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AULA 1
Olá, caro aluno, seja muito bem-vindo à nossa primeira aula da disciplina
de Canais de Distribuição. Vivemos em uma sociedade de consumo: isso é fato.
É fato também que, queiram ou não, esse modo de vida irá continuar por muito
tempo, a menos que haja algum evento que mude todo esse estado do
comportamento humano.
Independentemente do que possa a vir acontecer, uma coisa é certa: para
que haja consumo de determinado produto, por exemplo, é necessário que
alguém se encarregue de distribuí-lo e é nesse momento que entram os canais
de distribuição. Essa parte importantíssima da logística é a que faz com que
muitos dos produtos que estão ao seu lado nesse momento chegassem aos
seus. destinos.
E não estamos falando apenas de movimentação e transporte, mas
também de toda estratégia logística e de marketing para que produtos certos
cheguem aos consumidores certos, na hora certa, no lugar certo, do jeito certo,
na quantidade certa e a um preço aceitável. Parece fácil? Não é bem assim, pois
as variáveis que atuam no sistema adicionados à competitividade entre as
empresas criam um ambiente em que cometer erros na distribuição pode
significar a sobrevivência das empresas no mercado em que atuam.
Nesta primeira aula, abordaremos temas sobre alguns fundamentos dos
canais de distribuição. Vamos entender como a distribuição de produtos se
relaciona com os processos logísticos, os objetivos e princípios da distribuição
até chegar ao nível de serviço ao cliente ou consumidor final e a que custo uma
empresa deve assumir para atender aos requisitos de distribuição de produtos.
Segue abaixo um resumo dos temas que veremos a seguir:
2
CONTEXTUALIZANDO
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embalagem, transporte etc., agem muitas variáveis que precisam ser geridas de
forma eficiente e eficaz.
E o marketing, onde entra nessa história? O pessoal de marketing,
conforme Novaes (2004, p. 110), encara a cadeia de distribuição com foco ligado
à comercialização dos produtos e aos serviços a ela associados. Para eles, os
elementos de distribuição que compõem a parte que vai da manufatura ao varejo
e, consequentemente, ao consumidor final formam os canais de distribuição.
Como exemplos de setores que podem compor um canal de distribuição,
podemos citar: setor de vendas do fabricante, atacadista, varejista e serviços de
pós-venda.
Veremos, durante todas as aulas, que existe uma correlação direta entre
a distribuição física de produtos e os canais de distribuição e que a estratégia
utilizada pelas empresas na definição e administração desses canais pode ser o
diferencial no sucesso de vendas de determinado produto.
Não há forma de ter sucesso num mercado tão acirrado sem gerar alguma
forma de vantagem competitiva, que geralmente se expressa em valor para o
cliente. Quando se aborda o termo valor e os processos logísticos, incluindo os
processos de distribuição, é importante entender o conceito de cadeia de valor
proposto por Michael Porter (1995).
Segundo o autor, a cadeia de valor é uma ferramenta para identificar as
formas pelas quais se gera mais valor para o cliente. Ainda conforme o autor,
toda empresa consiste em uma série de atividades que são executadas para
projetar, produzir, comercializar, entregar (aí entra a distribuição) e sustentar um
produto. A figura a seguir sintetiza as atividades primárias e de apoio definidas
por Michael Porter.
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Figura 2 – Cadeia de valor de Porter
Crédito: tynyuk/Shutterstock.
𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝çã𝑜𝑜
𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉 =
𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒
Quanto maior for a percepção por parte do cliente ou consumidor final
sobre determinado produto ou serviço, maior será a agregação de valor.
5
Na distribuição física, um exemplo de agregação de valor seria a entrega
de um produto bem antes do prazo estimado. Nesse caso, a percepção de valor
do cliente superou suas expectativas iniciais.
Para Kotler (1998, p. 53), satisfação é o sentimento de prazer ou de
desapontamento resultante da comparação do desempenho esperado pelo
produto (ou resultado do esforço do atendimento do pedido) em relação às
expectativas do consumidor. Se o desempenho atender às expectativas, o
consumidor está satisfeito e se excedê-las estará amplamente satisfeito ou
encantado. Porém, se essa expectativa for frustrada por algum motivo,
certamente a satisfação será negativa.
Conforme Brasil e Pansonato (2018, p. 22), os métodos produtivos das
empresas muitas vezes são similares, o que proporciona produtos similares. A
diferenciação entre as empresas ficará por conta dos serviços prestados. É
justamente nesse ponto que entra a logística e os canais de distribuição. Ainda
segundo os autores, “visualizar a logística como fator gerador de vantagem
competitiva é o primeiro passo para entender os canais de distribuição”.
Para que o título deste tema fique mais claro, é importante salientar que
quando mencionamos a expressão distribuição física nos canais de distribuição,
estamos abordando a distribuição de algo tangível, ou seja, de um produto.
Embora existam casos de distribuição de serviços, como a disponibilização de
um livro por meio virtual, o que pressupõe a distribuição de um serviço de leitura,
o nosso foco será sobre a distribuição de produtos. Como vivemos numa
sociedade de consumo, produtos são distribuídos a todo momento, seja para
clientes de uma empresa, por exemplo, ou para o consumidor final.
Brasil e Pansonato (2018, p.26) mencionam seis principais objetivos da
distribuição física de produtos, que estão resumidamente apresentados a seguir:
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fator que influencia no atendimento às necessidades do cliente é o lead time da
operação, que tem influência direta no tempo de entrega.
Crédito: tynyuk/shuttterstock
Crédito: tynyuk/Shutterstock.
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aos clientes enquanto a logística se encarrega da distribuição física dos
produtos, de forma a maximizar os resultados. Esse objetivo também se aplica
ao comércio eletrônico.
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3.2 Princípio de controle
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Figura 3 – Atividades de marketing e logística
De certo modo, fica claro que boa parte das atividades do marketing se
direciona para o desenvolvimento dos canais, promoção de vendas e formação
de preço, enquanto a logística se encarrega da operacionalização do sistema,
por meio do armazenamento, gerenciamento de estoques e transporte.
Tanto para o marketing quanto para a logística existe uma atividade
comum que irá nortear decisões para ambos: o nível de serviço. É o que veremos
no nosso próximo tema.
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Conforme Ballou (2001, p. 77), nível de serviço ao cliente refere-se a
“cadeia de atividades de satisfação das vendas, a qual, usualmente, começa
com a entrada do pedido e termina com a entrega do produto ao cliente; em
alguns casos, continuando com serviços de manutenção de equipamento ou
outro suporte técnico”.
Com relação aos canais de distribuição, o nível de serviço ao cliente passa
obrigatoriamente pelo nível de serviço logístico. Suponha que você esteja num
processo de compra de um produto pela internet, um tênis, por exemplo, e
encontra o produto desejado e da mesma marca em duas lojas e pelo mesmo
preço. Você checa o valor do frete e por coincidência também são iguais. Qual
decisão tomar?
Aí que entra o nível de serviço logístico. Informações sobre atrasos na
entrega, indisponibilidade do produto e extravios, por exemplo, podem ser
fatores de decisões para que você efetivamente finalize a sua compra. Portanto,
pode-se dizer que o nível do serviço logístico é algo que o cliente percebe além
do produto em si e que de alguma forma será um diferencial competitivo positivo
para empresa que está vendendo e distribuindo o produto.
