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Resumo: O presente artigo tem como tema Marketing de relacionamento para fidelizar
clientes: uma análise da startup Nubank. Trata-se de um estudo de caso da marca, onde a
mesma é uma administradora de cartão de crédito, localizada em São Paulo, que tem por
objetivo melhorar a experiência dos clientes com seu produto através da tecnologia e
atendimento humanizado. Este estudo de caso foi realizado como pesquisa descritiva,
analisando, observando e correlacionando informações sobre a marca com a coleta de dados
feitos bibliograficamente com a abordagem qualitativa. No contexto analisado, em um primeiro
momento, foi feito uma pesquisa em marketing de relacionamento, além do posicionamento de
marca, buscando entender como as estratégias do Nubank estão ligadas a esses dois temas. A
partir das informações adquiridas foi possível identificar oportunidades para o mercado, como
a eficiência que o marketing de relacionamento possui para a fidelização dos consumidores, e
como isto contribui para o fortalecimento do posicionamento da marca. Os resultados apontam
que os clientes são o bem mais importantes que uma empresa pode ter, sendo extremamente
necessário que se atribua-lhes esse valor. Somente através da cultivação de um relacionamento
com o consumidor é que a empresa pode conseguir a sua fidelidade a marca.
1 Introdução
1
Artigo apresentado como requisito parcial para a conclusão do curso de Publicidade e Propaganda, da
Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, orientado pela professora Teresinha Rublescki Silveira.
2
Vanessa Delfino de Souza. E-mail: Vanessaa.delfinoo@gmail.com.
2
2. Marketing de Relacionamento
participativos, emitindo opiniões e querendo que suas necessidades sejam atendidas. De acordo
com Zenone (2007, p.25):
para criar valores e experiências. “A colaboração é a chave para desenvolver esses novos
valores e, quanto mais próxima do tempo real a colaboração ocorrer, maior a oportunidade para
o estabelecimento do vínculo”. (GORDON, 1999, p.332).
Muito mais do que manter um relacionamento com o cliente, Negretto (2007)
afirma que as empresas devem buscar constantemente atualizar seus bancos de dados com
relação ao perfil dos seus consumidores, identificando suas necessidades e buscando
alternativas capazes de surpreendê-los, criando necessidades antes mesmo que os consumidores
se deem conta delas. Para tanto, o estudo de mercado é uma ferramenta poderosa na fidelização
do consumidor.
Os clientes ideais – aqueles que parecem ser lucrativos a longo prazo – merecem
ser recompensados pela empresa. As recompensas podem assumir diversas formas, como por
exemplo, designar a melhor equipe da empresa para o atendimento, dar aos clientes acesso à
tecnologia da empresa, investir tempo nos clientes essenciais, reconhecer a importância deles
de modo material e pessoal (como premiações exclusivas) e os recompensar financeiramente,
seja com programas populares de pontuações para descontos em diversos serviços. As
recompensas podem assumir diversas formas em termos de importância para cada cliente.
(GORDON, 1999).
O marketing de relacionamento, de acordo com Gordon (1999), tem importância
fundamental e integral para a empresa. Os relacionamentos entre clientes e a marca não são
estados de espíritos informais, tampouco se trata de ser “simpático” com o cliente, em vez disso
os relacionamentos podem e devem ser explicitamente planejados. Através desse processo de
planejamento, a empresa passa a colocar o relacionamento no centro de seus negócios e ligar
suas estratégias e capacidades para aprimorar os relacionamentos com os participantes do
negócio, ou seja, seus clientes.
não com o objetivo de vender, mas de satisfazer às necessidades de seus clientes, ultrapassando
expectativas, encantando, aproximando-se, e fidelizando aqueles consumidores que passam a
acreditar no que a empresa diz. (RODRIGUES, 2013).
Quando o cliente é convidado para dentro do processo de criação de valor para ele,
segundo Gordon (1999), é mais provável que aumente o seu nível de vínculo com a empresa,
com os produtos ou serviços. Os processos que criam o valor que o cliente busca podem estar
em qualquer uma das etapas do processo ou em todos os processos que envolvem a empresa.
