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TJPA - 2º Grau

PJe - Processo Judicial Eletrônico

04/09/2023

Número: 0801109-49.2023.8.14.0000
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Órgão julgador colegiado: 2ª Turma de Direito Público
Órgão julgador: Desembargador MAIRTON MARQUES CARNEIRO
Última distribuição : 03/02/2023
Valor da causa: R$ 1.000,00
Processo referência: 0814662-16.2022.8.14.0028
Assuntos: Desapropriação, Desapropriação por Utilidade Pública / DL 3.365/1941
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
FLOR DO ENCANTO IMOBILIARIA E EMPREENDIMENTOS BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL (ADVOGADO)
LTDA - ME (AGRAVANTE)
VALE S.A. (AGRAVADO) BERNARDO MORELLI BERNARDES (ADVOGADO)
ALICE BEATRIZ BARRETO CARNEIRO VALERIANO LOPES
(ADVOGADO)
MICHEL FERRO E SILVA (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data Documento Tipo
15430963 04/08/2023 Petição Petição
12:30
15430964 04/08/2023 doc. 01 - parecer MP - 0808992-47.2023.8.14.0000 Documento de Comprovação
12:30
15434215 04/08/2023 comprovante pgto custas - agravo interno Documento de Comprovação
12:30
EXCELENTÍSSIMO SENHOR RELATOR DESEMBARGADOR MAIRTON
MARQUES CARNEIRO

Processo N. 0801109-49.2023.8.14.0000

VALE S.A., já qualificada na ação de desapropriação que


contra FLOR DO ENCANTO IMOBILIÁRIA E EMPREENDIMENTOS LTDA. –
processo N. 0814662-16.2022.8.14.0028 -, vem, por meio de seus
procuradores que ao final assinam, à presença de V. Exa., nos termos do
artigo 1.021, do CPC e artigo 289, do Regimento Interno do TJPA, interpor
AGRAVO INTERNO contra a decisão de id. 15132283, pelos motivos de
fato e direito a seguir expostos.

Requer-se também o recebimento do presente recurso por


esta relatoria, a fim de que V. Exa. possa exercer o juízo de retratação.

No mais, informa que procedeu o pagamento de preparo


recursal, conforme consta no comprovante em anexo.

Termos em que,
Pede deferimento.

Belém/PA, 04 de agosto de 2023.

BERNARDO MORELLI MICHEL FERRO


OAB/PA 16.865 OAB/PA 7.961

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Número do documento: 23080412301770800000015012576
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ

RAZÕES RECURSAIS DO AGRAVO INTERNO

AGRAVANTE: VALE S.A.

AGRAVADO: FLOR DO ENCANTO IMOBILIÁRIA E EMPREENDIMENTOS LTDA.

TEMPESTIVIDADE
Inicialmente, cumpre-nos destacar a tempestividade da
presente manifestação.

A decisão monocrática de id. 15132283 foi publicada em


19.07.2023, quarta-feira. Considerando-se o prazo de 15 dias úteis para
interposição do recurso, tem-se como prazo final o dia 09.08.2023.

Logo, o protocolo feito hoje, dia 04.08.23, sexta-feira, é


tempestivo.

DA DECISÃO AGRAVADA

RECONSIDERAÇÃO IMPOSSÍVEL

ACORDO HOMOLOGADO QUE PERMANECE VÁLIDO E EFICAZ

A decisão agravada, talvez induzida à erro pelo recurso


descabido da agravante, acabou por reconsiderar a decisão
anteriormente prolatada, voltando atrás no reconhecimento da perda
do objeto dos agravos após a homologação de acordo no primeiro
grau.

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O equívoco é facilmente constatado a partir de uma breve
linha do tempo dos fatos ocorridos até então nos presentes autos.
Em 05.04.2023, foi proferida decisão de concessão de liminar
no presente agravo de instrumento, nos seguintes termos:

“Ante ao exposto, nos termos do art. 1.019, I, do NCPC,


DEFIRO O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO, para suspender
a ordem de imissão provisória na posse em favor da
agravada até que seja realizada a perícia judicial na área,
que o magistrado de primeiro grau deverá proceder.
Com relação ao valor depositado à título de indenização
pela desapropriação, indefiro a liberação, em razão da
necessidade de realização de perícia para apuração do
valor devido.
Oficie-se ao juízo de origem informando-o do teor desta
decisão.”

Ocorre que, antes mesmo do julgamento do pedido de


efeito suspensivo, havia petição de acordo protocolada neste recurso
(id. 13471940 e id. 13541469) que, dentre outros pontos, comunicava a
desistência do agravo pela agravante e a concordância com tal ato pela
agravada, esta d. relatoria, em decisão surpresa, realizou o julgamento
do feito, ignorando a vontade das partes.

Deste modo, a recorrente apresentou nova manifestação


reiterando os termos do acordo mencionado, inclusive realizando sua
juntada mais uma vez, conforme consta no documento de id. 13541470.

Logo em seguida, juntou-se nova manifestação, desta vez


com a homologação do acordo pelo Juízo da 3ª Vara Cível e Empresarial
de Marabá, Juízo originário da ação de desapropriação, conforme
sentença de id. 13728880.

A superveniência de sentença, ainda que parcial, esvaziou


o objeto do presente recurso, tornando sem efeito a decisão

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anteriormente exarada e conduzindo-o ao arquivamento, por expressão
da vontade livremente manifestada das partes.

Por não ter havido manifestação deste Juízo sobre as


petições, a ora recorrente precisou interpor agravo interno da decisão
que ignorou o acordo homologado (id. 13936447).

Ao id. 14056446, o relator reconheceu o acordo


homologado, julgando prejudicado os agravos de instrumento e interno,
conforme dispositivo:

“Por todos os fundamentos expostos, nego seguimento ao


presente agravo de instrumento, por julgá-lo prejudicado,
nos termos do art. 932, III, do CPC/2015 c/c artigo 133, X,
do Regimento Interno desta Egrégia Corte de Justiça. Em
sendo assim, revogo a liminar anteriormente concedida.
Segue prejudicado também o Agravo Interno”.