O exemplo da compra do tênis é relativamente simples, porém atender
um nível de serviço de 100% não é algo tão fácil assim, principalmente quando
se envolve processos mais complexos.
Embora o assunto nível de serviço logístico voltará a ser abordado nas
próximas aulas, é importante entender como se define o nível de serviço logístico
a ser oferecido aos clientes.
Crédito: tynyuk/Shutterstock.
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• Formação de estoques
• Definição da política de estoques
• Estoque de segurança
b) Desempenho operacional:
• Lead Time de entrega (da emissão do pedido à entrega ao cliente)
• Confiabilidade
• Informações sobre a operação e o status do pedido
• Melhoria contínua
2- Atendimento de pedido perfeito: nível de serviço básico executado sem
erros ou zero defeito, ou seja, a um nível máximo de disponibilidade, de
desempenho operacional e de confiabilidade, e que são prestados a
clientes selecionados para adquirir e manter a posição de fornecedor
preferencial
a) Filosofia “Zero Defeito”
b) Certo da primeira vez
c) Máximo índice de disponibilidade
d) Alto custo operacional
e) Muitas vezes, restrito a clientes especiais
3- Prestação de serviços de valor agregado: atividades exclusivas ou
específicas às necessidades da empresa cliente visando, para esta, a
melhoria da eficiência e da eficácia nas suas operações e, para a empresa
prestadora de serviço, a fidelidade do cliente
a) Prestação de serviços de valor agregado
b) Esforço conjunto entre cliente e fornecedor de serviço
c) Exemplos: embalagens exclusivas, estoque gerenciado pelo fornecedor,
programas de reposição automática, marcação de preços nos produtos
etc.)
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Figura 4 – Grupo de elementos do nível de serviço
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Portanto, o impacto da distribuição nos custos logísticos é considerável, o
que reflete diretamente no nível de serviço ofertado ao cliente. O custo de
distribuição é composto por custos fixos e variáveis. Considerando, como
exemplo, o modal rodoviário, que no Brasil é utilizado em quase 65% do
transporte interno, teríamos, resumidamente, a seguinte divisão:
Custos fixos:
• Processamento do pedido
• Combustíveis
• Pneus
• Lubrificantes
• Manutenção de veículos (parte variável, como peças de reposição)
• Reentrega (no caso de entregas incorretas)
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O gráfico a seguir apresenta a relação entre o custo de distribuição e a
quantidade de centros de distribuição que podem operar em determinado
sistema:
Reparem que existe um ponto ideal (equilíbrio) entre o custo total, custo
de transporte e custo de estoque que irá apoiar a definição com relação à
quantidade de armazéns que serão dispostos ao longo da cadeia de distribuição.
TROCANDO IDEIAS
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Para mais informações sobre esse tema, acesse o link a seguir:
<https://diariodocomercio.com.br/opiniao/e-commerce-pode-alavancar-a-
industria-nacional/>.
NA PRÁTICA
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operários retiravam as peças das embalagens e as acomodavam em suporte
especiais para auxiliar na montagem.
Como o ritmo de produção era acelerado, a quantidade de embalagens
de papelão ao lado da linha era enorme. Nesse momento, o engenheiro de
produção e o analista de logística discutiram uma maneira de se evitar esse
trabalho extra de retirar os produtos das embalagens e uma das sugestões foi a
de utilizar embalagem metálica retornável, que se adaptasse diretamente no
local de montagem.
Os profissionais retornaram para empresa e iniciaram uma série de
esboços e ideias para a embalagem metálica, até chegar a um consenso e
produzir um protótipo para testes que levaram em consideração: a saída da linha
de montagem da TecParts, adaptação ao tamanho do palete padrão e
empilhamento no armazenamento interno e acondicionamento no caminhão.
Testes similares foram realizados no cliente, que prontamente aprovou a
melhoria.
Após a homologação do projeto da embalagem retornável e da logística
de movimentação, o processo foi posto em prática e o resultado foi fantástico,
obtendo-se redução de custo com embalagens de papelão, melhoria do fluxo de
produtos nas linhas de montagem tanto da TecParts quanto dos clientes e
eliminação dos trabalhos de embalagem e retirada de embalagem entre outros.
O exemplo apresentado mostra como se consegue agregar valor na
distribuição de produtos, proporcionando, entre outros benefícios, a fidelização
do cliente.
FINALIZANDO
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logístico. Agora, você é capaz de distinguir as principais estratégias e os
respectivos elementos para prestação de serviço ao cliente.
Não há como definir uma estratégia de nível de serviço logístico sem
incorrer na determinação dos custos. No tema 5, foram vistos alguns itens
básicos que compõem os custos logísticos na distribuição.
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REFERÊNCIAS
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CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
AULA 2
CONTEXTUALIZANDO
Figura 1 – Os 4 Ps do marketing
Você pode até ter um bom produto, mas com certeza seu concorrente
também terá (isso quando não são iguais). Você pode adotar uma política de
preço que absorva muitos clientes, no entanto essa política muitas vezes é
copiada pelo seu concorrente. Mas vamos supor que você utilize algumas
estratégias de promoção: com certeza, mais cedo ou mais tarde, seu concorrente
poderá utilizar uma estratégia que desestabilize a sua promoção. Aí sobrou a
praça, que muitas vezes pode ser um diferencial competitivo positivo por meio
de canais de distribuição eficazes.
As respostas às perguntas acima referentes ao P de Praça não são
simples e carregam certa complexidade.
Imagine-se na condição de um fabricante que deseja fazer com que seu
produto esteja disponível a muitos clientes e em boa parte das cidades do Brasil.
Como atender a esse grande desafio? Como são muitas variáveis que atuam
sobre o sistema de distribuição, não há uma resposta pronta para essa questão,
no entanto conhecer a atuação dos intermediários e os modelos de canais de
distribuição pode ser decisivo para a competitividade das empresas. As próximas
linhas trarão clareza a esses questionamentos.
3
TEMA 1 – CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO, INTERMEDIÁRIOS E SISTEMAS DE
DISTRIBUIÇÃO
4
1.2 Intermediários
Repare o esforço que cada fabricante deve fazer para que seus produtos
cheguem aos varejistas. Sem contar a quantidade de veículo envolvidos no
processo.
Para resolver esse problema, a atuação de um intermediário, no caso um
atacadista, pode proporcionar uma maior eficiência ao sistema, conforme
mostrado na Figura 4.
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Figura 4 – Quatro fabricantes, um intermediário e quatro varejistas
1.2.1 Atacadista
1.2.2 Varejista
1.2.3 Distribuidor
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Distribuidores de bebidas e de ferramentas especiais são exemplos desse tipo
de intermediário;
• Agente: intermediário geralmente composto por uma pessoa jurídica
comissionada para venda de produtos em regiões diferentes das
tradicionais, tais como os grandes centros. Como exemplo, podem-se
citar os representantes de vendas, os corretores imobiliários e os
corretores de seguros.