Segundo Brito (2005), a satisfação do cliente se mede através da correlação entre o
que ele recebeu e percebeu, e o que esperava receber da empresa. Se a aceitação do que recebeu
é maior do que a expectativa colocada, o cliente é surpreendido e fica muito mais satisfeito do
que esperava, mas, caso contrário, gera uma frustação e ele não registra favoravelmente a
experiência. A tendência é que as expectativas dos clientes aumentem com o tempo, e se a
empresa não conseguir acompanhar as mudanças de seus anseios e desejos, provavelmente não
conseguirá mantê-lo fiel à sua marca. O contentamento pode ser obtido em uma única transação,
mas a fidelidade se conquista somente à longo prazo. Não existe garantia que um cliente
satisfeito não aceitará as promoções da concorrência, já um cliente fiel vai ponderar o
relacionamento com a atual empresa antes de migrar para uma outra.
Brito (2005, p.25) coloca que “é possível ter satisfação como consumidor com a
aquisição de um serviço ou produto sem ser fiel a uma determinada empresa, mas não se pode
ser fiel sem estar espiritualmente satisfeito com uma organização com a qual se está mantendo
um relacionamento.”
Para Negretto (2007), a fidelização dos consumidores é basicamente construída
pelo relacionamento constante, diferenciado e personalizado para os mesmos. Os programas de
fidelização buscam através de campanhas de persuasão customizada, construir e manter a
fidelidade dos clientes, dessa forma fortalecendo a relação entre eles e sua marca.
Segundo Brito (2005), ter clientes satisfeitos não garante clientes fiéis, fatores
atuam na influência sobre a satisfação do cliente. Todo cliente espera sair satisfeito de uma
transação comercial e espera, inclusive, que a empresa esteja empenhada em satisfazê-lo. De
acordo com Brito (2005), para gerar satisfação para o cliente a empresa precisa estar atenta aos
seguintes fatores:
Em sua pesquisa, Negretto (2007) diz que toda a organização, nos mais variados
setores, deve atuar com o foco no cliente. A organização deve ser capaz de reorientar-se
constantemente com o objetivo de deixar evidente para o cliente que seu foco é suprir suas
necessidades e desejos. Quando o cliente percebe que a organização se preocupa com o
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Segundo Negretto (2007), nenhuma organização, seja qual for seu ramo de
atividade ou segmento, consegue permanecer no mercado e ganhar a confiança do consumidor
sem estabelecer vínculos de relacionamento com ele. Para Negretto (2007) o marketing de
relacionamento torna-se indispensável para a sustentação de uma empresa na atualidade.
Gordon (1999) já previa a importância dos relacionamentos entre empresa e
consumidor, e afirmava que eles se tornariam progressivamente mais indispensáveis, pois, no
fim, quando os meios de produção se tornassem cada vez mais tecnológicos, quando o
conhecimento estivesse dentro de bancos de dados, será só o que restará. “O valor será criado
pelos relacionamentos. As pessoas viverão em um mundo de redes”. (GORDON, 1999, p.328).
Portanto, deve-se associar esse pensamento de Gordon (1999) com o cenário atual: nessa era
de conectividade, fazendo o uso da tecnologia para facilitar a vida, é necessário valorizar um
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contato humanizado e especial, pois o que torna os clientes fieis a uma marca, é o
relacionamento.
3. Posicionamento de marca
Segundo Fernandes (2008), um produto não se vende por si só. Existe um conjunto
de atributos que os sustentam, no entanto, ações eventuais dificilmente vão garantir o seu
sucesso. A utilização conjunta de publicidade, administração, marketing e design promovem
elementos de diferenciação ao ponto de torná-lo único, desejado e símbolo de status no mundo.
Martins (2006) afirma que as empresas podem facilitar a construção da percepção
de valor que seus consumidores e não-consumidores têm da sua marca, bem como o processo
de formação de associações positivas facilitadoras das decisões de compra e consumo através
de alguns procedimentos, como o de identificar as expectativas dos clientes, o que eles esperam
de positivo e negativo do produto ou serviço; constatar a percepção, como avaliam o
desempenho do produto ou serviço, analisando as suas expectativas em comparado a
experiência que eles tiveram com outras marcas; definir padrões e indicadores de desempenho
com a análise das diferenças entre expetativa, percepção e desempenho podendo se estabelecer
uma nova oferta de produto e serviço; adotar novos padrões de desenvolvimento, treinamento
de equipe, motivação e comprometimento com o cliente.
