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DOS CRIMES PRATICADOS

POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA


A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
1. CRIMES FUNCIONAIS PRÓPRIOS x IMPRÓPRIOS ..................................................................................................................... 3
2. INSIGNIFICÂNCIA NOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................................... 4
2.1 QUESTÕES SOBRE INSIGNIFICÂNCIA ................................................................................................................................ 4
3. CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO...................................................................................................................................... 6
3.1 DA CAUSA DE AUMENTO ................................................................................................................................................... 6
3.2 AGENTES EQUIPARADOS................................................................................................................................................... 6
3.2.1 DIRETOR DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL ........................................................................................................................ 7
3.2.2 ADMINISTRADOR DE LOTERIA .................................................................................................................................. 7
3.2.3 ADVOGADOS DATIVOS .............................................................................................................................................. 7
3.2.4 MÉDICO DE HOSPITAL PARTICULAR CREDENCIADO/CONVENIADO AO SUS (APÓS A LEI 9.983/2000) .................. 7
3.2.5 ESTAGIÁRIO DE ÓRGÃO OU ENTIDADE PÚBLICOS ................................................................................................... 7
3.2.6 DEPOSITÁRIO JUDICIAL NÃO É CONSIDERADO FUNCIONÁRIO PÚBLICO (CUIDADO) ............................................. 7
3.3 PROGRESSÃO DE REGIME NOS CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................... 8
3.4 COMUNICABILIDADE DA ELEMENTAR .............................................................................................................................. 8
4. PECULATO .................................................................................................................................................................................. 9
4.1 PECULATO-DESVIO.......................................................................................................................................................... 10
4.2 PECULATO-FURTO / PECULATO IMPRÓPRIO .................................................................................................................. 10
4.3 PECULATO CULPOSO ...................................................................................................................................................... 11
4.5 A REPARAÇÃO DO DANO NOS CRIMES DE PECULATO ................................................................................................... 12
5. PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM ............................................................................................................................... 13
6. INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES – PECULATO ELETRÔNICO ................................................. 14
7. MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES ............................................................. 14
8. EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO ............................................................................... 15
9. EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS ................................................................................................... 15
10. CONCUSSÃO ........................................................................................................................................................................ 15
11. EXCESSO DE EXAÇÃO .......................................................................................................................................................... 17
12. CORRUPÇÃO PASSIVA ......................................................................................................................................................... 18
12.1 DA CAUSA DE AUMENTO DE PENA .................................................................................................................................. 19
12.2 CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA ............................................................................................................................ 20
12.3 JURISPRUDÊNCIA............................................................................................................................................................ 20
13. FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO .......................................................................................................... 20
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elaborado por @fredsmcezar
14. PREVARICAÇÃO.................................................................................................................................................................... 21
15. PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA ............................................................................................................................................... 21
16. CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA ........................................................................................................................................ 21
17. ADVOCACIA ADMINISTRATIVA ............................................................................................................................................ 22
18. VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA ...................................................................................................................................................... 22
19. ABANDONO DE FUNÇÃO ...................................................................................................................................................... 22
20. EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU PROLONGADO ........................................................................... 22
21. VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL ...................................................................................................................................... 23

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1. CRIMES FUNCIONAIS PRÓPRIOS x IMPRÓPRIOS

Os crimes funcionais impróprios são aqueles que podem revestir-se de parcial atipicidade. (certa) 2010 - MPE-SP
A doutrina classifica os crimes funcionais em próprios e impróprios. Nos crimes próprios, a qualidade de funcionário público é
elementar do tipo. Ausente a condição de funcionário público a conduta é atípica. São exemplos de crimes próprios: concussão,
corrupção passiva e prevaricação. Aqueles chamados de impróprios são crimes funcionais em que o fato seria igualmente
criminoso se não fosse praticado por funcionário público, embora a outro título. Por exemplo, o peculato, que, não fosse a
qualidade de funcionário público, seria punível como apropriação indébita. Em havendo concurso de pessoas, sendo a condição
de funcionário elementar do crime, estender-se-á aos copartícipes, mesmo que particulares, nos termos do art. 30 do Código Penal.
(certa) 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

Os crimes funcionais impróprios são identificáveis porque o fato punível é incriminado, mesmo quando não praticado por
funcionário público, como acontece com o delito de peculato. (certa) 2009 - TJ-RS – JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO

É possível a autoria mediata nos crimes próprios – como, por exemplo, no peculato –, desde que o autor mediato reúna todas
as qualidades ou condições exigidas pelo tipo. Em outros termos, tratando-se de autoria mediata, todos os pressupostos necessários
de punibilidade devem se encontrar na pessoa do homem de trás. (certa) 2021 - PC-MS - DELEGADO DE POLÍCIA
Ex.: Tício e seus três advogados, de posse de um mandado judicial que autorizava qualquer agência do Banco do Brasil deste
Estado a sacar R$-6.000.000,00 (seis milhões de reais) da conta corrente de uma empresa de economia mista, decisão inerente à
uma cautelar cível com a prestação da devida caução, dirigiram-se até a uma agência desta Capital e, ao conversarem com Tácito,
gerente geral da mencionada agência, este, ao consultar a Escrivania Cível pertinente, descobriu que a decisão havia sido cassada
pelo Tribunal de Justiça, com a ordem de que fosse recolhido o mandado judicial. Ticio e seus advogados confessaram que já
sabiam da decisão de segunda instância e passaram a oferecer 20% da quantia sacada a Tácito, pois ele não estaria obrigado a dizer
que tinha conhecimento da cassação da decisão. Aceita a oferta, o gerente com sua senha de funcionário do banco efetuou o saque
e anexou em sua pasta a ordem judicial já cassada. Distribuiu-se o dinheiro para as contas correntes dos três advogados e à conta
do próprio Tício. O sistema de segurança do Banco do Brasil percebera a grande quantia retirada subitamente da conta corrente da
empresa e passou a rastrear o dinheiro administrativamente e recuperou grande parte do montante. Mas a empresa foi lesada em
R$-300.000,00 (trezentos mil reais). Todos concorreram para o crime de peculato. (certa) 2010 - MPE-GO

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2. INSIGNIFICÂNCIA NOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Há dois grupos de crimes praticados contra a Administração Pública:

▪ DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL(CAP. I DO TÍTULO XI)

Ex.: Caio, detentor de notório saber jurídico e reputação ilibada, aprovado em 1º lugar no concurso público para procurador do
Estado de Santa Catarina, foi designado para exercer as suas atribuições no Município de Florianópolis, em um novo prédio arrendado
pelo Estado, com controle de acesso e um esquema de segurança formidável. Um determinado dia, verificando que a repartição
estava vazia, Caio ingressou no gabinete de Tício, também procurador do Estado, e colocou três maços de folha A4 que lá se
encontravam em sua mochila, para utilizá-los, em sua residência, para fins pessoais. O Ministério Público tomou ciência dos fatos,
em razão de monitoramento eletrônico no local. Nesse cenário, de acordo com o Código Penal e considerando-se o entendimento
dominante dos Tribunais Superiores, Caio: responderá pela prática do crime de peculato impróprio, não podendo se beneficiar do
princípio da insignificância. (certa) FGV - 2022 - PGE-SC
Há, contudo, duas decisões no STF em que o princípio foi aplicado:
EMENTA: AÇÃO PENAL. Delito de peculato-furto. Apropriação, por carcereiro, de farol de milha que guarnecia motocicleta
apreendida. Coisa estimada em treze reais. Res furtiva de valor insignificante. Periculosidade não considerável do agente.
Circunstâncias relevantes. Crime de bagatela. Caracterização. Dano à probidade da administração. Irrelevância no caso. Aplicação
do princípio da insignificância. Atipicidade reconhecida. Absolvição decretada. HC concedido para esse fim. Voto vencido. Verificada
a objetiva insignificância jurídica do ato tido por delituoso, à luz das suas circunstâncias, deve o réu, em recurso ou habeas corpus,
ser absolvido por atipicidade do comportamento. (HC 112388, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Relator(a) p/ Acórdão: CEZAR PELUSO, Segunda Turma, julgado
em 21-08-2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-181 DIVULG 13-09-2012 PUBLIC 14-09-2012)

Habeas Corpus. 2. Subtração de objetos da Administração Pública, avaliados no montante de R$ 130,00 (cento e trinta reais). 3.
Aplicação do princípio da insignificância, considerados crime contra o patrimônio público. Possibilidade. Precedentes. 4. Ordem
concedida. (HC 107370, Relator(a): GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 26-04-2011, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-119 DIVULG 21-06-2011 PUBLIC 22-06-2011)

▪ DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL (CAP. II DO TÍTULO XI)

STJ INAPLICABILIDADE

STF APLICABILIDADE
.
SÚMULA 599-STJ: O princípio da INSIGNIFICÂNCIA É INAPLICÁVEL aos crimes contra a administração pública.

Admite-se a aplicação do princípio da insignificância ao crime de descaminho (art. 334 do CP). De acordo com
EXCEÇÃO o STJ, “a insignificância nos crimes de descaminho tem colorido próprio, diante das disposições trazidas na Lei
n. 10.522/2002”. (AgRg NO RESP 1346879/SC, 26/11/2013).

Segundo a jurisprudência desta Corte, não se aplica o princípio da insignificância aos crimes cometidos contra a administração
pública, ainda que o valor seja irrisório, porquanto a norma penal busca tutelar não somente o patrimônio, mas também a moral
administrativa. (AgRg no AREsp n. 487.715/CE, relator Ministro Gurgel de Faria, Quinta Turma, julgado em 18/8/2015, DJe de 1/9/2015.)"
O STF concorda com a Súmula 599 do STJ?1 “NÃO. No STF, há julgados admitindo a aplicação do princípio mesmo em outras
hipóteses além do descaminho, como foi o caso do HC 107370, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/04/2011 e do HC 112388,
Rel. p/ Acórdão Min. Cezar Peluso, julgado em 21/08/2012.
Segundo o entendimento que prevalece no STF, a prática de crime contra a Administração Pública, por si só, não inviabiliza a
aplicação do princípio da insignificância, devendo haver uma análise do caso concreto para se examinar se incide ou não o referido
postulado.”

2.1 QUESTÕES SOBRE INSIGNIFICÂNCIA


• Admite-se a aplicação do princípio da insignificância para o crime de peculato, desde que o valor patrimonial subtraído seja irrisório. (errada)
CESPE - 2017 - PJC-MT - DELEGADO

• Consoante posição do Supremo Tribunal Federal, é cabível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes contra a Administração
pública. (certa) FCC - 2017 - DPE-PR

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CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 599-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/6332a8f62e3a9d5831724f2ffe55cae0>. Acesso em: 02/08/2022
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elaborado por @fredsmcezar
• De acordo com a jurisprudência sumulada do Superior Tribunal De Justiça: O princípio da insignificância é aplicável aos crimes cometidos
contra a Administração Pública. (errada) 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• O princípio da insignificância poderá ser aplicado aos crimes contra a administração pública quando o agente for primário e o prejuízo
causado ao erário for inexpressivo. (errada) CESPE - 2018 - PC-MA - DELEGADO

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3. CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO

Art. 327 - Considera-se FUNCIONÁRIO PÚBLICO, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração,
exerce cargo, emprego ou função pública.

