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Olá caro (a) aluno (a), seja bem-vindo a uma nova etapa da sua vida acadêmica e
neste momento tão importante para a sua formação profissional, iremos estudar
uma das disciplinas que são de competência da gestão compondo uma das gran-
des áreas funcionais nas empresas, a logística. Quando pensamos em logística,
imaginamos modais de transportes, movimentação de mercadorias e grandes
volumes de estoques, mas para que isto tudo possa funcionar em sincronia e
o produto que você tanto deseja adquirir possa estar a sua disposição, temos
que nos aprofundar nas operações que iniciam desde o fornecedor de primeira
camada até o consumidor final. E para iniciar os nossos estudos, começaremos
pela Administração de materiais, atividade essencial para que tudo esteja dispo-
nível no momento certo nas empresas e para o consumidor, desta forma, quero
que você, aluno(a), responda alguns questionamentos: é possível uma empresa
funcionar sem realizar a gestão dos materiais? O que seriam esses materiais? E
qual seria então a função da administração de materiais?
No sentido tradicional, administrar materiais tem como principal função,
atender às necessidades de suprimentos, otimização de recursos financeiros e
operacionais da empresa. Quando observamos a logística, por exemplo, do ponto
de vista da cadeia de suprimentos, temos vários processos que acontecem desde
o fornecedor ao consumidor final. Administrar materiais também é discutido do
ponto de vista dos custos, afinal, o objetivo de toda empresa é agregar valor aos
seus serviços, sem vir impactar nos custos da empresa. Mas como isto é possível,
sendo que para melhorar as atividades da empresa é necessário realizar investi-
mentos que aumentam os custos das operações na empresa? Seria possível agre-
gar valor aos serviços logísticos sem isto vir impactar sobre os custos logísticos?
Administrar materiais é uma competência da gestão desde os primórdios
da administração. Depois que a logística passou a ser vista como uma área
estratégica nas empresas no sentido de atender às necessidades dos clientes,
administrar materiais tornou-se uma função essencial para as operações lo-
gísticas, operacional e gestão de estoques.
Neste sentido, pode-se observar que, quando o processo de gestão de esto-
ques é realizado de forma planejada, reflete em um controle de estoques apu-
rado, ou seja, a empresa não vai investir nem mais, nem menos em estoques,
possibilitando a redução dos custos operacionais, que envolvem espaço, segu-
rança, movimentação, transporte e custo de capital apurado. Dessa forma, a
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UNIDADE 1
DIÁRIO DE BORDO
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PENSANDO JUNTOS
Administrar recursos materiais tem como propósito uma sequência de operações que
começa na identificação de um fornecedor, compra dos materiais, recebimento, movi-
mentação interna, transporte, processo produtivo, armazenamento como produto e a
entrega ao consumidor final Fonte: Martins e Alt (2009).
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UNIDADE 1
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Descrição da Imagem: a imagem é um fluxograma circular que apresenta as três principais atividades
da administração de materiais. Cada elemento do fluxograma é composto por uma elipse contendo o
nome da atividade e, abaixo, um retângulo com a explicação sobre a atividade. Os elementos são ligados
por uma linha circular. No topo encontra-se uma elipse com a inscrição “Gestão de Estoques”; abaixo,
há um retângulo com o texto: “Examina os estoques para decidir a necessidade de reposição; indica as
quantidades a serem repostas e os prazos de entrega”. Seguindo a linha circular em sentido horário,
do lado direito da imagem encontra-se uma elipse com a inscrição “Gestão de compras”; abaixo há um
retângulo com o texto: “Realiza as licitações, decide as aquisições; negocia condições de fornecimento;
fecha contratos com os fornecedores.” Continuando a linha circular em sentido horário, ao lado esquerdo
da imagem encontra-se uma elipse com a inscrição “Gestão dos centros de distribuição”; abaixo há um
retângulo com o texto: “Realiza o controle físico dos materiais; recebe os materiais dos fornecedores;
armazena e fornece os materiais etc.”
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UNIDADE 1
Gestão de Estoques
Não temos como falar da gestão de materiais, se não iniciarmos essa discussão com
uma das mais importantes funções da administração de materiais, o gerenciamen-
to de estoques. O estoque é um fator determinante para os resultados da empresa.