A marca que consegue pensar e planejar tudo isso obtém o encantamento do cliente e
ganha um aliado, pois o cliente irá falar bem dela para as pessoas com as quais se
relaciona, gerando novas vendas, novas experimentações. Quando o processo de
consumo é bem planejado por sua empresa, ela consegue um reforço positivo gerando
a perspectiva de que o cliente repita a compra outras vezes, por muito e muito tempo.
Neste caso, sua marca conquistou o título de confiável. Os clientes e os consumidores
querem confiar, desejam previsibilidade, precisam de segurança e associam tudo isso
às marcas. (NASCIMENTO; LAUTERBORN, 2007, p.86).
A identidade da marca tem a ver com seu posicionamento na mente dos consumidores.
Para que sua marca seja ouvida e notada em um mercado tumultuado, precisa ter um
posicionamento singular. Precisa também ser relevante para as necessidades e os
desejos racionais dos consumidores. Por outro lado, a integridade da marca tem a ver
com a concretização do que se alegou a respeito do posicionamento e da diferenciação
da marca. Tem a ver com ser verossímil, cumprir suas promessas e conquistar a
confiança dos consumidores na marca. O alvo da integridade da marca é o espírito dos
consumidores. Por fim, a imagem da marca tem a ver com conquistar as emoções dos
consumidores. O valor da marca deve apelar para as necessidades e os desejos
emocionais dos consumidores, ultrapassando, assim, as funcionalidades e
características do produto. Podemos ver que o triângulo tem por objetivo ser relevante
para o ser humano como um todo: mente, alma e espírito.
leva a conclusões.” O consumidor toma a decisão de comprar e ser fiel a uma marca pela
influência de suas próprias emoções.
De acordo com Pedroso (2016), a internet e as redes sociais são importantes canais
de comunicação para o desenvolvimento de relações entre as organizações e seus públicos. O
mercado está cada vez mais competitivo, e as empresas tem precisam a cada vez mais fidelizar
seus clientes, manter vínculos que gerem relacionamentos duradouros é primordial para o
sucesso de uma marca.
Nas redes digitais, segundo Silva (2011), o papel do indivíduo como usuário
consumidor confunde-se muito com o de gerador de conteúdo, pois nesses ambientes existe
uma valorização do conteúdo produzido pelo usuário, o que potencializa o perfil do novo
consumidor, que não absorve a propaganda como antes. Hoje o consumidor busca na internet
informações sobre o produto ou serviço antes de efetuar a compra, o que o torna mais exigente
e cauteloso. Decepcionar o cliente nunca foi uma alternativa, mas com a velocidade que a
internet dissemina as informações, não cumprir uma promessa ao seu cliente pode ser uma
estratégia instantaneamente dolorosa.
Para Martins (2006), a oferta extrema de marcas e a promessa dos concorrentes
provoca nos consumidores menores níveis de tolerância aos erros organizacionais,
principalmente nos momentos em que tentam estabelecer contato pessoal com a marca. Por
outro lado, são justamente nesses momentos que as providências acertadas no momento do
contato favorecem a continuidade da relação, bem como ampliam as chances de ser uma
referência positiva da qual os consumidores vão indicar no seu ciclo de contatos.
Segundo Silva (2011), o novo consumidor social determina uma nova lógica de
consumo. Com o surgimento das novas tecnologias, a internet e o crescimento das redes sociais
digitais mudaram os padrões de vida cotidiana, causando alterações sociais e culturais e, como
consequência, mudou o seu comportamento de consumo. Atualmente, é perceptível que os
consumidores estão mais questionadores, criterioso e exigente, e para que uma empresa obtenha
o sucesso desejado, é fundamental estar atento a esse novo padrão de consumo.
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4. Aspectos Metodológicos
5. Caso Nubank
O que é o Nubank? Como surgiu? Em seu site oficial a marca é definida como “uma
startup que emite e administra um cartão de crédito com a bandeira MasterCard®, e tem como
objetivo melhorar a experiência dos clientes com cartão de crédito através do uso de novas
tecnologias e design”. (NUBANK, 2018).
Sequoia Capital e Kaszek Ventures. Já no mês de setembro foi lançado o cartão para o público.
(NUBANK, 2018).
A mudança de endereço ocorreu em 2015, pois casa na rua Califórnia já não era
suficiente, e o novo endereço se tornou um prédio na Brigadeiro Luís Antônio. Neste mesmo
ano, houveram outras premiações: em março, a startup foi eleita a empresa mais inovadora pela
Latam Founders; já em maio, mais investidores contribuíram para o crescimento do Nubank,
foram investidos US$ 30 milhões por: Tiger Global, Sequoia Capital, Kaszek Ventures e QED.
