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CURSO DE

CONTABILIDADE FINANCEIRA
CEIRA
E FINANCEIRA

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MÓDULO IV

25 INTRODUÇÃO - OPERAÇÕES FINANCEIRAS

Operações Financeiras são a arte e a ciência em administrar fundos, isto é,


aplicar princípios econômicos, contábeis e conceitos do valor do dinheiro no tempo
às tomadas de decisões em negócios.
A palavra “arte” implica que existem algumas oportunidades para ser criativo
na administração de dinheiro. E a palavra “ciência” implica que existem alguns fatos
comprovados subjacentes às decisões financeiras.
Praticamente todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou
levantam fundos, gastam ou investem. O processo, as instituições, os mercados e
os instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e
governos, formam os fundamentos do estudo das Finanças.
Tradicionalmente, os tópicos de finanças são agrupados em quatro áreas
principais:
• Finanças Empresariais.
• Investimentos.
• Instituições Financeiras.
• Finanças Internacionais.

As Finanças estão estreitamente relacionadas com:


• Marketing.
• Contabilidade.
• Administração.
• Você.

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As operações financeiras são realizadas pelas empresas com o objetivo de
gerar recursos financeiros (dinheiro). Geralmente, as empresas realizam esse tipo
de operação com os estabelecimentos bancários.

25.1 FINANÇAS E CONTABILIDADE

Para os Contadores, as Finanças são uma leitura obrigatória. Em pequenas


empresas em especial, os contadores geralmente são solicitados tanto a tomar
decisões financeiras como cumprir as obrigações tradicionais da contabilidade. Cada
vez mais, como a complexidade do mundo financeiro continua a crescer, os
contadores precisam conhecer Finanças, para entender as implicações de muitos
dos novos tipos de contratos financeiros, e seu impacto sobre as demonstrações
financeiras. Além disso, a contabilidade de custos e as finanças empresariais estão
intimamente relacionadas, dividindo muito dos mesmos assuntos e preocupações.
Os analistas fazem uso intensivo das informações contábeis: são os seus
usuários mais importantes. Conhecerem as Finanças ajudam os contadores a
reconhecerem os tipos de informações mais valiosas e, mais genericamente, como
as informações contábeis serão realmente usadas (e manipuladas) na prática.

25.2 FINANÇAS EMPRESARIAS

Para poder sobreviver e prosperar, uma empresa precisa satisfazer seus


clientes. Ela deve, também, produzir e vender produtos e serviços obtendo um lucro.
Para poder produzir, ela precisa de muitos ativos – fábrica, equipamentos,
escritórios, computadores, tecnologia, etc. A empresa precisa decidir: quais ativos
comprar e, como pagar por eles.
Em ambas as decisões o administrador (ou gestor) financeiro tem uma
função importante. A decisão de investimento, isto é, a decisão para investir em
ativos do tipo fábrica, equipamentos e conhecimentos práticos, é, em grande parte,

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responsabilidade do gestor financeiro. As decisões financeiras, a escolha de como
pagar esses tais investimentos, também são de responsabilidade do gestor
financeiro.

25.3. O ADMINISTRADOR FINANCEIRO

A função do administrador financeiro freqüentemente está associada a um


alto executivo da empresa, geralmente denominado diretor financeiro ou vice-
presidente de finanças.

25.4. ÁREAS DA ADMINISTRAÇÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAS

 Orçamento de Capital ou Análise de Investimentos

Diz respeito aos investimentos em longo prazo da empresa, mais


especificamente, ao planejamento e gerência desses investimentos em longo-prazo.
Nesta função, o administrador financeiro procura identificar oportunidades de
investimentos que possuem valor superior ao seu custo de aquisição. Em termos
gerais, isso significa que o valor dos fluxos de caixa gerados pelo ativo excede o
custo de tal ativo.
Independentemente do investimento em consideração, o administrador
financeiro precisa preocupar-se com o montante de fluxo de caixa que espera
receber, quando irá recebê-lo e qual a probabilidade de recebê-lo. A avaliação da
magnitude, da distribuição no tempo e do risco dos fluxos de caixa futuros é a
essência do orçamento de capital.

