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ESTRATÉGIA DE MARKETING
NA ERA DIGITAL
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possível, sendo obrigado a adquirir o que lhe era oferecido e a pagar o preço
exigido (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017).
Conforme o mercado foi se expandindo e criando concorrência em nível
global, o consumidor foi adquirindo maior poder na relação de compra, podendo
escolher entre várias opções e empresas. Os métodos de pagamento também
foram diversificados, abrindo maiores possibilidades de negociação de preços.
Atualmente, com o fenômeno das redes sociais o cliente pode interagir com
as marcas em tempo real e com o mesmo peso na relação de compra (Brown,
2017; Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017). Avaliações e comparações entre
produtos e marcas são facilitadas com a automação e tecnologia móvel e os meios
de pagamento estão cada vez mais seguros e ágeis, permitindo que o cliente
realize compras em poucos cliques e em qualquer lugar do planeta.
A seguir vamos tratar de um comportamento comum dos consumidores na
Era Digital e que vem sendo bastante explorado por acadêmicos e gestores: os
reviews.
1.1 Reviews
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(4 estrelas) (Kupor; Tormala, 2018). Por exemplo, em um serviço que foi avaliado
várias vezes com 5 estrelas, o consumidor irá ler os comentários e prestará mais
atenção nas avaliações com 4 estrelas. O poder de persuasão também vale para
as avaliações negativas. Esse resultado direciona a análise dos gestores para os
comentários que receberam 4 ou 2 estrelas para coletar informações de como
melhorar seus produtos (bens ou serviços).
Além disso, outros estudos forneceram evidências de que reviews mais
recentes (Lu; Wu; Tseng, 2018) e mais emotivos (Zablocki; Makri; Houston, 2019)
– sem exageros – também recebem mais atenção dos consumidores. No segundo
caso, quando os reviews são muito emotivos o cliente interpreta esse exagero
como forjado e, por isso, não deposita credibilidade na avaliação.
Por fim, também foram explorados a qualidade da avaliação (detalhes,
dados verídicos, emoções plausíveis, por exemplo) e a pessoa que avalia. No
primeiro estudo, foi concluído que a quantidade de comentários sobre um bem ou
serviço é superada pela qualidade da avaliação (Watson; Ghosh; Trusov, 2018).
Esse resultado pode ser explicado pois o consumidor consulta avaliações com o
objetivo de que elas o auxiliem na decisão de compras. Ou seja, se o comentário
contém elementos que me auxiliem a escolher ou rejeitar um bem ou serviço,
então o consumidor considera esse feedback útil. Já no caso do avaliador, foi
constatado que geralmente avaliadores bem ranqueados (influenciadores bem
conhecidos) têm impacto nas vendas. Entretanto, para produtos lançados
recentemente ou com opiniões divergentes, avaliadores medianos tendem a
influenciar mais as decisões dos consumidores. Isso porque, segundo os
pesquisadores, os avaliadores mais bem ranqueados têm o perfil de escrita mais
formal e menos emotivo que os avaliadores medianos, tonando os segundos mais
persuasivos nos casos específicos mencionados anteriormente (Yazdani;
Gopinath; Carson, 2018).
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2.1 Definição de valor
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2.3 Evolução do conceito de valor
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marketing influencia políticas públicas de proteção ao consumidor. Também
estudos sobre o marketing na internet e os efeitos da globalização nas decisões
de marketing também foram desenvolvidos (Wilkie; Moore, 2003). Portanto, nesse
período podemos ver que a importância do consumidor e das influências externas
(políticas públicas e concorrentes, por exemplo) à organização influenciam na
construção do valor.
II. Empresa
I. Valor criado III. O cliente é
considera
pela empresa e convidado a
apresentado ao
informações do
consumidor
participar da ...
cliente criação de valor
para criar valor
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O método Design Thinking foi pensado objetivando a disseminação da
inserção do cliente no processo de criação de ideias (Brown, 2017). Um elemento
chave desse método que promove a integração e colaboração do cliente é o
protótipo. Segundo Brown (2017), protótipos devem ser de baixo custo – para que
a empresa não se apegue a ideias – e devem ser utilizados em todas as fases do
processo de criação. Ainda, o Design Thinking estima que num futuro próximo o
poder do cliente na criação de valor será ainda superior, sendo esse autônomo e
determinante na criação de bens e serviços, por isso a reticências ao final da
Figura 1.
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• Fóruns: A função desse tipo de plataforma é conectar clientes diretamente.
Assim, o fluxo de serviços é facilitado. Nesse caso, podemos citar como
exemplo o aplicativo Blablacar®. O valor desse negócio digital está em
reduzir o custo de um cliente procurar alguém interessado em tomar ou
ceder carona em vários locais e de maneira desorganizada. Ou seja, seu
sucesso está em conectar partes de uma relação de troca (Perren;
Kozinets, 2018).
• Facilitadores: São espaços que permitem que partes possam fornecer
serviços aos potenciais clientes. O Mercado Livre® é uma plataforma
nacional que representa esse grupo de negócios. A proposta de valor
dessa configuração é fornecer mecanismos que permitam a troca de bens
e serviços de maneira categorizada (Perren; Kozinets, 2018).
• Pareadoras: Essas plataformas tem o objetivo de mediar o fluxo de serviço
entre partes. O valor desse tipo de negócio adotado pela Airbnb® e Uber®
está em providenciar a combinação entre as partes da troca, reduzindo
custos de pesquisa e tomada de decisão (Perren; Kozinets, 2018).
• Hub: Como o próprio nome sugere, esses espaços servem como
centralizadores na troca de bens e serviços, gerando fluxos bidirecionais
entre a plataforma e as partes. Como exemplo de tipo empresarial
podemos citar a Nexoos®, uma fintech que liga investidores a
empreendedores que precisam realizar empréstimos. O valor desse tipo de
negócio está em centralizar e padronizar os fluxos de serviço.
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A análise SWOT é um acrônimo das palavras Strengths, Weaknesses,
Opportunities e Threats. A SWOT consiste em avaliar o ambiente externo, para
elencar as oportunidades (Opportunities) e ameaças (Threats) presentes fora da
organização, e o ambiente interno, para identificar os pontos fortes (Strengths) e
fracos (Weaknesses) que a empresa tem ou precisa desenvolver para aproveitar
as oportunidades ou evitar e defender-se das ameaças do ambiente externo
(Mintzberg; Ahlstrand; Lampel, 2010).
4.1 Oportunidades
4.2 Ameaças
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exemplo, movimentações do concorrente em ofertar produtos de qualidade similar
ou superior ou regulamentação que torne inviável a prestação de um serviço. Além
disso, ação de marketing defensiva e planos de contingência devem ser
planejados e realizados para minimizar ou neutralizar os efeitos das ameaças
(Kotler; Keller, 2012).
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5.1 Estratégia de liderança em custo
Vantagem competitiva
Baixo custo Diferenciação
Alvo amplo
Liderança em
Diferenciação
Escopo competitivo
custo
Alvo estreito
Foco em
Foco em custo
diferenciação
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REFERÊNCIAS
LU, S.; WU, J.; TSENG, S. L. (ALLEN). How Online Reviews Become Helpful: A
Dynamic Perspective. Journal of Interactive Marketing, v. 44, p. 17–28, 2018.
MU, J. et al. Online group influence and digital product consumption. Journal of
the Academy of Marketing Science, v. 46, n. 5, 2018, p. 921–947.
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WILKIE, W. L.; MOORE, E. S. Scholarly Research in Marketing: Exploring the “4
Eras” of Thought Development. Journal of Public Policy & Marketing, v. 22, n.
2, 2003, p. 116–146.
YAZDANI, E.; GOPINATH, S.; CARSON, S. Preaching to the choir: The chasm
between top-ranked reviewers, mainstream customers, and product sales.
Marketing Science, v. 37, n. 5, 2018, p. 838–851.
ZABLOCKI, A.; MAKRI, K.; HOUSTON, M. J. Emotions Within Online Reviews and
their Influence on Product Attitudes in Austria, USA and Thailand. Journal of
Interactive Marketing, v. 46, 2019, p. 20–39.
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AULA 2
ESTRATÉGIA DE MARKETING
NA ERA DIGITAL
Saiba mais
Acesse o livro, digitando a palavra-chave “Análise e Pesquisa de
Mercado”, de Cleyton Izidoro (2015) na Biblioteca Virtual Pearson, e leia os
itens “Objetividade e Classificação da pesquisa de marketing”.
