da privação da liberdade, não interessando se a
vantagem almejada é obtida.
Possui como qualificadoras as seguintes situações:

„ se o sequestro dura mais de 24 horas, há maior perigo de lesão à vítima


no campo psicológico;
„ se o sequestrado é menor de 18 ou maior de 60 anos, as vítimas se
encontram em situação de fragilidade por estarem em formação ou
pela idade avançada;
„ se o crime for cometido por bando ou quadrilha, há a restrição dessa
qualificadora aos elementos do art. 288 do Código Penal.

O crime de extorsão mediante sequestro também admite a qualificação


pelos resultados lesões graves e morte. Possui como hipótese de diminuição
da pena ao delator se o crime for cometido em concurso de pessoas e um dos
concorrentes delata o fato à autoridade, facilitando a liberação da vítima.

Extorsão mediante sequestro e crimes de


sequestro e cárcere privado
O roubo qualificado pela retenção, a extorsão mediante sequestro, o sequestro
simples e o crime de cárcere privado possuem semelhanças importantes, assim,
é necessário o estudo de suas distinções.
No Direito romano, segundo Bitencourt (2018), a prisão arbitrária já era
incriminada por meio da ampla definição de crimen vis, punido pela Lex Julia.
A construção de Zenon passou a considerar o cárcere privado como crime
Do roubo e da extorsão 9

autônomo, uma espécie de usurpação de poder soberano, que era o único que
podia determinar o encarceramento de alguém.

O Código Penal do império de 1830 limitava-se a criminalizar a figura do cárcere privado,


que poderia inclusive ter como local do crime as próprias prisões públicas. O Código
Penal de 1890, inspirado no Código Penal português de 1952, ampliou essa tipificação
para incluir o sequestro como forma alternativa de crime de cárcere privado. Essa
opção político-criminal foi mantida pelo Código Penal de 1940, cuja parte especial
continua em vigor (art. 148).

Como se trata de crime comum, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa,
tal como o sujeito passivo. O bem jurídico protegido nesse tipo penal é a liber-
dade individual, especialmente a liberdade de locomoção, isto é, a liberdade
de movimento do direito de ir, vir e ficar, bem como liberdade de escolher
o local em que deseja permanecer. Não deixa de ser, em sentido amplo, uma
espécie de constrangimento ilegal, apenas diferenciado pela especialidade
(BITENCOURT, 2018). É um crime comum, material, permanente, comissivo
ou omissivo e doloso.
Consuma-se com a efetiva restrição ou privação da liberdade de locomoção,
por tempo juridicamente relevante. Assim, se a privação da liberdade for
rápida, instantânea ou momentânea, não se configura o crime, admitindo-se,
no máximo, sua figura tentada, quem sabe, constrangimento ilegal.
Possui como qualificadoras à maior lesividade:

„ se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do


agente ou maior de 60 anos;
„ se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde
ou hospital;
„ se a privação da liberdade dura mais de 15 dias;
„ se o crime é praticado contra vítima menor de 18 anos;
„ se há finalidade libidinosa;
„ se resulta à vítima grave sofrimento físico ou moral.

Para o crime de roubo, foi previsto, como qualificadora, o agente manter


a vítima em seu poder, restringindo a sua liberdade (art. 157, § 2º, V). Nesse
dispositivo, a lei fala em restrição de liberdade. Assim, a restrição significa
10 Do roubo e da extorsão

turbação da liberdade, algo momentâneo, passageiro, com a finalidade de


assegurar subtração da coisa, mediante violência ou, quem sabe, garantir
somente a própria fuga.
A privação da liberdade, por sua vez, tem sentido de algo mais duradouro,
mais intenso, mais abrangente, ou seja, suprime total ou parcialmente o exer-
cício da liberdade (BITENCOURT, 2018).
Por isso, se a privação de liberdade durar mais do que o tempo necessá-
rio para garantir o êxito da subtração ou fuga, será simples majorante para
configurar o crime autônomo de sequestro. Este terá concurso material com
o crime contra o patrimônio se requerer da vítima ação ou tolerância a ações
do sequestrante, configurando-se extorsão mediante sequestro. Se a vítima,
por exemplo, após despojada de seu veículo, for obrigada a nele permanecer,
utilizando-se do veículo os acusados para a prática de novos roubos contra
outras vítimas, haverá o crime de sequestro ou cárcere privado em concurso
material com o de roubo.

BITENCOURT, C. R. Tratado de Direito Penal: parte especial 2. Dos crimes contra a pessoa.
8. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
NUCCI, G. S. Manual de Direito Penal: parte geral e parte especial. 2. ed. rev. atual. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.

Leituras recomendadas
BITENCOURT, C. R. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2009.
CAPEZ, F. Curso de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2015.
FABRINI, R. N.; MIRABETE, J. F. Manual de direito penal: parte especial. São Paulo: Atlas, 2015.
GRECO, R. Curso de Direito Penal. São Paulo: Impetus, 2016.
NUCCI, G. S. Código Penal comentado. São Paulo: Editora Forense, 2016.
NUCCI, G. S. Curso de Direito Penal. São Paulo: Editora Forense, 2016.
PRADO, L. R. Curso de Direito Penal brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.
ZAFFARONI, E. R.; PIERANGELLI, J. H. Manual de Direito Penal brasileiro. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2008.

Você também pode gostar