Muitas empresas utilizam a lógica e a racionalidade para determinar os níveis de
estoques com sucesso, mas a necessidade de manter um volume de estoque precisa
estar alinhada ao objetivo da empresa, por meio de alguns parâmetros econômicos.
Materiais e produtos considerados estoques são: matéria-prima, material auxiliar,
material de manutenção, material de escritório, peças em processamento ou acabadas.
São muitas as razões pelas quais é necessário que você, aluno(a), enquanto gestor(a),
precise decidir qual é a quantidade de materiais que ficará em estoque, mas o principal
elemento considerado nesta decisão está, certamente, relacionado diretamente com
os custos. Assim, é importante determinar a quantidade de estoque para cada item,
de forma que se mantenha viável economicamente (POZO, 2015).
A principal atividade do gerenciamento de estoque, é potencializar a utilização dos
recursos logísticos da empresa, no que tange aos estoques. Aqui, certamente aparecerá
um grande dilema para o gestor, que poderá criar grandes problemas para a empresa,
quanto à necessidade de capital de giro e o custo de manter estoques. Por um lado, o
administrador vai buscar manter um volume de estoque para amortecer a demanda do
mercado e as suas possíveis variações, pois não tem nada mais terrível para uma em-
presa do que a falta de estoque por um erro de planejamento, entretanto, do outro lado,
tem-se a necessidade de reduzir os estoques e investimentos nesta área, pois se sabe que
grandes volumes de estoques, diminuem o capital de giro e aumentam o custo. Porém,
ao ter baixos volumes de estoques, o não atendimento das necessidades dos clientes,
pode sair muito mais caro do que manter grandes volumes de estoques, isto porque um
cliente insatisfeito, gera um efeito conhecido como “bola de neve” influenciando toda
uma cadeia de consumo, principalmente, em tempos de redes sociais (POZO, 2015).
Talvez você, aluno(a), principalmente se já trabalha na área de compras de
uma empresa, esteja pensando que quando se compra em grandes quantidades,
isto produz um efeito imediato chamado de lotes econômicos, pois quanto maior
a quantidade comprada, menor é o preço. Entretanto, essa visão é ultrapassada
pois, o estoque sem necessidade, qualquer que seja o volume, irá incorrer em
custos de oportunidades, além de inúmeros riscos desnecessários.
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UNIDADE 1
disposição no local, dia e horário desejado pelo cliente, isto quando o produto
é buscado, se não ele poderá trocar de produto ou até mesmo de fornecedor,
visto que, quando as compras são realizadas para ser entregues em um deter-
minado período, qualquer falha no processo que determine atrasos na entrega,
gera uma insatisfação muito grande.
Assim, uma administração de materiais eficiente, significa basicamente a
coordenação de toda a movimentação de materiais de forma eficiente conforme
as demandas de produção, tendo como foco principal disponibilizar o material
certo, no local de produção certo, no momento certo e em condições que apre-
sentem o menor custo possível na operação para garantir a plena satisfação dos
clientes (POZO, 2015). Assim, ainda conforme o autor, o planejamento e controle
de estoques possuem os seguintes objetivos:
Existem muitos tipos de estoques que, algumas vezes, são mantidos pelo almoxa-
rifado das empresas e outras vezes não. Pozo (2015) cita pelo menos cinco tipos
de estoques que são:
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Descrição de imagem: a figura apresenta os cinco tipos de estoque em formato zigue-zague. Primeiro
aparece a matéria-prima que se entende por matéria-prima, os itens que irão passar por algum tipo de
transformação no processo produtivo. Por exemplo, lâmina de aço, madeira, resina, cimento e outros.
Basicamente, são materiais que vão agregar valor ao produto acabado. Esses materiais podem ser com-
prados prontos, processados ou até mesmo no seu estado natural. Logo depois aparece uma seta para
baixo indicando os Materiais auxiliares que são os itens que participam do processo de transformação em
um processo produtivo, entretanto, não agregam valor ao produto acabado. São eles: óleos das máquinas,
correias dentadas, ferramentas, lixas etc. Em seguida, uma seta para cima indica a Manutenção que são os
itens utilizados pela empresa para realizar a manutenção das ferramentas, máquinas e equipamentos. Neste
item, entram também os materiais de escritório utilizados pela empresa na administração e nas operações.