3.1 DA CAUSA DE AUMENTO


§ 2º - A pena será aumentada da terça parte (1/3) quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de
cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da ADMINISTRAÇÃO DIRETA, SOCIEDADE DE
ECONOMIA MISTA, EMPRESA PÚBLICA ou FUNDAÇÃO INSTITUÍDA pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)

*O DISPOSITIVO NÃO INCLUIU AS AUTARQUIAS.


Ex.: Qual o tratamento penal a ser dispensado ao funcionário público que, ocupando cargo em comissão, solicita, para si, em
razão da função, vantagem ilícita? Responderá pelo crime de corrupção passiva, devendo a pena ser aumentada da terça parte. (certa)
VUNESP - 2021 - TJ-SP - JUIZ SUBSTITUTO

A CAUSA DE AUMENTO prevista no § 2º do art. 327 do Código Penal NÃO PODE ser aplicada aos dirigentes de AUTARQUIAS
(ex: a maioria dos Detrans) porque esse dispositivo menciona apenas órgãos, sociedades de economia mista, empresas públicas
e fundações2. STF. 2ª TURMA. 3/9/2019 (INFO 950).

O Governador do Estado, nas hipóteses em que comete o delito de peculato, incide na causa de aumento de pena prevista no
art. 327, §2º, do Código Penal, porquanto o Chefe do Poder Executivo, consoante a Constituição Federal, exerce o cargo de
direção da Administração Pública, exegese que não configura analogia in malam partem, tampouco interpretação extensiva da
norma penal, mas, antes, compreensiva do texto. (Inq 2606, Relator(a): LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 04-09-2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-222
DIVULG 11-11-2014 PUBLIC 12-11-2014 REPUBLICAÇÃO: DJe-236 DIVULG 01-12-2014 PUBLIC 02-12-2014)

A mera afirmação de que o denunciado ocupa o cargo de desembargador é insuficiente para a incidência da causa de aumento
de pena prevista no art. 327, § 2º, do Código Penal. AgRg na APn 970-DF, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, Corte Especial, por unanimidade, julgado em
04/05/2022. (Info 736).

• Ser membro de poder ou exercer cargo de elevada envergadura são circunstâncias irrelevantes para a formulação da pena-base dos crimes
contra a administração pública. (errada) CESPE - 2018 - PC-MA - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL
• É entendimento do STF que, quando cometer delito de peculato, governador de estado não pode incidir na causa de aumento de pena prevista
no art. 327, § 2º, do CP, dada a natureza de seu cargo, pois a situação caracterizaria bis in idem. (errada) 2015 - PGE-RS

De acordo com a orientação atual do STF, é correto afirmar é incabível a causa de aumento do art. 327, §2º, do Código Penal,
pelo mero exercício do mandato parlamentar. (certa) FGV - 2022 - MPE-GO

O simples fato de o réu exercer um mandato popular não é suficiente para fazer incidir a causa de aumento do art. 327, § 2º,
do CP. É necessário que ele ocupe uma posição de superior hierárquico (o STF chamou de "imposição hierárquica"). STF. Plenário.
Inq 3983/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 02 e 03/03/2016 (Info 816).

A causa de aumento prevista no § 2º do art. 327 do Código Penal pode ser aplicada aos agentes detentores de mandato eletivo
(agentes políticos) que exercem, cumulativamente, as funções política e administrativa. STF. 2ª Turma. RHC 110513/RJ, rel. Min. Joaquim
Barbosa, 29/5/2012.

3.2 AGENTES EQUIPARADOS


§ 1º - EQUIPARA-SE a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para
empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade TÍPICA da ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

O art. 327 do CP traduz exemplo de interpretação autêntica. (certa) VUNESP - 2018 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA
Ex.: Cometerá o crime de peculato o funcionário de empresa privada permissionária de serviço público, contratada por
sociedade de economia mista para desempenhar atividade de manutenção de linhas de transmissão elétrica, ao desviar para si
objetos de propriedade de sua empregadora, utilizados no seu trabalho. (certa) 2013 - MPE-SC
Diferentemente ...
João, empregado de uma empresa terceirizada que presta serviço de vigilância a órgão da administração pública direta,
subtraiu aparelho celular de propriedade de José, servidor público que trabalha nesse órgão. O ato praticado por João configura
crime de peculato-furto. (errada) CESPE - 2015 – AGU

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CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Causa de aumento do art. 327, § 2º, do CP não se aplica para autarquias. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4d630f9347177b17ec7a362f19489239>. Acesso em: 16/11/2023
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• Quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada pela administração pública é, para efeitos penais, equiparado a funcionário
público, consoante o CP. (certa) CESPE - 2011 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• Por não possuir a qualidade de funcionário público, quem trabalha, como empregado celetista, para uma empresa privada, prestadora de
serviços, contratada para a execução de atividade típica da administração pública, não pode responder por crime que se insira na categoria
dos crimes praticados por funcionários públicos contra a administração pública. (errada) 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• João, empregado de uma empresa terceirizada que presta serviço de vigilância a órgão da administração pública direta, subtraiu aparelho
celular de propriedade de José, servidor público que trabalha nesse órgão. A respeito dessa situação hipotética, julgue o item que se segue.
João é funcionário público por equiparação, devendo ser a ele aplicado o procedimento especial previsto no CP, o que possibilita a
apresentação de defesa preliminar antes do recebimento da denúncia. (errada) CESPE - 2015 - AGU - ADVOGADO DA UNIÃO

3.2.1 DIRETOR DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL


O DIRETOR de ORGANIZAÇÃO SOCIAL pode ser considerado funcionário público por equiparação para fins penais (art. 327, §
1º do CP). As organizações sociais que celebram CONTRATOS DE GESTÃO com o Poder Público são consideradas “entidades
paraestatais”. STF. 1ª Turma. HC 138484/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2018 (Info 915).

3.2.2 ADMINISTRADOR DE LOTERIA


Administrador de Loteria é equiparado a funcionário público para fins penais porque a Loteria executa atividade típica da
Administração Pública que lhe foi delegada por regime de permissão. (STJ - AREsp 679651 / RJ 2015/0055964-8, Relator: Ministro JOEL ILAN
PACIORNIK (1183), Data do Julgamento: 11/09/2018, Data da Publicação: 17/09/2018, T5 - QUINTA TURMA)

3.2.3 ADVOGADOS DATIVOS


O advogado que, por força de convênio celebrado com o Poder Público, atua de forma remunerada em defesa dos
hipossuficientes agraciados com o benefício da assistência judiciária gratuita, enquadra-se no conceito de funcionário público
para fins penais. Sendo equiparado a funcionário público, é possível que responda por corrupção passiva (art. 317 do CP). STJ.
5ª Turma. HC 264.459-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579).

• O defensor dativo, constituído pelo juiz no processo penal, é considerado funcionário público para fins penais. (certa) CESPE - 2017 - PGE-SE

• Profissional nomeado pela assistência judiciária para atuar como defensor dativo ingressa com ação contra o INSS, em favor da parte para
a qual foi constituído, e posteriormente faz o levantamento do valor devido. Contudo, não repassou o dinheiro à parte, cometendo o delito de
peculato, tendo em vista apropriar-se de dinheiro ou valor de que tem a posse em razão do cargo. (certa) VUNESP - 2015 - TJ-SP - JUIZ SUBSTITUTO

3.2.4 MÉDICO DE HOSPITAL PARTICULAR CREDENCIADO/CONVENIADO AO SUS (APÓS A LEI 9.983/2000)


Depois da Lei nº 9.983/2000, que alterou o § 1º do art. 327 do CP, o médico credenciado ao SUS pode ser equiparado a
funcionário público para efeitos penais. Vale ressaltar, no entanto, que a Lei nº 9.983/2000 não pode retroceder alcançar
situações praticadas antes de sua vigência. (STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1101423/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/11/2012).

Qual o tratamento penal para a conduta de Caio, médico servidor do Sistema Único de Saúde (SUS), que, em prejuízo do paciente
Mévio, solicita “custos adicionais” para realizar um exame já homologado por órgão previdenciário? Corrupção passiva. (certa) 2014 -
MPE-MT

• Para fins penais, é considerado funcionário público o médico não concursado, que presta serviços pelo SUS. (certa) 2016 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ
FEDERAL SUBSTITUTO

• Se João, médico particular, solicitar o pagamento de cem reais para atender paciente pelo Sistema Único de Saúde, ele não pratica crime
funcional, já que não exerce atividade típica da Administração Pública. (errada) 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• A conduta de médico particular solicitar o pagamento de valor em dinheiro para atender paciente pelo SUS não configura crime funcional,
pois o agente não se enquadra no conceito de funcionário público para fins penais. (errada) CESPE - 2022 - PC-RJ - DELEGADO DE POLÍCIA

“Compete à Justiça Estadual processar e julgar o feito destinado a apurar crime de concussão consistente na cobrança de
honorários médicos ou despesas hospitalares a paciente do SUS por se tratar de delito que acarreta prejuízo apenas ao particular,
sem ofensa a bens, serviços ou interesse da União” (CC 36.081/RS, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, TERCEIRA SEÇÃO, DJ. 01/02/2005 p. 403).
3.2.5 ESTAGIÁRIO DE ÓRGÃO OU ENTIDADE PÚBLICOS
Estagiário de órgão público que, valendo-se das prerrogativas de sua função, apropria-se de valores subtraídos do programa
bolsa-família subsume-se perfeitamente ao tipo penal descrito no art. 312, § 1º, do Código Penal (peculato-furto), porquanto
estagiário de empresa pública ou de entidades congêneres se equipara, para fins penais, a servidor ou funcionário público, em
decorrência do disposto no art. 327, § 1º, do Código Penal. (REsp n. 1.303.748/AC, relator Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em
25/6/2012, DJe de 6/8/2012.)

3.2.6 DEPOSITÁRIO JUDICIAL NÃO É CONSIDERADO FUNCIONÁRIO PÚBLICO (CUIDADO)


O depositário judicial não é funcionário público para fins penais, porque não ocupa cargo público, mas a ele é atribuído um
munus, pelo juízo, em razão do fato de que determinados bens ficam sob sua guarda e zelo. STJ. 6ª Turma. HC 402949-SP, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, julgado em 13/03/2018 (Info 623).