Dados primários são aqueles que têm origem direta da pesquisa, com o
objetivo de solucionar o problema de pesquisa (Izidoro, 2015; Malhotra, 2010).
Eles podem ter características qualitativas ou quantitativas.
A pesquisa para coleta de dados qualitativos tem aspecto exploratório e
baseado em amostras pequenas. Algumas técnicas de pesquisa qualitativa são
os grupos de foco, associação de palavras e entrevistas em profundidade
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(Malhotra, 2010). Esse tipo de dado busca responder perguntas como: “Como
eventos acontecem?”, “Por que acontecem?”, “Quem são os envolvidos?”, “Qual
o significado?”, entre outras (Creswell, 2007).
Já a pesquisa quantitativa é utilizada quando o objetivo é mensurar algum
evento ou estabelecer relações entre eventos. Esses dados devem ser coletados
com uma ampla amostra e submetidos a testes estatísticos (Izidoro, 2015).
Perguntas como: “Qual é o tamanho de determinado evento?”; “O evento x
impacta com que força no evento y?”; “Qual é a característica predominante de
grupos de respondentes?”, entre outras podem ser respondidas por pesquisas
quantitativas (Creswell, 2007).
Ambos os tipos de abordagem de coleta de dados primários (qualitativa e
quantitativa) podem ser combinados e terem fontes diversas como clientes,
concorrentes, fornecedores, agentes públicos, entre outros. Quando a coleta
desses dados é realizada de forma digital, sem contato direto com os
interessados, é necessário que o pesquisador/gestor se certifique de que a
pesquisa está sendo aplicada devidamente ao público alvo (Malhotra, 2010).
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saber quais foram os procedimentos de coleta desses dados também auxilia o
gestor a fazer essa pré-seleção.
A seguir, são apresentadas algumas sugestões de fonte de dados
secundários confiáveis que podem auxiliar os gestores de marketing a tomarem
suas decisões na Era Digital:
Vale ressaltar que apesar do nome “secundário” sugerir que venha após o
“primário”, é recomendado que sejam consultados primeiro os dados que já estão
disponíveis para estipular um problema de pesquisa (Izidoro, 2015). Dessa forma,
não serão coletados dados “primários” que já estão disponíveis e o problema de
pesquisa se torna mais eficiente.
Por fim, dados e informações isolados não auxiliarão na tomada de
decisão. É necessário agrupá-los e analisá-los adequadamente para que sejam
utilizados como suporte à decisão. É isso que veremos na próxima seção.
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2.1 Dados quantitativos
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garante sucesso na tomada de decisões. Duas questões centrais para que o Big
Data seja utilizado positivamente pela empresa são:
• coletar dados úteis;
• organizar os dados para que sejam acessíveis.
Dessa forma, o Big Data poderá servir de apoio à tomada de decisão
(Munhoz, 2017).
Uma vez que você dispõe de um grande volume de dados, os quais são
úteis e permanecem armazenados de maneira acessível, passamos para a fase
de análise. Com um grande volume de dados nas mãos, podemos cair na tentação
de relacionar diversos elementos chegando a correlações espúrias (Malhotra,
2010). Correlações espúrias são correlações que são encontradas
estatisticamente, mas que por si só, no mundo real, não fazem sentido. Por
exemplo, se eu vendo mais sorvetes, a venda de guarda-chuvas é reduzida. Neste
caso, um fator não explica diretamente o outro. Essa variação pode ser explicada
pelo aumento da temperatura, a qual aumenta a venda de sorvetes, mas reduz a
venda de guarda-chuvas.
Como trata-se de um grande volume de dados, é inevitável a utilização de
ferramentas específicas de análise e armazenamento. Por exemplo, o software
Excel não é adequado a esse tipo de base de dados. Ele não foi desenvolvido
para esse fim e não será capaz de processar relações entre variáveis de maneira
rápida. Ainda pensando em ferramentas da Microsoft Office, o aplicativo mais
adequado à análise de Big Data seria o Access. Ele é um banco de dados e foi
desenvolvido para esse fim.
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vieses, os resultados poderão gerar decisões equivocadas (Creswell, 2007),
prejudicando os negócios.
Na Era Digital, esse tipo de pesquisa pode ser útil na análise do conteúdo
de comentários e avaliações, bem como de vídeos e imagens. Para tanto, a
organização na análise dos dados é essencial. Documentar os elementos de
análise e categorizar elementos é uma forma de buscar essa organização.
Para que dados sejam utilizados para apoiar decisões, é necessário que
eles estejam organizados de forma que facilitem a interpretação dos tomadores
de decisão, bem como estejam atualizados. Para isso, na prática os dashboards
são utilizados.
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conhecimento moderado a avançado em Excel, pois será muito provável a
utilização de macros para agilizar a atualização do dashboard.
Saiba mais
Acesse o livro, digitando a palavra-chave “Administração de marketing” de
Kotler e Keller (2012) na Biblioteca Virtual Pearson e leia o item “Painéis de
monitoramento de marketing que aumentam a eficácia e a eficiência”.
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É uma recomendação que haja combinação desses indicadores. Por
exemplo, é recomendado que além da consciência da marca, seja mensurado
quantos dos consumidores conscientes efetivamente realizam a compra e
quantos indicam a marca para outros consumidores (Kotler; Kartajaya; Setiawan,
2017).
Na Era Digital, a mensuração do desempenho da área de marketing é
facilitada pela quantidade de ferramentas de pesquisa e coleta de dados. Mas o
desafio reside em integrar as diversas fontes de informação que compõem os
indicadores.
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5.1 Produtos substitutos ou similares
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concorrentes é verificar os clientes “perdidos” de sua base, entrando em contato
com aqueles que pararam de comprar com a empresa ou trocaram de fornecedor
para averiguar a motivação da decisão de mudança (Kotler; Keller, 2012).
Se a dúvida residir no processo de venda ou atributos de serviço, também
é possível que a empresa contrate “compradores misteriosos”, os quais serão
configurados como compradores potenciais do concorrente e relatarão seus
pontos fortes e fracos ao experimentarem um processo de compra de produtos
(Kotler; Keller, 2012).
Após as diversas orientações e exemplos práticos de pesquisas de
marketing e como elas podem auxiliar os gestores da área a tomar decisões,
posteriormente buscaremos fornecer insights sobre a gestão de marcas.
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REFERÊNCIAS
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AULA 3
ESTRATÉGIA DE MARKETING
NA ERA DIGITAL
Vimos na aula anterior que a fronteira dos setores tem diminuído e o uso
da internet aumentado a concorrência e a chance de marcas menores competirem
com grandes marcas. Nesse contexto, uma pergunta surge com frequência aos
gestores de marca: como devo gerir minha marca?
Num ambiente volátil, em que o consumidor tem grande poder de influência
no consumo e que diariamente diversas marcas começam a operar, surge o
desafio de se manter como uma marca de valor, capaz de conquistar o público-
alvo e trazer retornos financeiros para a empresa.
Vamos dedicar essa aula para entender os diversos aspectos da marca, os
desafios propostos na Era Digital e como as empresas podem agir para lidar com
essas dificuldades.
Uma marca pode ser manifestada pelo conjunto de nome, termos, sinais,
símbolos ou design, que tem por objetivo diferenciar a oferta de uma empresa de
seus concorrentes. As diferenças podem estar ligadas ao desempenho de
produto, de maneira mais funcional, ou ligadas a aspetos mais abstratos, como
emoções (Kotler; Keller, 2012).
Brand equity é, portanto, o valor atribuído à marca por meio dos bens e
serviços ofertados pela empresa (Fuentes-Blasco et al., 2017). É comum que
pesquisadores e gestores adotem o brand equity baseado no cliente. Nesse caso,
o valor da marca reside em como os consumidores “veem, leem, escutam,
aprendem, pensam e sentem sobre ela ao longo do tempo” (Kotler; Keller, 2012,
p. 260). Uma empresa tem brand equity baseado no cliente positivo se os
consumidores apresentarem comportamento favorável em relação à marca. Do
contrário, se os clientes reagem desfavoravelmente à marca podemos dizer que
o brand equity baseado no cliente é negativo.
Com isso, os profissionais de marketing trabalham na construção da marca
com o desafio de gerar experiências adequadas com os bens e serviços da
empresa para criar conhecimento de marca. A decisão do valor de marca parte
dos clientes que se baseiam na promessa de marca, a qual é a visão da empresa
sobre o que a marca deve significar (Kotler; Keller, 2012).