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 Estrutura de Capital

Refere-se à combinação específica entre capital de terceiros em longo prazo


e capital próprio que a empresa utiliza para financiar suas operações. O
administrador financeiro possui duas preocupações nessa área. Primeiro, qual o
montante que a empresa deve tomar emprestado? Segundo, qual a fonte mais
barata de fundos para a empresa? Adicionalmente à combinação de recursos, o
administrador financeiro deve decidir exatamente sobre como e onde levantará os
recursos. Cabe a ele então a tarefa de escolher as fontes e os tipos de empréstimos.

25.5 OBJETIVOS DAS OPERAÇÕES FINANCEIRAS

Maximizar o valor corrente de cada ação existente. O que significa o mesmo


que maximizar o preço de mercado da ação. As boas decisões financeiras
aumentarão o valor de mercado do capital próprio dos donos, e as decisões ruins o
diminuirão.
Os administradores financeiros servem melhor aos donos da empresa
identificando produtos e serviços que agregam valor à empresa, porque eles são
desejados e valorizados no mercado. Mas numa grande sociedade por ações
(corporações) a propriedade pode estar repartida por um grande número de
acionistas. Esta dispersão da propriedade significa na prática, que os
administradores financeiros, na maioria das vezes, controlarão a empresa.
A relação entre os acionistas e administradores é denominada relação de
representação. Tal relação existe toda vez que alguém (principal) contrata outra
pessoa (agente) para cuidar de seus interesses.

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26 DISPONIBILIDADES

A intitulação Disponibilidade é usada para designar dinheiro em caixa e em


bancos, bem como valores equivalentes, como cheques em mãos e em trânsitos
que representam recursos com livre movimentação para aplicação nas operações da
empresa e para os quais não haja restrições para uso imediato.
O dinheiro que uma empresa tem em disponibilidade pode ser aplicado no
mercado financeiro ou no mercado de capitais para que ela obtenha rendimentos. As
aplicações podem ser feitas a curto, médio e longo prazo.
Dentro desse conceito, as aplicações em títulos de liquidez imediata são
também classificáveis como disponibilidades, devendo, todavia, ser mostradas a
parte.
Para evitar que o dinheiro permaneça parado em suas contas bancárias sem
a obtenção de rendimentos, as empresas podem efetuar aplicações a curto prazo
nos próprios bancos, comprando títulos de liquidez imediata.
Em função desse conteúdo básico das Disponibilidades, temos as seguintes
contas:

I – ATIVO CIRCULANTE
DISPONIBILIDADE
Caixa
Depósitos bancários a vista
Numerário em trânsito
Aplicações de liquidez imediata

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26.1 CONTEÚDO E CLASSIFICAÇÃO

26.1.1 Caixa

Inclui dinheiro, bem como cheques em mãos que foram recebidos e ainda
não depositados, pagável irrestrita e imediatamente.
Normalmente, o saldo de caixa pode estar registrado na empresa em uma
ou diversas contas, dependendo de suas necessidades operacionais e locais de
funcionamento.
Além disso, há, basicamente, dois tipos de controles da conta Caixa, ou
seja, fundo fixo e caixa flutuante.

a) Fundo Fixo

Nesse sistema, define-se uma quantia fixa que é fornecida ao responsável


pelo fundo, suficiente para os pagamentos de diversos dias e, periodicamente,
efetua-se a prestação de contas do valor total desembolsado, repondo-se o valor do
fundo fixo, por meio de cheque nominal, a seu responsável.
É necessário que, na data do balanço, nesse fundo só haja realmente
dinheiro, ou seja, que os comprovantes de despesas tenham sido contabilizados.

b) Caixa Flutuante

Nesse sistema, podem ocorrer maiores problemas de ordem de classificação


contábil de valores, pois o saldo da conta Caixa muitas vezes apresenta não só
dinheiro propriamente dito, mas, também, vales, adiantamentos para despesas de
viagens e outras despesas, cheques recebidos a depositar, valores pendentes e
outros.