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3.3 PROGRESSÃO DE REGIME NOS CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 33 § 4º - O condenado por crime contra a administração pública terá a PROGRESSÃO DE REGIME do cumprimento da pena
CONDICIONADA à REPARAÇÃO do dano que causou, ou à DEVOLUÇÃO DO PRODUTO do ilícito praticado, com os acréscimos
legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
2022 - PC-GO - DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO

• De acordo com o que determina expressamente o art. 33 do CP, o condenado por crime contra a Administração Pública terá a
progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do
ilícito praticado, com os acréscimos legais. (certa) VUNESP - 2022 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA

3.4 COMUNICABILIDADE DA ELEMENTAR


Em havendo concurso de pessoas, sendo a condição de funcionário elementar do crime, estender-se-á aos copartícipes,
mesmo que particulares, nos termos do art. 30 do Código Penal. (certa) 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, SALVO quando ELEMENTARES do crime.
2008 - PC-GO - DELEGADO DE POLÍCIA / CESPE - 2011 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL / CESPE - 2014 - MPE-AC

Por força do art. 30 do CP, o particular pode ser coautor nos crimes próprios (que exigem uma qualidade especial do agente
– peculato, v.g.), desde que tenha ciência dessa elementar. (certa) 2012 - MPE-GO
No caso de o extraneus participar, mediante instigação e auxílio material, de um crime de peculato-apropriação praticado
por seu irmão funcionário público: responderá por peculato-apropriação, pois, apesar de não ser funcionário público, esta
qualidade, por ser elementar do crime, a ele se comunica. (certa) MPE-SP - 2015
• O particular, estranho ao serviço público, pode ser responsabilizado como partícipe no crime de peculato. (certa) 2012 - MPE-SP

• Mesmo aquele que não é funcionário público poderá responder por crime de peculato. (certa) VUNESP - 2012 - DPE-MS

• A condição de funcionário público é elementar do tipo de peculato e, por isso, não se comunica, em qualquer situação, ao coautor ou partícipe
particular. (errada) FCC - 2016 - PGE-MA
• O particular que auxilia materialmente a prática de crime de peculato-desvio por seu amigo, que sabe ser servidor, responderá por apropriação
indébita, tendo em vista lhe faltar a qualidade de funcionário público . (errada) 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto
• A circunstância elementar do crime de peculato se comunica ao coautor ou partícipe, mesmo que estes não integrem o serviço público. (certa)
CESPE - 2018 - PC-MA - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL

• Na hipótese de terceira pessoa, que não é funcionária pública, instigar seu pai, este funcionário público, a cometer o crime de peculato-
apropriação, responderá pelo crime, uma vez que se comunica a elementar do crime. (certa) 2018 - MPE-MS
• A elementar do crime de peculato não se comunica aos coautores e partícipes estranhos ao serviço público. (errada) 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ
FEDERAL SUBSTITUTO

• A circunstância elementar do crime de peculato se comunica ao coautor ou partícipe, mesmo que estes não integrem o serviço público. (certa)
CESPE - 2018 - PC-MA - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL

• A elementar do crime de peculato não se comunica aos coautores e partícipes estranhos ao serviço público. (errada) 2018 - TRF - 3ª REGIÃO -
JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

• A ausência da qualidade de funcionário público afasta a imputação do delito de peculato ao partícipe ou coautor desse crime, por se tratar
de crime próprio. (errada) CESPE - 2020 - MPE-CE

É possível que a pessoa que não é funcionário público venha a responder por peculato. (certa) FGV - 2012 - PC-MA - DELEGADO DE POLÍCIA
Ex.: No caso de o extraneus participar, mediante instigação e auxílio material, de um crime de peculato-apropriação praticado
por seu irmão funcionário público responderá por peculato-apropriação, pois, apesar de não ser funcionário público, esta
qualidade, por ser elementar do crime, a ele se comunica. (certa) 2015 - MPE-SP
Ex.: Tício, funcionário público, convida Mévio, que trabalha em empresa privada, para ajudá-lo a subtrair um computador,
pertencente à repartição, que se encontra na sala de trabalho de Tício, para seu uso diário, e que se acha sob sua guarda. Ciente
da condição de funcionário público de Tício, Mévio ajuda-o a transportar esse bem até sua casa. Nessa situação hipotética, é
correto afirmar-se que Tício e Mévio respondem por peculato. (certa) VUNESP - 2009 - TJ-SP – JUIZ

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4. PECULATO
2012 - PGE-SC / 2012 - MPE-MT / 2012 - MPE-RS / CESPE - 2013 - TJ-RN – JUIZ / CESPE - 2022 - PC-RJ - DELEGADO DE POLÍCIA / FGV - 2022 - PC-AM - DELEGADO DE POLÍCIA

O crime de peculato é crime contra a administração da justiça. (errada) VUNESP - 2014 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA
Admite-se nas formas dolosa e culposa e é possível concurso de agentes com quem não é funcionário público. (certa) 2012 - TJ-PR –
JUIZ

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem
a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.


É possível a tentativa no crime de peculato, salvo na modalidade culposa. (certa) FGV - 2012 - PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA
Constitui pressuposto material dos crimes de peculato-apropriação e peculato-desvio, em suas formas dolosas, a anterior posse
do dinheiro, do valor ou de qualquer outro bem móvel, público ou particular, em razão do cargo ou função. (certa) CESPE - 2013 - PC-BA -
DELEGADO DE POLÍCIA

• O funcionário público tem a disponibilidade jurídica do bem e o desvia em proveito próprio e alheio, por exemplo, mediante documentos
falsos. (certa) 2015 - PGR - PROCURADOR DA REPÚBLICA

Segundo entendimento do STJ em relação ao crime de peculato, configura bis in idem a aplicação da circunstância agravante de
ter o crime sido praticado com violação de dever inerente a cargo. (certa) CESPE - 2009 – AGU
• A incidência da circunstância agravante relativa ao abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão não
se mostra incompatível com o delito de peculato. (errada) CESPE - 2011 - DPE-MA
• A incidência da agravante genérica relativa à prática de delito com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério
ou profissão é incompatível com o peculato, pois este pressupõe abuso de poder ou violação de dever inerente ao cargo. (certa) CESPE - 2012 -
TJ-PI - JUIZ

Ex.: O carcereiro que recebe os objetos do preso e deles se apropria, responde por peculato. (certa) FGV - 2012 - PC-MA – DELEGADO DE
POLÍCIA

Ex.: O funcionário público, lotado em bilheteria de ferrovia estatal, que falsifica e vende bilhetes de passagem, apropriando- se
do respectivo valor, comete crime de peculato. (certa) FCC - 2009 - DPE-MT
Ex.: Antônio, servidor de autarquia previdenciária municipal, desvia dinheiro da entidade na forma de pagamento de pensão em
favor de quem declaradamente não tem direito ao benefício. Se exercesse na entidade paraestatal função de direção, Antônio teria
praticado crime de peculato, devendo a pena ser aumentada da terça parte. (certa) 2009 - TJ-RS – JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
Ex.: Um policial que, em proveito próprio, se apropria do valor da fiança recebida de contraventor, pratica o peculato em razão
do cargo. (certa) 2011 - TJ-DFT – JUIZ
Diferentemente ...
Ex.: Caio entrega a Tício, seu amigo e funcionário do Detran, uma quantia em dinheiro para que este último pague uma multa
naquele órgão público. Tício, no entanto, apropria-se do dinheiro. Nesse caso, Tício deverá ser responsabilizado pelo crime de:
APROPRIAÇÃO INDÉBITA. (certa) 2016 - MPE-GO // Obs. Do enunciado extrai-se que o agente não se valeu da condição de agente público
e, assim, está descaracterizado o crime contra a administração pública.
O crime de peculato embora seja crime próprio, admite a participação de agentes que não sejam funcionários públicos. (certa)
VUNESP - 2014 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA

Os tipos de peculato e de corrupção passiva (CP, art. 312, caput, e art. 317, caput, respectivamente) são modalidades de crimes
de mão própria. (errada) 2011 - MPE-PR
No crime de peculato, o “proveito próprio ou alheio” é elemento normativo do tipo, sendo definido como qualquer vantagem
material ou moral, independentemente da natureza patrimonial. (certa) 2011 - MPE-PB
• Pratica crime de peculato-desvio o funcionário público que recebe dinheiro de particular, destinado ao Estado, e, sem autorização legal, aplica-
o na própria repartição pública, para melhoria do serviço público. (certa) CESPE - 2009 - DPE-ES
• Apenas bens públicos são objeto material do crime de peculato, não sendo possível, jamais, que esse crime atinja bens particulares. (errada)
CESPE - 2009 - PC-RN - DELEGADO DE POLÍCIA

• Por se tratar de crime próprio, no peculato-furto não se pode reconhecer a autoria mediata quando o funcionário público vale-se de
instrumento não qualificado, tal como o cidadão comum, induzido a erro, para a subtração de bem da Administração Pública. (errada) 2011 –
MPDFT

• A consumação do crime de peculato-apropriação ocorre no momento em que o funcionário público, em virtude do cargo, começa a dispor
do bem móvel de que se tenha apropriado, como se proprietário dele fosse. (errada) CESPE - 2011 - DPE-MA
• Paulo dirige-se a uma repartição pública e entrega a Salim M., funcionário municipal, uma determinada quantia em dinheiro a título de
pagamento de tributos supostamente atrasados. Nesse instante, Salim M. percebe que a dívida já havia sido paga, mas fica em silêncio e
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apropria-se do valor. Tipifica-se, na hipótese, o delito de “peculato apropriação” (art. 312, caput, 1ª parte, do Código Penal). (certa) 2014 - MPE-
GO

• O agente de polícia que, valendo-se da facilidade proporcionada pelo cargo, subtrai, em proveito próprio, dinheiro de fiança prestada por
preso em flagrante na delegacia de polícia em que trabalha, e que estava na posse do escrivão de polícia, pratica o crime de peculato. 2015
- MPDFT

• O ato praticado por João configura crime de peculato-furto, em que o sujeito passivo imediato é José e o sujeito passivo mediato é a
administração pública. (errada) CESPE - 2015 - AGU
• À luz do Código Penal, não se revela possível a condenação de particular pelo delito de peculato (art. 312, CP). (errada) 2015 - PGE-RS
• No tema do peculato-desvio, o funcionário público tem a disponibilidade jurídica do bem e o desvia em proveito próprio e alheio, por exemplo,
mediante documentos falsos; PGR - 2015 - PGR - PROCURADOR DA REPÚBLICA
• Para a configuração do crime de peculato-furto (art. 312, § 1⁰, CP) é suficiente que o sujeito ativo, funcionário público, subtraia um bem
móvel particular que esteja sob a guarda da Administração pública. (errada) FUNCAB - 2016 - PC-PA - DELEGADO DE POLICIA CIVIL
• Não se admite o agravamento da pena base no delito de peculato com fundamento no elevado prejuízo causado aos cofres públicos, a título
de consequências do crime. (errada) CESPE - 2017 - PC-MT - DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO
• Sobre o crime de peculato, previsto no Código Penal, verifica-se que, na modalidade apropriação, pode se dar em favor de terceira pessoa.
2018 - PC-GO – DELEGADO

