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03/03/2020

I.Fundamentos da Teoria e
Política Macroeconômica

Economia

Prof. Ângelo Cardoso Pereira

Conteúdo da Aula

1. Introdução
2. Metas de Política Macroeconômica
3. Estrutura da Análise Macroeconômica
4. Instrumentos de Política Macroeconômica

1. Introdução
Trata da evolução da economia como um todo.

Determinação

Analisando: Agregados Econômicos

Comportamento

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1. Introdução
Negligencia o comportamento
Grandes Agregados das unidades individuais

Permite estabelecer relações entre os agregados e


melhor compreensão das interações entre estes.
Trata da economia como um todo, negligenciando o
comportamento das unidades econômicas individuais
(famílias e firmas).
Ex.: entre os mercados de bens e serviços, de trabalho e
de ativos financeiros e não financeiros.
OBS: Não há conflito entre Macro e Microeconomia

1. Introdução

Questões de Curto Prazo:


Questão do desemprego
Teoria Macroeconômica
Estabilização do nível
geral de preços

Questões de Longo Prazo:


Progresso Tecnológico
Teoria Macroeconomia
Política Industrial

2. Metas de Política Macroeconômica

Política de Estabilização
➢ Alto nível de emprego

➢ Estabilidade de preços (combate a inflação)


➢ Distribuição de renda socialmente justa
➢ Crescimento econômico
➢ Balanço de pagamentos (alguns textos)

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2. Metas de Política Macroeconômica

Destaque ao trabalho do economista inglês JOHN MAYNARD


KEYNES (Livro: A teoria geral do emprego, do juro e da
moeda – 1936)

• Anos 30 – Permitiu um aprofundamento da análise da


política econômica (Tx. Desemp. ~ 25%)

Fazer a economia recuperar o nível de emprego

2. Metas de Política Macroeconômica

➢ Estabilidade de preços

Inflação: aumento continuo e generalizado do nível geral


de preços.

Acarreta distorções, principalmente, sobre a:

• Distribuição de renda
• Expectativas da sociedade
• Balanço de pagamentos

2. Metas de Política Macroeconômica

➢ Distribuição Equitativa de Renda

Ex. da má distribuição:
No Brasil, os críticos do chamado “milagre econômico”
argumentaram que piorou a concentração de renda no
país nos anos 67/73 devido a uma política deliberada do
Governo (a chamada “Teoria do Bolo” ): primeiro crescer,
para depois pensar em repartição da renda.

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2. Metas de Política Macroeconômica

➢ Crescimento Econômico

Se existe desemprego e Pode-se aumentar o


capacidade ociosa produto nacional

Estimular a Atividade Produtiva Políticas econômicas

Aumento nos recursos disponíveis


Há um limite de produção
Ou Avanço tecnológico

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2. Metas de Política Macroeconômica

➢ Crescimento Econômico

Melhor indicador: Crescimento da Renda Nacional per


capita
Não significa

Melhor padrão de vida


Nível de desenvolvimento inclui melhoria nos
indicadores sociais (pobreza, desemprego,
meio ambiente, moradia etc.)

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2. Metas de Política Macroeconômica

➢ Inter-relações e conflitos entre objetivos

Os objetivos não são independentes, podendo ser


conflitantes.
Aumenta a renda
dos pobres, sem
Crescimento reduzir a dos ricos
Renda Aumenta
Econômico (abranda conflitos
sociais).
e
Distribuição de Em países Aumenta-se a parte dos lucros
e da poupança dos mais ricos
Renda subdesenv.
na renda nacional (Teoria do
(conflitante) Bolo).

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2. Metas de Política Macroeconômica

➢ Inter-relações e conflitos entre objetivos

Os objetivos não são independentes, podendo ser


conflitantes.
Reduz-se o desemprego.
Aproximando do pleno emprego,
Metas de os recursos tendem a escassear,
Redução de Com aumento provocando um aumento dos
Emprego e de compras custos de produção. Podendo
Estabilidade aumentar a inflação (exceto,
de Preços quando estiver ocorrendo um
significativo aumento de
produtividade).

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2. Metas de Política Macroeconômica

➢ Inter-relações e conflitos entre objetivos


O administrador público (policy-maker) tem de fazer escolhas quanto
à ênfase a ser dada a diferentes objetivos. Cada combinação afeta
diferentes grupos na sociedade de diferentes maneiras, e qualquer
escolha estará sujeita à objeção política pelos representantes dos
grupos para os quais a escolha alternativa é pior.

Na maioria dos países

Previsão quanto à Partido Político que


alternativa política assumir o poder

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3. Estrutura da Análise Macroeconômica

Variáveis
Mercados
Determinadas
Produto Nacional
Parte Real Mercado de Bens e Serviços
Nível Geral de Preços
da
Economia Nível de empregos
Mercado de trabalho
Salários nominais
Parte Mercado Financeiro Taxa de juros
Monetária (monetário e títulos) Estoque de moedas
da
Economia Mercados de Divisas Taxa de câmbio

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4. Instrumentos de Políticas Macro

Atuação do Governo

Capacidade Produtiva (Produção Agregada)

Despesas Planejadas (Demanda Agregada)

A pleno emprego, com


Permitir a economia operar: baixa taxas de inflação
e distribuição justa de
renda

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4. Instrumentos de Políticas Macro

São considerados instrumentos de política


macroeconômica:
• Política Fiscal
• Política Monetária
• Política Cambial e Comercial
• Política de Rendas (Controle de Preços e Salários)

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4. Instrumentos de Políticas Macro


Política Fiscal
Instrumentos Anti- Maior Melhor
disponíveis inflacionárias Crescimento distribuição de
renda

Controle de suas Gastos em


Diminuição dos Aumento dos setores/regiões
despesas (Política de
gastos gastos mais atrasados
gastos)
Arrecadação de Aumento da Diminuição da Impostos
tributos (Polít. trib.) carga tributária carga tributária progressivos

Estimula Benefício a
Inibe consumo e consumo e grupos menos
RESULTADO
investimento investimento favorecidos

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4. Instrumentos de Políticas Macro

Política Monetária

Quantidade de moeda, crédito e taxa de juros.

Instrumentos:
✓ Emissões
✓ Reservas compulsórias (% sobre depósitos dos B.C.→ Bacen)
✓ Open market (compra/venda de títulos públicos)
✓ Redescontos (empréstimo do Bacen aos Bancos Comerciais)
✓ Regulamentação sobre crédito e taxas de juros.

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4. Instrumentos de Políticas Macro


Política Monetária

Instrumentos Anti-inflacionária Maior Crescimento


disponíveis
Estoque (Diminuir) Enxugar Aumento do estoque
Monetário

Reserva Aumento da taxa Diminuição da taxa


Compulsória

Open Market Venda de títulos Compra de títulos

RESULTADO Inibe o consumo e Estimula o consumo e


investimento investimento

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4. Instrumentos de Políticas Macro

Política Fiscal x Política Monetária

Política Fiscal Política Monetária

Como política Combinação Combinação


econômica pode...

Melhoria na Mais eficiente Mais difusa e genérica


distribuição de (tributação e gastos)
renda
Não tem. Depende de Depende apenas das
mudança na Legislação e decisões diretas das
Efeitos imediatos
Princípio da autoridades
Anterioridade monetárias

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4. Instrumentos de Políticas Macro

Política Cambial e Comercial


Política que atuam sobre as variáveis relacionadas ao setor externo da
economia.

Controle do Governo

Política Cambial Taxa de Câmbio (fixo, flutuante, etc.)

Instrumentos de incentivo às exportações e/ou


Política Comercial estímulo/desestímulo as importações, sejam fiscais,
creditícios, seja estabelecimento de cotas, etc.

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4. Instrumentos de Política
Econômica

Política de Rendas (Controle de Preços e Salários)

Os agentes econômicos ficam proibidos de levar a cabo o


que fariam, em resposta a influências normais do mercado.

Normalmente, esses controles são utilizados como política


de combate a inflação.

Influenciam diretamente: salários, lucros, juros, aluguel.

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II.Contabilidade Social

Economia

Prof. Ângelo Cardoso Pereira

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Conteúdo da Aula

1. Introdução
2. Principais Agregados Macroeconômicos
1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital
2. Economia a Dois Setores Com Formação de Capital
3. Economia a Três Setores: O Setor Público
4. Economia a Quatro Setores: O Setor Externo
5. A Despesa Nacional
3. Valores Reais e Nominais
4. Exercícios

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1. Introdução

Sistema de Contas Nacionais

Contas Básicas:
- Produto Interno Bruto
- Renda Nacional Disponível
- Transações Correntes com o Resto do Mundo
- Capital
Conta Complementar:
- Conta Corrente das Administrações Públicas

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1. Introdução

Sistema de Contas Nacionais

Característica: Não considera os chamados bens e serviços


intermediários (que são absorvidos na produção de outros Produtos)
pois seriam contabilizados duas vezes. Ou seja, esse sistema considera
apenas os bens e serviços finais.

Pressuposto 1:
As contas procuram medir a produção corrente.
Não são considerados bens produzidos em período anterior, apenas a
remuneração do vendedor (que é remuneração a um serviço corrente)

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1. Introdução

Sistema de Contas Nacionais


Pressuposto 2:
As contas referem-se a um fluxo (normalmente 1 ano):
Os agregados correspondem a variáveis fluxo (são consideradas ao
longo de um período – dimensão temporal).
Ex.: Consumo de bens e serviços, PIB, Exportações e Importações.

Obs.: Variáveis estoque: Valores tomados em determinado ponto de


tempo. Ex.: Dívida interna e externa, a quantidade de moeda de um país,
o estoque de capital de um país.

A Contabilidade Social trabalha com fluxo, não


apresentando um balanço patrimonial.

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1. Introdução

Sistema de Contas Nacionais

Pressuposto 3:
A moeda é neutra, no sentido de que é considerada apenas como
unidade de medida e instrumento de trocas.
Não se preocupa com os agregados monetários
Ex.: Oferta de moeda, aplicações financeiras.

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos

Fluxo Circular de Renda

Características:
➢ Economia fechada
➢ Sem Governo
➢ Sem formação de capital (poupança, investimentos e depreciação = 0)
➢ Economia de dois setores: Famílias e Empresas

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2. Principais Agregados Fluxo monetário


Macroeconômicos Fluxo Real

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos

1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital

O resultado econômico pode ser mensurado através de três


óticas:
• Produto
• Renda
• Despesa
Identidade básica:

Produto = Renda = Despesa

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos

1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital


Produto
Produto Nacional (PN): É o valor de todos os bens e serviços finais
produzidos em determinado período de tempo.

PN= pi.qi = psacas café.qsacas+..+pfogão.qfogão +..+pbilhete.qviagens

Setor Setor Setor


Primário Secundário Terciário
Agricultura Indústria Serviços
Pecuária Extração Comércio
Pesca mineral Comunicações

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos

1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital


Despesa
Despesa Nacional (DN): É o valor de todas as despesas realizadas
pelos agentes: consumidores, empresas, governo e estrangeiros na
compra de bens e serviços finais.

DN = Despesas de consumo ( C )

Forma de aferição do Produto Nacional (a partir do mercado de


bens e serviços)
- A partir de quem vende (por ramo de origem)
- A partir dos agentes de despesa (por ramo de destino)

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos

1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital


Renda
Renda Nacional (RN): É a soma dos rendimentos pagos às famílias,
que são proprietárias dos fatores de produção, pela
utilização de seus serviços, em um período de tempo.

RN = salários (w) + juros (j) + aluguéis (a) + lucros (l)

A medida é feita pelo fluxo de rendimento (mercado de


fatores de produção)

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos

1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital


Como não existem estoques, tudo que se produz, se vende.

