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SUMÁRIO

1. LOGÍSTICA DE PRODUTOS.....................................................................3

1.1. Processo Produtivo......................................................................................3

1.2. Classificação de Produtos ou Bens.............................................................4

1.3. Logística e a cadeia produtiva....................................................................5

CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................7

REFERÊNCIAS..................................................................................................8

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AULA 4 – LOGÍSTICA DE PRODUTOS

Nesta aula você vai entender a cadeia produtiva de produtos, seus estágios e como a logística se relaciona
com as estratégias de produção, que podem ser push (do verbo em inglês empurrar) ou pull (do verbo puxar).

Será apresentado também o caso de uma empresa que obteve sucesso no alinhamento entre suas estratégias
de produção e de cadeia de suprimentos.

Ao concluir a aula, você poderá responder às questões:

• Como funciona a cadeia produtiva?

• Qual a classificação dos produtos ou bens?

• De que forma a cadeia produtiva interfere na organização logística da empresa?

1. LOGÍSTICA DE PRODUTOS

1.1. Processo Produtivo

Antes de entender a logística de produtos, vamos conhecer os passos de seu processo produtivo.

Produto é a saída do processo produtivo, ou seja, é seu resultado. Em uma empresa, para se produzir um
produto, algumas etapas são obedecidas. Veja na Figura 1 os parâmetros de um sistema de produção:

Figura 1 – Sistema de Produção

Fonte: Autora

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O sistema de produção abrange quatro parâmetros:

1. Entrada (também conhecida como input): é por onde a empresa recebe pessoas, materiais, capital,
tecnologia e informação, necessários para que o processo produtivo tenha início. Esses recursos são chamados
de insumos.

2. Processo: é a efetiva transformação, ou seja, o caminho pelo qual os insumos são transformados em
produtos ou serviços.

3. Saída (também conhecida como output): é a forma pela qual os produtos ou serviços que passaram
pelo processo de transformação são enviados ao mercado, até chegarem aos seus clientes.

4. Feedback (chamado também de retroação ou retroalimentação): é a resposta do consumidor acerca


do produto consumido ou do serviço utilizado.

Para entender melhor como funcionam os parâmetros do sistema produtivo, veja o exemplo a seguir:

Imagine que você trabalha em uma fábrica de camisetas. A entrada do processo produtivo nessa empresa será
caracterizada logo pela manhã, com a chegada do tecido (materiais), dos trabalhadores (recursos humanos), o
acionamento das máquinas da produção (tecnologia) e a lista de produtos que devem ser produzidos no dia
(informação), tudo isso funcionando a partir do investimento na compra de máquinas, contratação de pessoal e
compra de matéria-prima, feito pela direção da empresa com o capital investido no processo.

Logo na primeira hora do dia, os funcionários ligam suas máquinas e iniciam a produção, ou seja, o processo
transforma o tecido em camisetas de diversas cores e tamanhos, conforme os pedidos recebidos.

Ao final do dia, teremos vários produtos (camisetas) prontos para atenderem pedidos de consumidores e
lojas, o que representa a saída do processo produtivo.

Caso o cliente encontre algum defeito ou a entrega chegue com algum problema, a empresa poderá receber
devoluções e reclamações, que caracterizam o feedback1.

Recebido o feedback e, caso o mesmo traga algo que possa ser modificado, a empresa toma as devidas
providências, melhorando o processo produtivo (atuando por exemplo no treinamento de funcionários) ou nos
insumos de produção (por exemplo comprando matéria-prima de melhor qualidade).

Por esse processo, a empresa reúne seus conhecimentos e competências para transformar os resultados de
suas operações em produtos.

A seguir, você vai conhecer como os produtos são classificados.

1.2. Classificação de Produtos ou Bens

Os produtos são conhecidos como bens ou mercadorias e classificados de diversas formas.

De maneira geral, os bens ou mercadorias são produtos físicos tangíveis e visíveis, ou seja, podem ser

1 O feedback também pode ser positivo, ou seja, se um cliente gostar do produto, seu feedback pode ser feito em forma de elogios à empresa.

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tocados, ouvidos, degustados e são compostos de materiais físicos. Têm cores, tamanhos, dimensões e
podem servir para consumo ou produção de outros bens.

• Bens de consumo: os bens de consumo são produtos que podem ser consumidos pelo cliente final e
se dividem em:

◦◦ Duráveis – consumo é feito ao longo do tempo e o produto demora para sofrer desgaste ou
deterioração. Uma máquina de lavar é um bem durável;

◦◦ Semiduráveis – são consumidos em menor prazo, pois existe desgaste do produto, como por
exemplo roupas;

◦◦ Perecíveis – em geral, finalizam sua vida útil2 ao serem consumidos. O arroz, por exemplo, ao ser
preparado, será consumido em sua integridade, chegando ao fim de sua vida útil . Produtos perecíveis
possuem uma duração curta e, geralmente, um prazo de validade determinado. Caso o produto não seja
consumido antes desse prazo, ele deverá ser descartado.

