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MATEMÁTICA

FINANCEIRA
Prof. ME. FÁBIO OLIVEIRA VAZ
004 Aula 01: Economia Brasileira e Cálculos Básicos

011 Aula 02: Regra de 3

019 Aula 03: Porcentagem

026 Aula 04: Juros Simples

037 Aula 05: Método Hamburguês

041 Aula 06: Desconto Simples

053 Aula 07: Juros Compostos

061 Aula 08: Capitalização

069 Aula 09: Desconto Composto

085 Aula 10: Rendas ou Anuidades

097 Aula 11: Renda Perpétua

101 Aula 12: Inflação, Deflação e Índices de Preço

106 Aula 13: Utilização Prática do Inflator e Deflator

112 Aula 14: Taxa de Juro Real, Efetiva e Nominal

118 Aula 15: Empréstimos e Sistema de Amortização SAC

123 Aula 16: Sistema de Amortização Price e Misto


Introdução
Caro aluno, vamos, a partir daqui, trabalhar esse conteúdo tão importante para os
gestores e para aqueles que irão atuar em um mercado competitivo, a Matemática
Financeira e planos de negócios, bem como cálculos, juros, matemática comercial,
finanças, decisão e análise de investimentos, além de refletirmos sobre questões que
permeiam o empreendedorismo.

Você terá a oportunidade de praticar com atividades desenvolvidas para a aplicação


das fórmulas matemáticas e entenderá o uso da calculadora financeira HP 12C, que é
uma ferramenta que facilita e agiliza os cálculos, ajudando na tomada de decisão em
finanças de forma rápida e eficiente.

Este material de estudo o levará a perceber que as tomadas de decisão e a gestão


estão diretamente ligadas com as questões financeiras, e o desenvolvimento de um
plano de negócios irá ajudar a melhor gerir o dinheiro e as estratégias do negócio.
Além disso, se tornará evidente que sem entender as questões financeiras e como
planejar nosso negócio, teremos dificuldades em ter sucesso em nossos projetos. Por
isso, é essencial entender como funciona o mercado financeiro e todas as questões de
um plano de negócios, desta forma, estando preparado para as diversidades existentes
no mercado atual.

O mercado é altamente mutável e difícil de prever, por isso, é essencial um bom plano
de ação, mas com conhecimento das questões econômicas e financeiras, para ter uma
tomada de decisão pautada em dados e informações que facilitem atingir os objetivos
traçados.

Todas as nossas decisões são de extrema importância, pois irão refletir no futuro o
sucesso ou fracasso das ações que iremos adotar. Por isso, esteja pronto para planejar,
avaliar, calcular para que seja possível desenvolver a capacidade de tomar decisões
estratégicas pautadas em dados concretos.

Então, a partir de agora, tome a decisão de aprender um pouco mais sobre matemática
financeira e plano de negócios. Esteja preparado para ser um profissional diferenciado
e capaz de lidar com tudo que possa acontecer no mercado financeiro.

Ótimos estudos!

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01

Economia Brasileira
e Cálculos Básicos
O mercado possui variações constantes e precisam ser analisadas com muito critério
para evitar surpresas em investimentos ou compras.

Diante desse desafio, e para que você tenha subsídios para análise, nesta unidade
comecemos a debater sobre a situação econômica brasileira e depois passaremos a
estudar alguns cálculos próprios da matemática comercial, como regra de três e
porcentagem.

Todos esses cálculos e teorias são essenciais para que você possa utilizar no seu dia a
dia, além de fornecer formas para facilitar sua tomada de decisão com base em
números e informações financeiras.

Ao falarmos de situação econômica de nosso país precisamos entender que existe e


sempre haverá variações constantes, sendo positivas e negativas, e isso deve ser
levado em conta no momento de uma tomada de decisão de investimento.

Aqui, começamos a compreender alguns termos pertinentes à matemática financeira


e que devem fazer parte de sua realidade de trabalho, como, por exemplo, falar de
imóveis é falar de vendas, juros, parcelamentos, comissões e outros assuntos que
envolvem cálculos e análises.

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Começaremos esta unidade falando da economia brasileira, na sequência estendo um
pouco sobre matemática comercial, regra de três e porcentagem.

Conjuntura Econômica
Brasileira
Entender alguns aspectos sobre a economia é de fundamental importância para
analisar investimentos, pois a situação econômica certamente influenciará o
desempenho e o resultado dos mesmos. Dessa forma, devemos considerar, por
exemplo, fatores como: a variação do preço do dólar frente ao real, o desempenho da
Bovespa, a carga tributária e as taxas de juros que permeiam a economia brasileira e
a influência dessas variáveis no mercado globalizado.

Segundo Raymundo (2006), a variação do valor do dólar em relação ao real é um


processo de constantes mudanças, pois dependendo do risco que o país oferece para
os investidores, menos dólares têm em nosso país, logo, o valor do dólar acaba
subindo. Fato que o inverso também é verdade, pois quanto menos risco o país
oferece, mais dólares entram, o que faz a moeda americana diminuir de valor frente
ao real.

Uma outra questão que merece nossa atenção é que variações no dólar ou
valorização do real podem causar aumento ou diminuição da inflação, mudança no
poder de compra e variação dos custos envolvidos em insumos ou outros materiais
importados.

Pensando em outro ponto importante, a nossa bolsa de valores, a Bovespa, que se


popularizou com a expansão voltada para os pequenos investidores, caminha com
volatilidade, alternando períodos de altas e baixas. Seu crescimento tem possibilitado
a abertura de capital para várias empresas. Com a abertura do capital, as sociedades
anônimas passam a ter ações negociadas na bolsa de valores.

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Esse processo viabiliza a captação de recursos no mercado sem custos financeiros.
Funciona como se fosse um empréstimo sem juro e ainda com prazo indeterminado,
porque quem investe passa a ser sócio da empresa e não cobra juros, nem define um
prazo para vender as ações compradas. Em contrapartida recebe os dividendos.

Porém, o processo de abertura de capital só é possível para as grandes empresas que


têm patrimônio sólido e tradição. Também é importante considerar que
investimentos em ações é um negócio de risco, pois depende do mercado local e da
economia global que exerce forte influência nas bolsas do mundo todo.

Nesse sentido, a Bovespa vem mostrando seu potencial frente às crises que assolam a
economia mundial, revelando sua capacidade de recuperação após as grandes
quedas, como aconteceu no período que sucedeu à crise econômica mundial em 2008
e 2009.

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O site “Fundamentus” disponibiliza informações financeiras e
fundamentalistas das empresas com ações listadas na Bovespa. Possui um
completo banco de dados apresentado de forma acessível para auxiliar o
investidor a encontrar as melhores opções de investimento.

Acesse o link: Disponível aqui

Outro fator que merece destaque na economia brasileira é a elevada carga tributária
que representa uma ameaça para as empresas que ainda não se adaptaram ao
mercado competitivo. No Brasil, ela alcança cerca de 36% do PIB, o que faz com que
seja uma das maiores do mundo, abaixo apenas de poucos países desenvolvidos,
como França (46%), Itália (42%) e Alemanha (40%). E o governo pouco consegue fazer
para amenizar essa crítica realidade, pois se ele a reduzir, terá que cortar gastos,
diminuindo investimentos públicos em diversas áreas, inclusive nas sociais, para
manter o superávit primário em suas contas e manter os acordados com as
autoridades monetárias internacionais.

Ainda, outra questão a ser discutida são as altas taxas de juros no Brasil que
prejudicam o crescimento econômico e geram descontentamento no mercado. Com
elas, os investidores ficam desestimulados a investir na produção frente às
possibilidades atraentes de ganhos financeiros. A Taxa Básica Financeira no Brasil é
uma das maiores do mundo. Segundo o site http://agenciabrasil.ebc.com.br “mesmo
com a decisão do Copom de manter a Selic em 14,25% ao ano, o Brasil continua
sendo o país com os juros reais mais altos entre 40 países pesquisados pelo
economista Jason Vieira, da Infinity Asset Management em parceria com o site MoneYou.
O país tem juro real de 6,78% ao ano, seguido pela Rússia, com taxa de 2,78% e pela
China com juro real de 2,61%”.

Essa é a visão que um empreendedor deve ter do mercado na hora de elaborar um


plano de negócios que possa servir para análises diversas como a de um investimento
imobiliário ou a utilizada para a criação de uma empresa em qualquer ramo de
atividade.

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Matemática Comercial
Todo empresário, negociador ou comerciante precisa ter alguns conhecimentos
básicos de matemática comercial que serão usados em seu dia a dia. Estes
conhecimentos envolvem cálculos simples estudados desde o ensino básico, mas que
muitas vezes podem gerar certos tipos de dúvidas quando aplicados em situações
reais.

Na visão de Francisco (1999), a atual economia que é vista como globalizada, exige que
os profissionais busquem conhecer os aspectos financeiros e comerciais dos cálculos,
para melhor compreender questões de juros, taxas, impostos e outros assuntos que
interferem em nosso dia a dia.

Imagine, por exemplo, quando você precisa comprar um imóvel e irá financiar em 120
vezes, a uma certa taxa de juros que resultará em um valor futuro maior, e que à vista
poderia ser mais barata, isso pode interferir em nossas decisões.

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Francisco (1999) reforça que a matemática comercial e financeira oferece ferramentas
para que consigamos calcular e tomar decisões embasadas em informações corretas,
isso nos dá mais segurança para avaliar como investir nosso precioso dinheiro.

Por isso, acompanhe todo esse material para compreender as questões financeiras e
com isso estar mais bem preparado para tomadas de decisão em um mercado
altamente complexo.

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02

Regra de 3
Regra de três é a operação matemática que permite descobrir o valor de um termo
desconhecido numa proporção. Segundo Gremaud (2003), ela pode ser simples (com
2 razões) ou composta (com 3 ou mais razões) e, ainda, direta ou inversamente
proporcional (análise das grandezas).

Regra de Três Simples


Gremaud (2003) enfatiza que a regra de três é simples quando compara valores de
apenas duas grandezas. Essas podem ser classificadas como direta ou inversamente
proporcionais, conforme segue:

a) Diretamente Proporcional
Grandezas são diretamente proporcionais quando elas têm relação direta, assim
quando uma aumenta a outra também aumenta e vice-versa. Um exemplo pode ser
“quantidade de máquinas” e “quantidade produzida” de determinado produto.
Quando a quantidade de máquinas é aumentada, a quantidade produzida também
aumenta, por esse motivo essas duas grandezas são diretamente proporcionais
entre si.  

Vamos entender pelo exemplo:

1) Na construção de um edifício, cinco betoneiras produzem 550 metros de laje por


mês. Quantas betoneiras seriam necessárias para produzir 1.650 metros de laje por
mês?

Nesse caso, a relação é direta, precisamos de mais betoneiras para produzir mais
lajes por mês.

Betoneiras Metros de lajes

X 1.650

5 550

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Sua resolução é o cálculo do valor de X, considerando a igualdade entre as razões
proporcionais e fazendo o que se chama de multiplicação cruzada, na qual o
numerador é formado pela multiplicação entre o número que estiver na coluna do X
(5) e o que estiver na linha do X (1.650). O divisor é o outro número, conforme segue:

X 1.650
=
5 550

5 × 1.650
X =
550

X = 15

Resposta: seriam necessárias 15 betoneiras.

b) Inversamente Proporcional
Grandezas são inversamente proporcionais quando elas têm relação inversa, assim
quando uma aumenta a outra diminui e vice-versa. Um exemplo pode ser
“quantidade de operários” e “quantidade de tempo” para se realizar alguma tarefa.
Quando a quantidade de operários é aumentada, a quantidade de tempo é
reduzida.

Verifique a resolução dos seguintes exercícios:

1) Uma construtora que emprega 24 operários consegue levantar um prédio em


48 meses. Quantos operários ela precisaria para levantar o mesmo prédio em 36
meses?

Operários Meses

X 36

24 48

Nesse caso, a relação é inversa, pois quanto mais operários ela tiver, menos tempo
vai levar para fazer a construção, assim, não é possível resolver a regra de três
simplesmente igualando as razões da forma como foram apresentadas

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anteriormente. É necessário considerar que essas grandezas são inversamente
proporcionais e por isso uma delas deve ser invertida como a seguir (meses):

Operários Meses

X 48

24 36

Agora sim, sua resolução é feita, normalmente, calculandoo valor de X, considerando


a igualdade entre as razões:

X 48
=
24 36

24 × 48
X =
36

X = 32

Resposta: precisaria de 32 operários.

2) Com velocidade de 256 km/h um avião vai de uma cidade para outra em 6
horas. Um outro, pretende percorrer essa mesma distância em 4 horas. Qual
deverá ser a velocidade desse avião?

Velocidade(Km/h) Tempo em horas

X 4

256 6

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Como são inversamente proporcionais, é necessário inverter uma grandeza:

Velocidade(Km/h) Tempo em horas

X 6

256 4

X 6
=
256 4

256 × 6
X =
4

X = 384

Resposta: a velocidade será de 384 Km/h.

Regra de Três Composta


A regra de três é composta quando existirem três ou mais grandezas envolvidas na
situação. As mesmas podem ser diretas ou inversamente proporcionais.

Vamos trazer um exemplo para melhor compreender!

1) Uma empresa demorou 90 dias para construir uma casa de 200 m2 com 10
operários. Quantos dias demoraria essa construtora para fazer uma casa de 300
m² utilizando 30 operários?

Perceba que nesse caso a relação se dá entre três grandezas, o tamanho da casa em
metros quadrados, a quantidade de operários e o tempo, medido em dias. Como a
questão envolve o cálculo do número de dias, essa será a grandeza que servirá de
base para analisarmos as outras duas e verificarmos se elas são direta ou
inversamente proporcionais.          

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Dias M2 Número de Operários

X 300 30

90 200 10

Como explicado anteriormente, a relação das grandezas sempre será feita com base
na incógnita, no caso “Dias”. Assim, a grandeza metros quadrados “M²” em relação a
“Dias” é diretamente proporcional, pois para se fazer mais “M²”, mais “Dias” são
necessários e vice-versa. Por outro lado, a grandeza “Número de Operários” em
relação a “Dias” é inversamente proporcional, pois com mais operários se leva menos
dias para a construção ou a realização de uma tarefa qualquer.

Então, vamos inverter apenas a grandeza “Número de Operários”, pois somente ela é
inversamente proporcional a “Dias” que é a grandeza que serve de base de
comparação para a análise.

Dias M2 Número de Operários

X 300 10

90 200 30

Agora, da mesma forma que é feito o cálculo com a regra de três simples, é só fazer a
multiplicação cruzada, na qual o numerador é formado pela multiplicação entre o
número que estiver na coluna do X (no caso, 90) e os que estiverem na linha do X (300
e 10). O divisor é formado pela multiplicação dos outros (no caso, 200 e 30) conforme
segue:

90 x 300 x 10  (número da coluna multiplicado pelo  número da linha de X)

200 x 30 (multiplicação entre os que não estão na coluna nem na linha de X)

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90 × 300 × 10
X =
200 × 30

X = 45

Resposta: demoraria 45 dias.

“Tempo é dinheiro” - Benjamin Franklin (1706 - 1709), cientista, jornalista,


político abolicionista e inventor americano.

2) Uma empresa escalou 9 operários que, em 8 dias de 7 horas de trabalho,


abriram uma vala de 9 metros de comprimento, 5 metros de profundidade e 4,5
metros de largura. Quantos dias essa empresa teria que dispor se fossem 8
operários, que são duas vezes mais ativos que os primeiros, para abrir outra
vala de 6 metros de comprimento em terreno cuja dificuldade seja o triplo da do
primeiro?