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1.1 Elementos que compõem o brand equity
Saiba mais
Acesse o livro, digitando a palavra-chave “Administração de marketing” de
Kotler e Keller (2012) na Biblioteca Virtual Pearson e leia o item “Modelos de brand
equity”.
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Apesar de estarmos falando sobre estratégias de branding, algumas
decisões táticas podem ter implicações no nível estratégico da marca, em como
ela é concebida e propagada na organização e para os stakeholders externos.
Essas decisões são descritas a seguir.
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Emocionalidade é a capacidade da marca de conectar-se
emocionalmente com seus consumidores, gerando ações favoráveis. Uma forma
de despertar emoções é pelo bom-humor. A Dove busca desenvolver esse
atributo, incentivando a questão da autoestima das mulheres e encorajando-as a
desenvolverem amor próprio e apreciarem sua verdadeira beleza.
Desenvolver o atributo de personalidade de marca não é tarefa tão
simples. Além de saber o que ela é e representa, também é necessário identificar
suas falhas e tomar responsabilidade por elas. A Toyota é reconhecida no mundo
inteiro pela qualidade dos automóveis que fabrica e pela sua durabilidade. Em
2018 e 2019 a empresa precisou reconhecer falhas nos airbags de diversos
modelos, gerando um dos maiores recalls da história da marca. Reconhecendo
um erro de fornecedor que passou pelo seu crivo de qualidade, a Toyota arriscou
a essência de sua marca, mas contornou a situação com a organização e
atendimentos dos veículos do recall.
O último, mas não menos importante atributo, é a moralidade. Essa
característica da marca envolve adotar padrões éticos e ter a coragem de fazer a
coisa certa. Dessa forma, as questões éticas se tornam as diretrizes para a
tomada de decisões na empresa. A Unilever é conhecida por suas campanhas de
desenvolvimento sustentável e diminuição de seus impactos sociais e ambientais,
desenvolvendo o atributo de moralidade.
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social. O marketing de conteúdo tem se mostrado uma ação mais eficaz para
atingir os consumidores, os quais buscam informações de maneira voluntária e
acabam consumindo conteúdo de marca.
Não podemos cair na tentação de tratar o marketing de conteúdo de
maneira tradicional, interrompendo a conexão do consumidor com o conteúdo
para inserir anúncios. É necessário que haja uma mudança na mentalidade dos
profissionais de marketing para reestruturar a forma de reforçar a mensagem de
marca sem gerar prejuízos no processo de consumo de conteúdo do cliente.
Existem outras decisões táticas com impacto na marca, mas no cenário
atual, o marketing de conteúdo e a antropomorfia de marca são as que mais geram
dúvidas nos profissionais da área. Como continuidade no assunto, seguimos
tratando sobre o posicionamento da marca.
Uma vez que sabemos sobre o mercado, sobre nossos clientes e já temos
uma estratégia de marca, agora precisamos entender sobre o posicionamento de
marca. O posicionamento é uma ação ou conjunto de ações de uma empresa com
o objetivo de expor sua oferta como um todo, de modo a ocupar um espaço
diferenciado na mente do consumidor (Kotler; Keller, 2012). A empresa precisa
realizar esse tipo de ação para maximizar suas vantagens competitivas e orientar
a estratégia de marketing. Além disso um posicionamento claro nos ajuda a
perceber a essência da marca e quais são os objetivos do consumidor que ela
ajuda a atingir.
Um posicionamento de marca adequado é aquele que consegue equilibrar
o que a marca é e o que ela poderia ser. Na Era Digital, conseguir diferenciar-se
dos concorrentes não é fácil, e transmitir um posicionamento de marca claro é
crucial na dinâmica das operações on-line (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017).
Como o posicionamento diz respeito ao espaço da marca na mente do
consumidor, quando este a compara com seus competidores, um dos passos mais
relevantes em direção ao posicionamento é identificar quais são os pontos de
diferença e de paridade em relação aos concorrentes.
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• Os pontos de paridade de categoria são atributos considerados
essenciais pelos consumidores, os quais tornam o bem ou serviço digno de
estar em determinada categoria. Ou seja, os clientes não considerariam
uma oferta que não apresente tais atributos. Por exemplo, no caso de um
meio de pagamento on-line, um atributo necessário é a segurança dos
dados, embora não seja uma condição diferencial. Devemos sempre nos
atentar a esse ponto de paridade devido à sua dinamicidade dada pela
movimentação da concorrência, dos avanços tecnológicos, alterações
regulatórias e tendências de consumo;
• Os pontos de paridade de concorrência são associações de atributos
capazes de anular elementos considerados como fraquezas da marca.
Esses pontos de paridade da concorrência podem tanto diminuir os efeitos
de diferenciação da marca de concorrentes como amenizar fraquezas da
própria marca. Dessa forma, se os consumidores percebem que o ponto de
desvantagem em relação aos concorrentes está próximo ao equilíbrio e
existem outros pontos em vantagem, a marca possui forte posição
competitiva.
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Essa mensagem deve esclarecer qual é a categoria do negócio, quais os limites
da marca e o que é exclusivo a ela. Ele também precisa ser simples, fácil de
memorizar. Por isso, a recomendação de ser curto, direto e com significado
positivo. Por fim, o mantra deve ser inspirador, ou seja, significativo para a maior
parte dos funcionários e parceiros da marca.
Lembre-se de que o mantra é uma ótima oportunidade para reforçar os
pontos de diferença da marca e a proposta de valor. A seguir, alguns exemplos
de mantras utilizados por empresas que você provavelmente deve conhecer:
Essas frases são mais que slogans. Elas passam os valores essenciais da
marca e reforçam seu posicionamento. No primeiro caso, quando a Havaianas
adotava esse slogan, ela queria passar o valor de que tinha modelos de sandálias
que agradavam a todos, com preço acessível, para todas as idades e ocasiões.
Isso quer dizer que os valores de inclusão e pertencimento são importantes para
seus consumidores e, portanto, para a marca. No segundo caso, a SBP demonstra
que sua marca é eficiente, porque mata os insetos e que, ao mesmo tempo, não
é prejudicial à saúde. Isso demonstra que a marca investe em um produto eficiente
e que preserve o bem-estar do consumidor.
Sabendo sobre o posicionamento da marca, nosso próximo assunto será
sobre o impacto da escolha de parceiros na marca.
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4.1 Como os consumidores interpretam alianças de marca
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de estratégia e posicionamento de marca pode ser construída a partir de diversas
possibilidades.
Entretanto, ambos os tipos empresariais enfrentam concorrentes grandes
em tamanho e com marcas com posicionamento sólido na mente dos
consumidores, bem como agressividade dos competidores (Sullivan Mort;
Weerawardena; Liesch, 2012).
Mas em face a essas dificuldades, como podemos criar uma estratégia de
marca de maneira estruturada a ponto dos pequenos negócios e startups
conseguirem competir com grandes empresas multinacionais? Kotler e Keller
(2012) também fornecem algumas orientações para nos ajudar nesses aspectos.
Devido à limitação de recursos, as pequenas empresas e empresas
iniciantes precisam ser criativas tanto na pesquisa de marketing quanto na
construção e disseminação da mensagem de marca.
Preferir pesquisas de marketing com baixo custo, utilizando a
criatividade. Métodos de pesquisa são infinitos e com a atuação on-line e as
diversas ferramentas gratuitas disponíveis no mercado as opções para se obter o
que necessitamos são diversas (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017). Aproximar-se
e abrir as portas para estudantes de universidades realizarem pesquisas é uma
alternativa. Entretanto, destacamos que a diversidade de métodos pode confundir
e desperdiçar recursos e tempo de pesquisa. Por isso, dedicar tempo para
estabelecer um problema de pesquisa claro é crucial para o sucesso da pesquisa
(Kotler; Keller, 2012).
Ter foco no desenvolvimento de poucas marcas e associações, mas
que sejam relevantes. Muitas vezes, na emoção de gerir o próprio negócio ou na
ânsia de que o negócio de certo, pequenas empresas e startups podem incorrer
no erro de querer desenvolver diversas marcas e atributos. Construir estratégia
de marca e posicionar-se de maneira eficaz no mercado são tarefas que exigem
esforço e dedicação. Por isso, é uma boa opção direcionar o desenvolvimento a
poucas marcas e associação de atributos fortes (Kotler; Keller, 2012).