Durável Semidurável Perecível

• Bens de produção: os bens de produção também são conhecidos como bens de capital e são
caracterizados por produtos que servem para produzir ou movimentar outros materiais, como por exemplo
máquinas, prensas, empilhadeiras etc.

Geralmente, empresas voltadas para o mercado de consumo produzem bens de consumo e empresas voltadas
para o mercado industrial produzem bens de produção.

1.3. Logística e a cadeia produtiva

A logística funciona como apoio para as operações da cadeia produtiva.

Dentro do processo produtivo, a logística realiza diversas atividades, como por exemplo:

1. Planejamento da demanda: previsão da quantidade de produtos a ser adquirida pelos clientes, em

2 Vida útil de um bem é o prazo que o mesmo leva desde o início de seu consumo até seu término ou deterioração, na qual ele deve ser destinado
para o descarte ou reúso, temas da Logística Reversa.

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determinado período.

2. Seleção de fornecedores: empresas para aquisição e recebimento da matéria-prima para o processo


produtivo.

3. Logística inbound3: recebimento, armazenagem, envio da matéria-prima e gestão dos estoques


intermediários, ou seja, dos produtos que passam de uma etapa a outra do processo de produção, auxiliando
o departamento de PCP (Planejamento e Controle de Produção) no gerenciamento da sequência produtiva.

4. Estoque de produtos acabados: gerenciamento do estoque de materiais antes que sejam enviados
aos clientes;

5. Logística outbound4: separação, expedição e distribuição dos produtos até que cheguem ao seu
próximo contato da cadeia de suprimentos (distribuidores, varejistas, consumidores finais).

Basicamente, as operações logísticas envolvidas no processo de aquisição dos materiais, disposição deles
para a produção e distribuição dos produtos para os clientes podem ser feitas de duas formas:

• Push (empurrar)

Nesse processo, a fábrica compra matéria-prima e confecciona seus produtos antes da compra pelo
consumidor final. Isso faz com que as operações sejam realizadas antes dos pedidos dos clientes, gerando um
estoque de produtos ao longo da cadeia produtiva, até que o cliente decida efetuar a compra.

• Pull (puxar)

No processo pull, a cadeia produtiva do produto somente tem início quando o cliente coloca seu pedido, ou
seja, o pedido é o fator iniciador da cadeia, que trabalhará de forma ágil para atendê-lo no menor tempo e custo
possíveis, sem a necessidade de estoques ao longo da cadeia.

As estratégias da empresa para produzir seus produtos pelo sistema push ou pelo sistema pull são bem
diferentes. Uma empresa que trabalha com o sistema push deve contar com uma boa previsão de demanda, ou
seja, se os produtos são feitos antes que o cliente envie seu pedido, a empresa deve produzir os produtos com a
menor margem de erro possível, do contrário pode faltar ou sobrar produtos no estoque.

Uma empresa que trabalha com o sistema pull deve possuir um bom sistema de comunicação a fim de
transportar o pedido do varejista para a empresa fabricante o mais rápido possível, já que é este pedido que
irá iniciar a produção. Além disso, a empresa também deve ter um estoque de insumos suficientes para que a
produção tenha início imediato ou uma boa negociação com seus fornecedores.

3 A logística inbound significa “logística de entrada”, ou seja, são as operações logísticas feitas dos fornecedores para a empresa fabricante assim
como as operações que acontecem dentro da empresa, durante o processo produtivo.

4 A logística outbound é definida como “logística de saída”, ou seja, as operações que preparam o produto acabado para ser entregue aos clientes
da empresa fabricante.

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Para saber mais
A maioria das empresas trabalha hoje com o sistema push, mas temos ótimos exemplos de aplicação
do sistema pull como o caso da empresa Dell® descrito no livro Logística na cadeia de suprimentos:
uma perspectiva gerencial, de David Taylor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta aula, você conheceu o processo produtivo de produtos e seus parâmetros de entrada, processamento,
saída e feedback. Entendeu como a logística atua em cada uma das etapas do processo e de que forma a empresa
se organiza para atender ao pedido de um cliente, pelo sistema push ou pull.

Para pensar
A partir dos conhecimentos desta aula, pense em quais empresas você conhece que trabalham com
o sistema push ou pull. Existem diferenças entre as duas formas de trabalho? Quais?

A organização da cadeia produtiva impacta diretamente nos processos da cadeia de suprimentos e na forma
como as empresas operam. É muito importante que o profissional de logística entenda de que forma a empresa
monta suas operações e como elas podem ser cada vez mais aperfeiçoadas, trabalhando em conjunto com o
departamento de produção, a fim de satisfazer o cliente com a entrega de produtos na hora certa, na quantidade
certa, no tempo esperado e com a qualidade desejada.

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REFERÊNCIAS

BOWERSOX, D. J.; CLOSS, David J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de


suprimento. São Paulo: Atlas, 2010.

SLACK, N.. Administração da produção. 2ed., São Paulo: Atlas, 2002.

TAYLOR, D. Logística na cadeia de suprimentos: uma perspectiva gerencial. São Paulo. Pearson, 2006 (p.
6-9).

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