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Aula 13/09/2019

ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS – art. 770 e ss. da CLT


OBS.: termos processuais que constam na CLT (art. 771-773) estão em completo desuso com o processo
eletrônico. Termo processual significa trazer ao processo, por escrito, uma peça ou ato processual (reduzir a termo). O
que cabe é falar sobre atos e prazos processuais.
ATOS PROCESSUAIS

Os atos processuais podem ser praticados pelo juiz, pelas partes, pelos auxiliares do judiciário, por e terceiros
interessados. Segundo a CLT, todos os atos processuais são públicos, salvo interesse social em contrário. Ou seja, em
regra, todos os atos processuais têm que ter publicidade, mas é possível, em casos excepcionais exigidos por um
interesse social maior, que os atos não sejam públicos. Então, excepcionalmente, é possível que uma ação trabalhista
tramite em segredo de justiça.
Isso ocorrerá, por ex., quando uma reclamação trabalhista tratar de assédio sexual, trabalho de menor de 16
anos, exploração de trabalho de crianças e adolescentes. O interesse social exige segredo de justiça nesses casos para
não expor a vítima do ato ilícito.
Art. 770 - Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizar-
se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
Parágrafo único - A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante autorização expressa do
juiz ou presidente.

Todos os atos processuais devem ser praticados em dias úteis, das 6h às 20h, salvo a penhora, que poderá ser
realizada em domingos e dias feriados mediante expressa autorização judicial. Ex.: o juiz autoriza e determina que a
penhora seja feita em domingo, sem essa autorização, não pode acontecer a penhora no domingo.
Os atos processuais (e também as peças processuais) podem ser expressos em documentos físicos ou eletrônicos.
Hoje em dia, só se faz atos e peças físicas se o processo for físico. Se for processo eletrônico, o ato processual assume
uma característica específica com relação a prazos e com relação à publicidade dada a estes atos processuais.
Independentemente de ser processo eletrônico ou físico, são intimados a serem realizados pelas partes. Aí entra
a comunicação do juízo para as partes, a comunicação do juízo para os auxiliares do judiciário e os atos praticados pelo
próprio juiz.
No que se refere aos atos processuais que devem ser praticados pelas partes, essas partes têm prazo para
realizar os atos processuais e essa comunicação pode ser feita por diferentes modalidades. Ex.: pode ser uma citação
como prevista no CPC – que é o chamamento do réu para apresentar, se quiser, a sua defesa; pode ser via intimação,
que é a ciência dada à parte de que ela deve, se quiser, praticar determinado ato processual.
Contudo, no processo do trabalho, a CLT não faz distinção entre citação e intimação, usando a terminologia
“notificação” para se referir a citação no processo de conhecimento e para se referir a uma intimação. Deste modo,
todas as comunicações que o judiciário quer fazer com as partes chamam-se notificações. A notificação, portanto, pode
ser uma citação ou intimação, mas a CLT chama de notificação.
A notificação pode ser feita por meio de oficial de justiça, por meio de publicação no diário oficial eletrônico,
por edital, por carta precatória e rogatória, por via postal (pelos Correios).
É importante saber a forma que foi feita a notificação para a contagem de prazo.

PRAZO

A contagem do prazo segue as mesmas regras do CPC. São contados em dias úteis, excluindo-se o dia do início e
incluindo o dia do término. Mas o prazo começa a ser contado quando a parte toma conhecimento do ato processual que
deve praticar (ou seja, o prazo começa do recebimento da notificação).

Art. 774 - Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se, conforme o caso, a partir
da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que for publicado o edital no
jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o
edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal.

OBS.: A CLT usa a expressão citação na fase de execução.

- Contagem do prazo – art. 775; súmula 1 do TST


Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e
inclusão do dia do vencimento.
§ 1o Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses:
I - quando o juízo entender necessário;
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada.
§ 2o Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova,
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.

Súmula 1/TST - Intimação. Prazo judicial. Intimação. Sexta-feira. Contagem. Quando a intimação tiver lugar na
sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-
feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá do dia útil que se seguir.

Se o recebimento da notificação for feita numa sexta-feira (independentemente da forma em que foi feita), o
prazo começa a ser contado na segunda-feira ou no primeiro dia útil seguinte (caso segunda não seja dia útil).
OBS.: Embora sábado, para o direito do trabalho, seja dia útil, o sábado não é dia útil forense. Por isso, sábado,
domingo e feriados não são contados.

- Feriado local – súmula 385 do TST


Súmula 385/TST - 20/04/2005. Recurso. Feriado local. Ausência de expediente forense. Prazo recursal.
Prorrogação. Comprovação. Necessidade. CLT, art. 775, parágrafo único. CPC/2015, art. 932, parágrafo
único. CPC/2015, art. 1.003, § 6º. I – Incumbe à parte o ônus de provar, quando da interposição do recurso, a
existência de feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal (CPC/2015, art. 1.003, § 6º). No caso de
o recorrente alegar a existência de feriado local e não o comprovar no momento da interposição do recurso,
cumpre ao relator conceder o prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício (CPC/2015, art. 932, parágrafo
único), sob pena de não conhecimento se da comprovação depender a tempestividade recursal; II – Na hipótese
de feriado forense, incumbirá à autoridade que proferir a decisão de admissibilidade certificar o expediente nos
autos; III – Admite-se a reconsideração da análise da tempestividade do recurso, mediante prova documental
superveniente, em agravo de instrumento, agravo interno, agravo regimental, ou embargos de declaração, desde
que, em momento anterior, não tenha havido a concessão de prazo para a comprovação da ausência de
expediente forense.
Para a contagem do prazo de acordo com a súmula, se for um ferido local, cabe à parte comprovar o feriado
local. Isso porque se for feriado local altera a contagem do prazo.
Por outro lado, se for feriado forense, o judiciário é quem certifica nos autos que dia tal foi feriado forense.
Quando não houver expediente, ex.: caso de inundação, corregedoria, o próprio judiciário certifica nos autos
que não houve expediente forense naquele dia.
- Recesso – art. 775-A

Art. 775-A. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de
janeiro, inclusive.
§ 1o Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros do Ministério
Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições
durante o período previsto no caput deste artigo.
§ 2o Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento.

Data do recesso: Do dia 20 de dezembro a 20 de janeiro, inclusive o dia 20. Segundo a previsão legal, durante o período
de recesso, não serão realizadas audiências e nem sessão de julgamento dos tribunais.
O art. 775-A ainda, expressamente, esclarece que mesmo durante o recesso forense, o expediente interno do
judiciário trabalhista é mantido. Ou seja, juízes, serventuários e desembargadores deveriam trabalhar normalmente. Na
prática, isso não acontece.
O recesso suspende os prazos, segundo o art. 775-A da CLT.

- Notificação via postal – art. 774, parágrafo único, súmula 16

A notificação é enviada para o destinatário via correios e o judiciário usa o sistema chamado carta registrada
dos Correios. De acordo com este sistema, os Correios têm prazo para entregar ou senão conseguir entregar, tem prazo
para devolver a notificação para o judiciário, o prazo é de 48h.
A ideia da notificação postal é assim: da data da postagem até a entrega para o destinatário, isso é feito no
prazo de 48h. se o destinatário não encontrado por qualquer motivo (inclusive porque se recusou a receber a
notificação), enfim, não sendo entregue a notificação, no mesmo prazo de 48h ela tem que ser devolvida ao judiciário.
Então o judiciário entende assim: postada a notificação, se ela não voltar em 48h, significa que ela foi entregue,
pois se ela não tivesse sido entregue ela teria que voltar para o judiciário no prazo de 48h. ou seja, presume-se que foi
entregue a notificação no prazo de 48h. isso está previsto na súmula 16 do TST.

Súmula 16/TST - . Notificação postal. Ar. Correio. Presunção de recebimento. Presume-se recebida a
notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após o
decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário.

Ou seja, presume-se que a notificação foi entregue no prazo de 48h, cabendo à parte interessada produzir prova
em contrário. A possibilidade de produzir prova em contrário significa dizer que os Correios podem não ter entregado a
notificação no prazo de 48h. ex.: os Correios entraram em greve. Pode ser que uma notificação só vai ser recebida em
10 dias, a depender do transito das correspondências. Então, caberá à parte interessada comprovar que só recebeu a
notificação após 10 dias da data da postagem e a partir daí é que começará contar o seu prazo. No entanto, se ela não
comprovar que a notificação não foi entregue na presunção de 48h, ela vai perder o prazo.
Por outro lado, isso cabe para a outra parte interessa também. Ex.: imagine que o recorrente esperou 21 dias
para interpor o recurso, contando o prazo de acordo com a presunção de entrega da notificação em 48h. O recorrido
toma conhecimento de que, na verdade, a notificação foi entregue ao recorrente 1 dia após ser postada, e 2 seja, em 24h.
então, se o recorrido comprovar que a notificação foi entregue no prazo de 24h e não de 48h, ele comprovará que o
recorrente perdeu o prazo. Assim, a presunção pode ser afastada por qualquer parte interessada, desde que ela produza
prova em contrário porque o prazo, na verdade, começa do conhecimento / da ciência da notificação. As 48h são,
apenas, presunção de que a ciência foi dada dentro desse prazo.
Quando não se sabe a data efetiva da entrega de uma notificação via postal, teremos que trabalhar com a
presunção.
Ex. 1: Data da postagem foi quarta-feira; quinta-feira não começa o prazo; sexta-feira também não começa o
prazo por estar dentro das 48h; o prazo só começa a ser contado na segunda feira.
Ex.2: Data da postagem foi quinta-feira; sexta-feira não começa o prazo; sábado e domingo não são
considerados, segunda feira também não começa – por estar dentro das 48h; assim, o prazo só começa na terça-feira.
É isso que quer dizer presunção de 48h para contagem do prazo.
A notificação e nem a citação precisa ser pessoal, basta entregar no endereço. Se não tiver ninguém, pode-se
colocar a notificação na caixa de correio e considera-la como entregue. Se for para uma empresa, deixando na portaria,
considera-se como entregue para justiça. Mas cabe à parte interessada comprovar que não recebeu. Ex.: a pessoa não
mora mais no local; a empresa terá que comprovar que não tinha mais estabelecimento naquele endereço. Se conseguir
provar, a sentença será anulada, o processo é anulado desde a citação pela inexistência de citação e aí tudo começa de
novo. É uma prova difícil de ser feita, por ex., se o porteiro de uma empresa recebe a notificação e não entrega, a
notificação considera-se feita. No processo do trabalho, somente na fase de execução que a notificação tem que ser
pessoal, ou seja, na fase de conhecimento não precisa.
A citação inicial por correio é a mais usual; mas a notificação dos demais atos do processo tem sido por
publicação no direito oficial eletrônico.
OBS.: prestar atenção na data da publicação. No diário oficial eletrônico tem a data da disponibilização, que
não é data da publicação. Ex.: disponibilizou-se a publicação no dia 13/09 (sexta-feira), a publicação só acontece no dia
útil seguinte (16/09 – segunda-feira e o prazo só começa a correr na terça), e o prazo só começa a ser contado no dia
útil seguinte ao da data da publicação.
Se a entrega for feita via oficial de justiça, ele entrega para alguém (qualquer pessoa que esteja no local), e
anota o nome da pessoa à qual ele entregou e certifica a data. O prazo começará a ser contado da data em que foi feita a
notificação, excluindo-se o dia do início e incluindo o dia do fim (não se conta do dia em que foi juntado o mandado no
processo).
Ex.: a publicação de uma notificação aconteceu no dia 13/09/2019. O prazo começa quando? No dia em que a
parte tomou conhecimento. A contagem do prazo começa na segunda (16/09) porque exclui-se o dia do início (13/09).
Vejamos novamente:
Notificação por Oficial de Justiça – entregou a notificação dia 13/09 para alguém, essa pessoa assina a
notificação – o prazo começa de quando é feita a entrega da notificação, ou seja, quando a pessoa recebe a notificação.
O prazo então começa dia 13/09. Porém, exclui-se o dia do início da contagem. Então embora o prazo comece dia 13/09,
como se exclui esse dia, a contagem só começa na segunda-feira (16/09)
Notificação por publicação no diário oficial eletrônico – no diário oficial tem 2 coisas. Quando é publicada
notificação, quando é dado a publicidade, esse dia não é o dia da publicação, é o dia em que foi disponibiliza a
publicação. Mas, a publicação, oficialmente, só acontece no dia útil seguinte ao dia da disponibilização. Então, se uma
publicação foi disponibilizada no diário oficial do dia 13/09, ela não foi publicada dia na sexta-feira 13/09; mas a
publicação só contecerá segunda-feira, dia 16/09. O prazo começa dia 13/09, mas a contagem só começa dia 16/09
porque exclui-se o dia do início, qual seja, dia 13/09. Ex.: foi disponibilizada na quinta-feira; a publicação ocorre sexta-
feira e a contagem do prazo começa no próximo dia útil (segunda-feira)
Notificação via postal – se não souber a data efetiva do recebimento, será considerada a presunção do art. 774,
parágrafo único e súmula 16 do TST. Ou seja, vê-se a data da postagem e descarta as primeiras 48 h. ex.: a data da
postagem foi dia 13/09 (sexta-feira); as 48h seguintes à essa data serão descartadas. Sábado e domingo não entram na
contagem. Segunda-feira (primeiras 24h) e terça-feira (também faz parte das primeiras 48h), assim, a contagem do
prazo só começa na quarta-feira, dia 18/09

Prazo em dobro: Se for parte a administração pública ou pessoa jurídica de direito público e ministério público,
o prazo é contado em dobro. OBS.: Sindicato não é ente de direito público.
OBS.: se entregaram a citação para o porteiro e a empresa conseguir provar que ele não entregou a notificação,
há inexistência da citação, sendo anulado todo o processo, começando ele do zero. A nulidade é da citação para a frente.
Audiência de julgamento, embora tenha esse nome, é um ato processual que só dá conhecimento às partes da
sentença que o juiz proferiu. Normalmente, o juiz não dá sentença na mesma audiência em que acontece a instrução
processual. Depois da instrução, o juiz marca outra data para dar a sentença. Ás vezes, no final da audiência de
instrução, o juiz já deixa marcada a data da audiência. Ex.: ele deixa constado que que a sentença será proferida no dia
13/09 às 14h. então ele já marcou o que vem a ser a audiência de julgamento. Quando é assim, as partes não serão
notificadas sobre a sentença que será proferida, porque elas saíram da audiência de instrução já cientes da data da
sentença. Se uma das partes esquecer disso, perderá o prazo para recurso (súmula 197)
Súmula 197/TST - 01/04/1985. Recurso. Prazo recursal. Audiência. O prazo para recurso da parte que, intimada,
não comparecer à audiência em prosseguimento para a prolação da sentença, conta-se de sua publicação.

Ou seja, se as partes saem cientes da audiência de instrução sobre a data da audiência de julgamento, o prazo
começa a contar da data que o juiz informou, independentemente da parte ter acessado ou não o processo, o prazo irá
correr.
Contudo, pode ocorrer de o juiz não informar o prazo e consta na audiência de instrução que as partes serão
notificadas sobre a sentença. Então, haverá uma notificação do ato processual que aconteceu e, se a parte quiser, ela
interpõe o recurso. Imagine que essa notificação é entregue na portaria de uma empresa para uma pessoa que sequer
trabalha na empresa (ex.: vendedor ambulante). Esse vendedor pega a notificação e vai embora. Se a empresa conseguir
provar que isso aconteceu, o transito em julgado da sentença é nulo e é devolvido o prazo para interpor recurso. Mas
essa é uma prova difícil de fazer.
Prazo no litisconsórcio: No caso de litisconsórcio, mesmo com advogados diferentes dos litisconsortes, o prazo
não é contrato em dobro, o prazo é comum.
Alguns prazos são previstos por lei e outros não. Ex.: prazo de 8 dias para recorrer; prazo para ser realizada
uma audiência; quando é apresentada a ação na justiça do trabalho, a secretaria da vara do trabalho tem o prazo de
48h para enviar notificação para parte contrária e a audiência só poderá ser realizada depois de 5 dias do recebimento
desta notificação; se essa audiência for marcada com menos de 5 dias, ela será nula porque não respeitou prazo legal
previsto na CLT; prazo de 5 dias para reduzir por escrito a reclamação trabalhista apresentada verbalmente. Contudo,
existem alguns prazos que não têm previsão legal. São os chamados prazos judiciais, porque foi o juiz que estabeleceu.
No processo eletrônico e no processo físico, não havendo prazo legal e ficando o juiz silente sobre tal prazo, o
prazo considerado será o de 5 dias.
Para processo físico, o prazo vai até ás 18h do último dia do prazo, porque o expediente forense da justiça do
trabalho encerra ás 18h.
Para processo eletrônico, o prazo vai até o último minuto do último dia do prazo (23h59min59s).
Para processo físico, é possível que o ato processual seja realizado por fax. Nesses casos, o ato processual será
enviado por fax e, no prazo de 5 dias, a peça original tem que ser juntada no processo.

Súmula 387/TST - 20/04/2005. Recurso. Fac-símile. Contagem do prazo recursal. Lei 9.800/1999, art.
2º. CPC/1973, art. 184. CPC/2015, art. 224. I - A Lei 9.800, de 26/05/1999, é aplicável somente a recursos
interpostos após o início de sua vigência. II - A contagem do quinquídio para apresentação dos originais de
recurso interposto por intermédio de fac-símile começa a fluir do dia subsequente ao término do prazo recursal,
nos termos do art. 2º da Lei 9.800, de 26/05/1999, e não do dia seguinte à interposição do recurso, se esta se deu
antes do termo final do prazo. III - Não se tratando a juntada dos originais de ato que dependa de notificação,
pois a parte, ao interpor o recurso, já tem ciência de seu ônus processual, não se aplica a regra do art. 224
do CPC/2015 (CPC/1973, art. 184 - CPC de 1973) quanto ao dies a quo, podendo coincidir com sábado,
domingo ou feriado. IV - A autorização para utilização do fac-símile, constante do art. 1º da Lei 9.800, de
26/05/1999, somente alcança as hipóteses em que o documento é dirigido diretamente ao órgão jurisdicional, não
se aplicando à transmissão ocorrida entre particulares.

Antes mesmo do peticionamento eletrônico, o processo do trabalho permitia envio de peças e atos processuais
por e-mail, via sistema e-doc, e esse documento eletrônico fazia as vezes da peça original. Depois, o e-doc se tornou
peticionamento eletrônico. Antes tinha peticionamento físico, fax, e-doc e peticionamento eletrônico (que é a fase atual).

