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dos Estoques
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Gestão da Demanda

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Rogério Monteiro
Prof. Esp. Clovis Cabrera

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Luciene Santos
Gestão da Demanda

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Introdução à Gestão de Demanda;
• Tipos de Demanda;
• Técnicas de Previsão da Demanda;

Fonte: iStock/Getty Images


• Influência da Demanda na Cadeia de Suprimentos.

Objetivos
• Entender o processo de previsão da demanda nas empresas;
• Compreender como a demanda influencia nas decisões ao longo da cadeia de suprimentos.

Caro Aluno(a)!

Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões


de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.

Bons Estudos!
UNIDADE
Gestão da Demanda

Contextualização
Empresas vêm desenvolvendo esforços para adequar suas previsões de demanda às
reais necessidades de mercado. Esse processo é denominado gestão da demanda.

É fundamental conhecer as principais características da demanda e as técnicas para


previsão, de modo a evitar decisões equivocadas em termos de capacidade produtiva,
aquisição, estoques, entre outros aspectos.

Assim, esta unidade traz uma visão ampla da gestão da demanda, sua importância e
os principais procedimentos para o devido cálculo.

Finalmente, apresenta-se ainda uma análise da influência da gestão da demanda nas


cadeias de suprimentos.

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Introdução à Gestão de Demanda
Esta unidade apresenta aspectos da gestão da demanda. Começaremos definindo
demanda, gestão e gestão da demanda:
• Demanda: refere-se à quantidade de bens e serviços requeridos por uma coletividade
ao longo de um determinado período de tempo. Nesse sentido, demanda pode ser
representada pelas seguintes unidades: peças por mês, litros por ano, pacientes por
dia, entre outras formas de mensuração;
• Gestão: ato de gerenciar recursos, atividades ou alguma entidade. A gestão prevê a
utilização de técnica para se obter resultados favoráveis em relação ao objeto gerenciado;
• Gestão da demanda: refere-se ao ato de gerenciar as atividades relacionadas à
demanda. Tem por objetivo desenvolver estimativas capazes de antecipar as de-
mandas futuras, de maneira a auxiliar os gestores em suas tomadas de decisão. A
gestão da demanda pode ser dividida em duas partes: pedidos firmes e previsão.

Historicamente, técnicas de gerenciamento da demanda são aplicadas tanto no


ambiente governamental, quanto no empresarial.

Em termos governamentais, faz-se necessário realizar a gestão da demanda visando


atender a população em seus anseios quanto a programas sociais, infraestrutura, saúde,
habitação, entre outros.

Em termos empresariais, a prática da gestão da demanda permite que inúmeras


atividades sejam bem-sucedidas e, consequentemente, tragam benefícios à empresa,
como pode ser visto no Quadro 1:
Quadro 1 – Atividades que se beneficiam da gestão da demanda
• Planejamento de compras;
• Gestão de estoques;
• Planejamento da produção;
• Planejamento da equipe de vendas;
• Alocação de mão de obra;
• Subcontratação de mão de obra e serviços;
• Planejamento da necessidade de parcerias;
• Planejamento da descontinuidade de produtos;
• Outras atividades.

Como se vê, a sociedade se beneficia, direta ou indiretamente, da previsão de deman-


da. Essa constatação aumenta a importância de se estudar e entender os aspectos que
compõem a gestão da demanda.

O vídeo disponível a seguir apresenta a influência da gestão da demanda nas atividades


empresariais.
Jornal da Globo (edição do dia 05/05/2015): Indústria automobilística sofre com crescente
queda na venda de veículos.
http://goo.gl/0ZOB3o

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UNIDADE
Gestão da Demanda

Gestão da Demanda e Horizonte de Planejamento


Outro aspecto importante que se encontra relacionado à gestão da demanda é o
horizonte de planejamento, o qual pode ser definido como o intervalo entre uma tomada
de decisão e o efeito dela.

O horizonte de planejamento pode ser caracterizado como de curto, médio ou de


longo prazo. Assim, a Figura 1 apresenta os prazos de cada horizonte.