Sistema que tem como estratégia distribuir o produto para o maior número
de pontos de vendas possível. Tem como característica a distribuição de
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produtos de alto consumo e baixo valor agregado (baixo custo unitário). Um
exemplo clássico desse tipo de sistema refere-se à distribuição de bebidas pela
empresa multinacional Coca-Cola. É possível encontrar o produto em lojas de
conveniência, supermercados, padarias, máquinas automáticas etc. A
administração logística para distribuição do produto deve ser bastante dinâmica,
para atender a muitos pontos de vendas e evitar a falta do produto.
Bom, agora que já conhecemos os principais sistemas de distribuição,
vamos conhecer a estrutura dos canais e seus respectivos níveis de
intermediação, conforme demonstrado no gráfico da Figura 5.
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TEMA 2 – CANAIS VERTICAIS
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Figura 7 – Canal vertical com 3 níveis (I)
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Na estrutura de canais híbridos, parte das funções que acontecem ao
longo do canal de distribuição é executada por dois ou mais elementos da cadeia
de distribuição, eliminando a rigidez da estrutura de canais verticais.
Para entender melhor essa dinâmica, vamos utilizar um exemplo de
Novaes (2004, p. 116), bem adequado aos dias atuais. Trata-se de um fabricante
americano de seringas, agulhas e outros acessórios para suprimento a hospitais
e postos de saúde. Na estrutura de canais híbridos, o fabricante negocia
diretamente a venda de seus produtos com os grandes hospitais. Após a
finalização da negociação, o fabricante disponibiliza ao cliente uma lista de
distribuidores autorizados, que têm a função de distribuir os produtos, formalizar
os pedidos, armazenar e entregar os produtos ao hospital na quantidade
desejada e no prazo estabelecido. Além de atuar em funções de geração de
demanda e fazer os primeiros contatos com o hospital, o fabricante, devido ao
seu alto conhecimento sobre o produto, acumula as funções de assistência
técnica e pós-venda.
Nesse caso, um mesmo consumidor (nesse caso, o hospital) é atingido
simultaneamente pelo setor de vendas do fabricante, pelos distribuidores e pelo
setor de pós-venda e assistência técnica do fabricante, conforme descrito na
Figura 9.
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Embora os ganhos com a escolha de uma estrutura com canal híbrido
possam parecer vantajosos para o fabricante e distribuidor (o que quase sempre
ocorre), há a necessidade de se ter as funções dos integrantes do canal bem
definidas e descritas em procedimentos e contratos, para que não haja conflitos.
Por exemplo, o distribuidor externo pode eventualmente distribuir o mesmo
produto de um concorrente e atuar de forma a privilegiá-lo em detrimento do
fabricante acima apresentado. Além de um contrato muito bem definido, há de
se ter um controle robusto por parte do fabricante nas vendas e na distribuição
dos seus produtos.
Da mesma forma como ocorre nos canais híbridos, um dos objetivos dos
canais múltiplos é atingir maior quantidade de consumidores. Conforme Brasil e
Pansonato (2018, p. 69), canal de distribuição múltiplo é uma estrutura que
possibilita a ação de dois ou mais canais ao mesmo tempo, utilizando o mesmo
produto e atingindo a consumidores diferentes.
Mas que tipo de consumidores são esses?
Imagine que você é um fabricante de notebooks e precisa alavancar as
suas vendas. Após um trabalho de campo desenvolvido pelo departamento de
marketing, foi possível perceber que os consumidores desse produto se dividiam
majoritariamente em dois grandes grupos. O primeiro, referente ao consumidor
que compra notebooks em grande quantidade para serem utilizados em
empresas ou grandes instituições e também ao consumidor que possui
conhecimento técnico sobre o produto que proporciona a compra por meio do e-
commerce (comércio eletrônico).
O segundo tipo de consumidor refere-se ao consumidor que necessita da
assistência de um vendedor especializado para apresentar as principais
características do produto e como atender aos desejos do usuário. Geralmente
esse consumidor precisar ver o produto fisicamente para decisão de compra e a
distribuição se dá por meio de lojas físicas de varejo.
No caso dos canais múltiplos, são dois tipos diferentes de consumidores
que teoricamente desejam o mesmo produto. Portanto, você, na condição de
fabricante, deverá utilizar-se de dois canais de distribuição, um para cada tipo de
consumidor.
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Tal qual ocorre com os canais híbridos, possibilidades de conflitos
também podem ocorrer nessa estrutura de canais. Suponha que, para atender
ao consumidor que adquire o notebook de um varejista físico, a sua empresa
disponibilize o produto P2 e para as grandes empresas e instituições decide-se
disponibilizar o produto P1. No entanto, para utilizar a infraestrutura de
distribuição do produto P1, a sua empresa definiu que também poderia distribuir
o produto P2. Provavelmente em função de maiores custos envolvidos na
distribuição realizada por meio do varejo físico, haveria um custo menor para o
atacadista, o que faria com que consumidores do varejo físico eventualmente,
se possível, comprassem diretamente do atacadista, conforme apresentado na
Figura 10.
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Como as compras no comércio eletrônico, na sua grande maioria, são
realizadas de forma fracionada, ou seja, por meio de um canal eletrônico, o
consumidor executa a sua compra, geralmente unitária, e, com base nesse ato,
dá-se início a vários processos para que ocorra a distribuição física do produto.
Normalmente, os pedidos são enviados aos centros de distribuição mais
próximos do consumidor para que a logística se encarregue da entrega.
Para o profissional de logística que atua na linha de frente dos canais de
distribuição, é importante que ele saiba os detalhes dos canais que atuam no e-
commerce. Para ter um entendimento básico sobre os canais digitais, vamos
abordar resumidamente os conceitos de operações multicanais (multichannel) e
omnichannel.
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Figura 11 – Canais digitais
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No modelo omnichannel, lojas físicas, virtuais e compradores são
totalmente integrados, proporcionando várias possibilidades de interação.
Diferente do multichannel, no omnichannel, o cliente pode fazer todo o processo
de compra em uma loja virtual e faça a retirada em uma loja física, sem que haja
barreiras entre os canais.
O processo omnichannel tem como um de seus objetivos satisfazer o
consumidor no sentido de melhorar o máximo possível sua jornada de compras.
Como já mencionado em temas anteriores, as empresas, além de ter
produtos com qualidade assegurada a preços competitivos, precisam buscar
novas formas para que o consumidor tenha uma experiência de compra que o
encante e que seja um diferencial positivo na relação entre comprador e
vendedor, e o omnichannel possibilita esse diferencial. A logística de distribuição
deve ficar atenta a essas novas formas de canais de distribuição.
TROCANDO IDEIAS
Distribuir produtos, sejam eles de quaisquer tipos, não é algo tão simples.
Transportar produtos perigosos, como produtos químicos e combustíveis, por
exemplo, demanda cuidados logísticos especiais. Outro segmento de produtos
que necessita um cuidado especial na distribuição é o de medicamentos, em
especial o de vacinas. Grandes campanhas de vacinação são influenciadas por
muitas variáveis logísticas na distribuição que precisam ser cuidadosamente
estudadas: importação de vacinas e insumos, perecibilidade do produto,
temperatura de transporte, câmaras de armazenamento refrigeradas,
distribuição simultânea das vacinas com as respectivas seringas e agulhas etc.
Sem contar que os intermediários que atuam no sistema devem estar muito bem
treinados em relação ao transporte e manuseio desse nobre material.
Saiba mais
Para entendermos melhor como funciona esse sistema complexo,
convido-o a assistir a um vídeo acessando o seguinte link para compreender a
complexidade desse processo.