Aula 16/09/2019
AUDIÊNCIA – arts. 813/817 (aspectos formais) e 843/850 (atos processuais que acontecem numa audiência trabalhista)
Art. 814 - Às audiências deverão estar presentes, comparecendo com a necessária antecedência. os escrivães ou
secretários.
Art. 816 - O juiz ou presidente manterá a ordem nas audiências, podendo mandar retirar do recinto os assistentes que a
perturbarem.
Art. 817 - O registro das audiências será feito em livro próprio, constando de cada registro os processos apreciados e a
respectiva solução, bem como as ocorrências eventuais.
Parágrafo único - Do registro das audiências poderão ser fornecidas certidões às pessoas que o requererem.
- FORMALIDADES
Tem que estar presente o juiz, um auxiliar do juiz do trabalho. O juiz sempre tem que estar presente. Se o juiz não estiver
no fórum trabalhista, se atrasar por mais 15 minutos a parte poderá se retirar e ir embora. OBS.: o estatuto da OAB fala
que o advogado poderá se retirar do local após 30 min.
Obs.: atraso do juiz ocorre quando ELE NÃO ESTÁ no fórum trabalhista, não é atraso no horário da audiência, mas sim
atraso do juiz em comparecer.
Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente declarará aberta a audiência, sendo feita pelo secretário ou escrivão a
chamada das partes, testemunhas e demais pessoas que devam comparecer.
Parágrafo único - Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou presidente não houver comparecido, os
presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências.
Outro aspecto que formal que é mais importante é sobre os horários. As audiências, por óbvio, serão realizadas em dias
úteis, salvo em casos especiais. As audiências são públicas, salvo interesse público em contrário.
Horário das audiências: das 8 às 18 horas. A vara do trabalho é que vai marcar. Estando entre esse período, está
valendo.
Art. 813 - As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal
em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas,
salvo quando houver matéria urgente.
§ 1º - Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiências, mediante edital afixado na
sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas.
§ 2º - Sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências extraordinárias, observado o prazo do parágrafo
anterior.
OBS.: A audiência não pode começar depois das 18h. Mas pode, por ex., começar às 17h50 e terminar após as 18h, mas
não poderá começar depois desse horário. Se uma audiência começar depois das 18h, ela estará eivada de nulidade
(dependendo do interesse da parte para tal nulidade ser arguida);
OBS.: a nulidade para atos processuais ocorre quando se desrespeita previsão legal.
De acordo com a CLT, uma mesma audiência não deve durar mais de 5 horas consecutivas, exceto quando se tratar de
matéria de urgência (que precise de rápida solução).
PERGUNTA: Se a audiência começar depois das 18h, o ato é nulo ou anulável/? RESPOSTA: No CPC, a nulidade pode
ser relativa ou absoluta. Nulidade absoluta, o juiz pode declarar a qualquer tempo antes do trânsito em julgado, de
ofício. A nulidade relativa precisa ser arguida pela parte que não lhe deu causa, e no primeiro momento em que ela tiver
de falar nos autos, sob pena de preclusão. A parte faz arguição se tiver interesse, só sendo declarado a nulidade do ato
processual se não for possível a repetição do ato e se houver causado prejuízo processual à parte que faz a arguição.
Uma nulidade, só será arguida ou declarada se o ato processual foi realizado desrespeitando previsão legal. Nesses
casos, a audiência é nula se for declarada sua nulidade, para ser declarada como nulidade relativa que é, precisa da
parte interessada e que teve prejuízo fazer a arguição da nulidade.
Exemplo de prejuízo decorrente do horário da audiência: numa audiência uma, as testemunhas irão ser ouvidas. A
audiência está marcada para as 17h e as testemunhas se organizaram para estar no fórum trabalhista nesse horário. A
audiência foi atrasando tanto que foi começar após às 19h da noite e a testemunha da parte faz faculdade à noite, não
podendo ficar no local. E se o juiz estiver fazendo audiência pelo rito sumaríssimo o advogado não tem como comprovar
o convite, já que a testemunha estava no local, ele teve um prejuízo porque perdeu a prova testemunhal. Se o juiz insistir
em realizar a audiência, tem que pedir a nulidade da audiência, alegando que houve prejuízo porque a testemunha
estava no local mas precisou ir embora.
A audiência só pode ser realizada no fórum trabalhista. Excepcionalmente, poderá ser realizada em outro lugar. Ex.:
caso de enchente no fórum trabalhista, falta de energia, quantidade de testemunhas que não caibam dentro da sala de
audiência. Quando a audiência tiver que ser realizada fora da sede da justiça do trabalho, tem que ser afixado na sede
da justiça do trabalho, com antecedência mínima de 24 horas, informações do local em que será realizada a audiência.
Isso serve para dar publicidade ao ato.
- TIPOS
Una: a) conciliação, instrução, julgamento.
1 – Audiência Una - Em alguns momentos, a CLT fala em “audiência de conciliação, instrução e julgamento”; em
outros, só fala em “audiência de julgamento”. Isso porque quando a CLT previu a audiência, tinha como intenção de
que todas fossem UNAS, em sessão única. A regra para a CLT é a audiência UNA. Uma audiência seja ela UNA ou não
tem 3 etapas: a) conciliação; b) instrução processual; c) julgamento.
Ao mesmo que a CLT previu que o ideal era audiência única, ela também deu ao juiz a liberdade de conduzir o processo
dentre dos limites legais. Por isso, a CLT permite que o juiz possa dividir a audiência em tipos diferentes. Então, uma
acidência pode ser do tipo UMA, mas pode ser designada uma audiência de conciliação, que é uma audiência inicial.
2 - Audiência Conciliação (inicial) - tem a finalidade de tentar a conciliação, ela é marcada para isso. Se tiver a
conciliação, o juiz pode ou não homologar. Quando ele homologa, profere uma sentença homologatória de acordo. Essa
sentença tem natureza de sentença definitiva, colocando fim à fase de conhecimento, sendo resolução do processo com
apreciação do mérito, resolve a fase de conhecimento, não mais podendo se discutir se há ou não o direito. Se não for
cumprido o acordo, inicia-se a fase de execução.
Contudo, embora seja uma sentença de natureza definitiva, ela não permite recurso das próprias partes. As partes não
podem desfazer o acordo mediante recurso. Mas podem desfazer o acordo mediante ação rescisória. É por isso que a
CLT e o TST dizem que a sentença homologatória de acordo só pode ser atacada pelas partes mediante ação rescisória,
sendo incabível a interposição de recurso.
Um terceiro prejudicado, contudo, poderá recorrer de uma sentença homologatória de acordo.
Ou seja, para as partes, a sentença homologatória é irrecorrível; mas para terceiros prejudicados, caberá recurso.
Se na audiência de conciliação não tiver acordo, o próximo ato processual será apresentação da contestação. Aí, o juiz
designa audiência de instrução processual.
3 - Audiência Instrução (em prosseguimento) - é uma audiência de prosseguimento em relação à anterior.
Obs.: pode acontecer de o juiz ter marcado uma audiência UNA, chega na audiência, sob pena de nulidade, o juiz tem
que tentar a conciliação. Se as partes não conciliarem, segue para defesa no processo. O juiz percebe que tem pedido de
adicional de insalubridade e a defesa contestou, ou então ele vê que tem pedido de dano moral por conta de acidente de
trabalho, tem doença profissional, então precisa ser estabelecido nexo causal porque a defesa contestou. Nesses casos,
precisa de perícia técnica. Quando o juiz verifica isso, ele não pode dar sequência à audiência UNA, ele tem que adiar a
audiência, marcar a perícia e depois ele marca uma outra audiência de instrução. Nesse caso, ele nem deixa marcado
quando será a audiência da instrução e posteriormente as partes serão notificadas pelo diário oficial, via postal etc.
Não havendo acordo, adia-se a audiência e redesigna-se o prosseguimento para data futura, deixando constado em ata o
dia e horário, saindo as partes intimadas da audiência de instrução. A audiência de instrução é sempre sequencial, em
prosseguimento a uma audiência anterior.
O último ato processual antes da audiência de instrução é a defesa (contestação). A CLT prevê que a contestação poderá
ser verbal, no prazo de 20 minutos após frustrada a tentativa de conciliação. Ou seja, tem-se uma forma e um prazo para
a defesa, e também o momento processual para ser realizada.
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação,
quando esta não for dispensada por ambas as partes.
Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência.
A reforma trabalhista previu expressamente que, além da defesa verbal, poderá ser apresentada na forma escrita. Se for
escrita, em processo eletrônico, tem que ser apresentada até a abertura da audiência.
Se for processo físico, ela poderá ser apresentada por escrito, depois de frustrada a tentativa de conciliação. No
processo eletrônico, tem prazo até a abertura da audiência.
Então, pode ser apresentada dias antes da audiência, na véspera. Isso é importante porque tem um artigo da CLT que diz
que, após apresentada a defesa, o reclamante só poderá desistir do processo se tiver a anuência do reclamado.
Outra questão é a revelia. O reclamado e reclamante têm que estar presentes em audiência, se o reclamado não estiver
presente, haverá revelia e confissão ficta. Mas se ele já tiver apresentado a contestação, não haverá revelia. Por isso
vale à pena apresentar a contestação antes;
Após a apresentação da contestação, segue-se para outro ato, qual seja, a impugnação à contestação e documentos.
Na verdade, não é impugnação, mas sim oportunidade de o reclamante impugnar a contestação e os documentos se ele
quiser.
Se a audiência for UNA ou se o juiz insistir em formalidade, essa impugnação tem que ser feita verbalmente, no prazo de
10 minutos. Tem juiz que dá prazo para apresentar por escrito, como não há previsão legal, ele pode dar o prazo que
quiser, desde que seja antes da instrução processual.
Aí chega-se à fase de instrução. Na fase de instrução, as partes serão ouvidas. Primeiro vem o depoimento pessoal,
depois são ouvidas as testemunhas, após encerra-se a instrução processual. O próximo ato são as razões finais ou
alegações finais (art. 850), que são orais no prazo de 10 minutos.
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para
cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a
decisão.
Parágrafo único - O Presidente da Junta, após propor a solução do dissídio, tomará os votos dos vogais e, havendo
divergência entre estes, poderá desempatar ou proferir decisão que melhor atenda ao cumprimento da lei e ao justo
equilíbrio entre os votos divergentes e ao interesse social.
Depois das razões finais, o próximo ato processual é uma nova tentativa de conciliação. Se não tiver acordo, o próximo
ato processual é a sentença. Às vezes o juiz não profere sentença na mesma audiência, ele encerra a instrução e profere
a sentença depois. Por isso, ele pode dar prazo para as partes apresentarem alegações finais escritas.
4 - Audiência de Julgamento - é a mesma coisa que audiência Una
Aula 17/09/2019
- COMPARECIMENTO DAS PARTES EM AUDIÊNCIA – Art. 843, súmula 9 e 74
Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do
comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando
os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria. Até por força do ius postulandi, quem tem
que comparecer nas audiências ou na audiência são as partes, independentemente do comparecimento dos advogados.
Se o advogado não comparecer, o juiz pode determinar que seja realizada a audiência.
As partes não precisarão comparecer na audiência quando o sindicato atuar como substituto processual.
A parte pode ser representada em juízo ou ser substituída. Representação é = atua em nome de terceiro reivindicando
direito de terceiro (ex.: representante do incapaz, atua em nome de incapaz e reivindica direito do incapaz). Substituição
= o substituto atua em nome próprio e representa interesse de terceiro.
Pode ser substituto do trabalhador o sindicato da categoria daquele trabalhador ou trabalhadores; pode ser substituto
do empregador o sindicato patronal da categoria da empresa ou empresas.
Art. 843, § 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha
conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.
O empregador poderá se fazer se substituir na audiência por um preposto, seja esse empregador pessoa física ou
jurídica. De acordo com a reforma trabalhista, o preposto não precisa ser empregado da reclamada, conforme dispõe o
§3º do art. 843:
Art. 843, § 3o O preposto a que se refere o § 1 o deste artigo não precisa ser empregado da parte reclamada. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)
Antes, o preposto deveria ser empregado do reclamado, exceto no caso de empregador doméstico e de micro e pequenas
empresas, conforme súmula 377 do TST. Contudo, com a reforma trabalhista, essa súmula não se aplica mais. basta que
o preposto tenha conhecimento dos fatos, porque suas declarações obrigarão o preponente. Tudo que ele disser ou fizer
no depoimento pessoal obrigada o proponente / reclamado. Se o preposto faz um acordo, do qual tinha orientação
expressa do reclamado para não fazer, o acordo é válido, porque ele tinha legitimidade para atuar como se fosse o
próprio empregado.
Para ser preposto, tem que ter a carta de preposição. Faltando tal carta, tem que pedir prazo para apresentação da
carta de preposição. Quando houver a falta de documento indispensável, o juiz poderá de ofício ou a requerimento da
parte conceder prazo ou até notificar se for em caso de petição inicial. Cabe ao advogado, na audiência, requerer prazo
para apresentação da carte de preposição. Concedido o prazo, se a parte não apresentar a carta, perde os efeitos da
presença do preposto, ou seja, é como se não tivesse ninguém da parte reclamada na audiência, o que implica em
confissão e, conforme o caso, em revelia.
Art. 843, § 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao
empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma profissão,
ou pelo seu sindicato.
O reclamante, se não puder comparecer em audiência, também poderá se fazer substituir por outro empregado que
exerça a mesma função ou pelo sindicato. Normalmente, será um ex-empregado da reclamada.
O reclamante precisará comprovar o motivo “poderoso”, isto é, um motivo justificado, motivo que realmente justifique
sua ausência. Na prática, o advogado justifica a ausência do reclamante e o juiz adia a audiência, não precisando de ter
um empregado ou sindicato o substituindo.
Se o reclamado justificar sua ausência, o juiz pode adiar a audiência. Mas no caso do reclamado, se for por motivo de
doença ou evento que impeça a sua locomoção, se for doença ou acidente, tem que impedir naquele dia a locomoção do
reclamado ou de seu preposto.

 Consequências do não comparecimento


Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-
comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
Se o reclamante não comparece na audiência una ou na primeira audiência, a reclamação será arquivada. Na audiência
uma ou na primeira audiência = una ou de conciliação. Não comparecendo nestas, a ação é arquivada.
Se o reclamado não comparecer na primeira audiência, o efeito jurídico é revelia e confissão ficta.
Existe a confissão rela e ficta. Na confissão real, a parte expressamente assume como verdadeiro o direito alegado pela
parte contrária. Na confissão ficta, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela parte contrária. Ex.: tem pedido de
horas extras – se o preposto fala que não sabe os horários do reclamante, ele está dando presunção de que o reclamante
disse é verdade. Ou seja, se o reclamado desconhece os fatos alegados pela parte contrária, estes presumem-se
verdadeiros. É por isso que o preposto precisa conhecer os fatos, se ele não conhecer, ele estará fazendo confissão ficta.
A revelia, por sua vez, é a ausência de contestação. A revelia pode dar pela ausência de contestação no processo, seja
escrita ou oral, se não for na audiência e nem apresentar a contestação, ter-se-á revelia e confissão ficta .
Art. 344, § 5o Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os
documentos eventualmente apresentados. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Com a reforma trabalhista, ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitas a
contestação e os documentos eventualmente apresentados. Se o reclamado não estiver na audiência, mas apresentar a
constatação e os documentos, não gerará revelia, mas gerará confissão ficta. Não gerará revelia porque a contestação
foi apresentada.
Tal disposição colide com súmula do TST que previa entendimento contrário.
Apresentada defesa e documentos = não é revelia
Como ficará o depoimento pessoal? Não é revelia, mas é confissão ficta, porque o reclamado não irá depor.
Art. 344, § 1o Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova audiência. (Redação
dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
Pode ser qualquer motivo relevante e quem apreciará isso será o juiz. ex.: falecimento de pai / mãe do reclamante,
falecimento da mãe do advogado, advogado bateu o carro quando estava indo para a audiência
Art. 344, § 2o Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calculadas na forma
do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias,
que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Em que pese ser discutido a constitucionalidade desse parágrafo, ele está em vigor. Se o reclamante não comparece na
primeira audiência, o efeito jurídico é o arquivamento da ação. Mas existem diversos tipos de audiência, esse efeito vale
para o não comparecimento do reclamante NA PRIMEIRA AUDIÊNCIA, seja ela Una ou de Conciliação. Se não for a
primeira audiência, não ocorrerá arquivamento. Ex.: o reclamante ou reclamado faltou à audiência de instrução /
prosseguimento. Se naquela audiência em que as partes foram expressamente intimadas para comparecer e prestar
depoimento pessoal e não comparece.
Ex.: Na primeira audiência, o reclamante comparece e o reclamado também, sendo esta uma audiência de conciliação. A
tentativa de conciliação foi frustrada. O próximo ato processual é defesa. Apresentaram defesa. Oportunidade para o
reclamante se manifestar sobre defesa e documentos foi dada, adiou-se a audiência e marcou instrução processual. Na
ata da audiência, as partes saem intimadas da data da audiência de instrução e de que nesta audiência elas deverão dar
depoimento pessoal. Chegando na audiência de prosseguimento, o reclamante não comparece. O efeito jurídico disso
está previsto em 2 súmulas, na 9 e 74.
Súmula 9/TST - Audiência. Ausência do reclamante. Arquivamento do processo. “A ausência do reclamante, quando
adiada a instrução após contestada a ação em audiência, não importa arquivamento do processo.”
Súmula 74/TST - 26/05/1978. Prova. Confissão ficta. Audiência em prosseguimento. Prova pré-constituída. Produção de
prova posterior. CPC/1973, art. 130, CPC/1973, art. 131, CPC/1973, art. 400, I. CLT, art. 765. CPC/2015, art. 442 e
CPC/2015, art. 443.
I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em
prosseguimento, na qual deveria depor.
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta (CPC/2015, arts. 442
e 443 - CPC/2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas
posteriores.
III - A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo
magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.»
Ou seja, se o reclamante ou reclamado não comparecer na audiência de instrução que foi expressamente intimado para
prestar depoimento pessoal e, portanto, apresentar defesa haverá confissão ficta (para qualquer um dos dois). Ou seja,
nesse caso, se o reclamante não comparecer, não haverá arquivamento da ação. Nessa situação, se o reclamado não
comparece, não haverá revelia, mas haverá confissão ficta.
O arquivamento é só para quando o reclamante faltar na primeira audiência. Se não for na primeira audiência, o efeito
será a confissão ficta.
O arquivamento da ação é resolução do processo sem a apreciação do mérito. Então, a sentença que decide pelo
arquivamento da ação tem natureza terminativa. Assim sendo, é permitido à parte ajuizar novamente a ação de idêntico
conteúdo, no dia que quiser (respeitando o prazo prescricional).
Mas, a reforma trabalhista previu que o reclamante que der causa ao arquivamento da ação por causa de sua ausência à
audiência, será condenado no pagamento de custas processuais, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se
comprovar no prazo de 15 dias que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificado.
Art. 344, § 3o O pagamento das custas a que se refere o § 2 o é condição para a propositura de nova demanda. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)
Também se discute a constitucionalidade desse parágrafo. A pessoa será condenada ao pagamento das custas, mesmo
que beneficiário da justiça gratuita e, se quiser propor nova demanda, terá que pagar as custas processuais como
condição da ação, caso contrário, não poderá ajuizar a ação de novo.
Apesar de já ter sido considerado inconstitucional pelo TRT, está em vigor este parágrafo e iremos usar ele para
responder as questões da prova.
Art. 344, § 4o A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se: (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)
I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato;
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova
constante dos autos. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Em alguns casos, a revelia não irá produzir o efeito nem de confissão ficta e nem de considerar tudo que foi alegado pela
parte contrária como verdadeiro.
A revelia não produzirá tais efeitos quando:
A) for caso de litisconsórcio e um dos reclamados apresentar defesa. A defesa de um dos reclamados aproveita aos
outros que não contestaram ou que não compareceram em audiência
B) o litígio versar sobre direitos indisponíveis
C) quando a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato =
conforme o pedido, terá que ter um documento indispensável para a prova do ato
D) as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova
constante dos autos.
Nesses casos, ainda que o reclamado não compareça em audiência, se tiver provas nos autos que sejam contrárias aos
fatos alegados pelo reclamante, mesmo em caso de revelia e confissão ficta, o juiz poderá julgar de acordo com as
provas que estão no processo e não de acordo com a revelia, ou seja, ela não gerará efeitos.
Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados das suas testemunhas, apresentando,
nessa ocasião, as demais provas.
Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. (Redação dada pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995)
§ 1º - Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos litigantes, consignando-se o prazo e demais
condições para seu cumprimento. (Incluído pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995)
§ 2º - Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser estabelecida a de ficar a parte que não cumprir o
acordo obrigada a satisfazer integralmente o pedido ou pagar uma indenização convencionada, sem prejuízo do
cumprimento do acordo.
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação,
quando esta não for dispensada por ambas as partes. (Redação dada pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995)
Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência.
Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex officio ou a requerimento de
qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes. (Redação dada pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995)
§ 1º - Findo o interrogatório, poderá qualquer dos litigantes retirar-se, prosseguindo a instrução com o seu representante.
§ 2º - Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os técnicos, se houver.
Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no
mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova
notificação.
Art. 851 - Os tramites de instrução e julgamento da reclamação serão resumidos em ata, de que constará, na íntegra, a
decisão. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946)
§ 1º - Nos processos de exclusiva alçada das Juntas, será dispensável, a juízo do presidente, o resumo dos depoimentos,
devendo constar da ata a conclusão do Tribunal quanto à matéria de fato. (Incluído pelo Decreto-lei nº 8.737, de
19.1.1946)
§ 2º - A ata será, pelo presidente ou juiz, junta ao processo, devidamente assinada, no prazo improrrogável de 48
(quarenta e oito) horas, contado da audiência de julgamento, e assinada pelos juízes classistas presentes à mesma
audiência. (Parágrafo único renumerado e alterado pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946)
Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, na própria audiência. No
caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida no § 1º do art. 841.
- PROVAS – art. 818 e seguintes