Após isso, uma seta para baixo aponta para o estoque Intermediário que são produtos que ainda não es-
tão no estado final, pois fazem parte da montagem de um determinado produto. E por fim, uma seta que
sai deste estoque e aponta para cima indicando o estoque acabado que representa os produtos prontos
que serão enviados para os consumidores ou clientes. O volume é determinado pela previsão de vendas.
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UNIDADE 1
EXPLORANDO IDEIAS
A gestão dos estoques é um dos grandes desafios de todo gestor. O estoque pode
ser determinado por meio da previsão de demanda conforme as estimativas de
vendas. Assim, existem algumas informações que as empresas podem utilizar
que ajudam a decidir a dimensão e a distribuição no tempo das demandas. Dias
(2019) cita duas categorias a serem analisadas:
A - Quantitativas B - Qualitativas
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Ainda, para determinar o volume de estoques e materiais ideais para a empresa, devemos
analisar também os custos aplicados aos estoques. De acordo com Pozo (2015), são eles:
■ Custo do pedido: cada vez que um pedido de compra é realizado, isto
vai gerar custos fixos e variáveis relativos a este processo. Custos fixos não
estão relacionados à quantidade de estoques. Custos variáveis dependem
da quantidade de estoques.
■ Custo de manutenção de estoques: as empresas sempre vão preferir
manter níveis de estoques baixos. Quando temos estoque parado na em-
presa, temos um volume de dinheiro parado que poderia estar sendo
utilizado para outras funções de investimentos. Um estoque parado gera
custos de pessoas, armazenamento, movimentação, equipamentos, segu-
rança, impostos, roubo, perdas e danos, e obsolescência.
■ Custo por falta de estoques: as empresas estão sempre mantendo o menor
nível de estoque possível, mas isto representa um risco, por exemplo, o atra-
so ou até mesmo o cancelamento de um pedido por falta de estoque e isto
vai impactar na imagem, confiabilidade, credibilidade e na concorrência.
Dias (2019), ainda complementa essa visão dos custos de estoques, relacionando a
qualquer tipo de armazenamento de estoques, que poderão gerar outros custos como:
■ Juros.
■ Depreciação.
■ Aluguel.
■ Equipamentos de movimentação.
■ Deterioração.
■ Obsolescência.
■ Seguros.
■ Salários.
■ Conservação.
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UNIDADE 1
Gestão de Compras
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as compras podem ser realizadas a partir de um único local. Caso as vendas sejam
descentralizadas (ver Figura 04), o departamento de compras considera muito a
realidade local. O fato é que as empresas podem definir políticas de negociação
de materiais necessários para a empresa.
Descrição de imagem: a imagem é um fluxograma hierárquico. No topo, há uma elipse em que se lê:
“Departamento central”. Da parte inferior dessa elipse, saem três setas, direcionadas para baixo. Uma
das setas está em sentido diagonal à esquerda, e se une a um retângulo em que está escrito: “Unidade
regional um”; a outra seta, está na vertical e se liga a um retângulo onde se lê: “Unidade regional dois”; a
terceira seta está em sentido diagonal à direita e se une a um retângulo onde se lê: “Unidade regional três”.
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UNIDADE 1
Descrição de imagem: a imagem trata-se de um fluxograma sequencial. Composto por cinco quadrados
dispostos lateralmente. Acima de cada um desses quadrados, existem letras que designam cada um deles:
a, b, c, d, e. De cada quadrado sai uma pequena seta horizontal que aponta para o próximo quadrado. No
quadrado designado pela letra “a”, está escrito: “Análise das OCs recebidas”; no quadrado designado pela letra
“b”, está escrito: “Seleção dos fornecedores”; no quadrado designado pela letra “c” está escrito: Negociação
com o fornecedor escolhido”; no quadrado designado pela letra “d” está escrito: Acompanhamento (follow
up); e no quadrado designado pela letra “e”, está escrito: “Controle do recebimento”. Da parte inferior do últi-
mo quadrado, sai uma reta vertical que se liga a uma reta horizontal. Da reta horizontal saem setas verticais
que apontam para cada um dos demais quadrados. A ideia é de recomeço do ciclo e, por isso, abaixo da reta
horizontal de onde saem as setas, há a inscrição: “Retroação”.
