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Lúcia da Djenny Marcelino

PROCESSOS DE CAPITALIZAÇÃO

(Licenciatura de Gestão de Recursos Humanos)

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2022
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Lúcia da Djenny Marcelino

PROCESSOS DE CAPITALIZAÇÃO

Trabalho de Pesquisa da cadeira de Gestão


Financeira, a ser entregue no Departamento de
Ciências Económicas e Empresariais para fins
avaliativos sob orientação do MSc. Serafim
António Uahica

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2022
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Índice
1.Introdução................................................................................................................................4

1.1.Objectivos.............................................................................................................................4

1.2.Metodologias.........................................................................................................................4

2.Desenvolvimento.....................................................................................................................5

2.1.Conceitos Fundamentais.......................................................................................................5

2.2.Regimes de Capitalização.....................................................................................................7

2.2.1.Regime de Capitalização Simples......................................................................................7

2.2.2.Regime de Capitalização Composta..................................................................................8

2.2.3.Regime de Capitalização Mista.......................................................................................10

3. Conclusão..............................................................................................................................12

4.Referências Bibliográficas.....................................................................................................13
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1.Introdução

O presente trabalho, surge no âmbito da disciplina de Gestão Financeira, cujo tema é:


Processos de Capitalização. Como nota introdutória, importa-me salientar que um processo
de capitalização é composto por vários subprocessos de capitalização designados por períodos
de capitalização (ou períodos de formação de juro). Em cada subprocesso de capitalização,
encontra-se o capital inicial periódico, juro periódico e o capital final periódico.

1.1.Objectivos

Geral

 Compreender o Processo de Capitalização.


Específicos

 Definir os conceitos de Juros e Capitalização;


 Identificar os Regimes de Capitalização;
 Descrever os Regimes de Capitalização.

1.2.Metodologias

Para a realização deste trabalho recorreu-se ao método bibliográfico que consistiu na consulta
de obras bibliográficas e internet, método descritivo que consistiu na descrição de
informações recolhidas nas diferentes obras onde cada autor está devidamente referenciada no
final do trabalho.
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2.Desenvolvimento

2.1.Conceitos Fundamentais

 Capital /Capitalização

Capital é a quantia em dinheiro na “data zero”, ou seja, no início da aplicação. Pode ser o
dinheiro investido em uma atividade econômica, o valor financiado de um bem ou de um
empréstimo tomado. É também chamado de valor presente, valor inicial, valor principal, entre
outros.

A capitalização é a transformação, provocada pelo tempo, de um capital em capital mais juro


(CADILHE, 1995).

Capital é a importância ou dinheiro disponível para emprestarmos a quem dele necessite


(ponto de visto do investidor), ou importância ou dinheiro de que necessitamos e de que não
dispomos sendo, portanto, necessário obtê-lo por meio de um empréstimo (ponto de vista do
tomador).

 Juros (J)

Juros é o valor cobrado pelo detentor do dinheiro para cedê-lo àqueles que dele necessitem.
Para o detentor é a remuneração paga pela cessão do dinheiro e para quem necessita dele é o
custo pago pelo aluguel do dinheiro. (GUERRA & TANEJA, 2014).

Segundo Vienna, (20018, p. 14), Juro é a “remuneração obtida pelo uso do capital por um
intervalo de tempo, isto é, é o custo do crédito obtido. Pode ser entendido também como
sendo o aluguel pelo uso do dinheiro.”

O dinheiro é uma mercadoria como diversas outras. Pode-se considerar os bancos como uma
empresa comercial cuja missão é transacionar o dinheiro. No ambiente bancário, tudo
funciona como se estivéssemos em uma loja que trabalha com um único produto: o dinheiro.

Mathias & Gomes (2013) definem juro como “o custo do crédito ou a remuneração de uma
aplicação; é o pagamento pela utilização do poder aquisitivo durante um período de tempo.
Logo, quem toma dinheiro emprestado pagará juros e quem empresta receberá juros.”
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Assim temos a seguinte fórmula para calcular os juros:

J=C ×t × n

Onde:

 J - juro
 C - capital
 t - taxa de juros
 n - prazo de aplicação.