 Ônus da prova

Art. 818. O ônus da prova incumbe: (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Se o reclamante alega que tem algum direito, ele tem que provar a existência desse direito
II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Casos de inversão do ônus da prova:
Ex.: R ajuíza reclamação trabalhista pedindo reconhecimento de vínculo de emprego e todos os direitos
trabalhistas decorrentes do vínculo de emprego, o reclamado na contestação nega a existência de qualquer
forma de prestação de serviços. Nesse caso, o ônus da prova é do reclamante, é ele que tem que provar que
trabalhou e que era com vínculo de emprego.
Ex.: R ajuíza reclamação trabalhista pedindo reconhecimento de vínculo de emprego e todos os direitos
trabalhistas decorrentes do vínculo de emprego, o reclamado na contestação reconhece a existência de
trabalho e da prestação de serviços, mas na condição de autônomo e não de empregado. Agora, houve a
inversão do ônus da prova, já que ele reconheceu a prestação de serviços, mas mudou o tipo de serviço que
era prestado pelo reclamante, o reclamado é quem terá que provar que era trabalho de autônomo e não de
empregado, porque ele alegou fato extintivo de direito, porque autônomo não tem direitos trabalhistas.
Ex.: quando o estabelecimento tem mais de10 empregados, o empregador é obrigado a fazer o controle de
horário. Se o reclamante alega realização de horas extraordinárias e alega horário de trabalho, cabe ao
empregador apresentar prova documental sobre controle de horários do empregado. Se o empregador não
apresentar injustificadamente, ocorrerá a inversão do ônus da prova. O horário que o empregado está
alegando passa a ser presumidamente verdadeiro quando o empregador não apresenta injustificadamente a
prova documental. (súmula 338), essa presunção poderá ser afastada.
Ex.: princípio da continuidade da relação de emprego - súmula 212 do TST – existe a continuidade da relação
de emprego, se o empregado fala que foi dispensado e o empregador fala que foi o empregado que pediu
demissão, é ônus da prova do empregador provar que foi pedido de demissão e não dispensa.
Ex.: caso de equiparação salarial – se o empregado pede equiparação salarial e as diferenças salariais
decorrentes dela, caberá ao empregador provar que não foram preenchidos os requisitos da equiparação
salarial (súmula 6 do TST)
Outra novidade da reforma trabalhista é a distribuição dinâmica do ônus da prova, prevista no art. 818, §1º:
Art. 818, § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade
ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da
prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Nesses casos, o juiz tem que fundamentar sua decisão e a parte tem que ter acesso a essa decisão antes da
audiência, para que ela possa produzir as provas determinadas pelo juiz (art. 818, §2º). Ou seja, o juiz pode,
mediante decisão fundamentada, inverter o ônus da prova que foi previsto inicialmente nos incisos I e II do art.
808. A decisão tem que ser fundamentada, proferida e publicada antes da abertura da audiência de instrução,
caso contrário, ele terá que adiar a audiência e designar outra, para que assim as partes possam produzir as
provas necessárias.
O juiz poderá distribuir o ônus de maneira diversa do que consta nos incisos I e II, mediante decisão
fundamentada comunicada à parte interessada (que passou a ter o ônus de produzir a prova) antes da
audiência de instrução.
§ 2o A decisão referida no § 1 o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a
requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em
direito admitido. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 3o A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela
parte seja impossível ou excessivamente difícil. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Meios de prova:
 Depoimento pessoal (confissão por meio de depoimento pessoal)
O próximo meio de prova possível é o depoimento pessoal.
Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas, por seu
intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados.
Tanto as partes quanto as testemunhas serão inquiridas pelo juiz, podendo ser reinquiridas se o juiz entender
necessário. A ordem da oitiva e do depoimento pessoal respeita a ordem do ônus da prova. Se o ônus da prova
é do reclamante, ele será ouvido primeiro. Se o ônus da prova for do reclamado, ele será ouvido primeiro.
Na hora do depoimento pessoal, o juiz pergunta se a parte contrária tem interesse no depoimento pessoal. Se a
parte contrária dizer que não tem interesse e o juiz também não tiver, ex.: tratando-se de matéria de direito, ou
matéria incontroversa nos autos, o depoimento pessoal poderá ser dispensado pelo juiz e pela parte contrária.
Pode acontecer que o juiz não ache necessário o depoimento pessoal e o advogado acha que precisa.
O fato é que, nesse momento de produção de provas por meio de depoimento pessoal, o depoimento poderá ser
dispensado.
A finalidade do depoimento pessoal é ser meio para se alcançar a prova, mas não é a prova em si. A prova
alcançada por meio do depoimento pessoal é a confissão, seja real ou ficta. Ou seja, pretende-se com o
depoimento pessoa a confissão. É por isso que na audiência só é permitida perguntas feitas pela parte
contrária ao depoente, o advogado do próprio depoente não pode fazer perguntas para ele, porque isso
significaria entender que o advogado do depoente está tentando fazer com que ele confesse, o que não é
possível tecnicamente.
Quando for depoimento pessoal do reclamante, só o juiz e o advogado da parte contrária (do reclamado) que
farão perguntas a ele e vice-versa.
Depois que a parte presta o seu depoimento pessoal, ela poderá ser dispensada de permanecer na audiência,
isso porque a necessidade de a parte ficar em audiência é para o seu depoimento pessoal. Não havendo
necessidade de ela ser reinquirida, o juiz pode dispensar a parte ou as partes de permanecerem em audiência.
 Testemunhas
Art. 819 - O depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional será feito por meio
de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente.
§ 1º - Proceder-se-á da forma indicada neste artigo, quando se tratar de surdo-mudo, ou de mudo que não saiba
escrever.
§ 2º As despesas decorrentes do disposto neste artigo correrão por conta da parte sucumbente, salvo se
beneficiária de justiça gratuita. (Redação dada pela Lei nº 13.660, de 2018)
A oitiva das testemunhas também é um meio de prova. As testemunhas serão convidadas pelas partes (e não
intimadas, salvo quando se recusem a comparecer em audiência), comparecem espontaneamente na audiência.
Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se tratar de
inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis).
No rito ordinário, cada parte poderá ouvir até 3 testemunhas, no rito sumaríssimo cada parte poderá ouvir
até 2 testemunhas. Se a ação for IJAFG, independentemente de rito processual, cada parte poderá ouvir até 6
testemunhas.
Art. 822 - As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas faltas ao serviço, ocasionadas pelo seu
comparecimento para depor, quando devidamente arroladas ou convocadas.
Testemunha que comparece em juízo tem falta justificada, independentemente de ter sido intimada ou não.
Indo à justiça do trabalho para testemunhar, a falta é justificada. Também não poderá haver desconto do
salário quando o reclamante faltar do seu serviço para ir na audiência, nem mesmo quando a ação for contra
o próprio empregador.
Art. 823 - Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor em hora de serviço, será requisitada
ao chefe da repartição para comparecer à audiência marcada.
Sendo a testemunha servidor público, faz-se requisição para comparecer em audiência.
Art. 824 - O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de uma testemunha não seja ouvido pelas
demais que tenham de depor no processo.
Isso é para que não haja contaminação da prova. Enquanto uma testemunha presta seu depoimento, as outras
esperam fora da sala de audiência, de modo que uma não tenha acesso ao depoimento da outra.
Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de notificação ou intimação.
Elas são convidadas a comparecer.
Parágrafo único - As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento da parte, ficando
sujeitas a condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado, não atendam à
intimação.
Só serão intimadas se não comparecerem. No caso de rito sumaríssimo tem que comprovar o convite para
adiar o convite e fazer com que a audiência seja adiada, no rito ordinário não é necessário comprovar o
convite, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode intimar a testemunha para comparecer na próxima
audiência. Se a testemunha for intimada e não comparecer, haverá condução coercitiva e a penalidade pela
falta da audiência é o pagamento de uma multa
Art. 827 - O juiz ou presidente poderá arguir os peritos compromissados ou os técnicos, e rubricará, para ser
junto ao processo, o laudo que os primeiros tiverem apresentado.
Art. 828 - Toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal, será qualificada, indicando o nome,
nacionalidade, profissão, idade, residência, e, quando empregada, o tempo de serviço prestado ao empregador,
ficando sujeita, em caso de falsidade, às leis penais.
Parágrafo único - Os depoimentos das testemunhas serão resumidos, por ocasião da audiência, pelo secretário
da Junta ou funcionário para esse fim designado, devendo a súmula ser assinada pelo Presidente do Tribunal e
pelos depoentes.
Art. 829 - A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das
partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples informação.
Não podem ser testemunhas: 1) os incapazes; b) os impedidos; c) os suspeitos (conforme CPC). Quem tem amizade
íntima com uma das partes não poderá ser testemunha dela; quem é inimigo capital da outra parte não pode ser
testemunha, parentesco até 3.º grau também não pode; quem tiver interesse na solução do litigio não pode ser
testemunha

Medida judicial cabível para impedir o depoimento de uma testemunha suspeita ou impedida => contradita
Quando a testemunha se apresenta para depor, a primeira coisa que tem que ser feita é a qualificação da
testemunha. Depois de qualificada a testemunha, ela é compromissada com a verdade, após, já na condição de
testemunha, começa o depoimento. As partes não têm compromisso com a verdade, mas a testemunha tem. O
momento oportuno de apresentar a contradita, sob pena de preclusão, é após a qualificação e antes do
compromisso. Depois que ela for compromissada, ela já é testemunha e o juiz vai valorar o depoimento
conforme entender que ele tenha mais ou menos credibilidade, mas ela já é testemunha.
Então, a contradita tem que ser feita DEPOIS da qualificação e ANTES do compromisso. Apresentada a
contradita, ela será julgada na hora. O juiz pergunta o fundamento e dependendo do que for respondido, o juiz
defere ou indefere a contradita. Tudo depende se ficar demonstrado, por ex., a amizade íntima ou não da parte
com a testemunha.
Deferida a contradita, a parte será ouvida como informante e não mais como testemunha. A decisão proferida
na contradita tem natureza de decisão interlocutória. A contradita pode ser instruída, apresentado provas e
testemunhas.
OBS.: se a pessoa que se apresentar não puder ser ouvida como testemunha, por causa de impedimento, por
falta de capacidade, suspeição, existe a contradita para impedir a oitiva dessa testemunha. Julgada procedente
a contradita, a pessoa será ouvida como informante. Se for julgada improcedente a contradita, aquela pessoa
será ouvida como testemunha, irá ser compromissada e inquirida. Quem faz perguntas à testemunha: juiz,
parte contrária e parte que convidou (faz pergunta se entender que são pertinentes, se quiser)
Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo próprio advogado,
sob sua responsabilidade pessoal. (Redação dada pela Lei nº 11.925, de 2009).
Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada para apresentar
cópias devidamente autenticadas ou o original, cabendo ao serventuário competente proceder à conferência e
certificar a conformidade entre esses documentos.
O reclamante, que injustificadamente não comparece à primeira audiência, implicará no arquivamento da
ação e no pagamento das custas processuais. A determinação legal em vigor determina que o pagamento
dessas custas, ainda que o reclamante seja beneficiário da justiça gratuita, é condição para a propositura de
uma nova ação, de maneira que primeiro ele precisa pagar as custas decorrentes do arquivamento para depois
ajuizar uma nova ação trabalhista. Se o reclamante por 2x consecutivas der causa ao arquivamento da ação
pela sua ausência em audiência, terá que esperar o prazo de 6 meses para ajuizar nova ação com pedidos
idênticos. Essa é uma hipótese de perempção temporal no processo do trabalho.

Aula 18/09/2019
Ainda sobre meios de provas:

 Prova documental – art. 830


Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo próprio advogado, sob sua
responsabilidade pessoal.
Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada para apresentar cópias
devidamente autenticadas ou o original, cabendo ao serventuário competente proceder à conferência e certificar a
conformidade entre esses documentos.
O próprio advogado pode declarar a autenticidade das cópias anexadas ao processo. Se houver dúvida sobre a
autenticidade, o juiz notifica para apresentação de documentos originais.
Quando forem autos eletrônicos, escaneia-se o documento e envia. Se houver alguma dúvida sobre autenticidade, a parte
que apresentou o documento pode ser notificada para levá-lo na secretaria da vara do trabalho, para que o servidor
comparar se o documento que está no processo corresponde em conteúdo ao documento original apresentado na
secretaria, certificando-se os esclarecimentos.
Se uma das partes entender que foi juntado um documento que não é autêntico, é possível o incidente de falsidade
documental, aplicando-se as mesmas regras do processo comum. Apresentado o incidente de falsidade documental,
suspende-se o andamento do processo, suspende o processo até que o incidente ser julgado. Esse incidente pode ser
instruído, inclusive, por prova pericial e todos os meios de prova admitidos. Julgado procedente o incidente, constatou-
se que o documento é falso, ele será desentranhado ou desconsiderado e quem apresentou o documento falso vai
responder por isso (por dano processual, criminalmente). Se a decisão for pela improcedência, quer dizer que o
documento é verdadeiro e poderá continuar sendo usado nos autos como prova para o convencimento do juiz. De um
jeito ou de outro, após o julgamento, o processo continuará de onde tinha parado. Por isso, a decisão que julga o
incidente é uma decisão interlocutória.
O incidente pode ser arguido até antes da audiência (na contestação) ou na audiência. Em qualquer momento, será
suspenso o processo.

 Perícia técnica - art. 8


Art. 826 - É facultado a cada uma das partes apresentar um perito ou técnico.
Se o juiz entender necessário, ele poderá intimar o perito para comparecer em audiência e prestar seus esclarecimentos
sobre o laudo pericial. O perito fala em audiência depois das testemunhas.
Art. 827 - O juiz ou presidente poderá argüir os peritos compromissados ou os técnicos, e rubricará, para ser junto ao
processo, o laudo que os primeiros tiverem apresentado.
PERÍCIA
Só será necessária a perícia no processo se tiver prova técnica a ser produzida por profissional especializado. Ex.:
periculosidade e insalubridade – engenheiro do trabalho ou médico do trabalho é que têm que fazer a perícia; se for
doença / lesão, o perito tem que ser médico do trabalho. Se tiver que fazer perícia na parte contábil, o profissional
competente é o contador; e assim por diante. O juiz é quem decide se é ou não necessária a prova técnica, exceto no caso
de insalubridade e periculosidade, que a lei prevê expressamente a necessidade de perícia, exceto no caso que tenha que
estabelecer nexo causal entre doença/acidente e trabalho. Se tiver um pedido sobre um cálculo, lista etc, o juiz pode
indeferir entendendo que não é caso de prova técnica. Então ou a prova téncnca é prevista em lei ou é deferida pelo juiz
e a natureza dessa decisão é interlocutória.se for caso de prova técnica, o juiz vai nomear o perito oficial do juízo. As
partes poderão, se quiserem, indicar assistente técnico. O assistente técnico deve apresentar o seu lado no mesmo prazo
que o laudo do perito do juizo.
Pagamento dos honorários periciais: o assistente técnico é remunerado pela parte que contratou, cada parte paga os
honorários de seu assistente. No caso do perito oficial do juízo, quem paga os honorários sucumbenciais é a parte
sucumbente no objeto da perícia, conforme prevê o art. 790-B. Então,não importa se a parte foi sucumbente ou não no
processo, o que importa é quem será sucumbente no objeto da perícia.
Ex.: reclamante alega insalubridade, perito faz o laudo e verifica que não há agente insalubre. Então não tem adicional
de insalubridade. Mas o reclamante fez outros pedidos, tendo perdido o pedido de insalubridade. Na ação, houve
sucumbencia recíproca, ele não é o sucumbente na ação. Mas na perícia ele é o sucumbente, por isso irá pagar os
honorários periciais sucumbenciais (o mesmo ocorre com o reclamado).
Ex.: feita a perícia sobre insalubridade, o perito entendeu que tem agente insalubre. A parte sucumbente na perícia foi o
reclamado / a empresa. Imagine que quando o juiz for dar a sentença ele pronuncia a existencia de prescrição bienal. O
resultado será uma sentença improcedente por causa da prescrição, quem irá pagar os honorários será o reclamado
porque na perícia ele foi sucumbente. Custas processuais serão pagas pelo reclamante, já que a ação foi julgada
improcedente.
Assim, o sucumbente na perícia pode não ser o mesmo que o sucumbente na ação.
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da
perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 1o Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho
Superior da Justiça do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
O Conselho superior de justiça do trabalho, quando é o Estado / União que irá pagar e não uma das partes, o
pagamento dos honorários periciais vai sair do orçamento do judiciário trabalhista. O conselho superior de justiça do
trabalho tinha limitado um valor máximo para pagamento de honorários periciais. A reforma trabalhista mudou isso,
dizendo que esse limite não podia valer apenas para quando fossem pagos os honorários pela União, mas que tinha que
valer também para qualquer pagamento de honorários periciais. Com isso, criou o §1º e estabeleceu um valor máximo.
§ 2o O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Os valores dos honorários periciais podem ser pagos parceladamente
§ 3o O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
O juiz não pode exigir pagamento antecipado dos honorários periciais. Pode até pedir, mas não exigir.
§ 4o Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a
despesa referida no caput, ainda que em outro processo, a União responderá pelo encargo. (Incluído pela Lei nº 13.467,
de 2017)
Segundo o caput, mesmo que a pessoa for beneficiária da justiça gratuita, ela terá que pagar honorários periciais. O §4º
esclarece que, somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de
suportar a despesa referida no caput, ainda que esses créditos venham de outro processo, a União responderá pelo
encargo. Isso quer dizer que, por ex., se o reclamante fez vários pedidos e ganhou vários deles, mas foi sucumbente no
objeto da perícia, entende-se que ele tem crédito trabalhista. Então nesse caso, mesmo que ele seja beneficiário da
justiça gratuita, ele ganhou créditos nesse processo. Mas, esses créditos podem ser considerados até se forem de outra
açõa. Imagine que o reclamante tenha outra ação e ganhou créditos trabalhistas nessa outra ação, daí serão retirados o
valor para pagar os honorários periciais. Se ele for sucumbente em tudo, a União irá pagar. Ou seja, atualmente, o
beneficiário da justiça gratuita só não irá pagar os honorários se não tiver ganho créditos trabalhistas (seja nesta ação
ou em outras).
Depois da perícia, há quem entenda que cabe inspeção judicial e há quem entenda que não cabe após o NCPC. Cabendo
ou não, a inspeção não é usada. Isso porque o juiz teria que sair do seu gabinete e ir ao local dos fatos para saber se é
verdade ou não o que foi relatado na perícia.
CUSTAS PROCESSUAIS – ART. 789, CLT e seguintes
O art. 789 estabelece quem paga as custas e estabelece valor.
Quem paga custas é a parte sucumbente na demanda/ação. Se a ação é improcedente, o reclamante é o sucumbente e ele
terá que pagar as custas. Se a ação é procedente, a parte sucumbente é o reclamado e ele é que será condenado ao
pagamento das custas. se a sentença for parcialmente procedente, tem sucumbência recíproca, mas no caso de
sucumbência recíproca as custas processuais da fase de conhecimento serão pagas integralmente pelo reclamado.
Valor das custas na fase de conhecimento: 2%, observado o valor mínimo de R$ 10,64 e o valor máximo de 4x o limite
máximo dos benefícios do RGPS (4x o teto do RGPS)
O caput do art. 789 estabelece o valor das custas em 2%, estabelecendo limite mínimo e máximo para ele valor.
Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da
Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista,
as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64
(dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, e serão calculadas: (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
I – quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor;
II – quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado totalmente improcedente o pedido, sobre
o valor da causa; (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
III – no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação constitutiva, sobre o valor da causa;
IV – quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar.
A base de calculo dos 2% irá depender do caso.