Curto prazo
Até três meses

Médio prazo
Acima de três e até dezoito meses

Longo prazo
Acima de dezoito meses

Figura 1 – Horizontes de planejamento


Fonte: Acervo do conteudista

Perceba que o planejamento de curto prazo requer estudos de gestão da demanda de


curto prazo.

Em ambiente empresarial são considerados aspectos como quanto produzir, quem


deve produzir e quanto comprar de matéria-prima. Assim, as decisões de curto prazo
estão fortemente relacionadas às questões operacionais da empresa.

Por sua vez, planejamento de médio prazo requer estudos de gestão da demanda de
médio prazo.

Nesse caso, são observadas as decisões de importação de insumos, desenvolvimento


de equipes de trabalho e expansão de marketing share – ampliação do mercado. Desse
modo, as decisões de médio prazo estão fortemente relacionadas às questões táticas e
gerenciais da empresa.

Finalmente, planejamento de longo prazo requer estudos de gestão da demanda de


longo prazo.

Nesse sentido, estudos como ampliação da capacidade produtiva, desenvolvimento


de produtos e de novos fornecedores são tratados a partir de decisões de longo prazo,
as quais estão fortemente relacionadas às questões estratégicas da empresa.

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Cabe ainda observar que uma decisão tomada, seja de curto, médio ou longo prazo,
influencia nas demais decisões da empresa, como pode ser visto na Figura 2:

Decisões
estratégicas

Influência Decisões Influência


Top-down táticas Bottom-up

Decisões
operacionais

Figura 2 – Influência das decisões nos diversos níveis hierárquicos.


Fonte: Acervo do conteudista

Tradicionalmente, a influência das decisões no sentido top-down – de cima para


baixo – é a mais propagada. Ela nos apresenta uma visão hierárquica da empresa. A
seguir, são apresentados exemplos dessas duas situações:
• Influência top-down: Considere que, ao identificar uma tendência de compra de seus
produtos em um novo segmento de mercado, a alta administração de determinada
empresa decida remodelar seus produtos para atender a esse novo nicho de mercado
– decisão estratégica. As consequências imediatas de tal decisão correspondem à
revisão do projeto dos produtos envolvidos e elaboração de novas campanhas de
marketing – decisão tática. Por conseguinte, as consequências das decisões táticas
estão relacionas à produção do produto remodelado e à definição de novos canais de
divulgação desse produto – decisão operacional.
• Influência Bottom-up: Considere que o processo de melhoria contínua para a
fabricação de um produto resultou em redução significativa no custo de produção
de um determinado produto – decisão operacional. A consequência da decisão ope-
racional será a padronização do novo processo, bem como a redefinição do novo
custo de produção para tal produto – decisão tática. Finalmente, diante do novo
patamar de custo, a alta administração poderá decidir por reduzir o preço de venda
do produto e atender a uma camada maior de consumidores – decisão estratégica.

Demanda Independente e Dependente


Neste item, pretendemos diferenciar a demanda independente da demanda dependente.
Primeiramente, precisamos entender que uma empresa somente existe – e se mantém – se
produzir algo que satisfaça às necessidades humanas. Com essa condição, se aceita, pode-
mos inferir que a referida empresa encontrará mercado – demanda – para seus produtos.

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UNIDADE
Gestão da Demanda

Atende às
necessidades
humanas

Empresa Mercado

Figura 3 – Relação entre empresa e mercado


Fonte: Acervo do conteudista

Para atender às necessidades do mercado, é necessário que a empresa utilize técnicas


de gestão da demanda, visando prever a quantidade de produtos produzidos em deter-
minado instante. Essa relação entre o mercado e a empresa, essa que utiliza a técnica de
gestão da demanda, é denominada demanda independente.

É igualmente válido observar que a empresa se relaciona com inúmeras outras empresas
– fornecedores – para adquirir matérias-primas, insumos e serviços necessários à produção
de seus produtos.
Necessidade de
matéria-prima,
insumos e serviços

Fornecedores Empresa

Figura 4 – Relação entre empresa e fornecedores


Fonte: Acervo do conteudista

Uma vez definida a quantidade de produtos a ser produzida, a empresa necessita


adquirir matérias-primas, insumos e serviços de seus fornecedores. Essa relação entre
a empresa e seus fornecedores, no sentido de adquirir materiais para a fabricação de
produtos, é denominada demanda dependente.

