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Monitoria de Direito

Processual Civil IV
Retomando conceitos de Direito
Processual Civil II
Forma, tempo e lugar dos atos processuais

LUGAR
Art. 217. Os atos processuais
TEMPO realizar-se-ão ordinariamente
Art. 212. Os atos processuais na sede do juízo, ou,
FORMA serão realizados em dias excepcionalmente, em outro
Art. 188. Os atos e os termos úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) lugar em razão de deferência,
processuais independem de horas. de interesse da justiça, da
forma determinada, salvo natureza do ato ou de
quando a lei expressamente a Art. 213. A prática eletrônica obstáculo arguido pelo
exigir, considerando-se de ato processual pode interessado e acolhido pelo
válidos os que, realizados de ocorrer em qualquer horário juiz.
outro modo, lhe preencham a até as 24 (vinte e quatro)
finalidade essencial. horas do último dia do prazo.
CONTAGEM DE PRAZOS
COMO CALCULÁ-LOS?

TERMO INICIAL E
CONCEITO PRECLUSÃO PRAZO EM DOBRO
TERMO FINAL

"Prazo é o espaço de tempo Todo prazo é delimitado por Art. 223. Decorrido o prazo, Ministério Público (art. 180)
em que o ato processual da dois termos: o inicial (dies a extingue-se o direito de Advocacia Pública (art. 183)
parte pode ser validamente quo) e o final (dies ad quem). praticar ou de emendar o Defensoria Pública (art. 186)
praticado." Pelo primeiro, nasce a ato processual, Litisconsortes que tiverem
faculdade de a parte independentemente de diferentes procuradores, de
Art. 218. Os atos processuais promover o ato; pelo declaração judicial, ficando escritórios de advocacia
serão realizados nos prazos segundo, extingue-se a assegurado, porém, à parte distintos, desde que os autos
prescritos em lei. faculdade, tenha ou não sido provar que não o realizou sejam físicos (art. 229).
levado a efeito o ato. por justa causa.
CONTAGEM DE PRAZOS
COMO CALCULÁ-LOS?

DISPONIBILIZAÇÃO
CÔMPUTO EM RECESSO DIA DO COMEÇO E
VS. PUBLICAÇÃO NO
DIAS ÚTEIS FORENSE DIA DO VENCIMENTO
DJE

Art. 219. Na contagem de prazo Art. 220. Suspende-se o curso Art. 224. Salvo disposição em Art. 224, § 2º Considera-se como
em dias, estabelecido por lei ou do prazo processual nos dias contrário, os prazos serão contados data de publicação o primeiro
pelo juiz, computar-se-ão compreendidos entre 20 de excluindo o dia do começo e dia útil seguinte ao da
somente os dias úteis. dezembro e 20 de janeiro, incluindo o dia do vencimento. disponibilização da informação
inclusive. § 1º Os dias do começo e do no Diário da Justiça eletrônico.
Excluem-se vencimento do prazo serão § 3º A contagem do prazo terá
sábados, protraídos para o primeiro dia útil início no primeiro dia útil que
domingos e seguinte, se coincidirem com dia seguir ao da publicação.
feriados. em que o expediente forense for
encerrado antes ou iniciado depois
da hora normal ou houver
indisponibilidade da comunicação
eletrônica.
CALCULANDO
PRAZOS ELETRÔNICOS No PJe, os atos de comunicação (citações, intimações,

(LEI 11.419/2006) notificações, etc.) são realizados por diversos meios, tais como
oficial de justiça, correios, edital e intimação via sistema na
forma da Lei n.º 11.419/2006.

Particularidade = prazo de sistema, que consiste em um prazo


de 10 dias corridos para que o usuário externo tome ciência da
comunicação eletrônica e posteriormente iniciar a contagem do
prazo processual.

O representante processual poderá tomar ciência até o 10º dia


corrido após a expedição da comunicação eletrônica, e, caso
não tome ciência, no 10º dia às 23:59:59 o sistema tomará
ciência para o representante processual, e, desta forma, a
ciência será considerada presumida.

No próximo dia útil subsequente iniciará a contagem do prazo


processual, prazo este que está informado no expediente de
comunicação e essa contagem será em dias úteis.

Nesses casos, fica dispensada a publicação no Diário Eletrônico


Judicial (DJe) dessas comunicações.
CALCULANDO PRAZOS
ELETRÔNICOS
Considere a situação hipotética
em que um advogado é intimado
eletronicamente via PJE no dia
15/03 acerca de sentença
proferida no processo em que é
procurador.

15/03/2023 25/03/2023 27/03/2023 19/04/2023

Intimação via PJE Transcorridos 10 dias Termo inicial da contagem Termo final do prazo
corridos = leitura do prazo processual para
automática interposião de recurso de
apelação
NULIDADES PROCESSUAIS
NULIDADES A nulidade é uma sanção que incide sobre a declaração de
vontade contrária a algum preceito do direito positivo.

PROCESSUAIS Quando a ilegalidade atinge a tutela de interesses de ordem


pública, ocorre nulidade absoluta, que ao juiz cumpre decretar
de ofício, quando conhecer do ato processual viciado. Sempre,
(ARTS. 276 A porém, que a ilegalidade tiver repercussão sobre interesse apenas
privado da parte, o que ocorre é a nulidade relativa.
283 DO CPC) A nulidade pode atingir toda a relação processual ou apenas um
determinado ato do procedimento. Nesse último caso, a nulidade
de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam
independentes.

PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS


Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz
considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar
a finalidade.