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Os cheques em mãos, oriundos de recebimentos ainda não depositados,
podem figurar no Disponível, se representam cheques normais pagáveis
imediatamente. Por outro lado, os cheques de terceiros em mãos, mas se recebíveis
posteriormente, não devem ser classificados como Disponível.

26.1.2 Depósitos Bancários à Vista

São representados normalmente pelas contas de livre movimentação


mantidas pela empresa em bancos.

 Contas Bancárias Negativas

Não devem ser demonstradas como redução dos demais saldos bancários,
mas, separadamente, como item do Passivo Circulante. Exceção é feita ao caos em
que tais saldos devedores e credores estejam no mesmo banco e desde que a
empresa tenha o direito de compensá-los.

 Conciliações Bancárias

Devem ser feitas periodicamente, particularmente na data do Balanço. Essas


conciliações entre os saldos da contabilidade com os dos extratos bancários
permitem a identificação das pendências existentes para a contabilização ainda
dentro do período. Isso ocorre normalmente com avisos bancários de despesas
debitadas pelo banco, mas ainda não registradas pela empresa, com avisos de
cobranças efetuadas pelo banco e ainda não contabilizadas, e com outros itens.

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26.1.3 Numerário em Trânsito

A empresa pode ter também, como disponibilidade, numerário em trânsito


decorrente de:
• Remessas para filiais, depósitos ou semelhantes, por meio de cheques,
ordem de pagamento e etc.
• Recebimentos dessa mesma espécie, ou ainda de clientes ou terceiros,
quando conhecidos até a data do balanço.
Tal dinheiro em trânsito representa também um disponível classificável
juntamente com os saldos em bancos.

26.1.4 Aplicação de Liquidez Imediata

As aplicações de curtíssimo prazo no mercado financeiro também são


consideradas como disponível.

26.1.5 Investimentos Temporários

São considerados investimentos temporários as aplicações financeiras em


títulos e valores mobiliários com intenção de revenda. O objetivo do investidor é
obter ganho financeiro na forma de juros.
Os principais tipos de investimentos temporários são:

• Fundos de Aplicação Imediata;


• Títulos Públicos Federais;
• Certificados de Depósito Bancário;

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• Recibos de Depósito Bancário;
• Ações adquiridas ou cotadas na Bolsa de Valores;
• Aplicações temporárias em ouro.

A classificação dos investimentos temporários deve ser efetuada observando


o tipo de investimento e o prazo de resgate. Caso a aplicação seja de liquidez
imediata, a classificação contábil se dará no disponível da instituição. Já as
aplicações que possuem prazo de resgate maior poderão ser classificadas no ativo
circulante ou no realizável em longo prazo As empresas, dentro de uma política
financeira, procuram aplicar os excessos de disponibilidades que têm, em relação às
necessidades imediatas ou em curto prazo, em títulos e valores mobiliários
resgatáveis dentro do período em que preveem sua necessidade. Tais aplicações
são muito importantes para as empresas, particularmente devido aos efeitos
inflacionários causados aos recursos mantidos em caixa e bancos e às altas taxas
de juros vigentes no mercado.
Cada tipo de título ou forma de aplicação tem suas características próprias
de um título para outro, em função de suas necessidades, mas, também, a
segurança, a taxa de retorno e o ônus tributário.
A classificação desses investimentos temporários deverá ser feita em função
do tipo de investimento, do prazo de resgate e considerando, ainda, a própria
intenção da empresa quanto à época em que pretende resgatar os títulos.
Fator ainda a considerar ao definir a classificação dessas aplicações dentro
do Balanço é que, em certos casos especiais, a empresa pode ter certas aplicações
temporárias com determinado prazo de resgate, mas sua intenção deliberada não é
aguardar o vencimento, mesmo que, com isso, deixe de usufruir de certas vantagens
quando vencido o prazo de resgate. Nessa circunstância, poderá dar a classificação
no Balanço em função dessa intenção já definida, mas, nesse caso, o saldo da conta
deverá ser deduzido das vantagens perdidas.