Buscar integrar os elementos que agregam o valor de marca. Essa é
uma indicação não só pra pequenas empresas e startups, mas principalmente
para esses tipos empresariais. Vimos no tema 1.1 quais são os elementos que
compõem o brand equity. Individualmente, esses elementos já integram valor à
marca, mas em conjunto, eles apresentam comportamento sinérgico trazendo
potencializando seus efeitos no valor de marca (Kotler; Keller, 2012; Uggla, 2004).
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Estimular buzz e criar uma comunidade fiel à marca. É comum que
pequenas empresas e startups recorram à divulgação de marca por meio do “boca
a boca”. Algumas alternativas acessíveis são gerar movimentação em redes
sociais, criar campanhas de baixo custo e utilizar-se de relações públicas.
Também é importante focar na construção de uma comunidade fiel à marca, com
clientes que atuem como advogados de marca e propaguem sua mensagem às
suas redes de relacionamento (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017).
Criar associações secundárias (pessoas, lugares e objetos, por
exemplo). Como vimos anteriormente, ao associar pessoas, lugares, outras
marcas, objetos, entre outros fatores relevantes à marca, aproximamos o valor
desses elementos, favorecendo a valorização do brand equity. Essas associações
são especialmente favoráveis aos pequenos negócios e startups que precisam de
legitimidade frente ao público-alvo (Uggla, 2004; Washburn; Till; Priluck, 2004).
Nesta aula, portanto, você recebeu diversas informações sobre a gestão
de marcas na Era Digital. Com isso, você está preparado para começarmos a falar
da estratégia dos 4Ps e como esses elementos de marketing precisam ser
reformulados e atualizados para que as empresas enfrentem as mudanças da Era
Digital.
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REFERÊNCIAS
MCCARTAN-QUINN, D.; CARSON, D. Issues which Impact upon in the Small Firm
Marketing. Small Business Economics, v. 21, n. 2, p. 201-213, 2012.
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AULA 4
ESTRATÉGIA DE MARKETING
NA ERA DIGITAL
2
ou serviço. É nesse nível que a competição e o posicionamento de marca
acontecem em países emergentes. No curso de inglês, consideram-se produtos
esperados os professores capacitados, salas com energia elétrica, servidores que
não interrompam as videoaulas, materiais corretos e de fácil compreensão, entre
outros.
O produto ampliado corresponde ao conjunto de atributos responsáveis
por exceder as expectativas dos clientes. É nesse nível que, em países
desenvolvidos, se dá a competição e o posicionamento de marca. No curso de
inglês, pode ser um sorteio de computadores, smartphones ou intercâmbios, por
exemplo.
O quinto e último nível é o produto potencial. Todos os possíveis
incrementos e modificações que o bem ou serviço podem sofrer no futuro estão
reunidos nesse nível. É esse conjunto de atributos que a empresa busca descobrir
para satisfazer seus clientes de novas formas e diferenciar seu produto. A figura
a seguir apresenta a organização dos níveis de produto.
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produtos, temos o uso cada vez mais popular da cocriação de bens e serviços,
disseminado principalmente pelo método do design thinking (Brown, 2017).
Por meio da cocriação, os clientes são convidados a participar da
concepção do produto, aumentando suas chances de sucesso (Kotler; Kartajaya;
Setiawan, 2017). Além disso, a alta capacidade de personalização e customização
permite que o produto atinja níveis de produto localizados mais ao extremo do
diagrama apresentado na figura anterior, aumentando as possibilidades de
diferenciação.
Saiba mais
Acesse o livro Administração de marketing, de Kotler e Keller (2012),
disponível na Biblioteca Virtual Pearson, e leia os itens “Diferenciação de
produtos” e “Diferenciação de serviços” nas páginas 351 a 354. Para acessar,
basta digitar como palavra-chave o título do livro.
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Agora que já vimos características do produto que as empresas precisam
considerar na Era Digital, vamos entender qual é a relação entre os produtos e as
marcas.
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o produto. A embalagem é crucial para construir a primeira imagem do cliente no
seu contato com a marca.
Precisamos destacar que algumas tendências de mercado devem ser
consideradas no projeto de embalagem. O aumento do self service (autosserviço)
exige que as embalagens sejam atraentes e que contenham informações sobre o
produto. O poder aquisitivo do público-alvo merece atenção, uma vez que a
embalagem gera custos e produtos podem perder a viabilidade caso sejam caras
ou perder o interesse caso sejam baratas demais. A embalagem também pode
informar os consumidores sobre o posicionamento em relação à tecnologia. Uma
embalagem tecnológica, além de apresentar novidades, deve facilitar o uso do
produto por parte do cliente. Ademais, a embalagem é o primeiro contato do
cliente com a marca, e por isso deve ser uma oportunidade para conquistá-lo.
O rótulo é um componente distinto da embalagem, apesar de semelhantes.
As funções desse elemento são: identificar, classificar, descrever e promover o
produto. Precisamos sempre nos atentar à legislação dos rótulos em termos de
informações sobre o produto, pois elas são cruciais para a regularização do
produto e alteram-se dependendo do ramo. Com a disseminação do pensamento
sustentável, muitas empresas têm optado pela impressão do rótulo diretamente
na embalagem com o objetivo de eliminar o uso de plástico.
Mas na Era Digital, os elementos de embalagem e rótulo se mantêm? A
resposta a essa pergunta é: sim! Perceba que a definição simplista da embalagem
é armazenar o produto, e o rótulo é de informar diversos aspectos do produto. No
caso de produtos digitais, podemos considerar embalagens os arquivos em que
são armazenados: ícones de aplicativos e thumbs (imagens fixas de vídeos no
YouTube), por exemplo. Os rótulos seriam as descrições e especificações.
No desenvolvimento de embalagem e rótulos, é comum o estudo da reação
dos consumidores às cores. Leia o trecho indicado no quadro “Agora é com você”,
para entender melhor sobre esse efeito da cor no comportamento dos
consumidores.
Saiba mais
Acesse o livro “Administração de marketing”, de Kotler e Keller (2012),
disponível na Biblioteca Virtual Pearson, e leia o item “TABELA 12.3 - Efeitos das
cores no branding e nas embalagens”. Para acessar, basta digitar como palavra-
chave o título do livro.
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Por último e não menos importante, as garantias também são formas de
fortalecer o posicionamento de marca. As garantias de funcionamento comunicam
ao consumidor que a empresa acredita tanto no produto que toma a
responsabilidade por eventuais falhas de desempenho. Além disso, as garantias
estendidas são uma fonte de renda extra às empresas. Outra tendência utilizada
por organizações que comercializam bens ou serviços, on-line e off-line, é a oferta
de garantias de satisfação geral ou garantida, como as do tipo “se utilizar o produto
por uma semana e não gostar, devolvemos seu dinheiro de volta”.
Como vimos, a junção a variedade de produtos e marcas, bem como a
embalagem, rotulagem e garantias são formas de reforçar o posicionamento da
marca, sendo, portanto, decisões de cunho mais estratégico. Agora veremos
especificamente o papel dos serviços na Era Digital.
7
Com tais características em mente, elencamos alguns assuntos pertinentes
sobre o tema.
8
oferta. Esse valor é influenciado também pelo contexto em que o consumidor está
inserido (por exemplo, rede de amigos e família).
Além das etapas de criação de valor em serviços, também precisamos falar
sobre as falhas em serviços, principalmente na Era Digital, momento em que as
reações dos clientes em relação a produtos e serviços podem ser cruciais à
sobrevivência do negócio. E é esse o próximo assunto a ser tratado.
9
A seguir, você é convidado(a) a ler um caso real em que uma empresa
aérea, diante de falhas no serviço causados por fenômenos da natureza, tomou
ações concretas para reparar seus erros.
Saiba mais
Acesse o livro “Administração de marketing”, de Kotler e Keller (2012),
disponível na Biblioteca Virtual Pearson, e leia o item “Jet Blue”. Para acessar,
basta digitar como palavra-chave o título do livro.
Agora que sabemos sobre produtos e serviços na Era Digital e como lidar
com os principais aspectos desses elementos, passamos para o assunto “preço”.