PRINCÍPIO DO PREJUÍZO
Não poderá ser declarada a invalidade de ato processual quando
este não tiver causado prejuízo às partes (art. 282 § 1º CPC).
EXEMPLOS DE NULIDADES
NULIDADES Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de
nulidade
PROCESSUAIS Art. 146 - § 7° O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se
praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de
(ARTS. 276 A suspeição.
Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público

283 DO CPC) não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir.
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da
pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou
em objeto diverso do que lhe foi demandado.

SANATÓRIA GERAL
A coisa julgada faz desaparecer todos os vícios que tenham se
formado ao longo do processo Contudo, após a coisa julgada,
pode surgir uma nova espécie de invalidade, que seria extrínseco
ao processo, que causa a rescindibilidade da decisão, como
previsto no art. 966 do CPC (ação rescisória). No que se
considerou ser vício tão grave, que se deveria permitir a rescisão
da sentença ainda que esta já tenha transitado em julgado.
TUTELA PROVISÓRIA
REQUISITOS E MODALIDADES

TUTELA DE URGÊNCIA TUTELA DE EVIDÊNCIA


As tutelas de urgência têm em comum a meta de Tem como objetivo não propriamente afastar o risco
combater os riscos de injustiça ou de dano, derivados de um dano econômico ou jurídico, mas, sim, o de
da espera, sempre longa, pelo desate final do conflito combater a injustiça suportada pela parte que,
submetido à solução judicial. mesmo tendo a evidência de seu direito material, se
Para que o juiz possa concedê-la, é exigida a presença vê sujeita a privar-se da respectiva usufruição, diante
de dois requisitos: a probabilidade do direito (fumus da resistência abusiva do adversário.
boni iuris) e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo (periculum in mora)

As tutelas de urgência, por sua vez, podem ser subdivididas em cautelares, quando a
medida é assecuratória (geralmente conservativa) para que se possa alcançar o provimento
final no processo e satisfativas, quando a medida antecipa para o requerente o usufruto
que teria sobre o bem ou direito caso saísse vitorioso ao final da demanda
TUTELA
PROVISÓRIA
PROCEDIMENTOS
O art. 294, parágrafo único, do CPC,
dispõe que a tutela provisória, de natureza
cautelar ou satisfativa, pode ser concedida
em caráter antecedente ou incidental:
INCIDENTAL: quando a medida é
requerida concomitante ou após
deduzido o pedido principal.
ANTECEDENTE: quando a medida (seja
ela cautelar ou satisfativa) antecede ao
pedido principal.

OBS.: Lembrar que a estabilização dos efeitos da tutela antecipada em caráter antecedente
concedida nos termos do art. 303 do CPC não faz coisa julgada (art. 304, § 6º, do CPC)
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO
ART. 332 DO CPC

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de
decadência ou de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241 .
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não
houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.
Retomando conceitos de Direito
Processual Civil III
RECURSOS
CONCEITO E PRINCÍPIOS

1. Duplo grau de jurisdição: embora exista, não é um principio constitucional e sim da estrutura do processo. A lógica
principal do nosso sistema é que a decisão proferida por uma instância gera a possibilidade de ser revista em
instância superior através do sistema de recurso.
2. Dialeticidade: As razões recursais devem impugnar as razoes de fato e direito que ancoram a decisão que visa-se
revisar. Todos os argumentos relevantes e suficientes para manter a decisão devem ser impugnados.
3. Voluntariedade: precisa de iniciativa da parte, por isso remessa necessária não é recurso.
4. Vedação de Reformatio in Pejus: Recorre-se para melhorar a situação, não piorar.
5. Taxatividade: todos os recursos são previstos em lei, não existindo recurso fora da lei.
6. Singularidade: cada recurso se presta à impugnação a um tipo de decisão. Cada uma das decisões judiciais vai ser
impugnável por uma espécie recursal.
7. Fungibilidade: Caso interponha o recurso errado a decisão que visa-se impugnar, houve falta de correspondência no
primeiro passo. Logo, o princípio da fungibilidade permite a recepção do recurso errôneo como se o certo fosse,
porém, deve haver alguns requisitos: (i) não haver erro grosseiro; (ii) dúvida objetiva; (iii) observância do prazo.
8. Consumação: o principio da consumação liga-se aos dois anteriores porque liga-se a preclusão consumativa. Se usa-
se um recurso de forma ruim, não pode-se recorrer a outro recurso para corrigir. Ocorre a preclusão consumativa.
RECURSOS
EFEITOS
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
ADMISSIBILIDADE E
CABIMENTO

Os embargos podem ser


propostos em cinco dias
após a publicação,
devendo o juiz julgá-los
em igual prazo. Não estão
sujeitos a preparo, nem
possuem efeito suspensivo,
mas interrompem o prazo
de interposição de outros
recursos cabíveis (arts.
1.023 e 1.026).
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
EMBARGOS E MULTA
Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito
suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de
recurso.
§ 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá
ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a
probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a
fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil
reparação.
§ 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de
declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada,
condenará o embargante a pagar ao embargado multa não
excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da
causa.
§ 3º Na reiteração de embargos de declaração
manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez
por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição
de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio
do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do
beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao
final.
§ 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se
os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados
protelatórios.
AGRAVO DE INSTRUMENTO
ADMISSIBILIDADE E CABIMENTO
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de
liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário

TAXATIVIDADE MITIGADA: Urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão


no recurso de apelação (Tema Repetitivo 988 STJ)
Art. 1.013. A apelação
devolverá ao tribunal o
APELAÇÃO conhecimento da matéria
impugnada. (efeito devolutivo
em extensão)
§ 1º Serão, porém, objeto de
apreciação e julgamento pelo
tribunal todas as questões
suscitadas e discutidas no
processo, ainda que não
tenham sido solucionadas,
desde que relativas ao
capítulo impugnado. (efeito
devolutivo em profundidade)
§ 2º Quando o pedido ou a
defesa tiver mais de um
fundamento e o juiz acolher
apenas um deles, a apelação
devolverá ao tribunal o
conhecimento dos demais.
(efeito devolutivo em
profundidade)
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a
sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.
§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a
sentença.
§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado por requerimento
dirigido ao:
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator
designado para seu exame prevento para julgá-la;
II - relator, se já distribuída a apelação.
§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a
probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de
difícil reparação.
AGRAVO INTERNO
AGRAVO INTERNO
ART. 1.021. CONTRA DECISÃO PROFERIDA PELO RELATOR CABERÁ AGRAVO INTERNO PARA O RESPECTIVO ÓRGÃO COLEGIADO,
OBSERVADAS, QUANTO AO PROCESSAMENTO, AS REGRAS DO REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL.

§ 1º NA PETIÇÃO DE AGRAVO INTERNO, O RECORRENTE IMPUGNARÁ ESPECIFICADAMENTE OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO


AGRAVADA.

§ 2º O AGRAVO SERÁ DIRIGIDO AO RELATOR, QUE INTIMARÁ O AGRAVADO PARA MANIFESTAR-SE SOBRE O RECURSO NO PRAZO
DE 15 (QUINZE) DIAS, AO FINAL DO QUAL, NÃO HAVENDO RETRATAÇÃO, O RELATOR LEVÁ-LO-Á A JULGAMENTO PELO ÓRGÃO
COLEGIADO, COM INCLUSÃO EM PAUTA.

§ 3º É VEDADO AO RELATOR LIMITAR-SE À REPRODUÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA PARA JULGAR
IMPROCEDENTE O AGRAVO INTERNO.

§ 4º QUANDO O AGRAVO INTERNO FOR DECLARADO MANIFESTAMENTE INADMISSÍVEL OU IMPROCEDENTE EM VOTAÇÃO UNÂNIME,
O ÓRGÃO COLEGIADO, EM DECISÃO FUNDAMENTADA, CONDENARÁ O AGRAVANTE A PAGAR AO AGRAVADO MULTA FIXADA
ENTRE UM E CINCO POR CENTO DO VALOR ATUALIZADO DA CAUSA.

§ 5º A INTERPOSIÇÃO DE QUALQUER OUTRO RECURSO ESTÁ CONDICIONADA AO DEPÓSITO PRÉVIO DO VALOR DA MULTA
PREVISTA NO § 4º, À EXCEÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA E DO BENEFICIÁRIO DE GRATUIDADE DA JUSTIÇA, QUE FARÃO O
PAGAMENTO AO FINAL.
RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido
será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo
o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal
recorrido, que deverá:
RECURSO ESPECIAL
I – negar seguimento:
a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo
Tribunal Federal não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a
recurso extraordinário interposto contra acórdão que esteja em conformidade
com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de
repercussão geral;
b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão
que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no
regime de julgamento de recursos repetitivos;
II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de
retratação, se o acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso,
nos regimes de repercussão geral ou de recursos repetitivos;
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda
não decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de
Justiça, conforme se trate de matéria constitucional ou infraconstitucional;
IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou
infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 1.036;
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo
Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que:
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou
de julgamento de recursos repetitivos;
b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação.
§ 1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no inciso V
caberá agravo ao tribunal superior, nos termos do art. 1.042.
§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo
interno, nos termos do art. 1.021.
RECURSO ESPECIAL
RECURSO ESPECIAL
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido
será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo
o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal
recorrido, que deverá:
RECURSO
I – negar seguimento:
a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o
EXTRAORDINÁRIO
Supremo Tribunal Federal não tenha reconhecido a existência de
repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra acórdão
que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal
Federal exarado no regime de repercussão geral;
b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra
acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente,
exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos;
II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de
retratação, se o acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso,
nos regimes de repercussão geral ou de recursos repetitivos;
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda
não decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de
Justiça, conforme se trate de matéria constitucional ou infraconstitucional;
IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou
infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 1.036;
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo
Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que:
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou
de julgamento de recursos repetitivos;
b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação.
§ 1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no inciso V
caberá agravo ao tribunal superior, nos termos do art. 1.042.
§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo
interno, nos termos do art. 1.021.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
SENTENÇA
CONCEITO
Sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487 do CPC/2015, põe fim à
fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução (art. 203, § 1º), ou seja, é tanto o ato que
extingue o processo sem resolução de mérito como o que o faz resolvendo o mérito da causa. Mas, teórica e
praticamente, há que se distinguir, dada a completa diversidade de efeitos, entre os provimentos que solucionam a
lide e os que não a alcançam.

TERMINATIVAS: DEFINITIVAS:
a. Põem fim ao processo sem resolver-lhe o a. decidem o mérito da causa, no todo ou em
mérito. parte.
b. Ocorre o reconhecimento de inadmissibilidade b. Extinguem o direito de ação.
da tutela jurisdicional nas circunstâncias em c. Sentença é o julgamento que completa o
que foi invocada pela parte. acertamento em torno do objeto do processo,
c. Não extingue o direito de ação. concluindo e extinguindo a fase cognitiva.
d. Só produzem efeitos dentro do processo, de d. Se revestem da autoridade da coisa julgada
modo que não vedam às partes voltar a material, tornando impossível a rediscussão
discutir o litígio em outro processo. judicial sobre a mesma causa.
e. Força de produzir a hipoteca judicial.
SENTENÇA
CONTEÚDO

A eficácia da sentença depende da reunião de condições intrínsecas e formais.


silogismo

Art. 489 do atual Código de Processo Civil, elenca os elementos essenciais (condições intrínsecas) da sentença:
o relatório (histórico do debate processual);
os fundamentos de fato e de direito (motivação do decisório);
o dispositivo (conclusão do julgado).

