Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
com
CENERTEC
CENTRO DE ENERGIA E TECNOLOGIA
Gestão.
GESTÃO DE STOCKS E
ARMAZÉNS
DATA: Abril 2021
ccneiva@gmail.com
Apresentação do Formador:
Licenciada em Engenharia pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e MBA Executivo pela Porto Business
School. Diversas formações em Logística, Lean Management na Universidade de Aveiro, Cenertec, Instituto de
Empresa Business School em Madrid, Circle Business Consulting em Düsseldorf.
Desenvolveu as suas competências em operações, em empresas de referência no seu respetivo sector de atuação.
Experiência em empresas nacionais e multinacionais, com sucesso comprovado na apresentação de soluções
economicamente viáveis, aumentando a eficiência operacional, com foco na melhoria de processos, lean management,
redução de custos e de melhoria do serviço ao cliente.
Com 20 anos de experiência profissional, desempenhou diversas funções na área de logística na empresa
multinacional alemã Bosch Termo tecnologia em Aveiro. Foi responsável de Logística na Sunviauto, empresa do ramo
automóvel em Gaia. Foi responsável pelo Departamento de Aprovisionamento na Grohe, multinacional especializada
em produção e comercialização de torneiras e componentes sanitários, pertencente à multinacional japonesa Lixil,
Atualmente, é responsável pelo departamento de Supply Chain da Aspöck, multinacional Austríaca especializada em
produção e comercialização de faróis para o ramo automóvel.
Paralelamente, desenvolveu vários projetos na área do Supply Chain, visando a otimização e uniformização de
processo, incluído a implementação do SAP, armazéns de outsourcing, modelo de planeamento, Kanban e VMI.
ccneiva@gmail.com
Objetivos:
• Entender a relação entre satisfação do cliente e capital imobilizado, e necessidade de stocks;
• Diagnosticar, classificar e gerir os stocks, nas suas componentes física, administrativa e económica;
• Catalogar os diferentes tipos e stock e atribuir os tipos de gestão mais adequados, criando modelos ou
parâmetros para otimização dos níveis de stock;
• Definir o método mais adequado de compra/aprovisionamento de cada tipo de material, de acordo com o
seu valor, criticidade ou fiabilidade de fornecedores;
• Aplicar uma gestão de stocks, que permita garantir o cumprimentos dos níveis de serviço acordados,
com o menor custo;
Programa:
1.Introdução e modelos de gestão de stocks:
• Aprovisionamento
✓ Necessidades dependentes e independentes
✓ Combinações quantidade/data, fixa/variável;
✓ Tipos de reaprovisionamento;
✓ Lote económico;
• Tecnologia MRP;
• Kanban e Pull-Flow;
ccneiva@gmail.com
Programa:
2. Estratégias de colaboração e planeamento integrado:
• Consignação;
✓ Soluções
Programa:
3. Gestão de inventários:
• Tipos de inventário;
Programa:
4. Função armazém:
Os stocks representam uma fatia muito significativa do capital investido de uma empresa.
Dessa forma, uma gestão eficiente dos inventários é vital para a sustentabilidade das empresa pois caso
surja uma acumulação de stocks, a empresa pode ver comprometida a sua liquidez.
A existência de stock é no entanto estratégica para as empresas de forma a garantir o serviço ao cliente e
estabilidade na produção. O objetivo não é o de Zero Stock, mas sim manter o nível ideal (eficiente) de
stock.
ccneiva@gmail.com
A existência de stock, seja muito ou pouco, implica obrigatoriamente a sua armazenagem e movimentação
pelo que, mesmo a mais eficiente gestão de stocks obriga à gestão de armazéns.
Por outro lado, com a crescente utilização de serviços externos de suporte à produção, o armazém passa
também a ter um papel adicional de plataforma de ligação com esses mesmos subcontratados.
A gestão de armazéns deverá ter em conta aspetos como a mão-de-obra, o espaço e a sua maximização e
a movimentação dos materiais.
A atual dispersão mundial dos fornecedores que obriga a maior stock de segurança versus maior exigência
e volatilidade dos clientes que transformam os stocks em “risco” fazem da gestão dos armazéns um dos
pilares da logística, com crescente necessidade de reabastecimentos rápidos, constante racionalização e,
consequente diminuição.
ccneiva@gmail.com
Item: É um dos produtos que é mantido em stock, é uma das entradas do inventário.