GRAU DE GRAU DE
DIAS OPERÁRIOS COMPRIMENTO
ATIVIDADE DIFICULDADE

X 8 2 6 3

8 9 1 9 1

Observação: como na pergunta não se fala em largura nem em profundidade, vamos


considerar que sejam as mesmas, pois se fossem diferentes deveriam ter sido
informadas no enunciado da questão.

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Primeiro passo: identificar quais grandezas são inversamente proporcionais a “Dias”.

Operários: é inversamente proporcional, pois quanto mais operários menos dias.

Grau de atividade: é inversamente proporcional, pois quanto mais ativos, menos


dias se leva para realizar o trabalho.

Comprimento: é diretamente proporcional, pois quanto mais comprido, mais dias são
necessários.

Grau de dificuldade: é diretamente proporcional, pois quanto mais difícil mais dias
são necessários.

Segundo passo: vamos inverter as grandezas inversamente proporcionais.

GRAU DE GRAU DE
DIAS OPERÁRIOS COMPRIMENTO
ATIVIDADE DIFICULDADE

X 9 1 6 3

8 8 2 9 1

Terceiro passo: fazer a multiplicação cruzada.

8 × 9 × 1 × 6 × 3
X =
8 × 2 × 9 × 1

X = 9

Resposta: seriam necessários 9 dias.

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03

Porcentagem
Conforme Raymundo (2006), dá-se o nome de percentagem ou porcentagem à parte
calculada sobre uma quantidade de 100 unidades, ou seja, é uma parte de 100, ou
0,01 (1÷100). Toda razão a/b, na qual b = 100 é uma porcentagem e o símbolo que
a representa é %.

Para Puccini (2009), existem vários meios para se resolver um problema que necessite
do uso de porcentagem, como, por exemplo, regra de três simples e o cálculo direto
por calculadoras.

Vamos entender por meio de um exemplo: sobre porcentagem de um número (%).

1) Um corretor ganha 5% de comissão na negociação de um imóvel que é


vendido por R$ 200.000,00. Calcule o valor dessa comissão.

5% de 200.000,00

5 ÷ 100 x 200.000,00

0,05 x 200.000,00

R$ 10.000,00

2) Se a comissão do corretor fosse 4% e o valor da venda do imóvel fosse R$


1.200.000,00, qual seria o valor da comissão?

4% de 1.200.000,00

4 ÷ 100 x 1.200.000,00

0,04 x 1.200.000,00

R$ 48.000,00

3) Considere que você tenha recebido R$ 30.000,00 de comissão pela venda de


um apartamento. Se sua comissão é de 6% sobre o valor da venda, calcule esse
valor de venda.

Esse problema pode ser resolvido por meio de uma regra de três, onde se lê:

6 está para 100, assim como 30 mil está para X.

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6 30.000
=
100 X

X = 500.000, 00

Assim, o valor da venda é R$ 500.000,00 e 6% desse valor é R$ 30.000,00.

500.000,00 x 0,06 = 30.000,00.

Então você poderia, simplesmente, dividir 30.000,00 por 0,06 e chegaria à resposta de
R$ 500.000,00.

4) Se você recebeu R$ 15.000,00 de comissão pela negociação de um imóvel, e


sua comissão era de 5% sobre o valor da venda, calcule por quanto ele foi
vendido.

15.000,00 ÷ 0,05 = 300.000,00

O imóvel foi vendido por R$ 300.000,00.

5) Um terreno que estava sendo vendido por R$ 200.000,00 teve seu preço
aumentado em 8%. Qual o novo preço de venda?

200.000,00 x 0,08 = 16.000,00

O seu novo preço de venda é R$ 216.000,00 (200.000,00 + 16.000,00).

6) Uma área comercial está sendo alugada por R$ 6.000,00 e, para pagamento
antecipado, o proprietário concede um desconto de 5% sobre o valor do aluguel.
Qual o valor do aluguel antecipado?

6.000,00 x 0,05 = 300,00

O valor do aluguel antecipado é de R$ 5.700,00 (6.000,00 – 300,00).

7) Após ter sofrido um reajuste de 10%, um apartamento está sendo vendido por
R$ 100.000,00. Qual era o seu preço de venda antes do reajuste?

Resolução: R$ 100.000,00 já é o preço com os 10% de acréscimo, então esse valor de


R$ 100.000,00 está para 110%. O valor anterior (X) está para 100%.

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100.000, 00 X
=
110 100

X = R$90.909, 09

Observe estes exercícios sobre variação percentual (Δ%):

1) Houve um reajuste no preço de certo imóvel que passou de R$ 580.000,00 para


R$ 720.000,00 após dois anos. Qual a taxa de aumento?

Nesse caso, a base para o cálculo é o valor inicial: 580.000,00, assim ele é considerado
como sendo 100%. Dessa forma, a questão pode ser resolvida de várias formas.

a- Regra de três:

580.000, 00 720.000, 00
=
100 X

X = 124, 14%

Aumentou de 100 para 124,14, então o acréscimo foi de 24,14%.

b- De forma direta:

Dividir o segundo valor pelo primeiro, subtrair 1 e multiplicar por 100:

[(720.000,00 ÷ 580.0000,00) -1] × 100 = 24,14%

Observe que nesse caso é necessário subtrair 1 e multiplicar por 100.

c- Dividindo o valor do acréscimo pelo base de cálculo:

(140.000,00 ÷ 580.0000,00) × 100 = 24,14%

Aqui, é necessário apenas multiplicar o resultado por 100.

2) Considere que você tenha comprado um imóvel por R$ 200.000,00 e vendido


por R$ 190.000,00. Qual a taxa de perda?

A perda foi de R$10.000,00 e a base de cálculo é R$ 200.000,00.

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(10.000,00 ÷ 200.000,00) × 100 = 5%

Resposta: a perda foi de 5% sobre o valor da compra R$ 200.000,00 que é a base para
o cálculo.

Agora sobre percentual de um número em relação a outro (%T):

1) Uma imobiliária vendeu 20 dos 80 apartamentos de um prédio em construção.


Quantos porcentos dos apartamentos foram vendidos?

(20 ÷ 80) × 100 = 25%

Respostas: 25% dos apartamentos do prédio foram vendidos, faltam ser vendidos
75%.

Acréscimos/Abatimentos
Sucessivos
Acréscimos e abatimentos são operações realizadas com muita frequência nos
negócios. Puccini (2009) afirma que quando eles são sucessivos, os valores dos
acréscimos ou dos abatimentos são calculados sempre com base no valor
imediatamente anterior e não no valor inicial de uma série. Isso nos remete à ideia de
juro composto ou desconto composto, que veremos mais à frente. Vamos entender
esse assunto com alguns exercícios práticos para fixação da aprendizagem.

1) O preço de um terreno sofreu três reajustes consecutivos de 5%, 10% e 15%.


Qual é o seu preço atual se ele custava inicialmente R$ 100.000,00?

100.000,00 + 5% = 105.000,00

105.000,00 + 10% = 115.500,00

115.500,00 + 15% = 132.825,00

Ou podemos fazer um índice para cada reajuste e multiplicar um pelo outro para
encontrar o índice de reajuste para todo o período da seguinte forma:

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5% = 5 ÷ 100 = 0,05  :..  0,05 + 1 = 1,05

Assim, o índice para reajustar qualquer valor em 5% é 1,05.

10% = 10 ÷ 100 = 0,10  :..    0,10 + 1 = 1,10

15% = 15 ÷ 100 = 0,15  :..    0,15 + 1 = 1,15

Depois, multiplicamos um pelo outro:

1,05 x 1,10 x 1,15 = 1,32825.

Agora, subtraímos 1 e multiplicamos por 100:

(1,32825 -1) x 100 = 32,825%

Assim, o reajuste em todo o período foi de 32,825%.

Com aquele índice do período todo (1,32825), chegamos ao resultado multiplicando-o


pelo valor inicial de R$ 100.000,00 resultando em R$ 132.825,00.

Seria diferente e errado somar os percentuais de ajuste (5 + 10 + 15) 30% e aplicá-lo


ao valor inicial que resultaria em R$ 130.000,00 quando o valor correto R$  
132.825,00, pois o reajuste do período todo é 32,825%, como explicado
anteriormente. Isso se deve ao fato de que os reajustes são aplicados sobre os valores
imediatamente anteriores após cada um deles terem sofridos seus respectivos
reajustes.  

2) Após ter sofrido três reajustes sucessivos de 10%, 14% e 16% o valor do CUB
(Custos Unitários Básicos de Construção) de alto padrão por metro quadrado é
de R$ 1.366,00. Calcule o valor anterior a esses reajustes.

Observação: um erro muito comum na resolução de problemas como esse é a


aplicação dos percentuais sobre o valor atual (R$ 1.366,00). O erro se dá porque
aqueles percentuais devem ser aplicados sobre os valores anteriores aos reajustes,
que não sabemos quais são. Por isso, não é correto fazer o cálculo com a utilização
direta do valor atual.

A sugestão indicada seria a elaboração do índice de reajuste para o período todo e


depois resolver com uma regra de três da seguinte forma:

1,10 x 1,14 x 1,16 = 1,45464.

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Esse é o índice que representa 45,464% de reajuste:

1,45464 – 1 = 0,45464 ou 45,464%.

Assim, é correto pensarmos que o valor de R$ 1.366,00 já está com o reajuste de


45,464% e, dessa forma, ele é 145,464% do valor inicial. Então, calcularemos quanto
era o valor inicial ou os 100%.

1.366, 00 145, 464


=
X 100

1.366, 00
X = = 939, 06
1, 45464

Ou seja, simplificando:

Depois de termos calculado o índice do período 1,45464, basta dividir o valor final (R$
  1.366,00) por ele.

Para conferir o cálculo, basta reajustar o valor encontrado (R$ 939,06) em 10%, depois
em mais 14% e na sequência em mais 16%, sucessivamente, o que é o mesmo que
multiplicá-lo por 1,45464. O resultado será R$ 1.366,00.

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04

Juros Simples
Juro é a remuneração do capital (dinheiro). Para quem investe é o retorno do
investimento. Para quem toma emprestado é o custo pelo empréstimo. Assim como o
aluguel é uma remuneração pelo imóvel alugado e o lucro, o retorno por algum
empreendimento, o juro é a recompensa do capital deixado à disposição de outra
pessoa.

Diferença Entre Juro e Taxa de


Juro
O juro, entendido como uma remuneração do capital é sempre expresso em valor
numa determinada moeda. Exemplo: R$ 10,00 (dez reais); US$ 20,00 (vinte dólares) etc.

Segundo Fallet (2011), a taxa de juro (normalmente representada pela letra “i”) é um
índice que, aplicado sobre o capital, determina sua remuneração em um determinado
período de tempo (dias, meses, anos). O número de períodos (tempo) é representado
pela letra “n”.

A taxa pode ser representada de forma:

percentual: 10% ao mês, 25% ao ano, 0,5% ao dia


unitária: 0,10 ao mês; 0,25 ao ano; 0,005 ao dia

A forma unitária nada mais é do que a forma percentual dividida por cem. Assim, 10% é
igual a 10 ÷ 100, ou 0,10.

Observação: para simplificar as fórmulas matemáticas, sempre será usada a forma


unitária. Assim, quando a taxa, por exemplo, for 5%, o “i” na fórmula será substituído
por 0,05 (5÷100).

Porém, quando utilizarmos a calculadora HP 12C, a informação deverá ser em


percentual. Assim, se a taxa for 5%, na tecla “i” da calculadora deverá ser informado o
número 5.

27
Cálculo do Juro Simples
No sistema de juro simples, não há cálculo de juros sobre juros, ou seja, ele não incide
sobre os juros dos períodos anteriores. Não há capitalização dos juros, como acontece
no regime de juro composto.

Fórmula para o cálculo do juro simples:

J = C × i × n

Na qual:

j = juro
C = capital
i = taxa
n = número de períodos (dia, mês, ano etc.)

A tabela 1 mostra o cálculo de juro simples, considerando taxa de 10% ao período que
pode ser dia, mês, ano etc.

N C J Juros Acumulados Montante (M)

0 100,00 - - 100,00

1 100,00 10,00 10,00 110,00

2 100,00 10,00 20,00 120,00

3 100,00 10,00 30,00 130,00

Tabela 1 - Cálculo de juro simples com taxa de 10% ao período | Fonte: o autor.

Para o cálculo dos juros no final do terceiro período (R$ 30,00):

J=C×i×n

J = 100,00 × 0,10 × 3

J = 30,00

28
Vários cálculos a partir desse ponto serão feitos também com a calculadora financeira
HP 12C. Vale a pena investir um pouco de seu tempo para aprender a utilizar essa
ferramenta que facilita muito os cálculos do dia a dia de forma rápida e segura. Nos
cálculos de juros simples, ela não é muito utilizada pela facilidade em realizá-lo, porém,
nos juros compostos, que veremos mais adiante, ela é muito recomendada. Para você
que ainda não a conhece, segue uma imagem desta ferramenta.

Figura 1 - Calculadora HP 12C

Fonte: Disponível aqui

A Calculadora Financeira HP 12C foi desenvolvida para facilitar os cálculos


financeiros, juros, depreciação e valor do dinheiro no tempo, entre outros
cálculos. Por ter sido preparada para isso, torna-se muito mais eficiente e
rápido utilizá-la.

29
Para efetuar o cálculo do exercício anterior, usamos as seguintes teclas após digitar   f
 CLx  para zerar todas as suas memórias:

100 CHS PV 120  i 90 n f int R x<>y

Observação: para juro simples na HP 12C, a taxa informada deve ser sempre a taxa
anual e o período sempre o número de dias.

Portanto: 10% ao mês = 120% ao ano e 3 meses = 90 dias.

Cálculo do Montante
O Montante (M) é a soma do Capital (C) e do Juro (j).

M = C + j  ou  M = C[1 + (i × n)]

Assim, para calcularmos o Montante de R$ 130,00 ao final do terceiro período, temos:

M = 100,00 [1 + (0,10 × 3)]

M = 100,00[1 + (0,30)]

M = 100,00( 1,30 ) M = 130,00 (R$)

30
Cálculo do Capital
Para o cálculo do capital (C), pode ser usada a mesma fórmula do montante:

M = C[1 + (i × n)]

Ou a fórmula transformada:

M
C =
1 + (i × n)

Exemplo:

Que capital deve ser aplicado para gerar um montante de R$ 130,00 em três meses com
taxa de juro de 10% ao mês?

130, 00
C =
1 + (0, 10 × 3)

130, 00
C =
1, 30

C = 100, 00

Cálculo da Taxa
Para o cálculo da taxa (i), pode ser usada a mesma fórmula do montante:

M = C[1 + (i × n)]

Exemplo:

Que taxa deve ser aplicada sobre o capital de R$ 100,00 para gerar um montante
de R$ 130,00 em três meses?

Substituindo na fórmula do montante, temos:

31
M = C[1 + (i × n)]

130 = 100[1 + (i × 3)]

130 = [100 + (i × 300)]

130 − 100 = i × 300

30
= i
300

i = 0,10 ou 10% ao mês (ao mês porque o período está expresso em meses)

Ou com a fórmula:

j
i =
n × c

30, 00
i =
3 × 100, 00

i = 0, 10 ou 10% ao m s ê

Cálculo do Período
Para o cálculo do período (n), também pode ser usada a mesma fórmula do montante:

M = C[1 + (i × n)]

Exemplo:

Durante quanto tempo deve ficar aplicado o capital de R$   100,00 para gerar um
montante de R$ 130,00 com taxa de juros de 10% ao mês?