• Servidor de autarquia municipal que desvia dinheiro da entidade mediante pagamento de benefício a quem sabidamente não tem esse direito
comete o crime de peculato-desvio. (certa) 2018 - MPE-MS

Tratando-se de peculato, é correto afirmar que a energia de valor econômico pode ser objeto material do crime de peculato.
(certa) 2012 - PGR - PROCURADOR DA REPÚBLICA

A apropriação momentânea pelo funcionário público de coisa infungível que se encontra na sua posse em razão do seu cargo,
sem o animus domini, não configura o delito de peculato, por não encontrar tipicidade na norma incriminadora. Entretanto, se o
“peculato de uso” é cometido por prefeito, deverá ele ser responsabilizado criminalmente. (certa) 2011 - MPE-PB
Ex.: Dora, em razão de defeito verificado em seu computador pessoal, leva clandestinamente o computador portátil da repartição
pública em que trabalha para casa, usando-o para a confecção de um trabalho de faculdade. Em seguida, restitui o equipamento
sem que ninguém tenha percebido sua falta. Nesse contexto, majoritariamente se afirma que Dora cometeu crime de peculato-
apropriação. (errada) FUNCAB - 2016 - PC-PA - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL

4.1 PECULATO-DESVIO
O tipo penal denominado peculato desvio constitui delito plurissubsistente, podendo a conduta a ele associada ser fracionada
em vários atos, coincidindo o momento consumativo desse delito com a efetiva destinação diversa do dinheiro ou valor sob a
posse do agente, desde que haja obtenção material do proveito próprio ou alheio. (certa) CESPE - 2012 – AGU
• No peculato-desvio o funcionário público tem a disponibilidade jurídica do bem e o desvia em proveito próprio e alheio, por exemplo, mediante
documentos falsos. (certa) 2015 - PGR - PROCURADOR DA REPÚBLICA
.
• Configura o crime de peculato-desvio o fomento econômico de candidatura à reeleição por Governador de Estado com o
patrimônio de empresas estatais. É possível porque a posse necessária para configuração do crime de peculato deve ser
compreendida não só como a disponibilidade direta, mas também como disponibilidade jurídica, exercida por meio de ordens.
STJ. 5ª 11/02/2020 (INFO 666)

• No peculato-desvio, exige-se que o servidor público se aproprie de dinheiro do qual tenha posse direta ou indireta, ainda que
mediante mera disponibilidade jurídica. STF. PLENÁRIO. 15/05/2014.
• O administrador que desconta valores da folha de pagamento dos servidores públicos para quitação de empréstimo
consignado e não os repassa a instituição financeira pratica peculato-desvio, sendo desnecessária a demonstração de
obtenção de proveito próprio ou alheio, bastando a mera vontade de realizar o núcleo do tipo. STJ. CORTE ESPECIAL. 06/11/2019 (INFO
664).

4.2 PECULATO-FURTO / PECULATO IMPRÓPRIO


O peculato impróprio ou peculato-furto ocorre quando o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou
bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se da facilidade que lhe proporciona a
qualidade de funcionário. (certa) 2012 - MPE-SC

Art. 312 § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai,
ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário.
Ex.: Caio, funcionário público estadual, no exercício regular de sua função pública, valendo-se das facilidades que o cargo lhe
proporcionava, dirigiu-se ao setor público de arrecadação e pagamento de valores, sob o pretexto de tratar de assunto funcional
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com seu colega Técio, servidor público responsável pela conferência e guarda do dinheiro que os contribuintes recolhiam àquele
órgão. Enquanto conversavam, Caio, aproveitando-se de ligeira distração de Técio, subtraiu uma cédula de R$ 200 que estava sobre
a mesa do colega e que era relativa a um pagamento de débito feito por um contribuinte. Caio, posteriormente, confessou que
subtraíra esse dinheiro porque precisava pagar uma dívida vencida. Na situação hipotética apresentada, a conduta de Caio, em tese,
configura o crime de peculato-furto. (certa) CESPE - 2022 - PGE-PA
Ex.: Antônio, ex-estagiário da agência da Caixa Econômica Federal em Recife, Pernambuco, foi denunciado pelo Ministério Público
Federal por ter se apropriado de valores subtraídos de contas correntes supostamente inativas. O estagiário subtraiu, em proveito
próprio, o valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), entre janeiro e agosto de 2018. A conduta ilícita só foi possível em razão
de ter o acusado acesso às senhas de funcionários da Caixa Econômica Federal, que foram memorizadas quando da digitação nos
sistemas ou que foram fornecidas ao estagiário pelos próprios funcionários do banco. Com base no exposto, é correto afirmar que
a conduta do ex-estagiário se amolda ao crime de peculato-furto. (certa) 2022 - PC-GO - DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO

Ex.: Caio, detentor de notório saber jurídico e reputação ilibada, aprovado em 1º lugar no concurso público para procurador do
Estado de Santa Catarina, foi designado para exercer as suas atribuições no Município de Florianópolis, em um novo prédio arrendado
pelo Estado, com controle de acesso e um esquema de segurança formidável. Um determinado dia, verificando que a repartição
estava vazia, Caio ingressou no gabinete de Tício, também procurador do Estado, e colocou três maços de folha A4 que lá se
encontravam em sua mochila, para utilizá-los, em sua residência, para fins pessoais. O Ministério Público tomou ciência dos fatos,
em razão de monitoramento eletrônico no local. Nesse cenário, de acordo com o Código Penal e considerando-se o entendimento
dominante dos Tribunais Superiores, Caio: responderá pela prática do crime de peculato impróprio, não podendo se beneficiar do
princípio da insignificância. (certa) FGV - 2022 - PGE-SC
• Aquele que não tenha a posse de determinado bem e que se valha da facilidade que sua condição de funcionário público lhe proporciona
para apropriar-se do bem comete furto qualificado. PECULATO-FURTO. (errada) CESPE - 2013 - TRT - 8ª REGIÃO

4.3 PECULATO CULPOSO


O crime de peculato, disposto no Código Penal Brasileiro, possui apenas modalidades dolosas. (errada) 2014 - MPE-SC
O crime de peculato admite a modalidade culposa. (certa) 2016 - DPE-MT
O erro de tipo inevitável sobre elementos objetivos do tipo de peculato (CP, art. 312, caput) exclui qualquer responsabilidade
penal. (certa) 2017 - MPE-PR // Obs. O erro INEVITÁVEL exclui o DOLO e a CULPA. Logo, a conduta é atípica.
Art. 312 § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: UFMT - 2016 - DPE-MT - DEFENSOR PÚBLICO

Pena - detenção, de três meses a um ano.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é
posterior, reduz de metade a pena imposta.
O funcionário público que, por imprudência, deixar aberta a porta do setor em que trabalha, facilitando, assim, a entrada de
terceiros que furtem bens da administração pública, deverá responder pelo crime de peculato furto, pois, consoante o CP, terá
concorrido de qualquer forma para o crime. (errada) CESPE - 2012 - MPE-PI
• Um funcionário público comete o crime de peculato culposo quando concorre, mesmo que culposamente, para o crime de outrem. (certa) 2018
- PC-PI - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL

4.4 REGRAS ESPECÍFICAS


▪ Lei nº 7.492/86 (Crimes contra o Sistema Financeiro) → Controlador ou administrador de instituições financeiras públicas
ou privadas, interventor e administrador judicial
▪ Decreto-lei 201/67→ Prefeitos
• O prefeito que se apropria de bens de que tem posse em razão do cargo não responde pelo crime de peculato, previsto no art. 312 do Código
Penal. (certa) 2013 - MPE-GO
• Prefeito Municipal que desvia, voluntária e conscientemente, mão de obra pública para prestar serviço em sítio de seu correligionário, em
propriedade particular, pratica o crime de peculato-desvio, previsto no art. 312, caput, parte final, do CP. (errada) 2012 - MPE-RS
• O peculato desvio, em proveito de terceiro, pelo prefeito municipal, tem enquadramento específico como crime de responsabilidade, não se
constituindo, o término do mandato, em causa extintiva da punibilidade, ou de readequação típica dos fatos. (certa) 2016 - MPE-RS
• Pratica peculato-desvio o prefeito municipal que utiliza verba pública para promoção pessoal. (errada) CESPE - 2019 - TJ-BA - JUIZ DE DIREITO
SUBSTITUTO

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4.5 A REPARAÇÃO DO DANO NOS CRIMES DE PECULATO

ANTES DA SENTENÇA
EXTINGUE A PUNIBILIDADE (ART. 312, §3º, 1ª PARTE)
IRRECORRÍVEL
CULPOSO
APÓS A SENTENÇA
REPARAÇÃO CAUSA DE DIMINUIÇÃO DA PENA (ART. 312, §3º, 2ª PARTE)
IRRECORRÍVEL
DO DANO NO
CRIME DE
ANTES DO RECEB. DA
PECULATO CAUSA DE DIMINUIÇÃO DA PENA DE 1/3 A 2/3 (art. 16)
DENÚNCIA
DOLOSO
APÓS O RECEB. DA
ATENUANTE GENÉRICA (Art. 65, III, B)
DENÚNCIA
.
• Na hipótese de peculato culposo, a reparação do dano, se precedente à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade. (certa) CESPE - 2009 - DPE-
AL

• No crime de peculato culposo, a reparação do dano antes do trânsito em julgado da sentença, deve ser considerada como causa de extinção
de punibilidade. (certa) FUMARC - 2009 - DPE-MG
• A reparação do dano, antes da sentença irrecorrível, extingue a punibilidade do crime de peculato culposo. (certa) 2010 - MPE-SC

• Em todas as modalidades de peculato doloso, o sujeito ativo pode ser beneficiado com o instituto do arrependimento posterior, se,
voluntariamente, reparar o dano até o oferecimento da denúncia, hipótese em que terá sua pena reduzida no patamar de um a dois terços.
(errada) 2011 - MPE-PB

• Sobre o crime de peculato culposo tipificado no Código Penal, a reparação do dano sempre extingue a punibilidade. (errada) 2012 - MPE-MT

• Sobre o crime de peculato culposo tipificado no Código Penal, a reparação do dano somente extingue a punibilidade se precede à sentença
irrecorrível. (certa) 2012 - MPE-MT
• Assinale a hipótese que configura arrependimento posterior (CP, art. 16): Autor de peculato doloso que no momento de sua prisão em
flagrante devolve, voluntariamente, os bens móveis de que se havia apropriado. (certa) VUNESP - 2012 - TJ-RJ - JUIZ
• O crime de peculato admite a modalidade culposa (art. 312, parágrafo 2º do Código Penal). Na modalidade culposa do peculato, a reparação
do dano, caso preceda à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz-se pela metade a pena imposta. (certa) FUNDEP
- 2014 - PROCURADOR MUNICIPAL