Curiosamente, a FLOR DO ENCANTO, ainda que signatária e


beneficiária do acordo homologado e reconhecido, interpôs agravo
interno de tal decisão.

Suas razões, explicitadas nas primeiras páginas do recurso


protocolado ao id. 14458771, são quase incompreensíveis, Veja-as:

“Sucede que, como se demonstrará, esta D. Relatoria em


verdade, foi induzida a erro, uma vez que subsistem os
motivos que ensejaram o presente agravo, muito
especialmente o fato de que ainda há discussão, em
primeiro grau de jurisdição, nos autos do Processo nº
0814662-16.2022.8.14.0028, no que se refere aos valores
inerentes à desapropriação, e, não obstante o comando,
exarado por essa relatoria, de que fosse realizada perícia
para definição de tal valor, o juízo de piso, até a presente
data, olvidou-se no cumprimento de tal determinação”.

Ora, que razões recursais subsistiriam após a homologação


do acordo? As razões motivadoras do recurso foram atendidas com a
transação havida entre as partes, que acordaram, inclusive, que após a

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o levantamento do depósito prévio feito pela VALE e a imissão na posse,
a ação de desapropriação seguiria seu regular caminho até uma
sentença que arbitraria o valor justo de indenização.

A discussão acerca dos valores finais da desapropriação,


são, EXpor
C ELEN TÍSSIM A SEN H O RA JUÍZA D E DIREITO D A TERC EIRA V A RA C ÍV EL E
óbvio, encerradas somente após a instrução processual e
EM PRESA RI A L D E M A RA BÁ/ PA
consequente prolação de sentença e não foi tema do acordo – parcial,
portanto.

Processo N. 0814662-16.2022.8.14.0028
Já o “comando de que fosse realizada perícia prévia” foi,
obviamente, substituído pela decisão que, reconhecendo a desistência
V A LE S. A . e FLO R DO EN C A N TO IM O BILIÁRI A E
do recurso, arquivou os autos e revogou a liminar anteriormente
EM PREEN DIM EN TO S LTD A . - M E, vem, em conjunto, por seus procuradores

prolatada.
que ao final assinam, respeitosamente perante V. Exa., expor e requerer
o que segue.

Lembremos dos termos


As partes chegaram doacordo
a um acordono homologado
que diz respeitopelo
à Juízo
desocupação voluntária da ré e imediata imissão da autora na posse do
de primeiro grau e reconhecido por esta d. relatoria:
imóvel objeto de desapropriação, tendo estipulado os seguintes termos:

a) A ré, por sua representante TELM A A LEIX O D A SILV A ,


concordando com a imissão da V A LE na posse da área
objeto de desapropriação (351.600m 2), deixará esta área
em até 5 (cinco) dias contados do levantamento do
depósito judicial já realizado nos autos;

b) A V A LE concorda que a ré proceda com o levanta-


mento imediato do valor integral (100%) depositado em
Juízo, prosseguindo a demanda na parte controversa;

c) A V A LE permitirá que a ré retire da área as cercas ali


instaladas, num prazo de noventa dias;

Travessa Dom Romualdo de Seixas, 429,


Ed. CP Corporate, 2º andar - Umarizal
Belém-PA, CEP 66050-110
(91) 2121 9978 • 2121 9981
• fmfadv.com

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d) A V A LE fará o georreferenciamento e identificação da
área objeto da desapropriação de interesse para a
realização das obras;

e) A ré FLO R DO EN C A N TO desiste do agravo de


instrumento nº 0801109-49.2023.8.14.0000 e do conflito de
competência nº 0802569-71.2023.8.14.0000, ambos os
processos em trâmite perante o Tribunal de Justiça do
Estado do Pará, restando cada parte responsável pelos
honorários de seus advogados ;

f) A autora, no processo nº 0806527-83.2020.8.14.0028 que


tramita na 1ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de
Marabá-PA, desiste de reivindicar os 351.600m 2 de área
que são objeto desta ação de desapropriação, perma-
necendo hígido seu interesse em relação à área
remanescente (299.000 m²), pelo que deve aquela ação
reivindicatória prosseguir em seus ulteriores de direito, após
o protocolo do pedido de desistência parcial. Em
contrapartida, a ré concorda com a desistência, sendo
que cada parte responsável por eventuais honorários de
seus advogados ;

g) Será assegurado pela Vale o acesso da ré à área em


que hoje reside, conforme o mapa anexo, devidamente
rubricado pelas partes.

Frise-se, poraoportuno,
Requer-se este MM. que
Juízo,aportanto,
desistência do presente do
a homologação agravo
acordo parcial ora manifestado, prosseguindo a desapropriação seus
foi um dos termos do acordo, operando seus efeitos tão logo protocolado
ulteriores fins de direito.
nos autos. Não há dúvidas, portanto: o então agravante, aqui agravado,
Nestes termos,
desistiu do recurso.
Travessa Dom Romualdo de Seixas, 429, Ed. CP Corporate, 2º Andar, Umarizal - Belém-PA, CEP 66050-110 • (91)2121 9978 • 2121 9981 • fmfadv.com

De plano, portanto, observa-se que o agravo não poderia


nem mesmo ter sido conhecido, por força do art. 932, III, do CPC,
exatamente como fez o relator em relação ao agravo interno interposto
pela VALE ao id. 13936447.

A reconsideração, portanto, era impossível e acabou por


criar situação, no mínimo, curiosa: a decisão monocrática negou efeito

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ao acordo homologado sem, no entanto, invalidá-lo, negando, ao fim e
ao cabo, a vontade livremente manifestada pelas partes e o respeito ao
ato jurídico perfeito.

Pontue-se que a decisão não invalidou o acordo


homologado por não poder fazê-lo sem incorrer em supressão de
instâncias, vez que, houvesse vício de nulidade, deveria o mesmo ser
apreciado pelo Juízo da 3ª Vara Cível de Marabá.

