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Revisão Textual:
Prof.ª Me. Luciene Santos
Canais de Distribuição
Objetivos
• Destacar a importância dos canais de distribuição, sendo eles os caminhos que os
produtos percorrem até chegarem aos seus consumidores finais.
• Partindo dos locais de produção, torna-se necessário uma organização estratégica para
que a empresa consiga alcançar redução de custo e nível de serviço.
• Analisar algumas estratégias envolvidas no processo de distribuição como os centros de
distribuição, as instalações de transit point, cross docking e merge in transit.
• É de fundamental importância que as organizações visualizem a distribuição não apenas
como uma entrega de produtos, mas como uma forma de criação de diferencial competitivo.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
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Canais de Distribuição
Contextualização
Leia o trecho abaixo e reflita sobre as questões propostas para começarmos a enxer-
gar o caráter estratégico dos canais de distribuição para as empresas:
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Introdução
Na atual conjuntura econômica e com o advento da globalização, a logística tem
apresentado crescente importância como elemento estratégico para as organizações,
desempenhando a função de gerar diferenciais competitivos, agregando valor para os
clientes, uma vez que o objetivo macro das empresas está voltado para a satisfação dos
mesmos e as organizações têm seguido uma tendência cada vez maior de se igualarem
nos quesitos de qualidade e custo.
Atualmente, dever haver uma preocupação com a entrega ao cliente final, seja ele um
consumidor ou um atacadista. A distribuição assumiu o papel de diferencial competitivo
entre as organizações.
Como o número de consumidores é cada vez maior, tanto no que diz respeito a volume
quanto à velocidade de suprimentos, surge a necessidade de desenvolverem técnicas de
distribuição. Pode-se resumir a problemática da distribuição em quatro perguntas:
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Canais de Distribuição
Conforme Dias (1987), distribuição nada mais é do que ter o produto certo, em lugar
certo, na qualidade correta, ou como deseja o cliente, no tempo certo com o menor custo.
Então, para que isso ocorra, deve haver planejamento da distribuição, levando em con-
sideração a demanda futura quantificada tanto em natureza quanto em extensão. Quando
se consegue obter essas informações, pode-se desenvolver um sistema para satisfazer de
maneira adequada a essas demandas previstas.
Definições e Conceitos
Distribuição física é a utilização de canais existentes de distribuição e facilidades ope-
racionais, com a finalidade de maximizar a sua contribuição para a lucratividade da em-
presa, por intermédio de um equilíbrio entre as necessidades de atendimento ao cliente
e o custo incorrido.
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Os tipos de distribuição que uma empresa pode utilizar são: sistema de vendas
próprio, sistema de vendas de terceiros, através de agentes e representantes
comissionados e através de distribuidores especializados.
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Canais de Distribuição
Os canais de distribuição são o conjunto de organizações interdependentes envolvi-
das no processo de tornar o produto ou serviço disponível para uso ou consumo.
PRODUTOR
REPRESENTANTE
ATACADISTA ATACADISTA
CONSUMIDOR
Figura 2 – Canais de distribuição
Fonte: Adaptado de Novaes (2014)
São nos canais de distribuição que ocorre o encontro da empresa com seu consumidor
final. A seleção dos varejistas constitui, portanto, um grande desafio para a empresa e
tem impacto direto na tarefa de satisfazer as necessidades dos clientes.
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Canais de Distribuição
Estratégia da Distribuição
Pode-se perceber facilmente a parte estratégica da distribuição ao analisarem-se as
compras feitas pela internet, muito utilizadas nos dias de hoje. O consumidor apenas
tem a preocupação de que sua mercadoria chegue ao menor prazo possível, sem avarias
e com o menor custo. Diante do exposto, cabe a pergunta: quais são as estratégias
utilizadas pelas empresas para garantir a satisfação de seus clientes através de um sistema
de distribuição eficiente e eficaz?
Não se tem uma resposta única para essa pergunta, muito menos uma fórmula mágica
que fará a distribuição de qualquer empresa ser um sucesso. Cada empresa possui suas
características particulares e cada situação exige uma ação diferenciada, por isso tentar-
se-á abaixo demonstrar algumas estratégias que são utilizadas e que tem apresentado
resultados positivos.
Uma das principais estratégias utilizadas atualmente pelas empresas são os centros de
distribuição, mais conhecidos com CDs. Vejamos alguns exemplos, o primeiro é de uma
empresa que possui três unidades produtivas, em vez de os produtos serem despachados
diretamente das unidades para seus clientes, são enviados das unidades produtivas para
o CD e daí para os clientes. Esse CD tem uma localização estratégica em relação às
fábricas e a estratégia está em consolidar cargas, reduzindo os custos de transporte.
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O segundo exemplo é de um grande varejista, cujos fornecedores entregam os
produtos em seus centros de distribuição e estes são responsáveis por abastecer as
lojas. A estratégia está em além de otimizar o transporte, reduzir os estoques das lojas,
diminuindo os custos, em alguns casos os produtos podem ser despachados diretamente
do CD para o cliente, sem a necessidade de passar pela loja.
Através da globalização dos mercados, cada vez mais os centros produtores estão se
distanciando dos consumidores, a compra de matérias-primas, insumos, serviços ou até
mesmo de produtos acabados em mercados internacionais está mais frequente a cada
dia e com isso o perigo de ruptura dos estoques, ou seja, falta de mercadorias também
aumenta. Nesse contexto, os centros de distribuição têm se tornado um diferencial
competitivo para as empresas, responsabilizando-se por manter o equilíbrio entre
demanda e produção.