10
alcançado, a empresa acredita que adotar um preço mais baixo faz com
que o volume de demanda aumente, mantendo o negócio sustentável;
• Desnatamento do mercado: é o objetivo mais comum quando o produto ou
serviço é um lançamento e envolve aspectos tecnológicos. Para atingir
esse objetivo, a empresa lança seus produtos com valores mais altos e ao
longo do tempo vai reduzindo. Dessa forma, os investimentos para
desenvolvimento de produtos e serviços é recuperado no início do ciclo de
vida do produto;
• Liderança na qualidade do produto: é o objetivo de precificação adequado
para produtos com alta qualidade e status percebido pelo cliente. O preço
resultante é alto suficiente para manter a coerência dos benefícios
oferecidos, mas continuando a ser acessível ao público alvo; e
• Outros objetivos: podemos encontrar outros objetivos de precificação
adequados aos objetivos das próprias organizações. Por exemplo,
organizações sem fins lucrativos podem ter o objetivo de recuperar parte
dos custos, uma vez que o restante advém de outras fontes, como recursos
governamentais e/ou doações.
11
e os custos administrativos (gestores, recepcionistas etc.) podem fazer com que
a margem seja reduzida a ponto de prejudicar a sobrevivência do negócio.
Lembra que comentamos em outras aulas que o processo de escolha do
cliente envolve a comparação das ofertas disponíveis no mercado? Portanto, é
necessário conhecer ao máximo possível os custos, o preço e as ofertas dos
concorrentes. Mas além das reações dos clientes de comparação de preços
entre concorrentes, também precisamos nos atentar às reações dos concorrentes,
pois uma alteração de preço pode inibir a ação dos concorrentes ou pode
estimular a competição a ficar ainda mais intensa.
A quinta etapa diz respeito a escolha de um método de precificação.
Existem diversas formas de determinar um preço de acordo com o objetivo
organizacional. A seguir, você é convidado a explorar os métodos de
determinação de preço.
Saiba mais
Acesse o livro “Administração de marketing”, de Kotler e Keller (2012),
disponível na Biblioteca Virtual Pearson, e leia o item “Etapa 5: Seleção de um
método de determinação de preços”. Para acessar, basta digitar como palavra-
chave o título do livro.
Por fim, a última etapa diz respeito à seleção de um preço final para a
oferta. Nesse caso, são verificados os outros elementos do mix de marketing para
averiguar como o preço deve ser ajustado. Por exemplo, se o posicionamento de
marca é priorizar a qualidade, possivelmente o preço será ajustado para cima.
Agora que você já sabe como determinar preços de maneira estruturada e
alinhada com a estratégia organizacional, veremos agora algumas tendências de
precificação.
Como você pôde ver no item anterior, não existe fórmula para a
determinação de preços. Muitas das reações do cliente têm relação com
comparações realizadas com a concorrência. Para saber sobre as influências da
alteração de preço de concorrentes na empresa, leia o trecho indicado a seguir.
12
Saiba mais
Acesse o livro “Administração de marketing”, de Kotler e Keller (2012),
disponível na Biblioteca Virtual Pearson, e leia o item “Reações às mudanças de
preços dos concorrentes”. Para acessar, basta digitar como palavra-chave o título
do livro.
As mudanças no mercado fazem com que algumas técnicas estejam sendo
aplicadas e alguns comportamentos estudados com mais afinco, por isso é
importante que os gestores de marketing as conheçam.
Lembra que comentamos nas aulas anteriores que, para o cliente escolher
um produto, ele geralmente realiza comparações entre as ofertas existentes no
mercado? Como o preço compõe a oferta, essa dinâmica também acontece com
ele. Um elemento importante dessa dinâmica é a busca de preços. Entretanto, o
cliente não ficará eternamente buscando preços, pois além de custar tempo,
essas pesquisas também podem custar dinheiro, inviabilizando as comparações.
Descobriu-se, recentemente, que clientes com renda maior costumam
procurar menos pelo custo de seu tempo, e não porque lhes sobra dinheiro. Essa
descoberta parte do princípio de que o tempo desses clientes custa mais e o valor
de possíveis economias no preço do produto não cobriria essa diferença. Além
disso, a idade do cliente também influencia na busca por preços. Clientes mais
experientes conhecem maneiras mais eficientes de pesquisa, além de terem
conhecimento mais amplo e aprofundado do mercado (Nishida; Remer, 2018).
Isso quer dizer que as informações demográficas (por exemplo a idade e
faixa de renda dos clientes) continuam sendo úteis quando precisamos elaborar
uma estratégia de preço. Mas agora, podemos saber como tomar decisões com
base nessas informações e não somente utilizá-las para segmentar o mercado.
As informações demográficas na Era Digital são coletadas de maneira rápida, e
muitas plataformas, principalmente mídias sociais, conseguem reunir gráficos de
maneira rápida e apresentados em dashboards eficientes. Essas informações
também são uteis para novos negócios basearem suas decisões, uma vez que
não dispõem de dados históricos de compras.
Outra tendência na precificação é quando o produto, seja bem ou serviço,
é comprado com objetivo de presentear. Isso porque, o preço dos produtos,
quando são utilizados para presentear, também influenciam na decisão de compra
13
do consumidor. A influência se dá pela pressão social do ato de dar presentes.
Quando damos presentes a pessoas que são importantes para nós, a nossa
expectativa é agradá-las. Tanto que o quesito preço, inconscientemente, se torna
menos importante. Um estudo recente buscou entender esse fenômeno e
encontrou evidências de que, em geral, as pessoas gastam mais com presentes
para outras pessoas do que para si mesmas (Wang; Van Der Lans, 2018).
Outro achado do estudo é que se quem quer presentear não conhece sobre
as preferências de quem irá receber o presente, as chances de que o presenteado
não goste do presente aumenta. Quando quem é presenteado não gosta do que
recebe, há perda de valor percebido. Essa insatisfação pode ser transferida para
o relacionamento pessoal e, para evitar isso, o comprador opta por pagar mais
caro e demonstrar seu apreço ao presenteado (Wang; Van Der Lans, 2018).
Podemos, então, utilizar essas informações para decidir sobre até que
ponto devemos adotar lista de presentes ou de desejos. A decisão deve
considerar que, ao mesmo tempo em que a incerteza do comprador em relação
às preferências de quem quer presentear pode estimular a compra de presentes
mais caros, essa incerteza pode gerar insatisfação dos presenteados, reduzindo
o valor percebido pelo cliente. Esse tipo de decisão pode ser crucial para novos
negócios, principalmente os que têm a proposta de valor servirem como
presentes, como por exemplo, caixas de bombom artesanal.
14
muito explorada e ainda surgem questionamentos sobre sua eficácia,
principalmente porque, como você já sabe, de acordo com o que vimos até agora
no curso, as decisões de marketing não são fórmulas exatas e dependem de
diversos fatores do contexto de consumo.
Na tentativa de reunir elementos que auxiliem a tomada de decisão sobre
esse formato de apresentação de preços, essa primeira pesquisa reuniu 27
estudos sobre o tema e analisou os detalhes de cada uma para verificar se, no
geral, realmente existe essa diferença de preferência do consumidor e quais são
os elementos que podem favorecer a adoção desse formato. O estudo nos indica
que a maioria dos consumidores preferem a discriminação dos valores que
compõem o preço final. Também demonstrou-se que os resultados são positivos
quando se tratam de: i) produtos de valor elevado, pois a discriminação ajuda a
justificar o montante do preço; ii) produtos com mais benefícios, os quais são ainda
mais evidenciados pela separação do preço em partes; iii) produtos com função
utilitária (ao invés de experiencial), dessa forma o consumidor analisa os atributos
individualmente de acordo com a sua necessidade; e iv) produtos em que o
mercado já pratica a discriminação, como a taxa de serviço em restaurantes
(Abraham; Hamilton, 2018).
Outro assunto comum e que temos dificuldades em apresentar é o
desconto. Quando avaliamos se um desconto é vantajoso, o processo de análise
ocorre com base na profundidade do desconto, que consiste em avaliarmos a
diferença do preço de venda em relação ao preço original. Quanto maior a
diferença percebida, maior a profundidade de desconto. O segundo estudo que
destacamos descobriu que se o consumidor alterar a referência de desconto para
o preço de vendas, e não o preço original, sua percepção é acentuada,
aumentando a profundidade de desconto (Guha et al., 2018). Se te pareceu
complicado, vamos te dar um exemplo que provavelmente você já deve ter se
deparado.
Imagine que você quer comprar 1kg de sabão em pó. Geralmente custaria
R$ 10,00, mas uma promoção está anunciando por R$ 7,50. A empresa pode
anunciar essa promoção de duas formas: i) “Sabão em pó com 25% de desconto”;
ou ii) “O sabão em pó era 33% mais caro”. Os resultados do estudo indicaram que
a segunda forma aumentou a percepção de profundidade do desconto e geraram
aumento de vendas na promoção em relação à primeira.
