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Saúde
Cadeia de Suprimentos
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Cadeia de Suprimentos
Objetivo
• Apresentar e explicar o conceito de Cadeia de Suprimentos (Supply Chain), os benefícios de-
correntes da sua aplicação, bem como os desafios para sua implementação; e ainda discutir.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para
o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no
material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades
solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo,
você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos
ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns
de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo,
além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico
espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Cadeia de Suprimentos
Contextualização
Dentro de uma organização, diversas funções são realizadas por diversos profis-
sionais de formações diferentes. Muitas vezes esses profissionais, por melhor que
sejam, acabam não conhecendo toda a atividade da organização e qual o impacto
que suas ações têm em outras áreas e no próprio resultado da organização.
O profissional que estuda essa área terá conhecimento dos conceitos envolvidos
nas mais diversas áreas, como compras, estoques, logística de transportes e produção;
com isso, irá se tornar um profissional mais completo para o mercado de trabalho.
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A Cadeia de Suprimentos
Você já se perguntou por que etapas um produto passa até chegar a você? Desde
a obtenção das diversas matérias-primas que são utilizadas e transformadas em com-
ponentes, passando pelo transporte e armazenamento, até ele chegar às suas mãos?
Isso é a cadeia de suprimentos (em inglês, supply chain)!
Com isso, podemos verificar que a cadeia de suprimentos e a sua gestão têm um
papel fundamental no desempenho das empresas. Entre os principais objetivos da
cadeia de suprimentos, podemos citar:
Maior competitividade
Oferecendo um produto e serviço melhores, a empresa aumenta a sua competi-
tividade no mercado.
Aumento no resultado
Com a redução dos custos e uma maior competitividade no mercado, proporcio-
nada pela oferta de um produto com melhor qualidade, a cadeia de produção pode
incrementar positivamente os resultados das empresas. Para entendermos melhor
o conceito, imaginemos, de maneira muito sucinta, a cadeia de suprimentos de um
produto que todos utilizamos: o papel sulfite.
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Cadeia de Suprimentos
por um tempo. Na fábrica, elas são cortadas em pequenos pedaços (cavacos). Os cava-
cos são então misturados a diversos produtos químicos e colocados em uma máquina
em que são transformados em celulose. Posteriormente, a celulose é utilizada para
produzir o papel sulfite, que é embalado em um pacote e armazenado. Depois, esse
papel é transportado para um ponto de venda, como uma papelaria ou uma loja de
artigos para escritório, onde é novamente armazenado. Quando o pacote de papel
sulfite é comprado pela internet, ele é enviado por uma transportadora para a casa do
cliente, encerrando a cadeia.
A seguir, abordaremos de maneira individual cada uma dessas atividades, bem como
alguns pontos que devem ser observados pelos gestores da cadeia de suprimentos.
Definição do Produto
A definição de qual o produto a ser oferecido ao cliente é fundamental. É através
dessa definição que será construída a cadeia de suprimentos. Dessa forma, podemos
concluir que o produto é o objeto de uma cadeia de suprimentos.
Figura 1
Fonte: Getty Images
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Para exemplificarmos o efeito que a definição de um produto tem na cadeia de supri-
mentos, é importante termos alguns conceitos em mente. De maneira geral, os produ-
tos podem ser classificados em dois tipos: produtos industriais e produtos de consumo.
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Outro fator a ser considerado são os riscos associados aos produtos e ao seu im-
pacto na cadeia de suprimentos. Entre os aspectos de risco de um produto, temos: o
valor, a inflamabilidade e a perecibilidade. Produtos valiosos podem atrair a atenção
de ladrões, o que acaba resultando na necessidade de se adotarem medidas extras de
segurança. Produtos perecíveis podem precisar de instalações com propriedades es-
pecíficas para serem armazenados; produtos inflamáveis precisam ser transportados
por veículos preparados para eles.
Por isso, além da definição do produto, é preciso ter muito bem especificadas as
suas características, para que se monte a cadeia de suprimentos da maneira mais
adequada possível, com especial atenção para o custo e a sua eficiência.