Em ciclo de compras (Figura 05), o processo começa com a análise das ordens de
compras (OCs), considerando a quantidade, especificidade e tempo necessário de
disponibilização. A segunda fase deste processo é a seleção dos fornecedores, pois
dificilmente a empresa vai conseguir ter a capacidade de produzir os itens necessá-
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rios para o seu processo produtivo. Isso faz com que a empresa busque fornecedores
que são empresas que se dispõe a vender os materiais que a empresa precisa. Essa
segunda fase, segundo Chiavenato (2014), pode conter algumas etapas:
1. Pesquisa de fornecedores: localizar fornecedores que possuem os re-
quisitos que a empresa precisa. É natural que esses fornecedores possuam
vendedores que normalmente visitam as indústrias para oferecer a sua
linha de produtos. A empresa realiza um registro desses vendedores para
possíveis contatos posteriormente.
2. Seleção dos fornecedores: entre os fornecedores listados, a empresa vai es-
colher o fornecedor que melhor atende às suas necessidades como, por exem-
plo, preço, descontos, tempo de entrega, confiabilidade entre outros. Preço e
qualidade normalmente são os itens mais requisitados pelos compradores.
EXPLORANDO IDEIAS
Com o passar dos anos, os fornecedores deixam de ser meros provisores. Agora eles
são verdadeiros parceiros de negócios. As empresas buscam fornecedores que sejam
confiáveis para manter uma linha de fornecimento leal e outras vezes exclusiva. Assim,
é possível reduzir a quantidade de fornecedores, dado que o fornecedor atende às suas
necessidades. Os contratos vão assegurar com os termos necessários para não ocorrer
falhas neste processo, aumentando a certeza do fornecimento. Este processo é conheci-
do como ganha-ganha, pois acaba sendo benéfico para ambos os lados.
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UNIDADE 1
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É importante ressaltar para você, aluno(a), que existem processos mais modernos
de compras, mas veremos com mais profundidade na unidade IV deste livro, quando
iremos tratar da gestão da cadeia de suprimentos. Portanto, deixo esse ponto ainda
em aberto, para retomarmos no momento oportuno no qual trataremos dos siste-
mas S&OP (do inglês, Sales and Operation Planning, que significa Planejamento de
Vendas e Operações) e o CPFR (do inglês, Collaborative Planning, Forecasting, and
Replenishment, que significa Planejamento Colaborativo, Previsão e Ressuprimento).
Para você, aluno(a), ter uma noção do impacto das negociações de materiais
na lucratividade da empresa e a importância do processo de compras, vamos
considerar o seguinte exemplo, apresentado por Gonçalves (2020):
Uma empresa possui uma venda anual de R$100 milhões. Os custos totais
dessas vendas somam a quantidade de R$95 milhões, aos quais R$50 milhões
estão diretamente relacionados à compra de materiais. Este processo de compra
e venda resulta para a empresa, um lucro de R$5 milhões ou uma margem de
5% de lucro sobre as vendas, certo? Agora vamos imaginar um outro lado da
história: essa mesma empresa trabalha com R$10 milhões em estoques dentro
dos ativos totais que chegam a quantidade de R$50 milhões. Quando calcula-
mos o giro sobre os ativos, a conclusão é que ele gira duas vezes por ano, certo?
Ou seja, metade dos R$100 milhões descritos anteriormente. Considerando o
lucro descrito, podemos concluir que a taxa de retorno dos ativos é de 10%, ou
seja, duas vezes o valor por ano, pois o estoque gira duas vezes para alcançar os
R$100 milhões em vendas. Observamos então o resultado, considerando uma
situação hipotética no qual a negociação possibilitou um desconto de 6% sobre
o total das compras da empresa, ou seja, uma redução de R$3 milhões no valor
da aquisição. Portanto, o lucro dessa compra passa de R$5 milhões para R$8
milhões, aumentando a margem de lucro sobre as vendas de 5% para 8%. Então,
se antes tínhamos um estoque de R$10 milhões, o mesmo passa a ser de R$9,4
milhões. Essa redução impacta nos ativos, embora as vendas permaneçam em
R$100 milhões. Considerando que a margem de lucro aumentou de 5% para 8%,
como resultado de uma boa negociação de fornecimento de materiais, o giro de
estoque aumentou para 2,02 vezes ao ano, chegando à conclusão que o retorno
aumentou para 16,19%. É um aumento substancial, que ocorreu somente em
função de uma boa negociação com fornecedores (GONÇALVES, 2020). A figura
a seguir, demonstra este processo completo:
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UNIDADE 1
Figura 06 - Impacto das negociações de compras no retorno dos ativos / Fonte: Gonçalves (2020, p. 25).