PN = DN
Como no agregado, são excluídas as compras de bens intermediários. A
empresa gasta com pagamentos a fat.de produção tudo o que recebe
pela venda de bens e serviços (PN=DN).

Identidade Básica das Contas Nacionais:


PN = DN = RN

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2. Principais Agregados Fluxo monetário


Fluxo Real
Macroeconômicos

DN = C PN =pi.qi

RN = L + T + CF + CM

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos

1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital


Na prática (mede-se o PN) pelo Valor Adicionado:

Conceito de Valor Adicionado: Consiste em calcular o que cada


ramo da atividade adicionou ao valor do produto final, em cada
etapa do processo produtivo.

V. Adicionado = V. Bruto de Produção – Consumo de Prod. Intermed.

Receita de Vendas

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos

1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital


Ex.: Valores (x Mil)
TRIGO FARINHA PÃO
a) Receita de Vendas (VBP) 100 400 1.000 PN=DN= 1.000
b) Compras Intermediárias 0 100 400
Valor adicionado (a-b) 100 + 300 + 600 = 1.000 = RN

Renda paga pelo setor de trigo aos fatores de produção (VA trigo)

Renda paga pelo setor de farinha aos fatores de produção (VA farinha)

Renda paga pelo setor de panificação aos fatores de produção (VA pão)

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos

1. Economia a Dois Setores Sem Formação de Capital


Resumo
Existem 04 formas diferentes de medir o resultado econômico
de um país, todas conduzindo a um mesmo valor numérico:

Soma dos produtos finais das empresas produtoras (PN)


Soma das despesas dos agentes com o Produto Nacional (DN)
Soma de rendimentos de salários, juros, aluguéis e lucros (RN)
Soma de valores adicionados dos setores de atividade (RN)

Órgão Responsável (no Brasil) = IBGE

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital

As Famílias além de consumir podem poupar.


As Empresas além de produzir bens de consumo, produzem e
investem em bens de capital.

CONCEITOS

POUPANÇA (S) = Parcela da RN não consumida no período.

S = RN – C (C = Consumo)

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital

PN = Bens de Consumo + Bens de Investimento

INVESTIMENTO (I) = Gasto com bens que aumentam a


capacidade produtiva da economia (Capacidade de gerar
Rendas Futuras = Taxa de Acumulação de Capital).
Obs.: Não foram consumidos no próprio período e que
serão utilizados para consumo futuro.

I = PN – C

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital

Quais bens são produzidos e não consumidos no período ?


Máquinas e equipamentos
Invest. em bens
Imóveis
de capital (Ibk)

Variação de estoques
E
(produtos acabados e intermediários) FBKF
(Força
Bruta de
I = Ibk + E Depende do mercado Capital
Fixo)
Planejado

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital

Outras observações sobre INVESTIMENTO

1ª - E = Et – Et-1 = Fluxo no ano.

2ª - Não se deve confundir Investimento no sentido vulgar


com investimento no sentido econômico. Ex.: Investir em
ações não representa aumento da capacidade produtiva, a
não ser que se esteja investindo, por exemplo, em instalações.

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital

3ª - O investimento em ativos de segunda mão (imóveis, ...) não é


contabilizado como investimento agregado, sendo apenas uma
transferência de ativos, que se compensa: alguém “desinvestiu”.
Esses bens já foram computados no passado.

4ª - Os bens de consumo duráveis (TV, automóveis,...), embora não


sejam consumidos no presente e gerem fluxo de serviços no futuro,
não são considerados como investimento (há controvérsias).

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital

DEPRECIAÇÃO (d) = é o consumo de estoque (desgaste) de


capital físico, em dado período. Conseqüência: sucata ou
obsolescência.

INVESTIMENTO BRUTO (IB) E LÍQUIDO (IL)


PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB) E LÍQUIDO (PNL)

IL = IB - d IL = Acumulação Líquida de Capital =


Diferença entre novos investimentos
(IB) e depreciação
PNL = PNB - d

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital

A identidade S = I “ex-post”

Como: S = RN – C e I = PN – C e PN = RN

Logo:
S=I
Sf + Sg = Ie + Ig
Sf + Sg + Srm = Ie + Ig

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital

Ex.: PN = RN = 100. Com a venda do produto (PN) as empresas


remuneram as famílias (RN). Se as famílias decidem consumir
apenas 80 (C=80):

S = RN – C = 20

Parte de PN = 100 não foi comprada, pois as famílias não


gastaram tudo. Assim:

I= E = 20 e S = I = 20

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
2. Economia a dois setores, com Formação de Capital

Ex.: PN = 100.
Sendo: Bens de Consumo = 70
Bens de capital = 30 (Investimento)

RN = 100 (As famílias receberam 100)

Sobraram para as famílias 30 (corresponde à Poupança)

S = I = 30

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
3. Economia a três setores: O setor Público
Receita Fiscal:

Impostos Indiretos (Ti) = Incidem sobre bens e serviços.


Ex.: ICMS, IPI.

Impostos Diretos (Td) = Incidem sobre as pessoas (físicas e jurídicas).


Ex.: IR, IPTU.

Contribuições à Prev. Social = Encargos Trabalhistas recolhidos de


empregados e empregadores.

Outras Receitas = taxas (Ex.: Multas, aluguéis, ...)

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
3. Economia a três setores: O setor Público

Gastos do Governo:

Gastos com ministérios, secretarias e autarquias = Receitas provêm de


dotações orçamentárias.
Gastos das empresas e sociedades de economia mista = Provêm da
venda de bens e serviços no mercado.
Gastos com transferências e subsídios

Gastos > Receita Fiscal Déficit Primário (Fiscal)


Se :
Gastos < Receita Fiscal Superávit Primário (Fiscal)

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
3. Economia a três setores: O setor Público

PRODUTO Nacional a Preços de Mercado e


PRODUTO Nacional a Custo de Fatores

PNpm = É medido a partir dos valores pagos pelo consumidor


PNcf = É medido a partir dos valores pagos que refletem os custos de
produção, a remuneração dos fatores (L + T + CF + CM).
Como é medido pela ótica dos rendimentos, é a própria RNcf.

PNpm = RNcf + Ti - Sub


Associa-se, normalmente, Renda Nacional à RNcf e Produto
Nacional à PNpm

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
3. Economia a três setores: O setor Público

CARGA TRIBUTÁRIA BRUTA E LÍQUIDA

Índice de Carga Impostos Indiretos + Imp. Diretos x100


Tributária Bruta = PIBpm

Índice de Carga (Imp. Ind. + Dir.) – (Transf. + Sub.) x100


Tributária Líquida = PIBpm

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
4. Economia a quatro setores: O setor Externo

EXPORTAÇÕES (X) = são as compras dos estrangeiros


de nossos bens e serviços. São os gastos do setor externo
com nossas empresas.

IMPORTAÇÃO (M) = São nossas aquisições de bens do


exterior. Parte da renda gerada no país que “vaza” para fora.

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
4. Economia a quatro setores: O setor Externo

Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE)

Renda Enviada ao Exterior (RE) = parte do que foi produzido


internamente não pertence aos nacionais (Ex.: capital e tecnologia). A
remuneração desses fatores vai para fora do país, na forma de
remessa de lucro, royalties, juros.

Renda Recebida do Exterior (RR) = recebemos renda


devido à produção de nossas empresas operando no exterior.

RLEE = RE – RR No Brasil, RLEE > 0

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
4. Economia a quatro setores: O setor Externo

Produto Nacional Bruto (PNB) e Produto Interno Bruto (PIB)

PIB = É a renda devida à produção dentro dos limites territoriais do


país.

PNB = renda que pertence efetivamente aos nacionais, incluindo a


renda recebida de nossas empresas no exterior, e excluindo a renda
enviada para o exterior pelas empresas estrangeiras localizadas no Brasil.

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
4. Economia a quatro setores: O setor Externo

Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE), Produto


Nacional Bruto (PNB) e Produto Interno Bruto (PIB)

PIB = PNB + RLEE

Se : RE > RR RLEE > 0 PIB > PNB

RE < RR RLEE < 0 PIB < PNB

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
4. Economia a quatro setores

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos
5. A Despesa Nacional

DN = C + I + G + X – M

➢ As importações (M) aparece devido ao fato de que elas estão


embutidas nas demais despesas agregadas (C, I, G, X).
➢ A Despesa Agregada é apresentada a preços de mercado, já que são
valores finais.
➢ No Brasil, utiliza-se mais o conceito de Desp. Interna que Nacional.
➢ Não é calculada a depreciação pois, são utilizados os conceitos
agregados em termos brutos.

DIBpm = C + I + G + X – M

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2. Principais Agregados
Macroeconômicos

REVISÃO

Bruto
Depreciação
Líquido
pm
Governo
cf

Interno (territorial)
Estrangeiros
Nacional

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3. Valores Reais e Nominais

PN Nominal (ou PN Monetário): PN a preços correntes do ano

PN2000 = pi2000 . qi2000 - produto de 2000, avaliado a preços de 2000.


PN2001 = pi2001 . qi2001 - produto de 2001, avaliado a preços de 2001.
PN2002 = pi2002 . qi2002 - produto de 2002, avaliado a preços de 2002.

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3. Valores Reais e Nominais

PN Real (ou PN deflacionado): PN a preços constantes de


determinado ano (chamado ano-base).

PNREAL 2000 = pi2000 . qi2000 Preços permanecem constantes


em 2000. Elimina-se a influência
PNREAL2001 = pi2000 . qi2001 dos preços (Inflação). Com isso
PNREAL2002 = pi2000 . qi2002 tem-se o crescimento real

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3. Valores Reais e Nominais

Para deflacionar:

PNREAL = PN Nominal x 100


Índice de Preços

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3. Valores Reais e Nominais


Ex.: PIB, PIB per capta, PIB a preços de 2009, deflator implícito -1998/2009
PIB a preços PIB a preços PIB per capta a PIB per capta a
PIB per capta Deflator
Ano corrente (em R$ de 2013 (em preços de 2013 preços de 2013
(em R$ mil) Implícito
milhões) R$ milhões) (em US$ mil) (em R$ mil)
1998 979.275,7489 3.053.647,24 8,66 18,69 5,9936 4,24
1999 1.064.999,7118 3.061.405,90 8,51 18,36 6,3884 8,48
2000 1.179.482,0000 3.193.235,75 8,72 18,81 6,9463 6,18
2001 1.302.136,0000 3.235.166,73 8,69 18,76 7,5503 8,97
2002 1.477.822,0000 3.321.160,51 8,81 19,01 8,4574 10,55
2003 1.699.948,0000 3.359.241,59 8,81 19,01 9,6188 13,73
2004 1.941.498,0000 3.551.131,29 9,22 19,89 10,8737 8,04
2005 2.147.239,0000 3.663.335,45 9,42 20,32 11,9095 7,21
2006 2.369.484,0000 3.808.294,92 9,69 20,92 13,0139 6,15
2007 2.661.344,0000 4.040.273,80 10,18 21,96 14,4648 5,87
2008 3.032.203,0000 4.249.220,50 10,58 22,83 16,2925 8,33
2009 3.239.404,0000 4.235.209,66 10,42 22,48 17,1949 7,19
2010 3.770.084,8720 4.554.277,15 11,07 23,87 19,7639 8,23
2011 4.143.013,3380 4.678.736,67 11,26 24,29 21,5092 6,97
2012 4.392.093,9970 4.726.976,10 11,27 24,31 22,5905 4,93
2013 4.844.815,0760 4.844.815,08 11,45 24,70 24,6965 7,62

