A evolução e o futuro da logística e do

gerenciamento da cadeia de suprimentos

O PASSADO

Antes da década de 1950, a logística era pensada em termos militares. Tinha a ver com
aquisição, manutenção e transporte de instalações militares, material e pessoal. Embora
alguns autores antes dessa época tenham começado a falar sobre trocar um custo por outro,
como custos de transporte com custos de inventário, e tenham discutido os benefícios para a
empresa de levar os produtos certos ao lugar certo no momento certo, a organização dentro
da empresa típica em torno das atividades atualmente associadas à logística estava
fragmentada.A Figura 1 mostra como uma empresa pode ter organizado as principais
atividades naquele momento em termos de responsabilidades e objetivos para marketing,
finanças e produção. Essa fragmentação levou a conflitos entre os responsáveis pelas
atividades de logística, com o resultado de que, do ponto de vista da empresa, os custos e o
atendimento ao cliente foram subotimizados.

Conclusões do passado

Há várias lições a serem aprendidas com o passado. Primeiro, a distribuição física e a

logística foram previstas para ter amplas responsabilidades para gerenciar as atividades
associadas ao fluxo de produtos desde os pontos de aquisição de matéria-prima até o
consumidor final. Embora o escopo do campo fosse extenso, a prática de gerenciamento
real era geralmente limitada à coordenação de atividades dentro da função logística ou entre
as atividades associadas ao fluxo de produtos. O gerenciamento que abrange fronteiras foi
adotado, mas pouco praticado.

Em segundo lugar, o conceito de custo total serviu de base para gerenciar certas atividades
coletivamente. Atividades como transporte e controle de inventário foram gerenciadas
coletivamente porque estavam em conflito de custos. Todas as atividades associadas ao fluxo
de produtos e à exibição dessa característica de tradeoff de custo foram consideradas parte
do novo campo de distribuição física ou logística.

O PRESENTE

Um novo nome emerge: Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (SCM). Este nome está
tomando a área de logística de assalto, já que muitos em vários campos de negócios parecem
abraçá-la e ver atividades de suas áreas incorporadas nela. A origem do nome parece um
mistério e exatamente o que é o gerenciamento da cadeia de suprimentos, em comparação
com a distribuição física e a logística, está sendo debatido. Alguns estão dizendo que é um
cumprimento da promessa de integração de atividades implícita nas primeiras definições,
enquanto outros acham que é um conceito novo e ousado. Aqueles que acreditam que o
gerenciamento da cadeia de suprimentos é evolutivo constroem um diagrama do tipo
mostrado abaixo.

A afirmação é que o gerenciamento da cadeia de suprimentos não é novo e eles reconhecem

que os pioneiros da logística tiveram muitas das ideias promovidas pelos atuais entusiastas
da cadeia de suprimentos. Por exemplo, observe o que Heskett et al. disseram em 1964
(Heskett et al., 1964) com referência à árvore de farinha a seguir:

"Cada transferência de mercadorias de uma entidade comercial para a próxima requer a

coordenação da demanda e da oferta entre muitas instituições diferentes no canal, desde o
produtor original de sementes de trigo até o consumidor final de farinha."

Especificamente, observe que eles se referem a todo o canal de fornecimento e sugerem que
a coordenação é necessária em todo o canal. Essas são ideias que formam a base para o
gerenciamento da cadeia de suprimentos, como praticado hoje.

Dado 40 anos de experiência com um conceito amplo para logística, o que exatamente é o
gerenciamento da cadeia de suprimentos para seus proponentes? Houve uma tentativa de
distinguir a logística do gerenciamento da cadeia de suprimentos, declarando que a logística
é um subconjunto do gerenciamento da cadeia de suprimentos. Recentemente, o Conselho
de Profissionais de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (CSCMP), que é a principal
organização de profissionais, pesquisadores e acadêmicos da cadeia de suprimentos, definiu
o gerenciamento da cadeia de suprimentos como:

O Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos engloba o planejamento e o gerenciamento de

todas as atividades envolvidas em sourcing e aquisição, conversão e todas as atividades de
Gerenciamento de Logística. É importante ressaltar que também inclui coordenação e
colaboração com parceiros de canal, que podem ser fornecedores, intermediários,
prestadores de serviços terceirizados e clientes. Em essência, o Supply Chain Management
integra o gerenciamento de oferta e demanda dentro e entre as empresas

Considerando que, a CSCMP define logística como:

A Gestão Logística é aquela parte do SCM que planeja, implementa e controla o fluxo e
armazenamento eficientes para frente e para trás de bens, serviços e informações
relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumo, a fim de atender aos requisitos
do cliente.