Assim, conclui-se que o acordo, adimplido pela VALE,


permanece válido e eficaz, devendo, necessariamente, ser reconhecido
por esta Corte. Nesse sentido, foi o parecer do Ministério Público do Pará
nos autos do agravo N. 0808992-47.2023.8.14.0000, juntado em anexo
(doc. 01), que trata da mesma matéria aqui debatida, cujo trecho a
seguir merece transcrição:

“Assim, entende o Parquet adequando o entendimento


firmado na inferior instância, no sentido da continuidade
do processo de desapropriação, com imissão da Vale S.A.
na posse, na medida em que cumpriu a sua parte do
acordo homologado, depositando a indenização em
juízo, devendo-se, entretanto, acautelar o valor da
indenização até que haja a devida regularização da
legitimidade. Neste sentido:
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO.
SENTENÇA EXTINTA. FASE DE CONHECIMENTO. IMPOSSIVEL
A RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA. DECRETOS
EXCLUINDO A ÁREA COMO DE OCUPAÇÃO INDÍGENA.
ADQUIRENTE DE BOA-FÉ. LEGÍTIMO PROPRIETÁRIO. AÇÃO
CIVIL PÚBLICA. DISCUSSÃO SOBRE TITULARIDADE DE
DOMÍNIO. PROSSEGUIMENTO DA AÇÃO. VALOR JUSTA
INDENIZAÇÃO. RECURSO PROVIDO. I. O feito encontra-se
em fase de conhecimento, de forma que impossível à
relativização da coisa julgada neste momento processual.
II. O que se tem até o momento são especulações, sem
comprovação da presença indígena nas terras
desapropriadas. Na verdade, os decretos expressamente
excluem a referida área expropriada daquelas

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identificadas como de ocupação imemorial dos índios
Waimiri-Atroari. III. Não pode o adquirente de boa-fé, que
foi desapossado de suas terras há mais de 20 anos, sem
receber um centavo por isso, ser agora prejudicado com
a extinção da ação. IV. Até que se tenha uma decisão
definitiva na Ação Civil Pública proposta pelo Ministério
Público Federal, o legítimo proprietário do imóvel
expropriado é o Sr. Sérgio Vergueiro, como demonstram os
títulos apresentados. V. A ação de desapropriação deverá
transcorrer normalmente com à aferição do valor da justa
indenização, tendo em vista que qualquer discussão
acerca da titularidade do domínio do imóvel deve ser
tratada na Ação Civil Pública. VI. Apelação provida.
(TRF-1 - AC: 00000938919864013200, Relator:
DESEMBARGADOR FEDERAL CÂNDIDO RIBEIRO, Data de
Julgamento: 23/07/2019, QUARTA TURMA, Data de
Publicação: 20/08/2019).

A verdade é que a agravada tenta – e vem conseguindo -,


desacreditar o acordo homologado simplesmente por não ter
conseguido levantar os valores depositados, ainda que isso tenha
ocorrido por sua única e exclusiva culpa, conforme detalhado no AI
0808992-47.2023.8.14.0000, desta mesma relatoria.

Querer se utilizar de tal fato para se contestar o ato jurídico


perfeito realizado é se utilizar da própria torpeza, o que, é sabido, não se
admite.

CONCLUSÃO

Por todo o exposto, requer-se a reconsideração da decisão


de id. 15132283, vez que em desacordo com a vontade das partes
manifestada no acordo homologado, infringindo ato jurídico perfeito.

Não sendo o caso, requer-se o envio do presente recurso ao

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competente órgão colegiado, julgando procedente o agravo interno,
pelas razões postas.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Belém, 4 de agosto de 2023

MICHEL FERRO BERNARDO MORELLI BERNARDES


OAB/PA 7.961 OAB/PA 16.865

PEDRO BENTES PINHEIRO FILHO


OAB/PA 3.210

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TJPA - 2º Grau
PJe - Processo Judicial Eletrônico

04/08/2023

Número: 0808992-47.2023.8.14.0000
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Órgão julgador colegiado: 2ª Turma de Direito Público
Órgão julgador: Desembargador MAIRTON MARQUES CARNEIRO
Última distribuição : 06/06/2023
Valor da causa: R$ 4.993.380,00
Processo referência: 0814662-16.2022.8.14.0028
Assuntos: Agência e Distribuição, Desapropriação, Desapropriação por Utilidade Pública / DL
3.365/1941
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
FLOR DO ENCANTO IMOBILIARIA E EMPREENDIMENTOS BRUNO NATAN ABRAHAM BENCHIMOL (ADVOGADO)
LTDA - ME (AGRAVANTE)
VALE S.A. (AGRAVADO) BERNARDO MORELLI BERNARDES (ADVOGADO)
ESPOLIO DE AURELIANO ALVES DE ATAIDES
(AGRAVADO)
Documentos
Id. Data Documento Tipo
15374388 02/08/2023 Petição Petição
08:31

Assinado eletronicamente por: BERNARDO MORELLI BERNARDES - 04/08/2023 12:30:20 Num. 15430964 - Pág. 1
https://pje.tjpa.jus.br/pje-2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23080412301989700000015012577
Número do documento: 23080412301989700000015012577
15ª PROCURADORIA DE JUSTIÇA CÍVEL

AGRAVO DE INSTRUMENTO
PROCESSO Nº 0808992-47.2023.8.14.0000
RELATOR (A): MAIRTON MARQUES CARNEIRO
PROCURADOR DE JUSTIÇA: WALDIR MACIEIRA DA COSTA FILHO
RECORRENTE (S): FLOR DO ENCANTO IMOBILIÁRIA E EMPREENDIMENTOS
LTDA - ME
RECORRIDO (A) (S): VALE S.A. e ESPÓLIO DE AURELIANO ALVES DE ATAÍDES

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ


EXCELENTÍSSIMO (A) DESEMBARGADOR (A) RELATOR (A)
COLENDA TURMA

Trata-se de recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto por


FLOR DO ENCANTO IMOBILIARIA E EMPREENDIMENTOS LTDA - ME em face da
decisão proferida nos autos da AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO ajuizada pela VALE
S.A..