• Caso o denunciado por peculato culposo opte, antes do pronunciamento da sentença, por reparar o dano a que deu causa, sua punibilidade
será extinta. (certa) CESPE - 2014 - PGE-BA
• O crime de peculato, disposto no Código Penal Brasileiro, possui apenas modalidades dolosas. Não há em nenhuma das modalidades
previsão para extinção da punibilidade em caso de ocorrer a reparação do dano pelo funcionário público antes do recebimento da denúncia,
entretanto, cabe-lhe, em tendo reparado o prejuízo de forma voluntária, o direito ao instituto do arrependimento posterior. (errada) 2014 - MPE-
SC

• No peculato culposo a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, reduz de metade a pena imposta. (errada) VUNESP - 2016 -
PROCURADOR DO MUNICÍPIO

• No peculato doloso CULPOSO a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade. (errada) VUNESP - 2016 - PROCURADOR
DO MUNICÍPIO

• A reparação do dano antes do recebimento da denúncia exclui o crime de peculato doloso. (errada) CESPE - 2017 - PC-MT - DELEGADO DE POLÍCIA
SUBSTITUTO

• O funcionário público que concorre culposamente para o crime de peculato cometido por outrem, reparando o dano após a sentença
condenatória de primeiro grau, porém durante o trâmite da apelação, tem direito à extinção da punibilidade. (certa) 2018 - MPE-MS
• No crime de peculato culposo, previsto no artigo 312, parágrafo 3º do Código Penal, o arrependimento posterior não pode dar causa à
extinção da punibilidade do agente. (errada) 2018 - PC-RS - DELEGADO DE POLÍCIA
• A reparação do dano no crime de peculato culposo, realizada antes da sentença condenatória irrecorrível é causa de diminuição de um terço
a metade da pena. (errada) VUNESP - 2019 - TJ-AC - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• Na hipótese de peculato culposo, caso o agente repare o dano após a sentença irrecorrível, haverá a redução de metade da pena cominada
abstratamente ao referido delito. (errada) 2019 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA
• Na hipótese de crime de peculato doloso, o ressarcimento do dano precedente à sentença irrecorrível exclui a punibilidade. (errada) 2021 - PC-
MG - DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO

• Na hipótese de crime de peculato DOLOSO, o ressarcimento do dano exclui a punibilidade. (errada) CESPE - 2021 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE
POLÍCIA FEDERAL

• No peculato culposo, a reparação do dano funciona como causa de extinção de punibilidade se precede a sentença RECORRÍVEL; se lhe é
posterior, reduz de metade a pena imposta. (errada) CESPE - 2021 - PGE-CE

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elaborado por @fredsmcezar
• No peculato culposo, a reparação integral do prejuízo causado à administração pública autoriza a redução da pena, ainda que tal reparação
seja posterior ao trânsito em julgado da sentença condenatória. (certa) CESPE - 2021 - PGE-CE

5. PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM

Comete o denominado crime de peculato estelionato o agente público que apropria-se de dinheiro que, no exercício do cargo,
recebeu por erro de outrem. (certa) FCC - 2017 - DPE-PR

Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.


• Servidor público que se apropriar de dinheiro ou qualquer utilidade que tiver recebido, no exercício do cargo, por erro de outrem responderá
pela prática do crime de peculato-estelionato. (certa) CESPE - 2014 - TJ-DFT – JUIZ
• O peculato-estelionato é caracterizado pela apropriação de dinheiro ou utilidade recebida, no exercício do cargo, em razão de erro da vítima
dolosamente provocado pelo agente. (errada) CESPE - 2021 - PGE-CE

O crime de peculato mediante erro de outrem tem a mesma pena do crime de peculato. (errada) VUNESP - 2014 - PC-SP - DELEGADO DE
POLÍCIA

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6. INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES – PECULATO ELETRÔNICO

Art. 313-A - INSERIR ou FACILITAR, o funcionário autorizado, a INSERÇÃO de DADOS FALSOS, ALTERAR ou EXCLUIR
indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter
vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA / 2014 - MPE-GO

Pena – RECLUSÃO, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Nos crimes de inserção de dados falsos em sistemas de informações (art. 313-A do CP) se exige que figure, como sujeito
ativo da conduta, o funcionário público autorizado. (certa) FUNCAB - 2016 - PC-PA - DELEGADO DE POLICIA CIVIL
• O funcionário público autorizado que promove a inserção de dados falsos em sistema informatizado da Administração Pública, com a finalidade
de obter vantagem indevida para si ou para outrem, comete crime de peculato. (errada) 2013 - TJ-SC – JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• Há crime de Inserção de dados falsos em sistema de informações na conduta de inserir ou facilitar, o funcionário público, a inserção de
dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública,
com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano. (certa) 2018 - PC-PI - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL
• A inserção de dados falsos em sistema de informações é crime próprio quanto ao sujeito ativo. (certa) VUNESP - 2022 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA
Ex.: De acordo com as informações de inquérito policial, uma servidora pública municipal lotada no setor de compras e
pagamentos da prefeitura municipal, em conluio com empresário estabelecido na cidade, o qual tinha conhecimento da função
desempenhada pela servidora pública, inseriu, em razão do cargo, no sistema informatizado de pagamentos da prefeitura,
dados falsos relativos à prestação de serviços não executados e à aquisição de bens não entregues à municipalidade, o que
resultou no pagamento indevido de R$ 2.300,00, valor aquinhoado em igual proporção entre os acusados, que eram primários
e sem antecedentes. A conduta dos agentes — funcionária e empresário — amolda- se, em face do princípio da especialidade,
à figura típica doutrinariamente denominada peculato eletrônico. (certa) CESPE - 2012 - MPE-RR
Considere que Paulo, servidor público lotado no INSS, tenha inserido nos bancos de dados dessa autarquia informações
falsas a respeito de Carlos, o que possibilitou a este receber quantia indevida a título de aposentadoria. Nessa situação hipotética,
Paulo cometeu o crime de falsidade ideológica. (errada) CESPE - 2014 - PGE-BA
Caso o agente não seja o funcionário AUTORIZADO, estar-se-á diante de qual crime? → FALSIDADE IDEOLÓGICA (art. 299)
“Não sendo o funcionário autorizado, sua conduta não se subsume apenas ao novo delito de ‘inserção de dados falsos em
sistema de informações’, mas se o legislador equiparou o funcionário público ao particular, quando não esteja autorizado a operar
o sistema, caberá então concluir que não ficará impune. Inserir dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos
nos sistemas informatizados é o mesmo que falsificá-los. O banco de dados constitui um documento virtual, que pode ser
materializado de diversas formas. Está-se diante de um falso ideológico, em que o agente – funcionário público – comete o crime
prevalecendo-se do cargo, subsumindo-se a hipótese, em tese, no art. 299 e seu parágrafo único”.3
7. MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES

Art. 313-B. MODIFICAR ou ALTERAR, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou
solicitação de autoridade competente: (Lei nº 9.983/2000)
CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA / 2014 - MPE-GO

Pena – DETENÇÃO, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Lei nº 9.983/2000)

Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a
administração Pública ou para o administrado. (Lei nº 9.983/2000)
Nos crimes de modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (art. 313-B do CP) se exige que figure,
como sujeito ativo da conduta, o funcionário público autorizado. (errada) FUNCAB - 2016 - PC-PA - DELEGADO DE POLICIA CIVIL
O crime de modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações, previsto no artigo 313-B do Código Penal,
pode ser cometido por qualquer funcionário público que se valha dessa condição. (certa) VUNESP - 2023 - MPE-SP

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(Rui Stoco, Código Penal e sua interpretação: doutrina e jurisprudência, p. 3.837).
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elaborado por @fredsmcezar
8. EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO

Art. 314 - EXTRAVIAR livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo,
total ou parcialmente:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, se o fato não constitui crime mais grave.

9. EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS

Art. 315 - DAR às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
CESPE - 2012 - TJ-PI - JUIZ

Pena - DETENÇÃO, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa


O delito de emprego irregular de verbas públicas é uma norma penal em branco. (certa) 2012 - AGE-MG

10. CONCUSSÃO

Art. 316 - EXIGIR, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, AINDA QUE FORA da função ou ANTES DE ASSUMI-LA, mas
EM RAZÃO DELA, VANTAGEM INDEVIDA:
CESPE - 2009 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL / 2010 - MPE-SP / FCC - 2012 - DPE-PR / CESPE - 2013 - TJ-MA – JUIZ / FUNCAB - 2013 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA / CESPE - 2013 - TJ-RN – JUIZ / 2014 - TJ-
PR - JUIZ SUBSTITUTO / 2014 - MPE-RS / VUNESP - 2015 - PC-CE - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL / CESPE - 2015 - TJ-DFT - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO / CESPE - 2015 - TJ-PB - JUIZ SUBSTITUTO / FCC - 2015 -
TJ-SE - JUIZ SUBSTITUTO / 2016 - DPE-MT / FCC - 2016 - PGE-MA / 2016 - MPE-RS / CESPE - 2017 - PC-GO - DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (LEI Nº 13.964/2019)*


* A majoração de pena do crime de concussão (CP, art. 316), inserida pela Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime), não se aplica a
fatos anteriores à sua vigência, em face da proibição de retroatividade da lei penal para sanções penais mais graves. (certa) 2021 - MPE-
PR

Já decidiu o STF que ser o sujeito ativo policial, no crime de concussão, pode ser considerada circunstância judicial negativa,
não obstante a condição de funcionário público ser elementar do tipo . (certa) FUNDEP - 2017 - MPE-MG
De acordo com a jurisprudência do STJ, na condenação por concussão é legítima a exasperação da pena-base pela
maior reprovabilidade da conduta em razão da modalidade do cargo ocupado pelo réu, não se confundindo com a elementar
funcionário público do tipo penal, não havendo, assim, indevido bis in idem. (certa) 2022 - PGR - PROCURADOR DA REPÚBLICA
Os crimes de concussão podem ser praticados por funcionário público, mesmo antes da assunção em sua função. (certa) 2015 -
MPE-BA

O crime de concussão é do tipo formal. (certa) 2012 - MPE-PR


• Por exigir a ocorrência de resultado para a consumação, é de natureza material o crime de concussão. (errada) FCC - 2012 - MPE-AL
• O crime de concussão, por exigir resultado material, é compatível com a forma tentada, consumando-se com a percepção da vantagem
exigida. (errada) 2012 - AGE-MG
• O crime de concussão é de natureza formal, reclamando DISPENSANDO o recebimento da vantagem para a consumação. (errada) FCC - 2013 - TJ-PE –
JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO

• A consumação do crime de concussão acontece com o recebimento da vantagem indevida exigida pelo funcionário público. (errada) 2013 - MPE-
SC