O valor do juro relativo a um processo de capitalização depende do capital inicial C, do tempo


de duração do processo t e da taxa de juro convencionada. Ou seja, o juro é função do capital
e do tempo J = J (C, t).

A função juro satisfaz duas condições iniciais, reconhecidas como princípios fundamentais de
todo o Cálculo Financeiro (CADILHE, 1995):

1. O juro de um capital nulo ou/e de um tempo nulo deve ser nulo J(0, t) = J(C,0) =
J(0,0) = 0;
2. Todo o juro é não negativo (se há capital e tempo há lugar à formação de juro) Se C >
0 e t > 0 então J(C, t) > 0.

Na prática, convencionou‐se que o juro se vence periodicamente, contando‐se tantos juros


periódicos quantos os períodos que dura o processo de capitalização é a adição do capital ao
juro, no momento do vencimento deste. Ao resultado da adição do juro ao capital chama‐se
valor acumulado, constituindo‐se o intervalo de tempo que preside à formação do juro com o
período de capitalização. Um capital financeiro de quantia monetária C e vencimento t é
usualmente representado pelo par (C,t).

A aplicação de um capital (capital inicial) durante um determinado período de tempo, a uma


determinada taxa de juro, resulta num determinado rendimento (juro). Ao fim desse período
de tempo, o capital inicial transforma-se num montante capitalizado (capital inicial mais
rendimento).
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Um processo de capitalização é composto por vários subprocessos de capitalização


designados por períodos de capitalização (ou períodos de formação de juro).

Em cada subprocesso de capitalização, encontramos o capital inicial periódico, juro periódico


e o capital final periódico.

2.2.Regimes de Capitalização

O juro periódico produzido pode manter-se no processo ou retirado do processo, daí que
existem dois casos notáveis:

 Regime de Capitalização Simples;


 Regime de Capitalização Composta;
 Regime de Capitalização Mista.

2.2.1.Regime de Capitalização Simples

No Regime de Capitalização Simples, a taxa de juros incide diretamente sobre


o valor do capital. Em cada período, o juro é obtido pelo produto do capital
inicial pela taxa unitária. Desta forma, os juros são iguais em cada período. É
também chamado de Juros Simples, (VIENNA, 20018).

Na prática, em regime dito simples e como desvio à teoria exposta, considera-se que o juro
fica no processo mas sem render novo juro, considerando o capital acumulado como todo o
capital que se encontra no processo no final da capitalização.~

Seja Cn o capital acumulado após n períodos de capitalização. Admitindo que a taxa de juro
se mantém constante em cada período (uma vez que o regime é apenas aconselhado em
situações de curto prazo, sendo esta a situação mais frequente), percebe-se que o juro
periódico obtido tal que:

J 1=J 2 =…=J n=C 0 ×1 ×i=C0 i


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De onde o juro total, após n perdidos de capitalização é dado por:

J Total =J 1 + J 2 +…+ J n

J Total =C 0 i+C 0 i+…+C 0 i

J Total =nC 0 i

J Total =C 0∋¿

Juro total em regime dito simples analogamente, e no entendimento acima descrito, o capital
acumulado no final do processo é dado por:

C n=C 0+ J Total

C n=C 0+ C0 ∋¿

C n=C 0+ C0 (1+¿)

2.2.2.Regime de Capitalização Composta

Segundo Vienna, (2018, p. 21), “no regime de Capitalização Composta, a taxa de juros incide
directamente sobre o valor do montante do período anterior. É também chamado de Juros
Compostos.”

Contrariamente ao regime de juro simples, os juros produzidos no regime de juro composto


não são excluídos do processo de capitalização. Estes juros vencidos são adicionados ao
capital, vencendo também juros nos períodos seguintes. O capital ao longo do processo de
capitalização vai, assim, aumentando sucessivamente, pelo efeito de adição do juro no final de
cada período. Ou seja, em regime de juro composto, os juros relativos a cada período não são
constantes, mas sim crescentes.
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Os juros, no momento do seu vencimento, são recapitalizados no processo de capitalização,


pelo que no interior do processo há juros de juros.