 Se for sentença condenatória em pecúnia (obrigação de pagar) => 2% sobre o valor da condenação. Mesmo
que a condenação não seja líquida, o juiz tem que atribuir o valor da condenação. Esse valor não vincula a
liquidação da sentença posterior, não vincula a execução, mas serve para atribuir um valor da condenação para
calcular custas processuais. Mesmo ilíquida a sentença, o juiz terá que atribuir um valor de condenação. Pode ser
qualquer valor, mas ele tem que existir.
 Se for sentença condenatória de natureza declaratória ou constitutiva (situação em que não há condenação
em pecúnia) => 2% sobre o valor da causa
 Se for improcedente a ação (não há condenação nesse caso) => 2% sobre o valor da causa
 Se for uma sentença terminativa (que não é procedente nem improcedente, como o arquivamento, a extinção do
processo) => 2% sobre o valor da causa
 Se for um acordo => 2% sobre o valor do acordo
Nos casos de conciliação / acordo, em que a base de cálculo é 2% sobre o valor do acordo, quem paga são as partes. Elas
dividem o valor das custas. Ou seja, no caso de acordo, as custas serão rateadas entre as partes, salvo ajuste em contrário.
É possível, então, convencionar que só um deles irá pagar as custas processuais. Na prática, é comum convencionar que
quem paga sozinho as custas processuais é o reclamante, porque ele normalmente pede assistência judiciária gratuita e
quem é beneficiário está isento do pagamento. Então, eles combinam que o reclamante assume o pagamento das custas,
para que na sequencia ele seja isento deste pagamento por ter assistência judiciária gratuita.
§ 1o As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. No caso de recurso, as custas serão pagas
e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal.
Prazo para pagar custas: após o trânsito em julgado ou no prazo recursal quando o recorrente tiver sido condenado na
obrigação de pagar custas.
Comprovar o recolhimento das custas será um requisito de recorribilidade. Se não teve recurso ou se o recorrente não
foi o sucumbente, ele teve prejuízo, mas não foi condenado ao pagamento das custas processuais, neste caso, vai pagar
as custas após o trânsito em julgado (não entendi o que ela quis dizer com essa frase)
§ 2o Não sendo líquida a condenação, o juízo arbitrar-lhe-á o valor e fixará o montante das custas processuais.
(Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
§ 3o Sempre que houver acordo, se de outra forma não for convencionado, o pagamento das custas caberá em partes iguais
aos litigantes.
§ 4o Nos dissídios coletivos, as partes vencidas responderão solidariamente pelo pagamento das custas, calculadas sobre o
valor arbitrado na decisão, ou pelo Presidente do Tribunal.
No caso de dissídio coletivo, as partes vencidas são solidariamente responsáveis.
O art. 789-A estabelece o valor das custas na fase de execução.
Art. 789-A. No processo de execução são devidas custas, sempre de responsabilidade do executado e pagas ao final, de
conformidade com a seguinte tabela:
I – autos de arrematação, de adjudicação e de remição: 5% (cinco por cento) sobre o respectivo valor, até o máximo de R$
1.915,38 (um mil, novecentos e quinze reais e trinta e oito centavos);
II – atos dos oficiais de justiça, por diligência certificada:
a. em zona urbana: R$ 11,06 (onze reais e seis centavos);
b. em zona rural: R$ 22,13 (vinte e dois reais e treze centavos);
III – agravo de instrumento: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos);
IV – agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos);
V – embargos à execução, embargos de terceiro e embargos à arrematação: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e
seis centavos);
VI – recurso de revista: R$ 55,35 (cinqüenta e cinco reais e trinta e cinco centavos):
VII – impugnação à sentença de liquidação: R$ 55,35 (cinqüenta e cinco reais e trinta e cinco centavos);
VIII – despesa de armazenagem em depósito judicial – por dia: 0,1% (um décimo por cento) do valor da avaliação;
IX – cálculos de liquidação realizados pelo contador do juízo – sobre o valor liquidado: 0,5% (cinco décimos por cento)
até o limite de R$ 638,46 (seiscentos e trinta e oito reais e quarenta e seis centavos).
A concessão dos benefícios da justiça gratuita pode ser feita de ofício ou a requerimento da parte em qualquer fase do
processo (ex. Até na frase recursal, sendo deferida no tribunal)
Se na ação o empregado atuar junto com seu sindicato, sendo o sindicato interveniente nessa ação, se o empregado for
condenado ao pagamento das custas, o sindicato é responsável solidário pelo pagamento dessas custas.
Nos casos em que o sindicato intervir na ação junto com o empregado, os dois são solidariamente responsáveis pelas
custas.
Art. 790, § 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância
conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles
que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.
A CLT trouxe uma condição para o deferimento da justiça gratuita, qual seja, receber salário igual ou inferior a 40% do
teto do RGPS. Está havendo discussão sobre a constitucionalidade desse artigo. A CF entende que basta declarar a
hipossuficiência financeira para ter acesso à justiça gratuita e a CLT prevê diferentemente.
Art. 790, § 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o
pagamento das custas do processo.
Caberá ao requerente comprovar a insuficiência de recursos para o pagamento das custas processais.
Art. 790-A. São isentos do pagamento de custas, além dos beneficiários de justiça gratuita:
(Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e fundações públicas federais, estaduais
ou municipais que não explorem atividade econômica; (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
II – o Ministério Público do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo não alcança as entidades fiscalizadoras do exercício profissional, nem
exime as pessoas jurídicas referidas no inciso I da obrigação de reembolsar as despesas judiciais realizadas pela parte
vencedora.
Estão isentos de pagar as custas: a) os beneficiários da justiça gratuita (eles serão condenados a pagar, mas irão ser
isentos na forma do ar. 790-A, CLT); b) a administração pública direta ou indireta – no caso da administração pública
indireta - autarquias e fundações - só serão isentas se não tiverem atividade financeira / econômica, porque se tiver
atividade econômica, irá pagar. Ex.: empresa pública, SEM irão pagar as custas; c) MPT; d) massa falida (não tem
previsão legal, mas está isenta do pagamento para interposição de recurso)
OBS.: Sindicatos, entidades representativas de classe (como a OAB) não estão isentos do pagamento
Aula 01/10/2019
- Defesa (contestação) – art. 847
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação,
quando esta não for dispensada por ambas as partes.
Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência.
Frustrada a conciliação, abre-se prazo de 20 minutos para contestação (defesa). É um ato processual a ser feito na
audiência. Mas, com a reforma trabalhista, o parágrafo único do art. 847 permite que a contestação seja apresentada de
forma escrita até a abertura da audiência.
Assim, a contestação pode ser apresentada escrita ou oralmente dentro da audiência no prazo de 20 minutos.
Não se admite contestação genérica, é necessário contestar item por item, pedido por pedido que foi formulado na
petição inicial.
- Compensação e retenção – art. 767; súmula 18, súmula 48
Algumas matérias devem ser apresentadas junto com a contestação, dentro dela. É o caso de compensação e retenção..
Ex.: caso de compensação – se for alegar isso, tem que alegar dentro da contestação; se alegar retenção também tem
que ser dentro da contestação.
Compensação é compensar de eventual crédito dívida que o credor pode vir a ter.
A súmula 48 do TST reforma o momento oportuno para apresentar a compensação. Já a súmula 18 esclarece que só
pode ser objeto de compensação verba de natureza trabalhista; se a dívida não for de natureza trabalhista não poderá
ser objeto de compensação, devendo-se entrar com outra ação autônoma.
Se a natureza da dívida for trabalhista, aí caberá compensação.
Ex.: empresa fornecia aparelho de celular para o empregado, estabelecendo que ele poderia ser usado para trabalho e
para fins particulares, contudo, as ligações particulares deveriam ser pagas pelo trabalhador usuário do telefone. Com o
fim do contrato de trabalho, o empregado não pagou as contas de telefone e ajuizou ação trabalhista e pede verbas
salariais. O empregador pode pedir compensação na contestação da dívida de telefone celular que o empregado não
pagou, porque trata-se de verba relativa a contrato de trabalho
Ex.: dano causado pelo empregado -> se o dano for doloso, o empregador nem precisa da autorização do empregado
para descontar; se o dano causado for culposo, o empregado tem que autorizar. Se autorizar, o empregador poderá fazer
desconto. Imagine que o contrato extinguiu antes que o empregador pudesse fizer o desconto de algum dano causado a
ele e o empregado pleitear direitos trabalhistas numa reclamação trabalhista, o empregador poderá pedir a
compensação, porque é compensação de dívida de igual natureza
Ex.: empregador empresta dinheiro para o empregado (para comprar automóvel, para pagar pensão alimentícia, para
pagar outras dívidas) e combina que esse empréstimo será pago parceladamente, vai ser descontado mês a mês o valor
até pagar esse empréstimo. Esse empréstimo não decorre do contrato individual de trabalho, então, não tem natureza
trabalhista. Extinto o contrato de trabalho, se o empregado ajuizar ação trabalhista o empregador não poderá pedir
compensação desse empréstimo, porque os créditos e dívidas são de naturezas diferentes.
Ainda de acordo com a súmula 18, a compensação vai até o valor do crédito que o reclamante tem para receber, ou seja,
ela tem um limite. Se a ação for improcedente, não caberá compensação, já que não se terá nenhum crédito a receber.
A compensação é diferente da dedução. A dedução significa que parte da dívida já foi paga, sendo deduzido de eventual
condenação a parte da mesma dívida que já foi paga em parte. Ex.: reclamante pede 200h extras e o reclamado
comprova que já pagou 50h, se houver condenação de horas extras, essas 50h extras serão abatidas / deduzidas. A
dedução nem precisa ser pedida, mas é melhor pedir.
Se o empregador pedir compensação e o valor dessa dívida for superior ao que o reclamante tem para receber, ele não
vai poder cobrar esse restante? Ele poderá cobrar, mas não dentro da compensação. Ele terá que propor ação autônoma
e pede o restante da dívida. Se a dívida for de natureza trabalhista, o empregador terá que propor uma reclamação
trabalhista contra o empregado e vai pedir o pagamento da dívida. No caso do empréstimo, não há matéria trabalhista,
por isso o empregador terá que entrar com ação no cível.
Não cabe dentro pedido da compensação, mas poderá ser feito reconvenção.
Retenção é mais rara de encontrar. Nesse caso, o empregador pede para reter com ele algum objeto / bem móvel do
empregado até que seja solucionada a ação. Se o e empregador for pedir retenção, tem que pedir na contestação.
É raro porque é difícil o empregador estar na posse de um bem do empregado.
O empregado também pode pedir para reter um bem do empregador, mas tem que provar que está na posse desse bem
do empregador.
Pode até se discutir a propriedade do bem.
- Reconvenção
Ainda é possível a reconvenção em matéria de defesa as exceções. A forma, efeitos, pedidos etc são todos com base no
CPC, porque a reconvenção não tem previsão na CLT.
- Exceções – art. 799 se seguintes; súmula 214
Em matéria de defesa, é possível a apresentação das exceções
Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com suspensão do feito, as
exceções de suspeição ou incompetência.
As exceções de suspeição ou incompetência suspendem o feito até decidir a suspeição ou incompetência. Decidida a
exceção, o processo volta a correr.
Embora a CLT tenha previsto apenas a exceção de suspeição e de incompetência, é pacífico o entendimento de que
quando couber uma exceção no CPC ela caberá também na área trabalhista.
§ 1º - As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa.
§ 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, não
caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final.
Quando se fala das competências e incompetências, tem competência que representa matéria relativa e absoluto.
Competência pode ser material, em razão da pessoa, funcional (hierárquica) e territorial, dentre esses 4 critérios, o
único relativo é a competência territorial, as demais competências são absolutas.
Não apresentada exceção de incompetência em razão do lugar, haverá prorrogação de foro (a competência territorial é
relativa). Assim, quem não era competente, se tornou competente. A forma de alegar a incompetência territorial é por
meio da exceção de competência. Se não apresentar, haverá preclusão e o processo vai tramitar onde a ação foi
ajuizada, não sendo mais possível discutir essa matéria. Por outro lado, se a competência for de natureza absoluta,
mesmo que a parte não alegue, juiz poderá e deverá se manifestar de ofício em qualquer fase do processo sobre a
competência absoluta.
O art. 800 trata apenas da exceção de incompetência territorial, porque é essa que tem que ser arguida caso haja
interesse da parte.
Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da
audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste
artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
Ajuizada a ação, o reclamado é notificado e entende que o juízo no qual foi ajuizado a ação não é competente, medida
cabível é a exceção de incompetência, com fundamento no art. 651 da CLT.
A exceção de incompetência é a presentada ANTES da contestação, no prazo de 5 dias contados do recebimento da
notificação (antes da audiência). Se não apresentar no prazo OU se não apresentar, prorroga a competência. Se for
apresentada a exceção no prazo de 5 dias, o excepto será notificado de que foi apresentada a exceção e também terá o
prazo de 5 dias para se manifestar. É possível, até, instruir a exceção de incompetência. Se o excepiente disse que o local
da prestação de serviços não é onde foi ajuizada a ação. Ex.: a ação foi ajuizada em Sorocaba; o excepiente alega que a
prestação de serviços sempre foi em Franca, logo, a competência é de Franca. O juiz notifica o excepto para se
manifestar no prazo de 5 dias. O excepto se manifesta e diz que não é verdade, que trabalhava em Sorocaba. Se for
necessária instrução, o excepiente e suas testemunhas serão ouvidos por precatória em Franca, onde ele acha que é
competente. O reclamante (excepto) e suas testemunhas, irão ser ouvidos no local em que a ação foi ajuizada. Se for
litisconsorte, o prazo é comum de 5 para todos se manifestarem.
Julgada a exceção, a decisão tem natureza interlocutória e é irrecorrível de imediato, tendo-se que esperar proferir a
sentença e, após sentença, essa matéria poderá ser renovada em recurso. Ou seja, só caberá falar disso quando houver
sentença definitiva ou terminativa. (§ 2º do art. 799: Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo,
quanto a estas, se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no
recurso que couber da decisão final.)
A súmula 214 do TST confirma na sua primeira parte que as decisões interlocutórias são irrecorríveis de imediato,
trazendo, contudo, 3 exceções que, embora sejam decisões interlocutórias, será permitido a interposição de recurso contra
elas
SÚMULA Nº 214 - DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato,
salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do
Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe
exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o
juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
1ª exceção => A decisão que acolhe a exceção de incompetência e remete o processo para a jurisdição de outro
Tribunal Regional, permite recurso de imediato.
Ex.: reclamante ajuíza ação em SP (TRT 2), o empregador/reclamado está em Franca e apresenta exceção de
incompetência territorial, alegando que não poderia ser ajuizada a ação em SP, mas sim em Franca (TRT 15), porque
era esse o local de serviços. Apresentada a exceção, o TRT 2 notifica o excepto, tendo ele 5 dias para se manifestar. O
TRT 2 é quem julga.
Tem que apresentar exceção de incompetência no TRT 2, e este, acolhendo a exceção, remete para o TRT 15 (para uma
das varas do trabalho de franca). Quando muda jurisdição, pode ter recurso de imediato.
Se fosse Sorocaba e Franca, essa decisão não permite recurso imediato, porque os 2 são de jurisdição do TRT 15.
Art. 800, § 1o Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere o art. 843
desta Consolidação até que se decida a exceção. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 800, § 2o Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os
litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 800, § 3o Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o direito de o
excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver indicado como
competente. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 800, § 4o Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a designação de
audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo competente. (Incluído pela Lei
nº 13.467, de 2017)
Art. 801 - O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito, e pode ser recusado, por algum dos seguintes
motivos, em relação à pessoa dos litigantes:
a) inimizade pessoal;
b) amizade íntima;
c) parentesco por consangüinidade ou afinidade até o terceiro grau civil;
d) interesse particular na causa.
O art. 801 fala dos motivos da suspeição. A exceção de suspeição deve ser apresentada na primeira oportunidade que
tiver que falar no processo. Se for o reclamante, tão logo for marcada a audiência e não tiver acordo, tem que opor a
exceção. Se for o reclamado, ele deve apresentar a exceção de suspeição como preliminar na contestação. Apresentada a
exceção, suspende-se o processo e julga a exceção. Apresentada a exceção, no prazo de 48h, tem que ser designada uma
audiência para apreciar e decidir a exceção de suspeição. Acolhida a exceção de suspeição, o juiz se afasta do processo
e um substituto passará a atuar nesse processo.
Rejeitada a exceção de suspeição, o juiz fica no processo. Além de ter momento para apresentar exceção, não terá
cabimento a exceção se o acusante tiver deliberadamente dado causa à suspeição. Ex.: advogado provoca de propósito
um conflito entre ele e o juiz para que este se afaste do processo. Acontecendo isso, não será cabível legalmente a
suspeição. Na prática, é raro a exceção de suspeição, posto que é comum os juízes mesmo se declararem por suspeitos
nos casos em que tiverem interesse.
Parágrafo único - Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja consentido na pessoa do juiz, não mais poderá
alegar exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo. A suspeição não será também admitida, se do processo
constar que o recusante deixou de alegá-la anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o
juiz recusado ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se originou.
Art. 802 - Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou Tribunal designará audiência dentro de 48 (quarenta e oito)
horas, para instrução e julgamento da exceção.
§ 1º - Nas Juntas de Conciliação e Julgamento e nos Tribunais Regionais, julgada procedente a exceção de suspeição, será
logo convocado para a mesma audiência ou sessão, ou para a seguinte, o suplente do membro suspeito, o qual continuará
a funcionar no feito até decisão final. Proceder-se-á da mesma maneira quando algum dos membros se declarar suspeito.
§ 2º - Se se tratar de suspeição de Juiz de Direito, será este substituído na forma da organização judiciária local.
FORMA de CONTESTAÇÃO
ENDEREÇAMENTO: designação do juízo.
PREÂMBULO: RECLAMADO (qualificação), vem respeitosamente por meio de seu advogado apresentar
CONTESTAÇÃO, nos termos do art. 847 da CLT, em face da reclamação trabalhista ajuizada por RECLAMANTE, já
qualificado na petição inicial
Três partes básicas são possíveis:
1 - Preliminares: defesas processuais (ou contestação processual)
Na contestação processual, contesta-se matéria processual, tais como suspeição, inépcia, falta de condição da ação,
litispendência, coisa julgada. É uma contestação da matéria processual. São as preliminares. Todas as preliminares do
CPC, em tese, cabem aqui.
Acolhida qualquer uma das preliminares, a sentença será terminativa, resolvendo o processo sem apreciar o mérito.
Quando a sentença é terminativa, quem paga as custas é o autor. Será 2% sobre o valor da causa. Se ele tem assistência
judiciária gratuita, ele não paga porque será isento em razão do benefício, mas ele é condenado ao pagamento.
Se o juiz acolhe a defesa processual, ele não lê o mérito, por isso a defesa processual deve vir antes do mérito.
2 - Prejudiciais de mérito ou defesa indireta: prescrição e decadência – as duas são questões de mérito, vem antes do
mérito propriamente dito, porque se o juiz acolher a prescrição (se total), nem será analisado o mérito. Ele irá acolher a
prescrição e julgar a ação improcedente, a sentença é definitiva e não terminativa, porque tem natureza de mérito. Nesse
caso, será do reclamante o ônus das custas processuais, 2% do valor da causa (porque não tem condenação).
3 – Mérito propriamente dito: é a contraposição a cada um dos pedidos formulados.
Tem contestação que não tem preliminar, não tendo nenhuma questão processual para alegar. Ainda, há contestação que
não vai caber prescrição e nem decadência. Mas toda contestação tem que ter a contraposição a cada um dos pedidos
formulados.
4 – Reconvenção: se couber – Reconvenção é uma outra ação dentro da ação principal, por isso, segue os mesmos
critérios e exigências da P.I.
É possível ser sucumbente na reconvenção e não ser sucumbente na ação principal e vice-versa, sendo possível ser
sucumbente nos dois ou em nenhum dos dois. É possível ter custas na reconvenção e não ter na ação principal.
5 – Impugnação ao valor da causa: se o reclamante informar valor da causa que não compatibiliza com os pedidos que ele
formulou e com isso altera o rito processual, pode ser interessante para o reclamado fazer a impugnação e, com isso, ele
altera o rito processual. Pode ser feita a impugnação ao valor da causa dentro da contestação. Pode ainda fazer pedido de
compensação, retenção.
O requerimento sobre impugnação ao valor da causa deve ser feito no primeiro momento que tem para falar nos autos.
Caso contrário, haverá preclusão. Em que pese o juiz possa alterar o valor de ofício ou a requerimento das partes, esse
requerimento tem que ser feito na primeira oportunidade que a parte tiver de falar nos autos.
OBS.: para a prova, teremos que saber petição inicial, as ações cabíveis, procedimentos, competência (ou seja, matéria do
bimestre passado também vai cair)
Andamento do processo => após descobrir-se a matéria da ação e a competência, ajuíza-se a ação pertinente. Depois
elabora-se a petição inicial (tem que ver o rito etc). distribuída a petição inicial, o processo começa. Notifca-se a parte
contrária em 48h, parte contrária recebe, informa-se qual o tipo de audiência e a data. A parte contrária se prepara com a
contestação, se for processo eletrônico, antes da abertura da audiência, a parte tem que apresentar a contestação. Na
audiência de conciliação, o primeiro ato é a tentativa de conciliação, não tendo conciliação, vê-se a contestação, se a parte
quiser ela se manifesta, impugnando defesa e documentos. Começa-se a instrução, depoimento pessoal, testemunhas e
perito. Encerrada a instrução, vai-se para alegações finais orais em 10 minutos; mas o juiz pode dar prazo para
apresentação delas por escrito. Depois disso, tenta de novo uma conciliação, não havendo conciliação, prolata-se
sentença, esgotando-se a fase de conhecimento em primeira instancia. Se não gostou da sentença, recorre. a sentença
acaba com a fase de conhecimento. A sentença é aquela prevista no CPC (terminativa, definitiva, decisão interlocutória).
A sentença pode ser procedente ou improcedente ou ainda, procedente em parte. É importante isso para saber quem é o
sucumbente para fins de pagamento de custas processuais, honorários advocatícios e sucumbenciais. A especificidade de
uma sentença trabalhista é que, mesmo que for ilíquida a sentença, o juiz tem que fixar um valor de condenação, até
mesmo para calcular custas processuais e depósito recursal.
Sentença = relatório, fundamentação, dispositivo (dispositivo transita em julgado)
DA RESPONSABILIDADE POR DANO PROCESSUAL (LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ)
Antes da reforma, usava-se o CPC como fonte subsidiária para a litigância de má-fé e agora tem-se fonte principal do
direito do trabalho, prevista nos arts. 793-A e seguintes.
Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante, reclamado ou interveniente.
Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos; III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser
superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte
contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
§ 1o Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na proporção de seu respectivo
interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até duas vezes o limite máximo
dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
§ 3o O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou
pelo procedimento comum, nos próprios autos.
Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que intencionalmente alterar
a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa.
Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos.
A multa pode ser aplicada para testemunha que mentir
DAS NULIDADES
Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos
inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.
Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à
primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. (nulidade relativa)
§ 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse caso, serão
considerados nulos os atos decisórios.
É a incompetência em razão da matéria, pessoa, funcional.
§ 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se faça remessa do processo,
com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua decisão.
Art. 796 - A nulidade não será pronunciada:
a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato;
b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa.
A pessoa que der causa à nulidade não poderá argui-la
Art. 797 - O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.
Quando o juiz ou tribunal se manifestar sobre a nulidade, terá que explicar quais os atos que foram alcançados pela
nulidade
Art. 798 - A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam consequência.
As nulidades são as mesmas do CPC. Só pode ser arguida nulidade se dela resultar prejuízo.
Aula 02/10/2019
RECURSOS – art. 893
Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos:
I - embargos;
II - recurso ordinário;
III - recurso de revista;
IV - agravo.
Após a sentença, acaba-se a fase de conhecimento de primeira instância. Se a sentença não satisfazer alguém, tem-se
novos atos processuais, ainda na fase de conhecimento, mas não mais em primeira instância. O recurso é a medida
processual adequada para demonstrar o inconformismo da parte com a sentença. A finalidade de qualquer recurso, em
regra, é então buscar a modificação da decisão (ex.: nulidade processual, alteração da decisão de procedente para
improcedente etc.)
PARTE GERAL DOS RECURSOS
OBS.: os princípios do processo comum se aplicam aqui (unirecorribilidade, duplo grau de jurisdição – em regra-, não
permitida a reforma in pejus para o recorrente, devolução da matéria em profundidade **).
1 - CABIMENTO DO RECURSO
- Hipóteses de cabimento: contra decisão terminativa ou definitiva. Qualquer recurso só terá cabimento se a decisão
proferida for terminativa ou definitiva.
Não cabe nenhum recurso de decisão interlocutória (princípio da irrecorribilidade). A regra é que decisão interlocutória
não comporta nenhum recurso de imediato, é necessário esperar o andamento do processo até chegar a uma decisão
terminativa ou definitiva para que assim se possa, no recurso, volta a discutir a matéria dessa decisão interlocutória.
Exceção – súmula 214 – embora a primeira parte mantenha a irrecorribilidade das decisões interlocutórias, na sequência
ela tem 3 exceções:
a) se a decisão interlocutória for acolhedora de exceção incompetência territorial e remete o processo para a jurisdição de
outro TRT, caberá recurso de imediato
b) se a decisão interlocutória proferida pelo TRT for contrária à súmula ou a OJ do TST, dessa decisão interlocutória
caberá recurso
c) se a decisão interlocutória permitir recurso interno para o próprio Tribunal, ela poderá ser objeto de recurso imediato.
Não sendo nenhuma dessas hipóteses, a decisão será irrecorrível. Fundamento da irrecorribilidade das decisões
interlocutórias: Art. 893, §1º da CLT e súmula 214
Art. 893, § 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do
merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.
SÚMULA Nº 214 - DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato,
salvo nas hipóteses de decisão:
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a
que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
Existem ainda 2 casos que são decisões ou terminativas ou definitivas e que ainda assim não permitem recurso:
a) sentença proferida no rito sumário não comporta recurso. Contudo, caso se trate de matéria constitucional, haverá
recurso (art. 2º, da lei 5584/70).
Se não soubermos qual a matéria a ser tratada e se a questão não indicar, iremos responder que não caberá recurso. Se a
matéria for constitucional, temos que responde que, embora seja uma sentença proferida no rito sumário, será cabível
recurso por conta da matéria. Fundamento legal: art. 2º, da lei 5584/70.