• A consumação do crime de concussão ocorre com o recebimento da vantagem indevida. (errada) 2014 - PC-PI - DELEGADO DE POLÍCIA
• O crime de concussão é classificado como delito material, operando-se quando o agente aufere a vantagem indevida almejada. (errada) FUNCAB
- 2016 - PC-PA - DELEGADO DE POLICIA CIVIL

Ex.: José é Policial Militar provisoriamente afastado por conta de problema de saúde. Nessa situação, presenciou seu vizinho
Luís cometer um furto nas redondezas. José, então, no dia seguinte, associa-se a Pedro, contando-lhe o fato praticado por Luís.
José e Pedro combinam de obter vantagem com a situação. Pedro, conforme acordado com José, procura a mãe de Luís, informa
que sabem do furto e exige o valor de R$ 10 mil para que José não execute a prisão em flagrante de Luís. A mãe de Luís, sabedora
do cargo exercido por José e tendo em vista temer pela prisão do filho, aceita a exigência. O dinheiro não é entregue porque a mãe
de Luís desiste do pagamento. José não prende Luís. Diante deste cenário hipotético, Pedro praticou concussão, na modalidade
consumada. (certa) 2022 - MPE-RJ
Ex.: Determinado ocupante de cargo público indicou duas servidoras para o exercício de cargos em comissão. Valendo-se da
posição hierárquica, desde a data da investidura de cada uma delas, o agente passou a exigir, para si, vantagem mensal indevida, à
ordem de R$ 2.000,00. Referido comportamento foi reiterado 49 vezes, alcançando o valor total de R$ 146.000,00. Os pagamentos
ocorriam mediante envelopes depositados sobre a mesa de trabalho do acusado ou mediante transferências bancárias, com
manutenção de rigoroso controle por parte do agente, que mantinha contracheque das servidoras e caderno de registro de créditos.
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elaborado por @fredsmcezar
Para o enquadramento jurídico-penal, é correto afirmar que tal comportamento constitui o delito de concussão. (certa) FGV - 2022 - PC-AM
- DELEGADO DE POLÍCIA

Ex.: Joaquim, fiscal de vigilância sanitária de determinado município brasileiro, estava licenciado do seu cargo público quando
exigiu de Paulo determinada vantagem econômica indevida para si, em função do seu cargo público, a fim de evitar a ação da
fiscalização no estabelecimento comercial de Paulo. Nessa situação hipotética, Joaquim praticou o delito de concussão. (certa)
CESPE - 2019 - TJ-SC - JUIZ DE DIREITOSUBSTITUTO

Ex.: João, fiscal de um Município do Estado Alfa, passava por uma rua de comércio popular com a família, quando seu filho
avistou um comerciante vendendo balões de personagens infantis e insistiu que queria um. João, então, se dirigiu ao vendedor
e exigiu que ele lhe desse o balão pretendido pelo filho, que estava sendo vendido para outro casal, dizendo que trabalhava para
a Prefeitura e que, se não fosse atendido, chamaria a guarda municipal para apreender os objetos e lavrar o auto próprio. Ao
proceder da forma narrada, João praticou, em tese, a conduta tipificada como concussão. (certa) FGV - 2021 - PC-RN - DELEGADO DE POLÍCIA
CIVIL SUBSTITUTO

• Nos crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral, o funcionário que exige, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, pratica o crime de concussão. (certa)
2011 - PGE-RS

• Ocorrerá crime de concussão mesmo se a exigência, para si ou para outrem, versar sobre vantagem devida. (errada) VUNESP - 2012 - DPE-MS
• O crime de concussão apenas se consuma quando a vantagem exigida é efetivamente auferida. (errada) VUNESP - 2022 - PC-SP - DELEGADO DE
POLÍCIA

A conduta do funcionário público que, fora do exercício de sua função, mas em razão dela, exige o pagamento de uma verba
indevida, alegando a necessidade de uma “taxa de urgência” para a aprovação de uma obra que sabe irregular, configura o crime
de concussão. (certa) 2017 - MPE-SP
Ex.: Constitui crime de concussão, previsto no artigo 316 do Código Penal Brasileiro, o fato de o policial rodoviário exigir,
para si, no exercício da função, vantagem pecuniária para deixar de lavrar auto de infração em desfavor de motorista que foi
flagrado cometendo infração de trânsito. (certa) 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
Ex.: O jurado, integrando o Conselho de Sentença, impôs como obrigação e recebeu do réu polpuda soma para absolver o
homicida. Cometeu crime de concussão. (certa) 2014 - MPE-MG
São INCOMPOSSÍVEIS os crimes de corrupção ativa praticados pelo particular e de concussão cometido pela autoridade
pública. (certa) CESPE - 2009 - PC-PB - DELEGADO DE POLÍCIA
Isto é, a concussão do servidor é incompatível com o a corrupção ativa do particular. Caso o particular ofereça vantagem e
o servidor aceite, não é possível dizer que houver exigência (concussão). De outro lado, caso o servidor exija a vantagem, não
é possível dizer que o particular que ofereceu.
• São incompossíveis os crimes de corrupção ativa (art. 333, CP) praticados pelo particular e os de concussão (art. 316, CP) praticados pelo
funcionário público, em face do mesmo contexto fático. (certa) 2012 - MPE-SP
• Relativamente ao crime de concussão, assinale a afirmativa que constitui entendimento mais recente do STJ. A pessoa que entrega a vantagem
indevida responde pelo crime de corrupção ativa. (errada) 2014 - TJ-MT – JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• O particular que é vítima de crime de concussão (artigo 316 do Código Penal) comete o crime de corrupção ativa (artigo 333 do Código
Penal) quando entrega ao funcionário público a vantagem exigida. (errada) 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• Particular que aquiesce com a exigência de funcionário público, quando este comete o crime de concussão, entregando-lhe o valor pedido
em razão do exercício de sua função, não comete nenhum crime nesse caso. (certa) CESPE- 2022 - PC-RJ - DELEGADO DE POLÍCIA

Nos termos da jurisprudência do STJ, se o funcionário público se utiliza das elementares da VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA
para exigir a vantagem indevida, ele deve responder pelo crime de EXTORSÃO e não pelo crime concussão. (certa) 2022 - PGR -
PROCURADOR DA REPÚBLICA

“A Corte de origem analisou a questão em consonância com o entendimento deste Superior Tribunal, no sentido de que o "emprego de
violência ou grave ameaça é circunstância elementar do crime de extorsão tipificado no art. 158 do Código Penal. Assim, se o funcionário
público se utiliza desse meio para obter vantagem indevida, comete o crime de extorsão e não o de concussão.” (HC 198.750/SP, Rel. Ministro
MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 16/04/2013, DJe 24/04/2013)

Ex.: Comete crime de concussão o funcionário público que se utiliza de violência ou grave ameaça para obter vantagem
indevida. (errada) 2018 - MPE-MS
Ex.: Comete o crime de concussão o funcionário público que se utiliza de violência ou grave ameaça para obter vantagem
indevida. (errada) 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
Ex.: Pratica concussão o funcionário que exige, mediante violência, direta ou indiretamente, para si ou para outrem, em
razão da função pública, vantagem indevida. (errada) CESPE - 2009 - PC-PB - DELEGADO DE POLÍCIA

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elaborado por @fredsmcezar
11. EXCESSO DE EXAÇÃO

Art. 316 § 1º - Se o funcionário EXIGE tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber INDEVIDO, ou, quando devido,
EMPREGA na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Lei nº 8.137/1990)
2013 - TJ-PR - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO / VUNESP - 2023 - MPE-SP

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Lei nº 8.137/1990)

§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.


Ex.: Se Marcos exigiu de Maria o pagamento de um tributo que ele sabia ser indevido, ele cometeu o crime de excesso de
exação. (certa) 2009 - PC-DF - DELEGADO DE POLÍCIA
O excesso de exação é subtipo do delito de concussão que implica pena mínima mais grave que a prevista no tipo principal.
(certa) VUNESP - 2019 - TJ-AC - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO

O excesso de exação não é forma privilegiada do crime de concussão. (certa) 2012 - MPE-SP
No crime de excesso de exação, previsto no art. 316, § 1°, do Código Penal, quando o funcionário emprega na cobrança meio
vexatório ou gravoso para exigir o tributo ou contribuição social devida, não se admite a modalidade culposa. (certa) 2016 - MPE-SC
Sobre o delito de excesso de exação, é correto afirmar que o tipo exige, além dos normais requisitos do dolo com relação aos
elementos de fato, o saber que a exação é indevida. Sobre o delito de excesso de exação, é correto afirmar que o tipo exige, além
dos normais requisitos do dolo com relação aos elementos de fato, o saber que a exação é indevida. (certa) FGV - 2022 - MPE-GO

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elaborado por @fredsmcezar
12. CORRUPÇÃO PASSIVA

Art. 317 - SOLICITAR ou RECEBER, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-
la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou ACEITAR promessa de tal vantagem:
CESPE - 2011 - TJ-ES - JUIZ SUBSTITUTO / 2012 - MPE-RS / CESPE - 2013 - TRF - 5ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL / FUNCAB - 2013 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA / VUNESP - 2013 - MPE-ES / 2015 - PGR - PROCURADOR
DA REPÚBLICA / CESPE - 2015 – AGU / 2021 - PGE-RS / FAURGS - 2022 - TJ-RS - JUIZ SUBSTITUTO

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Lei nº 10.763/2003)


É possível, segundo entendimento doutrinário predominante, a ocorrência do crime de corrupção ativa sem que exista
simultaneamente o cometimento da corrupção passiva, pois as condutas são independentes. (certa) 2014 - MPE-SC
• A corrupção é crime de concurso necessário, sendo necessária, para a consumação, a presença do corruptor ativo e do corruptor passivo.
(errada) CESPE - 2009 - PC-PB - DELEGADO DE POLÍCIA

Ex. 1: Quando o agente “solicita” e o particular nada faz não pratica ilícito algum. → APENAS CORRUPÇÃO PASSIVA
Ex. 2: O particular faz a oferta, mas o agente não acata. → APENAS CORRUPÇÃO ATIVA
Assim, nos dois exemplos acima citados, a bilateralidade não configurada e nem é requisito para a caracterização dos
respectivos crimes.
Ex. 3: Quando o particular oferece e o agente público recebe há bilateralidade. O agente só aceitar uma promessa, caso
tenha existido uma oferta. → CORRUPÇÃO ATIVA e CORRUPÇÃO PASSIVA
• Em casos específicos, a ocorrência da bilateralidade pode ser necessária para a configuração dos crimes de corrupção passiva e ativa. (certa)
CESPE - 2023 – AGU