1. RELATÓRIO

Em suas Razões Recursais (ID nº 14433584), a Agravante assim


historia os fatos, que, em razão da complexidade da causa, vale a pena transcrever:

A Agravada ajuizou ação de desapropriação com pedido


liminar de imissão de posse, apontando que o imóvel a ser
expropriado por utilidade e interesse público delimitados aos
registros sob Matrículas nº 15.598 e 15.599, no CRI de
Marabá/PA (id79268964). Registra que a desapropriação teria
lastro na DUP – Declaração de Utilidade Pública constante da
Deliberação nº 369/2021 da ANTT. (id79268967).
Apresentou Laudo de avaliação com pretensão indenizatória
no valor de R$4.993.380,00 (quatro milhões novecentos e
noventa e três mil e trezentos e oitenta reais), correspondente
à uma área total de 351.600,00m2, como base no valor de
Oferta

________________________________________ Página 1 de 12
15ª Procuradoria de Justiça Cível

Assinado eletronicamente por: WALDIR MACIEIRA DA COSTA FILHO - 02/08/2023 08:31:34 Num. 15374388 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-2g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23080208314554600000014957570
Número do documento: 23080208314554600000014957570

Assinado eletronicamente por: BERNARDO MORELLI BERNARDES - 04/08/2023 12:30:20 Num. 15430964 - Pág. 2
https://pje.tjpa.jus.br/pje-2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23080412301989700000015012577
Número do documento: 23080412301989700000015012577
15ª PROCURADORIA DE JUSTIÇA CÍVEL

Prévia R$13,14 por metro quadrado de terra nua de área


urbana para a empresa Flor do Encanto Imob. e emp. LTDA-
ME, conforme estabelecido por Laudos de Avaliação
(id79268965) da CAVA Engenharia.
Por fim, Requereu medida liminar de imissão de posse,
limitando-se a citar os arts. 15 do Decreto-lei 3.365/41 e 294 e
300 do CPC, e pretendiam cumulativamente o bloqueio dos
valores indenizatórios, até ulteriores, e a procedência da
demanda.
A Agravante apresentou Contestação arguindo,
preliminarmente, a incompetência do juízo em razão da
existência de processo conexo na 1ª Vara de Marabá, e a
ausência de interesse processual, ante o conflito de teses,
entre ação reivindicatória e ação de desapropriação, requereu
tutela antecipada para a realização de perícia prévia antes da
análise da liminar de imissão de posse e o desbloqueio dos
valores de indenização prévia, e no mérito, requereu a
diferença apurada em perícia judicial e o pedido de extensão,
com a procedência da demanda, bem como contra
argumentou o pedido de bloqueio dos valores.
Após a decisão que deferiu a imissão na posse, a FLOR
DO ENCANTO apresentou agravo de instrumento
(processo nº 0801109-49.2023.8.14.0000) que foi
direcionado para esta RELATORIA, porém antes da sua
decisão, as partes resolveram fazer um acordo judicial
tentando minimizar as divergências na peleja, no entanto
ainda ANTES da homologação do referido acordo esta
RELATORIA decidiu de forma diversa do entabulado no
acordo, portanto dando novos rumos ao processo, no entanto
o Juízo de Piso desconsiderou a decisão de segundo
grau, que determinava a designação de perícia judicial (como
manda a lei e requerida desde sempre pela desapropriada) e
por cautela determinando que os valores depositados pela
VALE S.A. continuassem retidos até decisão futura, mesmo
após esta decisão de Segundo Grau, o Juízo de Piso
decidiu pela homologação do referido acordo
(id91222231) onde as partes entabularam acordo parcial com
desocupação voluntária em contrapartida ao levantamento
dos valores e o prosseguimento da demanda na parte
controversa (ID 90066729).
No prazo do art.34 do Decreto Lei n. 3365/41, expedido o
edital (id91602632), a Agravante juntou os documentos
(id91257758) de prova de propriedade e de quitação de
dívidas fiscais que recaiam sobre o bem expropriado.
Para a sua surpresa, os herdeiros do sócio falecido da
empresa desapropriada habilitaram-se (id92383373)
alegando que não compreenderam os termos do acordo
entre as partes, apontando que não tinham conhecimento
dos atos da empresa no inventário.

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Aduziram a existência de uma ação de reconhecimento de


união estável post mortem (processo nº 0806954-
80.2020.8.14.0028, 1ª Vara Cível de Marabá) e a ação de
inventário (processo nº 0803701-81.2020.8.14.0028, 1ª Vara
Cível de Marabá.), que as decisões nos processos citados
terão repercussão no inventário e na partilha das quotas
societárias da expropriada.
Por fim, requereram a sua habilitação na condição de
terceiro, na forma do edital, Requerendo a manutenção
do levantamento do alvará e a sua disponibilização ao
juízo do inventário para que lá seja partilhado os valores.
A Agravante apresentou manifestação (id92629164),
requerendo o indeferimento da habilitação dos interessados
por ilegitimidade passiva na desapropriação, de acordo com
entendimento dos Tribunais Superiores; a ausência de via
própria para discussões jurídicas dentro da desapropriação e
para o bloqueio dos valores ao inventário; a expedição de
Alvará judicial nos termos do acordo homologado; e a
separação/abandamento dos honorários contratados;
alternativamente a liberação de valores de forma proporcional
as quotas.
Em 31.05.2023, o juízo de piso deferiu na íntegra os
pedidos dos interessados, nos termos seguintes:
“É o sucinto relatório. Passo a decidir.
A questão vertida nos autos não se restringe tão
somente acerca da possibilidade ou não do
levantamento de valores pela empresa demanda,
havendo a necessidade de se perquirir acerca da
legitimidade da sócia remanescente, Sra. Telma
Aleixo da Silva, em representar a empresa
demandada após o falecimento do sócio Aureliano
Alves de Ataídes.
A sócia remanescente possui poderes amplos de gestão
da sociedade empresária, os quais foram conferidos
pelo sócio Aureliano Alves de Ataídes, na alteração do
contrato social da empresa demandada.
Não há que se questionar aqui acerca da continuidade
da atividade empresária após o falecimento de um dos
sócios, todavia a continuidade da sociedade encontra
limitação temporal, devendo o sócio sobrevivente
promover a liquidação da sociedade nos termos
previstos no contrato social ou obedecer às regras
estabelecidas no Código Civil.
No caso em apreço, há expressa previsão na alteração
do contrato social acerca do caso de falecimento de um
dos sócios, senão vejamos: Cláusula Décima Terceira.
Sucessão:
Falecendo o interditado qualquer sócio, a sociedade
continuará suas atividades com os herdeiros,
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sucessores e o incapaz. Não sendo possível ou