130 = 100[1 + (0, 10 × n)]

130 = 100[1 + 0, 10n]

130 = 100 + 10n

130 − 100 = 10n

30 = 10n

32
30
= n
10

n = 3 (três meses, pois a taxa é ao mês)

Ou pela fórmula:

j
n =
i × c

30, 00
n =
0, 10 × 100, 00

n = 3 meses

Exercícios resolvidos

1)) Calcule o juro simples gerado por um capital de R$ 2.500,0


quando aplicado durante 8 meses a uma taxa de 3,5% ao mês.

C = 2.500,00

n=8

i = 0,035

j=?

Cálculo com a Fórmula:

j  = C × i × n      

j   =   2.500,00 × 0,035 × 8

j = 700,00

33
Com a HP 12C:

2500 chs PV    240 n   42i    f  int    700

2) Uma aplicação de R$ 40.000,00, rendeu, em 3 meses, R$ 4.800,00


de juros. Qual foi a taxa mensal de juros?

C = 40.000,00;  

n = 3;  

j = 4.800,00;

i=?            

j 4.800, 00 4.800, 00
i = :. . i = :. . i = :. . i = 0, 04 ou 4%
cn 40.000, 00 × 3 120.000, 00 × 3

3) Uma aplicação financeira feita durante 2 meses a uma taxa de


3% ao mês rendeu R$ 1.920,00 de juro. Qual foi a quantia
aplicada?

j = 1.920,00;

i = 0,03;  

n = 2;

c=?

j 1.920, 00
c = :. . c = :. . c = 32.000, 00
in 0, 03 × 2

34
Períodos e Taxas de Juro
Relação de siglas com os respectivos significados:

i = taxa am = ao mês aq = ao quadrimestre

n  =  período ab = ao bimestre as = ao semestre

ad = ao dia at = ao trimestre aa = ao ano

A taxa i e o número de períodos n, necessariamente, devem estar expressos na mesma


unidade de medida de tempo. Por exemplo, quando a taxa for ao mês, o período deve
ser medido em meses. Quando a taxa for ao ano, o período deve ser medido em anos, e
assim por diante.

Para Francisco (1999), o período comercial considera o mês sempre com 30 dias e o ano
com 360 dias (12 meses de 30 dias).

Taxas Proporcionais
Para a conversão das taxas i proporcionais em diferentes períodos:

de i ad para i am: multiplica-se a taxa ao dia por 30 (um mês tem 30 dias)
1% ad = 30 % am  (1% × 30 dias).

de i ad para i aa: multiplica-se a taxa ao dia por 360 (um ano tem 360 dias)
1% ad = 360 % aa (1% × 360 dias).

de i am para i ad: divide-se a taxa ao mês por 30 (um mês tem 30 dias)
30% am = 1 % ad (30% ÷ 30 dias).

de i am para i aa: multiplica-se a taxa ao mês por 12 (um ano = 12 meses)


1% am = 12 % aa (1% × 12 meses).

de i aa para i am: divide-se a taxa ao ano por 12 (um ano = 12 meses)


12% aa = 1 % am (12% ÷ 12 meses).

de i aa para i ad: divide-se a taxa ao ano por 360 (um ano tem 360 dias)
360% aa = 1% ad (360% ÷ 360 dias).

35
Períodos Proporcionais
Para transformar:

dias em meses: divide-se o número de dias por 30 (um mês tem 30 dias);
75 dias = 2,5 meses (75 ÷ 30 = 2,5);
15 dias = 0,5 mês (15 ÷ 30 = 0,5);

dias em anos: divide-se o número de dias por 360 (um ano tem 360 dias);
540 dias = 1,5 anos (540 ÷ 360 = 1,5);

meses em dias: multiplica-se por 30 (um mês tem 30 dias);


1,5 meses = 45 dias (1,5 × 30);

meses em anos: divide-se por 12 (um ano tem 12 meses);


6 meses = 0,5 anos  (6 ÷ 12).

36
05

Método Hamburguês
Esse método é utilizado para a cobrança de juros sob o regime de juros simples de
empréstimos (créditos rotativos) cujos saldos devedores sejam variáveis durante o
período calculado (GREMAUD, 2003). Exemplos desses empréstimos são as contas de
cheques especiais, em que os saldos dos clientes ficam devedores e se alteram,
muitas vezes diariamente, a cada lançamento a débito ou a crédito, quando são
efetuados saques ou depósitos.

Assim, durante o período (geralmente o mês) os juros são calculados pelo saldo-
médio sacado a descoberto dentro de um determinado limite fornecido pelo banco.
Esse juro calculado pelo sistema de juro simples só é cobrado no final do referido
período.

Para calcularmos o valor dos juros, é necessário elaborar uma planilha com o saldo
em cada dia em que houver alterações (depósitos ou saques). Multiplicamos a taxa
de juros diária pelo resultado da multiplicação entre o saldo devedor diário e a
quantidade de dias que esse saldo tenha permanecido devedor.

Exemplo:

1) Considerando o Método Hamburguês, calcule o juro cobrado pelo banco no mês de


novembro, com taxa de 6% ao mês por uma conta de cheque especial, sem saldo
inicial, que teve os seguintes lançamentos:

38
Saldo(D) x 
DATA Depósitos Cheques Saldo
nº de dias

01/11 0,00

02/11 2.000,00(D) 2.000,00(D) x  10 20.000,00

12/11 4.000,00(C) 1.800,00(D) 200,00(C) - -

15/11 1.200,00(C) 4.500,00(D) 3.100,00(D) x  11 34.100,00

26/11 200,00(C) 2.600,00(D) 5.500,00(D) x  4 22.000,00

=∑ 76.100,00

∑/30 2.536,67

Tabela 1 - Cálculo do saldo médio devedor pelo Método Hamburguês | Fonte: o autor.

Observação:   Na Tabela 1, D = Débito (ou saldo negativo) e C = Crédito (ou saldo


positivo).

Cálculo:

J = C × i × n

Na qual:

J: é o juro do período      

C: é a somatória sempre dividida por 30, porque o mês comercial tem 30 dias
(76.100,00/30 = 2.536,67), ou seja, é a média diária do saldo devedor.

i: 6% am

n: como é um só período (um mês) = 1

J = 2.536,67 × 0,06 × 1          

J = 152,20
39
Ou seja, o juro cobrado no mês pela utilização dos saldos devedores conforme
Tabela 1 é de R$ 152,20 com taxa de 6% ao mês.

Exercícios propostos sobre juros simples

1) Qual o juro de um capital de R$ 500,00 aplicado por 10 meses a


uma taxa de 7% ao mês? (350,00)

2) Qual o juro e o montante acumulados em um ano a uma taxa de


10% ao mês a partir de uma aplicação de R$ 325,00? (j = 390,00 e M
= 715,00)

3) Qual o montante acumulado em 18 meses a uma taxa de 0,10%


ao dia a partir de um capital de R$ 1.000,00? (1.540,00)

4) Qual o montante acumulado em 120 dias a uma taxa de 24% ao


ano a partir de um capital de R$ 5.000,00? (5.400,00)

5) Qual o capital necessário para se obter um montante de R$


970,00 daqui a três semestres a uma taxa de 5% ao mês? (510,52)

6) Qual o capital necessário para se obter um montante de R$


1.070,00 daqui a três anos a uma taxa de 0,7% ao mês? (854,63)

7) Qual o capital necessário para se obter um montante de R$


2.000,00 daqui a 18 meses a uma taxa de 7,5% ao ano? (1.797,75)

8) Qual o juro simples recebido em uma aplicação de R$ 5.000,00 a


uma taxa de 2% ao mês pelo período de 15 dias? (50,00)

40
06

Desconto Simples
Segundo Hirschfeld (2000), o desconto é o abatimento que incide sobre um título de
crédito (cheque, duplicata, nota promissória) ou sobre uma dívida qualquer por terem
sido liquidados antes de seu vencimento.

Para o cálculo do desconto, é importante saber:

Valor Nominal (VN) é o valor de face, ou seja, valor impresso no título. É o que ele
valerá no vencimento.

Valor atual (VA) é o valor pelo qual o título pode ser pago antecipadamente.
Naturalmente, é um valor menor do que o VN, pois se o título for liquidado
antecipadamente, ele terá um desconto (D).

Dessa forma, o Desconto (D) é igual ao Valor Nominal (VN) menos o Valor Atual (VA)
pelo qual o título pode ser pago antecipadamente.    

D = VN − VA

Existem dois tipos de descontos simples:

a) O Desconto Comercial Simples, também chamado de Bancário ou “por fora” é o


desconto normalmente utilizado pelos bancos e pelo comércio em geral. É o tipo que
resulta no maior valor de desconto.

Para Hirschfeld (2000), nesse tipo de desconto, a base de cálculo é o Valor Nominal
(VN). Ele é calculado sobre o valor nominal descontando-se a taxa multiplicada pelo
número de períodos antecipados e as fórmulas de cálculo são as seguintes:

V Acs = V N [1 − (i . n)]

Na qual: VAcs = Valor Atual com desconto comercial simples.

Exercício 1

Uma duplicata de R$ 100,00 foi quitada três meses antes do vencimento com taxa de
desconto comercial simples de 10% ao mês. Por quanto ela foi quitada e qual o
valor do desconto?

VAcs = VN [1 – (i . n)]                                          

42
VAcs = 100 [1 – (0,10 . 3)]                                

VAcs = 100 (1 –  0,30)

VAcs = 100 (0,70) = 70,00

Ela foi quitada por R$ 70,00; seu desconto foi de R$ 30,00 (100,00 – 70,00).

O valor do desconto é o valor nominal menos o valor atual.

D = VN – VA

D = 100 – 70 = 30,00

Para o cálculo direto do desconto comercial simples, também pode ser usada a
fórmula:

Dcs = V N . i . n

Na qual: Dcs: valor do desconto comercial simples  

Dcs = 100 . 0,10 . 3 = 30,00

Dcs = 30,00

As empresas que querem fazer boas negociações precisam estar prontas


para conceder descontos ou parcelamentos diferenciados.      

Fonte: o autor.

b) Desconto Racional simples, também chamado de desconto real ou “por dentro”:

A base de cálculo é o Valor Atual (VA):

43
VN
V Ars =
1 + (i . n)

Na qual: VArs é o Valor Atual com desconto racional simples.

Exemplo:

Qual o valor atual com desconto racional simples para o mesmo exercício 1?

100, 00
V Ars =
1 + (0, 10 . 3)

100, 00
V Ars =
1, 3

V Ars = 76, 92

Para o cálculo direto do valor do desconto racional simples, a fórmula é:

V N . i. n
Drs =
1 + (i . n)

Cálculo do desconto racional simples com o mesmo exercício 1:

100.0, 10.3
Drs =
1 + (0, 10 . 3)

30
Drs =
1, 30

Drs = 23, 08

Prazo Médio para Descontos


Na visão de Puccini (2009), para o cálculo do desconto de vários títulos com
vencimentos diferentes e com a mesma taxa, não é necessário fazer o cálculo do
desconto de um a um. Por meio do cálculo do PRAZO MÉDIO de vencimento dos
títulos, é possível fazer um só cálculo de desconto.

44
Exemplo: calcule o valor do desconto comercial simples para os títulos conforme
tabela abaixo com taxa de 5% ao mês.

Valor Nominal Prazo de vencimento em dias

R$ 100,00 30

R$ 200,00 35

R$ 250,00 33

R$ 5.000,00 60

Primeiramente, calculamos o prazo médio, dividindo a somatória dos produtos entre


os valores e os prazos (318.250,00) pela somatória dos valores dos títulos (5.550,00).

Valor Nominal Prazo de vencimento em dias Valor x Prazo

R$ 100,00 30 3.000,00

R$ 200,00 35 7.000,00

R$ 250,00 33 8.250,00

R$ 5.000,00 60 300.000,00

Soma: 5.550,00   Soma: 318.250,00

318.250, 00
ê
= 57, 34 dias ou 1, 91 m s (57, 34 ÷ 30)
5.550, 00

45
Com a HP 12C

30 ENTER  100∑+   35 ENTER  200∑+   33 ENTER  250∑+   60 ENTER  5.000 ∑+      

g xw  (57,34)

Esse é o prazo médio de vencimento (1,91 mês) desses títulos, ponderando os valores
e os prazos dos mesmos.

Com a informação do prazo médio e com a fórmula abaixo, é possível calcular o valor
do desconto envolvendo todos os títulos.

Dcs =  VN . i . n

Dcs =  5.550 .0,05 . 1,91

Dcs =  R$ 530,03

Equivalência entre taxa de juros simples e de desconto simples

a) No Desconto Racional: como o desconto racional (real) é calculado “por dentro”,


ou seja, a base de cálculo é o valor atual do título, sua taxa (de desconto) é
equivalente à taxa de juros.

Com os mesmos dados do exercício 1:

No fluxo de caixa: taxa de desconto de 10% am

Desconto = VN – VA = 100 – 76,92 = 23,08

46
No desconto racional com a taxa de desconto de 10% am, em três meses, o valor
nominal de R$ 100,00 gera o valor atual de R$ 76,92. Aplicamos, agora, a taxa de
juros também de 10% am, em três meses, sobre o valor atual de R$ 76,92, é gerado o
mesmo valor de juros e chega-se ao montante de R$ 100,00.

M = C [ 1 + ( i . n )]

M = 76,92 [ 1 + (0,10 . 3 )]

M = 76,92 [ 1 + (0,3)]

M = 100,00

b) No desconto comercial, o mesmo não acontece, porque nesse tipo de desconto, o


cálculo é efetuado “por fora”, ou seja, a base de cálculo do desconto é o valor nominal,
enquanto a base de cálculo para os juros é o valor atual.

Com os mesmos dados do exercício 1:

No fluxo de caixa: taxa de desconto de 10% am

Dcs =  VN . i . n                                

Dcs =  100 . 0,10 . 3                          

Dcs =  30,00

Com o desconto comercial de R$ 30,00, o valor nominal de R$ 100,00 transforma-se


no valor atual de R$ 70,00. Porém, ao se aplicar a taxa de juros também de 10% am
sobre o valor atual de R$ 70,00, é gerado um juro de apenas R$ 21,00, chegando ao
montante de R$ 91,00 e não de R$ 100,00 que é o valor nominal.

47
Dessa forma, para chegarmos à taxa de juros equivalente à taxa de desconto
comercial simples, ou seja, a taxa de juros que vai transformar em três meses o valor
atual de R$ 70,00 em R$ 100,00, como no exercício 1, utilizamos a seguinte fórmula:

id
ij =
1 − (id . n)

Na qual:

ij = taxa de juros
id = taxa de desconto

0, 10
ij =
1 − (0, 01 . 3)

0, 10
ij =
0, 70

ij = 0, 14286 ou 14, 286% am

A taxa de juros de 14,286% a.m. equivale à taxa de desconto comercial simples de


10% a.m., pois aplicando-se aquela taxa (14,286% a.m.) sobre os R$ 70,00, chegamos
ao montante de R$ 100,00.

M = 70[ 1 + (0,14286 × 3 )]                        

M = 70 (1,4286)

M = 100,00

De forma inversa, quando sabemos a taxa de juros simples, podemos calcular a taxa
de desconto comercial simples equivalente a essa taxa de juros com a seguinte
fórmula:

ij
id =
1 + (ij . n)

Exemplo: qual a taxa de desconto comercial simples equivalente à taxa de juros


simples de 5% ao mês num período de 9 meses?