Geralmente, o capital inicial de período K é dado por:

k−1
CI k =CF k−1=C 0 ∏ (1+i x )
x=1

Enquanto o respectivo juro do período K é dado por:

k−1
J k =C0 ∏ (1+i x )i k
x=1

Pelo que o capital final (valor acumulado) ao final de n períodos é dado por:

n
CF n =C0 ∏ (1+i x )
i=1

Em particular, se a taxa de juro se mantém invariável ao longo do processo, sendo i o seu


valor constante, as fórmulas anteriores tomam a forma:

CI k =C 0 ¿

J k =C0 ¿

C n=C 0 ¿

Montante de capital acumulado em RCC

O juro total obtém‐se pela diferença entre o montante de capital acumulado e o capital inicial
de acordo com a equação abaixo:
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J total =C n−C 0

J total=C 0 ¿

J total=C 0 ¿

Juro total em RCC

A representação gráfica do valor acumulado entre os dois regimes de capitalização evidencia


o comportamento linear do regime simples e o comportamento exponencial do regime
composto, de acordo com o gráfico abaixo.

Gráfico ‐  Comparação entre o valor acumulado em regime de juro simples e em regime de


juro composto.

Da interpretação gráfica verifica‐se que, para valores de n inferiores a 1, o capital acumulado


em regime de juro simples é superior ao do juro composto; no entanto, a situação inverte‐se
para valores superiores a 1, acentuando‐se esta diferença à medida que n aumenta. 

2.2.3.Regime de Capitalização Mista

Quando o período de pagamento da dívida for não inteiro, utiliza-se a capitalização


composta na parte inteira e a capitalização simples para a não inteira. Isto é o que
chama de Capitalização Mista ou Convenção Linear.
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Entre os regimes simples e composto descritos, é possível considerar regimes mistos, onde há
recapitalização parcial dos juros periódicos e/ou o reembolso parcial do capital inicial ou,
ainda, o reforço de capital com novas entradas.

Segundo Belo citado pelo Vienna (2018, p.25), “a adoção de uma das hipóteses dependerá
exclusivamente do que for acordado entre as partes interessadas.”

Assim, excluindo a entrada de capital inicial e a saída do capital final, num processo de
capitalização e quanto ao capital, podemos ter:

 Só entradas;
 Só saídas;
 Entradas e saídas ou
 Nem entradas nem saídas.

Simultaneamente e quanto ao juro periódico, pode-se considerar:

a) Recapitalização em 100%;
b) Recapitalização em 0% ou
c) Recapitalização parcial.

Da conjugação das diferentes modalidades de capital e de juro, é pois possível referir uma
multiplicidade de combinações possíveis de regimes de capitalização.
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3.Conclusão

Chegado ate este ponto, conclui-se que, a aplicação de um capital durante um determinado
período de tempo, a uma determinada taxa de juro, resulta num determinado rendimento
(juro). Ao fim desse período de tempo, o capital inicial transforma-se num montante
capitalizado (capital inicial mais rendimento).

Regime de capitalização simples é um processo convencional sem sustentação teórica e que


mais se pratica dada a facilidade de entendimento, mesmo por pessoas pouco versadas em
matemática financeira. Contém em si características que são relativas ao regime simples e
outras que são características do regime composto.

No regime de capitalização composta o juro periódico produzido, num certo período de


capitalização, permanece no processo e tem efeito na produção de outros juros.
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4.Referências Bibliográficas

1. CADILHE, M. ‐  Matemática Financeira Aplicada. 4ª ed. Porto: Edições Asa, 1995.
2. GUERRA Fernando Guerra & TANEJA Inder Jeet; Matemática financeira 3. ed. –
Departamento de Ciências da Administração Florianópolis: 2014.
3. MATHIAS, Washington Franco & GOMES, José Maria. Matemática financeira. 6.
ed. São Paulo: Atlas, 2013.
4. VIANNA, Renata de Moura Issa. Matemática financeira, Faculdade de Ciências
Contábeis; Superintendência de Educação a Distância, Brasil, 2018.

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