As formalidades prescritas pelo Código são substanciais, isto é, correspondem a elementos essenciais, de modo que
sua inobservância leva à nulidade da sentença (assim como a existência de uma relação processual válida, e a
concorrência das condições da ação).
A sentença que apresentar nulidade por inobservância dos requisitos em apreciação poderá ser invalidada em grau
de apelação. E se passar em julgado, por não ter havido recurso em tempo hábil, poderá ser objeto de ação
rescisória, por violação de literal disposição da lei – error in procedendo (CPC/2015, arts. 489 e 966, V).
DISPOSITIVOS
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências
havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se
ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.
§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a
interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.
Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, os pedidos formulados pelas partes.
Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o
índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação.
§ 2º O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença.
A
DISPOSITIVOS
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto
diverso do que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao
juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão.
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:
I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;
II - por meio de embargos de declaração.
Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer,
de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária.
§ 1º A decisão produz a hipoteca judiciária:
I - embora a condenação seja genérica;
II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor;
III - mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo.
§ 2º A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imobiliário,
independentemente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência.
§ 3º No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação da
outra parte para que tome ciência do ato.
§ 4º A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao pagamento, em relação a
outros credores, observada a prioridade no registro.
§ 5º Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos
danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios
autos.
PRINCÍPIO DE IRRETRATABILIDADE DA SENTENÇA DE MÉRITO, PELO MESMO
JULGADOR QUE A PROFERIU. EXCEÇÕES CPC/2015, ART. 494):

Erro material:
erro na grafia de palavra que lhe desfigura o sentido e cria contradição no texto; omissão de nome
de alguma parte; erro ou modificação involuntária do nome de alguma parte; resultado de operação
aritmética em desacordo com as parcelas indicadas na própria sentença etc.

Embargos declaratórios:
quando há na sentença obscuridade ou contradição (inciso I);
quando for omitido ponto ou questão sobre o qual devia pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento
(inciso II);
quando houver erro material (inciso III).

Acolhidos os embargos, o juiz profere nova sentença, que complementa a primitiva.

A regra da imutabilidade da sentença pelo juiz, instituída pelo art. 494, aplica-se tanto às sentenças de
mérito como às sentenças terminativas.
VÍCIOS DA SENTENÇA

Sentença extra petita: incide em nulidade porque soluciona causa diversa da que foi proposta pelo pedido.
tribunal cassa e manda os autos para novo julgamento na origem ou faz o julgamento (causa madura)
Sentença ultra petita: o juiz decide o pedido, mas vai além dele, dando ao autor mais do que fora pleiteado
(CPC/2015, art. 492).
nulidade parcial, não indo além do excesso praticado, de sorte que, ao julgar o recurso da parte
prejudicada, o tribunal não anulará todo o decisório, mas apenas decotará aquilo que ultrapassou o
pedido.
Se ocorrer o trânsito em julgado, cabe ação rescisória, por conter violação manifesta a norma jurídica (art.
966, V), no tocante aos limites da jurisdição impostos pelos arts. 141 e 492.

Sentença citra petita: juiz não examina todas as questões propostas pelas partes.
não induz, necessariamente, nulidade da sentença. O tribunal pode completar o exame;
Não se qualifica como rescisório ou transrescisório o vício, autoriza-se ajuizamento de nova ação para
discutir o ponto em que a sentença foi omissa, já que não forma coisa julgada material com relação a esse
ponto, desde que a pretensão não esteja prescrita ou decaia.
SENTENÇA
SENTENÇA DECLARATÓRIA SENTENÇA MANDAMENTAL
Versam sobre qualquer espécie de direito. Além de declaração, contém uma ordem.
Determinar certeza jurídica. ex: reintegração de funcionário público no seu
efeito ex tunc cargo por força de mandado de segurança e
ordem para expedição de certidão.
SENTENÇA CONDENATÓRIA
Direito de prestação
Prescreve um certo comportamento para o
SENTENÇA EXECUTIVA
obrigado, consistente no cumprimento de
uma prestação o preceito determina o que deve ser cumprido.
efeito ex tunc o comando jurisdicional determina, por ele mesmo,
o cumprimento satisfativo da pretensão.
SENTENÇA CONSTITUTIVA ex: sentença que determina o despejo, a
Versam sobre direito potestativo. reintegração de posse e a imissão de posse.
Cria, modifica ou extingue um estado ou uma
relação jurídica.
Seu efeito opera instantaneamente
ex nunc
COISA JULGADA
COISA JULGADA MATERIAL
“O processo - fenômeno dinâmico - caminha forçosamente para uma solução que, qualquer que seja ela, se
manifeste revestida de definitividade, capaz de eliminar o conflito jurídico de forma a tornar indiscutível e
imutável a solução ditada pelo órgão judicial depois de exaurida da atividade jurisdicional”

Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a
decisão de mérito não mais sujeita a recurso.