Esse artigo não usa rito sumário, mas sim valor/rito de alçada. Isso tudo se refere a rito sumário. O rito sumário comporta
ações de até 2 salários mínimos
b) não se permite recurso das partes contra sentença homologatória de acordo. Essa sentença tem natureza definitiva
e ainda assim não permite recurso das PARTES. O terceiro prejudicado pode recorrer da sentença homologatória
de acordo, mas as partes não poderão. Se houver um vício de vontade identificado após o acordo, a medida
judicial cabível para sanar isso e “desfazer/reformar” o acordo é a ação rescisória (e não recurso). OBS.: se for
perguntado na prova qual recurso cabe nesse caso, responderemos que não cabe nenhum recurso.
2 - PRESSUPOSTOS DE RECORRIBILIDADE – REQUISITOS RECURSAIS – CONDIÇÕES PARA
INTERPOSIÇÃO VALIDADE UM RECURSO
Para um recurso ser processado / conhecido / ter seguimento, ele precisa preencher todos os requisitos, se faltar um, o
recurso nem será processado, tendo seu seguimento negado (ou seja, não é conhecido). Ex.: nega seguimento em razão da
intempestividade; nega seguimento em razão da falta de interesse
Toda decisão que nega seguimento a recurso se baseia na falta de pressuposto.
Quando a decisão denega seguimento – tranca-se o seguimento do recurso, ele não vai para o segundo grau de jurisdição,
ficando estacionada onde ele está. Mas, alguém tem que analisar esses pressupostos, por isso tem juízo de admissibilidade
aqui também, que analisará a presença ou não de pressupostos recursais. É o primeiro juízo de admissibilidade que nega
seguimento ou dá processamento ao recurso interposto.
São pressupostos recursais:
- pressupostos subjetivos:
a) legitimidade => quem pode recorrer – a parte sucumbente, terceiro interessado (tem que ser prejudicado na decisão,
senão não tem interesse); MPT (ministério público do trabalho)
b) interesse => significa que o recurso tem que ser útil para o recorrente, caso contrário, não terá interesse. Ex.: sentença
parcialmente procedente comporta recurso e é definitiva – tem legitimidade para recorrer as duas partes – então ambos
têm interesse. Imagine que o reclamante pediu horas extras e aviso prévio. Sentença parcialmente procedente concedeu o
aviso prévio, mas absolveu a empresa do pagamento de horas extras. A empresa foi fazer recurso e recorreu de tudo, do
aviso prévio e das horas extras. Não tem interesse o recurso para horas extras, o recurso será denegado por falta de
interesse.
Ex.: 1ª audiência – as partes comparecem, a audiência foi adiada, foram as partes intimadas para a audiência de
prosseguimento, na qual iriam prestar depoimento pessoal. Nessa audiência, o reclamante não comparece. A
consequência é a confissão ficta. O processo nesse caso não será arquivado, porque a ausência do reclamante em
audiência implica em confissão ficta. O juiz não percebeu isso e arquivou os autos. A sentença que arquiva os autos tem
natureza terminativa, não apreciando o mérito, a parte sucumbente é o reclamante. O reclamado não tem legitimidade
para recorrer nesse caso e também tem interesse, porque se arquiva o processo o reclamante pode entrar com outra ação
idêntica. A melhor opção para o reclamado é que seja reconhecida a confissão ficta, por isso ele tem legitimidade. Mesmo
que não tenha sido sucumbente, ele foi prejudicado pela sentença, então ele tem legitimidade (porque foi prejudicado) e a
reforma para ele é útil.
c) capacidade
- pressupostos objetivos:
a) recorribilidade do ato – se a decisão proferida não for recorrível, o recurso não será permitido, sendo negado seu
prosseguimento por falta de pressuposto recursal.
b) regularidade da representação processual – ex.: jus postulandi. Até o TRT pode usar jus postulandi inclusive em
grau de recurso, mas quando for recorrer para o TST não cabe jus postulandi. Até o recurso ordinário então não tem
advogado, podendo a pessoa postular em causa própria. Feito o recurso de revista sem advogado, este não será
processado, porque falta capacidade (faltou pressuposto objetivo e subjetivo).
c) adequação – esse pressuposto chama com ele o princípio da fungibilidade. O recurso interposto tem que ser o
adequado para aquele momento / fase do processo.
O princípio da fungibilidade cabe aqui também. Mas só tem cabimento fungibilidade:
1) Quando o erro não for grosseira
2) Quando houver razoável dúvida acerca de qual recurso deve ser interposto
3) Se os demais pressupostos recursais forem observados
Ex.: não cabe apelação no processo do trabalho, se for interposta, não será aplicada a fungibilidade face ao erro grosseiro.
A “apelação do processo do trabalho” é recurso ordinário. Contudo, há juiz que recebe o processo de apelação como se
fosse recurso ordinário. Mas, se ele denegar, o fundamento será a falta de pressuposto recursal (face ao princípio da
taxatividade)
d) tempestividade - tem que interpor o recurso dentro do prazo. A lei 5.584/70 unificou os prazos recursais em 8 dias.
Em regra, o prazo para interposição de qualquer recurso trabalhista é de 8 dias.
Exceções:
1) REXT – não é recurso trabalhista, mas é cabível no processo do trabalho. Contudo, quando o REXT for
interposto na área trabalhista, o prazo dele será o do rito comum, qual seja, 15 dias.
2) Embargos de declaração: é regulamentado também na CLT, contudo, o prazo é de 5 dias.
3) Recurso de revisão / pedido de revisão: É possível discutir uma outra exceção -> É possível porque parte da
doutrina entende que esse recurso não existe mais, tendo deixado de existir a partir do momento em que o valor
da causa tem que ser indicado na petição inicial. É o recurso chamado de recurso de revisão OU pedido de
revisão. Iara entende que esse recurso ainda existe.
O recurso de revisão tem prazo de 48h, só tendo cabimento em 1 hipótese: para discutir o valor da causa fixado
pelo juiz. Alguns entendem que esse recurso não cabe mais, porque atualmente o reclamante é que tem que
indicar o valor da causa e não juiz, então, não caberia mais recurso de decisão que o juiz fixe o valor da causa,
porque essa decisão não ais existe. Contudo, o juiz pode alterar de ofício o valor da causa e fixar novo valor e
então, essa decisão parece permitir o recurso de pedido de revisão, no prazo de 48h. O pedido de revisão também
está previsto na lei 5584/70. Pode ser aplicado esse recurso em qualquer rito.
e) custas processuais: serão pagas no final ou na interposição dos recursos. Custas são pressuposto recursal para o
recorrente que tenha responsabilidade de fazer o pagamento. Neste caso, para esse recorrente, é necessário pagar as custas
processuais e comprovar o pagamento das custas processuais no prazo da interposição do recurso. Aí sim ele preenche
pressuposto recursal obrigatório para ele. Mas nem todo recurso terá pagamento de custas, porque isso dependerá de
quem é o recorrente. Nem todo recorrente terá que pagar as custas, porque existem isenções do pagamento de custas.
Ex.: reclamado poderá recorrer mesmo não sendo ele o sucumbente porque o juiz equivocadamente arquivou a ação,
quando na verdade ele teria que ter declarado a confissão ficta do reclamante e dado sequência à instrução processual. A
parte sucumbente é o reclamante, então ele teria a responsabilidade de pagar as custas processuais. Imagine que quem
recorreu foi só o reclamado. Nesse exemplo, para o reclamado, pagar e comprovar o pagamento das custas processuais é
pressuposto recursal? Para ele não é, porque neste caso a responsabilidade de pagar não é dele e sim do reclamante
(sucumbente). Então, o reclamado, nesse caso, poderá recorrer sem ter que fazer o pagamento.
Ex.: o juiz não arquivou, decretou a confissão ficta. O reclamante não gostou e quer recorrer. Dessa decisão não cabe
nenhum recurso, porque é decisão interlocutória. Então o reclamante terá que esperar a sentença terminativa ou definitiva
para recorrer. Após a sentença, o reclamante recorre, dizendo que não poderia ter sido decretada a confissão e que o
processo tinha que ser arquivado. O reclamante pode recorrer, ele tem legitimidade, interesse. O reclamante não tem
assistência judiciária gratuita. O reclamante pode recorrer, mas para ele o pagamento e comprovação das custas
processuais é pressuposto de recorribilidade. A responsabilidade pelo pagamento era dele, porque ele foi sucumbente.
Nesse caso ele não tinha isenção porque não era beneficiário da justiça gratuita. Se não pagar e comprovar as custas, o
recurso não será processado por falta de pressuposto recursal, qual seja, o preparo. A falta de preparo pode se referir às
custas ou ao depósito recursal (recurso deserto).
Ex.: esse mesmo reclamante tem assistência judiciária gratuita. Ele precisa fazer pagamento ou comprovar custas
processuais? NÃO, embora a responsabilidade pelo pagamento seja dele, ele está isento do pagamento. Assim, se vai ter
custas ou não como pressuposto recursal depende do caso concreto.
f) depósito recursal: é um depósito prévio relacionado ao valor da condenação e que será aproveitado por uma das partes
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções
previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.
Art. 899, § 1º Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vezes o salário-mínimo regional, nos dissídios individuais, só
será admitido o recurso inclusive o extraordinário, mediante prévio depósito da respectiva importância. Transitada
em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento imediato da importância de depósito, em favor da parte
vencedora, por simples despacho do juiz.
Não existe mais salário-mínimo regional, atualmente, o TST estabeleceu um valor limite de aproximadamente 9 mil reais
(ajustado anualmente). 9 mil reais é o teto estabelecido pelo TST. Esse valor de aproximadamente 9 mil reais é para o
recurso ordinário. Para os demais recursos, o valor dobra – sendo de aproximadamente 20 mil reais.
Ex.: para recurso de revista, recurso de embargos, recurso ordinário em ação rescisória, recurso extraordinário o
depósito recursal é de aproximadamente 20 mil reais.
A ideia é assim, quem foi condenado e quer recorrer e o recurso pode ser apenas protelatório, terá que deixar
depositado o valor da condenação até esse limite (9 mil ou 20 mil), porque aí se for mantida a sentença condenatória, o
valor do depósito é aproveitado no processo, sendo levantado em favor do credor. Chegando na fase de execução, o juiz
despacha e levante o valor do depósito em favor do credor, sendo tal valor aproveitado no processo. se por outro lado a
sentença for reformada, o valor que foi depositado é levantado em favor do recorrente e ele recebe de volta o que
depositou. O preparado no processo do trabalho é diferente do preparado do processo civil, especificamente no que se
refere a depósito recursal. Há quem diga que a natureza do depósito recursal é de garantia, porque garante que ao
menos parte da condenação será solvente na fase de execução, solvente por meio do depósito recursal. A partir desse
entendimento, conseguimento entender que só tem cabimento depósito recursal (de acordo com as súmulas 86, 128 e 169
e com o TST) sendo a condenação em pecúnia. A parte recorrente então é condenada a pagar certa importância e verbas
trabalhistas para outra parte. Assim, depósito recursal só cabe para o RECLAMADO que foi condenado na obrigação de
pagar. o RECLAMANTE NÃO FAZ depósito recursal.
Súmula 128/TST . Recurso. Depósito recursal. Sentença reformada. Execução. Juízo garantido. Violação da ampla
defesa. Depósito recursal. Inadmissibilidade. Depósito efetuado por empresa condenada solidariamente. Efeitos. CLT, art.
899. CF/88, art. 5º, II e LV. I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo
recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer
recurso. II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incs.
II e LV do art. 5º da CF/88. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do
juízo. III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita
as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide.
Súmula 161/TST. Recurso. Depósito recursal. Inexistência de condenação em pecúnia. CLT, art. 899, §§ 1º e 2º. Não
havendo condenação em pecúnia, descabe o depósito prévio de que tratam os §§ 1º e 2º, do art. 899, da CLT.
É por isso que, sendo ilíquida a sentença, o juiz tem que fixar o valor da condenação, porque senão não tem como o
reclamado saber o valor do depósito recursal que tem que ser feito. Mesmo sento ilíquida a sentença, esta deverá fixar o
valor da condenação para fins de custas e de depósito recursal.
Ex.: sentença condenatória em pecúnia atribuiu o valor da condenação em 4 mil reais – o valor do depósito recursal é
de 4 mil reais, porque a condenação foi até o limite estabelecido. Quando a condenação for até o limite estabelecido, o
depósito recursal será do mesmo valor da condenação.
Ex.: condenação de 8 mil reais – depósito será de 8 mil reais
Ex.: condenação em 50 mil reais – depósito recursal – recurso ordinário – depósito de 9 mil reais. Depositou até o teto
do TST. Se a sentença foi mantida e quer-se fazer novo recurso, agora recurso de revista, terá que fazer outro depósito
recursal porque ainda não chegou no valor da condenação, o depósito então para esse recurso será de 20 mil (teto). A
sentença foi mantida de novo, o recorrente quer interpor agora recurso de embargos, haverá que se fazer outro depósito
recursal no valor de 20 mil. Até agora, já foram depositados 49 mil reais e o valor da condenação foi de 50 mil reais.
Agora o recorrente quer fazer recurso extraordinário, o valor do depósito recursal será de 1 mil reais, porque o valor do
depósito recursal só vai até o valor da condenação. Chegando-se ao valor total da condenação, se quiser recorrer de
novo, não terá mais que fazer depósito recursal.
Se a condenação fosse de 20 mil reais -> fez recurso ordinário e depositou 9 mil reais; agora quer fazer recurso de
revista. Nesse caso, ele só depositária o remanescente até chegar no valor da condenação (ou seja, 11 mil).
De um jeito ou de outro, depositado o valor integral da condenação, para os próximos recursos não tem depósito
recursal, porque já fora satisfeito o pressuposto de recorribilidade nos recursos interpostos.
Esse artigo textualmente não pode mais ser usado, porque o valor não é mais de 10x o salário mínimo regional, mesmo
porque esse salário mínimo regional nem existe mais.
§ 2º Tratando-se de condenação de valor indeterminado, o depósito corresponderá ao que for arbitrado, para efeito de
custas, pela Junta ou Juízo de Direito, até o limite de 10 (dez) vezes o salário-mínimo da região.
§ 4o O depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos índices da poupança.
Antes, da reforma trabalhista, o depósito recursal era feito na mesma conta do FGTS do reclamante e segui os índices de
correção do FGTS. Era feito mediante uma guia de recolhimento do FGTS. Com a reforma trabalhista, ficou previsto
que o depósito recursal será feito em conta de depósito judicial – vinculada ao juízo, seguindo os mesmos índices da
poupança para a correção monetária e não os mesmos índices do FGTS.
§ 6º - Quando o valor da condenação, ou o arbitrado para fins de custas, exceder o limite de 10 (dez) vezes o salário-
mínimo da região, o depósito para fins de recursos será limitado a este valor.
§ 8o Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso de revista que se insurge contra decisão que
contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em
orientação jurisprudencial, não haverá obrigatoriedade de se efetuar o depósito referido no § 7 o deste artigo.
§ 9o O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lucrativos, empregadores
domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte.
A reforma trabalhista reduziu pela metade o depósito recursal para alguns recorrentes:
A) Entidades sem fins lucrativos – se a pessoa jurídica condenada quiser recorrer, terá que fazer depósito recursal.
Mas o valor para ela será metade do valor recursal cabível. Se for, por ex., o teto de 9 mil, ela depositará 4.500
e assim por diante
B) Empregadores domésticos
C) Microempreendedores individuais
D) Micro empresa
E) Empresa de pequeno porte
§ 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas
em recuperação judicial.
Além disso, a reforma trabalhista isentou do depósito recursal:
a) as entidades filantrópicas – antes elas não tinham isenção
b) os beneficiários da justiça gratuita
c) as empresas em recuperação judicial
OBS.: O TST também dispensa, na súmula 86, a obrigação de depósito recursal para a massa falida.
Súmula 86/TST. Recurso. Deserção. Falência. Massa falida. Depósito prévio das custas e da condenação.
Desnecessidade. Inaplicabilidade, contudo, à empresa em liquidação extrajudicial. CLT, art. 789 e CLT, art. 899. Não
ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou de depósito do valor da condenação. Esse
privilégio, todavia, não se aplica à empresa em liquidação extrajudicial.
Contudo, não dispensa a empresa em liquidação extrajudicial.
§ 11. O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial.
Com a reforma trabalhista, ao invés de depositar em dinheiro, pode-se apresentar fiança bancária ou garantia judicial
que supra / substitua o depósito recursal.
Art. 899, § 7o No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50% (cinquenta por
cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar.
Tem um recurso trabalhista que chama agravo de instrumento, sendo este diferente do processo comum. O agravo de
instrumento também precisa de depósito recursal, contudo, o valor será correspondente a 50% (metade) do depósito
feito no recurso NÃO processado.
OBS.: O depósito recursal será o valor da condenação até o valor limite estabelecido pelo TST. Toda sentença
condenatória em pecúnia tem que fixar um valor da condenação, seja essa sentença líquida ou ilíquida. O valor que tem
que ser fixado na sentença ilíquida é fixado por estimativa, por isso não vincula, não torna obrigatório que na fase da
execução / de cumprimento da sentença, o valor apurado na execução seja o mesmo valor fixado na sentença. O valor
fixado na sentença não vincula a vinculação da sentença, não obrigando a fase de execução. O valor fixado na sentença
ilíquida só tem por finalidade estabelecer o valor das custas processuais e do depósito recursal. O depósito recursal só é
obrigatório quando houver condenação em pecúnia. Se a sentença for terminativa, se for sentença improcedente, não vai
ter cabimento o depósito recursal. Só tem cabimento o depósito recursal para o RECLAMADO. Se o valor do depósito
recursal tem um limite estabelecido pelo TST, uma vez feito o depósito no valor da condenação, para os demais recursos
não terá cabimento outros depósitos recursais. Se for o caso, só será cabível o depósito para complementar até chegar
no valor da condenação. Por outro lado, se não chegar no valor da condenação, para cada novo recurso interposto, tem
que fazer novo depósito recursal.
Se forem vários reclamados (litisconsórcio passivo), o depósito recursal de um deles aproveita os demais reclamados,
EXCETO se quem fez o depósito pretende a sua exclusão da lide.
Ex.: reclamante ajuíza reclamação trabalhista, pedindo verbas trabalhistas mas dizendo que 3 empresas compõe o
mesmo grupo empresarial e, portanto, todas elas têm responsabilidade solidaria para pagar seus direitos trabalhistas.
Uma das 3 empresas contesta e diz que não compõe grupo de empresas com as outras 2, que tem total autonomia
administrativa, não tem vinculação e nem nexo relacional e assim, não tem que estar no polo passivo daquela
reclamação, pedindo a improcedência da ação em relação a ela e consequentemente, a sua exclusão do polo passivo. As
outas 2 empresas só contestaram os pedidos formulados, reconhecendo-se como componentes do grupo econômico. A
sentença foi procedente, dessas 3 empresas, quem faz o depósito recursal? Quem tem interesse para recorrer são as 3.
As 3 fazem o recurso, mas só faz depósito recursal aquela reclamada que alega não fazer parte do grupo e que deve ser
excluída do polo passivo da ação. O recurso dela será processado, o recurso das outras 2 reclamadas não serão
processados por deserção, porque o depósito recursal que foi feito pela empresa não pode ser aproveitado pelas outras
2.
Ex.: quem fez o depósito recursal foi uma das reclamadas que contestou apenas o mérito, então, as outras 2 reclamadas
não precisam fazer o depósito, sendo este aproveitado por todas as demais.
OBS.: O TST entende que se houver insuficiência de depósito recursal, deve ser dado prazo para o depositante
complementar o valor do depósito recursal, sob pena do recurso ser deserto. Se ele não complementar no prazo, aí sim o
recurso estará deserto (o mesmo entendimento vale para as custas). Se complementar no prazo, o recurso seguirá, sendo
recebido e determinado o seu processamento.
Os requisitos de admissibilidade devem ser preenchidos para o recurso ser recebido. O primeiro juízo de admissibilidade
é feito pelo próprio órgão que proferiu a decisão recorrenda. Ex.: se formos recorrer de sentença proferida por vara do
trabalho, é a própria vara do trabalho que irá fazer o primeiro juízo de admissibilidade. Entendendo todos serem
preenchidos, a vara do trabalho determina o processamento, encaminha o recurso para instancia superior para lá ser
julgado. Na instancia superior, haverá um novo juízo de admissibilidade.
Por isso, todo recurso interposto é endereçado e encaminhado para quem preferiu a decisão da qual se recorre. Então
sempre o recuso será apresentado perante o órgão que proferiu a decisão recorrenda. Faltando pressupostos, não
haverá seguimento e o recurso não prossegue para a instância superior. Negado o seguimento, o recurso fica
bloqueado / trancado.
AULA 07/10/2019
FORMA E EFEITO DOS RECURSOS
a) forma – art. 899, caput
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções
previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.
Recursos são feitos por meio de petição simples. Contudo, os recursos de competência do TST, qualquer que seja,
precisam de fundamentação jurídica (não podem ser por simples petição) contrária à decisão da qual se recorre.
Os recursos que não são de competência do TST, podem ser feitos por simples petição, ex.: recurso ordinário e
embargos de declaração.
b) efeito - art. 899, súmula 414
Para a CLT, todos os recursos terão efeito meramente devolutivo, excepcionalmente, poderá ser deferido o efeito
suspensivo (contudo, isso não tem previsão legal).
Conclui-se que, excepcionalmente poderá ser deferido o efeito suspensivo conforme a súmula 414 do TST.
Súmula 414/TST - 22/08/2005. Mandado de segurança. Tutela provisória. Antecipação de tutela (ou liminar) concedida
antes ou na sentença. Hipóteses de cabimento ou não do writ. Lei 1.533/1951, art. 1º. CPC/1973, art. 273. CPC/2015, art.
1.029, § 5º. I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança,
por ser impugnável mediante recurso ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário
mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal
recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC/2015. II – No caso de a
tutela provisória haver sido concedida ou indeferida antes da sentença, cabe mandado de segurança, em face da
inexistência de recurso próprio. III – A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado
de segurança que impugnava a concessão ou o indeferimento da tutela provisória.
A súmula 414 diz que pode-se requerer o efeito suspensivo por petição ou apresentar um requerimento junto ao recurso.
O efeito suspensivo será uma tutela antecipada de emergência ou urgência. Assim, o pedido tem que ser feito em tutela
antecipada para efeito suspensivo. Esse pedido pode ser deferido ou não. A súmula 414 trata do efeito suspensivo no
mandado de segurança, mas se aplica aos demais. Segundo essa súmula, da decisão que liminarmente concede o efeito
suspensivo, não cabe nenhum recurso, porque ela não é terminativa e nem definitiva, mas cabe MS, porque uma
autoridade coatora está desrespeitando o direito líquido e certo previsto no art. 899 da CLT
MAS, antes mesmo do MS ser julgado, se já tiver um acórdão ou uma decisão terminativa ou definitiva ou terminativa,
não será cabível MS para discutir isso, mas sim um recurso. O MS só poderá ser manejado quando não existir nenhum
recurso específico para o recurso, existindo o recurso, não cabe o MS. Assim, são requisitos do MS: a) violação de
direito líquido e certo; b) autoridade coatora; c) não existir recurso específico para o caso.
RECURSO DE OFÍCIO: O recurso de ofício também se aplica no processo do trabalho, nos mesmo termos do processo
comum.
CONTRARRAZÕES - art. 900
Art. 900 - Interposto o recurso, será notificado o recorrido para oferecer as suas razões, em prazo igual ao que tiver tido o
recorrente.
Em regra, toda vez que se interpõe um recurso, o recorrido terá igual prazo para apresentar suas contrarrazões ou
contraminutas. Se o prazo normalmente para recorrer é de 8 dias, para contrarrazoar também é nesse prazo. Mas, o prazo
para contrarrazoar os embargos de declaração serão de 5 dias.
RECUSO ADESIVO – súmula 283
O recurso adesivo também é cabível no processo do trabalho. Contudo, este não está regulamentado na CLT, utilizando-
se para ele os termos previstos no CPC, adequando-se aos prazos da CLT. Assim, o prazo do recurso adesivo será o
mesmo prazo do recurso trabalhista principal.
Então tem-se que ter um recurso principal e esse recurso principal irá aderir ao recurso adesivo. Não existe recurso
adesivo sem que antes tenha tido um recurso principal. O recurso adesivo segue a mesma sorte do principal, se este não
for conhecido, o adesivo também não vai ser. Para o recurso adesivo, todos os pressupostos recursais do recurso principal
precisam ser respeitados. Se quem está recorrendo tivesse que fazer o depósito recursal no recurso principal, também terá
que fazer o depósito no recurso adesivo. Se a responsabilidade de recolher e comprovar o pagamento das custas é de X e
ele quer interpor recurso adesivo, ele terá que comprovar e pagar o pagamento das custas no recurso adesivo. Tudo que se
aplica no recurso principal terá que ser aplicado no recurso adesivo.
A compatibilidade do recurso adesivo no processo do trabalho se encontra na súmula 283 da TST. A súmula 283, ainda,
explica quais recursos trabalhistas são compatíveis com o recurso adesivo. São eles: 1) recurso ordinário; 2) recurso de
revista; 3) recurso de embargos; 4) agravo de petição.
Súmula 283/TST - 22/03/1988. Recurso adesivo. Pertinência no processo do trabalho. Correlação de matérias. CLT, art.
769. CPC/1973, art. 500. Revisão da Súmula 196/TST. O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho, onde
cabe, no prazo de 8 dias, nas hipóteses de interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revista e de
embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte
contrária.
Ex.: Se a sentença for parcialmente procedente, a natureza dessa sentença é definitiva. Valor da condenação é 5 mil
reais. Tem legitimidade para recorrer as 2 partes, porque houve sucumbência recíproca. Reclamado entende que pelo
valor da condenação não compensa recorrer e não apresenta recurso. O reclamante recorreu, interpondo recurso
ordinário dentro do prazo. Preencheu todos os requisitos. Nesse caso, o reclamante NÃO tem que pagar custas, porque
quando parcialmente procedente, o reclamado é que arca integralmente com as custas processuais. O reclamante não
tem que fazer depósito recursal para recorrer, porque ele não foi condenado, e ainda, só cabe depósito recursal para o
RECLAMADO. O recurso foi processado, determinando-se que a parte contrária contrarrazoe o recurso ordinário
interposto no mesmo prazo de 8 dias. O reclamado então apresenta suas contrarrazões, se quiser, porque se não quiser o
recurso irá para o tribunal do mesmo jeito. Mas imagine que o reclamado apresenta suas contrarrazões e além disso ele
quer recorrer na parte que ele foi sucumbente. Nesse caso, o recurso cabível para o reclamado é o recurso adesivo ao
recurso ordinário interposto pelo reclamante. O reclamado terá que pagar e comprovar o pagamento das custas, senão o
seu recurso adesivo estará deserto. Também terá que fazer depósito recursal porque senão seu recurso estará deserto.
Após isso, notifica-se o reclamante para contrarrazoar o recurso adesivo, se quiser. Só depois disso o recurso é remetido
para o TRT julgar.
Antes de sabermos qual o recurso para ser interposto, temos que saber qual o tipo de decisão. A decisão que comporta
recurso é aquela terminativa ou definitiva de mérito.
RECURSOS EM ESPÉCIE – art. 893 da CLT
O art. 893 elenca os recursos do processo do trabalho. A atual redação do art. 893 é de 1949, então ocorreram algumas
mudanças.
Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos:
I - embargos;
II - recurso ordinário;
III - recurso de revista;
IV - agravo.
Muito tempo depois, foi inserido um outro recurso no processo do trabalho, dentro do mesmo capítulo que trata dos
recursos, qual seja, os embargos de declaração ou declaratórios, previstos no art. 897-A. assim, devemos ver os
embargos declaratórios como um recurso trabalhista. Além dos embargos de declaração tem outro recurso que não está
no art. 893, mas que tem cabimento. É o pedido de revisão, com prazo de 48h, prevista na lei 5584/70.
Os recursos de agravo são vários, podendo ser interno, de petição etc.
§ 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento
das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.
§ 2º - A interposição de recurso para o Supremo Tribunal Federal não prejudicará a execução do julgado.
A primeira decisão definitiva ou terminativa proferida numa ação será uma sentença, que poderá ser proferida por uma
vara do trabalho ou pelo TRT atuando em competência originária. Ou seja, a sentença definitiva ou terminativa pode ser
proferida pela vara do trabalho ou pelo TRT, atuando em competência originária. Ex.: sentença em dissídio coletivo =>
sentença normativa; mandado de segurança de competência originária do TRT -> quando julga, profere sentença; TST
quando julga ação rescisória -> profere sentença.
a) Embargos de Declaração – arts. 897-A; súmula 297

Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu
julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido
efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos
pressupostos extrínsecos do recurso.

§ 1o Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.

§ 2o Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em virtude da correção de vício na
decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 3o Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros recursos, por qualquer das partes, salvo
quando intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura.

Numa sentença ou num acórdão proferido ou até numa decisão monocrática de natureza definitiva ou terminativa -> a
primeira coisa a ser analisada é a possibilidade de apresentar embargos de declaração
O primeiro recurso possível contra sentença são os embargos.
Cabimento dos embargos: art. 897-A. OBS.: pode até usar o art. do CPC para complementar, mas o art. da CLT vem
primeiro.
Para a CLT, é cabível embargos declaratórios nos casos de omissão, contradição e manifesto equívoco (erro) na
análise dos pressupostos extrínsecos do recurso. Todos os pressupostos que falamos até agora são extrínsecos do
recurso (legitimidade, interesse, decisão recorrível, adequação).
O primeiro juízo de admissibilidade é quem proferiu a decisão da qual se recorre. ex.: sentença proferida pela vara do
trabalho, será ela que fará o primeiro juízo de admissibilidade. Imagine que quando for se fazer uma análise dos
pressupostos recursais ela se equivoca (erra).
Erro:
Ex.: X interpôs recurso no último dia de prazo, contudo, havia um feriado local e o prazo fora postergado para o dia
seguinte. A parte recorrente juntou informação comprovando o feriado. O primeiro juízo de admissibilidade feito se
equivocou e não viu a declaração acerca do feriado local e considerou intempestivo o recurso, negando seguimento a
ele. Houve um erro na análise dos pressupostos, então cabe embargos de declaração.
Ex.: reclamante requereu assistência judiciária gratuita e a sentença deferiu, mas julgou a ação improcedente. O
reclamante recorreu, interpôs o recurso adequado. Na análise dos pressupostos, o primeiro juízo de admissibilidade
considerou deserto o recurso interposto por falta do pagamento de custas. Houve um erro, porque a própria sentença
reconheceu a assistência judiciária gratuita. Quem tem os benefícios da justiça gratuita está isenta, então, a medida
cabível é a oposição dos embargos de declaração.
Ex.: o reclamado quis recorrer. Ele tinha que fazer o depósito recursal pelo teto, ex. 9.988,24. Ao invés de ele depositar
esse valor, ele deposita 4 mil reais. Pode ser que no primeiro juízo de admissibilidade seja adotado o entendimento de
que isso não é um recolhimento insuficiente, mas sim fraudulento, para conseguir mais prazo para o depósito. E aí pode-
se julgar deserto o recurso. Não se trata de equívoco na análise de pressupostos nesse caso, mas sim uma tese adotada, é
o entendimento adotado pelo, então não cabe embargos de declaração, mas caberá outro recurso.
Contradição => fundamentação é num sentido e o dispositivo é no sentido contrário. Ex.: fundamentação inteira acolhe
a compensação de jornada e chega no dispositivo está escrito “julga procedente a ação para condenar o reclamado
para condenar o reclamado no pagamento das horas extraordinárias constantes na petição inicial”. Contra essa
contradição, cabe embargos.
Omissão => sentença foi procedente, reclamado arguiu prescrição bienal e quinquenal na contestação. O Juiz viu que
não tinha prescrição bienal, mas não se atentou ao pedido de prescrição quinquenal e julgou os pedidos durante 15 anos
do contrato de trabalho. Essa decisão comporta embargos de declaração para sanar a omissão.
Se a decisão precisa ser aclarada e sanada por meio de embargos de declaração e não foi, a matéria está preclusa, não
sendo mais discutida em instância superior. Assim, essa matéria tem que ser arguida na primeira instância por meio dos
embargos de declaração sob pena de preclusão.
Embargos = apresenta ou opõe
Também cabe embargos, nos termos da súmula 297 do TST – embargos declaratórios para efeito de pré-questionamento
da matéria que será renovada / tratada de novo na instância extraordinária.
Súmula 297/TST - 14/04/1989. Recurso de revista. Prequestionamento. Oportunidade. Configuração. Embargos de
declaração. CLT, art. 769, CLT, art. 894 e CLT, art. 896. CPC/1973, art. 535. Súmula 184/TST. 1. Diz-se prequestionada
a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. 2. Incumbe à parte
interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o
pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. 3. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no
recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração.»
Até o TRT -> instância ordinária
TST e STF -> instâncias extraordinárias
Se a sentença é proferida sem tratar de fundamentação dada, sem se atacar / sem se manifestar expressamente sobre a
fundamentação, não cabe embargos declaratórios para fins de prequestionamento da matéria porque ainda está na
instância ordinária. Mas a decisão do TRT, por ex., profere um acórdão sem se manifestar expressamente sobre tese
jurídica, para essa tese jurídica ser discutida na instância extraordinária, ela precisa ter sido prequestionada nas
instâncias inferiores (ordinárias). Se o TRT não se manifestar, caberá embargos de declaração para prequestionar a
matéria. Isso também é do CPC.
Prazo dos embargos: 5 dias
Preparo: NÃO TEM. Os embargos não precisam de preparo, ou seja, o embargante, seja quem for, não precisa pagar
custas processuais e nem fazer depósito recursal.
Competência para julgar os embargos: o próprio juízo que proferiu a decisão embargada.
Ou seja, é uma das exceções em que o recurso não será para o duplo grau de jurisdição, sendo julgado pelo próprio
juízo a quo.
É por isso que os embargos de declaração podem ter 2 efeitos:
1) efeito integrativo na decisão embargada -> só integra, só complementa, só aclara/sana a omissão, para pré-
questionar a matéria e fará parte da decisão embargada, é como se ele complementasse / se fundisse à decisão
embargada, fazendo parte dela. Além desse efeito, os embargos também podem ter efeito modificativo da decisão.
2) efeito modificativo da decisão -> nesse caso, obrigatoriamente, a parte contrária tem que ser notificada para se
manifestar, se quiser, no prazo de 5 dias.se a parte não for notificada, haverá nulidade da decisão dos embargos de
declaração, dos demais atos.
Ex.: Imagine que foi alegada a prescrição bienal e o juiz não se manifestou sobre ela e está clara a existência dessa
prescrição. Aparte prejudicada se manifesta sobre a prescrição, se o juiz acolher a sentença que foi procedente
obrigatoriamente passará a ser improcedente e modificará o julgado, isso poderá ser feito mediante embargos de
declaração. Os embargos de declaração com efeito modificativo, a parte contrária deverá ser notificada para se
manifestar, se quiser, no prazo de 5 dias, sob pena de nulidade.
A apresentação dos embargos de declaração interrompe o prazo para a interposição de outros recursos (para qualquer
das partes). O prazo é devolvido integralmente após a apresentação dos embargos.
O prazo é interrompido, exceto quando os embargos forem intempestivos ou se a representação processual for irregular,
ou ainda, se os embargos declaratórios não forem assinados.
Se estiver tudo correto, interromperá o prazo para os outros recursos.

Art. 897-A, § 1o Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.