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cinco por cento”; logo abaixo, um retângulo menor de fundo cinza onde se lê: “A margem sobe para
oito por cento”. O segundo bloco encontra-se abaixo do primeiro, é composto por sete retângulos e
se inicia com um retângulo de fundo branco em que há a inscrição: “Estoques totais cem milhões de
reais”; logo abaixo há um retângulo de fundo cinza, onde se lê: “Estoques se reduzem em seis por cento,
passando para nove vírgula 4 milhões de reais”. Do retângulo de fundo branco sai uma seta que leva
para outro retângulo de fundo branco em que há a inscrição: “Vendas cem milhões de reais”. Abaixo
deste, há outro retângulo de fundo branco com a inscrição: “Ativos totais cinquenta milhões de reais”;
logo abaixo, um retângulo menor de fundo cinza, onde se lê: “Ativos caem para quarenta e nove vírgula
quatro milhões de reais.” Os dois retângulos de fundo branco são conectados por uma seta que aponta
para outro retângulo de fundo branco com a inscrição: “Giro dos ativos duas vezes”; logo acima, um
retângulo menor de fundo cinza, onde se lê: “O giro aumenta para dois vírgula zero dois vezes”. Os dois
blocos são conectados por uma seta que leva a uma elipse de fundo branco com a inscrição: “Retorno
sobre os ativos dez por cento”; logo abaixo da elipse há um retângulo de fundo cinza, onde se lê: «O
retorno dos ativos passa para dezesseis vírgula dezenove por cento».
NOVAS DESCOBERTAS
Quando a empresa realiza uma nova compra tendo um estoque reserva, o volume de
estoque médio aumenta na empresa, e isto gera também um aumento dos custos de
manutenção, armazenagem, juros e outros. Entretanto, quando aumentamos o volume
a ser comprado, o custo do pedido de compra diminui. O resultado disso é que dentro
de uma empresa, teremos dois lados opostos de estoques, ou seja, um lado encorajando a
compra de estoques pela facilidade, porém com aumento dos custos e a outra, desencora-
jando justamente em função dos custos, como já vimos inclusive nesta unidade do livro.
Este conceito de lote econômico de compra foi muito difundido pelas empresas até
a década de 80, principalmente, protegidos pela alta demanda de mercado. Entretanto,
os tempos mudaram e a tecnologia, aliada à globalização da economia, alterou o cená-
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UNIDADE 1
Análise ABC
NOVAS DESCOBERTAS
Aluno(a), você conhece o conceito da Curva ABC? Acesse aqui e saiba mais a
respeito dessa metodologia.
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Consumo(unidades/
Item Custo ($/unidade)
ano)
1060 25 150,00
Tabela 01 - Consumo e Custo Unitário dos itens/ Fonte: Martins e Alt (2009, p. 211).
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Consumo(unidades/
Item Custo ($/unidade)
ano)
Tabela 02 - Cálculo do valor monetário do período/ Fonte: Martins e Alt (2009, p. 211).
Fonte: Martins e Alt (2009, p. 211).