COVID 19: depois do desafio com as vacinas, é preciso planejar a
logística – Escola de Negócios. Grupo Uninter, 15 dez. 2020. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=AFq60Dy6ISc>. Acesso em: 12 abr. 2021.
16
Questões para reflexão:
Será que a logística no Brasil tem competência para distribuir vacinas em
grande quantidade?
O que, na sua opinião, poderia ser feito para melhorarmos nossos
processos logísticos de distribuição?
NA PRÁTICA
Saiba mais
O que você acha dessa forma de trabalho? Para saber um pouco mais,
acessem os links a seguir:
1. VIA VAREJO terá mais centros de distribuição em lojas. Sincovaga, 17
ago. 2020. Disponível em: <https://www.sincovaga.com.br/via-varejo-tera-mais-
centros-de-distribuicao-em-lojas/>. Acesso em: 12 abr. 2021.
2. LOJAS como centros de distribuição, será que funciona? Logoweb, 13
abr. 2020. Disponível em: <https://www.logweb.com.br/colunas/lojas-como-
centros-de-distribuicao-sera-que-funciona/>. Acesso em: 12 abr. 2021.
FINALIZANDO
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Finalizamos nossa aula com um case bem interessante da empresa
Varefull e suas lojas de varejo que incorporaram também as funções de centros
de distribuição.
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REFERÊNCIAS
_____. Canais de marketing: uma visão gerencial. São Paulo: Atlas, 2002.
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CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
AULA 3
CONTEXTUALIZANDO
3
TEMA 1 – INTEGRAÇÃO DAS OPERAÇÕES
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1.5 Variedade
1.6 Disponibilidade
1.8 Logística
5
• Informações: geradas com base nas solicitações da produção e/ou
vendas. Iniciam os processos de abastecimento da linha de produção e
as entregas ao cliente final;
• Armazenagem/Estocagem: acontecem em todos os pontos da cadeia e
deve-se buscar os níveis mínimos para gerar os menores custos. O ideal
é trabalhar com o JIT na cadeia de suprimentos;
• Transporte: responsável por levar os materiais de um ponto a outro na
cadeia, com base nas informações recebidas (de prazos, quantidades e
locais). Possui 5 modais para serem operacionalizados. Boa parte dos
custos logísticos estão alocados neste item.
Se existe uma área bem sensível aos impactos do ciclo de vida dos
produtos essa área é a distribuição física de produtos. Embora esse assunto
esteja presente em outras disciplinas do curso, é nos canais de distribuição que
qualquer avaliação do ciclo de vida de um produto realizada de forma ineficaz
pode causar prejuízos enormes às empresas. Imagine uma grande empresa que
comercializa smartphones, por exemplo, e que, em função dos grandes
descontos propiciados pelos fabricantes para compras em grande volume,
decida adquirir um lote enorme de determinado modelo de celular. Como se trata
de um produto que está em constante e rápida atualização tecnológica, muitas
vezes o ciclo de vida de um aparelho celular não é muito longo. Suponha que a
empresa tenha fechado um contrato de compra que suportasse cinco anos de
venda de determinado modelo, no entanto, após o terceiro ano, surge uma nova
tecnologia e o consumidor passa a consumir o produto de um concorrente.
Provavelmente, nesse caso fictício, o ciclo de vida do produto estaria próximo ao
fim, porém, pelo volume adquirido, ainda restavam dois anos para venda do
produto que já não oferecia nenhum atrativo aos consumidores.
Isso significa um nível de estoques altíssimo, prateleiras lotadas e um
grande problema para resolver, provavelmente envolvendo um grande prejuízo.
Entender o comportamento do mercado, conhecer detalhadamente o nível de
6
estoques dos produtos é primordial para estimar de forma mais precisa quando
um produto deixará de ser interessante para o consumidor.
Conforme Chiavenato (2014, p. 108):
Mas se é tão perceptível o fim do ciclo de vida dos produtos, por que as
empresas ainda cometem erros ao prever o fim de vida de um produto?
Um dos motivos seria o não acompanhamento e a falta de integração
entre os departamentos e funções envolvidos nesse processo. O departamento
de marketing deve promover estudos e reuniões no intuito de entender o
mercado e suas movimentações. A logística pode sinalizar à empresa o custo
logístico de produtos que efetivamente estão encalhados em estoques. O
7
mesmo vale para o setor de finanças, que deve ter claro o quanto de dinheiro
está parado dentro das lojas e centros de distribuição.
Mas para entendermos melhor esses aspectos, que tal conhecermos cada
fase do ciclo de vida dos produtos e suas respectivas características?
8
2.3 Fase 3 – Maturidade
9
São vários os motivos dessa queda. Você pode até estar pensando: “eu
conheço alguns produtos da época da minha infância e que continuam em alta
até hoje”. Sim, eles existem, no entanto nem todos possuem essa mesma
longevidade, e um dos motivos pode ser a mudança de tecnologia: a indústria
fonográfica mudou totalmente suas operações em função da substituição dos
compact discs (CDs) pelos aplicativos de músicas (streaming de música). O
declínio de vendas foi inevitável, atingindo, entre outros, os fabricantes e os
distribuidores.
Saiba mais
Em uma tradução direta, trade marketing em português seria algo como
marketing comercial. Trade marketing é uma área do marketing que tem como
objetivo otimizar as vendas da empresa integrando setores da própria empresa
como os canais de distribuição e o ponto de venda.
10
marketing. Com base em seus conhecimentos em marketing, esse profissional
tem a função de acionar os pontos de vendas, os canais de distribuição e obter
as informações para que sejam trabalhadas com outros departamentos da
empresa, entre eles a produção, a logística e os departamentos comercial e de
marketing, entre outros. Conforme Brasil e Pansonato (2018, p. 89), o trade
marketing tem como premissa coletar as informações com os clientes e
estabelecer a forma como eles serão atendidos, repassando essas informações
para logística e para a produção.
O trade marketing trabalha basicamente com informações que devem ser
cuidadosamente lapidadas e disseminadas aos departamentos envolvidos e com
base nelas propor as melhorias nos canais de distribuição e pontos de venda
com o objetivo de otimizar as vendas. A logística, como um dos atores principais
desse processo, deve ficar atenta para que haja eficiência e eficácia nos canais
de distribuição.
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características que deixam em desvantagem o modal rodoviário em relação aos
outros modais, conforme o Quadro 1.
Modal Rodoviário
Mercadoria Qualquer
Infraestrutura Investimento Baixo
Manutenção Elevado
Nível de tempo de transporte Média
Distância indicada Até 500 Km
Eficiência energética Baixa
Segurança Baixa
Flexibilidade Muita
Fonte: Brasil; Pansonato, 2018, p. 92.
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Quadro 2 – Características do modal ferroviário
Modal Ferroviário
Mercadoria Baixo valor agregado
Infraestrutura Investimento Elevado
Manutenção Baixo
Nível de Tempo de transporte Médio
Distância indicada Acima de 500 Km
Eficiência energética Elevada
Segurança Média
Flexibilidade Pouca
Fonte: Brasil; Pansonato, 2018, 93.