Tipos de Demanda
O estudo da demanda permite identificar determinados padrões ao longo do tempo.
Nesse sentido, Ballou (2011, p. 243) apresenta três padrões típicos de demanda: deman-
da nivelada; demanda com tendência – crescente ou decrescente –; demanda sazonal.

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(a) Um padrão de demanda aleatório, ou nivelado, sem tendência nem elementos sazonais

250

200

150
Vendas

100

50 Vendas reais
Vendas médias

0
0 5 10 15 20 25
Tempo

(b) Um padrão de demanda aleatório com tendência crescente mas sem elementos sazonais

250

200

150
Vendas

100

50 Vendas reais
Vendas médias

0
0 5 10 15 20 25
Tempo

(c) Um padrão de demanda aleatório com tendência e elementos sazonais

800

700

600

500
Vendas

400

300
Vendas atuais
200
Tendências das vendas
100 Vendas de tendência e sazonais continuadas

0
0 10 20 30 40
Tempo
Figura 5 – Padrões típicos de demanda
Fonte: Adaptado Ballou (2011, p. 243)

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UNIDADE
Gestão da Demanda

Cabe observar que o padrão de demanda com tendência pode apresentar diversas
características. Por sua vez, tais características podem ser modeladas por funções mate-
máticas, as quais:
• Tendência linear – quando a demanda se aproxima de uma função de primeiro grau
(y = a + bx);
• Tendência polinomial – quando a demanda se aproxima da função polinomial
(y = axn + bx(n-1) + cx(n-2) + ... + zx0);
• Tendência exponencial – quando a demanda se aproxima da função exponencial
(y = ax + b);
• Tendência logarítmica – quando a demanda se aproxima da função logarítmica
(y = a ∙ lnx + b).

Resumidamente, observa-se que uma demanda histórica pode ser analisada a partir de
ferramentas matemáticas capazes de modelar – e prever – demandas futuras.

Técnicas de Previsão da Demanda


Conforme anunciado nos tópicos iniciais desta unidade, a gestão da demanda pode
ser dividida em duas partes: pedidos firmes e previsão.

Como o próprio termo diz, pedidos firmes se refere à manifestação formal de inte-
resse dos clientes pelos produtos da empresa. Essa formalização pode ser realizada por
telefone, e-mail, Eletronic Data Interchange (EDI), entre outros meios.

Já a previsão da demanda – do inglês forecasting – se refere à expectativa do em-


presário em relação à demanda futura de seus produtos por parte dos clientes. Nesse
sentido, técnicas de previsão da demanda são utilizadas para tentar minimizar o erro
entre a previsão e a demanda futura.

A Figura 6 apresenta um conjunto de técnicas utilizadas para a previsão da demanda:


Técnicas de
previsão

Quantitativas Qualitativas

Intrínsecas Extrínsecas Método Delphi

Juri de
executivos
Médias móveis Regressão
simples
Força de vendas
Suavizamento Regressão
exponencial múltipla
Pesquisa de
mercado
Proteção de
tendências
Analogia
histórica
Decomposição

Figura 6 – Técnicas de previsão da demanda


Fonte: Adaptado de Corrêa e Corrêa (2017)

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Inicialmente, esses autores dividem as técnicas de previsão de demanda em qualitativas
e quantitativas.

Especificamente entre as técnicas qualitativas, temos:


• Método Delphi – método interativo que busca alcançar o consenso entre os parti-
cipantes nas várias opiniões sobre as previsões de demanda;
• Júri de executivos – previsão de demanda com base na opinião do grupo de exe-
cutivos da empresa;
• Força de vendas – considera a experiência dos vendedores para auxiliar no pro-
cesso de previsão;
• Pesquisa de mercado – elabora análise com os clientes para identificar suas inten-
ções de compra;
• Analogia histórica – utiliza dados de produtos similares para auxiliar na previsão
de demanda.