Processamento de Pedidos
Processamento de pedidos engloba todas as atividades desde a solicitação do
pedido pelo cliente até a entrega do produto. Dessa forma, é de fundamental impor-
tância para o atendimento das expectativas dos clientes de uma empresa.
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verificar a disponibilidade e a localização dos produtos requisitados, verificar a
forma de pagamento (se for a prazo, é feita uma análise da situação de crédito
do cliente) e fazer o faturamento;
• Atendimento do pedido: A atividade de atendimento do pedido inclui a aqui-
sição dos itens do pedido. Essa aquisição pode ocorrer de diversas maneiras,
como: compra, fabricação ou retirada do estoque. Após a obtenção do produto
do pedido, ocorre a etapa de embalagem para envio, seguida da programação do
embarque e a emissão da documentação necessária para o envio (notas fiscais,
etiquetas com as informações do destinatário etc.);
• Acompanhamento do pedido: O objetivo da atividade de acompanhamento
do pedido é manter o cliente bem informado sobre a situação desse. Para isso, a
empresa precisa saber em qual parte do processo o produto está e qual o prazo
até a entrega. Dessa forma, é possível informar ao cliente, por exemplo, se o
pedido está em produção ou se já saiu para entrega.
A boa administração das atividades que formam o ciclo de processamento de
pedidos é fundamental para que se atinja o nível determinado pela empresa de aten-
dimento ao cliente. O não atingimento desse nível pode impactar negativamente a
relação da empresa com seus clientes.
Transporte
O transporte tem importância fundamental, pois ele movimenta as matérias-pri-
mas e os produtos acabados de uma empresa. Além disso, de maneira geral, é um
dos itens mais caros na formação do preço de um produto.
Falhas no transporte podem acarretar perdas financeiras enormes, uma vez que
produtos que ficam retidos em seus centros de distribuição ou fábricas podem se
deteriorar ou ficarem obsoletos.
Além de afetar empresas, problemas no transporte de cargas podem afetar até
mesmo um país. De acordo com Verci Goulart (2018), “seja no início ou no final da
cadeia, a operação de transporte pode parar um país, tanto por desabastecimento
do fluxo produtivo como pela falta de reposição de alimentos nos centros urbanos”.
Um exemplo extremo dos impactos financeiros decorrentes de problemas com
transporte foi o resultado da greve dos caminhoneiros que paralisou o Brasil em
maio de 2018. De acordo com dados oficiais, a paralisação de onze dias trouxe pre-
juízos de cerca de R$15,9 bilhões para a economia do País (SOUSA, 2018).
Ministério da Fazenda diz que greve dos caminhoneiros causou prejuízo de R$ 15,9 bilhões
à economia, disponível em: https://glo.bo/2TcrhkH
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• Aquaviário; e
• Dutoviário.
Quadro 1 – Ferroviário
Figura 3
Fonte: Getty Images
Quadro 2 – Rodoviário
Descrição • Feito por carretas e caminhões em estradas, rodovias e ruas.
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Figura 4
Fonte: Getty Images
Quadro 3 – Aeroviário
Descrição • Feito por aeronaves.
Figura 5
Fonte: Getty Images
Quadro 4 – Aquaviário
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Cadeia de Suprimentos
Figura 6
Fonte: Getty Images
Quadro 5 – Dutoviário
Figura 7
Fonte: Getty Images
Para saber um pouco mais sobre os modais de transporte, acesse o link: https://bit.ly/3jnncEV
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A escolha de uma empresa transportadora, independente do modal, deve levar
em consideração os índices de danos ou perdas e de atendimento dos prazos. A van-
tagem de pagar um frete menor pode ser anulada caso o transportador danifique a
carga durante o transporte. O raciocínio é o mesmo em caso de perdas.
Da mesma forma, uma empresa pode ter prejuízos caso a transportadora não
cumpra o prazo de entrega. Por exemplo, o cimento tem um tempo de secagem
rápido; se houver atraso na entrega do cimento, ele pode não ser utilizável ao ser
entregue em uma obra – com isso, todo o carregamento é perdido.