Ex. 4: Policial rodoviário federal recebe de um particular determinada quantia a título de gratificação pela recuperação de gado
furtado, encontrado na proximidade de rodovia federal. O pagamento não fora solicitado ou prometido anteriormente, tendo o
particular espontaneamente decidido realizá-lo após a recuperação da rês. Houve configuração apenas de crime de corrupção
passiva. (certa) 2022 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ SUBSTITUTO → APENAS CORRUPÇÃO PASSIVA
• Para a configuração do crime de corrupção passiva (art. 317, CP) é necessário que a solicitação do funcionário público seja correspondida
pelo extraneus. (errada) 2012 - MPE-SP
• Não há possibilidade de ocorrer corrupção ativa sem a correspondente corrupção passiva. (errada) VUNESP - 2012 - DPE-MS
• A corrupção passiva é crime de funcionário público contra a Administração Pública, enquanto que a corrupção ativa é crime de particular
contra essa mesma Administração, configurando-se a primeira sempre que se configurar a segunda e vice-versa. (errada) 2012 - PGE-SC
• Em razão de ser um crime de mão dupla, não é possível existir corrupção ativa sem que ocorra a passiva, do mesmo modo que não é possível
que se configure a corrupção passiva sem a correspondente corrupção ativa. (errada) 2013 - MPE-GO
• Pelo exame dos tipos incriminadores do Código Penal, verifica-se hipótese em que a corrupção é crime bilateral, ativa e passiva, quando a
existência de uma modalidade depende da existência da outra. (errada) 2017 - MPE-RS
• Há bilateralidade entre os crimes de corrupção passiva e ativa: eles são interdependentes e a comprovação de um deles pressupõe a do
outro. (errada) CESPE - 2017 - PC-MT - DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO
• A corrupção ativa não pode existir na ausência de corrupção passiva, pois tais condutas são tipicamente bilaterais. (errada) CESPE - 2018 - PC-MA
- DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL

• A intenção de obter lucro fácil e a cobiça podem ser utilizadas como causas de aumento da pena-base em caso de crime de corrupção
passiva. (errada) CESPE - 2018 - PGE-PE

No que tange ao concurso de pessoas nos crimes de corrupção ativa e passiva, o Código Penal adotou a teoria pluralística.
(certa) VUNESP - 2012 - DPE-MS

• A conduta de solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida, configura o crime de corrupção passiva. (certa) FUNCAB - 2009 - PC-RO - DELEGADO DE POLÍCIA
• A corrupção passiva terá a pena aumentada se, em consequência da vantagem recebida, o funcionário retardar ou deixar de praticar qualquer
dever de ofício ou o praticar infringindo dever funcional. (certa) 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• O funcionário público que solicitar para si, diretamente, em razão de sua função, vantagem indevida, comete corrupção passiva. (certa) 2010 -
TJ-PR – JUIZ

• O delito de corrupção passiva praticado por policial militar no exercício da função é crime militar, devendo conduzir à sua punição no âmbito
da Justiça Militar. (certa) 2011 – MPDFT
• É possível a participação de particular no delito de corrupção passiva, já que as circunstâncias de caráter pessoal elementares ao crime se
comunicam. (certa) 2011 - PC-MG - DELEGADO DE POLÍCIA

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elaborado por @fredsmcezar
• Pratica o delito de corrupção passiva o funcionário público que exige, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função, mas em razão dela, vantagem indevida. (errada) FCC - 2012 - MPE-AP
• A corrupção passiva é crime material. (errada) VUNESP - 2012 - DPE-MS
• Pratica crime de corrupção passiva o funcionário público que solicita, recebe ou exige, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, em
razão da função, vantagem indevida. (errada) 2012 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• O delito de corrupção passiva não se consuma se o funcionário público não chega a receber a vantagem indevida que, em razão do cargo
que ocupa, ele solicitou. (errada) 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• O crime de corrupção passiva (Art. 317 do Código Penal) somente se configura com a efetiva prática ou omissão da conduta funcional do
servidor, já que o chamado “'ato de oficio’' integra o tipo penal. (errada) 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• O crime de corrupção passiva, para consumar-se, depende de que o agente retarde ou deixe de praticar o ato a que obrigado, ou que o
pratique infringindo dever funcional. (errada) 2017 - MPE-MG
• De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é dispensável a prática do ato de ofício pelo agente público para a caracterização
do crime de corrupção passiva. (certa) 2017 - MPE-RO
• Pratica corrupção passiva na modalidade tentada o funcionário público que, ao solicitar vantagem indevida em razão da prática de ato de
ofício, não a recebe por circunstâncias alheias à sua vontade. (errada) CESPE - 2019 - TJ-BA - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• O particular que paga vantagem indevida a um policial que o abordou numa blitz, atendendo solicitação do próprio policial, comete o crime
de corrupção ativa, enquanto que o policial o de corrupção passiva. (errada) 2019 - MPE-GO
• O recebimento de vantagem indevida não configura condição necessária para a consumação do delito de corrupção passiva, sendo
considerado mero exaurimento do crime. (certa) CESPE - 2020 - MPE-CE
• O crime de corrupção passiva (art. 317 do CP) não exige a comprovação de que a vantagem indevida, recebida pelo funcionário público,
esteja causalmente vinculada à prática do ato de ofício inquinado. (certa) 2021 – MPDFT
• O crime de corrupção passiva apenas se consuma quando há solicitação, recebimento ou aceitação de promessa indevida pelo funcionário.
(certa) VUNESP - 2022 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA

• O crime de corrupção passiva não se caracteriza se o ato praticado pelo funcionário público em razão da promessa ou recebimento da
vantagem indevida for lícito. (errada) VUNESP - 2022 - PC-RR - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL,
• O crime de corrupção passiva exige para a consumação o efetivo recebimento da vantagem, para si ou para outrem. (errada) FGV - 2022 - TJ-PE
– JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO

Ex.: O advogado Cícero solicita dinheiro de seu cliente, João, com argumento de que repassará a soma em dinheiro ao juiz de
direito da comarca, para que este o absolva da imputação de corrupção ativa praticada anteriormente. Após receber o dinheiro do
cliente, o advogado o entrega ao magistrado, que prolata sentença absolutória logo em seguida, reconhecendo a atipicidade da
conduta de João. Nesse contexto, verifica-se que Cícero e João responderão por corrupção ativa, enquanto o juiz responderá por
corrupção passiva. (certa) 2013 - PC-GO - DELEGADO DE POLÍCIA
Ex.: Qual o tratamento penal para a conduta de Caio, médico servidor do Sistema Único de Saúde (SUS), que, em prejuízo do
paciente Mévio, solicita “custos adicionais” para realizar um exame já homologado por órgão previdenciário? Corrupção passiva.
(certa) 2014 - MPE-MT

Ex.: K. S., funcionário público, solicita, para si, indiretamente, uma determinada quantia em dinheiro de M. F, para não multá-lo.
Sabendo-se que M. F. não pagou a propina para K. S., este deve responder por crime de corrupção passiva, na forma consumada.
(certa) 2014 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA

Ex.: Marcelo é aprovado em concurso público para o cargo de Delegado de Polícia. Sabe que seu vizinho tem expedido em seu
desfavor mandado de prisão. Mesmo antes de assumir o cargo, Marcelo procura seu vizinho, que é proprietário de automóvel de
luxo, e solicita-lhe comprar o veículo por 1/3 do preço de mercado, insinuando de modo implícito que caso a proposta não seja
aceita efetuará sua prisão tão logo assuma o cargo público. O vizinho não cede e Marcelo, mesmo após assumir o cargo, não toma
qualquer atitude em desfavor de seu vizinho. Marcelo praticou corrupção passiva. (certa) VUNESP - 2015 - PC-CE - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL
Ex.: Luiz, policial civil lotado em uma delegacia de polícia, deixou de dar andamento a inquérito no qual Francisco estava sendo
investigado. Tal interrupção no andamento do inquérito deveu-se ao fato de Mauro, irmão de Francisco, ter pagado ao policial,
voluntariamente, a quantia de dois mil reais. Nessa situação hipotética, Luiz cometeu, em tese, o crime de corrupção passiva. (certa)
CESPE - 2015 - TJ-DFT - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO

12.1 DA CAUSA DE AUMENTO DE PENA


§ 1º - A pena é AUMENTADA de 1/3 (um terço), se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa
de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
Miguel, delegado de polícia, pediu ao advogado de Pedro, conduzido à delegacia em razão de ter sido flagrado em prática ilícita,
o pagamento de determinada quantia em dinheiro para não lavrar o auto de prisão em flagrante. O advogado de Pedro realizou o
pagamento, e o auto, conforme o acordado, não foi lavrado. Nessa situação hipotética, o delegado deve responder por corrupção
passiva exaurida, com aumento de pena de 1/3, e o advogado não responde por nenhum delito. (certa) CESPE - 2013 - TJ-MA – JUIZ

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elaborado por @fredsmcezar
A indicação do ato de ofício não integra o tipo legal da corrupção passiva, bastando que o agente público que recebe a vantagem
indevida tenha o poder de praticar atos de ofício para que se possa consumar o delito previsto no art. 317, CP. Mas, se restar
provada a prática do ato de ofício em consequência da vantagem ou da promessa, a pena será aumentada de um terço. (errada)
FUNDATEC - 2015 - PGE-RS // Obs. A assertiva é omissa. Se o agente recebe a vantagem e pratica um ato de ofício, mas sem infringir o
dever funcional, a causa de aumento não incidirá.
• De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é dispensável a prática do ato de ofício pelo agente público para a caracterização
do crime de corrupção passiva. (certa) 2017 - MPE-RO
• O crime de corrupção passiva (Art. 317 do Código Penal) somente se configura com a efetiva prática ou omissão da conduta funcional do
servidor, já que o chamado “'ato de oficio’' integra o tipo penal. (errada) 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

12.2 CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA


O funcionário público que deixa de praticar ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido de indivíduo de fora
da administração pratica corrupção passiva privilegiada. (certa) CESPE - 2023 - MPE-PA

Art. 317 § 2º - Se o funcionário PRATICA, DEIXA DE PRATICAR ou RETARDA ato de ofício, com infração de dever funcional,
cedendo a pedido ou influência de outrem: CESPE - 2015 - DPU

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.


• Em se tratando de corrupção passiva, a pena será aumentada se o funcionário praticar, deixar de praticar ou retardar ato de ofício, com
infração do dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem. (errada) 2009 - TJ-SC – JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO

Ex.: Setembrino, oficial de Justiça, recebe ligação de um amigo, o qual solicita a protelação do cumprimento de certa decisão
judicial. A fim de atender ao pedido do amigo, o funcionário público retarda o ato de ofício. Nesse contexto, é correto dizer que
Setembrino cometeu corrupção passiva privilegiada. (certa) 2017 - PC-AC - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL

12.3 JURISPRUDÊNCIA
Pratica corrupção passiva o Deputado Federal que recebe vantagem indevida para interceder junto a diretor da Petrobrás com
o intuito de que fazer com que a empresa faça acordo com empresa privada e pague a ela determinadas quantias em atraso. STF. 2ª
TURMA. 9/6/2020 (INFO 981).