inexistindo interesse destes ou do sócio remanescente,
o valor de seus haveres serão apurados e liquidados
com base na situação patrimonial da sociedade, à data
da resolução, verificado em balanço especialmente
levantado. (ID n. Num. 83409295 - Pág. 4).
O falecimento do sócio Aureliano Alves de Ataídes
ocorreu em 30/12/2019, momento em que a sócia
remanescente deveria ter realizado a notificação dos
herdeiros para substituição na sociedade empresária e,
não havendo concordância na substituição, caberia a
realização da liquidação da sociedade, o que não
ocorreu até a presenta data.
O Código Civil prevê a possibilidade de realização de
atos pelo sócio remanescente, antes da liquidação da
sociedade empresária, conforme se observa do
art.1.036: “Art. 1.036.
Ocorrida a dissolução, cumpre aos administradores
providenciar imediatamente a investidura do liquidante,
e restringir a gestão própria aos negócios inadiáveis,
vedadas novas operações, pelas quais responderão
solidária e ilimitadamente.”.
O sócio Aureliano faleceu em 2019, ou seja, há mais de
três anos, motivo pelo qual houve tempo hábil suficiente
para que a sócia remanescente promovesse a
regularização da sociedade empresária.
As tratativas com a empresa autora não se caracterizam
como gestão própria de negócios inadiáveis, uma vez
que estes devem ser entendidos como os atos de
gestão da própria natureza do negócio, visando a
continuidade das atividades empresariais, visando evitar
a solução de continuidade, até que as questões de
sucessão ou liquidação empresarial sejam resolvidas.
Pontue-se que a sócia remanescente poderá inclusive
responder de maneira solidária e ilimitadamente em
caso de realização de novas operações, sem a devida
liquidação da sociedade.
Como afirmado alhures, a sócia remanescente está em
mora com as medidas necessárias para a regularidade
da empresa demandada há mais de três anos, pois
quedou-se inerte após o falecimento do sócio Aureliano.
Nesse diapasão, considerando que a outorga de
poderes de gestão da empresa demandada foi feita em
contrato social por pessoa falecida, não tendo ocorrido a
sucessão na empresa pelos herdeiros, a fim de que
estes anuíssem com a continuidade dos atos de gestão
pela sócia Telma Aleixo, entendo que esta não detêm
poderes para entabular acordo com a empresa autora,
bem como também não possui poderes para receber
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isoladamente todas os valores devidos à empresa


demandada. Importante pontuar, que não se contesta,
pelo menos nesse momento, que os valores são
devidos à sociedade empresária Flor do Encanto, o que
se questiona é a legitimidade da sócia remanescente
em continuar promovendo atos de gestão da empresa,
mesmo após o falecimento do sócio que lhe conferiu
poderes para tanto no contrato social. É fato que a
empresa requerida encontra-se atuando de maneira
irregular, diante da ausência de adequada
representação.
O acordo consubstanciou-se tão somente no
levantamento dos 20% (vinte por cento) restantes do
valor depositado pela empresa demandada a título de
indenização mediante a imediata imissão na posse do
bem, tendo em vista que o levantamento de 80%
(oitenta por cento) está previsto em lei, sendo direito da
parte levantá-lo, mediante a apresentação dos
documentos necessários.
Pois bem, entendo que diante da celeuma quanto a
necessária regularização da empresa demandada em
juízo, entendo como prudente o bloqueio total dos
valores até a regularização da representação da
empresa com a sucessão pelos sócios ou mediante a
sua liquidação, sem prejuízo da imissão na posse da
empresa Vale S.A, uma vez que o valor total da
indenização já se encontra à disposição do juízo, não
tendo ocorrido o levantamento dos valores por
problemas alheios à empresa autora.
No que tange ao pedido de abandamento de honorários
contratuais, entendo que o advogado da autora não
possui direito ao levantamento dos valores oferecidos
pela empresa autora, uma vez que o contrato prevê o
direito aos honorários de êxito. Não há que se falar em
êxito, uma vez que tais valores seriam pagos à empresa
demandada, independente da atuação do advogado da
autora.
Oportuno observar que os valores pagos pela empresa
Vale S.A neste momento processual poderiam ter sido
objeto de pagamento extrajudicial, uma vez que o valor
da indenização já havia sido estipulado pela referida
empresa, não havendo qualquer trabalho do advogado
da autora que justifique qualquer êxito, ou seja, tais
valores já haviam sido oferecidos à demandada
independentemente da atuação do advogado. Somente
será cabível honorários com relação a diferença de
valores apurados entre o valor ofertado e o valor fixado
judicialmente como justa indenização, após a realização
da perícia, pois aí sim estaríamos falando de honorário
de êxito.

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Frise-se, não há êxito em receber um valor que já


seria pago independentemente da atuação do
advogado da parte. Intime-se a requerida para que
promova a regularização da empresa, nos termos
expostos.
Oficie-se ao Juízo da 1ª Vara Cível e Empresarial,
dando-se conhecimento do bloqueio dos valores
nesta demanda, em decorrência da existência de
inventário judicial em trâmite naquele juízo.
Expeça-se mandado de imissão na posse da
empresa Vale S.A.
P.R.I
ALINE CRISTINA BREIA MARTINS Juíza de Direito
Titular da 3ª Vara Cível e Empresarial de Marabá ”
(grifos e destaques nossos).
Inconformada, a Agravante pretende ver reformada a decisão
atacada, antecipando que foram omitidas e ignoradas as
razões opostas na manifestação, quais sejam, a preliminar de
ilegitimidade passiva dos herdeiros (questão de ordem
pública), e nas razões de mérito, a quebra do acordo/negócio
jurídico processual homologado, a ausência de via própria
para debater questões societárias nos autos da
desapropriação, ao arrepio do art.34 do decreto-lei, bem
como a interpretação errônea do contrato de honorários e a
necessidade de efeito suspensivo para prosseguimento da
demanda desapropriatória, com a suspensão da imissão na
posse e a realização de perícia prévia.
Isto posto, merece ser reformada a decisão atacada, pelas
razões expostas abaixo”.