0, 05
id =
1 + (0, 05 . 9)

48
0, 05
id =
1, 45

id = 0, 03448 ou 3, 448% am

Assim, a taxa de juros simples de 5% a.m. equivale à taxa de desconto comercial


simples de 3,448% a.m. com antecipação de 9 meses.

Atenção: a equivalência entre essas taxas varia conforme o número de períodos.


Observe que quanto maior o número de períodos, maior será a diferença entre essas
taxas.      

Observe atentamente os seguintes exercícios resolvidos:

Exercícios resolvidos

1) Calcule o desconto por dentro de um título de R$ 6.864,00 à


taxa de 12% ao mês, 36 dias antes do vencimento.

Vn . i . n
Drs =
1 + (i . n)

6.864, 00 × 0, 004 × 36
Drs =
1 + (0, 004 × 36)

988, 416
Drs =
1, 144

Drs = 864, 00

49
2) Um título com valor nominal de R$ 2.000,00, à taxa de 9% ao
mês, vai ser descontado 8 meses antes do vencimento. Calcule
a diferença entre os descontos bancário e racional.

Dcs = V n . i . n

Dcs = 2.000 × 0, 09 × 8

Dcs = 1.440, 00

Drs = (V n × i × n) ÷ (1 + i × n)

2.000×0,09×8
Drs =
1,72

Drs = 837, 21

Dcs − Drs = 1.440, 00 − 837, 21 = 602, 79

3) Calcule a taxa a ser aplicada, por dentro, no valor de uma


duplicata de R$ 1.800,00, para que ele, 2,5 meses antes do
vencimento, seja reduzido a R$ 1.000,00.

Vn . i . n
Drs =
1 + (i . n)

1.800 × i × 2, 5
800 =
1 + 2, 5i

800(1 + 2, 5i) = 4.500i

800 + 2000i = 4.500i

800 = 2.500i

i = 0, 32 ou 32%

50
4) Um comerciante recebeu um desconto racional de R$ 30,00
ao pagar um título. Sabendo que a taxa usada pelo banco é de
7,2% ao ano, e que o valor do título é de R$ 530,00, encontre o
prazo de antecipação do título.

Vn . i . n
Drs =
1 + (i .  n)

530, 00.0, 06.n


30 =
1 + 0, 06n

30 + 1, 8n = 31, 80n

30 = 30n

n = 1 ê
(1m s)

5) Qual a taxa de juro mensal equivalente à taxa de desconto


comercial simples de 4,5% am pelo prazo de 105 dias?

id

ij =

1 − (id .  n )

0, 045

ij =
1 − (0, 045 .  3, 5)

0, 045

ij =
(0, 8425)


ij = 5, 34% am

51
6) Qual a taxa mensal de desconto comercial simples
equivalente à taxa de juro de 5,5% ao mês pelo prazo de 8
meses?

ij

id =

1 + (ij .  n )

0, 055

id =
1 + (0, 055 .  8)

0, 055

id =
1, 44

id = 0, 03819

id = 3, 82% am

52
07

Juros Compostos
No regime de capitalização composta, os juros são capitalizados ao final de cada
período, ou seja, eles são somados ao capital a cada período incorrido e o cálculo do
juro para o próximo período é feito sobre a soma do capital e dos juros do período
anterior, conforme afirma Raymundo (2006).

Comparação Entre as
Capitalizações
Vamos fazer uma comparação entre as capitalizações Simples e Composta conforme
a Tabela 1.

Um capital de R$ 1.000,00 foi aplicado para render juros de 10% ao mês durante
3 meses. Determine o montante no final dos 3 meses pelos dois sistemas.

Capitalização Simples ou Linear Capitalização Composta

Período Juros Montante Período Juros Montante

1º mês 100,00 1.100,00 1º mês 100,00 1.100,00

2º mês 100,00 1.200,00 2º mês 110,00 1.210,00

3º mês 100,00 1.300,00 3º mês 121,00 1.331,00

Tabela 1 - Comparação entre as Capitalizações Simples e Composta | Fonte: o autor.

Observe bem a diferença entre a capitalização simples e composta conforme a tabela


1.

Analisando esse exemplo, podemos observar que, no fim do primeiro mês, os


montantes são iguais nos dois sistemas de capitalização. No entanto, do segundo mês
em diante, os montantes diferem, dando valores cada vez maiores no sistema de

54
capitalização composta pelo fato de os juros compostos serem calculados sobre o
valor do montante, enquanto os juros simples são calculados sobre o valor do capital.

Uso Básico da Calculadora


Financeira HP 12C
A calculadora HP 12C é possivelmente a máquina financeira mais popular no mundo
das finanças. Ela possui até três funções por tecla: brancas, laranjas e azuis.

As funções brancas automáticas, ou seja, apertando-se a tecla esta função será


ativada e as amarelas e azuis aparecem acima e abaixo das teclas – para ativá-las é
necessário que se pressione antes a tecla (f) para ativar as funções laranjas e (g) para
as funções azuis.

Algumas operações básicas na HP 12C:

Ligar e desligar a calculadora: on.


Apagar o que tem no visor: CLX.
Apagar o conteúdo de todos os registros: (f) REG.
Apagar o conteúdo das memórias financeiras: (f) FIN.
Introduzir um número: número + ENTER.
Operações básicas: (número) ENTER (número) operação;
ex: 12 ENTER 43 + = 55.
Potenciação: (número) ENTER (potência) (yx);
ex: 5 elevado a 3, 5 ENTER 3 yx 125.
Raiz, qualquer raiz pode ser transformada em uma potência de índice
fracionário: (número) ENTER (número) (1/x) (yx);
ex: raiz sétima de 2.187 > 2187 ENTER 7 (1/X) (YX) 3.
Armazenar um número na memória: (número) ENTER (número da memória
onde quer armazenar de 0 a 9 ou ainda de .0 a .9).
Buscar um número na memória: (RCL) (número da memória onde foi
armazenado).
Fixar quantidade de casas decimais: (f) (número de casas decimais desejados).

55
Figura 1 - Funções e teclas da HP 12C

Fonte: Google Store, 2017.

Cálculo do Montante
Dessa forma, para o cálculo do montante sob o regime de juro composto, é
necessário saber o período de capitalização.

Exemplo 1: qual o montante final de uma aplicação de R$ 100,00 considerando


uma taxa de juro de 10% ao período (dia, mês, ano, etc.)?

56
Número de Capital Juros Juros Montante
períodos (n) (C) (J) acumulados (M)

R$
0 - - R$ 100,00
100,00

R$ R$
1 R$ 10,00 R$ 110,00
100,00 10,00

R$ R$
2 R$ 21,00 R$ 121,00
110,00 11,00

R$ R$
3 R$ 33,10 R$ 133,10
121,00 12,10

Assim, se a taxa de 10% do exemplo 1 for ao dia com capitalização diária, após 3
dias, o montante será de R$ 133,10; se ela for mensal com capitalização mensal,
após 3 meses, o montante será de R$ 133,10 e, assim, sucessivamente.

Importante: É necessário que a taxa e o período de capitalização sejam expressos na


mesma medida de tempo, ou seja, se o período de capitalização for mensal, a taxa
deve ser ao mês, e assim por diante. Caso a taxa esteja expressa em período diferente
ao da capitalização, ela deverá ser convertida pela proporcionalidade, como já
estudamos.

Para o cálculo do montante utilizaremos a seguinte fórmula:

n n
M = C . (1 + i)   ou  F V = P V . (1 + i)

Na qual:

M = montante ou valor futuro


C = capital ou valor presente
i = taxa
n = período

Exemplo: qual o montante final de uma aplicação de R$ 100,00 considerando uma


taxa de juro de 10% ao mês durante 3 meses?

57
n
M = C × (1 + i)

3
M = 100, 00 × (1 + 0, 10)

M = 133, 10

É necessário que a taxa e o período de capitalização sejam expressos na mesma


medida de tempo, ou seja, se o período de capitalização for mensal, a taxa deve ser
ao mês, e assim por diante. Caso a taxa esteja expressa em período diferente ao da
capitalização, ela deverá ser convertida pela proporcionalidade.

Cálculo do montante com a HP 12C

Para fazer esse cálculo com a calculadora HP 12C, basta digitar as seguintes teclas:

f REG (para limpar a memória financeira)


f 2 (para aparecer no visor duas casas decimais)
100 CHS PV (PV é o capital de R$ 100,00)
3 n (“n” é o número de períodos = 3)
10 i (“i” é a taxa = 10% a cada período)
FV (FV é o valor futuro ou montante = 133,10)

Cálculo do Juro
Para cálculo dos juros, basta diminuir o capital do montante.

Cálculo do juro utilizando a fórmula

J = M − C

J = 133, 10 − 100, 00

J = 33, 10

Ou ainda, com a seguinte fórmula:

n
J = C[(1 + i) − 1]

58
No caso do exercício 1, temos:

3
J = 100[(1 + 0, 10) − 1]

J = 33, 10

Cálculo do juro com a HP 12 C

f REG (para limpar a memória financeira)


f 2 (para aparecer no visor duas casas decimais)
100 CHS PV (PV é o capital de R$ 100,00)
3 n (“n” é o número de períodos = 3)
10 i ( “i” é a taxa = 10% a cada período)
FV RCL PV + (Resultado 33,10)

Cálculo do Capital
Para calcular o capital, quando sabemos o valor do montante final, o tempo em que
foi aplicado e a taxa, utilizamos a fórmula:

M
C =
n
(1 + i)

Cálculo do capital utilizando a fórmula

Exemplo 2: qual o capital que gera o montante de R$ 133,10 por ter ficado
aplicado durante 3 meses à taxa de 10% ao mês capitalizada mensalmente?

133, 10
C =
3
(1 + 0, 10)

133, 10
C =
3
(1, 10)

133, 10
C =
1, 331

C = 100, 00

59
Cálculo do capital com a HP 12C

f REG (para limpar a memória financeira)


f 2 (para aparecer no visor duas casas decimais)
33,10 CHS FV (FV é o valor futuro ou montante = 133,10)
3 n (“n” é o número de períodos = 3)
10 i (“i” é a taxa = 10% a cada período)
PV (PV é o resultado, ou seja, o capital de R$ 100,00)

60
08

Capitalização
A equivalência entre as taxas se dá no regime de capitalização composta e depende
do período da capitalização.

Assim, para se saber qual taxa capitalizada em um período maior (exemplo 1 ano)
que equivale a outra capitalizada em um período menor (exemplo 1 mês), pode ser
empregada a seguinte fórmula (esse processo se chama capitalização):

n
ip> = (1 + ip< ) − 1

Na qual:

i p>, é a taxa do período maior e ip<, é a taxa do período menor.

Exemplo 4: qual taxa anual, capitalizada anualmente, equivalente à taxa de 1%


ao mês, capitalizada mensalmente?

i p> = (1+ip<)ⁿ – 1

i p> = (1+0,01)¹² – 1 = 12,68% ao ano

Com a HP 12C

1   ENTER   0,01    +

12  yx

1 -

100 x

62
Descapitalização
Porém, para saber qual taxa capitalizada em um período menor (exemplo 1 mês)
que equivale a outra capitalizada em um período maior (exemplo 1 ano), pode ser
empregada a seguinte fórmula (esse processo se chama descapitalização):

1
( )
n
ip< = (1 + ip> ) − 1

Exemplo: qual a taxa mensal equivalente à taxa de 12% ao ano?

n
ip< = (1 + ip> ) − 1

ip< = (1 + 0, 12) 12 − 1

ip< = 0, 95% ao m s ê

Para fazer este cálculo na HP 12C, siga os seguintes passos:

1   ENTER   0,12  +

1   ENTER  12 ÷ yx

1 -

100 x

Cálculo do Período
Para o cálculo do número de períodos “n” em que ficou aplicado um capital, quando
temos o valor desse capital, do montante gerado e da taxa aplicada, utilizamos a
seguinte fórmula:  

M
(1nM − 1nC) log
C
n =   ou  n =
1n(1 + i) log(1 + i)

63
Cálculo do período utilizando a fórmula

Exemplo 6: por quanto tempo deve ficar aplicado o capital de R$ 100,00 para
gerar o montante de R$ 133,10 com taxa de juros de 10% am?

(ln 133, 10 − 1n100, 00)


n =
1n(1 + 0, 10)

(4, 8911 − 4, 6051)


n =
0, 0953

0, 286
n =
0, 0953

n = 3

Ou seja, 3 meses pois a taxa está expressa em meses.

Cálculo do período com a HP 12C

100 CHS PV

133,10 FV

10 i

n  (Resposta: 3)

Observação: para o cálculo do período, a calculadora HP 12C tem uma limitação. No


caso acima, ela calculou exatamente dando o resultado de 3 meses. Porém, para um
problema em que o resultado seja um número de períodos fracionado ela arredonda-
o para o inteiro imediatamente superior.

Exemplo 7: por quanto tempo deve ficar aplicado o capital de R$ 500,00 para que
se transforme em R$ 512,08 com taxa de 1% ao mês, capitalizada mensalmente?

(1nM − 1nC)
n =
1n(1 + i)

64
(1n512, 08 − 500, 00)
n =
1n(1 + 0, 01)

(6, 2385 − 6, 2148)


n =
0, 00995

0, 02394
n =
0, 00995

n = 2, 4

O capital deve ficar aplicado por 2,4 meses, ou 72 dias (2,4 x 30 dias), porém, a HP 12C
arredonda o resultado fracionado para o inteiro superior. Nesse caso, pela HP 12C a
resposta é 3 meses. Veja:

500 CHS PV

512,08 FV  

1i 

n ( “n” = 3, mas deveria ser 2,4 meses)

Para consolidar o conhecimento desse tópico, seguem alguns exercícios


resolvidos.

65
Exercícios resolvidos

1) Qual o saldo de uma caderneta de poupança a juros


compostos, com depósito inicial de R$ 1.000,00 a taxa de 10%
am, durante 3 meses?

M = C (1+i)ⁿ

M = 1.000 (1+0,10)³

M = 1.000 (1,10)³

M = 1.000 X1,331

M = 1.331,00

Resolução pela HP 12C

10000 CHS PV     3 n     10 i      FV

2) Qual a quantia que, colocada num banco, a juros compostos


de 2% am, durante 5 meses, atingiu um montante de R$
40.000,00?

M = C ( 1 + i )ⁿ

40.000,00 = C ( 1 + 0,02)⁵

40.000,00 = 1,104080803 C

C = 36.229,23

Resolução pela HP 12C

40000 CHS FV     5 n     2 i      PV

66
3) Durante quanto tempo deve ficar aplicado R$ 5.000,00 à taxa
de 7% am para produzir o montante de R$ 12.000,00?

M 12000
log log
C 5000
n = → n =
log(1 + i) log(1 + 0, 07)

log 2, 4 log 0, 380211


n = → n =
log 1, 07 log 0, 029384

n =  12,94 meses , aproximando 13 meses.

Resolução pela HP 12C

5000 CHS PV    12000 FV     7 i     n

4) Qual o montante que um capital inicial de R$ 8.000,00 pode


produzir aplicado do dia 3 de março a 16 de julho, à taxa de 3%
de juros compostos?

Observação: de 3 de março a 16 de junho são 135 dias, divididos


por 30 resulta em 4,5 meses.

Resolução pela fórmula Com a HP 12C

M = C (1+i)n 8.000 CHS PV

M = 8.000,00 (1+0,03) 4,5 3i

M = 8.000,00 (1,03) 4,5 4,5 n

M = 8.000,00 X 1,442267 FV

M = 9.138,13  

67
5) Uma taxa de 2% ao mês, equivale a que taxa anual?