15
Ainda sobre descontos, outra forma de apresentação é utilizando a “pilha
de descontos”. Esse formato é composto por duas parcelas de desconto utilizadas
para aumentar a intenção de compra. Um exemplo dessa ação seria: “Compre um
celular e ganhe 10% de desconto. Para pagamentos à vista, ganhe mais 5%”.
Esse tipo de estratégia é muito comum em casos como o do exemplo anterior para
estimular formas (à vista ou a prazo) e meios de pagamento (cartão de crédito, de
débito, boleto ou carteiras virtuais – estilo paypal® ou picpay®, por exemplo), e
também quando queremos ampliar a oferta, incluindo outros produtos na compra.
Ela é constantemente utilizada tanto no ambiente on-line quanto off-line.
O terceiro estudo que destacamos para você explorou a pilha de descontos
e descobriu que, se a empresa se atentar para a ordem de divulgação dos
descontos, ela pode influenciar a intenção de compra. Especificamente, se
iniciarmos a divulgação pelo maior valor, a percepção do cliente em relação ao
desconto aumenta (Davis; Bagchi, 2018). No exemplo da compra de um aparelho
de telefone celular dado anteriormente, é mais favorável que anunciemos primeiro
o desconto de 10% sobre o valor do aparelho do que o de 5% pela escolha da
forma de pagamento. Esse comportamento é explicado porque, como
consumidores, tomamos o primeiro número como âncora nos cálculos de
percepção de preço.
Entretanto, se uma parcela do desconto for oriunda de participação em
programas de fidelidade, o resultado é contrário. A pilha de descontos gera mais
resultado se o desconto maior vier depois. Esse efeito é explicado pelo fator
surpresa, uma vez que o cliente já havia decidido comprar o produto pelo desconto
menor, tornando o impacto do desconto maior ainda mais benéfico (Davis; Bagchi,
2018).
Portanto, quando o anúncio exigir a exibição conjunta das partes dos
descontos em pilha, é mais recomendado que anunciemos primeiro a maior
parcela, seguida da menor parcela. Já quando a pilha de descontos for anunciada
na mesma compra, mas em momentos ligeiramente diferentes, como é o caso do
desconto de programas de fidelidade, teremos mais sucesso anunciando primeiro
o desconto menor e depois o maior.
Nesta aula, portanto, você recebeu orientações sobre aspectos de produto
e preço que podem auxiliá-lo na tomada de decisão tanto para ações on-line
quanto off-line. Nossa próxima aula será sobre como entregar o valor para o
cliente, ou seja, estratégias de distribuição.
16
REFERÊNCIAS
GRÖNROOS, C.; VOIMA, P. Critical service logic: Making sense of value creation
and co-creation. Journal of the Academy of Marketing Science, v. 41, n. 2, p.
133–150, 2013.
GUHA, A. et al. Reframing the Discount with a Comparison to the Sale Price: Does
It Make the Discount More Attractive? Journal of Marketing Research, v. 55, n.
3, p. 339–351, 2018.
WANG, S. S.; VAN DER LANS, R. Modeling Gift Choice: The Effect of Uncertainty
on Price Sensitivity. Journal of Marketing Research, v. 55, n. 4, p. 524–540,
2018.
17
AULA 5
ESTRATÉGIA DE MARKETING
NA ERA DIGITAL
2
ao cliente. Os fluxos podem ter diversos tipos e acontecer em diversos sentidos,
como demonstra a Figura 1.
3
Estar presente em canais digitais é uma necessidade de sobrevivência das
organizações, mas ao mesmo tempo as lojas físicas, revendedores e outros
canais tradicionais ainda são procurados por uma grande parcela de
consumidores. O ponto chave da discussão entre canais tradicionais, digitais ou
ambos é que a dosagem de um e de outro depende de como o cliente espera se
relacionar com a empresa (Barwitz; Maas, 2018; Kotler; Kartajaya; Setiawan,
2017; Rosenthal, 2017). A partir desse estudo, a empresa pode listar quais são os
canais mais utilizados pelos consumidores-alvo e como eles interagem com a
marca em cada ponto de contato. Essa, portanto, é a primeira etapa da importante
tarefa de planejamento de canais.
Saiba mais
Acesse o livro Administração de marketing, de Kotler e Keller (2012),
disponível na Biblioteca Virtual Pearson, e leia o item “Decisões de projeto de
canal”. Para acessar, basta digitar como palavra-chave o título do livro.
4
2012). Se o membro for um revendedor, por exemplo, sugere-se que seja avaliado
seu tamanho e qualidade da força de vendas. No caso de lojas varejistas, verificar
se o público é semelhante ao seu público-alvo.
É interessante que, na escolha dos membros de canal, cada intermediário
seja escolhido pensando na criação de uma aliança estratégica. Saiba como e por
que lendo o trecho a seguir.
Saiba mais
Agora que você sabe o que é uma aliança estratégica e como ela se dá em
ambiente de distribuição, o próximo tema é o treinamento e a motivação dos
membros do canal.
Uma vez que foram feitas as escolhas dos membros que comporão os
canais, é necessário treiná-los para que conheçam sobre os processos e fluxos
que terão que desempenhar. Além disso, entender os intermediários como
consumidores, buscando compreender as necessidades e desejos desses
membros auxilia na coordenação do canal. Dessa forma, o canal irá operar em
harmonia e será mais difícil perceber que se trata de diferentes partes operando
em conjunto, impactando na satisfação do consumidor (Coughlan et al., 2012;
Kotler; Keller, 2012).
Devemos nos lembrar que os membros do canal são organizações que
possuem seus próprios objetivos e aspirações. Então, precisamos
constantemente alinhar as expectativas desses membros para garantir a
integração entre os membros do canal (Coughlan et al., 2012).
A tecnologia facilita tanto na tarefa de treinar quanto motivar os
intermediários. O consumidor tem contato com diferentes empresas que utilizam
a tecnologia para facilitar a comunicação e agilidade na entrega de valor, e isso
influencia na sua expectativa em relação a outras relações. Portanto, investir em
tecnologias que tornem a comunicação mais clara e ágil entre os intermediários
ao longo de todo o processo de entrega de valor é uma ótima opção de
5
investimento. Outro aspecto relacionado ao gerenciamento de canais é o
conhecimento sobre as fontes de poder.
• Poder coercitivo: apesar da sua eficácia, exercer esse tipo de poder gera
ressentimento com os intermediários. Por exemplo, um fabricante que
ameaça diminuir investimentos caso intermediários não cooperem. Esse
desgaste é devido ao corte de relacionamento ou redução de investimentos
promovidos pelo fabricante quando utiliza esse tipo de poder.
• Poder de recompensa: por exemplo, a oferta de benefícios adicionais para
a execução de ações específicas ou pontuais geralmente produz melhores
resultados que o coercitivo. Entretanto, o fato de o fabricante oferecer
recompensa para ter um comportamento esperado pode fazer com que o
intermediário passe a esperar ou até exigir recompensas toda vez que for
agir conforme o desejo do fabricante.
• Poder legitimado: são os poderes exigidos pelo fabricante quando estão
garantidos formalmente, isto é, por meio de contratos. Por exemplo,
exigência de prazos ou formas de entrega descritos em contrato.
Entretanto, esse tipo de poder só será eficaz caso o(s) intermediário(s)
considerem o fabricante como legítimo.
• Poder de especialista: pode ser utilizado quando o fabricante detém
conhecimento específico valorizado pelos intermediários. Por exemplo, o
Grupo O Boticário é reconhecido pelos seus franqueados como sendo um
profundo conhecedor do setor de cosméticos. Devemos ter cautela, pois,
uma vez que os intermediários acessem esse conhecimento, essa origem
de poder é enfraquecida. Para evitar que isso aconteça, é necessário que
6
o fabricante desenvolva constantemente novos conhecimentos valorizados
pelo(s) intermediário(s).
• Poder de referência: acontece quando os intermediários admiram tanto o
fabricante que é motivo de orgulho estarem associados com ele.
Geralmente esse poder é exercido por grandes marcas conhecidas
mundialmente, como Harley Davidson e Apple.
7
Saiba mais
9
No caso de conflitos recorrentes ou agudos, a empresa pode optar por
métodos mais contundentes de gestão de conflitos. A diplomacia consiste na
reunião de representantes das partes para tentar solucionar o conflito. Na
mediação, uma parte neutra é escolhida para conciliar as partes divergentes. Já
a arbitragem é um processo de julgamento em que as partes conflituosas aceitam
expor seus argumentos a um arbitro ou banca de arbitragem, bem como acatar
suas decisões.