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27. PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS

Essas provisões devem ser constituídas por valores que cubram a


expectativa de perdas. Os critérios que usamos na constituição e contabilização são
similares ao da provisão de clientes. Deve-se, na data do Balanço, efetuar uma
análise da composição de cada uma das contas, verificando-se as prováveis perdas
na cobrança das mesmas para, pela estimativa dessas perdas, constituírem-se a
provisão. As contas mais suscetíveis de perdas por crédito de liquidação duvidosa
são as de título a receber, cheques em cobrança, adiantamentos a terceiros e a
funcionários.
A segregação da provisão destina-se a separar as perdas conforme sua
origem, ou seja, as perdas com o não recebimento dos valores a receber por
inadimplência de terceiros e as perdas por outras razões (como no caso de perda do
direito de recuperar imposto por falta ou extravio de documentação hábil e etc.).
As contas a receber devem ser avaliadas por seu Valor Líquido de
Realização, ou seja, pelo produto final em dinheiro ou equivalente que se espera
obter. Para tanto, devem-se baixar as contas prescritas e constituir uma Provisão
para Crédito de Liquidação Duvidosa para cobertura das perdas esperadas na
cobrança das contas a receber, motivo pelo qual essa provisão é classificada como
redução das contas a receber, para serem apresentadas por seu valor líquido.
No passado, a legislação fiscal permitia que se usasse um percentual (numa
época foi 30%, noutra 1,5%) sobre o saldo de duplicatas a receber para determinar a
expectativa de perdas com devedores duvidosos, dessa forma, constituía-se a conta
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa.
Todavia, embora a legislação fiscal tenha criado grandes restrições para o
reconhecimento da perda antes de sua efetiva concretização, princípios contábeis e
a legislação societária mantêm sua posição de que a empresa deve constituir a
provisão para perdas com base na expectativa de perda e, ao final do exercício
social, deve computar o valor da referida perda entre as inclusões do LALUR (Livro

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de Apuração do Lucro Real), para apuração da base de cálculo do imposto de renda
e contribuição social.
A apuração do valor da provisão pode variar, pois cada empresa pode ter
aspectos peculiares a respeito de seus clientes, ramo de negócios, situação do
crédito em geral e a própria conjuntura econômica do momento.
É, portanto, importante serem considerados todos esses fatores conhecidos
na estimativa do risco e na expectativa de perdas com as contas a receber, que
devem estar cobertas pela provisão.
Assim, algumas considerações importantes quanto aos critérios para sua
apuração devem ser feitas:

a) Deve ser baseada na análise individual do saldo de cada cliente. Esse


trabalho deve ser feito com base na posição analítica por duplicatas dos clientes na
data do balanço e em conjunto com os responsáveis pelos setores de vendas e
crédito e cobrança, de forma a exercer um julgamento adequado dos saldos
incobráveis;

b) Deve ser devidamente considerada a experiência anterior da empresa


com relação a prejuízos com contas a receber. Essa análise pode ser feita por meio
da comparação dos saldos de clientes ou de volumes de faturamento com os
prejuízos reais ocorridos em anos anteriores na própria empresa. Complementando
essa análise, é importante a contribuição dos elementos ligados aos setores de
vendas e crédito e cobrança, com sua experiência e conhecimento dos clientes;

c) Devem ser também consideradas as condições de vendas, a existência


de garantias reais anula ou reduz a perspectivas de perdas;

d) Atenção especial deve ser dada as contas atrasadas e a clientes que


tenham parte de seus títulos em atraso. Nesses casos, é importante a preparação
de uma análise das contas a receber vencidas, preferencialmente comparativa com
períodos anteriores. Nessa técnica, as contas são agrupadas em função de seus
vencimentos, como vencidas há mais de um ano, entre 180 dias e etc., por meio
dessa técnica, pode-se medir a tendência dos clientes em atraso e a probabilidade

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de perdas, além da eficiência do sistema de crédito utilizado e do próprio serviço de
cobrança. O objetivo é sempre chegar a um dimensionamento adequado da
provisão. Essa análise por idade de vencimento é particularmente importante nos
casos em que há quantidade muito grande de clientes, em que o risco está
pulverizado.