Resolução pela fórmula Com a HP 12C

ip > = (1+ ip<)n – 1

ip > = (1+ 0,02)12 – 1 2E 100 ÷ 1+   12 yx   1- 100x   = 26,82%

ip > = 26,82%

6) Uma taxa de 30% ao mês equivale a que taxa diária?

Resolução pela fórmula Com a HP 12C

ip < = (1+ip)1/n – 1

ip < = (1+ 0,3)1/30 - 1


30E 100 ÷ 1+ 30 1/x yx 1- 100x = 0,8784%
ip < = 1,008784 - 1

ip < = 0,8784% ad

68
09

Desconto Composto
O desconto composto é o abatimento pelo pagamento antecipado de um
título, considerando o sistema composto de capitalização. Se for apenas um o
período da antecipação do pagamento, o desconto composto não tem
diferença em relação ao desconto simples. Porém, se esse tempo
compreender dois ou mais períodos, o desconto do segundo período em
diante passa a ser calculado sobre o valor anterior já com o seu respectivo
desconto. Ou seja, é feita uma sucessão de cálculos de descontos simples,
período por período.

Assim como no desconto simples, também existem dois tipos de desconto


composto:

a. o comercial, também chamado de bancário ou “por fora”.


b. o racional, também chamado de real ou “por dentro”.

Desconto Composto
Comercial
O desconto composto comercial (bancário ou “por fora”) é calculado sobre
valor nominal.

Cálculo do valor atual

Exemplo 1: um título de R$ 100,00 foi pago três meses antes do


vencimento com taxa de desconto composto comercial de 10% am. Qual
o valor a ser pago?                                            

70
O valor a ser pago é o valor atual que pode ser calculado com a fórmula:

n
V Acc = V N  .  (1 − i)

Na qual:

VAcc = valor atual com o desconto comercial composto, é o valor do pagamento


com abatimento devido à antecipação.
VN = valor nominal, valor escrito no título. É o valor no seu vencimento.

VAcc = 100,00 (1- 0,10)³

VAcc = 100,00 (0,90)³

VAcc = 100,00 . 0,729 = 72,90          

Uma informação bastante importante é que a calculadora HP 12C está preparada


para fazer cálculos de juros compostos e de desconto racional composto. Assim, para
cálculo de desconto comercial composto, é necessário que a taxa seja informada
com sinal negativo, porque vai ser retirada essa taxa como desconto. Ainda,
diferentemente dos cálculos de juros,  aqui a tecla FV corresponde ao valor atual
(VA) e a tecla PV ao valor nominal (VN).

f REG f 2

100,00 CHS PV (VN negativo = - 100,00)

10 CHS i (taxa negativa = - 10%)

3  n  FV (VA ou  valor atual = 72,90)

71
Caro aluno, é importante perceber que para aplicar o desconto composto, as
fórmulas são as mesmas do juro composto, somente mudando as nomenclaturas.

Cálculo do desconto

O valor do desconto é a diferença entre o valor nominal e o valor atual.

D = VN – VA

D = 100,00 – 72,90 = 27,10

Pode ser calculado com a fórmula:

n
Dcc = V N [1 − (1 − i) ]

Usando o mesmo exemplo:

Dcc = 100,00[1-(1-0,10)³]

Dcc = 100,00[1-(0,90)³]

Dcc = 100,00 (1-0,729)

Dcc = 100,00 . 0,271

Dcc = 27,10

Com a HP 12C
100,00 CHS PV

10 CHS i (taxa negativa = - 10%)

3 n  FV RCL PV +

Cálculo do valor nominal

O valor nominal (VN) é o valor expresso no título. Se forem informadas as outras


variáveis, é possível calculá-lo com a seguinte fórmula:

72
VA
V N cc =
n
(1 − i)

Exemplo: qual o valor nominal do título que foi pago com 3 meses de
antecedência por R$ 72,90, considerando a taxa de desconto comercial
composto de 10% ao mês?

72, 90
V N cc = = 100, 00
0, 7290

Com a HP 12C
72,90 CHS FV

10 CHS i ( taxa negativa = - 10%)

3 n PV

Cálculo da taxa

Para cálculo da taxa do desconto comercial composto, pode ser utilizada a seguinte
fórmula:

n
VA
i = 1 − ( )
VN

Exemplo 2: qual a taxa de desconto comercial composto empregada numa


operação que resultou no pagamento de um título de R$ 100,00 por R$ 72,90 em
razão de sua antecipação por 3 meses?

72, 90 3

i = −1( )
100, 00

0,3333
i = −1(0, 7290)

i = 1 – 0,90 = 0,10 ou 10% ao mês.

Com a HP 12C
f REG f 2      100,00  CHS PV      72,90  FV      3  n      i

73
A resposta é –10. Ou 10% ao mês negativo, porque esse é o percentual retirado
do valor nominal.

Cálculo do período

O cálculo do período do desconto comercial composto pode ser feito pela fórmula:

1nV Acc − 1nV N


n =
1n(1 − i)

Exemplo:

Por quanto tempo foi antecipado o pagamento de um título de valor nominal R$


100,00, liquidado por R$ 72,90 com taxa de desconto comercial composto de 10%
ao mês?

1n72, 90 − 1n100, 00
n =
1n(1 − 0, 10)

4, 2891 − 4, 6052
n =
0, 1054

n = 3

Três meses, pois a taxa está expressa em mês.

Com a HP 12C
f REG f 2      100,00  CHS  PV      72,90 FV      10 CHS i      n

Desconto Composto Racional


O desconto composto racional, também chamado de real ou “por dentro”, é calculado
sobre o valor atual. Atenção, somente neste tipo de desconto os cálculos são
equivalentes aos cálculos do capital na capitalização composta. As fórmulas são
as mesmas, mudando apenas as nomenclaturas.

74
Cálculo do valor atual

Exemplo 1: um título de R$ 100,00 foi pago três meses antes do vencimento com
taxa de desconto racional composto de 10% am. Qual o valor do pagamento?      
                

O valor do pagamento é o valor atual. No caso do desconto racional composto, a


fórmula é a mesma utilizada para cálculo do capital na capitalização composta, na
qual o VArc é o Capital e o VN é o Montante:

VN
V Arc =
n
(1 + i)

Na qual:

VArc = valor atual com desconto racional composto é o valor do pagamento com
desconto pela antecipação. Pode ser considerado como o Capital.
VN = valor nominal, valor que está escrito no título. É o valor no seu vencimento.
Nesse caso, também pode ser entendido como o montante.                            

100, 00
V Arc =
3
(1 + 0, 10)

100, 00
V Arc =
1, 331

V Arc = 75, 13

Com a HP 12C
f REG f 2      100,00 CHS FV      10 i      3 n      PV

75
Cálculo do desconto

O valor do desconto é a diferença entre o valor nominal e o valor atual.

D = VN – VA

D = 100,00 – 75,13 = 24,87

Pode ser calculado com a fórmula

1
Drc = V N (1 − )
n
(1 + i)

Usando o mesmo exemplo 1:

1
Drc = 100 (1 − )
3
(1 + 0, 10)

Drc = 100, 00(1 − 0, 7513)

Drc = 100, 00 × 0, 2487

Drc = 24, 87

Com a HP 12C  
100,00 FV   3 n   10 i    PV RCL FV + (Resposta = 24,87)

Cálculo do valor nominal

O valor nominal VN é o valor expresso no título. No caso do desconto racional


composto para calcular o VNrc, utilizamos a mesma fórmula do montante na
capitalização composta, na qual o VNrc é o Montante e o VA é o capital:

n
V N rc = V A(1 + i)

Exemplo 2: qual o valor nominal de um título liquidado 3 meses antes do


vencimento por R$ 75,13, com taxa de desconto racional composto de 10% ao
mês?          

3
V N rc = 75, 13(1, 1)

76
V N rc = 100, 00

Com a HP 12C
f REG f 2     75,13 CHS PV     10 i    3 n    FV (Resposta 100,00)

Cálculo da taxa

Para cálculo da taxa do desconto racional composto, a fórmula também é a mesma


utilizada para a taxa de juros compostos:

n
VN
i = ( ) − 1
VA

Exemplo: qual a taxa de desconto racional composto empregada numa operação


que resultou no pagamento de um título de R$ 100,00 por R$ 75,13 em razão do
pagamento antecipado por 3 meses?

100 3

i = ( ) − 1
75, 13

i = 0, 10  ou  10%  ao  m s ê

Com a HP 12C
f REG f 2      75,13 CHS PV      100,00 FV      3  n      i  (Resposta: 10% ao mês)

Cálculo do período

O cálculo do período do desconto racional composto também é feito com a mesma


fórmula do período dos juros compostos:

1nV N − 1nV A
n =
1n(1 + i)

Exemplo 4: por quanto tempo foi antecipado o pagamento de um título de valor


nominal R$ 100,00, liquidado por R$ 75,13, com taxa de desconto racional
composto de 10% ao mês?

77
1n100, 00 − 1n75, 13
n =
1n1 + 0, 10

4, 6052 − 4, 3192
n =
0, 0953

n = 3 (três meses, pois a taxa está expressa em meses)

Com a HP 12C
f REG  f 2      75,13 CHS PV      100,00 FV      10 i      n (Resposta: 3)

Observe os exercícios resolvidos sobre desconto composto comercial.

78
Exercícios Resolvidos

1) Um título de R$ 2.100,00 foi pago 3 meses antes do


vencimento com taxa de desconto comercial de 7% a.m. Qual o
valor pago?

Dcc =  VN [ 1 – (1- i)ⁿ]

Dcc = 2.100,00 [ 1- (1- 0,07)³]

Dcc = 2.100,00. [ 1- (0,93)³]

Dcc = 2.100,00.[ 1- 0,804357]

Dcc = 2.100,00 . 0,195643

Dcc = 410,85

Com a HP 12C            
f reg      2.100 CHS PV      7 CHS i      3 n      FV

2) Qual o valor nominal do título que foi pago com 2 meses de


antecedência, por R$ 272,90 considerando a taxa de desconto
comercial composto de 10% ao mês?

VA
V N cc =
n
(1 − i)

272, 90
V N cc =
2
(1 − 0, 10)

272, 90
V N cc =
2
(0, 9)

79
272, 90
V N cc =
0, 81

V N cc = 336, 91

Com a HP 12C
f reg      272,90 CHS FV      10 CHS i      2n      PV

3) Qual a taxa de desconto comercial composto empregada


numa operação que resultou no pagamento de R$ 272,90 por
um título de valor nominal de R$ 300,00 em razão de seu
pagamento ter sido antecipado em 1 mês?

n
VA
i = 1 − ( )
VN

272, 90 1

i = 1 − ( )
300, 00

i = 1 − 0, 909666

i = 0, 09  ou  9%

Com a HP 12C
272,90 CHS FV      300 PV      1n      i

4) Por quanto tempo foi antecipado o pagamento de um título


de valor nominal R$ 100,00, liquidado por R$ 72,90 com taxa de
desconto comercial composto de 10% ao mês?

1nV A − 1nV N
n =
1n(1 − i)

1n72, 90 − 1n100
n =
1n(1 − 0, 10)

80
4, 289089 − 4, 605170
n =
−0, 105361

−0, 316081
n =
−0, 105361

n = 3  meses

Com a HP 12C
72,90 CHS FV      100 PV      10 CHS i      n

5) Um título de R$ 720,00 foi pago 5 meses antes do vencimento


com taxa de desconto composto comercial de 8% ao mês. Qual
o valor pago?

VA = VN . (1 - i )ⁿ

VA = 720.(1-0,08)⁵

VA = 720.(0,92)⁵

VA = 720.0,659081

VA = 474,54

Com a HP 12C
720 CHS PV      8 CHS i      5 n      FV

Agora são exercícios resolvidos de desconto composto racional

Observação: com o desconto composto racional, os cálculos são equivalentes ao do


capital na capitalização composta.

81
Exercícios Resolvidos

1) Um título de R$ 647,00 foi pago 2 meses antes do vencimento


com taxa de desconto racional composto de 6% ao mês. Qual o
valor do pagamento?

VN
V Arc =
n
(1 + i)

647
V Arc =
2
(1 + 0, 06)

647
V Arc =
1, 1236

V Arc = 575, 83

Com a HP 12C
647 CHS FV      6 i      2 n      PV

2) Em relação ao exercício anterior, qual é o valor do desconto?

Com a fórmula

1
Drc = V N (1 − )
n
(1 + i)

1
Drc = 647 (1 − )
2
(1 + 0, 06)

1
Drc = 647 (1 − )
1, 1236

82
Drc = 647(1 − 0, 8899964)

Drc = 647 × 0, 1100036

Drc = 71, 17

Com a HP 12C
647 CHS FV      6 i      2 n      PV      RCL FV +

3) Qual o valor nominal de um título líquido 4 meses antes do


vencimento por R$ 175,13 com taxa de desconto racional
composto de 4% ao mês?

Com a fórmula
VNrc = VA (1+ i)ⁿ

VNrc = 175,13 (1+0,04)⁴

VNrc = 175,13(1,04)⁴

VNrc = 204,88

Com a HP 12C
175,13 CHS PV      4 i      4 n      FV

4) Qual taxa de desconto racional composto empregada numa


operação que resultou no pagamento de um título de valor
nominal de R$ 210,00 por R$ 163,20 em razão do pagamento
antecipado por 2 meses?

Com a fórmula

n
VN
i = ( ) − 1
VA

83
1

2
210
i = ( ) − 1
163, 20

i = 0, 1343  ou  13, 43%

Com a HP 12C
210 CHS FV      163,20 PV      2 n      i

5) Por quanto tempo foi antecipado o pagamento de um título


de valor nominal de R$ 100,00, liquidado por R$ 75,13, com taxa
de desconto racional composto de 10% ao mês?

Com a fórmula

1nV N − 1nV A
n =
1n(1 + i)

1n100 − 1n75, 13
n =
1n(1 + 0, 10)

4, 605170 − 4, 319220
n =
0, 095310

0, 285950
n =
0, 095310

n = 3 meses

Com a HP 12C
75,13 CHS PV      100 FV      10 i      n

Perceba, caro aluno, que os cálculos podem ser feitos com o uso de calculadora ou
com a HP 12C, porém, sempre recomendo utilização da HP 12C por ser mais indicada
e mais simples de aplicar os cálculos.

84
10

Rendas ou Anuidades
Rendas ou anuidades são séries de pagamentos que têm basicamente duas
finalidades:

a. o pagamento de uma dívida parcelada, ou a compra de um bem em


prestações.
b. a constituição de um montante em dinheiro no futuro, como, por
exemplo, uma série de depósitos em caderneta de poupança que é
capitalizada.

Figura 1 - Classificação das rendas

Fonte: adaptado de Francisco (1999).

Conforme Francisco (1999), as rendas podem ser certas ou aleatórias. Rendas certas
são as que têm previamente definidas as quantidades de prestações (PMT) ou
depósitos, o vencimento das prestações e seus respectivos valores. Se algum desses
fatores não estiver previamente combinado, a renda é aleatória.

Também se classificam quanto ao prazo, periodicidade, variabilidade e forma de


pagamento.

Quanto ao prazo, as rendas podem ser temporárias ou perpétuas.

Temporárias quando têm duração limitada, como uma compra em quatro


parcelas, por exemplo.
Perpétua quando o número de parcelas é infinito, como o pagamento da
manutenção de um condomínio.