Se houver simples erro material da sentença, acórdão decisão (ex.: o número do processo está errado, data,
nome das partes estão errados), nesse caso, não precisa de recurso e nem de embargos, basta requerimento
das partes, podendo, ainda, ser o erro material corrigido de ofício.
Aula 08/10/2019

b) Recurso ordinário – art. 895


Não sendo cabível os embargos, vemos o cabimento de outro recurso.
Da sentença terminativa/definitiva proferida por vara do trabalho: cabe recurso ordinário. Fundamento legal: art. 895,
I.
Da sentença terminativa/definitiva proferida pelo TRT, atuando em competência originária: cabe recurso ordinário.
Fundamento legal: art. 895, II.
Prazo para recurso ordinário: 8 dias
Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior:
I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e
II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no
prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.
Quando o tribunal julga em competência originária dissídio coletivo trabalhista, o nome da decisão é sentença
normativa. O recurso cabível da sentença normativa é o recurso ordinário. Quem vai julgar esse recurso é o TST.
Se é dissídio coletivo trabalhista, quem irá julgar dentro do TST é a SDC (seção de dissídios coletivos).
O TST pode julgar em competência originária MS, ação rescisória, HC e HD
MS de competência do TRT – julga – profere sentença – recurso cabível é o recurso ordinário para o TST – art. 895, II
MS de competência do TST – quem julga é a SDI 2 (OBS.: não entendi se ela falou isso ou se ela disse que o recurso
ordinário proferido contra sentença do TRT que julga MS vai para a SDI 2)
O recurso ordinário faz as vezes da apelação. Por isso, é o recurso mais comum e mais usado no processo do trabalho.
O recurso ordinário será apresentado para quem proferiu a decisão recorrenda. Se for sentença da vara do trabalho, o
recurso ordinário será apresentado para a vara do trabalho que proferiu essa sentença. Chegando na vara do trabalho,
ela irá analisar o recurso ordinário e verificará os pressupostos recursais. 1º juízo de admissibilidade: verifica se tem
regularidade na representação processual, se a decisão é recorrível, se tem interesse do recorrente, se tem legitimidade,
se o recurso é o adequado, se é tempestivo, se for caso de custas -> se foram pagas e comprovado o pagamento, se for
caso de depósito recursal -> foi feito e tem a guia de comprovante do depósito. Presentes todos os pressupostos, a vara
do trabalho irá dar processamento, determinando o seguimento ao recurso e, na sequencia, encaminha notificação para
o recorrido se manifestar, para ele, se quiser, contrarrazoar o recurso ordinário. Apresentadas ou não as contrarrazões
pelo recorrido, o recurso será encaminhado para quem tem competência para julgá-lo. Então, a notificação sobre a
existência do recurso é só para dar oportunidade para o recorrido contrarrazoar. Neste exemplo, quem irá julgar é o
TRT. Chegando no TRT, o recurso é autuado e distribuído para uma das turmas ou para um desembargador relator. Aí
será feito o 2º juízo de admissibilidade -> conhecerá o recurso e dará provimento ou não. Se o recurso não foi
conhecido, é porque falta pressuposto. A decisão que não conhece o recurso é de natureza terminativa.
A mesma coisa acontece quando é o TRT que profere a decisão terminativa ou definitiva em dissídio coletivo ou
individual. O TRT profere a decisão, o recurso ordinário será interposto e endereçado para o próprio TRT que proferiu
essa decisão. O TRT vai fazer o 1º juízo de admissibilidade, faltando pressuposto, ele vai negar o seguimento ao recurso.
Preenchidos todos os pressupostos, ele determina o processamento, notifica a parte contrária para se quiser apresentar
contrarrazões. Vencido o prazo para contrarrazões, ele remete para quem tem competência para julgar. Por isso que,
toda vez que o recurso é apresentado num órgão de jurisdição e a competência para julgar é de outro órgão de
jurisdição, terá a petição de endereçamento, de interposição do recurso. Faz a petição de interposição para o juiz a quo,
para o primeiro juízo de admissibilidade e anexa as razões do recurso. Exceção a isso são os embargos. Os embargos de
declaração são uma exceção ao duplo grau de jurisdição porque quem julga os embargos é o mesmo órgão que proferiu
a decisão embargada (não tendo os embargos, portanto, petição de interposição).
Preparo: TEM. O recurso ordinário tem preparo, podendo ter custas processuais e depósito recursal, a depender do caso
concreto.
Feito o primeiro pagamento das custas processuais, este pressuposto não estará presente em nenhum outro recurso
porque ele já foi satisfeito. Custas processuais recolhe uma vez só na fase de conhecimento. Ou seja, recolhida as custas
para interposição de recurso ordinário, não terá que recolher custas para nenhum outro recurso na fase de
conhecimento.
A CLT traz um dispositivo específico para reclamações trabalhistas que tramitam no rito sumaríssimo no que se refere a
recurso ordinário, qual seja, o art. 895, §2º da CLT
Art. 895, § 2º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para o julgamento dos recursos
ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo.
Se for rito sumaríssimo, assim que o processo chegar no TRT ele já é distribuído para um desembargador relator. O
desembargador relator tem o prazo de 10 dias para olhar o processo, dar o voto dele e já disponibilizar o processo para
sessão de julgamento. Não vai ter parecer do MPT por escrito, este, se quiser se manifestar, tem que ir na audiência de
julgamento e fazer manifestação oral. Não tem desembargador revisor. Tudo isso para ser mais célere a tramitação do
recurso ordinário. Há tribunais que dividem turmas só para julgar os recursos do rito sumaríssimo.
De sentença proferida pelo TRT (inciso II, art. 895) e Vara do Trabalho (inciso I, art. 895) o recurso cabível é o RO.
Ex.: sentença proferida pela vara do trabalho => é interposto o recurso ordinário => no primeiro juízo de admissibilidade
é negado o processamento ao recurso ordinário => da decisão que em primeiro juízo de admissibilidade nega
processamento ao recurso, cabe agravo de instrumento, que está previsto no art. 897, alínea B.
c) Agravo de instrumento – art. 897, b
Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:
a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções;
b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos.
Esse agravo de instrumento é diferente do CPC, sendo somente cabível numa ÚNICA hipótese, qual seja, da decisão ou
do despacho que em primeiro juízo de admissibilidade que nega a interposição do recurso. Dessa decisão que nega,
caberá agravo de instrumento.
Prazo: 8 dias
O agravo de instrumento será endereçado para o juízo a quo, que negou o seguimento do recurso, este fará o primeiro
juízo de admissibilidade e envia para quem tem competência para julgar.
Competência: a competência para julgar o agravo de instrumento é de quem seria competente para julgar o recurso que
teve processamento denegado. Fundamento: art. 897, §4º
Art. 897, § 4º - Na hipótese da alínea b deste artigo, o agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente para
conhecer o recurso cuja interposição foi denegada.
Sentença proferida por V.T. -> recurso cabível é o R.O -> quem julgaria o R.O. seria o TRT -> quem irá julgar o agravo
de instrumento será o TRT, porque ele seria competente para julgar o R.O
Sentença proferida pelo TRT -> recurso cabível é o R.O. -> quem julgaria – se for sentença normativa é o SDC; se for
MS, será o SDI 2. O agravo será julgado pelo TST.
Formação do instrumento –art. 897, §5º: juntar as peças processuais necessárias para que possa ser julgado o agravo
juntamente ao recurso principal que teve processamento denegado. Ex.: procuração, depósito recursal, pagamento de
custas. No processo eletrônico, não tem mais que se formar um instrumento, não se faz mais autos separados para o
agravo de instrumento, porque o processo todo eletronicamente é encaminhado para quem tem competência para julgar.
Art. 897, § 5o Sob pena de não conhecimento, as partes promoverão a formação do instrumento do agravo de modo a
possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do recurso denegado, instruindo a petição de interposição:
I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas
aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, do depósito recursal
referente ao recurso que se pretende destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito recursal a que
se refere o § 7o do art. 899 desta Consolidação;
II - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito controvertida
Esse artigo foi prejudicado pelo advento do processo eletrônico.
Interposto o agravo de instrumento, a parte contrária é notificada para contraminutar o agravo de instrumento. Vencido
o prazo das contraminutas, o agravo é encaminhado para quem tem competência para julgar.
Quando o agravo tiver provimento, na sequência, o recurso principal (recurso que teve o processamento negado) será
julgado – art. 897, §7º
Art. 897, § 7o Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal, observando-se, se for o caso,
daí em diante, o procedimento relativo a esse recurso.
Pode ser que seja dado o provimento ao agravo de instrumento, mas que seja negado provimento ao recurso que teve o
processamento denegado. Prover o agravo de instrumento não significa que irá prover o recurso que teve processamento
denegado. Significa dizer que o primeiro juízo de admissibilidade errou na análise dos pressupostos do recurso
interposto.
Preparo: TEM. O agravo de instrumento tem preparo, limitado ao depósito recursal.
Valor do depósito recursal específico para agravo – art. 899, §7º -> corresponderá a 50% ou metade do valor cabível para
o recurso que teve processamento denegado
Art. 899, § 7o. No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50% (cinquenta por
cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar.
“recurso que se pretende destrancar” => V.T. profere sentença, contra ela é interposto recurso ordinário. Quem irá fazer
o primeiro juízo de admissibilidade é a V.T. quando ela denegada o processamento do recurso, ela tranca o seu
andamento e ele não vai para a instância superior. Para destrancar e fazer com que ele suba para a instância superior,
usa-se o agravo de instrumento.
OBS.: Quando o agravo tem a finalidade de destrancar Recurso de Revista, que se insurge contra decisão de
contrariedade a jurisprudência uniforme do TST, representado em súmulas ou em OJ, não haverá obrigatoriedade de
efetuar o depósito recursal. Ex.: O primeiro juízo de admissibilidade vai verificar os pressupostos do recurso de revista,
entendeu que faltou pressuposto recursal e esse entendimento é contrário a sumula de TST ou OJ. Para destrancar esse
recurso de revista, não precisa fazer, no agravo de instrumento, o depósito recursal.
d) Recurso de Revista – art. 896 e seguintes da CLT
Da sentença proferida pela V.T.. => recurso cabível é o R.O => interposto o recurso, notifica-se o recorrido para
apresentar contrarrazões => após prazo para contrarrazões, o recurso ordinário é encaminhado para quem tem
competência para julgar => chegando no TRT, se não for rito sumaríssimo, o recurso vai ser distribuído para um
desembargador relator e será nomeado um relator revisor => relator faz o voto, o revisor revisa o voto => feito o voto, é
encaminhado para a sessão de julgamento, para a turma / colegiado julgar => o colegiado julga e profere um acórdão.
Contudo, a decisão não precisa ser necessariamente do colegiado, sendo possível que o R.O. seja julgado
monocraticamente. Isso ocorrerá quando a sentença contra a qual se insurge o recorrente for consoante / de acordo com
súmula ou OJ do TST (o relator irá conhecer e negar provimento ao recurso ordinário) ou se a sentença for contrária a
súmula ou OJ (o relator monocraticamente negará provimento ou dará provimento). Assim, haverá acórdão do colegiado
quando a sentença não é nem contrária e de acordo com sumula ou OJ. No caso de acórdão, da decisão proferida, cabe
recurso de revista.
Cabimento do Recurso de Revista: Só cabe R.R. para turma do TST das decisões proferidas em grau de recurso
ordinário em dissídio individual pelos TRT’s.
Assim, só cabe R.R. em dissídio individual. Jamais a SDC julgará recurso de revista.
Só cabe R.R. quando o TRT atua julgando R.O. Ou seja, só cabe RR da decisão do TRT que julga recurso ordinário.
No caso em que a sentença for proferida pelo TRT em competência originária, nunca caberá R.R. Só caberá quando a
sentença for dada pela V.T., porque só nessa hipótese o TRT julgará recurso ordinário.
Prazo: 8 dias (não está na CLT, mas sim no prazo unificado da Lei n.º 5584/70
Endereçamento: para o presidente do TRT que proferiu a decisão (art. 896, §1º)
Art. 896, § 1o O recurso de revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será interposto perante o Presidente do Tribunal
Regional do Trabalho, que, por decisão fundamentada, poderá recebê-lo ou denegá-lo.
Então pode-se ter uma decisão monocrática fundamentada do presidente do TRT que nega processamento ao recurso de
revista ou que dá processamento ao recurso de revista. Isso ocorre no primeiro juízo de admissibilidade.
Preparo: TEM. O recurso de revista tem preparo, qual seja, o depósito recursal. Mas vai depender do caso concreto para
saber se terá ou não o depósito.
Competência para julgar: uma das turmas do TST
Imagine que os pressupostos extrínsecos estão presentes (legitimidade, interesse, capacidade), a decisão é recorrível, a
representação processual está regular, o recurso é o correto (R.R.), foi interposto no prazo de 8 dias e portanto é
tempestivo, não era caso de custas ou se eram, foram recolhidas e comprovas, não era caso de depósito recursal ou era e
ele foi feito no valor correto. MAS para o recurso de revista não é suficiente os pressupostos extrínsecos, para ele
também existe pressupostos intrínsecos, de maneira que se os pressupostos intrínsecos também não forem observados, o
recurso não será processado / não será conhecido.
O art. 896 elenca 3 pressupostos intrínsecos possíveis. Eles não são cumulativos.

Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de
recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando:

a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do
Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem
súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal;

b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou
regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional
prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a;

c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal.

O R.R. tem 3 pressupostos intrínsecos possíveis:


1) Alínea a do art. 896 -> caberá R.R. quando a decisão do TRT que julga R.O. (acórdão) adotar, para o mesmo
dispositivo de lei federal, interpretação diferente/divergente da interpretação dada sobre a mesma matéria por
outro TRT ou pela SDI ou for contrária a súmula do TST ou OJ do TST (entendimento do TST, não está no artigo
acima mencionado), ou ainda, à súmula do STF (OBS.: o artigo fala sobre súmula vinculante).
Assim, o recurso de revista terá cabimento no caso de divergência jurisprudencial, tendo por finalidade unificar essa
divergência. A ideia do recurso de revista é fazer com que a interpretação seja a mesma toda vez que um determinado
dispositivo de lei federal for interpretado. Sendo essa interpretação a mesma em todos os TRT’s e conforme entendimento
já sumulado pelo TST, seja a mesma e conforme súmula do STF.
A divergência não é qualquer, tem que ser uma divergência apta a demonstrar a existência de pensamentos diferentes.
Então, é uma divergência atual e não uma divergência já superada há muito tempo, até por sumula do TST ou STF, até
por posicionamento já unificado pelo TST.
Para embasar, tem que ser um julgado que tem a mesma tese. Tem que demonstrar a divergência colocando um julgado
exatamente sobre a mesma matéria demonstrando entendimento divergente, caso contrário, não há preenchimento dos
requisitos intrínsecos do R.R. O Recurso de revista só é possível então para tratar de matéria jurídica, ou seja, nele só se
discute tese jurídica, sendo vedado o R.R. remexer ou voltar a discutir matéria de fato e de prova. Matéria fática e
probante não são patas para o recurso de revista.
O recurso de revista faz as vezes do recurso especial e tem o mesmo grau de dificuldade para ser processado.
2) Alínea b do art. 896 -> aqui tem-se um dispositivo de lei estadual que foi interpretado de maneira divergente pelo
TRT ou uma convenção coletiva de trabalho ou um acordo coletivo de trabalho ou uma sentença normativa ou
um regulamento interno de empresas. Qualquer um destes, foi dado a eles uma interpretação divergente daquela
foi dada por outro TRT ou da SDI, ou essa decisão afronta súmula / OJ do TST ou súmula do STF. Nesses casos,
será cabível o recurso de revista.
A decisão que for trazida para demonstrar a divergência jurisprudencial tem que ser de outro TRT ou da SDI. Se é uma lei
estadual, como outro TRT apreciou essa lei estadual se não tem incidência sobre a jurisdição dele? é por isso que são
raríssimos os casos. No caso do Estado de são Paulo é mais comum fundamentar o R.R. na alínea “b” do art. 896, porque
aqui existe 2 TRT’S. Então, o TRT da 15ª região pode interpretar a lei estadual de um jeito e o TRT da 2ª região pode
interpretar de outro jeito. Aí sim haverá cabimento para o RR. No caso de convenção coletiva até dá para ser em outros
TRT’s. ex.: a jurisdição da empresa ou local da empresa vai para MG, SP, PR, essa convenção coletiva pode ser
interpretada de maneira diferente por diferentes TRT’s, então dá para se mostrar a divergência de interpretação.
Ex.: uma empresa grande tem um regulamento interno, numa ação ajuizada em Franca foi proferida uma sentença que
validou o regulamento da empresa, fundamentando que o que lá consta precisa ser observado porque é valido. Dessa
sentença, cabe recurso ordinário para o TRT. Interposto o recurso ordinário, a vara do trabalho faz o primeiro juízo de
admissibilidade e diz que o recurso não cumpre pressuposto extrínseco. Da decisão que denega seguimento por falta de
pressuposto cabe agravo de instrumento. O agravo de instrumento tem que ser formulado de maneira tal que quando ele
chega a quem tem competência para julgar o agravo de instrumento (que é o mesmo órgão competente para julgar o
recurso ordinário denegado) tenha condição de julgar tanto o agravo de instrumento quanto o recurso denegado, de modo
que se der provimento ao agravo de instrumento, na sequência, irá julgar o recurso que for denegado. Se não for dado
provimento ao agravo de instrumento, nem será julgado o recurso denegado. Preenchidos os requisitos de
admissibilidade, o recurso é encaminhado para o TRT. O TRT vai julgar o recurso ordinário. Se a sentença é de Franca,
quem julga é o TRT 15. O TRT 15 manteve a sentença proferida, tendo proferido acórdão que conheceu o recurso e deu
provimento ao recurso. Processualmente, de uma decisão proferida pelo TRT em grau de recurso ordinário nesse
exemplo, caberá recurso de revista. Essa também tem um estabelecimento em Passos - Minas Gerais. Esse mesmo
regulamento de empresa foi objeto de uma ação trabalhista. A vara do trabalho de Passos proferiu sentença dizendo que o
regulamento interno daquela empresa não é válido, devendo ser considerado ilegal e não é obrigatório, logo, a empresa
não pode fazer com que os empregados cumpram o seu regulamento interno. Dessa decisão, cabe recurso ordinário, que
será julgado pelo TRT da 3ª região. O TRT 3 julga o mesmo regulamento e mantém a sentença do juiz de Passos,
negando provimento ao recurso ordinário. Então temos 2 decisões diferentes / divergentes de TRT’s diferentes, sobre a
mesma matéria, sobre o mesmo regulamento de empresa. Então, há cabimento para o recurso de revista. Pegamos a
decisão que interessa, trazemos ela para o processo e essa decisão será objeto de cotejo, objeto de comparação para
comprovar a decisão divergente sobre a matéria.
3) Alínea do c do art. 896 => quando a decisão do TRT, julgando recurso ordinário, afrontar/violar literalmente
dispositivo de lei federal ou afrontar direta e literalmente a Constituição Federal. Quando a decisão afrontar
literalmente dispositivo da CF nem precisa trazer outro acórdão para demonstrar isso. O cotejo/comparação não
será na divergência de interpretação, mas sim a texto de lei, seja de lei federal ou da CF. O fundamento do RR
nesse caso será o dispositivo legal que se entende que foi literalmente violado.
OBS.: É possível encontrar casos em que se encaixe o cabimento de RR tanto na alínea A quanto na B. ex.: primeira
instância -> contrato de experiência -> mulher ficou grávida durante o contrato de experiência -> chegando ao fim o
contrato de experiência, o empregador extingue a relação de trabalho -> empregada propõe reclamação trabalhista
pedindo o reconhecimento da estabilidade por ter ficado grávida durante o contrato de experiência -> o juiz julga
improcedente a ação, fundamentando que o contrato de experiência é por prazo determinado e que acaba no prazo
estabelecido, não prevalecendo a estabilidade -> contra essa sentença caberá recurso ordinário -> na segunda instância, o
recurso é conhecido, mas tem provimento negado -> dessa decisão do TRT que negou provimento ao recurso ordinário
cabe recurso de revista, com fundamento no art. 896, alínea “a” da CLT, por afrontar a súmula 244 do TST e desrespeita
o art. 10, inciso II, alínea “b” do ADCT – da CF, então, o fundamento também será no art. 896, “c” da CLT. Assim, o RR
tem que ser processado porque preenche os pressupostos extrínsecos.
Em 2014, foi inserido o §1ª-A no art. 896 e trouxe mais pressupostos intrínsecos para o recurso de revista.
Art. 896, § 1o-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte:
I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de
revista;
II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do
Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a decisão regional;
III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive
mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação
jurisprudencial cuja contrariedade aponte.
IV - transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado por negativa de prestação
jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão
veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e
verificação, de plano, da ocorrência da omissão. (reforma trabalhista)
“o trecho dos embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada” =>
embargos declaratórios para fins de questionamento da matéria que não foi tratada ou que o TRT não quis se manifestar
e netão não prestou tutela jurisdicional, assim, essa decisão é eivada de nulidade e se for isso que está se discutindo no
RR, a parte recorrente tem que transcrever quando se trata disso lá nos embargos de declaração (pedindo para o TRT se
manifestar). Também tem que transcrever o trecho da decisão regional que rejeitou os embargos em relação a esse
pedido.
Não sendo observado esses pressupostos, o RR não será conhecido.
Recurso de revista na fase de execução: só será cabível para tratar de matéria constitucional, ou seja, só caberá se
houver ofensa direta e literal à Constituição Federal (art. 896, §2º)
Art. 896, § 2o Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execução de
sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de
ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal.
Recurso de revista quando a reclamação tramita pelo rito sumaríssimo: se a reclamação tramita pelo rito
sumaríssimo, somente é admitido recurso de revista no caso de contrariedade à súmula do TST ou do STF ou/e violação
direta à Constituição Federal (art. 896, §9º)
Art. 896, § 9o Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por
contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo
Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Federal.
Assim, quando a ação tramitar pelo procedimento sumaríssimo, se houver violação a lei federal, estadual ou à OJ do
TST, não haverá cabimento do RR
Art. 896, 10. Cabe recurso de revista por violação a lei federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa à
Constituição Federal nas execuções fiscais e nas controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão Negativa de
Débitos Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei no 12.440, de 7 de julho de 2011.
Na fase de execução da sentença, se a matéria envolvida / se discussão for sobre certidão negativa de débito trabalhista,
cabe recurso de revista.
Se a matéria na fase execução for certidão negativa de débito trabalhista, aí cabe recurso de revista por violação a lei
federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa à CF.
Nas execuções fiscais controversas sobre certidão negativa de débitos trabalhistas, cabe recurso de revista.
Art. 896, § 11. Quando o recurso tempestivo contiver defeito formal que não se repute grave, o Tribunal Superior do
Trabalho poderá desconsiderar o vício ou mandar saná-lo, julgando o mérito.
Se o recurso de revista for tempestivo, mas houver algum vício formal, esse vício formal pode ser sanado e o TST pode
julgar o mérito. Ex. de vício formal: insuficiência de depósito recursal, procuração, endereçamento equivocado. O vício
formal tem que ser sanável.
§ 14. O relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento, em decisão monocrática, nas hipóteses de
intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco ou
intrínseco de admissibilidade. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Interposto o RR, ele será apresentado no TRT. O TRT faz juízo de admissibilidade, termina o processamento, remetendo
para uma das turmas do TST. Chegando na turma do TST, o recurso é distribuído para um ministro relator. O ministro
relatar vai fazer o segundo juízo de admissibilidade. Aí o relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento
em decisão monocrática quando o recurso for intempestivo, deserto, estiver irregular a representação ou quando houver
ausência de qualquer pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade.
Aula 09/10/2019 (continuação sobre recurso de revista)