Também foi considerado o aplicativo mais inovador pelo App Store. (NUBANK, 2018).
Na continuidade da jornada da startup, no ano seguinte ocorreu mais uma mudança
de endereço. Partindo do prédio da rua Brigadeiro, a startup se instalou no prédio de Capote
Valente, onde é seu atual endereço. Em maio, a marca ganhou mais algumas premiações: o
prêmio Marketers That Matter do Sage Group, do Vale do Silício, e foi eleita a melhor empresa
B2C pela Latam Founders. Foi também eleita uma das melhores empresas para trabalhar pelo
Great Places to Work Brasil. (NUBANK, 2018).
No ano de 2017 vieram mais premiações: em janeiro o cartão Nubank é eleito o
melhor cartão pelos clientes, em estudo da CVA Solutions e em março é eleita pela segunda vez
consecutiva a melhor empresa B2C pela Latam Founders.
Agosto foi o mês de lançamento de uma novidade do cartão, o Nubank Rewards,
que é um serviço opcional do cartão de crédito Nubank, onde acumulam-se pontos que podem
ser trocados por serviços que o consumidor realmente usufrui. Também em 2017 o Nubank Live
anunciou a criação da NuConta. (NUBANK, 2018).
No ano atual de 2018 a startup continuou em ascensão: em fevereiro, no 16º FBRC
(Fórum Brasileiro de Relacionamento com o Cliente), recebeu o prêmio de Experiência do
Consumidor/ IBRC e está em 3º lugar no ranking geral e em 1º lugar na categoria cartão de
crédito. Está também em terceiro lugar entre as 10 empresas mais inovadoras da América Latina
em 2018. (NUBANK, 2018).
Segundo informações do site do Nubank, 8 milhões de pessoas já pediram o seu
cartão, 500 mil aguardam na lista de espera para tê-lo e 72% dos usuários têm menos de 36
anos. Faz 5 anos desde sua criação e a startup vem a cada ano crescendo com a promessa de
melhorar a experiência dos seus clientes com o cartão de crédito. (NUBANK, 2018).
Em maio de 2018, a revista Forbes Brasil noticiou que Nubank atingiu a marca de
4 milhões de clientes com cartão de crédito e a rápida ampliação da base está impulsionando as
receitas, mas o lucro ainda não é um objetivo a curto prazo. O fundador e presidente do grupo,
o empresário colombiano David Vélez diz que “ter lucro não é a meta para esse ano, pode
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acontecer daqui a um ano, daqui a cinco. O que não queremos é perder oportunidades”.
(FORBES, 2018).
A empresa vem demostrando ao longo da sua jornada que não está em busca de
lucro imediato e sim buscar oportunidades de crescimento e consolidação no mercado. A revista
Exame fez uma publicação em abril de 2016 que já demostrava qual o caminho que a startup
queria seguir, a de excelência no atendimento com o cliente. Mais do que fazer um bom
trabalho, o time Nubank quer surpreender os seus clientes. “A empresa do cartão roxo
transformou a área de atendimento ao cliente, que recebe tantas reclamações em outras
empresas, na sua maior divisão. Ela foge de roteiros e não poupa recursos para surpreender”.
(SALOMÃO, 2016).
A identidade da marca tem a ver com o seu posicionamento na mente dos
consumidores. A Nubank vem se posicionando como uma empresa que preza pelo
relacionamento com os seus clientes, essa é uma maneira de buscar o crescimento e
consolidação no mercado. De acordo com Kotler e Hermawan (2012), para que a marca seja
ouvida e notada em um mercado tumultuado, precisa ter um posicionamento singular, além
disso, necessita também ser relevante às necessidades e desejos dos consumidores. Contudo, a
integridade da marca tem a ver com a concretização do que se alegou a respeito do
posicionamento e da diferenciação da mesma.
Para Cristina Junqueira, diretora e co-fundadora da Nubank, o atendimento
humanizado era um ponto chave para que os brasileiros confiassem na marca. Sendo assim, a
empresa desenvolveu uma imagem jovem e inovadora para atrair o seu público alvo, e um
atendimento de alto nível que é o ponto de contato entre a empresa e seus clientes. (SALOMÃO,
2016).
