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Eficácia de Sentença Estrangeira

Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas
consequências, pode ser homologada no Brasil para:

I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;

II - sujeitá-lo a medida de segurança.

Parágrafo único - A homologação depende

a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;

b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade
judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
• Temos no Código Penal a certeza da soberania da lei penal aos crimes praticados no território nacional (art.
5º), mas nada impede que sentenças estrangeiras tenham eficácia no Brasil, desde que homologadas.

1ª Condição: A lei brasileira precisa produzir as mesmas consequências da lei estrangeira.


2ª Condição: Súmula 420 do STF – Exige-se o trânsito em julgado no país de origem.

- Presentes estas condições, em quais hipóteses a sentença estrangeira pode ser homologada no Brasil?

Inciso I: Para efeitos civis.


Ex.: Reparação de dano, restituição de coisas apreendidas etc.

Condicionante: Para tanto, a lei exige que haja pedido da parte interessada (art. 9º, §único, “a”).

Inciso II: Para aplicar medida de segurança.

Condicionantes:
a) Que exista tratado de extradição com o país de origem
ou
b) Que o Ministro da Justiça requisite (art. 9º, II, “b”)
Obs.: Competência para julgar (homologar): STJ – CF, art. 105, I, “i”. Antes
da EC 45/2004 era do STF.

Obs.: A sentença estrangeira homologada no Brasil serve como título


executivo judicial (art. 475-N, VII, CPC).
Contagem de prazo

Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os


anos pelo calendário comum.

Prazo processual penal: Art. 789, §1º - Não computa o dia do início e sim o dia do fim. Se o prazo é de 30
dias. Não conta, p. ex., o dia da intimação, começando no dia seguinte, mas computa-se o dia do fim.

- O prazo processual penal é prorrogável, ou seja, se terminar num sábado, prorroga-se até a segunda-
feira.

Prazo penal: O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo e exclui-se o dia do fim, sem prorrogação. Ex.:
prazo de representação de 6 meses, se terminar num sábado, não se estende até a segunda-feira;

Por qual motivo essa diferença? Visa favorecer o réu.

- Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum (gregoriano).


Dia: Espaço de tempo entre meia-noite e meia-noite.

Mês: Não tem 30 dias e sim, 28, 29, 30 ou 31, de acordo com o calendário.

Ano: Não tem 360 (12x30), mas sim, 365 ou, se for bissexto, 366 dias.

Obs.: A condenação só pode ser fixada em dias quando for inferior a


um mês.
O mês é contado até a véspera do mesmo dia do mês subsequente,
encerrando o prazo às 24horas.

Ex.: Pena de 2 meses. Inicia às 15h de 07/08. O prazo terminará às 24h de


06/10. Se 31/12/06, termina em 28/02/07, as 24h.
O ano é contado até o mesmo mês do ano seguinte, terminando o prazo às 24h da véspera do dia idêntico ao
do início. Ex.: pena de 2 anos. Início às 14h de 20/03/06. Terminará às 24h de 19/03/08.

- O réu foi condenado a 8 anos de reclusão com início de execução às 14h do dia 03/05/2012. Vai terminar
o cumprimento no dia 02/05/2020, às 24h.

- O réu foi condenado a 5 anos e 10 meses de reclusão com início de execução às 22h de 12/03/2015. Vai
terminar a execução da pena no dia 11/01/2021, às 24h.

12/03/2015
+/ 05
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12/03/2020
+/10/2020
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12/13/2020
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12/01/2021 = 11/01/2021 às 24h.
Frações não computáveis da pena

Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as


frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro

Frações de dia: Horas (1 mês e 6 horas).


Ex.: Pena de 20 dias aumentada de 1/3 = 26 dias e 16h.

Frações de real: Centavos. R$350,60.


Obs.: Pode-se desprezar as frações de dia nas penas restritivas de direitos? Não. As Penas Restritivas de
Direitos são substitutivas das Penas Privativas de Liberdade, logo, as frações já foram desprezadas nestas
pelo juiz.
Legislação especial

Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se
esta não dispuser de modo diverso

Trata-se da aplicação do princípio da especialidade diante de conflito de normas (um só fato parece possível a
aplicação de várias normas).

O Código Penal é a regra geral, podendo ceder diante de lei especial que tenha regulamentado o mesmo
assunto de modo diverso.

Ex.: Não se aplica tentativa nas contravenções penais por disposição expressa do artigo 4º (Decreto lei
3688/41).

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