Estoques
Segundo a definição de Ronald Ballou (2007):
[...] estoques são acumulações de matérias-primas, suprimentos, compo-
nentes, materiais em processo e produtos acabados que surgem em nume-
rosos pontos da cadeia de suprimentos das empresas. Estoques figuram
normalmente em lugares como armazéns, pátios, chão de fábrica, equi-
pamentos de transporte e em armazéns das redes de varejo.
Figura 8
Fonte: Getty Images
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Cadeia de Suprimentos
Porém, muitas empresas trabalham com estoques e existem diversas razões para
isso. Como exemplo, melhorar o serviço prestado ao cliente e conseguir manter um
ritmo na linha de produção desconectado de oscilações na demanda dos produtos.
Imagine que você perdeu o carregador do seu celular, seu telefone está ficando sem bateria
e você está esperando uma ligação muito importante. O que você faz? Você vai até uma loja
da marca do seu telefone para comprar um novo carregador. O atendente da loja pergunta
qual o modelo do seu celular e acessa o sistema para verificar se há carregador disponível.
Após a verificação, ele constata que não há estoque desse modelo, mas que pode fazer
um pedido no centro de distribuição e, em até três dias úteis, o produto chegará. Reflita
sobre qual seria a sua experiência como consumidor diante dessa situação e compare com
a situação em que o produto está disponível na loja.
Talvez o maior desafio de se trabalhar com estoques seja definir qual o tamanho
adequado para o negócio da empresa. Isso pode ser estimado considerando-se a
demanda por tipo de produto. O problema é que a demanda é diferente por tipo de
produtos, por exemplo: ovos de Páscoa são consumidos durante um período curto.
Isso é a chamada demanda sazonal. Mas não faria sentido algum manter um esto-
que ao longo de todo o ano, já que é um produto perecível. O mesmo vale para um
grande estoque de medicamentos antigripais, quando a maior demanda é durante o
período de outono e inverno.
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A boa gestão do estoque significa ter sempre estoques na menor quantidade pos-
sível, buscando manter um equilíbrio entre os custos necessários para sua constitui-
ção e manutenção e a necessidade de ter os produtos em uma quantidade adequada
para atender à demanda.
Compras
Na cadeia de suprimentos de uma empresa, de acordo com a definição de Clélio
Monte Alto (2009), compras é
[...] a função do sistema de suprimentos responsável pela aquisição de
bens e serviços necessários para a empresa cumprir seus objetivos
relacionados com produção, venda, operação, distribuição, manutenção,
transporte, administração e prestação de serviços.
Conforme diz Ronald Ballou (2007): “as quantidades de cada compra e seu
momento afetam os preços a serem pagos, os custos de transporte e de manu-
tenção de estoques”. Por causa disso, o planejamento de compras é muito impor-
tante dentro da cadeia de suprimentos. Umas das alternativas é a compra de acordo
com a necessidade. Utilizando essa metodologia, as compras só serão feitas quando
houver uma clara necessidade. Nesse cenário, a empresa fica mais exposta a varia-
ções de preços, já que não teria muito espaço para negociação com os fornecedores.
Também poderia incorrer em maiores custos de transporte, já que a urgência pode
resultar em um valor maior de frete a ser pago. Por outro lado, nesse cenário, os
custos com manutenção de estoques são reduzidos, uma vez que a empresa trabalha
com o menor volume possível dos mesmos.
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Em algumas situações, é possível que a empresa não tenha como realizar a se-
leção de fornecedores, por se tratar de um item muito específico que apenas um
fornecedor é capaz de produzir. Nesses casos, a transparência do processo de con-
tratação deve ser maior ainda, ficando explícito o motivo de não ser possível ter um
processo de cotação com outro fornecedor.
Negociação de contratos
O comprador também será responsável por negociar as condições do contrato
com o fornecedor. Nessa negociação, é importante que o comprador seja assessora-
do por pessoas dentro da empresa que conheçam as especificações técnicas do item
que está sendo comprado. Caso necessário, o comprador pode solicitar também o
apoio de assessoria jurídica durante essa atividade.
Efetuar a compra
O comprador é responsável por efetuar a compra. Isso envolve o envio do pedido
para o fornecedor, de acordo com especificações que foram relacionadas no contrato
ou de acordo com solicitações de outras áreas da empresa.
