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DIREITO PENAL
Art. 8º. A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando
aplica aos crimes praticados no estrangeiro, pode gerar situação em que o indivíduo, em razão da
prática de um mesmo crime, é processado, julgado e condenado tanto no estrangeiro como pela
justiça brasileira, sendo-lhe impostas duas penas pela prática do mesmo crime! Diante disso, por
força do princípio do “ne bis in idem”, que, em resumo, veda o cumprimento de duas ou mais penas
por um mesmo crime, o legislador se preocupou em estabelecer que o cumprimento da pena imposta
pela justiça brasileira deve levar em consideração a pena eventualmente já cumprida no estrangeiro
pelo mesmo fato. Neste sentido, o dispositivo acima reproduzido prevê que: (a) tratando-se de penas
pelo condenado no estrangeiro deve ser considerado tempo de prisão cumprido também em relação
à pena imposta pela justiça brasileira. Por outro lado, (b) se as penas impostas
no estrangeiro e em território nacional são diversas, então a justiça brasileira deve, necessariamente,
levar em consideração o cumprimento de pena no estrangeiro para atenuar a pena imposta em ter-
ritório nacional; ex.: se, no estrangeiro, o condenado efetivamente cumpriu pena de prestação de
serviços à comunidade, este cumprimento deve ser considerado para atenuar eventual pena privativa
de liberdade imposta pela justiça brasileira e que deva ser aqui cumprida pelo condenado.
01. (VUNESP, Delegado de Polícia, PC-SP, 2018) João comete um crime no estrangeiro e lá é condenado
a 4 anos de prisão, integralmente cumpridos. Pelo mesmo crime, João é condenado no Brasil à pena de 8
a) cumprirá 8 anos de prisão no Brasil, uma vez que o Brasil não reconhece pena cumprida no estrangeiro.
b) não cumprirá pena alguma no Brasil, uma vez já punido no país em que o crime foi cometido.
c) não cumprirá pena alguma no Brasil caso de trate de país com o qual o Brasil tem acordo bilateral para
e) cumprirá 8 anos de prisão no Brasil, uma vez que para essa quantidade de pena não se reconhece o
cumprimento no estrangeiro.
Art. 9º. A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas con-
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária
judiciária brasileira, da validade da referida sentença, a fim de que possa produzir efeitos
a homologação da sentença penal estrangeira quando se pretenda extrair, dela, os efeitos de:
a produção destes efeitos depende do implemento dos requisitos previstos no parágrafo único!
02. (FAPEC, Delegado de Polícia, PC/MS, 2021) À luz do que dispõe a parte geral do Código Penal Brasileiro
cias, pode ser homologada no Brasil, para obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a
b) A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequên-
cias, pode ser homologada no Brasil, para, dentre outras hipóteses, sujeitar o condenado ao cumprimento
c) A pena cumprida no estrangeiro é computada na pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando
d) Considera-se praticado o crime no lugar onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. O Código
e) A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstân-
cias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência, salvo se vier norma posterior
mais benéfica, tendo em vista o princípio da retroatividade da norma penal em benefício do réu.
03. (IPAD, Agente de Polícia, PC/AC, 2012) Analise as seguintes afirmativas e assinale a alternativa correta.
a) Considera-se o momento do crime aquele em que foi atingido o resultado delituoso, sendo irrelevante a
b) Embarcação pública a serviço do governo brasileiro, uma vez tendo ingressado em território estrangeiro,
c) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela
d) Considera-se lugar do crime apenas aquele onde ocorreu a ação, sendo irrelevante o local do resultado.
e) A sentença penal estrangeira não pode produzir qualquer efeito jurídico no território brasileiro.
CONTAGEM DE PRAZO:
Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo
calendário comum.
os prazos de natureza penal são aqueles previstos na lei material e intimamente relacionados à
aplicação e ao cumprimento da sanção penal; ex.: prescrição, decadência, prazo para cumprimento
de pena, do livramento condicional, da suspensão condicional da pena (“sursis”) etc.; não se confun-
dem, portanto, com os prazos de natureza processual penal, que, de maneira geral, dizem respeito
à realização de atos processuais; ex.: prazo de interposição de recurso, duração de edital etc.
a lei disciplina de forma distinta os prazos de natureza penal e os de natureza processual penal!
nos prazos de natureza penal, o dia do começo, também chamado de “termo inicial”,
se inclui no cômputo do prazo; ex.: o período ao longo do qual o condenado permanecerá encarce-
rado para o cumprimento de pena pode ser considerado um prazo de natureza penal; diante disso,
considerando que, nesta espécie de prazo, deve-se incluir o dia do começo, se o condenado
é capturado e preso para o início do cumprimento da pena às 23h00 de determinado dia, este dia,
em que se deu sua captura, deve ser considerado um dia de pena devidamente cumprida,
nada importando que, em verdade, ele somente cumpriu a prisão durante uma hora daquele dia.