28 RESERVAS E PROVISÕES

São compostas por obrigações definidas e normalmente suportadas por


documentação que explicita seu valor e data de pagamento. Todavia, há inúmeros
passivos que também devem ser registrados, apesar de não terem data fixada de
pagamento ou mesmo não conterem expressão exata de seus valores. Isso porque
no exigível devem estar contabilizadas todas as obrigações, encargos e riscos,
conhecidos e calculáveis. As reservas e provisões são normalmente encargos e
riscos já conhecidos, e seus valores são calculáveis, mesmo por estimativas.
Dentro dessas conceituações, as reservas e provisões são compostas das
seguintes contas:

PROVISÕES

• Gratificações e participações a empregados.


• Gratificações e participações a administradores.
• Participações de Partes Beneficiárias.
• Férias.
• 13 Salário.
• Riscos fiscais e outros passivos contingentes.

Gratificações e participações a empregados:


A legislação fiscal estabelece que as participações no lucro a empregados e
administradores devem ser registrados como despesas. Outras eventuais parcelas,
a título de gratificações, também são registradas como despesas.

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Normalmente, as participações nos lucros destinadas a empregados e
administradores estão definidas no Estatuto Social, como base no qual deve ser feita
a contabilização da despesa e correspondente provisão.

Participações de Partes Beneficiárias:


A participação nos lucros das Partes Beneficiárias deve também ser
registrada no próprio exercício na Demonstração do Resultado, cujo passivo
correspondente deve figurar nessa conta de Provisão até o seu pagamento.

Provisão para Férias:


As férias transcorridas e ainda não gozadas devem ser provisionadas
contabilmente, permitindo melhor apuração do resultado. É exigido, no entanto, que
a empresa mantenha na data do balanço uma posição analítica como suporte do
valor provisionado.

Provisão para 13 Salário:


Deve ser apropriado como custo ou despesa adicional de 12 meses normais
do exercício, por meio de constituição de uma provisão para o 13 salário, na base de
1/12 do valor bruto da folha de pagamento acrescido dos encargos sociais
respectivos, o que é importante para fins de apuração mensal de resultados.

Provisão para Riscos Fiscais e Outros Passivos Contingentes:


Uma contingência é uma situação de risco já existente e que envolve um
grau de incerteza quanto à efetiva ocorrência e que, em função de um evento futuro,
poderá resultar em ganho ou perda para a empresa.
Para que a contingência passiva julgada provável em exercício futuro seja
registrada contabilmente por meio da formação da provisão para riscos fiscais e
outros passivos contingentes, deverá ser possível estimar ser valor; caso contrário,
apenas deverá ser mencionada nas notas explicativas, descrevendo-se o tipo de
contingência e explicando-se a impossibilidade de determinar seu montante.

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29 INVESTIMENTOS

As informações a seguir estão disponíveis em:


<http://www.portaldoinvestidor.gov.br>. Acesso em: 12 mai. 2010.

 Renda Fixa

Nos investimentos em renda fixa, a remuneração, ou sua forma de cálculo, é


definida no momento da aplicação. Ao investir seus recursos em um título de renda
fixa, seja ele emitido pelo governo ou por uma empresa privada, o investidor está
emprestando a quantia investida ao emissor do título para, em troca, depois de certo
período, receber o valor aplicado, acrescido de juros pagos como forma de
remuneração de seu empréstimo.
Cabe ressaltar que na renda fixa, assim como em qualquer investimento,
sempre existe a possibilidade de perda do capital investido. São exemplos de
investimentos em renda fixa: Caderneta de Poupança, Fundos DI, Fundos de Renda
Fixa, CDBs e debêntures, entre outras.

 Renda Variável

Neste tipo de investimento o investidor não tem como saber, previamente,


qual será a rentabilidade da aplicação. Uma boa avaliação do investimento a ser
efetuado poderá proporcionar ao investidor um retorno maior do que o obtido em
aplicações de renda fixa. Contudo, a exemplo dos investimentos em renda fixa,
também existe a possibilidade de perda.
Os investimentos em renda variável são recomendados, normalmente, para
prazos mais longos e para investidores com mais tolerância às variações de preço
dos títulos, muito comuns nesse mercado.