Em seguida, Corrêa e Corrêa (2017) descrevem os métodos quantitativos de previsão


e demanda, os quais se dividem em intrínsecos e extrínsecos, conforme se segue:
• Intrínsecos – têm como base os dados históricos do produto. Sofrem pouca influ-
ência de dados externos, podendo, assim, tornarem-se projetáveis para o futuro
com elevados índices de assertividade;
• Extrínsecos – utilizam os dados históricos do produto, entretanto, sofrem forte in-
fluência de dados externos, como, por exemplo, fatores econômicos e/ou setoriais.

A seguir, são descritas algumas técnicas quantitativas de previsão de demanda:

Média Móvel Simples (MMS)


Trata-se de uma média aritmética das demandas dos últimos meses. Os dados mais
antigos são substituídos com o passar do tempo.

A expressão que representa a MMS é:

MMS =
∑D n

Onde:

D = demanda
n = número de períodos

Exemplo 1: calcule a previsão da demanda pela MMS dos últimos 4 períodos para o
mês de junho do ano corrente.
Quadro 2
Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago.
Demanda (Peças/mês) 100 110 112 111 110 - - -
Fonte: elaborado pelo professor conteudista

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UNIDADE
Gestão da Demanda

110 + 112 + 111 + 110


MMS 6 =
4
MMS 6 = 110,75

Arredondando, temos: MMS6 = 111 peças.

Exemplo 1.1: considerando que, ao término do mês de junho, a demanda real


constatada foi de 115 unidades, calcule a previsão de demanda pela MMS dos últimos 4
períodos para o mês de julho do ano corrente.
112 + 111 + 110 + 115
MMS7 =
4
MMS7 = 112 peças

Observe que, para o cálculo do mês 7, a demanda de fevereiro foi descartada. Além
disso, acrescentou-se a demanda do mês 6. Essa prática de substituição de valores justi-
fica o termo média móvel.

Média Móvel Ponderada (MMP)


Trata-se de uma média ponderada das demandas dos últimos meses. Os dados mais
antigos são substituídos com o passar do tempo.

A expressão que representa a MMP é:

MMP =
∑ (W.D )
∑W
Onde:

D = demanda
W = peso de cada demanda

Exemplo 2: calcule a previsão da demanda pela MMP dos últimos 4 períodos para
o mês de junho do ano corrente, atribuindo os pesos 5, 4, 3, 2, de modo a valorizar a
importância do mês imediatamente anterior ao estudado.
Quadro 3
Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago.
Demanda (Peças/mês) 100 110 112 111 110 - - -
Fonte: elaborado pelo professor conteudista

MMP6 =
(2 ⋅ 110 ) + ( 3 ⋅ 112 ) + ( 4 ⋅ 111) + ( 5 ⋅ 110 )
(2 + 3 + 4 + 5 )
MMP6 = 110,71

Arredondando, temos: MMP6 = 111 peças.

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Exemplo 2.1: considerando que, ao término do mês de junho, a demanda real
constatada foi de 115 unidades, calcule a previsão de demanda pela MMP dos últimos 4
períodos para o mês de julho do ano corrente, atribuindo os pesos 5, 4, 3, 2, de modo
a valorizar a importância do mês imediatamente anterior ao estudado.

MMP7 =
(2 ⋅ 112 ) + ( 3 ⋅ 111) + ( 4 ⋅ 110 ) + ( 5 ⋅ 115 )
(2 + 3 + 4 + 5 )
MMP7 = 112, 29

Arredondando, temos: MMP7 = 112 peças.

Suavização Exponencial
Esta técnica utiliza um coeficiente (α – alpha) para corrigir eventual erro de previsão
constatado em período anterior. Seguem as expressões utilizadas no cálculo:

Pt = P(t −1) + α ⋅ ( D(t −1) − P(t −1) )

Onde:

Pt = previsão no instante t.

P(t – 1) = previsão no instante t – 1.

α = coeficiente de ajustamento (varia de 0 a 1).

D(t – 1) = Demanda real no instante t – 1.