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Canais de Distribuição
Fornecedores
X A
Clientes
Y CD B
Z Carga Carga C
Consolidada Fracionada
Figura 4: Centro de distribuição
Fonte: Bertaglia (2015)
Conforme figura 5 abaixo, existem alguns tipos de operações que são utilizadas nos
CDs, que têm por objetivo aumentar a produtividade e reduzir custos.
Atividade de Atividade de
Separação Separação e Consolidação
Cliente B Cliente B
Merge in Transit
Fornecedor A Fornecedor B
Atividade de
Montagem de Produtos
Cliente A Cliente C
Cliente B
Transit Point
O Transit Point é localizado de forma a atender uma determinada área de mercado
distante dos armazéns centrais e opera como uma instalação de passagem, recebendo
carregamentos consolidados e separando-os para entregas locais a clientes individuais.
Uma característica básica dos sistemas tipo Transit Point é que os produtos recebidos
já têm os destinos definidos, ou seja, já estão pré-alocados aos clientes e podem
ser imediatamente expedidos para entrega local. Não há espera pela colocação dos
pedidos. Esta é uma diferença fundamental em relação às instalações de armazenagem
tradicionais, onde os pedidos são atendidos a partir do seu estoque.
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Os Transit Points guardam as mesmas relações de custo de transporte que os centros
de distribuição avançados, pois permite que as movimentações em grandes distâncias
sejam feitas com cargas consolidadas, resultando em baixos custos de transporte.
Cross Docking
As instalações do tipo cross-docking operam sob o mesmo formato que os Transit
Points, mas se caracterizam por envolver múltiplos fornecedores atendendo clientes
comuns. Cadeias de varejo são candidatos naturais à utilização deste sistema e, de fato,
existem inúmeros exemplos da utilização intensiva do cross-docking neste setor.
A B C
A B A B C
Figura 6 - Sistema de Cross-Docking
Fonte: Adaptado de Frazelle (1999)
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Canais de Distribuição
A gerência, então, desvia estes produtos para as docas de expedição de forma que
estes sejam embarcados o mais rápido possível. Esse procedimento, apesar de oferecer
vantagens por minimizar as movimentações internas aos armazéns, tira proveito apenas
de parte dos benefícios resultantes do conceito de cross-docking.
Embora seja operacionalmente simples, para que haja sucesso na operação de cross-
docking é preciso um alto nível de coordenação entre os participantes (fornecedores,
transportadores) viabilizada pela utilização intensiva de sistemas de informação, como
transmissão eletrônica de dados e identificação de produtos por código de barra. Além
disto, é de fundamental importância a existência de softwares de gerenciamento de
armazenagem (WMS) para coordenar o intenso e rápido fluxo de produtos entre as docas.
Isto não quer dizer que esta seja a única forma de operação de cross-docking.
É também possível trabalhar com o cross-docking “futuro”, onde os produtos ao serem
recebidos não são imediatamente movimentados para os veículos de entrega local,
mas permanecem em uma área de espera para posterior carregamento. Quanto mais
“futuro” for o cross-docking, maior será a necessidade de espaço para espera.
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Existem diversas vantagens do sistema cross-docking, destacando-se:
·· Redução:
Merge in Transit
Merge in transit é uma das estratégias utilizadas no processo de distribuição.
Consiste em coordenar a entrega de diferentes componentes de determinado produto
em um único local mais próximo aos consumidores, esse local pode ser um centro de
distribuição. É muito utilizado no caso de produtos de alto valor agregado e curto ciclo
de vida, como computadores.
Dessa forma, o produto final apenas é finalizado, montado conforme a necessidade dos
clientes, isso tende a evitar armazenagens e transportes desnecessários ou redundantes,
mas requer uma atenção especial com a integração e coordenação das atividades.
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Canais de Distribuição
Considerações Finais
A distribuição física não pode ser tratada apenas como o ato de entregar produtos,
mas como uma atividade estratégica e provedora de oportunidades de redução de custos
e melhorias no nível de serviço prestado aos clientes.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Gestão de Redes de Suprimento: Integrando Cadeias de Suprimento no Mundo Globalizado
CORREA, H. L. Gestão de Redes de Suprimento: Integrando Cadeias de Suprimento no
Mundo Globalizado. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
Leitura
Conflitos em Canais de Distribuição: O Caso dos Canais Múltiplos no Mercado de Insumos
Agrícolas no Brasil
CASTRO, L. T.; NEVES, M. F.; SCARE, R. F. Conflitos em Canais de Distribuição:
O Caso dos Canais Múltiplos no Mercado de Insumos Agrícolas no Brasil.
https://goo.gl/sKF8Gx
Relacionamento Colaborativo no Canal de Distribuição: Uma Matriz para Análise
PIGATTO, G.; ALCÂNTARA, R. L. C. Relacionamento Colaborativo no Canal de
Distribuição: Uma Matriz para Análise. São Paulo, 2007.
https://goo.gl/QZSL5T
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Canais de Distribuição
Referências
BERTAGLIA, P. R. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 3.
ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
DORNIER, P. et al. Logística e operações globais. São Paulo: Editora Atlas, 2000.
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