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É importante nesse tipo de investimento efetuar a diversificação da carteira.
Esse procedimento visa diminuir o risco, pois eventuais perdas em alguns papéis
podem ser compensadas com ganhos em outros.
Os investimentos mais tradicionais e populares em renda variável são as
ações, os fundos de ações e os clubes de investimento.

 Formação de Preços

As diferenças entre os títulos de renda fixa e os de renda variável estão


diretamente ligadas ao processo de formação de preços em seus respectivos
mercados. Nos ativos de renda variável os preços são formados pela interação entre
ofertas e demandas propostas por um número diversificado de investidores. Essas
propostas são centralizadas em ambientes de negociação físicos ou eletrônicos,
comumente chamados de Bolsas de Valores, e têm seus valores redefinidos a todo
o momento, por conta dos diversos eventos que afetam as empresas emissoras, a
economia e os mercados. Já o preço de um título de renda fixa depende da
rentabilidade implícita prevista para o papel.
Fatores como condições de mercado e risco do emissor podem influenciar
no processo de formação do preço, mas os principais movimentos no valor do título
estão relacionados à facilidade de negociá-lo no mercado (liquidez) e aos preços
básicos da economia, esses responsáveis por afetar a avaliação presente de sua
remuneração.

 Fundos de Investimento

Fundo de Investimento é uma comunhão de recursos, captados de pessoas


físicas ou jurídicas, com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aplicação
em títulos e valores mobiliários. Desta forma os recursos dos investidores de um
fundo de investimento são usados para comprar bens (títulos) que são de todos os
investidores, na proporção de seus investimentos.
Um fundo de investimento é organizado sob a forma de condomínio e seu
patrimônio é dividido em cotas, cujo valor é calculado diariamente por meio da
divisão do patrimônio líquido pelo número de cotas em circulação.

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O funcionamento dos fundos obedece às normas da CVM e a um
regulamento próprio, que só pode ser alterado por decisão dos cotistas (ou, nos
casos de necessidade de adequação à legislação vigente, por determinação da
CVM). O regulamento é o principal documento que regula o fundo de investimento e
nele estão descritas as regras relativas ao objetivo, à política de investimento, aos
tipos de ativo negociados, aos riscos envolvidos nas operações, às taxas de
administração e outras despesas do fundo, bem como ao seu regime de tributação e
outras informações relevantes.
No caso de um fundo de investimento, o principal risco é aquele inerente aos
ativos que compõem a carteira. Porém, há três riscos principais aos quais o
investidor está invariavelmente sujeito: o risco de mercado, o risco de crédito e o
risco de liquidez. O risco de mercado é o decorrente das oscilações nos preços dos
títulos que compõem a carteira do fundo. Uma vez que esses ativos são
contabilizados por seu valor de mercado, quanto maior a oscilação nos preços,
maior a oscilação no valor das cotas e mais difícil estimar o valor de resgate ou de
venda das cotas.
Já o risco de crédito se refere à certeza sobre a liquidação do título na data
de vencimento. Quando o fundo adquire um título, está emprestando dinheiro a
alguém ou aplicando sua quantia em determinado empreendimento e, certamente,
correndo o risco de que o tomador dos recursos não honre a obrigação, ou não
pague os juros combinados, ou o empreendimento não renda o esperado.
Por fim, existe o risco de liquidez, que tanto pode ser dos ativos quanto das
cotas que compõem o fundo. No caso dos ativos, o risco de liquidez consiste na
eventual dificuldade que o administrador possa encontrar para vender os ativos que
compõem a carteira do fundo, ficando impossibilitado de atender aos pedidos de
resgate do investimento. No caso das cotas, o risco de liquidez decorre da
dificuldade, no fundo fechado, do investidor encontrar um comprador para as suas
cotas, forçando-o a vender por um valor mais baixo que o esperado, caso sua
necessidade de recursos seja imediata.
As taxas normalmente cobradas são a taxa de administração e,
eventualmente, a taxa de performance - que é uma taxa cobrada nos termos do
regulamento, quando o resultado do fundo supera um certo patamar previamente

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estabelecido. Alguns fundos podem também cobrar taxas de ingresso (devidas
quando se faz o investimento) e de saída (devidas quando se realiza o resgate).
Já as despesas debitadas do fundo costumam ser: despesas de corretagem,
de custódia e liquidação financeira de operações e de auditoria. Além disso, é
também importante considerar a tributação na hora de decidir seu investimento e
calcular a rentabilidade.