Fonte: Ipeadata

64

3. Valores Reais e Nominais


PIB, PIB per capita, população residente e deflator - 1996-2016
Produto Interno Bruto Produto Interno Bruto per capita
1 000 000 R$ População R$
Variação Deflator Variação
Ano residente
Valores Preços do em volume Variação anual Valores Preços do em volume
1 000 hab. (1) (2)
correntes ano anterior (%) (%) correntes ano anterior (%)
1996 854 764 721 586 2,2 18,5 163 538 5 226,69 4 412,34 0,7
1997 952 089 883 782 3,4 7,7 166 104 5 731,89 5 320,65 1,8
1998 1 002 351 955 308 0,3 4,9 168 693 5 941,86 5 663,00 (-) 1,2
1999 1 087 710 1 007 041 0,5 8,0 171 256 6 351,36 5 880,31 (-) 1,0
2000 1 199 092 1 135 439 4,4 5,6 173 766 6 900,62 6 534,31 2,9
2001 1 315 755 1 215 758 1,4 8,2 176 209 7 467,03 6 899,54 (-) 0,0
2002 1 488 787 1 355 932 3,1 9,8 178 499 8 340,58 7 596,29 1,7
2003 1 717 950 1 505 772 1,1 14,1 180 708 9 506,76 8 332,61 (-) 0,1
2004 1 957 751 1 816 904 5,8 7,8 182 865 10 705,99 9 935,76 4,5
2005 2 170 585 2 020 441 3,2 7,4 184 991 11 733,45 10 921,83 2,0
2006 2 409 450 2 256 583 4,0 6,8 187 062 12 880,52 12 063,31 2,8
2007 2 720 263 2 555 700 6,1 6,4 189 038 14 390,01 13 519,49 5,0
2008 3 109 803 2 858 838 5,1 8,8 191 010 16 280,82 14 966,94 4,0
2009 3 333 039 3 105 891 (-) 0,1 7,3 192 981 17 271,34 16 094,29 (-) 1,1
2010 3 885 847 3 583 958 7,5 8,4 194 891 19 938,60 18 389,58 6,5
2011 4 376 382 4 040 287 4,0 8,3 196 604 22 259,91 20 550,41 3,1
2012 4 814 760 4 460 460 1,9 7,9 198 315 24 278,35 22 491,80 1,0
2013 5 331 619 4 959 435 3,0 7,5 200 004 26 657,54 24 796,66 2,1
2014 5 778 953 5 358 488 0,5 7,8 201 718 28 648,74 26 564,31 (-) 0,3
2015 5 995 787 5 574 045 (-) 3,5 7,6 203 476 29 466,85 27 394,16 (-) 4,4
2016 6 267 205 5 797 599 (-) 3,3 8,1 205 157 30 548,40 28 259,39 (-) 4,1
Fontes: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais e Coordenação de População e Indicadores Sociais.
(1) 2000-2016: População projetada para 1º de julho, série revisada. (2) 1996-1999: Retroprojeção da População do Brasil, por sexo e idade, para o período
2000-1980.

Fonte: Ipeadata

65

4. Componentes do PIB Brasileiro


(3 Óticas)
Componentes do Produto Interno Produto Interno Bruto
Bruto 2009 2010 2011 2012 2013

A - Ótica da produção

Total 3 333 039 3 885 847 4 373 658 4 805 913 5 316 455

Produção 5 800 044 6 599 149 7 435 283 8 214 846 9 090 434

Impostos sobre produtos (líquidos


483 277 583 007 655 921 720 501 777 859
de subsídios)

Consumo intermediário (-) (-) 2 950 282 (-) 3 296 309 (-) 3 717 546 (-) 4 129 434 (-) 4 551 838

66

22
03/03/2020

4. Componentes do PIB Brasileiro


(3 Óticas)
Produto Interno Bruto
Componentes do Produto Interno Bruto
2009 2010 2011 2012 2013
B - Ótica da despesa
Total 3 333 039 3 885 847 4 373 658 4 805 913 5 316 455

Despesa de consumo final 2 719 997 3 079 133 3 453 270 3 842 293 4 283 830

Despesa de consumo das famílias 2 011 763 2 278 735 2 571 507 2 876 759 3 199 445
Despesa de consumo das Instituições
sem fins de lucro 53 270 61 432 64 395 72 905 76 605
a serviço das famílias
Despesa de consumo do governo 654 964 738 966 817 368 892 629 1 007 780

Formação bruta de capital 626 483 847 166 954 059 1 029 062 1 155 332
Formação bruta de capital fixo 636 676 797 946 900 785 995 644 1 113 772
Variação de estoque (-) 10 193 49 220 53 274 33 418 41 560
Exportação de bens e serviços 361 680 417 270 501 802 563 474 620 077
Importação de bens e serviços (-) (-) 375 120 (-) 457 722 (-) 535 473 (-) 628 916 (-) 742 784

67

4. Componentes do PIB Brasileiro


(3 Óticas)
Produto Interno Bruto
Componentes do Produto Interno Bruto
2009 2010 2011 2012 2013
C - Ótica da renda

Total 3 333 039 3 885 847 4 373 658 4 805 913 5 316 455

Remuneração dos empregados 1 413 173 1 618 190 1 846 781 2 058 854 2 307 327

Salários 1 126 506 1 277 285 1 453 655 1 626 983 1 823 824

Contribuições sociais efetivas 239 770 290 193 338 487 374 647 421 108
Contribuições sociais imputadas 46 897 50 712 54 639 57 224 62 395
Excedente operacional bruto e rendimento
1 391 478 1 641 762 1 824 617 1 976 046 2 171 851
misto bruto
Impostos sobre a produção e importação 528 389 625 895 702 260 771 013 837 277

68

5. Exercícios

Dados em bilhões de reais:


salários pagos ás famílias (w) ................................300
juros, aluguéis e lucros pagos (j+a+l) .....................450
depreciação de ativos fixos (d) .................................25
impostos indiretos (Ti) .............................................100
impostos diretos (Td) ................................................88
subsídios do governo a empresas privadas (sub).....10
outras receitas correntes do governo (ORec) ...........20
renda enviada ao exterior (RE)....................................7
renda recebida do exterior (RR)...................................2
pagamentos de aposentadoria (Tr)............................40

69

23
03/03/2020

5. Exercícios

E sabendo-se que os valores dos L,T,CF,CM são brutos, no sentido de que


ainda não foram descontados os impostos diretos, a depreciação e a
renda enviada do exterior, e não incluída a renda recebida do exterior,
pede-se:

a) RIBcf
b) RILcf
c) RNLcf
d) PNBpm
e) PIBpm
f) Índice de CTB
g) Índice de CTL

70

Teoria da Determinação da
Renda: o Modelo Keynesiano
Economia

Prof. Ângelo Cardoso


Pereira

71

Conteúdo da Aula
1. Introdução
2. A Oferta Agregada, o Desemprego e o Nível Geral de
Preços
3. A Demanda Agregada
1. O consumo privado
2. O investimento privado
3. Os gastos do governo
4. A demanda de exportação e importação
4. A Renda Nacional de Equilíbrio
5. Exercícios

72

24
03/03/2020

1. Introdução
Durante o século XIX predominou a chamada teoria
clássica (encabeçada pela Lei de Say), em que os
economistas acreditavam que a oferta determina a
demanda.

O período de crise de 1873 até 1896 manifesta uma


série de mudanças que vigorarão no século XX.

O surgimento da ciência, com a 2ª Revolução


Industrial, possibilitou a busca pela inovação
tecnológica. Surgiam os monopólios e oligopólios.

73

1. Introdução
Em 1929 ocorre o crash da Bolsa de Valores de Nova
York, juntamente com uma crise de superprodução
(Oferta > Demanda).

Portanto, o equilíbrio proposto pelos clássicos já


não explicavam a economia da época. Foi então que
entrou em cena a Teoria Keynesiana (Teoria do
Emprego, do Juro e da Moeda), também conhecida
como teoria do desequilíbrio, que vigorou durante
grande parte do século XX.

A partir de agora, era a demanda que determinava a


oferta, ou melhor, as expectativas de demanda.

74

2. A Oferta Agregada, o Desemprego


e o Nível Geral de Preços
As empresas respondem aos acréscimos de demanda por
meio de um aumento da produção física.

Podemos analisar duas situações:

a) situação de desemprego de fatores: o produto pode


aumentar em resposta ao acréscimo de fatores, sem,
contudo, variar o nível de preços da economia.
b) situação de pleno emprego: dada a utilização eficiente
de todos os recursos disponíveis para se empregar o
produto, este não mais pode crescer em resposta aos
estímulos da demanda, mas apenas o nível geral de
preços da economia tenderá a subir.

75

25
03/03/2020

2. A Oferta Agregada, o Desemprego


e o Nível Geral de Preços

Nível Geral de
Preços Lado Clássico
(Pleno Emprego)

Lado Keynesiano
(Desemprego) Curva de Oferta

Ye Y
Produto de Pleno Emprego

76

2. A Oferta Agregada, o Desemprego


e o Nível Geral de Preços

Qualquer renda nacional à esquerda da renda de


pleno emprego (Ye) equivale a uma situação de
desemprego na economia, e nesse intervalo
apenas o produto real varia, permanecendo
constante o nível de preços. Uma vez atingida a
renda de pleno emprego, apenas os preços
subirão.

77

2. A Oferta Agregada, o Desemprego


e o Nível Geral de Preços
Pelo fato da análise macroeconômica ser de curto prazo,
faremos as hipóteses de:

a) nenhuma mudança tecnológica deverá ocorrer no


período;
b) o estoque físico produtivo do fator capital também
permanecerá constante, e apenas o fator trabalho
estará disponível para se empregar até a posição de
pleno emprego, durante o período considerado.

Em outras palavras, a curto prazo, a curva de oferta


agregada keynesiana não se deslocará.

78

26
03/03/2020

3. A Demanda Agregada

A demanda agregada constitui-se nos dispêndios da


coletividade em bens e serviços de consumo (C),
investimento (I), despesas governamentais (G) e
exportações (X), devendo-se subtrair o montante total
das importações do país (M).

A demanda nacional agregada (Yd) ou dispêndio nacional é


equivalente a:

Yd = C + I + G + (X – M)

79

3. A Demanda Agregada
1. O consumo privado

A renda é o fator que,


isoladamente, maior influência
C
tem na determinação do
consumo, isto é, a magnitude C(Y)
das despesas em consumo
programado (intenção de
consumir da coletividade) pela
coletividade dependerá c0
basicamente do nível de renda
da economia.
Y

A função consumo pode ser


assim escrita:
C = C(Y)

80

3. A Demanda Agregada
1. O consumo privado
De acordo com a Teoria Econômica, os parâmetros da função consumo
podem ser assim interpretados:

a) Quando Y = 0, significa que C = co, isto é, co é o consumo mínimo


que a coletividade pode suportar, pois mesmo que a renda seja
zero, a população necessita viver.
b) Podemos estudar a relação entre a renda e o nível de consumo: a
propensão marginal a consumir (PMgC), que equivale à relação
entre um acréscimo no consumo desejado em decorrência de um
acréscimo na renda da coletividade:

81

27
03/03/2020

3. A Demanda Agregada
1. O consumo privado
A PMgC tem seu valor entre zero e um, pois seria pouco
sustentável uma situação em que a coletividade passasse a
aumentar seu consumo mais que seu acréscimo de renda.

Outros aspectos importantes a considerar:

a) a PMgC decresce com o aumento da renda, como podemos


verificar inclinação cada vez menor da função consumo;
b) a PMgC é estável ao longo de algum tempo, ou seja, é pouco
provável que a comunidade mude seu comportamento intencional
de consumo num curto espaço de tempo.