O time de atendimento da Nubank, mais conhecido como Xpeer, de experiência do
usuário, tem como objetivo automatizar os serviços para que o cliente “não precise deles”.
Segundo a fundadora “Damos todas as ferramentas necessárias para que ele resolva tudo
sozinho, da consulta de saldo até o pagamento da fatura. Então, se ele busca um contato pessoal,
é porque teve algum problema grave”. A Nubank é uma empresa de tecnologia 100% digital,
mas que o atendimento precisa ser extremamente humanizado. (SALOMÃO, 2016).
O atendimento de alto nível que a Nubank tem com seus clientes é um
posicionamento estratégico defendido por Porter apud Tavares (2003): ser diferenciado e
ocupar uma posição não explorada assumindo uma personalidade de valor diferenciado são
ingredientes essenciais para o posicionamento da marca. Em estratégias de marketing, ser
diferente, focalizar e demarcar uma posição não explorada no mercado fazem parte da
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recebeu um novo cartão. Como a Nubank gosta de surpreender seus consumidores, com a Aline
não foi diferente, ela recebeu o seu novo cartão, mas também foi surpreendida pelo time Xpeer
da marca.
Figura 2 – Postagem no Facebook pelo cliente do cartão
2018). Esse engajamento entre o Nubank e seu usuário fortalece muito o posicionamento da
marca, fazendo com que seus consumidores sejam além de admiradores da marca, propagadores
dela. Segundo Vavra (1993), a interação é o principal mecanismo para manter um
relacionamento de longa duração com os clientes e aumentar sua satisfação com a empresa.
Figura 3 – Postagem no Facebook
Na era digital, com o uso das redes sociais, os clientes sentem a necessidade de
estarem próximos quando têm um vínculo com a marca, sentem vontade de elogiar, contar sua
experiência com o serviço, como foi o caso da Aline. O marketing de relacionamento está
inserido nesse contexto, não com o objetivo de vender, mas de ultrapassar as expectativas,
encantando e aproximando-se. Para Rodrigues (2013) essa é uma forma de fidelizar
consumidores que passam a acreditar no que a empresa diz.
Um ponto fundamental ao analisar a relação do consumidor com a empresa na
atualidade é a percepção de que os consumidores estão deixando os papéis tradicionais para se
tornarem coparticipantes e detentores de valor. (ZENONE, 2007). Sabendo disso, as empresas
devem reconhecer que seu diálogo com os consumidores é uma prática de iguais: os
consumidores sabem o que querem e por isso a empresa precisa ter uma comunicação assertiva,
como pode ser observado na linguagem que a Nubank utilizou na carta, sendo de acordo com o
perfil da sua cliente.
O marketing de relacionamento faz parte do DNA da marca, que busca mais do que
excelência no atendimento, busca surpreender e cativar seus consumidores. Em 1999, Gordon
(1999), já dizia que o processo de marketing de relacionamento é um processo contínuo de
criação e compartilhamento de valores entre a empresa e os clientes que ela escolhe se
relacionar. Através da análise dessa postagem pôde-se observar que a Nubank busca estreitar a
relação com os seus clientes, criando oportunidades para encantá-los e, assim, fortalecer o
posicionamento da marca.
Atualmente é muito importante a inclusão das estratégias de marketing de
relacionamento nas redes sociais pelas organizações. Segundo Pedroso (2016), a utilização
dessas ferramentas da maneira correta pode trazer diversos benefícios para a imagem e
reputação da empresa. Portanto, é preciso que seja feito um planejamento prévio, adequando as
estratégias de relacionamento de maneira aceitável ao público que cada vez mais está instruído
e exigente, esperando relações próximas e benéficas nesses canais.
De acordo com Rodrigues (2013), nas redes sociais os consumidores compartilham
uma diversidade de opiniões, desejos e informações muito úteis para a empresa, é uma forma
de feedback rápido e muito eficiente. Tendo em vista o cenário altamente competitivo e
complexo que as empresas atuam nos dias de hoje, é preciso levar em conta diversos fatores
que influenciam a escolha e decisão de compra do consumidor.
A Nubank tem um grande engajamento na rede social Facebook, que é onde
analisou-se o posicionamento da marca diante de seus consumidores. No dia 15 de setembro de
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2018, em homenagem ao dia do consumidor, a marca criou um post com “7 motivos para o
Nubank amar seus clientes”.
