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LOGÍSTICA INTEGRADA
E GLOBAL SOURCING
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muitas vezes o produto chegava com a caixa toda amassada. Isso constitui um
problema, pois o valor de mercado de um produto de consumo como esse cai
drasticamente se a embalagem estiver avariada, mesmo que a mercadoria esteja
intacta. Considerando essa situação, o operador logístico passou a solicitar à
fábrica embalagens extras junto com o carregamento para o Brasil e passou a
substituí-las. Ou seja, foi agregado um valor para o cliente do operador logístico.
Bowersox (2009) separa em cinco serviços o que podemos considerar
como de valor agregado: serviços focados no cliente; serviços focados na
promoção; serviços focados na manufatura; serviços focados no tempo; e serviço
básico. Vamos comentar brevemente sobre eles.
Os serviços focados no cliente são aqueles que permitem a vendedores e
compradores oferecerem algo diferenciado em relação ao convencional. Um
exemplo é a empresa Nespresso, marca de cápsula de café que tem pontos de
venda espalhados em diversos shoppings, porém consegue atender ao cliente,
que nesse caso também é o consumidor final, em domicílio. Assim como qualquer
outro agregador de valor, que esteja em ressonância com as necessidades dos
clientes específicos do produto.
Quando mencionamos serviços focados na promoção, estamos nos
referindo à divulgação do produto – em outras palavras, o investimento em
montagem de módulos de exposição exclusivos e todo o movimento que se deve
fazer em relação a ele. A pergunta que deve permear nossa reflexão neste
momento é: isso é logística? Pode ser, sim, um serviço agregado de um
distribuidor, por exemplo. Até porque quando vamos a um local que possui
pessoas oferecendo degustação ou experimentação de produtos ou mesmo
módulos especiais de exposição, eles não são contratos ou comprados por quem
vende, mas quase sempre por quem distribui.
Por sua vez, os serviços focados na manufatura, segundo Bowersox
(2009), incluem separação e entrega do produto para dar apoio ao setor produtivo,
por exemplo.
No caso dos serviços focados em tempo, temos o exemplo clássico do Just
in Time (JIT). Tudo é otimizado para atender às necessidades de uma produção,
e elimina-se o estoque de produto acabado, produzindo o que é vendido.
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TEMA 2 – RELACIONAMENTO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
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o bem desejado. Se fizermos uma análise rápida, veremos que, dentro do cenário
no qual devemos tomar decisões, estas ficarão dentro de assuntos como
depósitos, transporte, estocagem, carga e descarga, roteirização, embalagem
primária e armazenagem, entre outros dessa natureza.
Veja que essa é uma visão estritamente do profissional da área de logística;
porém, se pararmos para pensar, veremos que todas essas decisões devem ser
embasadas por áreas que façam o profissional refletir quanto a aspectos voltados
à comercialização do produto. Dito de outro modo, de que adianta todo um
raciocínio das áreas listadas acima se falta saber onde está o consumidor, por
exemplo? Quando e de que forma ele irá consumir o produto? Como deseja esse
produto?
Portanto, segundo Novaes (2004), um canal de distribuição representa a
sequência de organizações ou empresas que vão transferindo a posse de um
produto desde o fabricante até o consumidor final. Importante ressaltar que,
muitas vezes, esse “caminho” pode ser composto de diversas empresas, e não
necessariamente somente o fabricante. Basta imaginar que pode existir, por
exemplo, um operador logístico entre o fabricante e o cliente para entender essa
afirmação.
Neste momento, já somos capazes de visualizar um exemplo de canais de
distribuição, conforme mostra a figura.
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Fonte: adaptada de Novaes, 2004.
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das atividades estratégicas e operacionais dos processos logísticos. Com isso,
será possível a identificação de técnicas que permitam análise dos dados e a
tomada de decisões práticas de melhoria de performance.
Vale a máxima de que somente o que é medido pode ser gerenciado; por
outro lado, aquilo que não é medido merece pouca ou nenhuma atenção.
Indicadores de desempenho funcionam como verdadeiros meios de comunicação,
uma vez que propiciarão ao profissional – seja de alto escalão, seja funcionário
operacional diretamente envolvido com o processo logístico que está sendo
monitorado – fazer com que toda a empresa tenha todos mobilizados na
realização dos objetivos estratégicos traçados.
Existem alguns KPIs que merecem ser ressaltados quando falamos de
distribuição física ou mesmo canal de distribuição:
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TEMA 4 – LOGÍSTICA GLOBALIZADA
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Outro ponto que pode ser um obstáculo a uma estratégia de logística global
é a questão financeira. A diferença de moeda e a oscilação natural do câmbio por
si só são fatores que requerem máxima atenção. A isso se soma a
imprevisibilidade das vendas, por mais que se faça pesquisa de mercado.
Um aspecto também a se observar quando entramos em outro mercado
tem a ver com as particularidades dos canais de distribuição. Segundo salienta
Bowersox (2009), questões relacionadas à infraestrutura, que abrangem
diferenças de equipamentos de transportes, de manuseio, instalações portuárias
e sistemas de comunicação, podem ser dificultadores. Vale lembrar que as
padronizações são distintas, dependendo de onde se estiver.
Em resumo, o desafio de uma empresa que pretende ingressar em um
mercado globalizado é avaliar todos os pontos e riscos, com o intuito de encontrar
um equilíbrio que justifique, ou não, a entrada das operações em determinado
país ou mercado.
Talvez você esteja pensando que isso é um pouco óbvio, mas temos um
exemplo de uma das maiores multinacionais do planeta que prova o contrário. Na
década de 1990, a Coca-Cola lançou no Brasil uma variação de seu principal
refrigerante e o chamou de Cherry Coke. Não durou seis meses a estratégia, e o
produto saiu de linha no país. O refrigerante pode ser encontrado em praticamente
todos os supermercados americanos, e na Europa a situação é ainda mais
curiosa: na Itália, ele não é encontrado, mas em um país próximo, como a
República Tcheca, é mais vendido do que a Coca-Cola normal.
Isso mostra que não importa se um produto é bem-sucedido ou não em um
mercado. Por mais que o brasileiro goste de experimentar coisas novas, não
estava disposto a consumir uma Coca-Cola com um leve sabor de cereja.
Percebe, então, que tudo isso não é tão óbvio quanto parece? A logística
global é uma realidade que deve ser levada em conta em todo o avanço comercial
de uma empresa.
Os dois últimos temas desta aula são praticamente uma interface e uma
fronteira entre logística integrada e global sourcing. Estamos entre a organização
de uma empesa e as atividades por buscar suprimentos fora ou mesmo operar
fora de seu ambiente, digamos, natural.
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Assim como acontece no ciclo de vida do produto, uma empresa que decide
se envolver em operações globais passa, basicamente, por cinco etapas que
apresentam desafios logísticos distintos, segundo aponta Bowersox (2009):
1. Relacionamento distante;
2. Atividade interna de exportação;
3. Operações em país estrangeiro;
4. Operações com conhecimento genuinamente local;
5. Operações desnacionalizadas.
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REFERÊNCIAS
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