Entregas Consumos
Fornecedores Stocks Clientes
• Garantir que a paragem de um equipamento não implique a paragem de todo o sistema produtivo
• Maior flexibilidade
• Potencial obsoleto
ccneiva@gmail.com
Custo de Lançamento - São os custos administrativos dos serviços que fazem a colocação e
acompanhamento das encomendas e os custos de receção quantitativa, qualitativa e classificativa.
Custo de Posse - Correspondem aos custos de manter em stock uma unidade de um determinado produto
durante um determinado período de tempo.
Diretos - juros, seguros, impostos, quebras, roubos, renda do armazém, deterioração.
Indiretos - Resulta do capital investido em stocks em vez de investido noutra aplicação.
Custos de Rutura - Custos associados à rotura de stock, gerados pelo facto do stock não ser suficiente para
satisfazer a procura. Difíceis de calcular mas podem ter consequências muito prejudiciais para as empresas.
ccneiva@gmail.com
Trade Off: Trocas compensatórias de custos entre os diversos elementos da cadeia logística
Objetivo: Encontrar o melhor equilíbrio em custo e nível de serviço
ccneiva@gmail.com
A forma mais correta será a de definir o objetivo de forma ligada à necessidade, ou seja, quando a
necessidade aumenta o valor de inventário deve subir mas quando a necessidade baixa, os objetivos devem
acompanhar essa descida.
A melhor forma de relacionar ambos é a Rotação de Stock. Este conceito define o número de dias em que o
inventário dá a volta, ou seja, o período de tempo necessário para que se renove.
Ou seja, se o nível médio de stock aumentar de forma proporcional ao aumento da necessidade, a rotação
de stock mantêm-se estável, indicando que continuam sob controlo
ccneiva@gmail.com
✓ Valor máximo aceitável para a empresa de forma a imobilizar o mínimo de capital possível.
Sendo a carga (ou volume) de uma empresa uma variável ao longo do tempo, uma forma correta de definir
objetivos é a de ligar o target de Inventário ao Volume de Produção ou de Vendas.
ccneiva@gmail.com
Tipos de Stocks:
Work in progress
Operações no processo
Matérias Produto
Primas Final
Peças de
Consumíveis
substituição
ccneiva@gmail.com
Tipos de Stocks:
Matéria Prima – Material adquirido mas ainda não introduzido no processo produtivo.
Produto Acabado – Material pronto a ser expedido e que se encontra de acordo coma exigência do
cliente.
ccneiva@gmail.com
A análise de Pareto afirma que a maioria do efeito (80%) é produzido por uma pequena proporção da
causa (20%).
100%
% Produtos
ccneiva@gmail.com
Um material C pode ser usado na mesma quantidade que um material tipo A se for um “high Runner”, nestes
casos, o risco não compensa, podemos por isso afetar o SS calculado x2, x3 ou mais.
Um material A terá um impacto grande, financeiramente. Poderá neste caso ser necessário afetar o SS com
uma taxa de redução, por exemplo 0.8, sendo que, neste caso, este material irá carecer de maior vigilância e
controlo.
Entre os materiais A que tipicamente suportam uma redução do SS, estão materiais com:
✓ Alternativa
✓ Fornecedores locais
✓ Fornecedores com boa capacidade de reação
✓ Materiais de produção própria
Ponto de
encomenda
LT Tempo
Colocação da Recepção da
encomenda encomenda
CT
Custo Total
Custo de Posse
Menor
custo
Custo de Aquisição
Custo de Encomenda
Prazo de entrega.
Entregas: diferença entre o que foi encomendado e o que foi recebido (erros ou defeitos).
t
Q Procura durante o prazo de entrega inferior ao valor
esperado. Stock não utilizado, nível de existências
superior ao esperado
PE
Stock não utilizado
t
Q
Procura durante o prazo de entrega Superior ao
valor esperado. Existe rutura de stock.
PE
t
Rutura
ccneiva@gmail.com
t
Nível do stock
T t
ccneiva@gmail.com
Estes modelos podem ser combinados para dar origem a modelos híbridos:
✓ Revisão periódica com ponto de encomenda
✓ Ponto de encomenda com definição de um nível de stock M (min-max).
ccneiva@gmail.com
Plano mestre de produção (PMP) faseado no tempo, indicando a quantidade de cada produto a ser
fabricado.