O réu que praticou corrupção passiva pode ser condenado, no âmbito do próprio processo penal, a pagar danos morais
coletivos. STF. 2ª TURMA. 9/6/2020 (INFO 981).
O crime de corrupção passiva consuma-se ainda que a solicitação ou recebimento de vantagem indevida, ou a aceitação da
promessa de tal vantagem, esteja relacionada com atos que formalmente não se inserem nas atribuições do funcionário público,
mas que, em razão da função pública, materialmente implicam alguma forma de facilitação da prática da conduta almejada. Ao
contrário do que ocorre no crime de corrupção ativa, o tipo penal de corrupção passiva não exige a comprovação de que a vantagem
indevida solicitada, recebida ou aceita pelo funcionário público esteja causalmente vinculada à prática, omissão ou retardamento de
“ato de ofício”. A expressão “ato de ofício” aparece apenas no caput do art. 333 do CP, como um elemento normativo do tipo de
corrupção ativa, e não no caput do art. 317 do CP, como um elemento normativo do tipo de corrupção passiva. Ao contrário, no que
se refere a este último delito, a expressão “ato de ofício” figura apenas na majorante do art. 317, § 1.º, do CP e na modalidade
privilegiada do § 2.º do mesmo dispositivo. STJ. 6ª TURMA. 02/10/2018 (INFO 635).
É possível que se configure o crime de corrupção passiva (art. 317 do CP) na conduta de Deputado Federal (líder do seu partido)
que receba vantagem indevida para dar sustentação política e apoiar a permanência de determinada pessoa no cargo de Presidente
de empresa pública federal. STF. 1ª TURMA. 8/10/2019 (INFO 955).

13. FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO

O crime de facilitação de contrabando ou descaminho é próprio de funcionário público. (certa) VUNESP - 2022 - PC-RR - DELEGADO DE POLÍCIA
CIVIL

Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho:
2010 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL /

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Lei nº 8.137/90)


Facilitação de contrabando ou descaminho constitui exceção à teoria monista. (certa) VUNESP - 2013 - MPE-ES
O crime de facilitação de contrabando e descaminho se consuma com a efetiva facilitação, não sendo necessária a consumação
do contrabando ou descaminho. (certa) CESPE - 2021 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL
• No Código Penal brasileiro, que segue a teoria monista, o agente público que, com infração de seu dever funcional, facilita a prática do
descaminho responde, em coautoria, pelo delito de descaminho. (errada) 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

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14. PREVARICAÇÃO

Art. 319 - RETARDAR ou DEIXAR DE PRATICAR, indevidamente, ato de ofício, ou PRATICÁ-LO CONTRA disposição expressa de
lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.


• O crime de prevaricação não prevê conduta comissiva. (errada) VUNESP - 2022 - PC-RR - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL
Não pratica o crime de prevaricação o Delegado de Polícia que, por ocasião da elaboração do relatório final do Inquérito Policial,
deixa de indiciar alguém, com base no entendimento de que a conduta praticada e posta sob sua análise é atípica materialmente.
(certa) FUNDATEC - 2018 - PC-RS - DELEGADO DE POLÍCIA

Caso o agente público retarde qualquer ato de ofício, em consequência da vantagem indevida, terá cometido o crime de
prevaricação. (errada) FCC - 2017 - DPE-PR
Há crime de Prevaricação quando um funcionário público retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticar
tal ato contra disposição expressa de lei, por determinação do chefe imediato. (errada) 2018 - PC-PI - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL

15. PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA

Art. 319-A. DEIXAR o diretor de penitenciária e/ou agente público, DE CUMPRIR SEU DEVER DE VEDAR ao preso o acesso a
aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei
nº 11.466, de 2007).

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.


Ex.: Determinado diretor de um presídio, deixando de cumprir com os deveres de seu ofício, acabou por permitir que um preso,
recolhido no estabelecimento prisional que dirige, tivesse em seu poder um aparelho celular que permitia a comunicação com outros
presos e com o ambiente externo. Entretanto, no inquérito policial instaurado, restou evidenciado que o mencionado diretor não
agiu para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. A conduta do diretor deste presídio deve ser considerada como uma espécie
de crime de prevaricação. (certa) 2009 – DPE-MG
Ex.: O diretor de presídio que não vedar ao preso o acesso a aparelho de comunicação que possibilite a este conversar apenas
com outros presos no mesmo estabelecimento prisional não cometerá crime porque o que a lei penal veda é a comunicação do
preso com o ambiente externo. Nessa situação, o diretor responderá apenas por infração administrativa. (errada) CESPE - 2013 - TRF - 2ª
REGIÃO - JUIZ FEDERAL

Ex.: Seria impertinente aplicar a agravante referente a violação de dever inerente ao cargo ao diretor de uma penitenciária que
permitisse aos presos o livre acesso a telefones celulares para a comunicação com o ambiente externo, devido ao fato de tal
permissão já configurar elementar do crime praticado contra a administração pública. (certa) CESPE - 2017 - PC-MT - DELEGADO DE POLÍCIA
Ex.: A esposa de um preso, contando com a conivência do Diretor do Presídio, ingressa na unidade prisional, no dia de visitas,
com um aparelho celular e o entrega a seu marido, que está preso, cumprindo pena em razão de condenação definitiva. O Diretor
do Presídio praticou o crime de prevaricação imprópria (CP, art. 319-A) e a esposa do preso cometeu o delito de favorecimento
real impróprio (CP, art. 349-A). Se ficar demonstrado que o preso induziu ou instigou a esposa a levar o celular, também responderá
pelo crime de favorecimento real impróprio (CP, art. 349-A). (certa) MPE-GO – 2019
Ex.: Em uma investigação policial realizada para apurar o golpe conhecido como falso sequestro, em que uma pessoa telefona
para outra, afirmando, falsamente, ter sequestrado alguém de sua família e exigindo determinada quantia pecuniária para liberá-la,
apurou-se que as chamadas eram efetuadas de telefones celulares que se encontravam dentro de determinado presídio público.
Então, realizou-se uma operação policial no estabelecimento prisional, tendo sido apreendidos 27 aparelhos celulares. No curso
investigatório, também se apurou que o visitante Maycon era responsável por promover a entrada dos aparelhos telefônicos no
presídio e que o visitante Wellington era responsável por trazer novos chips com planos pré-pagos para os aparelhos, enquanto
Gilberto, policial penal, fazia vista grossa, deixando de vetar aos presos o acesso aos aparelhos. Gilberto agia assim por ordem
de José Augusto, diretor da unidade, que recebia a quantia mensal de R$ 20 mil para a manutenção do esquema. A partir dessa
situação hipotética e da jurisprudência do STJ, assinale a opção correta. Gilberto cometeu a modalidade específica do crime de
prevaricação, previsto no art. 319-A do Código Penal. (certa) CESPE - 2022 - PC-RJ - DELEGADO DE POLÍCIA

16. CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou,
quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: 2019 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

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Na condescendência criminosa do funcionário público, o qual, por indulgência, deixa de responsabilizar subordinado que cometeu
infração no exercício do cargo, para a configuração do crime é necessário que o subalterno seja sancionado pela transgressão
cometida. (errada) 2016 - MPE-SC

17. ADVOCACIA ADMINISTRATIVA

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de
funcionário:

Pena - DETENÇÃO, de um a três meses, ou multa.

Parágrafo único - Se o INTERESSE é ILEGÍTIMO:

Pena - DETENÇÃO, de três meses a um ano, além da multa.


No crime de advocacia administrativa, o agente que patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado, legítimo ou ilegítimo,
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário, pratica uma infração de menor potencial ofensivo e uma
vez preenchidos os requisitos subjetivos pelo agente, terá direito ao instituto da transação penal. (certa) 2010 - PGE-RS
Marcos, servidor público do estado da Paraíba, dirigiu-se a um órgão da administração pública do referido estado e, sem se
identificar, requereu preferência no andamento de processo administrativo em que Rogério, seu amigo, é parte. Nessa situação, a
conduta de Marcos não corresponde ao crime de advocacia administrativa. (certa) CESPE - 2015 - TJ-PB - JUIZ SUBSTITUTO
A advocacia administrativa não constitui crime praticado por particular contra a administração em geral. (certa) FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ
SUBSTITUTO

O patrocínio de interesse privado legítimo perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário, caracteriza
a figura qualificada do delito de advocacia administrativa, prevista no parágrafo único do artigo 321 do Código Penal. (errada) VUNESP -
2023 - MPE-SP

18. VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA

Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:

Pena - DETENÇÃO, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.

EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. CP, ART. 322. CRIME DE VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA. REVOGAÇÃO PELA LEI N. 4.898/65.
INOCORRÊNCIA. O artigo 322 do Código Penal, que tipifica o crime de violência arbitrária, não foi revogado pelo artigo 3º, alínea
i da Lei n. 4.898/65 (Lei de Abuso de Autoridade). Precedentes. Recurso ordinário em habeas corpus não provido. (RHC 95617, Relator(a): EROS GRAU,
Segunda Turma, julgado em 25-11-2008, DJe-071 DIVULG 16-04-2009 PUBLIC 17-04-2009 EMENT VOL-02356-04 PP-00795 RTJ VOL-00210-02 PP-00707)

19. ABANDONO DE FUNÇÃO

Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.


O crime de abandono de função é próprio e material, exigindo, para sua consumação, a causação de prejuízo à Administração
Pública. (errada) FUNDEP - 2017 - MPE-MG
O crime de abandono de função apenas se consuma se do fato resultar prejuízo público. (errada) VUNESP - 2022 - PC-SP - DELEGADO DE
POLÍCIA

20. EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU PROLONGADO

Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem
autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
2014 - DPE-GO

Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a um mês, ou multa.


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21. VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL

Art. 325 - REVELAR fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou FACILITAR-LHE A
REVELAÇÃO:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.

§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Lei nº 9.983/2000)

I – PERMITE ou FACILITA, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas
não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; (Lei nº 9.983/2000)

II – se Utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Lei nº 9.983/2000)

§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: (Lei nº 9.983/2000)

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Lei nº 9.983/2000)


O art. 748 do CPP assegura ao reabilitado o sigilo das condenações criminais anteriores na folha de antecedentes, salvo consulta
restrita pelos agentes públicos. Desse modo, ao se aplicar por analogia esse artigo, devem ser mantidos, nos registros criminais
sigilosos, com o devido cuidado de preservar a intimidade do cidadão, os dados relativos a inquéritos arquivados e processos em
que haja sentença de absolvição transitada em julgado. Caso o agente público permita que essas informações circulem, ele deve
responder pelo crime de violação de sigilo funcional, se o fato não constituir crime mais grave. (certa) CESPE - 2009 - DPE-PI

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