82

3. A Demanda Agregada
2. O investimento privado
Antes de iniciarmos a discussão sobre investimentos, abordemos o
conceito de poupança.

Poupança nacional corresponde à parcela da renda nacional não


gasta em bens e serviços de consumo produzidos na economia.

A função poupança, portanto pode ser obtida a partir da renda


menos a função consumo:

S=Y-C

83

3. A Demanda Agregada
2. O investimento privado
É interessante associar o conceito de propensão marginal a
poupar: corresponde ao quociente da variação absoluta na
poupança pela variação absoluta na renda da coletividade.

A soma da propensão marginal a poupar e da propensão marginal a


consumir é igual à unidade:

PMgC + PMgS = 1

Ou seja, a renda é destinada ao consumo ou à poupança.

84

28
03/03/2020

3. A Demanda Agregada
2. O investimento privado
Define-se investimento na teoria keynesiana como o ato de
aumentar a produção (investimento em bens de capital, por
exemplo) de forma a corresponder ao aumento da demanda
Princípio da Demanda Efetiva).

A realização do investimento pelo empresário capitalista se dá pela


comparação da chamada eficiência marginal do capital (EMgK),
correspondente à máxima taxa de retorno sobre os custos (é a
rentabilidade esperada da realização do investimento), com a taxa
de juros da economia.

Se EMgK > Taxa de juros ➔ o investimento é realizado


Se EMg K < Taxa de juros ➔ não se realiza o investimento

85

3. A Demanda Agregada
2. O investimento privado
Observe a seguinte igualdade:

SR = IR

Devemos notar que, se a coletividade deseja realizar uma poupança


igual à S e se os empresários desejam realizar os investimentos na
mesma magnitude, a renda determinada Y será de equilíbrio, pois o
montante de vazamento desejado e realizado do “fluxo circular de
renda” é igual ao montante de injeção desejada e realizada pelos
empresários.

Ou seja, o investimento realizado é igual à poupança realizada.

86

3. A Demanda Agregada
2. O investimento privado

O montante de investimento realizado pelos capitalistas


gera um processo de aumento da renda nacional e esse
aumento de renda é mensurado pelo multiplicador de
investimento.

O multiplicador (k) é um coeficiente associado à


variação dos investimentos que determina a magnitude
de variação no nível da renda nacional.

87

29
03/03/2020

3. A Demanda Agregada
2. O investimento privado

Dessa expressão, podemos verificar que, quanto maior a


PMgC ou menor a PMgS, tanto maior será o multiplicador.

O valor do multiplicador pode variar de um até infinito.


Quanto maior o multiplicador, um pequeno aumento no
investimento gera um aumento maior na renda nacional.

88

3. A Demanda Agregada
3. Os gastos do governo
Gastos do governo incluem despesas em infraestrutura nacional,
gastos com salários, subsídios, etc.

Acréscimos nestes gastos governamentais possuem o mesmo efeito


multiplicador dos investimentos privados, expandindo o nível de
renda nacional pela expansão da demanda em bens e serviços de
consumo.

Os gastos do governo (G) são predominantemente financiados pela


arrecadação de tributos. Agora, as funções consumo e poupança
devem ser tomadas sobre a renda disponível e não mais sobre a renda
total:

C = C(Y – T)
S = (Y – T) - C

89

3. A Demanda Agregada
4. A demanda de importação e exportação
Ao abrirmos a economia para o comércio exterior, nosso modelo
macroeconômico de curto prazo se completa, bastando para isso
incorporarmos à demanda agregada os dispêndios com a exportação
e a importação de bens e serviços.

Será considerado o movimento líquido das exportações sobre as


importações em bens e serviços.

As exportações têm um efeito positivo sobre o nível de renda interna,


pois, para se atender à demanda dos estrangeiros pelos nossos
produtos, os empresários devem aumentar a produção e o emprego
dos fatores disponíveis do país.

Fenômeno contrário se verifica quando importamos produtos do


exterior, pois o efeito multiplicador de renda se dá nos países de
origem das exportações.

90

30
03/03/2020

3. A Demanda Agregada
5. Multiplicadores

Fórmulas para o cálculo dos multiplicadores 22.

onde:
b = propensão marginal a consumir
d = propensão marginal a investir
t = propensão marginal a tributar
m = propensão marginal a importar

91

4. A Renda Nacional de Equilíbrio


A partir da demanda agregada
Yd = C + I + G + (X – M)
estabelecidos os conceitos de consumo,
investimento, gastos do governo e
exportações líquidas (X – M) e introduzida a
discussão sobre poupança, podemos
determinar o produto de equilíbrio de acordo
com a teoria keynesiana.

92

4. A Renda Nacional de Equilíbrio


Yd = C + I + G + (X – M)
Y = {a + b [Y – (t0 + tY)]} + (c + dY) + G + [X – (m0 + mY)]

93

31
03/03/2020

4. A Renda Nacional de Equilíbrio


a) A partir das funções consumo e poupança:

94

4. A Renda Nacional de Equilíbrio


b) A partir da oferta e demanda agregadas:

95

5. Exercícios
1. Represente a curva de oferta agregada clássica e keynesiana e
explique a forma de cada uma.
2. Conceitue consumo e aborde a questão referente à propensão
marginal a consumir.
3. Imagine que ocorreu um aumento no consumo da ordem de 100
unidades monetárias e um aumento da renda nacional no
montante de 450 unidades monetárias. Qual foi a PMgC?
4. Em que um empresário se baseia para realizar um investimento?

96

32
03/03/2020

5. Exercícios
5. Explique o que ocorre com a renda de equilíbrio se:
a) Houver um aumento no nível de consumo da sociedade.
b) A taxa de juros exceder a eficiência marginal do capital.
c) O governo decide gastar mais.
d) Os residentes internos demandam mais produtos do exterior.

6. Considere uma economia fechada descrita pelas seguintes equações


comportamentais:
C=200 + 0,5 Yd / I=400 + 0,2Y – 2000i / G=100 / T=100
OA=DA → Y=C+I+G
Y=[200+0,5(Y-T)]+[400+0,2Y-100]+100
Y=200+0,5Y-50+400+0,2Y-100+100
Y-0,7Y=550
0,3Y=550 → Ye=1833
Em que: C é o consumo agregado, Y é a renda, Yd é a renda disponível, I é o
investimento privado, i é a taxa de juros, T é a arrecadação tributária, G é o
gasto do governo. Supondo que a taxa de juros seja igual a 5% (0,05), calcule o
valor da renda, do consumo e do investimento.

97

Teoria Monetária
Economia

Prof. Ângelo Cardoso


Pereira

98

Conteúdo da Aula
1. Conceito e Funções da moeda
1. Instrumento de troca
2. Reserva de valor
3. Unidade de conta
2. A Oferta de Moeda
1. O BACEN e os bancos comerciais
2. Instrumentos de controle do BACEN
3. A Demanda de Moeda
4. Equilíbrio Monetário
5. Exercícios

99

33
03/03/2020

1. Conceito e Funções da moeda


Usa-se o termo moeda para algo geralmente aceito em
troca de bens e serviços.

Em outras palavras, moeda é um instrumento ou objeto


que, pelo fato de ser aceito pela população em troca de
bens e serviços, passa a ser usado como meio de troca.

Portanto, moeda é o conjunto de ativos da economia que


as pessoas usam regularmente para comprar bens e
serviços de outras pessoas.

100

1. Conceito e Funções da moeda


Na possibilidade de servir como meio de troca, qualquer bem pode
funcionar como dinheiro, desde que possua a aceitação de todos
(problema do duplo desejo), em pagamento de bens e serviços, ou no
cumprimento de obrigações.

Na atualidade, papel-moeda, moedas metálicas e moeda bancária são


aceitas como meio de troca.

O emprego generalizado de papel-moeda como meio de troca


confirma a ideia de que o dinheiro é útil pelo que proporciona e não
por sua utilidade intrínseca.

101

1. Conceito e Funções da moeda


Podemos considerar dois tipos de moeda:

a) moeda-mercadoria: moeda que toma a forma de uma


mercadoria com valor intrínseco (significa que o item teria
valor mesmo que não fosse usado como moeda).

b) moeda de curso forçado: moeda sem valor intrínseco


que é usada como moeda por decreto governamental.

102

34
03/03/2020

1. Conceito e Funções da moeda


Deve-se expressar o valor da moeda pela
quantidade de bens e serviços que determinada
quantidade de moeda pode comprar. A isso
chama-se de poder de compra da moeda, que
pode ser quantificado por:

1 / índice de preços

103

1. Conceito e Funções da moeda


Podemos classificar a moeda de acordo com as
funções que exerce:

- Meio de troca
- Reserva de valor
- Unidade de conta

104

1. Conceito e Funções da moeda


1. Instrumento de troca
Um instrumento de troca, ou meio de troca, é algo que os
compradores dão aos vendedores quando compram bens
e serviços.

Essa transferência de moeda do comprador para o


vendedor permite que a transferência ocorra.

Quando você entra em uma loja está confiante de que ela


irá aceitar sua moeda em troca dos itens que estão à
venda, porque a moeda é o meio de troca comumente
aceito.

105

35
03/03/2020

1. Conceito e Funções da moeda


1. Instrumento de troca

A moeda é um ativo que possui uma propriedade especial: a liquidez.

Um ativo é líquido quando pode ser transacionado em curto prazo,


com perda mínima.

A moeda é o ativo mais líquido que existe, porém há custos em retê-la.

O custo de reter moeda é o custo de oportunidade, medido pela taxa


de juros.

106

1. Conceito e Funções da moeda


2. Reserva de valor
Uma reserva de valor é algo que as pessoas podem usar
para transferir poder de compra do presente para o
futuro; diz respeito à moeda como um ativo que pode
ser escolhido para armazenar riqueza.

Quando um vendedor aceita moeda hoje em troca de


um bem ou serviço, ele pode ficar com a moeda e
tornar-se comprador de outro bem ou serviço em outro
momento.

O termo riqueza é usado para fazer referência ao total


de reservas de valor, incluindo tanto a moeda quanto os
ativos não-monetários.

107

1. Conceito e Funções da moeda


3. Unidade de conta
Uma unidade de conta é um padrão comum de medida
que as pessoas usam para anunciar preços e registrar
débitos.

Os bens e serviços não são mensurados em termos de


outros bens e serviços.

Quando queremos medir e registrar valor econômico,


usamos a moeda como unidade de conta. Portanto, o
preço de todos os bens são expressos em termos
monetários.

108

36
03/03/2020

2. A Oferta de Moeda
A oferta de moeda é a quantidade de moeda disponível na economia.

O ativo mais óbvio para incluir é a moeda corrente – as notas e moedas


de metal que estão nas mãos do público. A moeda corrente é,
claramente, o meio de troca mais aceito em nossa economia.

Devemos incluir, também, os depósitos à vista – os saldos em conta


corrente que os depositantes podem acessar simplesmente com a
emissão de um cheque.

109

2. A Oferta de Moeda
Então, os meios de pagamento em uma economia são
constituídos por papel-moeda (que compreende cédulas e
moedas metálicas) e depósitos a vista em bancos comerciais,
que é moeda escritural.

M1 = papel-moeda em poder do público + moeda escritural

Conceito de M1: montante de papel-moeda efetivamente em


poder do público, pois é este o montante de papel-moeda que
pode ser empregado em transações.

110

2. A Oferta de Moeda

Os novos conceitos de meios de pagamento ampliados


representam mudança de critério de ordenamento de
seus componentes, que deixaram de seguir o grau de
liquidez, passando a definir os agregados por seus
sistemas emissores.