Quanto à periodicidade:

Periódicas quando os intervalos entre as prestações ou depósitos são iguais (as


prestações são mensais, anuais etc.).
Não periódicas quando esses intervalos não são iguais.

86
Quanto à variabilidade, as rendas são:

Constantes quando as prestações ou depósitos são de mesmo valor (um


empréstimo com prestações fixas).
Variáveis quando são de valores diferentes (um consórcio que altera o valor da
parcela com a alteração de preço do bem).

Quanto à forma de pagamento, as rendas podem ser:

Imediatas quando o vencimento da primeira prestação ou depósito ocorre no


primeiro período. As rendas imediatas podem ser antecipadas (com entrada)
quando o vencimento ocorre no início do primeiro período ou postecipadas
(sem entrada) quando o vencimento ocorre no final do primeiro período.
Diferidas quando esses vencimentos não ocorrem no primeiro período, ou seja,
quando há prazo de carência, como em alguns financiamentos bancários em
que as primeiras prestações começam a vencer em seis meses ou em um ano,
por exemplo.

Nosso estudo a esse respeito vai se concentrar nas rendas mais utilizadas no
mercado, que são as rendas certas, temporárias, periódicas, constantes, imediatas.

Uma renda com todas as características acima, por exemplo, é a compra a prazo com
pagamentos mensais e número determinado de parcelas de valor fixo, que ainda
pode ser com ou sem entrada. Esse tipo de anuidade, geralmente, é utilizado para
pagamento de uma dívida contraída na aquisição de um bem.

Outro exemplo pode ser uma sequência de um certo número de depósitos em


caderneta de poupança de valores iguais e em datas determinadas que vai sendo
capitalizada com a intenção de acumular uma quantia em dinheiro para consumo no
futuro.

Cálculo do Valor Atual da


Renda
Para achar o valor atual de uma série de pagamentos, a sistemática é calcular os
valores atuais, com desconto racional composto, de cada uma dessas prestações e
somar todos esses valores atuais.

87
Isso é possível com um só cálculo por meio das seguintes fórmulas:

a) Se os pagamentos forem postecipados (sem entrada)

n
(1 + i) − 1
Ap = [ ] × P MT
n
i(1 + i)

Na qual:

Ap é o valor atual de todas as parcelas postecipadas ou, simplesmente, o valor


da dívida que será paga em prestações. Pode, ainda, ser considerado como o
Capital (C).
PMT é o valor de cada parcela ou prestação.

Exemplo:

Qual o valor atual de uma dívida contraída para ser paga em 7 parcelas mensais
postecipadas de R$ 500,00, com uma taxa de 4,5% am?

n
(1 + i) − 1
Ap = [ ] × P MT
n
i(1 + i)

7
(1 + 0, 45) − 1
Ap = [ ] × 500
7
0, 045(1 + 0, 045)

1, 36086 − 1
Ap = [ ] × 500
0, 045(1, 36086)

Ap = 5, 89267 × 500 = 2.946, 34

Com a HP 12C
G 8 (Para cálculo dos pagamentos sem entrada ou postecipados)

f CLX f 2      500 CHS PMT      4,5 i      7 n      PV (Resposta: 2.946,35)

88
b) Se os pagamentos forem antecipados (com entrada)

n
(1 + i) − 1
Aa = [ ] × P MT
(n−1)
i(1 + i)

Na qual:

Aa é o valor atual de todas as parcelas antecipadas ou, simplesmente, o valor da


dívida que será paga em prestações. Pode ainda ser considerado como o Capital
(C).

Exemplo:

Qual o valor atual de uma dívida contraída para ser paga em 7 parcelas mensais
antecipadas de R$ 500,00, com uma taxa de 4,5% am?

n
(1 + i) − 1
Aa = [ ] × P MT
(n−1)
i(1 + i)

7
(1 + 0, 045) − 1
Aa = [ ] × 500
(7−1)
0, 045(1 + 0, 045)

1, 36086 − 1
Aa = [ ] × 500
0, 045(1, 30228)

Aa = 6, 15784 × 500 = 3.078, 92

Com a HP 12C
G 7 (Para cálculo dos pagamentos antecipados ou com entrada, aparece “begin” no
visor)

f CLX f 2      500 CHS PMT      4,5 i      7n      PV (Resposta: 3.078,94)

89
Cálculo do Valor da Prestação
a) Se os pagamentos forem postecipados (sem entrada):

Seguindo o exemplo do exercício anterior:

Qual o valor da prestação de uma dívida no valor de R$ 2.946,35 contraída para


ser paga em 7 parcelas mensais postecipadas, com taxa de 4,5% am?

Com a fórmula
n
(1 + i) − 1
Ap = [ ] × P MT
n
i(1 + i)

7
(1 + 0, 045) − 1
2.946, 35 = [ ] × P MT
7
0, 045(1 + 0, 045)

0, 36086
2.946, 35 = [ ] × P MT
0, 061239

2.946, 35 = 5, 89267 × P M T

2.946, 35
P MT =
5, 89267

P M T = 500, 00

Com a HP 12C
G 8 (Para cálculo dos pagamentos sem entrada ou postecipados)

f CLX f 2      2.946,35 CHS PV      4,5 i      7  n      PMT (Resposta: 500,00)

b) Se os pagamentos forem antecipados (com entrada):

Ainda com o mesmo exemplo do exercício anterior:

Qual o valor da prestação de uma dívida no valor de R$ 3.078,94 contraída para


ser paga em 7 parcelas mensais antecipadas, com taxa de 4,5% am?

90
Com a fórmula
n
(1 + i) − 1
Aa = [ ] × P MT
(n−1)
i(1 + i)

7
(1 + 0, 045) − 1
3.078, 94 = [ ] × P MT
(7−1)
0, 045(1 + 0, 045)

0, 36086
3.078, 94 = [ ] × P MT
0, 058602

3.078, 94 = 6, 15784 × P M T

3.078, 94
P MT =
6, 15784

P M T = 500, 00

Com a HP 12C
G 7 (Para cálculo dos pagamentos com entrada ou antecipados, aparece o termo
“begin” no visor).

f CLX f 2      3.078,94 CHS PV      4,5 i      7n      PMT (Resposta: 500,00)

1) Para a Renda postecipada (sem entrada)

Qual a taxa de juros empregada para atualização de uma dívida no valor de R$


2.946,35 contraída para ser paga em 7 parcelas mensais postecipadas de R$
500,00 cada?

Com a HP 12C
G 8 (Para cálculo dos pagamentos sem entrada ou postecipados)

f CLX f 2      2.946,35 CHS PV      7n      500,00 PMT      i (4,5% am, o período está em
meses)

91
2) Para a Renda antecipada (com entrada)

Qual a taxa de juros empregada para atualização de uma dívida no valor de R$


3.078,94 contraída para ser paga em 7 parcelas mensais antecipadas de R$
500,00 cada?

Com a HP 12C

G 7 (Para cálculo dos pagamentos com uma entrada)

f CLX f 2      3.078,94 CHS PV      7n      500,00 PMT      i ( 4,50% am, o período está em
meses)

Cálculo do Número de
Períodos
Com HP 12C
a) Para a Renda postecipada (sem entrada)

Em quantas parcelas mensais postecipadas de R$ 500,00 deverá ser paga uma


dívida no valor de R$ 2.946,35 com taxa de juros de 4,5% ao mês?

Com a HP 12C:
G 8 (Para cálculo dos pagamentos sem entrada ou postecipados)

f CLX f 2      2.946,35 CHS PV      500,00 PMT      4,50 i      n (Resposta: 7)

b) Para a Renda antecipada (com entrada)

Em quantas parcelas mensais antecipadas de R$ 500,00 deverá ser paga uma


dívida no valor de R$ 3.078,94 com taxa de juros de 4,5% ao mês?

Com a HP 12C

G 7 (Para cálculo dos pagamentos com entrada ou antecipados)

f CLX f 2      3.078,94 CHS PV      500,00 PMT      4,50 i      n (Resposta: 7)

92
Cálculo do Montante da Renda
a) Se os depósitos forem postecipados (sem entrada)                            

n
(1 + i) − 1
Mp = [ ] × P MT
i

Na qual:

Mp é o montante de todas as parcelas postecipadas ou a somatória dos


depósitos capitalizados ou corrigidos.
PMT é o valor de cada depósito.

Exemplo:

Qual o montante acumulado em uma aplicação financeira que recebeu 7


depósitos mensais postecipados de R$ 500,00, capitalizada com uma taxa de
4,5% am?

7
(1 + 0, 045) − 1
Mp = [ ] × 500
0, 045

1, 36086 − 1
Mp = [ ] × 500
0, 045

Mp = 8, 019111 × 500

Mp = 4.009, 55

Com a HP 12C
G 8 (Para cálculo dos pagamentos sem entrada ou postecipados)

f CLX f 2      500 CHS PMT      4,5 i      7n      FV (Resposta: 4.009,58)

93
b) Se os pagamentos forem antecipados (com entrada)

n
(1 + i) − 1
Ma = [ ] × (1 + i) × P M T
i

Na qual:

Ma é o montante de todas as parcelas antecipadas ou a somatória dos


depósitos capitalizados ou corrigidos.

Qual o montante acumulado em uma aplicação financeira que recebeu 7


depósitos mensais antecipados de R$ 500,00, capitalizada com uma taxa de 4,5%
am?

7
(1 + 0, 045) − 1
Ma = [ ] × (1 + 0, 045) × 500
0, 045

1, 36086 − 1
Ma = [ ] × (1 + 0, 045) × 500
0, 045

Ma = 8, 019111 × 1, 045 × 500

Ma = 4.189, 99

Com a HP 12C
G 7 (cálculo dos pagamentos com entrada (antecipados), aparece o termo “begin” no
visor)

f CLX f 2      500 CHS PMT      4,5 i      7n      FV (Resposta: 4.190,01)

94
Cálculo do Valor do Depósito
Assim como é possível calcular o valor das prestações para se pagar uma dívida,
também pode ser calculado o valor dos depósitos necessários para se constituir um
montante no futuro.

a) Se os depósitos forem postecipados (sem entrada):

Qual o valor de cada depósito mensal postecipado necessário para se acumular um


montante de R$ 4.009,55, em 7 meses, com uma taxa de 4,5% am?

Com a fórmula
n
(1 + i) − 1
Mp = [ ] × P MT
i

7
(1 + 0, 045) − 1
4.009, 55 = [ ] × P MT
0, 045

0, 36086
4.009, 55 = [ ] × P MT
0, 045

4.009, 55
P MT =
8, 01911

P M T = 500, 00

Com a HP 12C
G 8 (Para cálculo dos pagamentos sem entrada ou postecipados)

f CLX f 2      4.009,55 CHS FV      4,5 i      7 n      PMT (Resposta: 500,00)

b) Se os pagamentos forem antecipados (com entrada):

Qual o valor de cada depósito mensal antecipado necessário para se acumular um


montante de R$ 4.190,00, em 7 meses e taxa de 4,5% am?

95
Com a fórmula
n
(1 + i) − 1
Ma = [ ] × (1 + i) × P M T
i

7
(1 + 0, 045) − 1
4.190, 00 = [ ] × (1 + 0, 045) × P M T
0, 045

4.190, 00 = 8, 0191 × 1, 045 × P M T

4.190, 00 = 8, 38 × P M T

4.190, 00
P MT =
8, 38

P M T = 500, 00

Com a HP 12C
G 7 (Para cálculo dos pagamentos com entrada ou antecipados, aparece “begin” no
visor)

f CLX f 2      4.190,00 CHS FV      4,5 i      7n      PMT (Resposta: 500,00)

96
11

Renda Perpétua
Renda perpétua é a anuidade que não tem previsão de término. O número de termos
é infinito, como, por exemplo, o pagamento de aluguel ou das despesas de um
condomínio residencial. O valor do termo ou prestação (PMT - Periodic Payment
Amount) é exatamente o valor dos juros ou remuneração sobre um determinado
capital.

Valor atual da renda perpétua: Para se calcular o valor atual da renda perpétua:

P MT
V Arp =
i

Na qual:

VArp = valor atual de uma renda perpétua


PMT = Valor das parcelas

Exemplo: qual o valor atual da renda perpétua mensal de R$ 100,00


considerando que a taxa de juros aplicada sobre o capital seja de 1,2% am?

É o mesmo que perguntar qual o capital que rende R$ 100,00 por mês à taxa de
1,2% am. Dessa forma, pode ser sacado esse valor todo mês e o capital
permanece sempre o mesmo.

P MT
V Arp =
i

100
V Arp =
0, 012

V Arp = 8.333, 33

Cálculo da taxa de uma renda perpétua: Para calcular a taxa de uma renda
perpétua, usamos a seguinte fórmula:

P MT
i =
V Arp

98
1) Um apartamento que vale R$ 60.000,00 está alugado por R$ 900,00. Qual a
taxa correspondente?

P MT
i =
V Arp

900, 00
i =
60.000, 00

i = 1, 5%

i = 0,015 ou 1,5%  (taxa ao mês considerando que o aluguel seja mensal)

2) Uma pessoa pretende daqui a 25 anos receber uma renda perpétua de R$


1.500,00 mensais. Quanto ela precisa depositar mensalmente a partir de hoje
(postecipado), sabendo-se que a taxa de juro para atualização desses depósitos
e também do capital constituído é de 1,5% am com capitalização  mensal?

a) Primeiro Passo: quanto ela precisa ter daqui a 25 anos para poder retirar essa
renda perpétua de R$ 1.500,00?

P MT
V Arp =
i

1500
V Arp =
0, 015

V Arp = 100.000, 00

Ela precisará de R$ 100.000,00.

99
b) Segundo Passo: quanto ela precisa depositar mensalmente nos 25 anos (n = 300
meses) para juntar os R$ 100.000,00?

Com os depósitos postecipados (sem entrada)

n
(1 + i) − 1
Mp = [ ] × P MT
i

300
(1 + 0, 015) − 1
100.000, 00 = [ ] × P MT
0, 015

100.000, 00 = 5.737, 25 × P M T

100.000
P MT =
5.737, 25

P M T = 17, 43

Com a HP 12C
G 8 (Para cálculo dos pagamentos sem entrada ou postecipados)

f CLX f 2

100.000 CHS FV

1,5 i

300 n

PMT (Resposta: 17,43)

Perceba que as rendas são uma forma de pensar no dinheiro ao longo do tempo,
para daqui a alguns anos e como ele pode auxiliar na análise de investimentos para
que seja possível tirar o melhor proveito dos juros e correções que esse valor pode
sofrer ao decorrer do tempo.

100
12

Inflação, Deflação
e Índices de Preço
101
A Inflação, segundo o conceito de Gremaud (2003), é um aumento contínuo e
generalizado dos preços na média de todos os preços da economia e medido durante
um determinado período de tempo. Um simples aumento de preços de um produto
não pode ser caracterizado como inflação.

A deflação é a redução dos preços, também de forma contínua e generalizada. Ou


seja, ocorre deflação quando os juros não ocorrem devido aos preços estarem abaixo
do normal, isso ocorre devido a um excesso de produtos ou serviços no mercado ou a
falta de consumidores para aquele determinado produto ou serviço.

Os principais tipos clássicos de inflação são:

a inflação de demanda, devido ao excesso de procura em relação à produção.


a inflação de custos, resultante do aumento dos custos de produção, como
salários e matéria-prima, que podem ter sido elevados por pressões de
sindicatos ou de grupos econômicos, ou ainda, pela inflação de demanda
preexistente.
a inflação inercial, causada pela indexação ou correção monetária, regida pela
ideia de que simplesmente porque houve inflação no período atual, no período
seguinte também haverá.
a inflação estruturalista, sobretudo nos países em desenvolvimento, nos quais as
condições econômicas são deficientes e há conflitos distributivos de renda.
a inflação causada pela desvalorização cambial, que eleva o custo das
importações que deve ser repassado ao produto final.