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2035 29.520,00
1030 24.651,25
1020 10.615,5
2050 9.048,00
6070 7.402,50
2015 5.232,00
3055 5.197,50
1060 3.750,00
5050 2.652,00
1045 2.412,00
5070 2.346,00
3025 2.010,00
7080 1.988,00
1010 1.057,50
3010 100,00
Total 107.982,25
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UNIDADE 1
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Descrição de imagem: a imagem mostra um gráfico que representa a Curva ABC. O eixo “y” (eixo vertical)
representa o “Percentual acumulado” e é segmentado pelos valores: zero, dez, vinte, trinta, quarenta,
cinquenta, sessenta, setenta, oitenta, noventa e cem. O eixo “x” (eixo horizontal) representa o “Item” e
contém as seguintes numerações: dois mil e trinta e cinco, mil e trinta, mil e vinte, dois mil e cinquenta,
seis mil e setenta, dois mil e quinze, três mil e cinquenta e cinco, mil e sessenta, cinco mil e cinquenta, mil
e quarenta e cinco, cinco mil e setenta, três mil e vinte e cinco, sete mil e oitenta, mil e dez, e três mil e
dez. É traçada uma curva ascendente em cor azul que classifica os itens e o percentual acumulado em A,
B e C. A Classe A é colorida em azul e inclui os itens dois mil e trinta e cinco, mil e trinta, e mil e vinte. Ela
é delimitada por uma linha vertical tracejada que chega até o valor de sessenta por cento do percentual
acumulado. A Classe B é colorida em azul de tonalidade mais clara e inclui os itens dois mil e cinquenta,
seis mil e setenta, dois mil e quinze, e três mil e cinquenta e cinco. Ela é delimitada por uma linha vertical
tracejada que chega até o meio da segmentação entre os valores oitenta e noventa por cento do per-
centual acumulado. A Classe C tem coloração branca inclui os itens mil e sessenta, cinco mil e cinquenta,
mil e quarenta e cinco, cinco mil e setenta, três mil e vinte e cinco, sete mil e oitenta, mil e dez, e três mil
e dez. Ela é delimitada por uma vertical tracejada que chega até o valor de cem por cento do percentual
acumulado. Esta linha vertical tracejada cruza com uma linha horizontal tracejada, ligando o ponto cem
por cento (do eixo “y”) ao ponto três mil e dez (do eixo “x”).
Analisando as tabelas, podemos perceber que os itens com códigos 2035, 1030 e
1020, representam um total de 60% do valor gasto com materiais, portanto, são
da categoria classe A. Os itens 2050, 6070, 2015 e 2035 representam 25%, por-
tanto, são classe B, e os demais classe C. Este tipo de análise, possibilita que cada
item em estoque, venha a ter um tipo de tratamento específico de acordo com o
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UNIDADE 1
seu grau de importância. Mas este tipo de análise precisa de muito cuidado, por
exemplo, um simples parafuso em estoque pode ser um item classe C, porém,
se uma máquina quebrar e necessitar do parafuso para manutenção, isto pode
interromper toda uma linha de produção (MARTINS; ALT, 2009).
Para resolver esse problema, algumas empresas utilizam ainda o conceito de
criticidade, ou seja, alguns itens podem ser classificados como classe A, depen-
dendo do seu grau de importância para as operações da empresa.
Assim, meu(minha) caro(a) aluno(a), estoque é um aspecto que merece muita
atenção e você precisa encontrar maneiras de gerenciá-lo de forma que seja efi-
ciente dentro das operações da empresa, senão você correrá sérios riscos.
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UNICESUMAR
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UNIDADE 1
EXPLORANDO IDEIAS
Para você aluno(a) compreender melhor a relação de um MRP com a produção e a neces-
sidade de materiais vamos trabalhar com um exemplo de preparação de um bolo. Para
preparar um bolo você precisa de uma receita. Essa receita, fazendo uma analogia com
o MRP, é considerada a lista de materiais. Essa lista contém a quantidade exata de cada
ingrediente necessário para produzir o bolo. O MRP vai verificar no seu estoque, se você
tem os ingredientes necessários para produzir o bolo, caso você não tenha, ele vai emitir
uma ordem de compra, especificando o momento exato que será necessário cada ingre-
diente e a sua relação com os procedimentos e outros ingredientes.
Além do MRP tradicional, temos ainda o MRP II, que se trata de um sistema com
um tipo de decisão que é mais centralizada, ou seja, resumindo tudo, será cumprido
à risca da forma mais completa possível. A principal característica na sua dinâmica
de aplicação, é que o sistema consegue se adaptar rapidamente às mudanças de
cenários em um ambiente turbulento, que necessitam de ajustes e correções rapida-
mente. Assim, a sua utilização é importante para empresas que atuam em cenários
complexos e com frequentes mudanças, pois em sua completude, o sistema viabiliza
a sinergia com outras áreas da empresa, trazendo muitos benefícios.