(2010), consegue verificar quais são seus pontos fortes, neutros e principalmente as deficiências
em sua organização, até mesmo de seus concorrentes.
Na postagem do dia 15 de setembro de 2018, referente ao dia do cliente, a Nubank
buscou mostrar seu carinho aos clientes, agradecendo de forma diferente o carinho que recebe
dos seus “Nus”. Para Brito (2005) a fidelização do cliente não está relacionada somente em
conquistá-lo, mas sim o que fazer a partir disso, como buscar desenvolver maneiras de
consolidar e intensificar o relacionamento com o cliente. A Nubank utilizou-se de uma data
sazonal para estreitar a relação com os seus clientes, afinal a fidelidade do consumidor não está
à venda, é necessário ser conquistada a longo prazo através de atitudes que transmitam
confiança, respeito, atenção e apreço.
O objetivo principal do marketing de relacionamento é construir e aumentar a
percepção de valor de uma marca. Araújo Junior (2011) afirma que as estratégias de
comunicação, como a de relacionamentos com os clientes, integram as ações, desde o projeto
de um produto ou serviço, até o pós-venda. É possível observar que essa é uma das estratégias
que a marca Nubank utiliza ao comunicar-se com seus consumidores.
Os relacionamentos são os bens fundamentais da empresa. Gordon (1999) afirma
que mais do que tudo – até mais do que a fábrica física, as patentes e os produtos ou serviços –
os relacionamentos determinam o futuro da empresa. A Nubank conseguiu transformar o seu
setor de atendimento em seu diferencial competitivo. O que para outras empresas, em sua
maioria, é motivo de reclamações, para ela é a forma de construir uma relação perene e de longo
prazo com os seus consumidores.
A cultura da Nubank é o foco no cliente. (NUBANK, 2018). O objetivo da marca
nunca foi apenas oferecer serviços financeiros através da tecnologia, design e data Science -
mas sim fazer tudo isso oferecendo uma experiência incrível aos seus clientes. Yuri Dantas,
líder da área de relacionamento com o cliente do cartão Nubank, fala que “Nosso aplicativo foi
pensado para que as pessoas possam resolver tudo o que precisam sozinhas, mas que tenham
fácil acesso a suporte caso precisem de ajuda. E a missão não é oferecer qualquer ajuda: mas
sim o melhor atendimento do mundo”. (NUBANK, 2018).
Para Negretto (2007), todas as organizações, nos mais variados setores, devem atuar
com o foco no cliente, mais do que isso, as organizações devem ser capazes de reorientar-se
constantemente com o objetivo de deixar evidente para o cliente que o seu foco é suprir suas
necessidades e desejos.
Quando o cliente percebe que a organização se preocupa com o atendimento de suas
necessidades, os relacionamentos tornam-se mais consistentes e duradouros, ocorrendo,
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portanto, a fidelização. Através das postagens disponíveis no blog da Nubank, pode ser
analisado a preocupação que a empresa tem com o cliente e a busca constante de demostrar
isso, dessa forma, estando em conformidade com o que diz Negretto (2017).
Para gerar satisfação para o cliente, segundo Brito (2005), a empresa precisa estar
atenta em alguns fatores que influenciam diretamente na satisfação do cliente. Todos os clientes
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desejam sair satisfeitos de uma transação comercial e esperam que a empresa esteja empenhada
em cumprir essa promessa.
A partir dos fatores citados por Brito (2005), e as informações obtidas ao longo de
toda a análise da rede social da Nubank no Facebook e o site oficial da marca. será
correlacionada as informações para verificar se a empresa e o produto Nubank correspondem
de forma positiva o cumprimento desses fatores.