Autoridade: força que qualifica a decisão como obrigatória


Imutável: não pode ser alterada (regra) seja na mesma demanda ou em uma nova
demanda (exceção = ação rescisória).
Indiscutível: as matérias decididas em decisão de mérito que formou coisa julgada
não podem ser rediscutidas.
Decisão de mérito: decisão judicial (interlocutória ou sentença) decorrente de
cognição exauriente (diferente dos efeitos do art. 304)
Não mais sujeita a recurso: decisão não mais impugnável pela via recursal =
transitada em julgado.
COISA JULGADA FORMAL
Distinção entre coisa julgada formal e coisa julgada material: "graus de um mesmo fenômeno" HTJ
Coisa julgada formal: Atua dentro do processo em que a sentença foi proferida, sem impedir que o objeto
do julgamento volte a ser discutido em outro processo. Afeta as partes e o próprio juiz.

Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo:
I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito,
caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;
II - nos demais casos prescritos em lei.

Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se operou a
preclusão.

A coisa julgada formal não distingue da natureza da questão, seja material ou formal. Já a coisa julgada
material diz respeito tão somente às questões materiais (mérito da decisão).
LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA

QUESTÃO PRINCIPAL QUESTÃO PREJUDICIAL


Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o § 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de
mérito tem força de lei nos limites da questão questão prejudicial, decidida expressa e
principal expressamente decidida. incidentemente no processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do
mérito;
Pontos controvertidos II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e
efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
acerca dos fatos e regras
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e
jurídicas, objeto de
da pessoa para resolvê-la como questão principal.
debate entre as partes.
§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo
houver restrições probatórias ou limitações à
cognição que impeçam o aprofundamento da análise
da questão prejudicial.
LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença

"Os motivos (puros), ainda que relevantes para fixação do dispositivo da sentença,
limitam-se ao plano lógico da elaboração do julgado. Influenciam em sua interpretação,
mas não se recobrem do manto de intangibilidade que é próprio da res iudicata. O
julgamento, que se torna imutável e indiscutível, é a resposta dada ao pedido do autor,
não o “porquê” dessa resposta."

II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.

"A apreciação da base fática da causa de pedir é feita apenas no plano lógico da
argumentação, de sorte que não chega a integrar a coisa julgada, visto que esta se dá em
relação à questão de direito solucionada no dispositivo da sentença. O exame dos fatos,
portanto, se apresenta apenas como caminho lógico para se alcançar a definição da
situação jurídica envolvida no litígio e retratada no pedido formulado pelo autor
(demanda)."
LIMITES SUBJETIVOS DA COISA JULGADA

QUEM ESTÁ SUBMETIDO À


AUTORIDADE DA COISA JULGADA?
Art. 506. A sentença faz coisa
julgada às partes entre as quais é
dada, não prejudicando terceiros.
EFEITO INTERPARTES
A coisa julgada não vincula terceiros
estranhos ao processo, porque isso feriria o
modelo de processo democrático
fundamentado no contraditório.
Ela somente pode ter efeito perante
terceiros se for para beneficiá-los:
EFICÁCIA PRECLUSIVA DA COISA JULGADA

Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão


deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte
poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.

Fica vedado à parte valer-se das alegações e defesas que poderia


ter feito no curso da demanda e não fez, a fim de tentar obter outro
pronunciamento judicial acerca do mesmo pedido e causa de pedir
em face do mesmo adversário
AÇÃO RESCISÓRIA
É natural que, para ser desconstituída por meio da ação rescisória, a
RESCISÓRIA decisão deve existir juridicamente, uma vez que aquilo que não existe
não precisa ser desconstituído, bastando uma mera declaração como
da inexistência jurídica. Dessa forma, sentença proferida em
processo juridicamente inexistente (p. ex., tramitado perante órgão
NATUREZA CONSTITUTIVA E VERSA SOBRE
sem jurisdição), ou que tenha vício in procedendo intrínseco que a
DIREITO POTESTATIVO.
torne juridicamente inexistente (p. ex., ausência de dispositivo), não é
objeto de ação rescisória.
Por outro lado, todas as nulidades se convalidam com o trânsito em
julgado, de forma que não é correta a afirmação de que as nulidades
PRESSUPOSTOS absolutas permitem o ingresso de ação rescisória. Aquilo que antes
1. Decisão judicial passível de rescisão e, por tanto, do trânsito em julgado era considerado uma nulidade absoluta, após
esse momento procedimental pode tornar-se, por vontade do
transitada em julgado. Logo, deve haver a juntada da
legislador, um vício de rescindibilidade, sendo esse o vício que
certidão do trânsito em julgado da decisão
legitima a ação rescisória. Ademais, é importante notar que mesmo
rescindenda. as sentenças válidas poderão ser desconstituídas pela ação
2. Indicação expressa do inciso do art. 966 que rescisória, como ocorre, por exemplo, na hipótese de rescisória com
justifica a rescisória. fundamento em documento novo.
3. Legitimidade O vício de rescindibilidade, portanto, não se amb confunde com a
4. Competência (sempre originária do Tribunal) inexistência jurídica nem com a nulidade absoluta, sendo o resultado
de uma op- ção de política legislativa em prever determinadas
5. Prazo decadencial de 2 anos.
situações aptas a afastar a segurança jurídica geradap pela coisa
6. Depósito prévio a título de caução.
julgada material.
Daniel Amorim Assumpção Neves
AÇÃO RESCISÓRIA
OBEJTO DA RESCISÃO
DECISÃO DE MÉRITO
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida...
Sentença, monocrática, decisão interlocutória, acórdão...
Lembrar da solução da questão prejudicial de mérito (art. 503, §§1º e 2º)
NÃO podem ser objeto de rescisória:
ADIN
ADECON
ADPF
Juizados Especiais
processo cautelar e de jurisdição voluntária

DECISÃO QUE NÃO É DE MÉRITO


§ 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput , será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora
não seja de mérito, impeça: I - nova propositura da demanda; ou II - admissibilidade do recurso
correspondente.
AÇÃO RESCISÓRIA
JUDICIUM RESCINDENS E JUDICIUM RESCISSORIUM
ORDEM LÓGICA DE ANÁLISE:

1º - RESCINDENS
2º - RESCISSORIUM
Não ocorre nos incisos I, II e IV.