111

37
03/03/2020

2. A Oferta de Moeda
Conceitos anteriores
M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à
vista
M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + quotas
de fundos de renda fixa de curto prazo + títulos
públicos de alta liquidez
M3 = M2 + depósitos de poupança
M4 = M3 + títulos emitidos por instituições financeiras

112

2. A Oferta de Moeda
Nesse sentido, o M1 é gerado pelas instituições
emissoras de haveres estritamente monetários, o
M2 corresponde ao M1 e às demais emissões de
alta liquidez realizadas primariamente no
mercado interno por instituições depositárias - as
que realizam multiplicação de crédito. O M3, por
sua vez, é composto pelo M2 e captações
internas por intermédio dos fundos de renda fixa
e das carteiras de títulos registrados no Sistema
Especial de Liquidação e Custódia (Selic). O M4
engloba o M3 e os títulos públicos de alta liquidez

113

2. A Oferta de Moeda
Conceitos atuais
Meios de Pagamento Restritos:
M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à vista
Meios de Pagamento Ampliados:
M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de
poupança + títulos emitidos por instituições
depositárias
M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações
compromissadas registradas no Selic
Poupança financeira:
M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez

114

38
03/03/2020

2. A Oferta de Moeda
SISTEMAS EMISSORES
M1: Consolidado monetário → passivo monetário restrito do
Banco Central e bancos criadores de moeda escritural;
M2: Consolidado bancário menos fundos de renda fixa → passivo
monetário restrito do Banco Central e passivo monetário
ampliado emitidos primariamente pelas instituições depositárias;
M3: Consolidado bancário → passivo monetário restrito do Banco
Central e passivo monetário ampliado das instituições
depositárias e fundos de renda fixa;
M4: Consolidado bancário mais governos → passivo monetário
ampliado do Banco Central, instituições depositárias, fundos de
renda fixa e tesouros nacional, estaduais e municipais.

115

2. A Oferta de Moeda
ALGUNS CONCEITOS

Instituições depositárias:
bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas, bancos de
investimento, bancos de desenvolvimento, agências de fomento,
sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de
crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo,
companhias hipotecárias. As instituições financeiras não depositárias,
como sociedades de arrendamento mercantil, corretoras e
distribuidoras de títulos e de valores mobiliários, nessas definições de
agregados monetários são consideradas empresas do setor produtivo.

116

2. A Oferta de Moeda
ALGUNS CONCEITOS

Consolidado monetário:
Banco Central, bancos múltiplos com carteira comercial, bancos
comerciais e caixas econômicas. Por restrições operacionais, as
cooperativas de crédito ainda não foram incluídas nesse consolidado.

Consolidado bancário:
consolidado monetário, outras instituições depositárias e fundos de
renda fixa.

117

39
03/03/2020

2. A Oferta de Moeda
1. O BACEN e os bancos comerciais
O banco comercial caracteriza-se por ser a única instituição que
possui a capacidade de criar ou destruir meios de pagamentos.

Ao conceder empréstimos por crédito em conta corrente, um


banco comercial cria meios de pagamentos, pois aumenta o saldo
de moeda escritural.

O tomador do crédito, ao utilizar o saldo de sua conta, emitindo


cheques em pagamento de transações, gera novos depósitos em
contas dos favorecidos dos cheques emitidos.

Novos depósitos permitem aos bancos a capacidade de conceder


novo crédito a outro cliente. A repetição desse mecanismo mostra
a capacidade de multiplicar a moeda pelo setor bancário.

118

2. A Oferta de Moeda
1. O BACEN e os bancos comerciais
O coeficiente multiplicador dos depósitos bancários (k) é o inverso da
taxa de compulsório (r):

k=1/r

Em um determinado exemplo, sendo r = 0,30 (ou seja, os bancos


mantém em sua reserva 30% dos depósitos efetuados), o multiplicador
k será:

k = 1 / 0,30 = 3,333...

Isso mostra que um depósito inicial de R$ 1.000,00, dado o percentual


de reserva compulsória de 30%, pode permitir o aumento da moeda
escritural (que é meio de pagamento) para R$ 3.333,33, no conjunto
dos bancos comerciais, ou seja, 3,333 vezes as reservas adquiridas
pelos bancos.

119

2. A Oferta de Moeda
1. O BACEN e os bancos comerciais

O BACEN
OBJETIVO: Regular a moeda e o crédito, em níveis compatíveis com o
crescimento do produto (manter a liquidez do sistema econômico).

FUNÇÕES: - Banco emissor de moeda (controlar a oferta de moeda)


- Banco dos bancos (os bancos depositam seus fundos
e transferem entre eles (pela câmara de compensação
de cheques). Além disso, o BC empresta aos bancos
(redesconto bancário)
- Banco do governo (canal que o Governo tem para
implementar a Pol. Monetária. Recebe fundos do Gov.
e emite títulos (obrigações) para a venda ao público)
- Banco depositário das reservas internacionais.

120

40
03/03/2020

2. A Oferta de Moeda
1. O BACEN e os bancos comerciais
Entende-se por política monetária ações do Banco Central
para exercer o controle da expansão da moeda e do
crédito, visando metas desejadas de taxa de juros,
crescimento da economia, nível de emprego e estabilidade
de preços.
POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA É AQUELA QUE ELEVA A LIQUIDEZ DA
ECONOMIA, INJETANDO MAIOR VOLUME DE RECURSOS NOS MERCADOS E
ELEVANDO, EM CONSEQÜÊNCIA, OS MEIOS DE PAGAMENTO.

ATRAVÉS DE UMA POLÍTICA MONETÁRIA RESTRITIVA, AS AUTORIDADES


MONETÁRIAS PROMOVEM REDUÇÕES DOS MEIOS DE PAGAMENTO DA
ECONOMIA, RETRAINDO A DEMANDA AGREGADA (CONSUMO E
INVESTIMENTO) E A ATIVIDADE ECONÔMICA.

121

2. A Oferta de Moeda
1. O BACEN e os bancos comerciais

A POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA SE APLICA PARA


DINAMIZAR O CONSUMO E O INVESTIMENTO
AGREGADOS, COM REFLEXOS POSITIVOS SOBRE A
EXPANSÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA. APLICA-SE EM
MOMENTOS DE RETRAÇÃO ECONÔMICA.

A POLÍTICA MONETÁRIA RESTRITIVA, VISA A RESTRIGIR


A OFERTA DE CRÉDITO E ELEVAR SEU CUSTO, DE FORMA
DE ADEQUAR O CONSUMO E O INVESTIMENTO
AGREGADOS À OFERTA MONETÁRIA DA ECONOMIA.

122

2. A Oferta de Moeda
2. Instrumentos de controle do BACEN

São instrumentos de política econômica:

a) Operações de mercado aberto (open-market)

b) Alteração do percentual de reservas compulsórias

c) Assistência financeira de liquidez

123

41
03/03/2020

2. A Oferta de Moeda
2. Instrumentos de controle do BACEN
a) Operações no mercado aberto (open-market):

O BACEN exerce o controle dos meios de pagamentos, através de operações


de mercado aberto, comprando ou vendendo títulos de sua carteira.

Para conseguir os efeitos desejados sobre os meios de pagamentos, as


operações de mercado aberto envolvem o Banco Central, os bancos
intermediários e os agentes econômicos clientes dos bancos, afetando, em
sequência: (1) o volume das reservas dos bancos comerciais, (2) a taxa de
juros, (3) o volume dos empréstimos, e (4) o montante dos meios de
pagamentos.

Se o BACEN desejar, por exemplo, expandir os meios de pagamentos, deverá


comprar títulos em poder dos bancos, dando-lhes em troca moeda. A
operação atua aumentando o volume das reservas dos bancos comerciais.
Para contrair os meios de pagamentos, obviamente a operação deverá ser
oposta à descrita. O BACEN deverá vender títulos e receber, em troca,
reservas.

124

2. A Oferta de Moeda
2. Instrumentos de controle do BACEN

b) Alteração do percentual de reservas compulsórias:

Uma das formas de que dispõe o Banco Central de limitar a


capacidade de os bancos comerciais criarem meios de
pagamentos por meio de empréstimos é através do
percentual de reservas compulsórias.

Dado que o volume de empréstimos que o sistema


bancário pode criar será igual ao volume das reservas
vezes 1/r, sendo r o percentual de reservas compulsórias,
maior a exigência de compulsório, menor será a
capacidade de os bancos concederem empréstimos e de
criarem, por consequência, meios de pagamentos.

125

2. A Oferta de Moeda
2. Instrumentos de controle do BACEN
c) Variação da taxa de redesconto:

O redesconto consiste em operação entre o BACEN e bancos comerciais, pela


qual os bancos negociam ativos financeiros (duplicatas de seus clientes,
por exemplo) em troca de liquidez (aumento de reservas).

A administração da taxa de juros cobrada na operação, que é a taxa de


redesconto, constitui, então, o instrumento principal de que dispõe o Banco
Central para agir sobre a demanda por reservas, por parte dos bancos
comerciais.

Alta taxa de redesconto tende a desestimular a demanda de recursos por este


tipo de assistência financeira de liquidez, influindo negativamente sobre o
montante de reservas adicionais adquiridas pelos bancos, sobre o montante
dos empréstimos que podem conceder e, em consequência, sobre os meios
de pagamentos.

Baixa taxa de redesconto tende a motivar o interesse dos bancos, o que


conduziria ao efeito final de aumento dos meios de pagamentos.

126

42
03/03/2020

3. A Demanda de Moeda
Segundo Keynes, a procura de dinheiro é uma procura de liquidez.
A liquidez pode ser analisada distinguindo os três diferentes móveis que
determinam a dita preferência:
a) O motivo transação → a quantidade de dinheiro necessária para
satisfazer a preferência por liquidez pelo motivo transação tem íntima
relação com o volume de rendimento e de emprego (nível geral da
atividade econômica). À medida que se elevam o total da produção e o
emprego e aumentam os preços e os salários, cresce também a procura
de dinheiro para transações.
b) O motivo precaução → surge porque os indivíduos e as empresas acham
prático ter uma reserva de numerário em suplementação ao que
necessitam para transações (incerteza ao futuro).
c) O motivo especulação → a espécie de preferência por liquidez que
interessa com relação à taxa de juros é a que se origina do chamado
motivo especulação, porque as reservas para especulação são
particularmente sensíveis às variações das taxas de juros.

127

3. A Demanda de Moeda
Montemos uma relação matemática e um gráfico para analisarmos a demanda
por moeda.

Como a quantidade de dinheiro que se tem pelo motivo transação e pelo de


precaução (M1) depende primordialmente do nível geral da atividade
econômica, que se pode medir pela renda (Y), a expressão abreviada disto é

M1 = L1(Y)

A expressão conveniente para a relação entre o dinheiro que se tem pelo


motivo especulação e a taxa de juros (i) é

M2 = L2(i)

Então, a equação M = M1 + M2 pode ser escrita por

M = L1(Y) - L2(i)

128

4. Equilíbrio Monetário
Por enquanto, nos deteremos ao simples conceito de
equilíbrio monetário, em que:
OMOEDA = DMOEDA

No gráfico que ilustraremos, o eixo horizontal mostra a


quantidade de moeda; o eixo vertical à esquerda
mostra o valor da moeda (1/P) e o eixo vertical à
direita mostra o nível de preços P.

129

43
03/03/2020

4. Equilíbrio Monetário

Valor da Nível de
Moeda(1/P) Preços(P)
DMoeda SMoeda
1 1

3/4 1,33

1/2 2

1/4 4

130

5. Exercícios
1). Quais são as funções da moeda? Explique uma.
2). O que constitui os meios de pagamentos?
3). Que entidades são responsáveis pela oferta de moeda
na economia?
4). Quais são as funções do BACEN?
5). Aborde política monetária expansionista.
6). Cite os três instrumentos de política econômica do
BACEN.