 Títulos Públicos

O governo federal emite títulos públicos com o objetivo de captar recursos


para financiar suas atividades e pagar sua dívida mobiliária. O órgão responsável
pela emissão e controle dos títulos, e pela administração da dívida mobiliária federal,
é a Secretaria do Tesouro Nacional.
Há uma grande variedade de títulos públicos, cada um com características
próprias em termos de prazos (vencimentos) e rentabilidade. Existem títulos que
rendem juros prefixados, pós-fixados e mistos. Alguns contêm correção cambial,
enquanto outros são corrigidos por índices de inflação, atualizados pela taxa SELIC
(fixada pelo Comitê de Política Monetária - COPOM, do Banco Central do Brasil),
etc.
A forma mais comum de adquirir títulos públicos é a indireta, por meio da
aplicação em fundos de investimento que detenham em sua carteira tais papéis.

 Tesouro Direto

Atualmente existe o serviço chamado Tesouro Direto por meio do qual


qualquer cidadão pode comprar diretamente, pela internet, Títulos Públicos Federais
do Tesouro Nacional. Basta ser residente no Brasil, possuir Cadastro de Pessoa
Física (CPF) e estar cadastrado em alguma das instituições financeiras habilitadas a
operar no Tesouro Direto.
Estão disponíveis para compra os seguintes títulos:
• Letra Financeira do Tesouro (LFT): É um título com rentabilidade diária
vinculada à taxa de juros básica da economia (taxa SELIC). O resgate do principal e
dos juros ocorre no vencimento do título.

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• Letra do Tesouro Nacional (LTN): É um título com rentabilidade
definida no momento da compra, com o resgate do valor do título na data do
vencimento do mesmo. Cada título é adquirido com deságio e possui o valor de
resgate de R$ 1.000,00, no vencimento.

• Nota do Tesouro Nacional - série B (NTN-B): É um título com a


rentabilidade vinculada à variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo), acrescida de juros definidos no momento da compra. O pagamento dos
juros é semestral e o resgate do valor nominal atualizado ocorre na data de
vencimento do título.

• NTN-B Principal: É um título com a rentabilidade vinculada à variação


do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), acrescida de juros definidos no
momento da compra. Não há pagamento de cupom de juros semestral e o resgate
do valor nominal atualizado ocorre na data de vencimento do título.

• Nota do Tesouro Nacional - série F (NTN-F): É um título com a


rentabilidade definida, acrescida de juros definidos no momento da compra. O
pagamento dos juros é semestral e o resgate do principal ocorre na data de
vencimento do título.

 Debêntures

A debênture é um valor mobiliário emitido por sociedades por ações,


representativo de dívida, que assegura a seus detentores o direito de crédito contra
a companhia emissora. Consiste em um instrumento de captação de recursos no
mercado de capitais, que as empresas utilizam para financiar seus projetos. É uma
forma também de melhor gerenciar suas dívidas.
Os recursos captados pela empresa por meio da distribuição de debêntures
podem ter diferentes usos: investimentos em novas instalações, alongamento do
perfil das dívidas, financiamento de capital de giro etc.
Ao disponibilizar seus recursos para serem utilizados pela empresa, o
comprador (debenturista) faz jus a uma remuneração. Desta forma, a debênture é

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um título de crédito privado em que os debenturistas são credores da empresa e
esperam receber juros periódicos e pagamento do principal, correspondente ao valor
unitário da debênture, no vencimento do título ou mediante amortizações nas quais
se paga parte do principal antes do vencimento, conforme estipulado em um
contrato específico chamado "Escritura de Emissão".
As condições da emissão das debêntures são deliberadas pela assembléia
geral de acionistas ou pelo Conselho de Administração da companhia emissora,
podendo uma mesma emissão ter várias séries, de forma a adequar o recebimento
dos recursos às necessidades da empresa.
Os maiores compradores das debêntures no mercado brasileiro são os
chamados investidores institucionais, tais como grandes bancos, fundos de pensão
e seguradoras, os investidores estrangeiros, além dos investidores individuais.