Nessas duas definições, observe primeiro que a aquisição (ou seja, compra) e a conversão (ou
seja, produção) estão agora explicitamente incluídas no escopo do gerenciamento de fluxos
de material. Em segundo lugar, a ênfase é colocada na coordenação, colaboração e
construção de relacionamentos entre os membros do canal que estão ausentes no
gerenciamento de logística. Dito de outra forma, o gerenciamento da cadeia de suprimentos
pode ser visto como tendo três dimensões. Estes são administração de atividades e
processos, coordenação interfuncional e coordenação interorganizacional. A administração
de atividades e processos é muito do que a logística tem feito. Ou seja, gerenciar atividades
como transporte, inventários, armazenamento e processamento de pedidos que são de
responsabilidade da função logística. Coordenação interfuncional refere-se à colaboração e
construção de relacionamentos com outras áreas funcionais na mesma empresa, como
marketing e finanças. A coordenação interorganizacional tem a ver com a colaboração e
coordenação de fluxos de produtos entre os membros do canal, ou seja, as empresas que não
são de propriedade ou operadas pela empresa imediata

Conclusões do Presente

Diversas conclusões podem ser extraídas da análise do gerenciamento do fluxo de produtos

no presente. É evidente que a atenção e o foco estão voltados para a gestão da cadeia de
suprimentos. Notavelmente, o gerenciamento da cadeia de suprimentos se concentra em
identificar as oportunidades do gerenciamento integrado dos processos de fluxo de
produtos entre as funções e os membros do canal. Embora a ideia seja poderosa e os
benefícios sejam evidentes, a noção de reduzir custos ao incorporar outro sistema na tomada
de decisões não é nova. Esta abordagem já estava presente na abordagem de sistemas
proposta por pesquisadores de operações nas décadas de 1940 e 1950.

Além disso, a logística agora é considerada um subconjunto do gerenciamento da cadeia de

suprimentos. O escopo da logística está sendo limitado às fronteiras das funções dentro de
uma empresa e está majoritariamente focado na administração da atividade, o que não era a
visão original. A gestão interfuncional e interorganizacional parece estar sob a alçada do
gerenciamento da cadeia de suprimentos e não da logística. A logística, como termo de
identificação, substitui a distribuição física.

Outro ponto importante é que a aquisição e a produção agora fazem parte do escopo do
gerenciamento da cadeia de suprimentos. Consequentemente, a SCM é responsável por 70 a
80% do custo de vendas para muitas empresas.

Adicionalmente, embora o gerenciamento da cadeia de suprimentos promova a

coordenação, integração, construção de relacionamentos e colaboração em todo o canal de
fornecimento, a SCM atualmente é praticada em um grau limitado. A implementação mais
comum da SCM ocorre entre a empresa e seus fornecedores de primeiro nível. Atualmente,
a SCM é aplicada como logística e não no escopo amplo e teórico planejado para ela.
Provavelmente, os gestores começarão a adotar a SCM quando seus benefícios estiverem
mais bem documentados e mensurados, e quando as técnicas e ferramentas necessárias para
alcançar esses benefícios estiverem mais refinadas.

Logística na atualidade

Atualmente a logística vem ganhando destaque, sendo objeto de estudo de diversos

administradores e especialistas em processos e gestão. Sua missão é conquistar novos
clientes e atendê-los de forma a superar suas expectativas, criando valor para a organização,
ainda mais com o advento da globalização, a logística passou a ser considerada como
atividade que possibilita se diferenciar dos concorrentes, podendo gerar vantagens
competitivas para a organização.

Considerando esta visão, a logística exerce papel relevante, sendo a principal responsável
para que o produto esteja no lugar, no tempo, na quantidade e nas condições certas, a um
preço justo e com as informações necessárias.

Ballou, (2007); Lalonde (1993), enfatizaram que de nada adiantaria um produto com
qualidade, bem concebido, com ótima embalagem e ampla promoção, estar no lugar
errado, e/ou indisponível quando desejado pelo cliente.

Neste contexto, podemos observar o quanto a logística está presente na vida cotidiana
de todas as pessoas. Quando ela funciona bem, você consegue encontrar seus produtos
preferidos nas prateleiras, no tempo certo, com qualidade, bons preços e custos
compatíveis, o que significa que todos os processos que envolveram sua produção,
aquisição, recebimento, armazenagem, transporte e distribuição ocorreram conforme o
planejado.

Ballou (2007) e Lalonde (1993) destacaram que ter um produto de qualidade, bem
concebido, com embalagem excelente e promoção ampla, não adiantaria de nada se
estivesse no lugar errado ou indisponível quando necessário para o cliente.