W099
Carro de
mão
Lista de materiais para cada
item do plano mestre.
1011 1020 1030 1042
Conjunto Conjunto
Caixa (1) roda (1) Tinta (0.5)
Identificação única para Tubos (1)
cada produto do PMP e
componentes da lista de
materiais.
2022 2025 2031 2032 2035
Tubo (2) Pega (2) Eixo (1) Rolamento (2) Roda (1)
Registo de stocks de todos
os produtos
Necessidades Necessidades
MRP
Dependentes independentes
Encomenda
Produção/Armazém
ccneiva@gmail.com
Existem no entanto uma série de parâmetros que irá influenciar o resultado do MRP:
Eixo A Eixo C
D 1 1 1 1 1 1 D 7 7 7 7 7 7
P 5 5 P 25 25
Eixo B Eixo D
D 6 6 6 6 6 6 D 3 3 3 3 3 3
P 15 15 15 P 10 10
Barra X Barra Y
D 20 15 20 D 35 35
P 25 25 25 P 50 50
Aço
D 75 25 50 25
ccneiva@gmail.com
Exemplos de
parametrização que
afetam o resultado do
processamento do
MRP
ccneiva@gmail.com
Quanto mais automático, maior a necessidade de controlo e verificação dos “outputs”, uma vez que o
resultado estará sempre de acordo com os parâmetros pré-definidos e que, nem sempre, vão de encontro às
necessidades:
Os sistemas tem, por isso, uma série sistemas de alerta (por exemplo, Lista de exceções de MRP)
ccneiva@gmail.com
Kanban, pode ser usado para produção, compras ou abastecimento e baseia-se na utilização de
cartões que enviam sinais para Abastecimento, Produção ou Transporte.
O cartão pode ser substituído por luzes, caixas vazias (caixa vazia / caixa cheia) ou localização vazia.
Coloca-se um Kanban em peças ou partes específicas de uma linha de produção, para indicar a
entrega de uma determinada quantidade. Quando se esgotarem todas as peças, o mesmo aviso é
levado ao seu ponto de partida, onde se converte num novo pedido para mais peças. Quando for
recebido o cartão ou quando não há nenhuma peça na caixa ou no local definido, então deve-se
movimentar, produzir ou solicitar a produção da peça
https://www.youtube.com/watch?v=Mdyyyu41dZ4
https://www.youtube.com/watch?v=rkpadFfyCqo
https://www.youtube.com/watch?v=XCvJ0tKOqQs
https://www.leanvlog.com/learning-to-see-wastes-salad-exercise/
39
ccneiva@gmail.com 40
Kanban
ccneiva@gmail.com 41
Kanban
ccneiva@gmail.com 42
Este método que visa otimizar o processo, ao controlar três tipos de desperdício (usando terminologia da
Toyota):
Quadro Kanban-
Exemplo:
ccneiva@gmail.com
✓ Tempos de Setup
Iniciar produção
✓ Criticidade do Material
✓ Consumo médio
Preparar produção
(setup / preparação de
material)
Efeitos
Os contratos de fornecimento são baseados quase exclusivamente no preço
Estratégias de relacionamento
Produtividade da Relação
Integrado
Iniciativas
pontuais
Transacional
Confrontacional
Nível de Integração
ccneiva@gmail.com
Acordos de cooperação / parceria de médio, longo prazo entre fornecedores, produtores e distribuidores
Alteração do paradigma de relação
✓ Estabilidade dos contratos
✓ Rede logística integrada e partilha de informação
✓ Parcerias em I&D
✓ Coordenação no marketing
…
Reconhecimento que existe uma dependência mútua é o fator primordial no desenvolvimento de relações de
cooperação / parceria
A cooperação tem que incluir os prestadores de serviços logísticos
O sucesso está na partilha de benefícios pelos diferentes atores da cadeia de abastecimento (win-win)
ccneiva@gmail.com
A gestão de stocks é efetuada pelo fornecedor, com base na informação recebida do seu cliente sobre os
movimentos do stock (ou procura), monitoriza os níveis de stock e assume a reposição de stocks, de forma a
garantir os níveis de stock e de rotação contratados.