29 INVESTIMENTOS

Permanentes

Investimentos permanentes são aplicações em que o investidor tem a


intenção de permanência, tais como:

• Participações societárias permanentes;


• Obras de arte, terrenos e imóveis para utilização futura;
• Imóveis de renda.

Os investimentos permanentes são classificados no ativo permanente,


subgrupo investimentos. Normalmente, os itens mais significativos do grupo
investimento são as participações societárias.
O fator que diferencia as participações societárias dos demais investimentos
permanentes é o critério de avaliação utilizado. Enquanto os outros investimentos
devem ser avaliados pelo método de custo, as participações societárias podem ser
avaliadas pelo método da equivalência patrimonial.

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Dividendos

Quando a investidora recebe dividendos dos investimentos efetuados deverá


contabilizá-los como receita. Entretanto, caso a empresa investida efetue pagamento
de dividendos em um período muito curto após a aquisição das ações, a empresa
deve contabilizar os dividendos como redução do valor do investimento. Isso
acontece porque se considera que as ações adquiridas estão com o valor cheio e a
investidora está apenas recuperando o valor pago antecipadamente.

30 LISTA DE SIGLAS

IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil


NIC – Normas Internacionais de Contabilidade
IASC – International Accounting Standards Committee
FASB - Financial Accounting Standards Board
IOSCO - International Organization of Securities Comission
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
CFC- Conselho Federal de Contabilidade
ABAMEC- Associação Brasileira de Analistas de Mercado de Capitais
ABRASCA – Associação Brasileira de Companhias Abertas
CCL – Capital Circulante Líquido
CDI – Certificado de Depósito Interbancário
LOCOM - Lower of Cost or Market
NBC – Normas Brasileira de Contabilidade
S.A – Sociedade Anônima de Capital Aberto
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
DLPA – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados
DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
PL – Patrimônio Líquido
DOAR – Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos
DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa

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UEPS – Último que entra, primeiro que sai
PEPS – Primeiro que entra, primeiro que sai
LG – Liquidez Geral
AC – Ativo Circulante
RPL – Realizável a Longo Prazo
PMRE – Prazo Médio de Renovação de Estoque
PMRV - Prazo Médio de Renovação de Vendas
PMPC - Prazo Médio de Renovação de Pagamento de Compras
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
TRI – Taxa de Retorno sobre Investimentos
TRPL - Taxa de Retorno sobre Patrimônio Líquido
VPA – Valor Patrimonial da Ação
LLA – Lucro Líquido por Ação
NCG – Necessidade de Capital de Giro
ACO – Ativo Circulante Operacional
PCO – Passivo Circulante Operacional
LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real
SELIC – Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
COPOM – Comitê de Política Monetária
CPF – Cadastro de Pessoa Física
LTN – Letra do Tesouro Nacional
NTN – Nota do Tesouro Nacional
IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo

FIM DO MÓDULO IV

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALOE, Armando; VALLE, Francisco. Contabilidade comercial. 3. ed. São Paulo:


Atlas, 1981.

IUDÍCIBUS, Sérgio. Contabilidade gerencial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1981.

IUDÍCIBUS, Sérgio. Teria da contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1981.

IUDÍCIBUS, Sérgio; MARION, José Carlos. Análise de balanços. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 1981.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1982.

MARTINS, Eliseu; IUDÍCIBUS, S.; GELBCKE, E.R. Manual de Contabilidade da


Sociedade por Ações (Aplicável às demais Sociedades). 5. ed. São Paulo: Atlas,
2008.

FIM DO CURSO

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