131

5. Exercícios
7). A partir dos seguintes fatos, diga se a oferta de moeda
aumentou ou diminuiu:
a) O BACEN compra títulos no mercado aberto.
b) O BACEN decide aumentar a taxa de redesconto.
c) O BACEN decide por diminuir a taxa de reserva
compulsória.
d) Os bancos comerciais aumentam sua taxa de reserva.
e) As pessoas decidem poupar menos.

132

44
03/03/2020

Inflação
Economia

Prof. Ângelo Cardoso


Pereira

133

Conteúdo da Aula
1. Conceito de Inflação
2. Causas clássicas de inflação
1. Inflação de demanda
2. Inflação de custos
3. A Causa da Oferta de Moeda
4. Os Custos da Inflação
1. Imposto Inflacionário
2. Curva de Phillips
5. Índices de Preços
6. Exercícios

134

1. Conceito de Inflação
A inflação pode ser conceituada como um aumento contínuo e
generalizado no nível geral de preços, além de que o fenômeno
inflacionário exige a elevação contínua dos preços durante um
período de tempo, e não meramente uma elevação esporádica
dos preços.

Dado que a inflação representa uma elevação dos preços


monetários, ela significa que o valor real da moeda é
depreciado pelo processo inflacionário.

Assim, por definição, a inflação é um fenômeno monetário.

135

45
03/03/2020

1. Conceito de Inflação
A inflação é responsável por causar alguns efeitos na sociedade:

a) sobre a distribuição de renda: diz respeito à redução relativa do


poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos.
b) sobre o mercado de capitais: o valor da moeda deteriora-se
rapidamente, de modo que ocorre um desestímulo à aplicação de
recursos no mercado de capitais financeiros.
c) sobre o balanço de pagamentos: encarecem o produto nacional
relativamente aos produtos externos, diminuindo o saldo do
balanço comercial.
d) sobre as expectativas: causam maior incerteza quanto ao futuro

136

2. Causas Clássicas de Inflação


1. Inflação de demanda

Tal causa diz respeito ao excesso de demanda agregada em relação à


produção disponível de bens e serviços.

Ela pode ser entendida como “dinheiro demais à procura de poucos


bens”.

A probabilidade de inflação de demanda aumenta quanto mais a economia


estiver próxima de um ponto de pleno emprego de recursos, uma
vez que, quando do desemprego, um aumento da demanda
aumentará, também, a renda nacional, pois os recursos antes
desempregados, poderão ser usados, sem que ocorra
necessariamente um aumento generalizado de preços.

137

2. Causas Clássicas de Inflação


1. Inflação de demanda
Como esse tipo de inflação está associado ao excesso de demanda
agregada, e tendo em vista que, a curto prazo, a demanda é mais
sensível a alterações de política econômica que a oferta agregada, a
política preconizada para combatê-la assenta-se em instrumentos
que provoquem uma redução da procura agregada por bens e
serviços.

Consumo
Inflação Componentes
de COMBATE
Investimento da Demanda
demanda Agregada
Gastos Gov.

138

46
03/03/2020

2. Causas Clássicas de Inflação


1. Inflação de demanda
Observe como ocorre a inflação de demanda:

Nível Geral
de Preços
OA
DA1
DA0
P1

P0

Y
Y0 Y1

139

2. Causas Clássicas de Inflação


1. Inflação de custos

Inflação de OFERTA.

O nível de demanda permanece o mesmo, mas os custos de


certos insumos aumentam e são repassados aos preços dos
produtos. Está associada, também, ao monopólio e oligopólio
(de certas empresas) que conseguem elevar seus lucros acima
da elevação dos custos de produção.

140

2. Causas Clássicas de Inflação


1. Inflação de custos
Observe como ocorre a inflação de oferta:

Nível Geral
de Preços OA2
DA

OA1
P2

P1

Y2 Y1 Y

141

47
03/03/2020

3. A Causa da Oferta de Moeda

Em um dos 10 Princípios de Economia, estabelecemos que se o governo


começar a emitir moeda demais, haverá inflação na economia do
país em questão.

Anteriormente, estabelecemos também o equilíbrio monetário.

Se o governo emitir moeda demais, aumentará a oferta de moeda e


deslocará a curva para a direita:

142

3. A Causa da Oferta de Moeda

Valor da Nível de
Moeda(1/P) Preços(P)
S1 S2
1 DMoeda 1

3/4 1,33

1/2 2

▲P
1/4 4

INFLAÇÃO
M

143

4. Os Custos da Inflação
1. Imposto Inflacionário

Uma das principais consequências de elevadas taxas de


inflação recai sobre a classe de menor renda, que não
tem condições de se defender dos aumentos de
preços. Sobre eles recai o imposto inflacionário.

O imposto inflacionário representa uma receita para o


governo, devido ao monopólio que possui sobre as
emissões. O governo praticamente não é afetado pela
perda do valor do estoque de moeda, pois, para pagar
seus compromissos, basta emitir mais moeda.
O imposto inflacionário é justamente a receita que o BC
obtém ao emitir moedas a custo zero.

144

48
03/03/2020

4. Os Custos da Inflação
2. Curva de Phillips

A Curva de Phillips mostra que quanto mais alta a taxa de


desemprego, menor a taxa de inflação, ou seja, menos
desemprego pode ser alcançado obtendo-se mais
inflação, ou a inflação pode ser reduzida permitindo-se
mais desemprego.

Utilizando o método das expectativas adaptativas ela


indica que para que se mantenha a taxa de
desemprego a níveis inferiores ao da taxa de
desemprego natural, o que importa não é a taxa de
inflação, mas sim sua variação, necessitando-se assim
de taxas de inflação cada vez maiores para manter as
taxas de desemprego abaixo da taxa natural.

145

4. Os Custos da Inflação
2. Curva de Phillips

Taxa de
Desemprego
Curva de Phillips

µ1

µ0

π1 π0 Inflação

146

5. Índices de preços
Inflação - INPC (%a.m.)
90,00

80,00

70,00

60,00

50,00

40,00

30,00

20,00

10,00

0,00
2009.04
1984.08

1996.08

2007.04
2007.12
1982.08

1989.12

1992.08

1994.08

2000.08
2001.04

2003.04

2006.08

2008.08

2010.08
1979.04

1987.04

1997.04

2001.12

2003.12
1979.12

1995.12

2005.04

2009.12

2011.04
1997.12

2005.12
1980.08

1989.04

1990.08

1998.08
1999.04
1987.12

1999.12
1981.04

1983.04

1986.08

1988.08

1991.04

1993.04

1995.04
1981.12

1983.12

1985.04

1991.12

1993.12
1985.12

2002.08

2004.08

-10,00

Fonte: Ipeadata

147

49
03/03/2020

6. Exercícios de Inflação
1). Aborde um dos efeitos causados pela inflação.
2). Explique como combatemos a inflação de demanda.
3). A partir de um gráfico, aborde inflação de demanda e
inflação de custos.
4). O que é a Curva de Phillips.

148

Comércio Internacional e
Câmbio
Economia

Prof. Ângelo Cardoso


Pereira

149

Conteúdo da Aula
1. Teorias do Comércio Internacional
2. Taxas de Câmbio
1. Câmbio Fixo e Flutuante
2. Câmbio Real e Nominal
3. Paridade do Poder de Compra
4. Balanço de Pagamentos
5. Exercícios

150

50
03/03/2020

1. Teorias do Comércio Internacional


A Teoria das Vantagens Comparativas de Ricardo sugere que
cada país deva especializar-se na produção daquela
mercadoria em que é relativamente mais eficiente (ou que
tenha um custo relativamente menor). Essa será a mercadoria a
ser exportada. Por outro lado, esse mesmo país deverá importar
aqueles cuja produção implicar um custo relativamente maior.
Assim explica-se a especialização dos países na produção de
bens diferentes e portanto a troca entre eles.

151

1. Teorias do Comércio Internacional


A Teoria do Comércio Internacional é relacionada aos aspectos da
teoria da produção e da inovação tecnológica, o que, diga-se de
passagem, a identifica com alguns fundamentos teóricos de
microeconomia (CPP) e organização industrial; objetiva explicar os
motivos pelos quais os países têm relações comerciais com o resto do
mundo.

A moderna teoria de comércio internacional argumenta que a direção


das relações comerciais dos países não é determinada somente pelo
princípio da vantagem comparativa, mas também pelo surgimento de
economias de escala.

Em outras palavras, são os retornos crescentes de produção que


fornecem aos países os incentivos para que ocorra especialização e,
por conseguinte, comercialização da produção além de suas
fronteiras.

152

2. Taxas de Câmbio
O mercado de câmbio registra as transações, seja de indivíduos,
seja de empresas, de compra e venda de divisas estrangeiras.

O mercado de câmbio tem as seguintes funções:


- transferir poder aquisitivo de um país e moeda
para outros;
- prover créditos de curto prazo para financiar o
comércio externo;
- criar facilidades para evitar coberturas de risco de
câmbio.

153

51
03/03/2020

2. Taxas de Câmbio
A taxa de câmbio expressa a quantidade de moeda estrangeira que
pode ser adquirida com uma unidade de moeda doméstica. Em
outras palavras, a taxa de câmbio é o preço pelo qual a moeda de
um país pode ser convertida em moeda de qualquer outro país.

Analiticamente, a taxa de câmbio entre dois países A e B, que


utilizem α e β como unidades monetárias de pagamento, pode ser
assim expressa:

λ=xα

Onde λ é a taxa de câmbio e x e y são, respectivamente, as


quantidades de moeda dos países A e B utilizadas no processo de
troca

154

2. Taxas de Câmbio
A taxa de câmbio é determinada pelos comportamentos
de demanda e oferta por divisas estrangeiras, bem como
pela intervenção das autoridades monetárias.

SMOEDA > DMOEDA SMOEDA < DMOEDA

VALORIZAÇÃO CAMBIAL DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL

155

2. Taxas de Câmbio

Taxa de
Câmbio
D S

E
λ

0 Q Quantidade de divisas
estrangeiras

156

52
03/03/2020

2. Taxas de Câmbio
Pelo exposto, verifica-se que:

1) A taxa cambial tende a permanecer estável


quando ocorrer qualquer das seguintes
situações:
a) a oferta e a procura permanecem invariáveis;
b) a oferta e a procura aumentam em iguais
proporções;
c) a oferta e a procura diminuem em iguais
proporções.

157

2. Taxas de Câmbio

2) A taxa cambial tende a aumentar em qualquer dos casos


abaixo:
a) a procura aumenta e a oferta permanece estável ou
diminui;
b) a procura aumenta e a oferta também aumenta,
porém em proporção menor;
c) a oferta diminui e a procura permanece estável;
d) a oferta diminui e a procura também diminui, porém
em proporção menor.

158

2. Taxas de Câmbio

3) A taxa cambial tende a diminuir em qualquer dos casos


abaixo:
a) a oferta aumenta e a procura permanece estável ou
diminui;
b) a oferta aumenta e a procura também aumenta,
porém em proporção menor;
c) a procura diminui e a oferta permanece estável;
d) a procura diminui e a oferta também diminui, porém
em proporção menor.

159

53
03/03/2020

2. Taxas de Câmbio
Desvalorização cambial

A Taxa de câmbio sobe

Compradores estrangeiros, com os mesmos dólares,


compram mais produtos brasileiros

Exportadores tendem a exportar mais.


Importadores pagarão mais reais por dólar
e tendem a importar menos.

160

2. Taxas de Câmbio
Valorização cambial

A Taxa de câmbio cai

Compradores estrangeiros, com os mesmos dólares,


compram menos produtos brasileiros

Exportadores têm desestímulo para a venda (exportam menos).