Modal Dutoviário
Mercadoria Baixo valor agregado
Infraestrutura Investimento Elevado
Manutenção Baixo
Nível de tempo de transporte Alta
Distância indicada Longas
Eficiência energética Elevada
Segurança Alta
Flexibilidade Quase zero
Fonte: Brasil; Pansonato, 2018, p. 99.
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4.4 Modal aquaviário
Modal Aquaviário
Mercadoria Qualquer
Infraestrutura Investimento Médio
Manutenção Médio
Nível de tempo de transporte Baixa
Distância indicada Médias a Longa
Eficiência energética Média
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Segurança Alta
Flexibilidade Pouca
Fonte: Brasil; Pansonato, 2018, p. 95.
Modal Aeroviário
Mercadoria Alto valor agregado
Infraestrutura Investimento Elevado
Manutenção Médio
Nível de tempo de transporte Alta
Distância indicada Médias a longas
Eficiência Energética Média
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Segurança Alta
Flexibilidade Média
Fonte: Brasil; Pansonato, 2018, p. 98.
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Figura 5 – Combinações multimodais no percurso Paris – Detroit
TROCANDO IDEIAS
Saiba mais
O Programa BR do Mar, elaborado pelo governo, tem como objetivo
equilibrar a matriz de transportes, que hoje é eminentemente dominada pelo
modal rodoviário. Acesse o link a seguir para conhecê-lo:
GOVERNO envia proposta do programa BR do Mar ao Congresso
Nacional. Gov.br, 11 ago. 2020. Disponível em: <https://www.gov.br/pt-
br/noticias/transito-e-transportes/2020/08/governo-envia-proposta-do-
programa-br-do-mar-ao-congresso-nacional>. Acesso em: 15 mar. 2021.
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Mas o que está em jogo não é a briga entre os modais para se definir qual
é o melhor, e sim verificar qual combinação de modais é mais eficiente e eficaz.
Saiba mais
Acesse o link a seguir e leia o artigo “A matriz de transportes no Brasil à
espera dos investimentos”, que traz informações importantes sobre nossa matriz
em comparação com as de outros países.
ALVARENGA, H. Matriz de transportes do Brasil à espera dos
investimentos. ILOS, 221 ago. 2020. Disponível em:
<https://www.ilos.com.br/web/matriz-de-transportes-do-brasil-a-espera-dos-
investimentos/>. Acesso em: 15 mar. 2021.
NA PRÁTICA
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FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
AMAZON recebe autorização para testar entregas por drones nos EUA. G1, 31
ago. 2020. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2020/08/31/amazon-e-
autorizada-a-testar-entregas-por-drones-nos-eua.ghtml>. Acesso em: 15 mar.
2021.
21
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
AULA 4
CONTEXTUALIZANDO
2
estratégico, agindo intuitivamente. Nesse caso, a possibilidade de fracasso é real
e eminente.
Foi o que ocorreu com a empresa CediLog (nome fictício). Dois sócios já
trabalhavam na operação de uma grande empresa logística, quando perceberam
que havia uma oportunidade de empreender dentro daquilo que seria a
especialidade de ambos: processos logísticos.
A dupla buscou terrenos para a construção de um galpão de estrutura
média, nas proximidades da região em que pretendiam atuar. Encontrado o
terreno, ao qual foi destinada parte das economias dos empresários, partiram
para a elaboração do projeto e a construção do galpão, atendendo a todos os
requisitos legais. Submeteram-se a um financiamento para cobrir parte dos
gastos com a construção e literalmente colocaram a “mão na massa”.
Já no início da construção, algo chamou a atenção do engenheiro civil
responsável pela obra: o solo no local escolhido não tinha rigidez, e assim seria
necessário reforçar as estacas e o próprio piso, o que demandou um gasto extra,
que pesou muito no orçamento dos empresários. Como se trata de um armazém,
o piso tem que ser suficientemente resistente para acomodar e suportar os porta
paletes e os produtos.
Vencida essa barreira, a construção do galpão foi de “vento em popa”. Já
em condições de operar, com todos os alvarás obtidos, passaram ao trabalho de
prospetar novos clientes, conforme o planejado. O local escolhido ficava em uma
área mista, entre zonas urbanas e rurais. A ideia dos sócios era utilizar o CD
(Centro de Distribuição) para armazenamento, fazendo a distribuição para toda
a região.
Nas primeiras negociações com alguns clientes, um entrave começou a
dificultar as transações comerciais: o custo do frete cobrado pelos
transportadores. O acesso ao local era muito bom, com ótimas estradas, porém
o custo de pedágio era altíssimo. Eles já haviam pensado em uma alternativa de
roteirização para os caminhões que se dirigiam ao CD: uma estrada vicinal, que
não era como uma autoestrada, mas apresentava boas condições de tráfego,
embora resultasse em um pequeno acréscimo de tempo no percurso. Porém, os
sócios não previram um detalhe: essa estrada vicinal passava por baixo de um
viaduto, cuja altura não possibilitava o trânsito de caminhões de determinado
porte, forçando a utilização de veículos menores, o que demandaria uma maior
quantidade de veículos, mais motoristas e mais gasto com combustível.
3
Bom, para solucionar todos esses problemas, a CediLog teve que ajustar
seus custos, o que impactou diretamente no lucro e no resultado financeiro
previsto.
Esse caso, de forma bem resumida, apresenta algumas falhas nas
estratégias de localização de centros de distribuição, que poderiam ter sido
evitadas se os empreendedores tivessem utilizado técnicas para a localização
de armazéns.
Nesta aula, veremos tais técnicas, e muito mais! Vamos juntos!
4
regiões mais densas, podem direcionar a uma outra característica, que
veremos em seguida.
• Caraterísticas econômicas: talvez uma das características mais
preponderante ao tomar uma decisão sobre a distribuição de produtos.
Muitas vezes, as características geográficas são deixadas em segundo
plano, em detrimento de características econômicas. As características
econômicas, como o próprio nome sugere, levam em consideração os
custos envolvidos nas operações logísticas de distribuição. Muitas vezes,
grandes empresas desenvolvem centros de distribuição em locais
relativamente longe dos principais pontos de venda. Acesso à malha
viária, incentivos fiscais das localidades acolhedoras, facilidade na
compra de terrenos, entre outros, são aspectos que pesam na decisão de
optar pelas características econômicas. Empresas de grande porte, como
a Boticário, por exemplo, montam centros de distribuição não exatamente
na principal região de consumo, mas em locais periféricos. No caso do
Grupo Boticário (2021), os centros de distribuição estão divididos em
quatro grandes regiões, mas nenhum deles está localizado em uma
capital: Registro (SP), Varginha (MG), Serra (ES) e São Gonçalo dos
Campos (BA).
• Características culturais: você pode até estar pensando: mas como
essas características influenciam na distribuição de produtos?
Dependendo do mercado a ser explorado para distribuição, a influência é
enorme. Portanto, as características culturais levam em consideração
características culturas das localidades em que o produto será distribuído.
Ainda no segmento de cosméticos, temos o caso da empresa Natura, que
enfrentou dificuldades com características culturais no processo de
expansão de vendas de seus produtos em países da América do Sul a
partir do ano de 1982. Entre as dificuldades enfrentadas, estava a baixa
familiaridade de consumidores de alguns países com vendas porta a
porta, prática que não tinha aderência à cultura de alguns locais. Fica claro
que, no desenvolvimento dos canais de distribuição, deve-se levar em
condição, além das características geográficas e econômicas, as
características culturais.