Por fim, a estratégia utilizada quando nenhum dos métodos anteriores
funciona é o processo judicial, quando as partes recorrem ao Poder Judiciário
para resolver seus conflitos. Alguns países, como o Brasil, proíbem por lei a
instauração de processos judiciais quando o caso já foi julgado por meio do
processo de arbitragem.
No próximo tema, iremos falar de duas estratégias de canal frequentemente
utilizadas na Era Digital: as estratégias multicanal e onicanal.
Saiba mais
10
a adoção do marketing multicanal permite que o custo total com canais seja
reduzido, pois podemos utilizar tanto canais com alto custo, quanto canais com
baixo custo. Por fim, o terceiro benefício da adoção da estratégia multicanal é a
viabilidade de personalização da venda, em que o cliente escolherá o canal que
mais lhe agrada (Kotler; Keller, 2012).
Todavia, adotar uma estratégia multichannel aumenta a complexidade da
gestão de canais e pode gerar falhas no processo de entrega de valor. Para evitar
esse problema, algumas empresas optam por direcionar determinados canais a
linhas de produtos ou clientes de porte diferentes.
Uma outra estratégia que busca abarcar os benefícios da estratégia
multichannel e resolver alguns de seus problemas é a estratégia omnichannel.
11
4.3 Etapas para implementar o omnichannel
• Valor utilitário. Nesse caso, o cliente tende a escolher canais que parecem
mais úteis para a situação. É comum que utilizem diversos canais,
mudando com frequência entre eles, preferindo canais com menos
12
interação e mais impessoais. Um canal frequentemente utilizado quando
os consumidores esperam esse tipo de valor de relacionamento é o canal
de “perguntas frequentes” (FAQ – Frequently Asked Questions).
• Valor hedônico. Esse grupo de valor privilegia a aprovação social e sua
satisfação em consumir. Por isso, canais que promovem maior interação e
engajamento são mais procurados, sem alteração constante entre canais.
O canal que pode ter maior procura quando os clientes esperam esse valor
no relacionamento é a loja física.
• Valor econômico. O relacionamento desse tipo favorece a busca por
canais que promovem economia financeira. Geralmente os consumidores
buscam canais com menos interações e mais impessoais. Apesar da
semelhança com o valor utilitário, nesse valor os consumidores evitam
trocar de canais quando geram custos desnecessários. Um canal a ser
desenvolvido para esse tipo de valor é o chat.
• Valor Relacional. A interação para esse grupo de valor é essencial. Os
clientes que buscam esse relacionamento dão preferência e investem em
manter os canais mais pessoais. Uma sugestão de canal para esse grupo
é o telefone.
Como você viu no tema anterior, é cada vez mais frequente a utilização de
canais tradicionais e digitais concomitantemente. O trecho a seguir exemplifica
melhor como essa transição é presente na Era Digital.
Saiba mais
13
showrooming e o webrooming. Entender como funciona esses fenômenos muito
comuns irá auxiliar-nos a tomar decisões sobre investimentos em canais on-line e
off-line.
5.1 Showrooming
5.2 Webrooming
14
2017). Da mesma forma, quando esse fenômeno acontece com muita frequência,
os gestores questionam se o investimento realizado para o desenvolvimento dos
canais digitais tem o retorno almejado no seu planejamento.
Assim como o showrooming, o centro do fenômeno de webrooming está
em transformar a loja on-line em vitrine. Podemos dizer que na Era Digital a
migração entre canais on-line acontece com ainda mais agilidade e é cada vez
mais complexo chamar atenção do consumidor. Isso porque, com o surgimento
da tecnologia móvel, o tempo de consumo mudou e as opções oferecidas aos
consumidores aumentam a cada dia (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017).
Quando esse fenômeno acontece com mais frequência que a esperada
pelos gestores, é comum a oferta de produtos ou descontos exclusivos, além da
eliminação dos custos de frete em caso de o consumidor superar certo volume de
compras.
Como profissionais da área de marketing e consumidores, podemos
perceber a presença de ambos os fenômenos com maior ou menor intensidade.
Ambos são importantes para a movimentação do mercado e inevitáveis. Se esse
movimento acontece dentro da própria empresa, um ajuste de metas pode
diminuir o conflito entre canais, de encontro com a estratégia omnichannel. Além
disso, utilizar esses fenômenos como complementares pode potencializar as
vendas totais da marca (Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017).
Agora que discutimos sobre a entrega de valor, nas próximas aulas,
trataremos do P de promoção. Até lá!
15
REFERÊNCIAS
16
AULA 6
ESTRATÉGIA DE MARKETING
NA ERA DIGITAL
Saiba mais
Acesse o livro “Administração de marketing”, de Kotler e Keller (2012),
disponível na Biblioteca Virtual Pearson, e leia o item “Determinação dos objetivos
da comunicação”. Para acessar, basta digitar como palavra-chave o título do livro.
2
TEMA 1 – SELEÇÃO DOS CANAIS DE MARKETING
Esses canais de marketing são um pouco diferentes dos canais que vimos
anteriormente. Os que vimos tratavam de canais de marketing para a entrega de
valor. Os canais que iremos tratar agora são criados com o objetivo de
comunicação com o cliente, ainda que um mesmo canal pode ser utilizado tanto
para entrega de valor, quanto para comunicação com o cliente.
Com o aumento do número de canais de comunicação e o cliente exposto
a milhares de mensagens por dia, escolher canais eficientes se torna uma tarefa
não tão simples. Para facilitar seu entendimento, vamos segmentar os canais de
comunicação entre canais pessoais e canais impessoais (Koetler; Keller, 2012),
os quais veremos em mais detalhes a seguir.
Esse grande grupo de canais tem por característica unir duas pessoas
diretamente. Exemplos dessa classe são o telefone, o e-mail ou o correio. Canais
de comunicação pessoais têm sua eficácia garantida quando são criadas
oportunidade de personalização do atendimento e feedback. Marketing direto,
comunicação boca a boca e vendas pessoais compõem esse tipo de canal
(Koetler; Keller, 2012)
Os três subgrupos de canais que compõem o grupo de comunicação
pessoal são:
Com a vida nas mídias sociais ganhando mais espaço que a vida no
“mundo real”, esses canais pessoais vêm sendo transferidos para o ambiente
online, com alcance ainda maior. A mídia espontânea, como o aparecimento em
blogs e discussões em redes sociais, vem sendo uma forma de atingir o público-
alvo de maneira eficaz.
3
Contudo, não se engane em pensar que os canais impessoais perderam
espaço nesse ambiente de mídias sociais. Tudo irá depender do tipo de
relacionamento pretendido pelo cliente, assim como vimos na aula anterior.
4
principais meios não pessoais, são pouco acessíveis a pequenas e médias
empresas, bem como startups em estágio inicial.
Uma evolução da integração como descrita acima, que envolve somente
os canais de comunicação, é a comunicação integrada de marketing, a qual
veremos em mais detalhes a seguir.
Saiba mais
Acesse o livro Administração de marketing, de Kotler e Keller (2012),
disponível na Biblioteca Virtual Pearson, e leia o item “Comunicação”, na página
492. Para acessar, basta digitar como palavra-chave o título do livro.
É crucial que todos esses pilares sejam desenvolvidos para que a empresa
consiga aplicar a comunicação integrada de marketing de modo a obter resultados
positivos. Se desenvolvidos de maneira isolada, dificilmente a comunicação se
dará de maneira coerente.
6
mensagem. Na Era Digital, esse pensamento está sujeito ao fracasso. Hoje é mais
valioso olharmos para o público-alvo, planejarmos a estrutura de canais,
escolhermos os elementos do mix de comunicação e, por fim, a mensagem que
iremos divulgar (Luxton; Reid; Mavondo, 2015).
Além disso, o caráter estratégico da CIM, tornando mensagem coerente
nos diversos canais e níveis organizacionais reforça a proposta de valor da
empresa para colaboradores, fornecedores, clientes e demais stakeholders.
Dessa forma, a promessa de valor é associada à marca de maneira sólida sendo
possível aumentar o brand equity.
Além de coordenar os canais de comunicação, a comunicação integrada
de marketing também precisa integrar o mix de comunicação que veremos no
tema a seguir.