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Localização
A localização das instalações (matriz, fábrica, armazéns etc.) talvez seja o item
mais importante na cadeia de suprimentos de uma empresa. É através da definição
da localização que serão determinadas quais as condições necessárias para o estabe-
lecimento das atividades de transporte e estoques.
Figura 10
Fonte: Getty Images
Juntamente com a localização, uma série de outras decisões precisam ser toma-
das. Por exemplo: quais instalações serão criadas (prédio administrativo, armazéns,
fábricas etc.), quais produtos e clientes serão destinados para cada localidade (se for
mais de uma), quais os serviços e tipos de transporte serão utilizados e quais os níveis
de estoque ideais.
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Com base na análise desses dados, deve ser tomada a decisão da localização das
instalações. Deve-se sempre buscar um equilíbrio entre custo e qualidade no atendi-
mento às expectativas do cliente.
Porém, mesmo as cadeias de suprimentos que atingem bons resultados devem ser
constantemente reavaliadas, para que as empresas verifiquem se não há oportuni-
dades de melhoria, em virtude, por exemplo, de novas condições de mercado ou de
novas tecnologias.
Aplicação da Cadeia de
Suprimentos na Área da saúde
O objetivo da aplicação do conceito de cadeia de suprimentos na área da saúde,
assim como em diversos outros setores que o utilizam, é prestar um serviço de qua-
lidade com custos reduzidos.
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Como o principal objetivo dos profissionais da saúde é o bem-estar e a recu-
peração de seus pacientes, as instituições de saúde tendem a concentrar o investi-
mento dos recursos em tecnologias ou técnicas relacionadas à essa finalidade. Com
isso, os investimentos e recursos para melhorias de processos relacionados à cadeia
produtiva tendem a ser menos prioritários e significativos.
Figura 12
Fonte: Getty Images
Mas essa situação vem apresentando mudanças ao longo dos anos. Por se tratar de
um setor que opera com custos elevados e pressão por desempenho (GONÇALVES,
2016), os gestores da área têm se preocupado cada vez mais em melhorar os pro-
cessos e atividades da cadeia de suprimentos, em busca de maior competividade e
aumento da qualidade de serviço prestada ao cliente (HABIDIN et al., 2014).
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Por isso, é muito importante ter em mente que quando uma organização se tor-
na mais eficiente, o cliente é mais bem atendido. No caso da área da saúde, o bom
atendimento ao cliente é ainda mais importante, pois influi diretamente na qualidade
de vida dele.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento
BERTAGLIA, P. R. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento.
3. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
Cadeia de Suprimentos Projeto e Gestão: conceitos, estratégias e estudos de caso
SIMCHI-LEVI, D.; KAMINSKY, P.; SIMCHI-LEVI, E. Cadeia de Suprimentos
Projeto e Gestão: conceitos, estratégias e estudos de caso. 3. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2010. (e-book)
Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management): conceitos, estratégias, práticas e casos
PIRES, S. R. I. Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management):
conceitos, estratégias, práticas e casos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2016. (e-book)
Gestão Logística da Cadeia de Suprimentos
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B.; BOWERSOX, J. C. Gestão
Logística da Cadeia de Suprimentos. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. (e-book)
Logística Empresarial
BALLOU, R. H. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1992.
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Cadeia de Suprimentos
Referências
ALTO, C. F. M.; PINHEIRO, A. M.; ALVES, P. C. Técnicas de Compras. Rio de
Janeiro: Editora FGV, 2009. (e-book)
HABIDIN, N.F. et al. Exploring lean healthcare practice and supply chain innovation for
Malaysian healthcare industry, Int. J. Business Excellence, v. 7, n. 3, p. 394-410, 2014.
SOUSA, Y. Ministério da Fazenda diz que greve dos caminhoneiros causou prejuízo de
R$ 15,9 bilhões à economia. G1/O Globo, Brasília, 12 de junho de 2018. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/ministerio-da-fazenda-diz-que-greve-dos-cami-
nhoneiros-causou-prejuizo-de-r-15-bilhoes-a-economia.ghtml>. Acesso em: 19/10/2020.
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