5
TEMA 2 – ESTRATÉGIAS DE LOCALIZAÇÃO PARA CDS
6
consumidores mais exigentes, além de suprir as vendas por e-commerce, é
necessário que os centros de distribuição apresentem alguns recursos:
• Disponibilidade de fornecedores
• Legislação ambiental
• Geopolítica
• Impostos
• Força dos sindicatos
• Custos de construção
• Qualidade de vida na região
7
Para não ficar apenas na subjetividade, todas essas variáveis podem ser
inseridas em uma matriz de decisão, com o estabelecimento de peso e nota para
cada variável. Segue a seguir um exemplo resumido de uma matriz de decisão
utilizando apenas um avaliador (o ideal é que ter mais).
8
C1 250 5,00 500 600
C2 400 4,00 600 600
C3 150 6,00 400 500
C4 350 5,00 200 400
C5 150 4,00 200 200
Gráfico 1 – Distâncias
Y (Km x 100)
F1 C1 C2
6 R
F2 C3
5 R
4 C4
2 R
C5 F3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 X (Km . 100)
9
625.000 1.250 750.000 1.250
960.000 1.600 960.000 1.600
360.000 900 450.000 900
350.000 1.750 700.000 1.750
120.000 600 120.000 600
Finalizando, temos:
X= Ʃ x(1) / Ʃ x(2)
X= 382,5 km
Y= Ʃ y(1) / Ʃ y(2)
Y= 469,0 km
Inserindo os dados de “X” e “Y” no plano cartesiano, podemos visualizar
a posição calculada.
F1 C1 C2
6 R
F2 C3
Y 5 R
4 C4 Localização
calculada
3
2 R
C5 F3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 X (Km . 100)
X
Localização de centros de
distribuição
11
Os exemplos da tabela são apenas alguns entre os vários trade-offs
diários nos processos de distribuição logística. O profissional que atua na
logística de distribuição deve estar preparado para entender esse perde-ganha
dos processos, tomando decisões mais eficazes, com base nas ferramentas
apresentadas nesta disciplina.
12
• entrega em domicílio, de produtos comprados nas lojas de varejo ou pela
internet;
• distribuição de produtos dos centros de distribuição para lojas de varejo;
• distribuição de bebidas em bares e restaurantes;
• distribuição de dinheiro para caixas eletrônicos de bancos;
• distribuição de combustíveis para postos de gasolina;
• distribuição de artigos de toalete (toalhas, roupas de cama etc.) para
hotéis, restaurantes e hospitais;
• coleta de lixo urbano;
• entrega domiciliar de correspondência (atualmente com baixa demanda).
13
determinada região, atendendo vários clientes (paradas). Os pontos de
distribuição com as quantidades estão representados na Figura 1. A Fênix tem
veículos com capacidade máxima para 20 mil unidades. Em função do tipo de
produto, a distribuição tem de ser diária. O objetivo é determinar quantos roteiros
(veículos) serão necessários para atender a demanda.
Conforme as etapas descritas, trace uma linha a partir do depósito (nesse
caso, uma linha horizontal no sentido da esquerda para a direita), crie uma cópia
dessa reta e comece a girá-la até atingir uma quantidade próxima de 20 mil
unidades. Ao conseguir essa quantidade, encerre um roteiro e comece outro,
com a mesma regra.
Suponha que você seja responsável por distribuir determinado tipo de
produto, e que sua frota é composta por veículos que conseguem transportar 20
mil unidades individualmente. No roteiro por varredura, os veículos são
“carregados” a partir de uma varredura por giro, até completar 20.000 unidades
ou algo próximo a isso, sem superar o limite estabelecido, conforme a figura.
Figura 1 – Roteirização
TROCANDO IDEIAS
A logística é um setor da economia que, nos últimos anos, tem sido posto
à prova constantemente. A forma como o consumidor faz compras, muitas vezes
15
migrando da loja física para o comércio eletrônico, tem proporcionado novos
desafios à logística. Cada vez mais, as entregas são pulverizadas; ou seja, em
vez de as transportadoras entregarem cargas para grandes magazines, hoje elas
fazem muitas entregas individuais. Assim, há maior quantidade de entregas
conhecidas como last mile (última milha), feitas ao consumidor final.
Essa alteração na forma de distribuir produtos e serviços impacta
diretamente a logística urbana.
NA PRÁTICA
Cidades
Cidades
Distâncias em Km
16
Utilizando a diferença entre o percurso maior e o menor, calcule qual será
a redução de custo anual considerando os seguintes dados:
FINALIZANDO
17
REFERÊNCIAS
18
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
AULA 5
2
CONTEXTUALIZANDO
3
economia do país e do mundo, para que se possa tomar as decisões corretas no
tempo certo.
4
Recebimento do pedido (entrada): refere-se ao registro da venda.
Nesse momento são processados os dados do pedido, tais como: tipo, peso,
tamanho, variedade, customizações, prazo e local de entrega e valores
cobrados.
Fabricação e/ou verificação de disponibilidade: dependendo do
produto, se estiver disponível em um centro de distribuição, é necessário a
verificação do item solicitado em estoque, sua possível baixa no estoque e a
geração da necessidade ou não de reposição. Em caso de fabricação, envolve
uma série de processos, por exemplo: aquisição de matéria-prima, envolvimento
de recursos humanos, insumos, equipamentos disponíveis, entre outros.
Separação: atividades de busca e retirada dos produtos armazenados,
sejam eles na indústria ou em um centro de distribuição, podendo ser de forma
automatizada ou manual. Destacam-se as atividades de picking, embalagem e
unitização, que veremos posteriormente.
Entrega: parte final da distribuição física que tem sido decisivo na escolha
de um fornecedor e detrimento de outros. Para definir o prazo de entrega, devem
ser considerados os tempos de todos os processos envolvidos.
Conforme Brasil e Pansonato (2018, p. 156), seguem algumas atividades
fundamentais para manter o nível de serviço requerido pelo cliente:
Roteirização: estabelecimento do melhor caminho a ser percorrido;
Documentação: atender a legislação quanto aos documentos de
transporte e entrega;
Registros: cargas específicas podem exigir registros especiais, por
exemplo, ambiental;
Identificação da embalagem e do modal: embalagem do produto e
paletes, por exemplo, devem estar muito bem identificados. Cargas vivas e
perigosas, por exemplo, devem ser identificadas;
Relatório para acompanhamento e pós-venda: devem conter
informações relevantes para a efetivação da entrega (prazo de entrega e
atividades de pós-venda, por exemplo). Devem também possibilitar a
rastreabilidade da mercadoria para disponibilizar ao cliente.
O comércio eletrônico vem crescendo de forma vertiginosa e esse
crescimento se intensificou no ano de 2020, atingindo um crescimento em torno
de 53,83% em relação ao ano anterior (E-commerce, 2021). Para atender a essa
modalidade, algumas atividades específicas são realizadas simultaneamente no
5
processo de atendimento do pedido. Conforme Turban et al. (2012), citado por
Stefano e Zattar (2016, p. 230), as seguintes etapas são necessárias:
6
TEMA 2 – CONCEITO E MODELOS DE PICKING
7
Picking Discreto: nesse processo, cada operador é responsável por
atender um pedido por vez, realizando a coleta dos produtos descritos no pedido,
tal qual fazemos quando temos uma lista de compras em um supermercado.