Importadores pagarão menos reais por dólar
e tendem a importar mais.

161

2. Taxas de Câmbio
Conclusão:

O Nível da Taxa de Câmbio é determinado


pelos objetivos da política econômica do país.

A taxa de câmbio deve ser relativamente alta


para estimular as exportações e relativamente
baixa para não encarecer demasiado as
importações, e pressionar a inflação.

162

54
03/03/2020

2. Taxas de Câmbio
Oferta de Divisas
Exportações e Entrada de Capitais

Taxa de câmbio (reais por dólar) (e)


Índice de Preços internos – inflação interna (IPN)
Índice de Preços externos – inflação externa (IPRM)
Taxa de Juros Interna (iN)
Taxa de Juros Externa (iRM)
Renda Mundial (YRM)
QODIVISAS=ƒ( e, YRM , IPN , IPRM , iN , iRM )
(+) (+) (-) (+) (+) (-)

163

2. Taxas de Câmbio
Demanda por Divisas
Importações e Saída de Capitais

Taxa de câmbio (reais por dólar) (e)


Índice de Preços internos – inflação interna (IPN)
Índice de Preços externos – inflação externa (IPRM)
Taxa de Juros Interna (iN)
Taxa de Juros Externa (iRM)
Renda Nacional (YN)
QDDIVISAS=ƒ( e, YN , IPN , IPRM , iN , iRM )
(-) (+) (+) (-) (-) (+)

164

2. Taxas de Câmbio
O desaparecimento do padrão-ouro e as distorções provocadas pela inflação na
maioria dos países destruíram completamente o sistema de paridades estáveis
entre as várias moedas.
Desse modo, o novo tipo de câmbio deve refletir as modificações relativas dos
preços em dois países considerados. Essa afirmativa pode ser consubstanciada na
Fórmula da Correção da Taxa Cambial:
Ta,b = To PII
PI

Onde:
To = taxa cambial em um período base
a = unidade monetária do país I (país que dá o certo)
b = unidade monetária do país II (país que dá o incerto)
PII = nível geral de preços do país II
PI = nível geral de preços do país I
Ta,b = valos da moeda a em termos da moeda b

165

55
03/03/2020

2. Taxas de Câmbio
2. Câmbio Real e Nominal

A taxa de câmbio nominal é a taxa a qual uma


pessoa pode trocar a moeda de um país pela de
outro.

US$ 1,00 = R$ 1,601


(convenção do incerto: Consiste em cotar o preço
da moeda
estrangeira na moeda nacional - adotado no Brasil)

R$ 1,00 = US$ 0,625


(cotação do certo)

166

2. Taxas de Câmbio
2. Câmbio Real e Nominal
Quando a taxa de câmbio muda de modo que um dólar compra
mais moeda estrangeira, essa mudança é chamada de
apreciação do dólar.

Se a taxa de câmbio muda de modo que um dólar compra


menos moeda estrangeira, essa mudança é chamada de
depreciação do dólar.

Quando uma moeda e aprecia, diz-se que ela está fortalecida e


quando uma moeda e deprecia, diz-se que ele está enfraquecida.

167

2. Taxas de Câmbio
2. Câmbio Real e Nominal
A taxa de câmbio real é a taxa a qual uma pessoa
pode negociar os bens e serviços de um país pelos
bens e serviços de outro país.
As taxa de câmbio nominal e real estão
estreitamente relacionadas. Consideremos um
exemplo:
“Suponha que uma saca de arroz americano custe
US$100,00 e que uma saca de arroz japonês custe 16
mil ienes. Qual é a taxa de câmbio real entre o arroz
americano e o arroz japonês? Considere a taxa de
câmbio nominal de 80 ienes por dólar.”

168

56
03/03/2020

2. Taxas de Câmbio
2. Câmbio Real e Nominal
Podemos resumir esse cálculo da taxa de câmbio real com a seguinte
fórmula:

Taxa de câmbio real = taxa de câmbio nominal x preço interno


preço externo

Usando os número do nosso exemplo, a fórmula é aplicada da


seguinte forma:
Taxa de câmbio real = (80 ienes/dólar) x (US$100,00/saca de arroz americano)
16.000 ienes por saca de arroz japonês

= ½ saca de arroz japonês por saca de arroz americano

169

2. Taxas de Câmbio
2. Câmbio Real e Nominal
Portanto, para medir a taxa de câmbio real utilizamos índices de
preços que medem o preço de uma cesta de bens e serviços.
Usando um índice de preços para uma cesta do Brasil (P), um
índice de preços para uma cesta estrangeira (P*) e a taxa de
câmbio nominal entre o real e as moedas estrangeiras (e),
podemos calcular a taxa de câmbio real geral entre o Brasil e
outros países da seguinte maneira:

Taxa de câmbio real = (e x P)


P*

170

2. Taxas de Câmbio
Taxa de Câmbio - R$/US$
4,5000

4,0000

3,5000

3,0000

2,5000

2,0000

1,5000

1,0000

0,5000

0,0000
1999.06

2002.05
1994.11
1994.01

1997.10

2001.07

2004.01
2004.06

2009.11
2001.02

2006.12
2007.05

2010.04
2010.09
1994.06

1997.05

1999.11

2009.01
1996.12

1999.01

2000.04
2000.09

2003.03
2003.08

2005.04

2006.07
2005.09
2006.02

2008.03
2008.08

2009.06
1996.02

1998.03
1995.04

1996.07
1995.09

1998.08

2002.10

2004.11
2001.12

2007.10

2011.02

Taxa de Câmbio - R$/US$ - comercial-compra-fim período

171

57
03/03/2020

3. Paridade do Poder de Compra


As taxas de câmbio variam substancialmente com o passar do
tempo.

A Teoria Paridade do Poder de Compra declara que uma


unidade de qualquer moeda dada deveria ser capaz de comprar
a mesma quantidade de bens em todos os países, ou seja, um
bem deve ser vendido pelo mesmo preço em todas as
localidades.

Para entender a relação com a taxa de câmbio nominal usemos


um pouco de matemática

172

3. Paridade do Poder de Compra


Suponha que P seja o preço de uma cesta de bens no Brasil, P* seja o preço de
uma cesta de bens na Alemanha e e seja a taxa de câmbio nominal (o número
de euros que um real pode comprar).

No Brasil o nível de preços é P, de modo que o poder de compra de R$1,00 é


1/P. No exterior um real pode ser trocado por e unidades da moeda
estrangeira, que, por sua vez, tem poder de compra de e/P*. Para que o poder
de compra do real seja o mesmo nos dois países é preciso que:

1/P = e/P* ou seja 1 = eP ou e = P*


P* P

De acordo com a Teoria da Paridade do Poder de Compra, a taxa de câmbio


nominal entre as moedas dos dois países deve refletir os diferentes níveis de
preços desses dois países.

173

4. Balanço de Pagamentos
O Balanço de Pagamentos de um país é o registro sistemático de
todas as suas transações econômicas, seja de bens e serviços, seja de
fluxos de capitais, com o resto do mundo.
Ou seja, é o registro contábil das transações entre residentes internos
e residentes não internos.
Portanto, registra:
- o comércio de mercadorias (exportações, importações);
- os serviços (pagamentos de juros, royalties, remessa de lucros,
turismo, pagamentos de fretes etc.);
- o movimento de capitais (investimentos diretos estrangeiros,
empréstimos e financiamentos, capitais especulativos)

174

58
03/03/2020

4. Balanço de Pagamentos
A. Balança Comercial
– Exportações
– Importações
B. Balança de Serviços
– Viagens internacionais, fretes, seguros, lucros, juros e
dividendos, serviços governamentais e diversos
C. Transferências Unilaterais
D. Saldo em Conta Corrente (A+B+C)
E. Movimento de Capitais
– Investimentos, reinvestimentos, empréstimos,
financiamentos, amortizações, outros
F. Erros e Omissões
G. Saldo do Balanço de Pagamentos (D+E+F)
H. Balanço de Capitais Compensatórios (-G)

175

4. Balanço de Pagamentos
O saldo do balanço de pagamentos consiste no somatório das
contas transações correntes e de movimento de capitais e
na rubrica erros e omissões. Podemos ter déficit, quando o
saldo é negativo, ou superávit, quando o saldo é positivo.

Situações permanentes de superávit são indesejadas, uma vez


que isso se verifica às expensas de déficits dos parceiros
comerciais, comprometendo as relações comerciais e a
própria política cambial.

Situações permanentes de déficit também são indesejáveis,


uma vez que será necessária a tomada de empréstimos
externos, o que endividará o país e o colocará num círculo
vicioso.

176

4. Balanço de Pagamentos
A partir de janeiro de 2001, o Banco Central do Brasil passou a divulgar o
Balanço de Pagamentos de acordo com a metodologia contida na 5ª edição
do Manual de Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional.
I – CONTA CORRENTE
a) Balanço Comercial
b) Serviços
c) Rendas (Serviços de fatores)
d) Transferências unilaterais correntes
II – CONTA CAPITAL
III – CONTA FINANCEIRA
a) Investimento Direto
b) Investimentos em Carteira
c) Derivativos
d) Outros Investimentos
IV – VARIAÇÃO DAS RESERVAS INTERNACIONAIS

177

59
03/03/2020

4. Balanço de Pagamentos
Balanço de pagamentos
US$ milhões

Discriminação 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

TRANSAÇÕES
1551 -28192 -24302 -47273 -52473 -54249 -81227 -91288
CORRENTES

Balança comercial (FOB) 40032 24836 25290 20147 29793 19395 2286 -3959
Exportação de bens 160649 197942 152995 201915 256040 242578 242034 225101

Importação de bens -120617 -173107 -127705 -181768 -226247 -223183 -239748 -229060

Serviços e rendas (líquido) -42510 -57252 -52930 -70322 -85251 -76489 -86879 -89251
Serviços -13219 -16690 -19245 -30835 -37932 -41042 -47101 -48928
Rendas -29291 -40562 -33684 -39486 -47319 -35448 -39778 -40323

Transferências unilaterais correntes 4029 4224 3338 2902 2984 2846 3366 1922

178

Balanço de pagamentos
US$ milhões
Discriminação 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
CONTA CAPITAL E
89086 29357 71301 99912 112381 70010 74353 98399
FINANCEIRA
Conta capital 756 1055 1129 1119 1573 -1877 1193 590
Conta financeira 88330 28302 70172 98793 110808 71886 73159 97809
Investimento direto 27518 24601 36033 36919 67689 68093 67491 66035
Investimento brasileiro
-7067 -20457 10084 -11588 1029 2821 3495 3540
direto
Investimento estrangeiro
34585 45058 25949 48506 66660 65272 63996 62495
direto
Investimentos em carteira 48390 1133 50283 63011 35311 8770 25689 30691
Investimento brasileiro em
286 1900 4125 -4784 16858 -7764 -8975 -2840
carteira
Investimento estrangeiro em
48104 -767 46159 67795 18453 16534 34664 33531
carteira
Derivativos -710 -312 156 -112 3 25 110 -1568
Outros investimentos 13131 2880 -16300 -1024 7805 -5001 -20131 2651
ERROS E OMISSÕES -3152 1804 -347 -3538 -1271 3138 947 3722
RESULTADO DO
87484 2969 46651 49101 58637 18900 -5926 10833
BALANÇO

HAVERES DA
AUTORIDADE -87484 -2969 -46651 -49101 -58637 -18900 5926 -10833
MONETÁRIA (-=aumento)

179

5. Vantagens/Desvantagens do Regime Cambial

Regime Cambial Fixo


Vantagens → segurança
Desvantagens → IPN > IPRM (necessidade de desvalorização
em intervalos cada vez menores). Não se pode utilizar a
oferta de moeda como instrumento de política econômica.
Regime Cambial Flexível/Flutuante
Vantagens → assegura o equilíbrio automático do Balanço de
Pagamentos e desonera o BACEN da tarefa de assegurar a
estabilidade cambial. O BACEN pode utilizar a oferta de
moeda como instrumento de Política Econômica .
Desvantagens → especulação de capitais internacionais

180

60
03/03/2020

PEL = 1) Saldo credor dos empréstimos contraídos pelo país no exterior (principal menos amortizações
pagas)
2) (-) Saldo credor dos empréstimos concedidos pelo país no exterior (principal menos
amortizações recebidas)
3) (+) Investimentos de residentes do exterior no país
4) (-) Investimentos de residentes do país no exterior
5) (-) Saldo das Reservas Internacionais
6) (=) Passivo Externo Líquido

PASSIVO EXTERNO = 1 + 3
PEL = PE - AE
ATIVO EXTERNO = 2 + 4 + 5
DÍVIDA EXTERNA BRUTA = 1
DÍVIDA EXTERNA LÍQUIDA = 1 - 5

181

181

6. Exercícios

1). Quais as funções do mercado de câmbio?