Garante que a decisão recorrida merece reforma, pois não haveria


legitimidade passiva do espólio para integrar o polo passivo da desapropriação, além de
que teria ocorrido a quebra do acordo já homologado, afastando a principal cláusula de
interesse da desapropriada, que era o recebimento dos valores acordados em troca da
imissão na posse.
Afirma a ofensa à autonomia empresarial, pois em diversos trechos do
decisum, questionou-se a legitimidade da sócia da empresa em promover atos de
gestão e a representação, sendo que a desapropriação não seria a via adequada para
se debater a regularidade empresarial.
Requer, neste sentido, a continuidade da demanda desapropriatória e o
desbloqueio da indenização prévia, depositada pela Vale S.A. e que lhe é devida.

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Em Contrarrazões de ID nº 14971700, a empresa Vale S.A. esclarece


que se insurgiu a Ré/Agravante contra decisão que, a partir da manifestação de terceiro
nos autos da desapropriação (espólio de Aureliano Alves de Ataíde), resolveu acautelar
os valores depositados pela expropriante até que efetivada a regularização societária da
empresa expropriada, prosseguindo-se com a imissão da VALE na posse.
Afirma, preliminarmente, a ausência de cabimento do Agravo de
Instrumento, pois a hipótese em questão não estaria prevista no rol do art. 1.015 do
CPC.
Assevera a validade e eficácia do acordo homologado, eis que a Vale
S.A. depositou em juízo o valor da indenização prévia, nos termos do acordo
homologado, fazendo jus à imissão na posse do imóvel, sendo que a decisão de
acautelamento dos valores foi proferida apenas porque a Agravante estava escondendo
dos herdeiros a irregularidade de sua representação.
Arremata que o Juízo a quo identificou a falta de regularização da
empresa após o falecimento de um dos sócios, o que se deu por culpa tanto da sócia
administradora Telma quanto do Espólio, na medida em que o art. 1.028 do Código Civil
e o próprio contrato social, em sua cláusula décima terceira, previam a necessária ação
dos interessados na sucessão das cotas do falecido.
Em Decisão Monocrática de ID nº 15085217, o Relator entendeu
prejudicada a análise do efeito suspensivo, nos seguintes termos:

Ao analisar os autos, verifico que o Agravante interpôs


outro agravo de instrumento nº. 0810765-
30.2023.814.0000, no qual pleiteou igualmente a concessão
de efeito suspensivo para suspender a imissão de posse
deferida no processo principal.
O referido recurso ao ser analisado, durante o plantão judicial,
teve o pedido liminar deferido pelo Desembargador
Plantonista, sendo, portanto, concedido o efeito pleiteado,
no sentido de suspender a imissão de posse.
Ademais, no Agravo de Instrumento nº. 0801109-
49.2023.814.0000 foi revogada a decisão de extinção do
recurso, ante a perda do objeto, sendo determinado o
restabelecimento da liminar anteriormente concedida,
resultando na suspensão da imissão de posse até decisão
ulterior.
Em sendo assim, deixo de apreciar o pedido liminar,
neste momento, considerando que já existem decisões,
em outros recursos, referente ao mesmo pleito.

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Desta forma, verificando que já foram apresentadas as


contrarrazões ao Agravo de Instrumento, determino que os
autos sejam remetidos à Procuradoria de Justiça para
apresentação de parecer, se entender necessário.
Após os autos devem ser conclusos.

É o necessário.
Passo a examinar.

2. MANIFESTAÇÃO MINISTERIAL

2.1. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE


Antes de ingressar na análise meritória, insta apreciar a alegação do
Agravado, no sentido do não conhecimento do recurso, por ausência de cabimento.
Não prospera.
Com efeito, ao revés do alegado pelo Agravado, o presente Agravo de
Instrumento tem cabimento, na medida da urgência na análise da discussão ora
apresentada.
É cediço que o art. 1.015 do CPC restringiu sobremaneira o cabimento
do Agravo de Instrumento no processo civil. Ocorre que o STJ, na sede do REsp
1704520/MT, definiu que o dispositivo em colação estabelece uma taxatividade
mitigada, sendo possível a demonstração da urgência em cada caso concreto.
Vejamos:

RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE


CONTROVÉRSIA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL.
NATUREZA JURÍDICA DO ROL DO ART. 1.015 DO
CPC/2015. IMPUGNAÇÃO IMEDIATA DE DECISÕES
INTERLOCUTÓRIAS NÃO PREVISTAS NOS INCISOS DO
REFERIDO DISPOSITIVO LEGAL. POSSIBILIDADE.
TAXATIVIDADE MITIGADA. EXCEPCIONALIDADE DA
IMPUGNAÇÃO FORA DAS HIPÓTESES PREVISTAS EM
LEI. REQUISITOS.
1- O propósito do presente recurso especial, processado e
julgado sob o rito dos recursos repetitivos, é definir a natureza
jurídica do rol do art. 1.015 do CPC/15 e verificar a
possibilidade de sua interpretação extensiva, analógica ou
exemplificativa, a fim de admitir a interposição de agravo de
instrumento contra decisão interlocutória que verse sobre
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hipóteses não expressamente previstas nos incisos do