O em função do número de períodos considerados. Podendo variar de 0 a 1, valores


mais próximos a um aumentam o erro de previsão, enquanto que valores próximos a
zero minimizam o referido erro. Segue a expressão para calcular o coeficiente α:

2
α=
n+1

Onde:

α = coeficiente de ajustamento (varia de 0 a 1).

n = número de período considerados.

Exemplo 3: calcule a previsão da demanda pelo método da suavização exponencial


para o mês de julho, tendo como base a demanda e a previsão anteriormente realizada para
o mês de junho (ver exemplo 2.1). Para o cálculo de α, considere 4 períodos anteriores.
Quadro 4
Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago.
Demanda (Peças/mês) 100 110 112 111 110 115 - -
Previsão - - - - - 112 - -
Fonte: elaborado pelo professor conteudista

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UNIDADE
Gestão da Demanda

Cálculo de α:
2
α=
n+1
2
α=
4 +1
α = 0, 4

Cálculo da previsão do mês 7:

(
P7 = P(7−1) + 0, 4 ⋅ D(7−1) − P(7−1) )
P7 = 112 + 0, 4 ⋅ (115 − 112 )
P7 = 112 + 0,4
4⋅3
P7 = 112 + 1, 2
P7 = 113, 2

Arredondando, temos: P7 = 113 peças.

Exemplo 3.1: terminado o mês de julho, constatou-se uma demanda real de 110
peças. Assim, calcule a previsão da demanda pelo método da suavização exponencial
para o mês de agosto, tendo como base a demanda e a previsão anteriormente realizada
para o mês de julho (ver exemplo 3). Para o cálculo de α, considere 4 períodos anteriores.
Quadro 5
Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago.
Demanda (Peças/mês) 100 110 112 111 110 115 110 -
Previsão - - - - - 112 113 -
Fonte: elaborado pelo professor conteudista

Cálculo de α:

α = 0,4

Cálculo da previsão do mês 8:

(
P8 = P(8 −1) + 0, 4 ⋅ D(8 −1) − P(8 −1) )
P8 = 113 + 0, 4 ⋅ (110 − 113 )
4 ⋅ ( −3 )
P8 = 113 + 0,4
P8 = 113 − 1, 2
P8 = 111, 8

Arredondando, temos: P8 = 112 peças.

Método dos Mínimos Quadrados (MMQ)


Este método permite construir uma linha de tendência com base nas demandas
históricas da empresa e, então, projetá-la para períodos futuros – previsão da demanda.
Nesse sentido, o MMQ considera que o futuro é consequência do passado.

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Segue o procedimento de cálculo do MMQ
1. Dado um conjunto de demandas, deve-se calcular os termos das seguintes equações:

∑ y = na + b∑ x
∑ xy = a∑ x + b∑ x 2

2. Em seguida, são calculados os fatores a e b a partir de técnicas de sistemas


de equações.
3. Os fatores a e b são inseridos na equação da demanda y = a + bx.
4. De posse da equação da demanda, é possível projetar a previsão para
diferentes períodos no futuro. Cabe observar que quanto maior o horizonte de
planejamento, maior será a probabilidade de erro de previsão.

Exemplo 4: dadas as demandas dos últimos 5 meses, utilize o MMQ para calcular a
previsão de demanda para o mês de dezembro do ano corrente.
Quadro 6
Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago.
Demanda (Peças/mês) 104 108 105 111 114 - - -
Fonte: elaborado pelo professor conteudista

Montaremos uma tabela com os dados de demanda, de modo que os meses serão
denominados X, enquanto as respectivas demandas Y.
Quadro 7
X (período) Y XY (X)2
1 104 104 1
2 108 216 4
3 105 315 9
4 111 444 16
5 114 570 25
15 542 1.649 55
ΣX ΣY ΣXY ΣX2
Fonte: elaborado pelo professor conteudista

Observe que duas colunas foram criadas, XY e X2.

A soma de cada uma dessas colunas servirá para construirmos o sistema de equações.

Com o auxílio do quadro acima, tem-se:

 542 = 5a + 15b

1.649 = 15a + 55b

Resolvendo o sistema de equações, há:

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UNIDADE
Gestão da Demanda

a = 101, 5
b = 2, 3
Y = a + bX
⇒ Y = 101, 5 + 2, 3 X

Projetando para o mês 12, temos:


Y = 101, 5 + 2, 3 X
Y = 101, 5 + 2, 3 ⋅ (12 )
Y = 129,1
Arredondando,
Y = 129 peças.