Portanto, um único responsável utiliza apenas um documento para cada ordem
de separação de produtos.
Picking por Zona: nesse método de picking, os pontos de armazenagem
são divididos por zona ou seção. A cada seção é destinado um operador
específico, que busca a quantidade determinada de itens do pedido relativos à
sua seção e faz a separação. Se o pedido estiver finalizado, segue para
embalagem e expedição, caso contrário, segue para a próxima seção até o
fechamento final. Esse método agiliza a coleta, pois geralmente o operador
conhece bem as mercadorias e a localização. Caso típico de aplicação são os
grandes varejistas de materiais de construção, que possuem setores específicos
para picking: pisos, material elétrico, esquadrias de alumínio etc.
Picking por lote: método em que o separador espera o acúmulo no
volume das encomendas para iniciar a coleta, realizando a coleta de um lote de
produtos para dividir entre todos os pedidos, reduzindo bastante a
movimentação dos operadores com poucos a transportar, tornando o processo
mais eficiente. Esse método exige um planejamento mais detalhado.
Picking por onda: bem similar ao picking discreto, difere no sentido de
acumular pedidos a serem separados por turno.
Bom, descrevemos acima alguns métodos de picking no que diz respeito
ao processo a ser utilizado, levando em consideração o picking manual.
Créditos: tynyuk/Shutterstock.
Voice picking: nesse caso a orientação a respeito de qual item deve ser
retirado de uma prateleira, por exemplo, ocorre por meio de um comando de voz.
Picking automatizado: similar ao picking automatizado no que diz
respeito à utilização de um sistema informatizado, porém com a retirada do
produto da prateleira realizada por robôs.
A tecnologia embarcada tem proporcionado eficiência e eficácia aos
processos logísticos, em especial aos processos de picking, que podem ser
homem ao produto, produto ao homem ou picking misto.
Créditos: tynyuk/Shutterstock.
9
veículo (caminhão, por exemplo) da expedição está aguardando a consolidação
da carga. Trata-se de uma forma de adicionar eficiência ao transporte, ao utilizar
o espaço disponível no veículo da melhor maneira possível, admitindo vários
tipos de produtos, desde que, é claro, tenham alguma similaridade quanto ao
tipo de carga, ou seja, não misturar cargas refrigeradas com cargas de produtos
eletrônicos e vice-versa.
Bom, mas para que as cargas estejam prontas para consolidar, é
necessário que elas estejam devidamente embaladas e unitizadas. Embora seja
um tema bem explorado em disciplinas que tratam de princípios de manuseio de
materiais, a unitização de cargas tem influência direta na distribuição física.
Créditos: tynyuk/Shutterstock.
10
Figura 4 - Exemplo de unitização de carga com palete
Créditos: topae/Shutterstock.
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Quadro 1 - Formas de unitização
Créditos: Pixelica21/Shutterstock.
Créditos: Mr. Kosal/Shutterstock.
Créditos: Natalya Lys/Shutterstock.
13
Quadro 2 - Sistemas de embalagens e suas áreas
Créditos: tynyuk/Shutterstock.
15
Figura 5 - Exemplo de desconsolidação e consolidação de cargas no cross-
docking
16
De uma forma geral, as vantagens desse sistema são:
Créditos: tynyuk/Shutterstock.
17
todo o procedimento de separação dos produtos (picking), embalagem,
unitização de carga (se necessário) e a entrega.
Segue abaixo um resumo do mapeamento dos processos de dropshipping
(Vicente, 2018):
Créditos: MaDedee/Shutterstock.
18
• Pagamento aprovado por meio de um ERP (Enterprise Resource
Planning), ou Planejamento de Recursos Empresariais;
• Separação do produto com auxílio do WMS (Warehouse Management
System), ou Sistema de Gerenciamento de Armazéns;
• Despachado por meio do TMS (Transportation Management System), ou
Sistema de Gerenciamento de Transporte;
• Entregue (TMS) por meio do TMS (Transportation Management System),
ou Sistema de Gerenciamento de Transporte.
TROCANDO IDEIAS
A forma de consumo tem se alterado muito nos últimos anos. Cada vez
mais as pessoas têm procurado fazer as compras pela internet, por meio do e-
commerce, e isso tem impactado diretamente os processos logísticos. No início
das compras por meio do comércio eletrônico no Brasil, vendia-se basicamente
livros e CDs. Hoje, os CDs já são coisas do passado e os consumidores têm
procurado os mais diversos tipos de produtos pela internet: smartphones,
notebooks, TVs, utensílios domésticos, roupas, mantimentos e comidas prontas,
entre outros. Essa entrega fracionada faz com que os processos de picking
sejam cada vez mais exigidos. A utilização da tecnologia adequada às
exigências do cliente e aos processos logísticos pode ser um diferencial positivo
para as empresas.
Saiba mais
Para saber um pouco mais sobre esse assunto, acesse o link e boa leitura
(aprox. 10 min. de leitura)! Disponível em:
<https://www.mecalux.com.br/blog/picking-ecommerce>. Acesso em: 8 jun.
2021.
19
NA PRÁTICA
Saiba mais
Leitura:
<https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/visita-tecnica-amazon-
fulfilment/>. Acesso em: 8 jun. 2021.
FINALIZANDO
Aprendemos nessa aula que, por não ter uma participação expressiva nos
custos logísticos, o processamento de pedidos muitas vezes é relegado a um
plano secundário. Após essa aula você é capaz de entender a importância do
processamento do pedido, pois tudo começa com ele, sendo uma atividade
primária dentro da logística.
Você está apto a entender os modelos de picking e como aplicá-los nos
processos de distribuição logística. Trabalhamos nessa aula o conceito de
consolidação de cargas e as funções das embalagens.
Para finalizar, dois conceitos que impactam diretamente a distribuição
foram trabalhados nessa aula: o cross docking e o dropshipping. Agora você já
está preparado para desenvolver projetos nessas áreas de conhecimento
logístico.
Até mais!
20
REFERÊNCIAS
22
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
AULA 6
2
• Avaliação dos Processos de Distribuição;
• SLA e TMA de entrega;
• Melhoria Contínua Aplicada à Distribuição Logística;
• Tendências na distribuição.
CONTEXTUALIZANDO
Sun Tzu foi um general chinês que viveu no século IV a.C. e que, no
comando do exército real de Wu, acumulou inúmeras vitórias, derrotando
exércitos inimigos e capturando seus comandantes. Foi um profundo
conhecedor das manobras militares e escreveu a obra A Arte da Guerra,
ensinando estratégias de combate e táticas de guerra. Embora os objetivos de
Sun Tzu fossem militares, havia desde aquela época uma preocupação com
alguns elementos da logística, tais como prover suprimentos para as tropas
(alimentação, armas, munição etc.), armazená-los e distribui-los de maneira
eficiente e eficaz. Esse cuidado com a logística de suprimentos para as tropas
era considerado por Sun Tzu uma das estratégias para o sucesso em uma
guerra.
Mas o que tudo isso tem a ver com a logística de distribuição? Quase tudo.