referido dispositivo legal.
2- Ao restringir a recorribilidade das decisões interlocutórias
proferidas na fase de conhecimento do procedimento comum
e dos procedimentos especiais, exceção feita ao inventário,
pretendeu o legislador salvaguardar apenas as "situações
que, realmente, não podem aguardar rediscussão futura em
eventual recurso de apelação".
3- A enunciação, em rol pretensamente exaustivo, das
hipóteses em que o agravo de instrumento seria cabível
revela-se, na esteira da majoritária doutrina e jurisprudência,
insuficiente e em desconformidade com as normas
fundamentais do processo civil, na medida em que
sobrevivem questões urgentes fora da lista do art.1.015 do
CPC e que tornam inviável a interpretação de que o referido
rol seria absolutamente taxativo e que deveria ser lido de
modo restritivo.
4- A tese de que o rol do art. 1.015 do CPC seria taxativo,
mas admitiria interpretações extensivas ou analógicas,
mostra-se igualmente ineficaz para a conferir ao referido
dispositivo uma interpretação em sintonia com as normas
fundamentais do processo civil, seja porque ainda
remanescerão hipóteses em que não será possível extrair o
cabimento do agravo das situações enunciadas no rol, seja
porque o uso da interpretação extensiva ou da analogia pode
desnaturar a essência de institutos jurídicos ontologicamente
distintos.
5- A tese de que o rol do art. 1.015 do CPC seria meramente
exemplificativo, por sua vez, resultaria na repristinação do
regime recursal das interlocutórias que vigorava no CPC/73 e
que fora conscientemente modificado pelo legislador do novo
CPC, de modo que estaria o Poder Judiciário, nessa hipótese,
substituindo a atividade e a vontade expressamente
externada pelo Poder Legislativo.
6- Assim, nos termos do art. 1.036 e seguintes do CPC/2015,
fixa-se a seguinte tese jurídica: O rol do art. 1.015 do CPC é
de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição
de agravo de instrumento quando verificada a urgência
decorrente da inutilidade do julgamento da questão no
recurso de apelação.
7- Embora não haja risco de as partes que confiaram na
absoluta taxatividade serem surpreendidas pela tese jurídica
firmada neste recurso especial repetitivo, pois somente
haverá preclusão quando o recurso eventualmente interposto
pela parte venha a ser admitido pelo Tribunal, modulam-se os
efeitos da presente decisão, a fim de que a tese jurídica
apenas seja aplicável às decisões interlocutórias proferidas
após a publicação do presente acórdão.
8- Na hipótese, dá-se provimento em parte ao recurso
especial para determinar ao TJ/MT que, observados os
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demais pressupostos de admissibilidade, conheça e dê


regular prosseguimento ao agravo de instrumento no que se
refere à competência, reconhecendo-se, todavia, o acerto do
acórdão recorrido em não examinar à questão do valor
atribuído à causa que não se reveste, no particular, de
urgência que justifique o seu reexame imediato.
9- Recurso especial conhecido e parcialmente provido. ( REsp
1696396/MT, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE
ESPECIAL, julgado em 05/12/2018, DJe 19/12/2018).

No presente caso, resta evidenciada a urgência em trazer a discussão


para análise perante o TJPA, eis que se está a tratar de uma ação de desapropriação
por utilidade pública e da legitimidade para receber a indenização correspondente.
Desse modo, no entender do Ministério Público, os requisitos para o
juízo de admissibilidade encontram-se preenchidos, opinando-se pelo CONHECIMENTO
do Recurso.

2.2. JUÍZO DE MÉRITO

Todas as discussões, apesar de algumas terem sido erguidas como


preliminares, são meritórias e dizem respeito ao mesmo ponto: a possibilidade ou não de
suspender o pagamento da indenização prévia, já depositada pela Vale S.A. em juízo e,
por outro lado, manter a sua imissão na posse do imóvel objeto da desapropriação.
Toda essa celeuma surgiu quando o Espólio de Aureliano Alves de
Ataídes, após a homologação do acordo nestes autos, peticionou alegando
inconsistências nos termos do acordo e, ainda, irregularidades na representação da
Agravante (a empresa requerida na desapropriação), o que levou o juízo a quo a
determinar o acautelamento do valor da indenização depositada pela Vale S.A.
Segundo defende a Agravante, a ação de desapropriação não seria a via
adequada para discutir as alegadas irregularidades, de modo que a ação de
desapropriação deveria seguir seu curso natural, com a entrega do valor da indenização.
Ocorre que o espólio recorrido não discutirá a regularidade da empresa
nestes autos, tendo requerido apenas a suspensão do pagamento da indenização até
que seja regularizada a legitimação ad causam, imprescindível à continuidade do feito.

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Assim, entende o Parquet adequando o entendimento firmado na inferior


instância, no sentido da continuidade do processo de desapropriação, com imissão da
Vale S.A. na posse, na medida em que cumpriu a sua parte do acordo homologado,
depositando a indenização em juízo, devendo-se, entretanto, acautelar o valor da
indenização até que haja a devida regularização da legitimidade. Neste sentido:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO.


DESAPROPRIAÇÃO. SENTENÇA EXTINTA. FASE DE
CONHECIMENTO. IMPOSSIVEL A RELATIVIZAÇÃO DA
COISA JULGADA. DECRETOS EXCLUINDO A ÁREA COMO
DE OCUPAÇÃO INDÍGENA. ADQUIRENTE DE BOA-FÉ.
LEGÍTIMO PROPRIETÁRIO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
DISCUSSÃO SOBRE TITULARIDADE DE DOMÍNIO.
PROSSEGUIMENTO DA AÇÃO. VALOR JUSTA
INDENIZAÇÃO. RECURSO PROVIDO. I. O feito encontra-se
em fase de conhecimento, de forma que impossível à
relativização da coisa julgada neste momento processual. II.
O que se tem até o momento são especulações, sem
comprovação da presença indígena nas terras
desapropriadas. Na verdade, os decretos expressamente
excluem a referida área expropriada daquelas identificadas
como de ocupação imemorial dos índios Waimiri-Atroari. III.
Não pode o adquirente de boa-fé, que foi desapossado de
suas terras há mais de 20 anos, sem receber um centavo por
isso, ser agora prejudicado com a extinção da ação. IV. Até
que se tenha uma decisão definitiva na Ação Civil Pública
proposta pelo Ministério Público Federal, o legítimo
proprietário do imóvel expropriado é o Sr. Sérgio Vergueiro,
como demonstram os títulos apresentados. V. A ação de
desapropriação deverá transcorrer normalmente com à
aferição do valor da justa indenização, tendo em vista que
qualquer discussão acerca da titularidade do domínio do
imóvel deve ser tratada na Ação Civil Pública. VI.
Apelação provida. (TRF-1 - AC: 00000938919864013200,
Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL CÂNDIDO RIBEIRO,
Data de Julgamento: 23/07/2019, QUARTA TURMA, Data de
Publicação: 20/08/2019).

