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Estoques na Cadeia de Suprimentos
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Luciene Santos
Estoques na Cadeia de Suprimentos
Objetivos
• Compreender os impactos dos estoques na cadeia de suprimentos.
• Estudar técnicas que permitam alinhar os estoques à demanda.
• Compreender a influência dos estoques na agilidade e nos custos da cadeia de suprimentos.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Estoques na Cadeia de Suprimentos
Contextualização
O crescente acirramento da concorrência nos diversos segmentos da sociedade des-
locou a competição que historicamente acontecia entre empresas e passou a ocorrer
entre cadeias de suprimentos. Tal fenômeno trouxe um novo desafio para as empresas
responsáveis pela gestão da cadeia de suprimentos.
A partir de então, gerenciar recursos internos deixou de ser suficiente para que a
empresa atingisse seus objetivos. Essa passou a se ocupar em gerenciar os recursos da
cadeia de suprimentos.
Assim, o principal recurso a ser gerenciado pela empresa líder é o estoque existente
ao longo da cadeia de suprimentos.
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Introdução
Esta Unidade apresenta a importância dos estoques na cadeia de suprimentos.
Para tanto, vejamos as seguintes definições:
• Cadeia de suprimentos: trata-se de um conjunto de atividades funcionais – trans-
portes, controle de estoque etc. –, as quais se repetem inúmeras vezes e ao longo
do canal pelo qual matérias-primas são convertidas em produtos acabados, aos
quais se agrega valor ao consumidor (BALLOU, 2011, p. 29);
• Gestão da cadeia de suprimentos: diz respeito à coordenação estratégica e siste-
mática das tradicionais funções de negócios e das táticas ao longo dessas funções de
negócios no âmbito de uma determinada empresa e nos negócios dessa cadeia, com
o objetivo de aperfeiçoar o desempenho de longo prazo das empresas isoladamente e
da cadeia de suprimentos como um todo (MENTZER apud BALLOU, 2011, p. 28).
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UNIDADE
Estoques na Cadeia de Suprimentos
Cliente D
Fornecedor B
Montadora Alfa
(líder da cadeia
de suprimentos)
Cliente F
Fornecedor A
Fornecedor C
Cliente E
Uma vez líder da cadeia de suprimentos, essa empresa – montadora Alfa – é a grande
interessada e responsável pelo bom desempenho da cadeia, isso porque o sucesso de
seus produtos no mercado permitirá a continuidade dos negócios e a manutenção dos
parceiros que formam sua cadeia de suprimentos.
Cliente H
Montadora Beta
(líder da cadeia
de suprimentos)
Fornecedor G
Cliente D
Fornecedor B
Montadora Alfa
(líder da cadeia
de suprimentos)
Cliente F
Fornecedor A
Fornecedor C
Cliente E
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Com base nas figuras 1 e 2, conclui-se a importância das empresas líderes no ge-
renciamento dos recursos de suas respectivas cadeias de suprimentos, visando atingir
elevados níveis de desempenho para a conquista de melhores participações no mercado.
Figura 3 – Demanda irregular de um componente quando o produto acabado é controlado pelo ponto de pedido
Fonte: Ballou, 2011
Observe que cada participante da cadeia de suprimentos tem uma estratégia diferen-
ciada de formação e utilização dos estoques.
Tomando como base a Figura 3a, observamos o gráfico “dente de serra”, no qual ocor-
re o reabastecimento de produtos no instante zero e a consequente formação de estoque.
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UNIDADE
Estoques na Cadeia de Suprimentos
Tem como base a curva matemática denominada Hipérbole, que pode ser definida
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como y =
x
O gráfico gerado pela curva é o seguinte:
x = Quant y = C.Unit
100 0,010
200 0,005
300 0,003
400 0,003
500 0,002
600 0,002
700 0,001
800 0,001
900 0,001
1000 0,001
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Custo Total da Cadeia de Suprimentos
Conforme verificado, o gerenciamento da cadeia de suprimentos é responsável por
coordenar o fluxo de materiais, a produção de bens, o fluxo de informações e de dinhei-
ro entre os participantes.
A empresa líder da cadeia deve desenvolver ações para garantir que atividades desne-
cessárias – ou seja, que não agregam valor – ocorram na cadeia de suprimentos. Nesse
sentido, a empresa líder deve atuar nas seguintes frentes:
• Gestão da demanda: a empresa líder deve utilizar técnicas de gestão da demanda
que garantam o alinhamento entre a produção de produtos e a demanda dos mer-
cados em que atua;
• Fluxo de informações: trata-se de garantir que as informações trocadas sejam
assimiladas pelos parceiros de negócios;
• Produção: desenvolvimento de protocolos, definindo tamanhos de lotes, prazos de
entrega adequados ao bom andamento da cadeia de suprimentos;
• Fluxo de materiais: garantia de que as especificações, quantidades e prazos de
entrega sejam respeitados pelos participantes da cadeia;
• Níveis de serviços: desenvolvimento de indicadores de desempenho – Key
Performance Indicators (KPI) –, os quais auxiliem na gestão dos processos logísticos.
As ações acima descritas permitirão a redução dos custos ao longo da cadeia de su-
primentos. A apuração desses custos é uma das importantes atividades da empresa líder.
A Figura 5 apresenta essa visão de custo total da cadeia de suprimentos:
Cliente D
Fornecedor B
Montadora Alfa
(líder da cadeia
de suprimentos)
Cliente F
Fornecedor A
Fornecedor C
Cliente E
Custos da Cadeia de Suprimentos
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UNIDADE
Estoques na Cadeia de Suprimentos
Efeito “Chicote”
Trata-se da amplificação das distorções dos pedidos ao longo da cadeia de suprimen-
tos. Essas distorções são provocadas, principalmente, pela falta de informações sobre a
demanda real ao longo da cadeia.