O cliente não coloca encomendas ao fornecedor. Este decide quanto e quando repor os stocks
✓ Produtor tem melhores condições de ajustar a produção
✓ Permite detetar reduções de consumo sem aumentar os stocks
✓ Os stocks totais são inferiores pois não há duplicação de stocks
Requer know-how logístico no fornecedor e liberta recursos do lado do cliente → relações mais fortes
ccneiva@gmail.com
Consignação
Consignação significa, de forma simplificada, que o stock está fisicamente na casa do cliente mas que
pertence ao fornecedor. O stock passa a pertencer ao cliente:
✓ No momento do consumo
✓ Etc
✓ As informações sobre as vendas e stocks são passadas aos restantes elementos da cadeia em
tempo real (EDI)
✓ A reposição é efetuada automaticamente com a frequência adequada para manter níveis de stock
contratados
Cada parceiro tem autorização para repor automaticamente os níveis de stock no seu parceiro a jusante. O
parceiro tem a obrigação de transformar as reposições em compras.
ccneiva@gmail.com
✓ O encontro exato entre o abastecimento de materiais e a procura permite eliminar (ou reduzir em muito)
✓ Taxa de defeituosos = 0%
Stock de Segurança: As flutuações na procura e a variações nas entregas podem causar ruturas. O SS
serve para minimizar o risco.
SS PE
PE
SS
t t
Risco de rutura
Rutura
ccneiva@gmail.com
A definição de um stock de segurança poderá ser, na maior parte, intuitiva e fruto de experiência;
performance do fornecedor, etc, no entanto, poderão ser utilizadas algumas fórmulas de cálculo que
deverão, no entanto, ser validadas.
Formas mais complexas terão em conta Desvios Padrão para a procura e para os prazos de entrega, Níveis
de Serviço Pretendidos, etc.
N
SSP = Consumo max – consumo médio SSLT = Cons. médio x (LT mais longo – LT médio)
O Stock de Segurança pode ter, além dos seus impactos positivos nas operações, um peso financeiro
elevado, ao representar inventários que, na maior parte dos dias não vai ser utilizado, sendo assim capital
“empatado”
O cálculo matemático dos SS deverá por isso ser cruzado com outras análises, das quais são bons
exemplos os capítulos anteriores:
b) Abordagem qualitativa, quantitativa, financeira
c) Classificação/tipos de stock
Os SS nos materiais tipo A terão um grande impacto positivo ao evitar paragens estratégicas na empresa, no
entanto, têm também um impacto muito negativo no capital investido
Os SS nos materiais tipo C, têm baixo impacto financeiro mas também trazem pouco impacto positivo nas
operações por terem baixo consumo
Nível de serviço
97,7% Exercício de cálculo do SS
Z=2
ccneiva@gmail.com
Benetton – Processo convencional de tingir o fio e fabricar depois (vários modelos) foi invertido. O fio cru é
utilizado para fabricar as camisolas e só depois é tingido em função das tendências do mercado e das
encomendas.
Computadores – o processo de produção foi desacoplado tendo-se verificado uma deslocalização de centros
de configuração e distribuição em que se faz a configuração.
Colormix CIN – Todas as referências do catálogo de cores eram produzidas na fábrica e os armazéns
constituíam stocks de todas as referências. Com a introdução do Colormix a afinação das cores passou a ser
executada a pedido do cliente, nos pontos de venda, e a fábrica apenas produz as cores base e os
pigmentos.
Bullwhip – Efeito chicote: Este é um efeito muito comum na cadeia de abastecimento em que um ligeiro pico
na procura, por parte do consumidor final cria um efeito de amplificação ao longa da cadeia, causando uma
procura irrealista no início da cadeia e, muitas vezes, desnecessária e impossível de suprir
Exemplificação através do
JOGO DA CERVEJA
BIBLIOGRAFIA
ccneiva@gmail.com
ANEXO
ccneiva@gmail.com
O artigo A2 apresenta uma procura constante de 200 unidades/dia durante 5 dias por semana, 52
semanas por ano. Por negociação com o fornecedor XPTO foi estabelecido um prazo de entrega fixo
de 2 dias, sendo o preço de aquisição de 10€/ unidade. A unidade de movimentação Logística do
fornecedor XPTO é a caixa, que contém 50 unidades da mola A2. O custo encomenda unitário para
Quando encomendar:
Pe = Prazo de entrega x procura = 2 x 200 = 400 pcs => quando em armazém estiverem 400 pcs
em stock deve ser lançadas uma encomenda.