Índices de Preços
Como a inflação deve ser medida de forma contínua e generalizada, necessária se faz
a elaboração de índices desses aumentos. No Brasil, são vários esses medidores, os
quais serão citados o INPC e o IGP-M.

O INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor – é elaborado pelo Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e considera a variação do custo de vida dos
assalariados que recebem de 1 a 8 salários mínimos por mês, nas seguintes regiões
metropolitanas: Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador,
Fortaleza, Belém, São Paulo, Recife, Brasília e Goiânia. O período é o mês calendário.

102
O IGP-M – Índice Geral de Preços de Mercado – é medido pela Fundação Getúlio
Vargas e considera a média ponderada de outros três índices: o Índice de Preços por
Atacado – Disponibilidade Interna, o Índice de Preços ao Consumidor e o Índice
Nacional do Custo da Construção. O período da pesquisa compreende do dia 21 do
mês anterior ao dia 20 do referido mês.

O INCC – Índice Nacional do Custo da Construção – também é elaborado pela


Fundação Getúlio Vargas e mede a evolução dos custos de construções habitacionais.
Ele é mensal e envolve 18 capitais: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo
Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Manaus,
Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.

Índice de Preços – IGP-M


Segundo Hazzan e Pompeo (2010), o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) é
um dos mais populares indicadores de inflação utilizado no Brasil, calculado pela
Fundação Getúlio Vargas (FGV) e publicado mensalmente na revista Conjuntura
Econômica.

O IGP-M é calculado da seguinte maneira:

IPA (Índice de Preços por Atacado, isto é, um indicador que mede as variações
de preços de produtos em transações feitas no atacado) com peso 0,6.
IPC (Índice de Preço ao Consumidor, que mede as variações dos preços dos
produtos de consumo e famílias) do Rio de Janeiro (local onde fica a FGV) com
peso 0,3.
INCC (Índice Nacional do Custo da Construção) com peso 0,1.

O IGP-M foi concebido no final de 1940 para ser uma medida abrangente do
movimento de preços. Entendia-se por abrangente um índice que englobasse não
apenas diferentes atividades, como também etapas distintas do processo produtivo.

Construído dessa forma, o IGP poderia ser usado como deflator do índice de evolução
dos negócios, daí resultando um indicador mensal do nível de atividade econômica.

103
Veja sua utilização através da Tabela 1:

Mês IGP-M

janeiro 1.092,1834

fevereiro 1.103,1052

março 1.109,9445

abril 1.114,9392

maio 1.119,7334

Tabela 1 - Simulação de IGP-M | Fonte: o autor.

Vamos usar os dados da tabela para calcularmos a inflação do mês de fevereiro,


março e abril.

Inflação = (Mês atual ÷ Mês anterior) –1

fevereiro = inflação = (1.103,1052 ÷ 1.092,1834) -1 = 0,009999 = 0,9999%

março = inflação = (1.109,9445 ÷ 1.103,1052) -1 = - 0,006200 = 0,6200%

abril = inflação = (1.114,9392 ÷ 1.109,9445) -1 = - 0,004494 = 0,4494%

Se quisermos calcular a taxa acumulada trimestral de fevereiro, março e abril teremos


que fazer a soma das inflações:

Inflação acumulada = 0,9999 + 0,6200 + 0,4494 = 2,069% ao período.

104
O Índice de Preços no Consumidor (IPC) é um índice que quantifica o custo
de um determinado cabaz fixo de bens de consumo em diferentes
momentos. Este cabaz é constituído por diversos tipos de bens, sendo
atribuído aos respectivos preços uma determinada ponderação de acordo
com os hábitos de consumo da população.

A utilidade do IPC reside no fato de ser por meio dele que é calculada a taxa
de inflação: algebricamente, a taxa de inflação é calculada como a taxa de
variação do IPC entre dois períodos.

Fonte: Knoow, 2017.

105
13

Utilização Prática do
Inflator e Deflator
Em várias situações práticas, quando se analisa uma série de números em um
determinado período, principalmente numa economia inflacionária como a brasileira,
necessário se faz utilizar algumas técnicas para transformar essa série em valores
reais, ou seja, descontar a inflação nela embutida.

Na visão de Hirschfeld (2000), entende-se como valor real os valores alterados por
meio do inflator ou deflator para que a análise dos dados seja feita, tendo em vista a
inflação ocorrida no período de análise. Enquanto valores nominais são os
registrados como ocorreram na época, sem qualquer alteração.

Dessa forma, para atualizarmos os valores a serem analisados, vamos tratar aqui da
técnica do inflator e do deflator.

107
Inflator
Para inflacionar uma série, consideramos como base de cálculo o último entre os
períodos analisados e a fórmula é:

I nf lator = 1 + ia

Na qual: ia é a taxa, na forma unitária, de inflação acumulada no período.

Deflator
Para se deflacionar uma série, a base de cálculo é o primeiro entre os períodos
analisados e a fórmula é:

1
Def lator =
1 + ia

Observe o seguinte exercício resolvido:

Analise os valores dos faturamentos anuais de uma empresa registrados no quadro


abaixo:

Ano 2009 2010 2011

Faturamento 7.072 7.701 7.956

Tabela 1 -  Faturamento anual da Empresa Alfa | Fonte: o autor.

Em valores nominais, o faturamento foi crescente, ano a ano, como mostra a Tabela 1.
Considere uma inflação de 10% ao ano e verifique as alterações no faturamento
acima em termos reais.

108
Resolução:
a) Com o Inflator

Para o inflator, a base para o cálculo é o último dado da série, no caso o valor do
faturamento de 2011, ele não se altera.

Para o ano de 2010:

Inflação acumulada de 10% ou 0,10

I nf lator = 1 + ia

I nf lator = 1 + 0, 10 = 1, 10

Multiplicamos 1,10 por 7.701 = 8.471,10

Para o ano de 2009:

Inflação acumulada de 21% (inflação sobre inflação, dois anos com 10%)

I nf lator = 1 + ia

I nf lator = 1 + 0, 21 = 1, 21

Multiplicamos 1,21 por 7.072 = 8.557,12

Ano 2009 2010 2011

Faturamento 8.557,12 8.471,10 7.956

Tabela 2 - Faturamento da Empresa Alfa em valores reais inflacionados | Fonte: o


autor.

Ou seja, em termos reais, houve decréscimo de 1% no faturamento de 2010 em


relação ao de 2009 e 6,08% no de 2011 em relação ao de 2010, conforme cálculos
seguintes:

8.471, 10
2010 : − 1 = −0, 01
8.557, 12

109
7.956, 00
2011 : − 1 = −0, 0608
8.471, 10

Assim, fica demonstrado que, nesses dois períodos, com inflação de 10% ao ano,
houve crescimento em termos nominais (Tabela 1), porém esse crescimento foi
menor que a inflação, por isso em termos reais houve decréscimo no faturamento da
empresa (Tabela 2).

b) Com o deflator

Para o deflator, a base é 2009, que não se altera.

Para o ano de 2010:

Inflação acumulada de 10% ou 0,10

1
Def lator =
1 + ia

1
Def lator =
1 + 0, 10

1
Def lator = = 0, 9091
1, 10

Multiplicamos 0,9091 por 7.701 = 7.000,97

Para o ano de 2011:

Inflação acumulada de 0,21

1
Def lator =
1 + ia

1
Def lator = = 0, 8264
1 + 0, 21

Multiplicamos 0,8264 por 7.956  =  6.574,83

110
Ano 2009 2010 2011

Faturamento 7.072 7.000,97 6.574,83

Tabela 3 - Faturamento da Empresa Alfa em valores reais deflacionados | Fonte: o


autor.

A análise com o deflator é a mesma, inclusive resulta nas mesmas variações


percentuais que a realizada com o inflator.

Mas qual o indicador de inflação a ser utilizado?

No exercício anterior, a taxa de inflação utilizada foi 10% ao ano. Na prática, qual o
índice mais apropriado? Depende do tipo de análise, do ramo de atividade etc. Por
exemplo, ao analisar o faturamento de uma empresa que exporta toda sua produção,
pode ser utilizada a variação cambial, pois é o índice que mais se aproxima da
realidade para converter seu faturamento de valores nominais para valores reais. Em
uma empresa imobiliária ou da construção civil, poderíamos usar o INCC ou o valor
do CUB. Outra empresa poderia usar a variação nos custos de produção, como
salários e matéria-prima, ou mesmo o IGP-M ou INPC.

111
14

Taxa de Juro Real,


Efetiva e Nominal
Segundo Puccini (2009), quando o cálculo de juros envolve um período muito longo,
vários anos, por exemplo, muita coisa pode mudar e a inflação pode corroer os
valores mesmo capitalizados com certa taxa de juros. Ou mesmo no curto prazo, se a
inflação for muito elevada, é importante considerarmos a taxa de juros real, pois é
essa taxa que vai corrigir o capital descontando a inflação.

Exemplo: se um capital for corrigido a 26% ao ano e a inflação neste período for
12%, a taxa real, ou seja, a taxa descontada a inflação é:

1 + taxa ef etiva
ir = [ ] − 1
1 + taxa inf la ção

1, 26
ir = [ ] − 1
1, 12

ir = 0, 125  ou  12, 50%  no  per odo í

Na qual: ir é a taxa real.

Para Hirschfeld (2000), Taxa efetiva é a taxa expressa em unidade de tempo que
coincide com o período de capitalização dos juros. Ela corresponde, de fato, ao ganho
ou custo do capital, embora não seja em termos reais. Exemplo: a taxa de 2% ao mês,
capitalizada mensalmente, é uma taxa efetiva. Porém, se a taxa não for capitalizada
na mesma medida do período, ela é uma taxa nominal. Exemplo: a taxa de 12% ao
ano, capitalizada mensalmente.

Diante dessa preocupação, para proteger o capital da desvalorização pela inflação,


como naquele exercício anterior sobre a renda perpétua em que uma pessoa
pretende, daqui a 25 anos, receber uma renda de R$ 1.500,00 mensais e para isso ela
precisaria depositar mensalmente R$ 17,43, considerando a taxa de 1,5% ao mês, a
metodologia para se manter os valores atualizados poderia ser a correção do valor
dos depósitos (que começa com R$ 17,43), pelos índices mensais ou anuais da
inflação. Assim, o valor do montante no final e as parcelas a receber também seriam
atualizados até a data futura preestabelecida.

113
Fator para Cálculo de
Prestações
As tabelas usadas pelos vendedores das lojas ou funcionários das financeiras
são confeccionadas para facilitar os cálculos. O fator, na verdade, é a
prestação de um produto vendido à vista por R$ 1,00 (um real).

Vamos aplicar as teorias em alguns exercícios de fixação.

1) Uma loja cobra 7,6% am sobre as vendas realizadas a prazo. Monte


uma tabela de coeficientes para que os vendedores possam realizar os
cálculos com mais rapidez para as vendas seguintes:

a. em um pagamento após 30 dias (sem entrada).


b. em duas parcelas iguais para 30 e 60 dias (sem entrada).
c. em duas parcelas iguais, sendo uma à vista e a outra após 30 dias.
d. em três parcelas iguais, sendo uma à vista e as outras após 30 e 60 dias.
e. em quatro parcelas iguais, sendo uma à vista e as outras a cada 30 dias.

(Resolução da letra “a”)

n
(1 + i) − 1
Ap = [ ] × P MT
n
i(1 + i)

1
(1 + 0, 076) − 1
1 = [ ] × P MT
1
0, 076(1 + 0, 076)

0, 067
1 = [ ] × P MT
0, 081776

1
P MT =
0, 929368

P M T = 1, 07600

114
Com a HP 12C
a) sem begin, ( g end )  7,6 i    1 n   1 CHS PV   PMT

b) 2n PMT

c) com begin, ( g beg )  7,6 i    2 n   1 CHS PV   PMT

d) 3 n PMT

e) 4 n PMT

Respostas: a) 1,07600    b) 0,55770    c) 0,51830    d) 0,35803    e) 0,27810

2) A tabela de coeficiente de uma financiadora é a seguinte (sem entrada):

a) 6 meses  =  0,1907619

b) 10 meses =  0,1232909

c) 18 meses =  0,0931138

Calcule, em cada prazo, qual é a taxa mensal de juros.

Com a HP 12C
a) (sem begin) 6n   0,1907619   CHS   PMT   1 PV  i  (4%am)

b) 10 n 0,1232909 CHS   PMT   1  PV   i   ( 4%am)

c) 18 n 0,0931138 CHS   PMT   1  PV   i   ( 6,11%am)

3) Se um investidor aplicar hoje R$ 25.000,00 e a partir do próximo mês, efetuar


mais 7 depósitos mensais consecutivos de R$ 12.000,00, considerando a taxa
mensal de juros de 3%:

a) Qual será o saldo dessa aplicação daqui a 8 meses?

115
Resolução:
I) Correção do depósito inicial de R$ 25.000,00

n
M = C(1 + i)

8
M = 25.000(1, 03)

M = 31.669, 25

II) Correção dos 7 depósitos de R$ 12.000,00

n
(1 + i) − 1
Mp = [ ] × P MT
i

7
(1 + 0, 03) − 1
Mp = [ ] × 12.000
0, 03

Mp = 91.949, 54

III) Correção dos juros do 8º mês

91.949, 54 + 3% = 94.708, 03

IV) Somatória

94.708, 03 + 31.669, 25 = 126.377, 28

Com a HP 12C
Com begin: 13.000 CHS PV    12.000 CHS PMT    3 i    8 n    FV

Observação: PV é 13.000 (25.000 – 12.000)

E se o depósito de hoje fosse R$ 5.000,00?

Resolução:
n
M = C(1 + i)

8
M = 5.000(1 + 0, 03)

M = 6.333, 85

116
n
(1 + i) − 1
Mp = [ ] × P MT
i

7
(1 + 0, 03) − 1
Mp = [ ] × 12.000
0, 03

Mp = 91.949, 54

91.949, 54 + 3% = 94.708, 03

94.708, 03 + 6.333, 85 = 101.041, 88

Com a HP 12C
Com begin: 7.000 PV    12.000 CHS PMT    3 i    8 n    FV  

4) Qual o saldo no final de um ano, se hoje aplicarmos R$ 14.000,00 e a partir do


próximo mês, efetuarmos mais 11 depósitos mensais de R$ 10.000,00,
considerando a taxa de juros de 9% am?

n
M = C(1 + i)

12
M = 14.000(1, 09)

M = 39.377, 30

n
(1 + i) − 1
Mp = [ ] × P MT
i

11
(1 + 0, 09) − 1
Mp = [ ] × 10.000
0, 09

Mp = 175.602, 93 + 9% = 191.407, 19

191.407, 19 + 39.377, 70 = 230.784, 50

Com a HP 12C
4.000 CHS PV    10.000 CHS PMT    9 i     12 n     FV     230.784,50

117
15

Empréstimos
e Sistema de
Amortização SAC
A indisponibilidade de recursos para fazer um investimento como a compra de um
imóvel leva o indivíduo a contrair um empréstimo. E, para sanar esse compromisso,
pode recorrer a diversas formas de pagamento que recebem o nome de Sistema de
Amortização.        

Para Raymundo (2006), a Amortização é um processo financeiro pelo qual uma


obrigação (ou o principal) é sanada progressivamente por meio de pagamentos
periódicos, de tal forma que, ao término do prazo estipulado, o débito seja liquidado.