A ausência de informações sobre a demanda real reflete a ausência de coordenação
da cadeia de suprimentos que, por sua vez, implica na distorção dos pedidos e das ne-
cessidades de estoque.
Devido a essa falta de informação, os participantes da cadeia de suprimentos utilizam
apenas o pedido de seus clientes como referência para o próprio processo de produção.
Essa prática provoca excesso de estoques em determinados períodos, assim como falta
de estoques em outros momentos, conforme é apresentado na Figura 6:
Esse gráfico mostra os pedidos realizados ao longo de seis meses entre os participan-
tes de uma cadeia de suprimentos, a saber, varejista, atacadista, fabricante e fornecedor.
Observe que os atores que se encontram mais próximos ao mercado consumidor –
varejista e atacadista – são os participantes que menos sofrem o efeito “chicote”, isso
porque negociam diretamente com o mercado e, portanto, a informação da demanda
real está disponível para os quais.
Assim, quanto mais distante do mercado consumidor, maior é a distorção dos pedi-
dos, como pode ser visto nas curvas de pedidos do fabricante e do fornecedor.
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Esse fenômeno é prejudicial para a cadeia de suprimentos porque provoca grandes
flutuações de estoques ao longo da cadeia e, consequentemente, riscos de atrasos por
falta de produtos, além de custos excessivos de estoques e, inclusive, riscos de obsoles-
cência de materiais.
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UNIDADE
Estoques na Cadeia de Suprimentos
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Assim, neste tópico abordaremos os ambientes de produção e operações, os quais
fazem uso dos estoques de maneiras diferenciadas. Tomaremos como base a classifica-
ção apresentada por Neumann (2013) para estudarmos os seguintes ambientes: Produ-
ção para o mercado; Produção para o estoque; Montagem sob encomenda; Produção
sob encomenda; Obtenção de recursos contra pedido; e Engenharia sob encomenda.
Especificando-os, temos:
• Produção para o mercado – conhecida também como Make To Market (MTM),
na qual os produtos são produzidos sem a necessidade da formalização de um pedi-
do. São altamente padronizados e não preveem a utilização de estoques. Esse tipo
de produção é fortemente utilizado em serviços como programas televisivos e de
rádio, sites, jornais, entre outros;
• Produção para o estoque – igualmente conhecida como Make To Stock (MTS),
onde os produtos são fabricados mediante uma previsão de demanda, em grandes
quantidades e enviados para estoque. Outra característica é a alta padronização des-
ses produtos. Esse tipo de produção é fortemente utilizado pela indústria manufatu-
reira de eletrodomésticos, produtos de higiene e limpeza, cosméticos, entre outros;
• Montagem sob encomenda – conhecida também como Assemble To Order
(ATO), em que os produtos são montados mediante a formalização do pedido dos
clientes. A dinâmica desse ambiente prevê a formação de estoque de componentes
e subconjuntos. A partir da formalização do pedido, dá-se início à montagem do
produto final. Em logística esse processo é conhecido como postponement – pos-
tergação – da montagem. Esse tipo de produção é fortemente utilizado pela indús-
tria automobilística, a qual procura elevar o percentual de montagem mediante o
pedido, minimizando a fabricação de carros para estoque. É também empregado
na indústria do fast food – pizzas, por exemplo –, na qual a montagem é realizada
mediante a formalização do pedido;
• Produção sob encomenda – chamada também de Make To Order (MTO), na qual
os produtos são fabricados mediante a formalização do pedido dos clientes. A dinâmi-
ca desse ambiente não prevê a formação de estoque de produto acabado, apenas de
componentes básicos comuns aos diversos produtos comercializados pela empresa.
Esse tipo de produção é fortemente utilizado pela indústria gráfica e de confecção,
tais como convites de casamento, camisetas promocionais, entre outros;
• Obtenção de recursos contra pedido – igualmente conhecida como Resource To
Order (RTO), em que os materiais são adquiridos pela empresa somente após a for-
malização do pedido. Esse processo não prevê a formação de estoques de materiais
ou mesmo de produtos acabados. Ademais, esse tipo de produção é fortemente
utilizado por marcenarias e empresas de fabricação de móveis planejados;
• Engenharia sob encomenda – conhecida também como Engineering To Order
(ETO), na qual produtos são projetados e produzidos mediante a assinatura de um
contrato. Esse processo não prevê estoques de materiais antes da formalização
do pedido. Havendo a necessidade de estoques – grandes obras –, esses serão
realizados ao longo da elaboração do projeto. Esse tipo de produção é fortemente
utilizado por empreiteiras que, após ganharem uma licitação – pública ou privada
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UNIDADE
Estoques na Cadeia de Suprimentos
Podemos então concluir que a utilização dos estoques nas diversas fases de um pro-
cesso de produção, ou mesmo nos vários participantes da cadeia de suprimentos – por
meio de uma coordenação –, permite o atendimento da demanda de maneira rápida,
fazendo uso do ganho de escala e alcançando custos totais de estoques reduzidos.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Gestão estoques na cadeia de suprimentos
https://goo.gl/mMvSZz
Livros
Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management): Conceitos, Estratégias,
Práticas e Casos
PIRES, S. R. L. Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management): Concei-
tos, Estratégias, Práticas e Casos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
Leitura
Um modelo de referência para gestão da produção em sistemas de produção assembly to
order – ATO e suas múltiplas aplicações
https://goo.gl/M921Ze
O efeito chicote e o seu impacto na gestão das cadeias de suprimentos
https://goo.gl/KEBy5b
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UNIDADE
Estoques na Cadeia de Suprimentos
Referências
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos – logística empresarial.
5. ed. [S.l.]: Bookman, 2011.
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