NECESSIDADE DE PEDIDO EXPRESSO PARA O JUDICIUM RESCISSORIUM


Art. 968, I, CPC
Oportunidade de emenda, art. 321 CPC.
AÇÃO RESCISÓRIA
CABIMENTO
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
Havendo sentença penal condenatória, haverá vinculação obrigatória do juízo cível, de forma que numa
eventual ação rescisória o fundamento da decisão será necessariamente a existência do crime. Havendo
sentença de absolvição com fundamento na inexistência material do fato, haverá vinculação do juízo cível, mas,
sendo a absolvição amparada em outro motivo (ausência de provas; prescrição), a decisão penal não vincula o
juízo cível. - Daniel Amorim
Se as ações forem concomitantes poderá o juiz suspender o processo (art. 315 CPC)
Para que seja cabível é necessário que o juiz que praticou um dos atos tenha concorrido para para unanimidade
ou maioria.

II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;


Não há nulidade se o voto do juiz impedido não foi decisivo para o resultado final.
Se a sentença proferida por juízo absolutamente incompetente for substituida por acórdão proferido em apelação
julgada por Tribunal competente, não cabe a rescisória.
AÇÃO RESCISÓRIA
CABIMENTO
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação
ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
é exigido nexo causal entre o dolo/coação e a o resultado da demanda.
na colusão e na coação, haverá acordo prévio entre as partes com o intuido de fraudar a lei, o que faz com que
a propositura da rescisória nesses casos seja preponderantemente por terceiros prejudicados ou pelo MP como
fiscal da lei.

IV- ofender a coisa julgada;


verificando 2 decisões transitadas em julgado em demandas idênticas, a decisão que transitou em julgado masi
recentemente pode ser desconstituida pela rescisória.

V - violar manifestamente norma jurídica;


erro crasso do juízo na aplicação da lei
Sumula Vincualnte do STF
a violação exige que no momento de aplicação de norma por meio da dacisão judicial não exista interpretação
controvertida nos tribunais
AÇÃO RESCISÓRIA
CABIMENTO
V - violar manifestamente norma jurídica;
STF já entendeu que havendo decisão daquele tribunal declarando a norma inconstitucional à época da
decisão em sentido contrário, caberá rescisória.
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada em
enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a
existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia,
demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de questão
jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica.

VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser
demonstrada na própria ação rescisória;
A prova da falsidade pode ser feita na ação rescisória
cabe rescisória se a prova falsa for o fundamento principal da decisão
se existirem outros fundamentos aptos a manter a decisão não caberá a rescisória.
AÇÃO RESCISÓRIA
CABIMENTO

VIII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que
não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
prova nova que não era conhecido ou de que não se pode fazer uso
não se confunde com fato novo
a prova nova que fundamenta a rescisória deve se referir a um fato que tanha sido alegado na ação originária.
Se não for assim, cabe a propositura de nova demanda (causa de pedir diferente)

VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.


§ 1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar
inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente
ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
ocorre quando a decisão rescindenda admite um fato inexistente ou quando considera inexistente um fato
efetivamente ocorrido.
o erro de fato deve ser fundamento essencial da sentença
a apuração do equívoco factual deve ser realizada com as provas produzidas no processo originário
o fato não pode ser ponto controvertido no processo originário
deve inexistir pronunciamento judicial a respeito do fato
AÇÃO RESCISÓRIA
§ 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
Apenas para rechacar a ideia de que a decisão teria obrigatoriamnete que ser
desconstituída como um todo

§ 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros


participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios
praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.
AÇÃO RESCISÓRIA
LEGITIMIDADE
LEGITIMIDADE ATIVA
Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
o terceiro juridicamente interessado;
o Ministério Público:
se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei;
em outros casos em que se imponha sua atuação;
aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.
É caso de litisconsórcio facultativo