SAC (Sistema de Amortização


Constante)
O Sistema de Amortização Constante - SAC - pode ser definido como um sistema de
amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em
progressões aritméticas, em que o valor da prestação é composto de uma parcela de
juros uniformemente decrescente e a outra é de amortização que permanece
constante. O sistema bancário utiliza esse sistema, geralmente, para empréstimos de
longo prazo.

119
Observe este exemplo do SAC sem carência:

Um empréstimo de R$ 24.000,00 foi contraído por meio do sistema SAC. O


pagamento será realizado em 4 anos (n), sendo um pagamento por ano, a uma taxa
de 8% ao ano. Construa a planilha que demonstre as amortizações.

1º passo: antes da elaboração da planilha, é necessário calcular as Amortizações,


dividindo o valor do empréstimo pelo número de períodos, como segue:

R$ 24.000, 00 ÷ 4 = 6. 000, 00 por ano

2º Passo: para preencher a tabela SAC a seguir, no tempo 0 (zero), representa-se o


empréstimo adquirido.

3º Passo: no tempo 1 (um), representam-se:

Os juros do período que é o valor do empréstimo


(R$ 24.000,00) x taxa 8% (0,08) = R$ 1.920,00.
O saldo corrigido que é dado pelo saldo devedor
(R$ 4.000,00) + os juros do período (R$ 1.920,00) = R$ 25.920,00.
Prestação é a soma da amortização
(R$ 6.000,00) + os juros do período (R$ 1.920,00) = R$ 7.920,00.
Saldo devedor é obtido pelo saldo corrigido
(R$ 25.920,00) - a prestação (R$ 7.920,00) = R$ 18.000,00; ou
o saldo devedor (R$ 24.000,00) menos a amortização (R$ 6.000,00).

4º Passo: refazem-se as mesmas operações do tempo 1 para os demais tempos até o


término. Veja a Tabela 5.

120
Prestação
ANO Juros do Saldo Amortização Saldo
(Amort. +
(Final) Período Corrigido Constante Devedor
Juro)

0         24.000,00

1 1.920,00 25.920,00 6.000 7.920,00 18.000,00

2 1.440,00 19.440,00 6.000 7.440,00 12.000,00

3 960,00 12.960,00 6.000 6.960,00 6.000,00

4 480,00 6.480,00 6.000 6.480,00 0,00

Tabela 5 - Cálculo da tabela SAC | Fonte: o autor.

Para reforçar, segue um esquema de como calcular e aplicar a tabela SAC:

1º passo: antes da elaboração da planilha, é necessário calcular as Amortizações:


Empréstimo ÷ período = amortização constante.

2º Passo: para preencher a tabela SAC a seguir, no tempo 0 (zero), representa-se o


empréstimo adquirido no saldo devedor.

3º Passo: no tempo 1 (um), representam-se:

Os juros do período que é o valor do empréstimo x taxa.


O saldo corrigido que é dado pelo saldo devedor + juros do período.
Prestação é a soma da amortização mais os juros do período.
Saldo devedor é obtido pelo saldo corrigido menos a prestação.

4º Passo: refazem-se as mesmas operações do tempo 1 para os demais tempos até o


término.

Quando houver carência, é preciso corrigir o saldo, para depois aplicar a tabela,
como vimos em rendas diferidas.

121
Conhecer como o dinheiro trabalha com os juros e é amortizado para
encerrar uma dívida nos mostra como os financiamentos funcionam. Ter
esse conhecimento pode ajudá-lo a se tornar um profissional mais
perspicaz.

122
16

Sistema de
Amortização Price
e Misto
O Sistema de Prestações Constantes, que também é chamado de Sistema Francês
de Amortização e é conhecido por Tabela Price, recebeu esse nome em
homenagem ao economista inglês Richard Price e foi utilizado pela primeira vez na
França no século XIX. Esse sistema caracteriza-se pelo pagamento do empréstimo
com prestações iguais, periódicas e sucessivas. É utilizado pelas instituições
financeiras e pelo comércio em geral.

As prestações pagas são compostas por uma parcela de juros e outra de amortização.
Como as prestações são constantes, à medida que a dívida diminui os juros também
diminuem e, consequentemente, as quotas de amortização aumentam.

Elementos Notação Na HP 12C

Capital / Valor presente / Valor atual C PV

Valor da prestação PMT PMT

Taxa i I

Períodos /  Número de termos n N

Juros  (das parcelas) J 1  f  AMORT

Amortização (das parcelas) A x‫ﮑ‬y

Saldo Devedor    sd RCL   PV

Tabela 1 - Notações da HP 12C para cálculos pelo Sistema Price | Fonte: o autor.

Vamos ver um exemplo de aplicação:

Um empréstimo de R$ 75.000,00 foi adquirido por uma indústria para investir em


novos equipamentos e deverá ser liquidado em 10 bimestres com prestações iguais e
consecutivas, sem entrada, à taxa de 5% ao bimestre. Construa a planilha
demonstrando as amortizações.

124
Porém, antes de se montar a planilha, deve-se calcular as prestações constantes.
Para encontrar esse valor, utiliza-se a seguinte fórmula.

n
(1 + i) − 1
Ap = [ ] × P MT
n
i × (l + i)

10
(1 + 0, 05) − 1
75.000, 00 = [ ] × P MT
10
0, 05 × (l + 0, 05)

0, 6289
75.000, 00 = [ ] × P MT
0, 081446

75.000, 00 = 7, 7217 × P M T

75.000, 00
P MT =
7, 7217

P M T = 9.712, 88

Ou de forma mais fácil na HP 12C:

75.000 CHS PV    10 n    5 i    PMT = 9.712,88

Também é possível seguir um esquema para facilitar a aplicação da tabela como


demonstrado a seguir:

1º passo: antes de se montar a planilha, deve-se calcular as prestações constantes


pela HP:

000 CHS PV    10 n    5 i    PMT = 712,88

2º Passo: para preencher a tabela PRICE, a seguir, no tempo 0 (zero), representa-se o


empréstimo adquirido no saldo devedor.

3º Passo: no tempo 1 (um), representam-se:

Os juros do período que é o valor do empréstimo x taxa.


O saldo corrigido que é dado pelo saldo devedor + juros do período.
Amortização é a prestação menos os juros do período.
Saldo devedor é obtido pelo saldo corrigido menos a prestação.

125
4º Passo: refazem-se as mesmas operações do tempo 1 para os demais tempos até o
término.

ANO Juros do Saldo Prestação Amortização Saldo


(Final) Período Corrigido Constante (Prest. - Juro) Devedor

0         75.000,00

1 3.750,00 78.750,00 9.712,88 5.962,88 69.037,12

2 3.451,86 72.488,98 9.712,88 6.261,02 62.776,10

3 3.138,81 65.914,91 9.712,88 6.574,07 56.202,03

4 2.810,10 59.012,13 9.712,88 6.902,78 49.299,25

5 2.464,96 51.764,21 9.712,88 7.247,92 42.051,33

6 2.102,57 44.153,90 9.712,88 7.610,31 34.441,02

7 1.722,05 36.163,07 9.712,88 7.990,83 26.450,20

8 1.322,51 27.772,71 9.712,88 8.390,37 18.059,83

9 903,00 18.962,83 9.712,88 8.809,88 9.249,95

10 462,50 9.712,44 9.712,88 9.250,38 0,43*

Tabela 2 - Cálculo pelo sistema Price | Fonte: o autor.

126
Passos Dígitos Visor  

1º  F REG f 2 0 Limpa a HP 12 –C

2º 75.000,00 CHS PV -75.000,00 Valor do bem

3º 10 n 10 Períodos

4º 5i 5 Taxa

5º PMT 9.712,84 Valor da prestação

6º 1 f ( AMORT) 3.750,00 Juros

7º X<>Y 5.962,84 Amortização

8º RCL PV -69.037,16 Saldo devedor

9º CHS 69.037,16  

10º 1 f ( AMORT) 3.451,86 Juros

11º X<>Y 6.260,98 Amortização

12º RCL PV -62.776,18 Saldo devedor

13º CHS 62.776,18  

14º 1 f ( AMORT) 3.138,81 Juros

15º X<>Y 6.574,03 Amortização

16º RCL PV -56.202,15 Saldo devedor

17º CHS 56.202,15  

127
18º 1 f ( AMORT) 2.810,11 Juros

19º X<>Y 6.902,73 Amortização

20º RCL PV -49299,42 Saldo devedor

21º CHS 49.299,42  

22º 1 f ( AMORT) 2.464,97 Juros

23º X<>Y 7.247,87 Amortização

24º RCL PV -42.051,55 Saldo devedor

25º CHS 42.051,55  

26º 1 f ( AMORT) 2.102,58 Juros

27º X<>Y 7.610,26 Amortização

28º RCL PV -34.441,29 Saldo devedor

29º CHS 34.441,29  

30º 1 f ( AMORT) 1.722,06 Juros

31º X<>Y 7.990,78 Amortização

32º RCL PV -26.450,51 Saldo devedor

33º CHS 26.450,51  

34º 1 f ( AMORT) 1.322,53 Juros

35º X<>Y 8.390,31 Amortização

128
36º RCL PV -18.060,20 Saldo devedor

37º CHS 18.060,20  

38º 1 f ( AMORT) 903,01 Juros

39º X<>Y 8.809,83 Amortização

40º RCL PV -9.250,37 Saldo devedor

41º CHS 9.250,37  

42º 1 f ( AMORT) 462,52 Juros

43º X<>Y 9.250,32 Amortização

44º RCL PV -0,05 Saldo devedor

45º CHS 0,05  

Tabela 3 - Cálculo pelo Sistema Price com HP 12C (Sem Begin, Teclar g  END) | Fonte: o
autor.

Sistema Misto de Amortização


O Sistema Misto recebe esse nome porque suas parcelas são calculadas pela média
aritmética das parcelas do sistema Price e SAC.

Vamos considerar o exercício anterior no qual um empréstimo de R$ 75.000,00


deve ser pago em 10 bimestres com prestações iguais e consecutivas, sem
entrada, à taxa de 5% ao bimestre. O valor de cada parcela pelo método Price,
como já calculado, é de R$ 9.712,88. Pelo método SAC, as parcelas são diferentes
e a primeira é igual a R$ 11.250,00 (7.500,00 de amortização mais 3.750,00 de
juros, que é de 5% sobre o capital de R$ 75.000,00).

129
Dessa forma, a primeira parcela pelo sistema misto é R$ 10.481,44 que é a média
aritmética entre esses dois valores:

11.250, 00 + 9.712, 88

Assim, sucessivamente, podemos calcular todas as outras prestações, bem como os


juros, os saldos corrigidos, as amortizações e os saldos devedores, todos serão a
média aritmética entre os calculados pelos sistemas Price e SAC. As parcelas pelo
sistema misto também serão decrescentes, assim como no sistema SAC.

130
Conclusão
Nosso estudo foi intenso, percorremos os caminhos dos cálculos básicos, juros,
descontos, rendas, empréstimos, análise de investimento, empreendedorismo e plano
de negócios. Espero que você utilize esses conhecimentos em sua vida profissional e
também no pessoal e, seja, assim, um empreendedor sonhador que consiga realizar
seus sonhos, planejando o seu futuro e tendo muito sucesso.

Você teve contato com muitas fórmulas e cálculos que são essenciais para seu dia a dia
como gestor, pois sem compreender o mercado financeiro, torna-se complicado obter
sucesso nas tomadas de decisão que envolvem dinheiro.

Podemos perceber que o uso da HP 12C facilita sua vida, evitando que você tenha que
fazer os cálculos financeiros utilizando fórmulas grandes e complexas. Uma aliada no
seu cotidiano para cálculos de financiamentos, juros e descontos, principalmente no
momento em que precisa apresentar ao seu cliente uma ideia do que irá pagar se
financiar um imóvel.

Espero que cada informação apresentada neste material didático sirva para sua vida e
sua profissão. O segredo do sucesso está em buscar sempre e nunca desistir, fracassar
pode até fazer parte da caminhada, mas sempre aprenda com o erro e comece
novamente implementando a cada erro e aprendendo a cada dificuldade.

A matemática financeira é uma aliada na tomada de decisão de negócios. Os


investimentos, juros, descontos, parcelas, rendas, taxas fazem parte de todas as
decisões que você precisa tomar dentro de um contexto de mercado.

Se você chegou até aqui, é sinal de que você terá ainda muitas outras oportunidades,
seja corajoso e aproveite todas elas, pense que você está preparado e aceite os
desafios que a vida lhe apresentar.

Desejo a você muito sucesso em sua empreitada, que seus planos possam se
consolidar e que você se torne reconhecido como um diferencial em sua profissão!

131
Material Complementar

Livro

A Magia da Matemática
Autor: Ilydio Pereira de Sá

Editora: Ciência Moderna


Ano: 2007
Sinopse: o livro pretende mostrar – por meio de atividades
lúdicas, histórias sobre a Matemática e os matemáticos, desafios
diversos e estudo de importantes conteúdos matemáticos – que
a Matemática não é uma ciência difícil, árida, pesada, pronta,
sem utilidade ou destinada apenas a um seleto grupo de
'iniciados'. A Matemática é para todos e pode ser estudada (e
entendida!) de forma agradável e contextualizada. O autor, com
mais de 30 anos de experiência em classes da Educação Básica e
do Ensino Superior, é mestre em Educação Matemática e tem se
dedicado, entre outras atividades, à formação de profissionais
na área.

Filme

Número 23

Ano: 2007
Sinopse: O Número 23 é um filme estadunidense, do gênero
suspense, estrelado por Jim Carrey e dirigido por Joel
Schumacher, que conta a história de um homem que encontra
um livro obscuro sobre o número 23 e inicia uma jornada
sombria. À medida que ele se torna cada vez mais obcecado com
o conteúdo, ele se convence de que o livro é baseado em sua
vida. Para o seu desespero, ele descobre ainda que graves
consequências estão armazenadas para o principal personagem
da obra.

132
Web

Uma sequência de três vídeos que explicam de maneira mais


detalhada o uso da HP 12C, os cálculos, os juros e outros
cálculos importantes:

Canal VazNaMinha

HP 12C - Parte 1 HP 12C - Parte 2 HP 12C - Parte 3

133
Referências
FALLET João. BC surpreende e reduz Selic, mas Brasil ainda tem juros mais altos do
mundo. Disponível em:
<http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/09/110831selicanalisejf.shtml>
Acesso em: 13 nov. 2019.

FRANCISCO, Walter D. Matemática financeira. 7ª ed. 6 tiragem. São Paulo: Atlas, 1999.
GREMAUD, Amaury Patrick. Et al. Manual de economia. Organizadores: Diva Benevides
Pinho, Marco Antônio Sandoval de Vasconcellos. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
HAZZAN, S.; Pompeo, J. N. (2004). Matemática financeira. São Paulo: Saraiva.
HIRSCHFELD, Henrique. Engenharia econômica e análise de custos.  São Paulo: Atlas,
2000.
LIMA, Murilo Valverde. Um estudo sobre finanças comportamentais. RAE Eletrônica,
[on-line] v. 2, n.º 1, jan.-jun. 1998.
PUCCINI, Abelardo de Lima. Matemática financeira, objetiva e aplicada. São Paulo:
Saraiva, 2009.

RAYMUNDO, Pedro José, FRANZIN, Narciso A. O valor do dinheiro no tempo:


matemática comercial e financeira. 2ª ed. Maringá: Editora Clichetec, 2009.

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