a) Produtos e/ou serviços de qualidade e excelência: o cartão Nubank é muito
elogiado pelos seus usuários nas redes sociais, na página oficial do cartão no
Facebook diversos clientes demostram seu amor ao “roxinho”;
b) Preço percebido pelo cliente como aceitável e justo: o cartão não possui nenhum
custo e tem anuidade zero, o que o torna bastante atrativo, mas os juros do
parcelamento da fatura são relativamente altos, no entanto não chegam a ser um
ponto negativo para a marca;
c) Condições de pagamentos: o vencimento da fatura é após 5 dias do fechamento
da mesma. O Nubank tem diversos benefícios para os clientes, como por
exemplo, a possibilidade de adiantar parcelas e ganhar descontos por isso, ou
fazer um pagamento antecipado da fatura para liberar o limite do cartão;
d) A empresa cumpre os compromissos e prazos assumidos: como é uma empresa
com o foco no cliente, o cumprimento de compromissos ocorre com excelência;
e) Disponibilidade de produtos e outros serviços: o Nubank está sempre inovando
e criando outros serviços, como a Nuconta e o Nubank Rewards;
f) Entrega: como é um serviço a entrega se baseia muito na experiência que é
entregue ao consumidor, a marca busca surpreender seus clientes;
g) Comunicação de responsabilidade: a comunicação do Nubank é extremamente
próxima ao consumidor, buscando cultivar a excelência no relacionamento;
h) Ofertas e descontos atrativos: com o Nubank Rewards os clientes conseguem ter
descontos e ofertas especiais à medida que fazem o uso do cartão;
i) Facilidade na hora da compra (localização da empresa, tempo de espera para
finalizar a compra): a tecnologia é outro ponto de destaque na Nubank, o cliente
consegue gerenciar sua conta no aplicativo do celular, sem burocracias e de
forma facilitada.
Através da análise feita foi percebido que o Nubank é uma empresa que tem ciência
dos fatores que motivam os clientes a serem fiéis a uma marca e, através disso, vem construindo
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seu posicionamento de marca no mercado. Negretto (2007) diz que nenhuma organização
consegue permanecer no mercado e ganhar confiança do consumidor sem estabelecer vínculos
de relacionamento com ele. O marketing de relacionamento é indispensável para a sustentação
de qualquer empresa na atualidade e a Nubank demonstra estar ciente disso, fazendo dele o seu
melhor aliado.
Para conquistar a fidelidade do cliente, Brito (2005, p. 29 e 30) pontua algumas
atitudes que devem ser consideradas pela empresa para que ocorra a fidelização. A partir do
estudo de caso Nubank, será feita uma análise para perceber se as atitudes citadas por Brito
(2005) estão inseridas na construção marca.
1. Ser memorável no primeiro contato com o consumidor. A primeira vez que o
consumidor entra em contato com uma empresa, ela deve mostrar o seu melhor, é mais do que
o momento da verdade, é a chance de criar boas memorias para o consumidor. Analisando o
Nubank e o processo para adquirir o cartão, é possível analisar que é feito de forma
desburocratizada, tecnológica e surpreendente, os clientes ficam eufóricos quando conseguem
a aprovação no cadastro.
2. Comunicação do cliente com a empresa de forma facilitada e sem burocracias.
Disponibilidade de canais de comunicação com a empresa, para que, o cliente a qualquer
momento que ele solicite possa receber o suporte almejado, isso inclui o cuidado com tempo de
espera e de retorno. Todos os canais de comunicação devem oferecer o mesmo padrão de
qualidade e serviço. A marca Nubank afirma que “Nosso aplicativo foi pensado para que as
pessoas possam resolver tudo o que precisam sozinhas, mas que tenham fácil acesso a suporte
caso precisem de ajuda. E a missão não é oferecer qualquer ajuda: mas sim o melhor
atendimento do mundo”. (NUBANK, 2018)
3. Comunicação estratégica desenvolvida para o cliente. O diálogo com o cliente
deve ser estruturado desde o primeiro contato, com o objetivo de obter informações e conhecê-
lo cada vez melhor. Manter um contato frequente como cliente fortalece o relacionamento e a
confiança. A presença da marca nas redes sociais é uma forte ferramenta de comunicação, pois
seus clientes interagem, tiram dúvidas e, assim, fortalecem o relacionamento.
4. Encantar o cliente. Oferecer ao cliente mais do que ele espera receber, busque
surpreende-lo; em tempo algum permita que ele saia insatisfeito; ser criativo e inovador é
essencial, os clientes se desmotivam facilmente, e suas necessidades e anseios mudam
constantemente. No Facebook dá para observar os depoimentos, como o da Aline F. que foi
citado nesse artigo, onde clientes são surpreendidos com mimos pela marca.