Nesse sentido, percebemos o quão essencial a logística é no dia a dia de todos. Quando
funciona adequadamente, é possível encontrar os produtos desejados nas prateleiras, na
hora certa, com qualidade, preços competitivos e custos compatíveis. Isso indica que
todos os processos envolvidos na produção, aquisição, recebimento, armazenamento,
transporte e distribuição ocorreram conforme planejado.

É uma verdadeira operação de guerra, contexto do qual, aliás, veio o sentido original do
termo, que é atender as tropas quanto às necessidades de organização, transporte e
abastecimento. E tudo isso também se estende às operações multimodais de transporte
e distribuição nacional e internacional, em vista do complexo e competitivo mercado
globalizado.

Nesse contexto, torna-se evidente a importância da eficiência logística em nosso

cotidiano. Quando tudo flui perfeitamente, garantimos a presença dos produtos
desejados nas prateleiras, no momento certo, com qualidade, preços competitivos e
custos acessíveis. Essa harmonia revela que todos os processos envolvidos, desde a
produção até a distribuição, foram realizados conforme o planejado.

É como uma estratégia militar, origem do termo logística, que visava suprir as
necessidades de organização, transporte e abastecimento das tropas. Esse mesmo
cuidado se estende às operações de transporte multimodal, tanto em nível nacional
quanto internacional, diante do cenário complexo e competitivo do mercado
globalizado.

Dessa forma, Bio, et al. (2003) advertem que ao buscar-se atender as especificações dos
clientes, com exigências cada vez maiores de nível de serviço, os custos logísticos
tendem a aumentar, sendo esse o grande desafio dos profissionais de logística, agregar
valor ao cliente por meio de um nível de serviço de excelência, mas, ao menor custo
total possível.

Portanto, é essencial que os profissionais de logística busquem constantemente

estratégias inovadoras e eficientes para garantir a satisfação dos clientes, mantendo os
custos sob controle. A capacidade de adaptar-se rapidamente às mudanças do mercado
e oferecer soluções logísticas personalizadas é fundamental para se destacar em um
ambiente tão dinâmico e competitivo. A busca pela excelência no atendimento e na
entrega de serviços é um objetivo contínuo que impulsiona a evolução e o
aprimoramento constante das operações logísticas, visando sempre a superação das
expectativas dos clientes. Assim, a logística desempenha um papel crucial no sucesso das
empresas, sendo um elo fundamental na cadeia de suprimentos e na conquista da
fidelidade dos clientes.

A logística na atualidade desempenha um papel crucial na eficiência e no funcionamento

suave das cadeias de suprimentos em diversos setores da economia global. Esse campo
evoluiu significativamente ao longo das últimas décadas, impulsionado pelo avanço
tecnológico, mudanças nas demandas do consumidor e a globalização dos mercados.

Um dos principais aspectos que caracteriza a logística contemporânea é a integração de

tecnologias avançadas. Sistemas de informação, automação, inteligência artificial e análise
de dados têm revolucionado as operações logísticas, proporcionando maior visibilidade,
controle e eficiência. A automação de processos, por exemplo, agiliza tarefas repetitivas,
reduzindo erros e custos operacionais.

A globalização econômica impulsionou a necessidade de cadeias de suprimentos mais

complexas e abrangentes. A logística internacional tornou-se uma parte essencial para
empresas que buscam expandir seus mercados para além das fronteiras nacionais. A gestão
eficaz de transporte, armazenagem e distribuição em escala global tornou-se um desafio,
mas também uma oportunidade para aprimorar a competitividade.

A sustentabilidade também emergiu como uma preocupação central na logística

contemporânea. Com as crescentes preocupações ambientais, as empresas buscam reduzir
sua pegada de carbono, otimizar rotas de transporte para minimizar emissões e adotar
práticas mais sustentáveis em toda a cadeia de suprimentos. A logística verde não apenas
atende às expectativas dos consumidores conscientes, mas também contribui para a
preservação do meio ambiente.
A logística omnichannel é outra tendência importante na atualidade. Com o aumento do
comércio eletrônico, as empresas precisam gerenciar não apenas as tradicionais cadeias de
suprimentos físicas, mas também integrar operações online e offline de maneira eficiente. A
entrega rápida, a rastreabilidade em tempo real e a flexibilidade são elementos-chave para
atender às demandas de consumidores que esperam uma experiência de compra integrada.

Em resumo, a logística na atualidade não se limita apenas ao movimento de mercadorias,

mas abrange uma gama de atividades que visam otimizar toda a cadeia de suprimentos. A
tecnologia desempenha um papel central, a globalização redefine as fronteiras operacionais,
a sustentabilidade molda as práticas empresariais e a omnicanalidade transforma a maneira
como as empresas se conectam com os consumidores. Nesse cenário dinâmico, a
adaptabilidade e a inovação continuam a ser fundamentais para o sucesso das operações
logísticas.