7
a atenção do consumidor, incentivar comportamentos positivos em relação à
marca e convidar o consumidor a realizar uma transação. Com o uso de Apps e
redes sociais, esse tipo de ação ficou ainda mais popular e seu caráter de
personalização está cada vez mais apurado. Essa personalização cada vez mais
frequente se dá graças ao auxílio do big data, que direciona promoções de acordo
com os desejos e necessidades de cada cliente.
O terceiro elemento são as relações públicas e a publicidade. Muitos
profissionais de marketing não utilizam esses elementos em todo seu potencial.
Entretanto, quando são utilizados de forma adequada, podem até ter o poder de
modificar visões distorcidas de seu público (Kotler; Keller, 2012). As três
características das relações públicas e publicidade que permitem essa alteração
são a credibilidade que matérias em jornais e revistas (on-line e off-line) possuem
perante os consumidores, a possibilidade de atingir consumidores menos
receptivos à marca e a possibilidade de expor a história da empresa.
Os eventos e experiências são o quarto tipo de elemento do mix e são
formas de comunicar valores e assuntos que a empresa prioriza (Kotler; Keller,
2012). Dessa forma, ela estabelece conexão com os consumidores para além de
atributos do produto. Entretanto, devemos ter cuidado para associar a marca com
eventos que sejam relevantes – considerando o posicionamento de marca da
empresa –, que envolvam o cliente com experiências ativas e que seja possível
realizar venda indireta, ou seja, não agressiva. Na Era Digital, muitas empresas
priorizam eventos com experiências físicas para diferenciar sua interação com o
público, que muitas vezes ocorre on-line.
O quinto elemento do mix é marketing direto e interativo. É composto por
mensagens diretas ao consumidor. Elas podem acontecer pessoalmente ou por
meio de telefone e internet (Kotler; Keller, 2012). Muitas empresas têm falhado na
implementação desse mix, “bombardeando” consumidores com abordagens em
horários inapropriados e atendimento padronizado. As principais características
desses elementos são mensagens personalizadas para atrair a pessoa a quem
se destina, capazes de serem preparadas rapidamente, ou seja, atualizadas e
alteradas de acordo com a resposta do consumidor.
O sexto elemento é bem famoso e é a alternativa para empresas que não
possuem tantos recursos financeiros para investir em comunicação. O “boca a
boca” é a comunicação realizada entre consumidores mais e menos experientes
e pode acontecer tanto no formato on-line quanto off-line. O boca a boca é
8
conhecido por ser influente no comportamento dos consumidores, uma vez que
eles confiam na opinião de quem admiram. Além disso, o fato de refletir opiniões,
fatos e experiências pessoais faz com que os clientes criem vínculo pessoal com
a marca. Por fim, o “boca a boca” costuma acontecer quando os consumidores
estão mais abertos a ouvir a opinião de outros.
As vendas pessoais ainda são um elemento do mix com resultados
positivos. Esse sétimo elemento é um dos principais responsáveis por
desenvolver as preferências e convencer o consumidor. As vendas pessoais são
marcadas pela alta interação pessoal, pela intensidade na criação de
relacionamentos e pelo estímulo a resposta direta do consumidor.
Considerando as categorias expostas acima, leia a tabela sugerida abaixo
que exemplifica diversos elementos do mix de marketing em sua respectiva
categoria.
Saiba mais
Acesse o livro “Administração de marketing”, de Kotler e Keller (2012),
disponível na Biblioteca Virtual Pearson, e leia o item “Tabela 17.1 – Plataformas
comuns de comunicação”, na página 515. Para acessar, basta digitar como
palavra-chave o título do livro.
9
Outro fator a ser considerado na escolha do mix de comunicação é a
disposição do público-alvo em adquirir algo. Nesse caso, precisamos
compreender que o consumidor pode interagir com a marca em diversos níveis,
os quais são conscientização da marca, compreensão da proposta de valor,
convicção, compra e recompra. Se o público-alvo se encontra em sua maioria no
nível de conscientização, por exemplo, é mais eficiente que a empresa invista em
propaganda do que em vendas pessoais. Já no nível de recompra, as vendas
pessoais se mostram o elemento do mix de comunicação mais eficiente (Kotler;
Keller, 2012).
O terceiro e último fator que pode orientar a escolha dos elementos do mix
de marketing é o ciclo de vida do produto. A relação custo-benefício da
propaganda e venda direta, quando o produto está em estágio inicial, é mais
positiva que o marketing direto, por exemplo. No estágio de crescimento, o
elemento boca a boca gera resultados mais positivos. Na maturidade, é mais
recomentado a utilização dos elementos de propaganda e eventos e experiências.
Já na fase de declínio, a promoção de vendas é a que tem maior impacto no
resultado (Kotler; Keller, 2012).
A decisão sobre que elementos e quais combinações realizar entre eles
depende de cada negócio, produto e público-alvo, e será de responsabilidade do
gestor de marketing. Novamente, não existe fórmula no marketing, mas olhar para
as práticas de mercado pode fazer você economizar tempo e dinheiro na tomada
de decisão. Para saber se o conjunto de elementos atingiu seu objetivo, é
necessário criar e monitorar indicadores que mensurem os resultados da
comunicação de marketing. E é isso que veremos no próximo tema.
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sabemos mais como interpretá-los e como verificar se especificamente a
comunicação está atingindo seu propósito (Spiller; Tuten, 2015).
As métricas de comunicação fazem parte do conjunto de métricas da
função de marketing, sendo o objetivo dos métricas da área auxiliar organizações
a quantificar, comparar e interpretar o desempenho de suas ações de marketing
(Spiller; Tuten, 2015).
Atividade Interação
(Número, frequência e (Número, frequência e Retorno
quão atuais são.) quão atuais são.)
Posts em blogs Inscrições ou registrosCusto por clientes
potenciais (custo por
lead)
Atualização de posts Marcações de favoritos, Taxa de conversão de
likes e classificações clientes potenciais em
vendas (conversão de
lead)
Comentários e respostas Comentários, posts Média de novas receitas
menções e marcações por cliente
Posts de fotos Links e procuras Valor da vida do cliente
(Customer lifetime value
– CLV), valor do cliente
durante interação com a
empresa
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Posts de vídeos Downloads e instalações Valores ganhos por
mídia
Tweets (Rede twitter) Fãs, seguidores e Mudanças na média de
amigos vendas, no tráfego de
sites e na classificação
de sites de busca
Pins (Rede Pinterest) Compartilhamentos, Compartilhamento de
convites e referências voz
Tags Avaliações (reviews) e Retorno sobre o
testemunhos investimento (Return on
investment - ROI)
Quantidade de mídias Tráfego, visitantes,
visualizações e -
impressões
- Tempo visitando o site -
Desenvolvimento de
- -
perfil
Contribuição de
- -
conteúdo por usuários
Taxa de resgate de
- transações por meio de -
descontos
- Efeito viral ou de eco -
- Sentimentos -
Fonte: Adaptado de Spiller; Tuten, 2015.
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consequências, podemos destacar a queda na intenção de compra, na indicação
a outros consumidores e nas visitas às lojas (Visentin; Pizi. Pichierri, 2019). Essas
reduções de reações positivas dos clientes causadas pelas mensagens falsas
atribuídas à empresa reforçam a importância da comunicação na construção do
valor de marca e independem da fonte de informação. Ou seja, acontecem ainda
que a fonte seja duvidosa.
Ambos os fenômenos demonstram que a comunicação da empresa,
principalmente nas mídias sociais, precisa monitorar efeitos que nem sempre
podem ser controlados pela empresa. Elas podem ser propagandas positivas ou
negativas, mas precisamos nos preparar caso aconteçam.
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Saiba mais
Acesse o livro “Administração de marketing” de Kotler e Keller (2012),
disponível na Biblioteca Virtual Pearson, e leia o item “A estratégia de usar
celebridades como garotos-propaganda”. Para acessar, basta digitar como
palavra-chave o título do livro.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
LIU, A. X.; XIE, Y.; ZHANG, J. It’s Not Just What You Say, But How You Say It:
The Effect of Language Style Matching on Perceived Quality of Consumer
Reviews. Journal of Interactive Marketing, v. 46, p. 70–86, 2019.
VISENTIN, M.; PIZZI, G.; PICHIERRI, M. Fake News, Real Problems for Brands:
The Impact of Content Truthfulness and Source Credibility on consumers’
Behavioral Intentions toward the Advertised Brands. Journal of Interactive
Marketing, v. 45, p. 99–112, 2019.
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