é importante ter em mente a redação do dispositivo acima por ser frequente em questões de prova!
04. (VUNESP, Procurador Jurídico, Câmara Municipal de Poá/SP, 2016) A contagem de prazo em matéria
a) o dia do começo e o último excluem-se do cômputo do prazo; contam-se os dias, os meses e os anos
b) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo; contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário
forense.
c) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo; contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário
comum.
d) o dia do começo exclui-se do cômputo do prazo; contam- se os dias, os meses e os anos pelo calendário
forense.
e) o dia do começo exclui-se do cômputo do prazo; contam- se os dias, os meses e os anos pelo calendário
comum.
05. (VUNESP, Escrivão de Polícia, PC-CE, 2015) No que diz respeito à contagem de prazo no Código Penal,
d) O dia do começo exclui-se no cômputo do prazo nas hipóteses de crime contra a vida.
06. (VUNESP, Investigador de Polícia, PC-BA, 2018) Acácio, no dia 19 de fevereiro de 2018 (segunda-
feira.), foi vítima do crime de difamação. O ofensor foi seu vizinho Firmino. Trata-se de crime de ação privada,
cujo prazo decadencial (penal) para o oferecimento da petição inicial é de 6 meses a contar do conhecimento
da autoria do crime. Sobre a contagem do prazo, qual seria o último dia para o oferecimento da queixa-
crime?
07. (VUNESP, Advogado, Câmara Municipal de Registro/SP, 2016) Assinale a alternativa correta.
a) O prazo penal tem contagem diversa da dos prazos processuais e o dia do começo inclui-se no cômputo
b) As regras gerais do Código Penal sempre terão aplicação aos fatos incriminados por lei especial.
c) Nas penas privativas de liberdade desprezam-se as frações de dias, o mesmo não ocorrendo nas penas
restritivas de direitos.
d) A lei penal não contém dispositivo a respeito da prorrogação dos prazos penais e, assim, podem ser
prorrogáveis.
Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia,
inteiros e em frações de dias; ex.: condenação a pena de detenção de 2 (dois) anos, 13 (treze)
dias e 0,25 (um quarto) de dia. O dispositivo acima determina que a fração de dia seja
desprezada, de modo que a pena acima mencionada seria tido simplesmente como de
detenção de 2 (dois) anos e 13 (treze) dias. O mesmo raciocínio deve ser aplicado quando
o cálculo da pena de multa resultar em frações de real; ou seja, a pena não considera os centavos!
08. (VUNESP, Escrivão de Polícia, PC-BA, 2018) A respeito de contagem de prazo no Direito Penal, assinale
a alternativa correta.
b) As frações de dia são desconsideradas nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos.
c) Contam-se os meses e os anos pelo calendário gregoriano, cujos meses são de trinta dias e os anos são
e) O dia do término inclui-se no cômputo do prazo, sendo prorrogável até à meia-noite do dia útil subse-
quente.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL:
Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não
os arts. 1º a 120 do Código Penal traçam normas gerais acerca do Direito Penal, tratando de
temas como aplicação da lei penal, crime, imputabilidade, concurso de pessoas, penas, dentre ou-
tros; trata-se da chamada “Parte Geral” do Código Penal, que, nos termos do dispositivo acima, se
aplica aos fatos incriminados também por lei especial. Em outras palavras, a disciplina trazida
pela Parte Geral do Código Penal se aplica, também, aos tipos penais previstos na chamada
“legislação penal extravagante”, que compreende todas as demais leis que contenham matéria penal
Trânsito Brasileiro), Lei nº 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento), Lei nº 12.850/13 (Lei de Organi-
zações Criminosas), dentre tantas outas. Em razão do dispositivo acima, não será necessário
que cada uma destas leis estabeleça, por exemplo, o que se deve entender por tentativa, ou
quais são as regras do concurso de pessoas. Em resumo: a regra geral é a aplicação das
normas da “Parte Geral” do Código Penal a todas as leis penais especiais; somente não haverá
tal aplicação quando alguma destas leis expressamente preveja disciplina em sentido contrário!
09. (VUNESP, Advogado Júnior, CRO-SP, 2015) As regras gerais do Código Penal aplicam-se aos fatos
c) Sim, mas desde que a lei especial seja anterior ao Código Penal.
d) Sim, mas apenas se a lei especial previr expressamente a aplicação subsidiária do Código Penal.
e) Não, nunca.
GABARITO
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D A C C C A A B B