Pode haver uma decisão monocrática no 2º juízo de admissibilidade que nega processamento.
Da decisão monocrática proferida no 2º juízo de admissibilidade que nega seguimento ao recurso interposto => NÃO
caberá agravo de instrumento, mas sim agravo interno para a Turma. Isso pode acontecer tanto para o TRT quanto pra
o TST.
Decisão monocrática do segundo juízo de admissibilidade não conhece do recurso => contra sentença proferida na V.T.
foi interposto recurso ordinário, chega no TRT, vai para o desembargador relator, o relator pode monocraticamente não
conhecer do recurso OU pode monocraticamente julgar o recurso, dando provimento ou negando provimento, quando a
sentença for contrária a súmula do TST ou se ela for de acordo com súmula do TST. Da decisão monocrática no recurso
cabe recurso de agravo, mas será o agravo interno. Então da decisão monocrática no segundo juízo de admissibilidade
caberá agravo interno, esse agravo levará a mesma discussão para o colegiado. O colegiado irá ratificar / manter essa
decisão monocrática ou até reforma-la. Quando se fala de recurso de revista, fala-se da decisão do colegiado ou da
decisão que não conhece o recurso, porque essa decisão não precisa ir para o colegiado. O segundo juízo de
admissibilidade é feito pelo relator, então quando se fala em recurso de revista, estamos falando da decisão do colegiado.
Se for uma decisão monocrática que negou provimento ou deu provimento, não será cabível o recurso de revista, mas sim
recurso de agravo interno.
A diferença entre o agravo interno e o agravo de instrumento é que o agravo de instrumento é cabível da decisão em
primeiro juízo de admissibilidade e o agravo interno é cabível da decisão em segundo juízo de admissibilidade.
Só caberá agravo de instrumento quando for no primeiro juízo de admissibilidade. No segundo juízo, na decisão
monocrática, já não cabe mais agravo de instrumento, mas sim agravo interno.
No recurso de revista, o relator pode negar o processamento ao RR se a decisão estiver de acordo com súmula do TST ou
súmula vinculante do STF, e o próprio art. 896, §14 fala que dessa decisão cabe agravo interno para a turma do TST
(colegiado), que tem prazo de 8 dias. Agravo interno não tem preparo (nem custas e nem depósito recursal).
quando não conhece o recurso => recurso de revista
quando nega ou dá provimento monocraticamente no TRT => agravo interno, porque é uma decisão proferida pelo TRT
sobre recurso ordinário. Isso não tem previsão legal.
Por outro lado, no recurso de revista, tem previsão legal está no art. 896, §12.
Art. 896, § 12. Da decisão denegatória caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias.
Ou seja, da decisão DENEGATÓRIA de RECURSO DE REVISTA cabe AGRAVO INTERNO no prazo de 8 dias
Art. 896, § 14. O relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento, em decisão monocrática, nas hipóteses de
intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco ou
intrínseco de admissibilidade.
Ou seja, faltando pressupostos extrínsecos ou intrínsecos de admissibilidade, o relator pode denegar seguimento ao
recurso de revista monocraticamente. Dessa decisão, cabe agravo interno, que será julgado pela turma.
O recurso de revista para ser processado tem outro pressuposto intrínseco, qual seja, o requisito da transcendência. O
art. 896-A explica quando o RR terá transcendência. Esse artigo foi regulamentado pela reforma trabalhista.
Transcendência (pressuposto intrínseco): o recurso de revista só será recebido se houver transcendência da matéria.
Essa transcendência da matéria pode ser de natureza econômica, política, social ou ainda, jurídica (ou todas elas juntas).
Transcendência significa que essa matéria extrapola o interesse das partes litigantes e afeta um todo maior, transcendendo
o interesse individual. Se faltar a transcendência, haverá denegação do recurso de revista.
Art.896-A - O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece
transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica.
§ 1o São indicadores de transcendência, entre outros:
I - econômica, o elevado valor da causa;
Ou seja, na transcendência econômica, o indicador é o elevado valor da causa, e assim sucessivamente ocorre com os
demais incisos.
II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou
do Supremo Tribunal Federal;
Quando a instância inferior não respeita a jurisprudência do TST haverá uma transcendência política
III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social constitucionalmente assegurado;
A transcendência social tem como um dos indicadores o pedido formulado pelo reclamante-recorrente. Quando o
reclamante-recorrente pede um direito social, a ação tem transcendência social.
IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista.
O indicador de transcendência jurídica está na existência de questão nova a ser e a pedir uma nova interpretação do
TST.
Além de regulamentar os indicadores da transcendência, a reforma trabalhista regulamenta outros aspectos que
confirma o que estava anteriormente em vigor. Ex.: relator poderá monocraticamente denegar recurso de revista por
não ter sido demonstrada a transcendência -> essa denegação é em razão da falta de pressuposto intrínseco do recurso
de revista. Dessa decisão, caberá agravo interno para o colegiado (art. 896-A, § 2o Poderá o relator, monocraticamente,
denegar seguimento ao recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão para o
colegiado.)
Recorrente fez o agravo interno, porque acha que sua matéria tem transcendência, ele entende que a decisão que
denegou seu recurso pela falta de transcendência está equivocada e faz o agravo interno para o colegiado / turma
julgar, na sessão de julgamento, ele poderá fazer sustentação oral no prazo de 5 minutos. (art. 896-A, § 3o Em relação
ao recurso que o relator considerou não ter transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre a questão
da transcendência, durante cinco minutos em sessão)
Quando o colegiado julgar, se ele mantiver a decisão monocrática que entendeu não ter transcendência, esta decisão do
colegiado será irrecorrível no âmbito do tribunal / para a mesma corte. Ou seja, não caberá mais recurso para o TST.
Mas, tratando-se de questão constitucional, pode recorrer para o STF. (art. 896-A, § 4o Mantido o voto do relator quanto
à não transcendência do recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que constituirá decisão irrecorrível no
âmbito do tribunal).
Ainda, de acordo com a reforma trabalhista, também é irrecorrível a decisão monocrática do relator quando aprecia
pressuposto de transcendência no agravo de instrumento em recurso de revista. Ex.: foi interposto um recurso de revista,
o primeiro juízo de admissibilidade é no TRT e nele se nega o processamento. O recurso cabível contra essa decisão é o
agravo de instrumento. Vai chegar o agravo de instrumento e o recurso de revista no TST. No TST, o relator vai julgar se
o agravo de instrumento tem transcendência, porque trata-se de recurso em âmbito do TST. Se monocraticamente o
relator entender que o agravo de instrumento não tem transcendência, essa decisão é irrecorrível, não cabendo contra
ela agravo interno para a turma. (Art. 896-A, § 5o É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de
instrumento em recurso de revista, considerar ausente a transcendência da matéria)
No 1º juízo de admissibilidade lá no TRT, o presidente do TRT não aprecia transcendência, ele aprecia os demais
pressupostos extrínsecos ou intrínsecos. Só o TST, no 2º juízo de admissibilidade, é que analisará a transcendência. (art.
896-A, § 6o O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Presidência dos Tribunais Regionais do
Trabalho limita-se à análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não abrangendo o critério da
transcendência das questões nele veiculadas)
Art. 896-B. Aplicam-se ao recurso de revista, no que couber, as normas da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código
de Processo Civil), relativas ao julgamento dos recursos extraordinário e especial repetitivos.
Esse artigo nos remete ao CPC. No caso de recurso de revista, no que for compatível, o CPC pode ser usado em relação
aos recursos extraordinário, especial e repetitivos. O CPC é, portanto, fonte subsidiária para o recurso de revista.
Art. 896-C. Quando houver multiplicidade de recursos de revista fundados em idêntica questão de direito, a questão
poderá ser afetada à Seção Especializada em Dissídios Individuais ou ao Tribunal Pleno, por decisão da maioria simples
de seus membros, mediante requerimento de um dos Ministros que compõem a Seção Especializada, considerando a
relevância da matéria ou a existência de entendimentos divergentes entre os Ministros dessa Seção ou das Turmas do
Tribunal.
O art. 896-C aplica uma regra do CPC, mas a trouxe para dentro da CLT. A regra de recurso repetitivo fala da afetação
do recurso. Quando uma mesma matéria é tratada em vários recursos, essa matéria ou esse recurso pode ser afetado, ou
para a SDI ou para o pleno do TST e o pleno irá proferir uma decisão que irá alcançar todos os recursos afetados pelo
pleno ou pela SDI, seguindo as mesmas regras do CPC.
É importante ler os demais parágrafos do art. 896-C
O importante de guardar desse artigo é a hipótese de afetação em caso de recurso repetitivo. Essa afetação será feita ou
para a SDI ou para o pleno do TST (e não para o STJ)
Art. 896-C:
§ 1o O Presidente da Turma ou da Seção Especializada, por indicação dos relatores, afetará um ou mais recursos
representativos da controvérsia para julgamento pela Seção Especializada em Dissídios Individuais ou pelo Tribunal
Pleno, sob o rito dos recursos repetitivos.
§ 2o O Presidente da Turma ou da Seção Especializada que afetar processo para julgamento sob o rito dos recursos
repetitivos deverá expedir comunicação aos demais Presidentes de Turma ou de Seção Especializada, que poderão afetar
outros processos sobre a questão para julgamento conjunto, a fim de conferir ao órgão julgador visão global da questão.
§ 3o O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho oficiará os Presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalho para que
suspendam os recursos interpostos em casos idênticos aos afetados como recursos repetitivos, até o pronunciamento
definitivo do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 4o Caberá ao Presidente do Tribunal de origem admitir um ou mais recursos representativos da controvérsia, os quais
serão encaminhados ao Tribunal Superior do Trabalho, ficando suspensos os demais recursos de revista até o
pronunciamento definitivo do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 5o O relator no Tribunal Superior do Trabalho poderá determinar a suspensão dos recursos de revista ou de embargos
que tenham como objeto controvérsia idêntica à do recurso afetado como repetitivo.
§ 6o O recurso repetitivo será distribuído a um dos Ministros membros da Seção Especializada ou do Tribunal Pleno e a
um Ministro revisor.
§ 7o O relator poderá solicitar, aos Tribunais Regionais do Trabalho, informações a respeito da controvérsia, a serem
prestadas no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 8o O relator poderá admitir manifestação de pessoa, órgão ou entidade com interesse na controvérsia, inclusive como
assistente simples, na forma da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
§ 9o Recebidas as informações e, se for o caso, após cumprido o disposto no § 7 o deste artigo, terá vista o Ministério
Público pelo prazo de 15 (quinze) dias.
§ 10. Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos demais Ministros, o processo será
incluído em pauta na Seção Especializada ou no Tribunal Pleno, devendo ser julgado com preferência sobre os demais
feitos.
§ 11. Publicado o acórdão do Tribunal Superior do Trabalho, os recursos de revista sobrestados na origem:
I - terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a orientação a respeito da matéria no
Tribunal Superior do Trabalho; ou
II - serão novamente examinados pelo Tribunal de origem na hipótese de o acórdão recorrido divergir da orientação do
Tribunal Superior do Trabalho a respeito da matéria.
§ 12. Na hipótese prevista no inciso II do § 11 deste artigo, mantida a decisão divergente pelo Tribunal de origem, far-se-
á o exame de admissibilidade do recurso de revista.
§ 13. Caso a questão afetada e julgada sob o rito dos recursos repetitivos também contenha questão constitucional, a
decisão proferida pelo Tribunal Pleno não obstará o conhecimento de eventuais recursos extraordinários sobre a questão
constitucional.
§ 14. Aos recursos extraordinários interpostos perante o Tribunal Superior do Trabalho será aplicado o procedimento
previsto no art. 543-B da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), cabendo ao Presidente do
Tribunal Superior do Trabalho selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-los ao
Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da Corte, na forma do § 1o do art. 543-
B da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
§ 15. O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho poderá oficiar os Tribunais Regionais do Trabalho e os Presidentes
das Turmas e da Seção Especializada do Tribunal para que suspendam os processos idênticos aos selecionados como
recursos representativos da controvérsia e encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, até o seu pronunciamento
definitivo.
§ 16. A decisão firmada em recurso repetitivo não será aplicada aos casos em que se demonstrar que a situação de fato ou
de direito é distinta das presentes no processo julgado sob o rito dos recursos repetitivos.
§ 17. Caberá revisão da decisão firmada em julgamento de recursos repetitivos quando se alterar a situação econômica,
social ou jurídica, caso em que será respeitada a segurança jurídica das relações firmadas sob a égide da decisão anterior,
podendo o Tribunal Superior do Trabalho modular os efeitos da decisão que a tenha alterado.
Imagine que foi interposto o recurso de revista e que no primeiro juízo de admissibilidade entendeu-se que foram
preenchidos todos os pressupostos e determinou-se o processamento. Na sequência, notifica o recorrido para que, se
quiser, apresente contrarrazões. Vencido o prazo para contrarrazões, o recurso de revista é remetido para quem tem
competência para julgar – TST. Chegando no TST, é distribuído para uma das turmas do TST e para um ministro
relator. O ministro relator vai apreciar os pressupostos e a transcendência no segundo juízo de admissibilidade. O
ministro relator entendeu que foram preenchidos todos os pressupostos, então a turma vai julgar o recurso de revista.
Julgado o recurso de revista, dessa decisão caberá recurso de embargos.
** Da decisão que julga o recurso de revista, cabe o recurso de embargos.
Contra sentença de vara do trabalho => cabe R.O.
Contra decisão que julga o R.O => cabe R.R.
Contra decisão que julga R.R. => cabe recurso de embargos
Contra decisão que julga recurso de embargos => cabe recurso extraordinário. Com o recurso de embargos, esgota-se
todos os recursos na área trabalhista.
Recurso de Embargos no TST – art. 894
Prazo: 8 dias
a) Embargos de divergência – art. 894, II
Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias:
II - das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios
Individuais, ou contrárias a súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou súmula
vinculante do Supremo Tribunal Federal.
As turmas só julgam recurso de revista. Nessa hipótese de cabimento, só haverá cabimento para o recurso de embargos
se tiver divergência jurisprudencial. O que muda é a fonte da divergência, a divergência agora não está mais em TRT,
mas sim entre as turmas do TST. Ex.: cada turma decidiu de um jeito sobre a mesma matéria; uma turma profere decisão
que diverge de decisão proferida pela SDI, então há divergência jurisprudencial; a primeira turma profere decisão
contrária a sumula / OJ do TST ou contrária a súmula vinculante do STF, então cabe recurso de embargos.
Esses embargos são conhecidos pela doutrina como embargos de divergência, para demonstrar que se referem a
divergência jurisprudencial.
Outra hipótese de cabimento desses embargos é no caso do inciso I, do art. 894
b) Embargos de divergência – art. 894, I
Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias:
I - de decisão não unânime de julgamento que:
a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos
Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho,
nos casos previstos em lei;
Também cabe recurso de embargos de decisão NÃO UNÂNIME, em dissídio coletivo, proferida pelo TST. Se a decisão
for UNÂNIME, não caberá recurso de embargos. Se a decisão for não unânime, proferida pelo TST em dissídio coletivo,
dissídio coletivo está dentro na SDC. Então, estamos falando de um julgamento da SDC e não em turma, porque turma
só julga dissídio individual. A SDC proferiu uma decisão em dissídio coletivo que homologa conciliação, que julga, que
estende os efeitos de uma sentença normativa, enfim, sendo a decisão não unânime, caberá recurso de embargos. Esse
recurso é chamado de embargos infringentes.
Nos embargos de divergência e infringentes o prazo é o mesmo, qual seja, 8 dias.
No caso de embargos de divergência tem preparo. No caso de embargos, especificadamente nos embargos de
divergência, tem preparo. Temos que ver então se será caso de custas processuais e/ou de depósito recursal.
Normalmente, será caso de depósito recursal.
Nos embargos de divergência, quem julga é a SDI 1. Será interposto perante turma do TST que proferiu decisão da qual
se recorre, a turma vai fazer o primeiro juízo de admissibilidade e determinará o processamento, envia para o SDI 1 e
vai julgar. E se no primeiro juízo de admissibilidade a turma negar seguimento, denegando processamento, nesse caso,
se for interposto recurso de embargos e for a ele negado seguimento no primeiro juízo de admissibilidade, o recurso
cabível contra essa decisão será o agravo regimental. Somente nesse caso cabe agravo regimental.
Interposto recurso de embargos – primeiro juízo de admissibilidade negou processamento – dessa decisão que nega
processamento cabe recurso de agravo regimental. É agravo regimental somente aqui porque o recurso de embargos é
um recurso interno, que anda dentro do TST e então ele segue o regimento interno do TST. Esse agravo regimental não
tem preparo e o prazo também é de 8 dias. O agravo interno é remetido para a turma / colegiado julgar; o agravo
regimental faz as vezes do agravo de instrumento, sendo usado para destrancar o recurso e remetê-lo para a SDI 1
julgar.
Pergunta: o agravo regimental é tanto para os embargos infringentes quanto para os embargos de divergência? Não,
porque não se tem como fazer o agravo regimental do jeito explicado acima nos embargos infringentes, porque nestes o
juízo de admissibilidade não é na turma e só vai pra turma quando o dissídio é individual. Se o dissídio é coletivo, cabe
recurso de embargos, também se faz o agravo regimental, mas aí ele irá para a SDC. Então cabe agravo regimental no
dissídio coletivo, mas muda algumas coisas, por ex., muda quem vai julgar, no caso, a SDC irá julgar. Também nesse
caso não tem preparo e o prazo é o mesmo.
Imagine que o recurso de embargos foi julgado e foram mantidas as decisões. A parte sucumbente ainda não está
satisfeita. Da decisão que julga recurso de embargos cabe agravo de instrumento (art. 894, § 4o Da decisão denegatória
dos embargos caberá agravo, no prazo de 8 dias)
Art. 894, § 2o A divergência apta a ensejar os embargos deve ser atual, não se considerando tal a ultrapassada por súmula
do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do
Tribunal Superior do Trabalho.
Art. 894, § 3o O Ministro Relator denegará seguimento aos embargos:
I - se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho ou do
Supremo Tribunal Federal, ou com iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, cumprindo-
lhe indicá-la;
II - nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência de qualquer outro
pressuposto extrínseco de admissibilidade.
Aula 21/10/2019
EXECUÇÃO
1 – INTRODUÇÃO
a) Sentenças sujeitas à execução
b) Norma aplicável – CLT, lei n.º 5.584/70; lei n.º 6.830/80; CPC
2 – TÍTULO EXECUTIVO – art. 876
3 – EXECUÇÃO PROVISÓRIA
4 – COMPETÊNCIA – art. 877 a 877-A
5 – LEGITIMIDADE – art. 878
Aula 22/10/2019
6 – LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA – art. 879
7 – MANDADO DE CITAÇÃO E PENHORA – art. 880
8 – PENHORA
9 – EMBARGOS À EXECUÇÃO – art. 884
10 - EMBARGOS DE TERCEIRO – SÚMULA 419
11 - HASTA PÚBLICA
12 - AGRAVO DE PETIÇÃO – art. 897, a
Aula 23/10/2019
EMBARGOS À EXECUÇÃO
EMBARGOS DE TERCEIRO – SÚMULA 419
HASTA PÚBLICA

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