LEGITIMIDADE PASSIVA
Devem ser réus da demanda todos os sujeitos que figuravam como parte no processo originário e não estejam
propondo a demanda -> litisconsórcio passivo necessário se for hipótese de desconstituição total da decisão
Se a ação rescisória versar somente sobre um capítulo da decisão que não afete todos os sujeitos processuais
não será necessário que todos os sujeitos do processo originário integrem a nova lide.
o litisconsórcio passivo na rescisória será, no tocante ao pedido rescindendo, unitário.
AÇÃO RESCISÓRIA
COMPETÊNCIA
Competência dos Tribunais.
A competência para a ação rescisória só será dos Tribunais Superiores no caso de esses recursos terem sido
julgados em seu mérito, de forma que, não sendo admitidos (não recebimento/conhecimento), a competência
será do tribunal de sehundo grau, ainda que faticamente tenha o prcesso chegado aos tribunais superiores.
SÚMULA 249 STF. É competente o Supremo Tribunal Federal para a ação rescisória, quando, embora não
tendo conhecido do recurso extraordinário, ou havendo negado provimento ao agravo, tiver apreciado a
questão federal controvertida.
Art. 968.
§ 5º Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o autor será intimado para
emendar a petição inicial, a fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão apontada como
rescindenda:
I - não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no § 2º do art. 966 ;
II - tiver sido substituída por decisão posterior.
§ 6º Na hipótese do § 5º, após a emenda da petição inicial, será permitido ao réu complementar os
fundamentos de defesa, e, em seguida, os autos serão remetidos ao tribunal competente.
Admite-se a propositura de 2 ações rescisórias em razão dos diferentes órgãos competentes para o julgamento
de cada vício de rescindibilidade alegado pelo autor. (hipótese em que apenas certo capítulo sobe em recurso)
AÇÃO RESCISÓRIA
PRAZO
Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última
decisão proferida no processo.
§ 1º Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se refere o caput, quando
expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense.
§ 2º Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da
prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.
§ 3º Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro
prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que têm
ciência da simulação ou da colusão.
AÇÃO RESCISÓRIA
TERMO INICIAL PARA A CONTAGEM DO PRAZO - DIVERGÊNCIA
STJ:
O trânsito em julgado conta-se da última decisão proferida no processo, ainda que seja de inadmissão
do recurso
SÚMULA 401 STJ: O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer
recurso do último pronunciamento judicial.
Uma exceção: Caso constatada má-fé do autor (como insurgência contra inadmissibilidade sem qualquer
fundamento, apenas para postergar) -> data do início do prazo seria o trânsito da decisão anterior.
Termo inicial ÚNICO para ajuizamento da Rescisória

STF:
Coisa julgada parcial - diferentes termos iniciais para a propositura da rescisória, a depender do
momento do trânsito em julgado do capítulo não impugnado da decisão.
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
HONORÁRIOS
NOÇÕES BÁSICAS Em regra, o entendimento majoritário é o de que não
cabe fixação de honorários nos procedimentos de
liquidação de sentença.
SENTENÇA ILÍQUIDA Alguns doutrinadores/jurisprudências admitem a fixação
Ilíquida é a sentença que não fixa o valor da no caso de impugnação da liquidação, na liquidação
condenação ou não lhe individua o objeto pelo procedimento comum.

LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA LIQUIDAÇÃO FRUSTRADA


Quando o promovente não fornece os elementos
No CPC a liquidação é incidente complementar da
necessários à apuração do quantum debeatur ou quando
sentença condenatória genérica.
promove a liquidação por meio inadequado,a liquidação
A definição do quantum debeatur se dá em
fica frustrada
decisão interlocutória, atacável por Agravo de
extinção do processo sem julgamento de mérito
Instrumento, de caráter complementar e com
(sentença)
função integrativa.
não forma coisa julgada material.
produz coisa julgada material
não ofende a coisa julgada se a liquidação AÇÃO RESCISÓRIA?
apurar saldo negativo ou igual a zero se o quantum debeatur é algo indissociável do mérito da
nesse caso, a decisão porá fim ao causa, não importa se sua apreciação se dá formalmente
processo, configurando sentença atacável em sentença ou em decisão interlocutória; o julgado a seu
por apelação. respeito será sempre decisão de mérito e sua força sempre
de coisa julgada material. Assim, cabe ação rescisória.
SÚMULAS IMPORTANTES

SÚMULA 453 - STJ


SÚMULA 254 - STF Os honorários SÚMULA 344 - STJ
Incluem-se os juros sucumbenciais, quando A liquidação por forma
moratórios na liquidação, omitidos em decisão diversa da estabelecida na
embora omisso o pedido transitada em julgado, não sentença não ofende a
inicial ou a condenação. podem ser cobrados em coisa julgada.
execução ou em ação
própria.
PROCEDIMENTOS DE LIQUIDAÇÃO

LIQUIDAÇÃO POR LIQUIDAÇÃO POR LIQUIDAÇÃO PELO


CÁLCULO ARBITRAMENTO PROCEDIMENTO
Art.590, §2º CPC. Art. 509, I, CPC COMUM
Procedimento mais Já existem nos autos Art. 509, II, CPC
simples todos os elementos Necessidade de alegar e
Credor promove desde necessários para os provar fato novo
logo o cumprimento de peritos apurarem o valor Fatos que ainda não
sentença do débito foram apreciados e que
Demonstrativo - simples Art. 510 sejam capazes de, sem
cálculos As partes podem ser qualquer inovação quanto
Pouca complexidade intimadas a apresnetarem aos limites do julgado
Devedor pode impugnar, pareceres ou documentos genérifo, formecer os
alegando excesso de elucidativos dados necessários à
execução - Também deve Caso o juiz verifique que quantificação da
apresntar cálculos. não são suficientes, condenação.
nomeará perito.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
A TUTELA EXECUTIVA
NOÇÕES GERAIS
"Pouco importa seja a ação um direito subjetivo, ou um poder, ou uma faculdade para o respectivo titular, como
é desinfluente tratar-se da ação como direito concreto ou abstrato frente ao direito material disputado em
juízo, se essas ideias não conduzem à produção de resultados socialmente mais satisfatórios no plano finalístico
da função jurisdicional."
A fase executiva, portanto, presta-se à aplicar a norma concreta que estará materializada em um título
executivo buscando satisfazer a prática de atos materiais
Há dois meios de provocar o Estado na atividade executiva: cumprimento de sentença e processo de execução.
Enquanto o processo de execução é autônomo e lastreado em um título executivo extrajudicial, o cumprimento
de sentença é uma fase do processo cognitivo, a qual se inicia a partir do trânsito em julgado da decisão de
mérito, formando um título judicial.
O CPC/2015, nos arts. 513 a 519, enuncia disposições gerais aplicáveis ao cumprimento de todas as sentenças,
qualquer que seja a natureza da obrigação reconhecida no provimento judicial

Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras


deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da
obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
O TÍTULO JUDICIAL
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer,
de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a
título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão
judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de
Justiça;
§ 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a
liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não
tenha sido deduzida em juízo.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
A INTIMAÇÃO DO DEVEDOR
Art. 513
§ 1º O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do
exequente.
§ 2º O devedor será intimado para cumprir a sentença:
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador
constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV;
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do art. 246 , não tiver procurador constituído nos autos
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256 , tiver sido revel na fase de conhecimento.
§ 3º Na hipótese do § 2º, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem
prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274.
§ 4º Se o requerimento a que alude o § 1º for formulado após 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será
feita na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos,
observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3º deste artigo.

Até 1 ano →a intimação é feita pelo DJE através do procurador constituído nos autos.
Após 1 ano →perde-se esse benefício de maior celeridade, devendo ser feita a intimação pessoal do devedor.

§ 5º O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que
não tiver participado da fase de conhecimento.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre
parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o
executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.

Oportunidade para que o devedor cumpra voluntariamente a obrigação no prazo de 15 dias úteis.

§ 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento
e, também, de honorários de advogado de dez por cento.

O valor originário da memória de cálculo será acrescido de 10% de multa + 10% de honorários de
advogados, que são os honorários iniciais da fase de cumprimento se sentença de obrigação de
pagar quantia certa. Ou seja, após aqueles 15 dias, já há um acréscimo de 20% sobre o valor do
débito original.

§ 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1º incidirão
sobre o restante.
§ 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e
avaliação, seguindo-se os atos de expropriação.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
Caberá ao exequente requerer a medida, em simples petição formulada no processo em que a condenação foi
proferida, a qual deverá conter a qualificação das partes (art. 524, inciso I) e será instruída com o demonstrativo
discriminado e atualização do crédito (art. 524). Essa planilha deve permitir ao devedor que compreenda como se
chegou àquele valor final: quais os critérios, quais os índices de correção monetária e juros, etc (art. 524, incisos II a
VI).
O inciso VII do art. 524 traz uma faculdade: indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível, medida
que facilita os atos de expropriação.
Quando o valor apontado no demonstrativo do exequente aparentemente exceder os limites da condenação, a
execução terá início pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base o valor que o juiz entender adequado (art.
524, § 1º).
Para que o juiz possa indicar esse valor adequado, ou seja, para a verificação desses cálculos, ele poderá se valer
de contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de trinta dias para efetuá-lo, salvo se outro lhe for determinado
(art. 524, § 2º).
Quando a elaboração do referido demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou do próprio executado,
o juiz, a pedido do exequente, poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência (art. 524, § 3º).
Se os dados adicionais necessários à complementação do demonstrativo se acharem em poder do executado, o juiz,
assinará prazo de até trinta dias para que a exibição se faça (art. 524, § 4º).
Se tais dados não forem apresentados, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos
organizados pelo exequente apenas com base nos elementos de que dispuser (art. 524, § 5º).
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
OBRIGAÇÃO DE FAZER, NÃO FAZER E ENTREGAR COISA
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o
juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela
pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.

Tutela específica: entrega da exata coisa objeto da prestação


Resultado prático equivalente: entrega de equivalente da prestação

APLICAÇÃO DE MEDIDAS COERCITIVAS


§ 1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa,
a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade
nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.
§ 2º O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será cumprido por 2 (dois) oficiais de justiça,
observando-se o disposto no art. 846, §§ 1º a 4º, se houver necessidade de arrombamento.
Possibilidade de o devedor incidir nas penas de litigância de má-fé quando
injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua
responsabilização por crime de desobediência, conforme art. 536, § 3º
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
COMPETÊNCIA
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de
sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal
Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do
atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à
execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de
não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de
origem.

Celeridade: evitar o intercâmbio de precatórias


CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
PROTESTO

Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da
lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523.

O CPC/2015 transformou em regra expressa prática já adotada no foro


extrajudicial, qual seja, a da possibilidade de se levar a protesto decisão
judicial transitada em julgado que prevê obrigação de pagar quantia,
desde que seja certa, líquida e exigível. Entretanto, o protesto, na espécie,
só será efetivado após o prazo de quinze dias para pagamento voluntário,
previsto no art. 523.
É uma medida coercitiva bastante eficaz, que visa dar maior efetividade ao
cumprimento da decisão, na medida em que abala o acesso ao crédito por
parte do devedor inadimplente, de modo a conduzir o executado à solução
voluntária da obrigação.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE SENTENÇA
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma
que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime:
I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja
sofrido;
II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e
liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;
III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução;
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro
direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e
prestada nos próprios autos.

Dispensa da caução: hipóteses previstas pelo art. 521, quais sejam, crédito de natureza alimentar, o credor
demonstrar situação de necessidade, pendência de agravo interposto contra decisão que inadmitir recurso
especial ou extraordinário ou a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da
jurisprudência do STF ou do STJ ou acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.
Contudo, em todas as hipóteses acima arroladas, a exigência de caução será mantida se houver a demonstração,
perante o juiz da execução provisória, que, nas circunstâncias da causa, da dispensa “possa resultar manifesto
risco de grave dano de difícil ou incerta reparação” (art. 521, parágrafo único)

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