Portanto, a previsão de demanda para o mês 12 é de 129 peças.

O seguinte gráfico apresenta tal solução:

1 104 140
2 108 120
3 105
4 111 100
5 114 80

60

40

20

0
0 2 4 6 8 10 12 14

Figura 7
Fonte: Acervo do Conteudista

Finalmente, podemos observar que as técnicas de previsão de demanda auxiliam os


tomadores de decisão nas empresas a identificarem as quantidades de produtos a serem
produzidas e, consequentemente, definir lotes de compras de materiais, organizar a mão
de obra necessária, reservar recursos financeiros, entre outras atividades da empresa.

Influência da Demanda
na Cadeia de Suprimentos
No último tópico desta unidade, abordaremos a importância da gestão da demanda
no gerenciamento da cadeia de suprimentos – Supply Chain Management (SCM).

Tomando como base uma empresa líder da cadeia de suprimentos, podemos constatar
a relevância da gestão da demanda para a cadeia de suprimentos pelas seguintes razões:

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• Identificar as necessidades de produção interna;
• Identificar as necessidades de aumento ou redução da capacidade produtiva;
• Alocar produtos nos diversos pontos de venda – próprios ou de terceiros;
• Identificar a necessidade de aumento ou diminuição do número de pontos de venda;
• Identificar a necessidade de infraestrutura de distribuição/armazenagem;
• Definir lotes de compras de matérias-primas e insumos necessários à produção;
• Definir prazos para as entregas de matérias-primas e insumos, evitando excesso ou
falta de materiais;
• Identificar a necessidade de novos fornecedores.

Observamos que a empresa líder da cadeia de suprimentos é a principal interessada


pela venda de seus produtos – dado que é detentora do projeto do produto – e, portanto,
responsável pela gestão da demanda e pela disseminação dessa informação para seus
parceiros de negócio – cadeia de suprimentos.

Quando trabalhada de maneira criteriosa, a gestão da demanda pode trazer benefí-


cios à cadeia de suprimentos (Figura 8), como redução dos estoques nos diversos elos
da cadeia, maior agilidade nos processos e suprimentos e redução dos custos totais da
cadeia de suprimentos.
Gestão da demanda Demanda

Empresa líder da
cadeia de suprimentos Mercado

Benefícios para a
cadeia de suprimentos:

• Redução dos estoques;


• Maior agilidade;
• Redução dos custos totais.

Figura 8 – Influência da gestão da demanda na cadeia de suprimentos.


Fonte: Elaborada pelo professor conteudista

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UNIDADE
Gestão da Demanda

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Gestão logística de cadeias de suprimentos
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de
suprimentos. [S.l.]: Bookman, 2014.

Gestão de Redes de Suprimento: Integrando Cadeias de Suprimento no Mundo Globalizado


CORREA, H. L. Gestão de Redes de Suprimento: Integrando Cadeias de Suprimento
no Mundo Globalizado. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

Leitura
Gerenciamento da demanda
CAMPOS, L. H. A. Gerenciamento da demanda. [20--].
https://goo.gl/4TvtAh
Um estudo sobre o gerenciamento da demanda nos sistemas de planejamento e controle da
engenharia de produção
BARBOSA, C. M. Um estudo sobre o gerenciamento da demanda nos sistemas de
planejamento e controle da engenharia de produção. In: Congresso Nacional de
Excelência em Gestão, 8-9 jun. 2012.
http://goo.gl/qCuXNw

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Referências
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos – logística empresa-
rial. 5. ed. [S.l.]: Bookman, 2011.

BARROS, M. Indústria automobilística sofre com crescente queda na venda


de veículos. Jornal da Globo. 5 maio 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/
jornal-da-globo/noticia/2015/05/industria-automobilistica-sofre-com-crescente-
queda-na-venda-de-veiculos.html Acesso em: 1 jun. 2015.

CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e operações.


Manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

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