Em relação à ordem comprovação da regularização da empresa


Agravante, consoante bem anotado pelo Juízo a quo, há expressa previsão, em seu
próprio contrato social, no sentido de que, com o falecimento de um dos sócios, faz-se
necessário o regular procedimento de sucessão. Vejamos o que diz a Cláusula Décima
Terceira do Contrato social da empresa em comentário:

Cláusula Décima Terceira. Sucessão. Falecendo o interditado


qualquer sócio, a sociedade continuará suas atividades
com os herdeiros, sucessores e o incapaz. Não sendo
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possível ou inexistindo interesse destes ou do sócio


remanescente, o valor de seus haveres serão apurados e
liquidados com base na situação patrimonial da sociedade, à
data da resolução, verificado em balanço especialmente
levantado.

Neste mesmo sentido, dispõe o art. 1.036 do CC/2002:


Art. 1.036. Ocorrida a dissolução, cumpre aos
administradores providenciar imediatamente a investidura do
liquidante, e restringir a gestão própria aos negócios
inadiáveis, vedadas novas operações, pelas quais
responderão solidária e ilimitadamente.

Assim, de fato mostra-se importante, antes de liberar os valores da


indenização, depositados em Juízo pela Vale S.A., promover-se a regularização da
empresa, sob pena de frustrar os legítimos interesses dos herdeiros do sócio falecido,
questão que, por estar afeta à legitimidade de parte, é de interesse público e
imprescindível ao deslinde da causa.
Por este plexo de fundamentos, considerando-se, inclusive, que na sede
de outros Agravos de Instrumento foi determinada a continuidade da desapropriação,
com a imissão da Agravada na posse do imóvel, o Ministério Público pugna pela rejeição
recursal.

3. CONCLUSÃO

Ante o exposto, o Ministério Público do Estado do Pará, por meio desta


Procuradoria de Justiça Cível, manifesta-se pelo CONHECIMENTO e
DESPROVIMENTO do levante recursal, mantendo-se integralmente a decisão recorrida,
nos termos da fundamentação.
É a manifestação.
Belém/PA, 31 de julho de 2023.

WALDIR MACIEIRA DA COSTA FILHO


15º Procurador de Justiça Cível
Assinado Digitalmente

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BANPARÁ 037-1 03790000949910918000200011967593194580000033252
Local de Pagamento Vencimento
Pagável em qualquer agência bancária após registrado - https://apps.tjpa.jus.br/registro-boletos/ 30/08/2023
Sacador Agência/Cód. Cedente
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ 0026/180.071-0
Data do documento Via do documento Espécie Doc. Aceite Data Processamento N° do Boleto
31/07/2023 1ª Via S 31/07/2023 2023300680
Uso do Banco Carteira Espécie Moeda Quantidade Hora do Processamento Valor do Documento
REAL R$ 332,52
16:07:58
Instruções (Texto de responsabilidade do cedente) - NÃO RECEBER APÓS O VENCIMENTO -

Referente ao número do documento: 2023.00063851-30 / BELÉM


Número do Processo: 08011094920238140000
Sacado
VALE S.A. Ficha de Compensação

Via Tribunal de Justiça do Estado do Pará Autenticação Mecânica

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Autenticação Mecânica

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
Data: 31/07/2023
LIBRA - Sistema de Arrecadação 16:08
Hora:

Pág: 1
RELATÓRIO DE CONTA DO PROCESSO
DADOS DO PROCESSO

Nº DOCUMENTO: 2023.00063851-30 PARTICIPACAO: ADVOGADO - BERNARDO MORELLI


BERNARDES
Nº PROCESSO: 08011094920238140000
ADVOGADO - ALICE BEATRIZ BARRETO
INSTÂNCIA: 2º GRAU CARNEIRO VALERIANO LOPES
ADVOGADO - MICHEL FERRO E SILVA
CLASSE: Agravo de Instrumento
AGRAVADO - VALE S.A.
COMARCA/TERMO: BELÉM AGRAVANTE - FLOR DO ENCANTO
IMOBILIARIA E EMPREENDIMENTOS LTDA -
VARA: 2ª TURMA DE DIREITO PÚBLICO
ME
SECRETARIA: SECRETARIA ÚNICA DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO e outros...

DISTRIBUÍDO EM: 03/02/2023 08:54:16 FINALIZADO EM:

DADOS DA CUSTA AGRAVO INTERNO


Nº CUSTA: 4
SITUAÇÃO DA CUSTA: ABERTA
DATACUSTA: 31/07/2023 00:00:00
VALOR DA CAUSA: R$ 1.000,00
Nº BOLETOS: 1
VALOR DA CUSTA: R$ 332,52
OBSERVAÇÃO: - Custa Gerada Via CustaWEB

CUSTA GERADA POR: SISTEMA CUSTAONLINE

DADOS DO BOLETO: Nº : 2023300680 via 1


Nº CUSTA: 4
SITUAÇÃO BOLETO: ABERTO
BENEFICIÁRIO: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DATA VENCIMENTO: 30/08/2023
DATA QUITAÇÃO:
SACADO: VALE S.A.
PORCENTAGEM: %
TIPO ATO QTD VALOR(R$)
AGRAVO INTERNO: ATOS DA SECRETARIA DO TRIBUNAL 1 23,38
AGRAVO INTERNO: ATOS DO CONTADOR 1 121,98
AGRAVO INTERNO: TAXA JUDICIÁRIA 1 187,16

TOTAL: 332,52

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Número do documento: 23080412302027500000015012578
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