2). Através dos comportamentos da oferta e da demanda por divisas
estrangeiras, estabeleça relações que expliquem a valorização e a
desvalorização cambial.
3). Através dos seguintes pontos, o que acontece com a taxa cambial
se:
a) a oferta e a procura permanecem invariáveis
b) a oferta aumenta e a procura permanece estável ou diminui;
c) a procura diminui e a oferta também diminui, porém em
proporção menor.
d) a procura aumenta e a oferta permanece estável ou diminui;
e) a oferta e a procura diminuem em iguais proporções.

182

5. Exercícios

4). Explique o que influencia as exportações e qual a relação da taxa


cambial com esta.
5). Consideremos dois países, Estados Unidos e Inglaterra. Em uma
época qualquer, que será tomada como o período base, o nível
geral dos preços nos dois países será igual a 100; a taxa cambial
no mercado americano é de £1,00 = US$2,00. Suponhamos, agora,
que em um período seguinte, o nível geral de preços dos Estados
Unidos eleve-se para 200, enquanto que na Inglaterra continua
fixado em 100. Qual deveria ser o novo valor da libra esterlina no
mercado americano, considerando a fórmula da correção da taxa
cambial?
6). Qual a diferença entre taxa de câmbio fixo e flutuante?

183

61
03/03/2020

5. Exercícios
O MODELO EM UMA ECONOMIA FECHADA
As equações e as condições de equilíbrio do modelo, supondo-se que a economia não apresente
relações com o exterior, estão resumidas a seguir.

184

5. Exercícios
O MODELO EM UMA ECONOMIA ABERTA

185

5. Exercícios
O MODELO EM UMA ECONOMIA ABERTA

186

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03/03/2020

5. Exercícios
O MODELO EM UMA ECONOMIA ABERTA

187

5. Exercícios
POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA

I – TAXA DE CÂMBIO FLUTUANTE: BP MAIS INCLINADA QUE LM.

188

5. Exercícios
POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA
II – TAXA DE CÂMBIO FLUTUANTE: BP MENOS INCLINADA QUE LM.

189

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03/03/2020

5. Exercícios
POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA
III – TAXA DE CÂMBIO FIXA: BP MAIS OU MENOS INCLINADA QUE LM.

190

5. Exercícios
POLÍTICA FISCAL EXPANSIONISTA

I – TAXA DE CÂMBIO FIXA: BP MAIS INCLINADA QUE LM.

191

5. Exercícios
POLÍTICA FISCAL EXPANSIONISTA

II – TAXA DE CÂMBIO FIXA: BP MENOS INCLINADA QUE LM.

192

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03/03/2020

5. Exercícios
POLÍTICA FISCAL EXPANSIONISTA

III – TAXA DE CÂMBIO FLUTUANTE: BP MENOS INCLINADA QUE LM.

193

5. Exercícios
POLÍTICA FISCAL EXPANSIONISTA

III – TAXA DE CÂMBIO FLUTUANTE: BP MAIS INCLINADA QUE LM.

194

Noções de Crescimento e
Desenvolvimento
Econômico
Economia

Prof. Ângelo Cardoso


Pereira

195

65
03/03/2020

Conteúdo da Aula
1. Crescimento e Desenvolvimento Econômico
2. Fontes de Crescimento
1. Capital Físico
2. Capital Humano
3. Recursos Naturais
4. Tecnologia
3. Estágios de Desenvolvimento
4. Felicidade Interna Bruta
5. O IDH
6. Distribuição de Renda no Mundo

196

1. Crescimento e Desenvolvimento
Econômico
Conforme vimos nos capítulos anteriores, o sistema de contas
nacionais e a consequente mensuração dos agregados possibilitam
uma avaliação quantitativa (em termos do valor) do produto que uma
economia foi capaz de gerar num determinado período de tempo.

Tal medida é considerada um importante indicador de desempenho


econômico (capacidade de geração de renda).

É necessário avaliar até que ponto a renda produzida pelo país


reverte em benefícios para a população. Ou seja, na avaliação da
qualidade de vida da população, é necessário considerar não apenas
os aspectos stricto sensu econômicos (nível de renda, renda per capita,
distribuição da renda), mas também aqueles ligados à oferta de bens
públicos (saúde, educação, etc.) que afetam o bem-estar.

197

1. Crescimento e Desenvolvimento
Econômico
A preocupação com o bem-estar da sociedade nos remete ao
confronto de dois importantes conceitos: crescimento versus
desenvolvimento econômico.

O crescimento econômico diz respeito à elevação do produto


agregado do país e pode ser avaliado a partir das contas
nacionais.

Desenvolvimento é um conceito bem mais amplo, que leva em


conta a elevação da qualidade de vida da sociedade e a redução
das diferenças econômicas e sociais entre seus membros.

198

66
03/03/2020

2. Fontes de Crescimento
Um caminho para analisar as diferenças de desenvolvimento é a partir
dos elementos que constituem a função de produção agregada do
país. O crescimento da população e da renda decorre de variações na
quantidade e na qualidade de dois insumos básicos: capital e mão-de-
obra. Nesse sentido, as fontes de crescimento são as seguintes:

a) Aumento na força de trabalho, derivado do crescimento


demográfico e da imigração;
b) Aumento do estoque de capital, ou da capacidade produtiva;
c) Melhoria na qualidade da mão-de-obra;
d) Melhoria tecnológica;
e) Eficiência organizacional

199

2. Fontes de Crescimento
1. Capital físico

Melhoria do capital físico, ou seja, do estoque de


equipamento e estruturas usados para produzir
bens e serviços.

200

2. Fontes de Crescimento
2. Capital humano

Melhoria do conhecimento e das habilidades que


os trabalhadores adquirem por meio da educação,
treinamento e experiência.

201

67
03/03/2020

2. Fontes de Crescimento
3. Recursos naturais

Melhor disponibilidade de recursos naturais, ou


seja, insumos para produção de bens e serviços
que são fornecidos pela natureza.

202

2. Fontes de Crescimento
4. Tecnologia

Um melhor conhecimento das maneiras que a


sociedade tem de produzir bens e serviços.

203

3. Estágios de Desenvolvimento
Uma das primeiras formulações nessa área é a chamada Teoria
de Etapas de Rostow, que, analisando a evolução histórica
dos países desenvolvidos, detectou cinco estágios de
desenvolvimento:

a) Sociedade tradicional: normalmente, é


predominantemente agrária, com pouca tecnologia e baixa
renda per capita.

b) Pré-requisitos para o arranco: são criadas as condições


prévias para o arranco, a partir de importantes mudanças
econômicas e não-econômicas; há um aumento da taxa de
acumulação de capital e uma melhoria no grau de
qualificação da mão-de-obra.

204

68
03/03/2020

3. Estágios de Desenvolvimento
c) Arranco ou decolagem (Take off): é o período crucial; o
processo de crescimento contínuo institucionaliza-se na
sociedade.

d) Crescimento autossustentável: a moderna tecnologia


estende-se do setores líderes, que impulsionaram o arranco
para outros setores.

e) Idade do consumo de massa: quando os setores líderes se


voltam para a produção de bens de consumo duráveis de
alta tecnologia e serviços.

205

4. Felicidade Interna Bruta


O conceito de Felicidade Interna Bruta nasceu em 1972, em
um pequeno país do Himalaia, quando o rei
questionou se o Produto Interno Bruto seria o melhor
índice para designar o desenvolvimento de uma nação.

Desde então, o reino do Butão começou a praticar esse


conceito e atrair a atenção do resto do mundo com a
sua nova fórmula para o cálculo de riqueza de um país,
que considera outros aspectos além do
desenvolvimento econômico, como a conservação do
meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas.

206

4. Felicidade Interna Bruta


Através dos quatro pilares da FIB, economia, cultura, meio
ambiente e boa governança, derivam-se 9 domínios de
onde são extraídos indicadores para que a
“Felicidade” de uma nação seja avaliada:

Bem-estar psicológico Meio Ambiente


Saúde Educação
Cultura Padrão de vida
Uso do tempo Vitalidade Comunitária
Boa Governança

207

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03/03/2020

4. FELICIDADE INTERNA BRUTA


Atualmente, existem diversas discussões em torno da
revisão do cálculo da riqueza de um país.
O PIB é uma medida quantitativa, e não qualitativa, não
leva em conta a distribuição da renda e não inclui
nenhum julgamento moral sobre o valor da atividade
executada (a não ser excluir atividades ilegais, como o
tráfico de drogas).
Então, por exemplo, a limpeza de um acidente nuclear
contribuiria para o PIB da mesma maneira que a
produção de energia solar.
Quando o petróleo é extraído do solo e vendido aos
consumidores, isso é somado à riqueza de uma nação,
e não contabilizado como um esgotamento de seus
recursos.

208

4. Felicidade Interna Bruta


(http://www.felicidadeinternabruta.com.br/)
Iniciativas que promovem uma discussão sobre o cálculo do PIB:

Índice de Desenvolvimento Humano – ONU


(http://hdr.undp.org/en/)
Índice de Genuíno Progresso – Canadá
(http://www.rprogress.org/sustainability_indicators/genuine_progress
_indicator.htm)
World Database of Happyness – Holanda
(http://worlddatabaseofhappiness.eur.nl/)
Comissão de revisão do cálculo do PIB - Joseph Stiglitz
(http://www.youtube.com/watch?v=QUaJMNtW6GA)
Happy Index Planet – Europa
(http://www.happyplanetindex.org/ )

209

5. O IDH
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), criado pelas
Nações Unidas, tem como objetivo avaliar a qualidade
de vida nos países.

O IDH, que considera em seu cálculo três variáveis, quais


sejam, saúde, educação e renda per capita, varia entre
zero e um, classificando os países em três grupos: os
de baixo desenvolvimento (IDH menor que 0,5); os de
médio desenvolvimento (IDH entre 0,5 e 0,8); e os de
alto desenvolvimento (IDH maior que 0,8).

210

70
03/03/2020

5. O IDH
Componentes do IDH

◼ Fonte: Relatório de Desenvolvimento Humano 2010 - UN

211

5. O IDH

O que está por trás dessa combinação é a ideia de


que o crescimento material de um país,
refletido na renda per capita, deve vir
acompanhado de um aumento na esperança
de vida de seus habitantes e de uma expansão
nas condições de educação, de modo a tornar
efetivamente universal esse crescimento.

212

5. O IDH (2010)

213

71
03/03/2020

6. Distribuição de Renda no Mundo

214

72

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