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5. Ouvir com atenção, cautela, brandura e respeito. Não apenas escutar, mas ouvir
seus clientes sem estafar; fazer o uso de todos os canais de comunicação com os clientes e obter
mais informação a seu respeito; manter registrado o seu histórico com todas as suas reclamações
e sugestões; solucionar seus problemas com atitudes consistentes e precisas, mas respeitar o
cliente acima de tudo, evitando irritá-lo ou danificar o vínculo que está em construção. Os Xpeer
prestam um atendimento humanizado e eficiente resolvendo o problema do cliente de forma
respeitosa e ágil, sendo bastante elogiada nas redes sociais.
6. Dedicar-se especialmente para clientes especiais. O cliente exclusivo tem que
saber de sua importância para a empresa. O cliente só se sentirá especial quando sua importância
for refletida em vantagens palpáveis e mensuráveis. Todos os clientes da Nubank são tratados
de forma especial, mas alguns casos recebem uma atenção a mais, como foi observado ao longo
ao longo da análise.
7. Investir na fidelidade e colaboração dos funcionários. O marketing de
relacionamento não funciona se for uma atitude isolada. Envolver toda a equipe e comprometer-
se com a lealdade e colaboração dos clientes internos, funcionários leais e satisfeitos tendem a
oferecer melhor atendimento ao cliente. A cultura do Nubank é ter foco no cliente, todas as
áreas da empresa estão engajadas nesse propósito.
Pôde-se observar ao longo de toda a análise feita nesse estudo que essas são atitudes
praticadas pela Nubank desde o princípio. Dessa maneira, é possível considerar que a marca
aplica o marketing de relacionamento para fidelizar seus consumidores, e com isso cria uma
forte estratégia de posicionamento de marca.
6. Considerações Finais
prestado, a empresa proporciona uma experiência ao cliente, que vai além de um excelente
atendimento, é um serviço ágil, criativo e humanizado, o que não é comum no mercado de
serviços bancários.
Buscou-se, através de uma pesquisa qualitativa, analisar a marca Nubank,
envolvendo-se com as situações vivenciadas pela empresa e seus clientes. O procedimento de
coleta de dados foi feito a partir de pesquisa bibliográfica, correlacionando os estudos de autores
com a marca. Através dessa pesquisa foi possível verificar que a empresa se utiliza do marketing
de relacionamento para fidelizar seus clientes, além do fortalecimento da marca a partir disso.
Pôde-se analisar que a marca se posiciona de forma simpática e aberta ao ouvir os
seus clientes para melhorar seus processos, dessa forma, criando relacionamentos e fidelizando,
sendo que os clientes se sentem – além de especiais – partes da empresa, contribuindo para a
melhora dos processos. A linguagem informal e a forma acolhedora conquistam os clientes, que
são carentes de um bom atendimento em diversos segmentos do mercado.
Por fim, podemos concluir que a estratégia da Nubank de priorizar o cliente em
todos os estágios do processo é primordial para o fortalecimento da empresa. Os clientes estão
cada dia mais exigentes, querendo ser ouvidos e terem suas necessidades atendidas. A Nubank
demostra superá-las com maestria, os atendimentos rendem cartas escritas à mão e até brindes
especiais para seus clientes, que em troca publicam em redes sociais suas experiências,
propagando a empresa de forma positiva.
O posicionamento da marca Nubank é a soberania dos seus clientes. Tybout;
Calkins (2006) afirmam que o branding de relacionamento é uma abordagem estratégica
destinada a fazer com que os consumidores sintam um senso de relacionamento ou de conexão
pessoal com a marca. No decorrer da análise desse trabalho pode-se observar que ocorre essa
conexão entre os clientes e a Nubank.
Esse artigo contribui para que outras empresas possam avaliar como o marketing
de relacionamento é efetivo e necessário para qualquer marca. Os clientes estão cada vez mais
exigentes e entendendo o seu valor, principalmente em relacionamentos que são vantajosos a
eles, e com isso podem se manter fiéis a uma marca.
Na construção desse artigo foi observado que o marketing de relacionamento não é
apenas uma estratégia de negócio, mas sim, uma necessidade eminente. As empresas que não
buscarem por isso estão fadadas ao fracasso.
Essa pesquisa é encerrada com uma frase que Kotler (2010) disse em uma palestra
sobre marketing 3.0 “Se você cria um caso de amor com seus clientes, eles mesmos fazem a
sua publicidade”. Essa frase está em consonância com o caso Nubank aqui estudado, da mesma
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forma com todo conhecimento adquirido ao longo dessa pesquisa: “o cliente é o seu melhor
aliado.”
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