Uma tropa mal assistida quanto aos suprimentos necessários na quantidade, na
qualidade, no local e no tempo necessários pode entrar em colapso e,
consequentemente, perder uma guerra. Fazendo um comparativo com as
empresas, respeitando suas diferenças, uma organização pode perder a salutar
“guerra” com seus concorrentes devido a uma logística mal gerida.
Cada vez mais os processos logísticos têm influenciado positiva e
negativamente o desempenho das empresas. Por exemplo, um navio encalhado
por alguns dias no canal de Suez, no Egito, por onde transita cerca de 12% de
todo o comércio global, já é um estopim para causar sérios problemas logísticos
a uma quantidade enorme de empresas. Embora seja um evento isolado, suas
consequências não devem ser negligenciadas.
Nesta aula, trataremos de elementos que nos direcionam a compreender
se as estratégias definidas estão obtendo sucesso por meio dos indicadores de
desempenho. Afinal, para vencer uma guerra, além de um bom conjunto de
estratégias, é preciso que haja uma boa execução.
3
TEMA 1 – INDICADORES-CHAVE DE DESEMPENHO DE DISTRIBUIÇÃO
4
Crédito: tynyuk/Shutterstock.
Ficção Realidade
Medir aquilo que é importante e
Preciso medir tudo
relevante para os negócios da empresa
Preciso gerar todas as Nem sempre quantidade é sinônimo de
informações, de forma exaustiva e qualidade. Muitas vezes, a precisão não
precisa é a exigida para a tomada de ação
5
Primeiro, vamos medir e, depois, O processo deve ser o inverso, ou seja,
ver o que faremos com as é preciso saber o que deve ser medido
medidas
Só vamos gerar indicadores Medir o que dá não melhora o sistema
daquilo que possuímos de coleta de informações, podendo
informações deixar lacunas importantes sem medir
Preciso de um sistema de Se, por acaso, não houver
informática perfeito automatização na disponibilização de
dados, busque-os de forma manual
Fonte: Pansonato, 2021, com base em Pavani Junior; Scucuglia, 2011, p. 259.
6
Quadro 3 – Elementos do serviço básico e medidas de desempenho
Além dos elementos acima, outro elemento muito importante deve ser
considerado em nossos estudos: a comunicação. Item que tem se tornado cada
vez mais significativo nos dias atuais, principalmente pelo aumento exponencial
de consumidores que adquirem produtos pela internet. A seguir, temos um
quadro com informações sobre o elemento comunicação.
7
• OTIF: sigla em inglês de On Time In Full, que significa medir se todo o
ciclo do pedido está sendo atendido no tempo combinado e se o mesmo
está completo;
• Ruptura de Gôndola: é um indicador importante para quem gerencia o
canal de distribuição, uma vez que aferirá o tempo em que o produto não
fica disponível em prateleira para o consumidor final nos pontos de venda;
• Produtividade: definida como a relação entre o que foi produzido (ou
movimentado, no caso da distribuição) e os insumos utilizados para tal,
num determinado intervalo de tempo.
• Custo;
• Qualidade;
• Tempo;
• Valor agregado.
8
Quadro 5 – Exemplo de aplicação
melhor)
9
(valor empresarial agregado VEA) e não agregam valor, tampouco são
necessárias (valor não agregado VNA).
10
3.1 SLA
• Preço;
• Qualidade de serviço;
• Responsabilidades;
• Metas;
• Tempo de execução;
• Prazo de entrega.
• Volume de entregas;
• Prazo de entrega;
• Custo do serviço;
• Quantidade de produtos;
• Qualidade da entrega.
Muitos podem até dizer que ao inserir contratos para serviços de entrega,
estaríamos burocratizando os processos, mas isso não ocorre. Hoje, com o apoio
da tecnologia, esses acordos podem ser realizados virtualmente, por meio de
assinaturas eletronicas ou outras formas virtuais. O que deve ser levado em
consideração ao se elaborar um SLA de entregas é que, como já discutido no
tema sobre indicadores, é preciso ter informações mensuráveis, na medida do
possível.
13
A superprodução (ou, no caso da distribuição,
o "super pedido") ocasiona excesso de
Excesso de Estoque estoque, que gera necessidade de mais
espaço nos armazéns e dinheiro aplicado em
estoques
Alocação de produtos com maior demanda em
um centro de distribuição nas partes mais
Movimento Desnecessário altas das estantes porta paletes, ocasionando
movimentação desnecessária de
empilhadeiras e operadores
Erros na entrega (quantidade, tipo de produto)
provenientes de um sistema de picking sem
Defeitos (Retrabalho) padronização. Excesso de verificação
(retrabalho) de cargas já prontas para
expedição e posterior embarque
Não utilizar a capacidade intelectual dos
funcionários envolvidos nos processos
logísticos de distribuição. Geralmente, os
Desperdícios da criatividade
funcionários que atuam no setor são os que
humana
mais conhecem dos processos e conseguem
propor melhorias que agreguem alto valor a
eles e, consequentemente, aos clientes
Fonte: Pansonato, 2021.
14
4.1 Muda, Muri e Mura
15
Figura 1 – Integração Muda, Muri e Mura
Para finalizarmos esse tema (bem resumido, por sinal), será apresentado
um exemplo prático de um caso específico de um centro de distribuição em que
é possível, de forma bem simples, entender os conceitos de Muda, Muri e Mura.
Veja a figura 2 abaixo.
16
TEMA 5 – TENDÊNCIAS NA DISTRIBUIÇÃO
Se tem uma área que tem sido posta à prova nos últimos anos, essa área
é a logística. Na distribuição, no atendimento aos processos de exportação ou
no atendimento ao vertiginoso crescimento do e-commerce, a logística tem se
adaptado as novas tecnologias capitaneadas pela indústria 4.0. E é por meio da
indústria 4.0 que foram selecionadas algumas tendências na logística e na
distribuição para os próximos anos.
17
• Anticipatory Shipping (entrega antecipada): por meio de tecnologia de
inteligência artificial nas compras on-line é possível reconhecer os
padrões de consumo de um cliente fiel de uma empresa e permitir ao
sistema analisar e definir o processo de entrega antes da finalização da
compra. Empresas como a Amazon, por exemplo, já vem utilizando dessa
tecnologia;
• Same day delivery (full): consiste na entrega de um produto no mesmo
dia em que foi efetuada sua compra por meio do e-commerce, por
exemplo. Mais completo do que a entrega tradicional, esse modelo tem
atraído cada vez mais consumidores. Empresas como o Mercado Livre,
por exemplo, tem utilizado desse modelo e apresentado excelentes
resultados;
• Logística Lean: para se ter uma logística de distribuição eficiente e
eficaz, é necessário cada vez mais que os processos sejam enxutos. O
pensamento Lean, conforme estudado brevemente no tema anterior,
representa a união de esforços com o objetivo de eliminar os
desperdícios, aumentar a produtividade com agregação de valor ao
cliente e, consequentemente, reduzir o custo logístico.
TROCANDO IDEIAS
18
Saiba mais
E por falar em desafios, leia um breve texto sobre o desafio na distribuição
de vacinas no Brasil. Disponível em: <https://www.uninter.com/noticias/a-
logistica-e-o-desafio-da-distribuicao-de-vacinas>. Acesso em: 20 maio 2021.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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