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UNICESUMAR
O JIT tem se apresentado por meio de muitas definições que vão evoluindo ao lon-
go dos anos. Uma das formas mais comuns que é aceita, refere-se ao JIT como um
sistema com o foco na redução de desperdícios no processo produtivo. No sistema
tradicional, os processos produtivos produzem em grande escala gerando estoques
para disponibilizar no mercado para os clientes em um sistema de empurrar, no JIT a
produção ocorre na medida em que novos pedidos são realizados, ou seja, de acordo
com a demanda no sistema puxado (DIAZ, 2019).
Teoricamente falando, o sistema de puxar estoque ocorre somente após a
sinalização do usuário sobre a necessidade de se produzir um componente,
ou seja, ninguém está liberado para produzir nada além do necessário para
aquele momento (DIAZ, 2019).
Gonçalves (2020) complementa explicando que o sistema JIT é uma ferramenta
simples e poderosa ao mesmo tempo, pois tem como objetivo eliminar os desper-
dícios, estoques desnecessários e tarefas que não agregam valor ao produto, pro-
duzindo somente a quantidade que é necessária para um determinado momento.
Se nós pensarmos, por exemplo, na indústria automotiva, isto significa que o
carro que será comprado pelo cliente, vai entrar na linha de montagem somente
no momento em que a compra for efetivada, e neste momento, além da fábrica,
os fornecedores recebem a informação de forma instantânea, para saberem o mo-
mento exato que determinado componente será necessário na linha de produção.
Ainda na indústria automobilística, é comum que se tenha uma planta industrial
com vários fornecedores em volta da fábrica, outras vezes são permitidos for-
necedores a distância, desde que o fornecimento seja realizado por meio de um
canal de distribuição leal e exclusivo, garantindo a eficiência do processo.
Como vimos anteriormente, com uma quantidade menor de estoques, signifi-
ca também uma redução de custos. No processo produtivo, a linha de montagem
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UNIDADE 1
Esses objetivos podem ser resumidos em: eliminação de desperdícios com a alta
produção, espera, transporte, processamento, movimentação, problemas e esto-
ques. E além desses aspectos, ainda de acordo com Diaz (2019), pode-se relacio-
nar alguns pontos importantes como:
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UNICESUMAR
É importante ressaltar que o conceito de Just in Time, exige uma perfeita integração
entre os diversos fornecedores da empresa com a empresa para atuarem no pro-
cesso produtivo com o propósito, em conjunto, de solucionar problemas, melhorar
o fluxo, reduzir os estoques etc. Essa relação entre empresa e fornecedor deve ser
colaborativa, ou seja, deve haver uma integração por meio de contratos de forne-
cimento e com tecnologias que viabilizem a troca de informações em tempo real.
É importante enfatizar que este modelo de produção não pode ser estático, muitas
empresas têm procurado adaptar de acordo com a necessidade e para não ficar tão de-
pendente dos fornecedores. Por exemplo, se uma indústria de leites recebe diariamente
dos produtores os leites que serão produzidos, agora elas podem ir diretamente até
os produtores para recolher os leites ordenhados, o mesmo tem acontecido também
com a indústria automotiva, em um processo conhecido como Milk Run, pois ao invés
de esperar o fornecedor, a empresa é que vai até o fornecedor (GONÇALVES, 2020).
Entretanto, Diaz (2019), explica que este sistema possui algumas limitações e res-
trições ligadas a instabilidade da demanda, ou seja, qualquer falha que ocorrer neste
processo, isto vai se desdobrar em paralisação de máquinas, equipamentos, empre-
gado etc., portanto, é importante avaliar se vale a pena ou não adotar esse sistema e
isto perpassa pelo conhecimento não só desta metodologia, mas também de outras
para identificar qual é a mais adequada considerando o setor em que a empresa atua.
Um exemplo de aplicação do JIT aqui no Brasil é a fábrica da Man Caminhões
que fica na cidade de Resende no Rio de Janeiro. Na mesma planta industrial,
estão instalados muitos fornecedores de peças. A cada novo pedido recebido, a
empresa, de forma imediata, entra em contato com os fornecedores solicitando
as peças necessárias, o que é atendido no mesmo momento. Neste caso, todos os
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UNIDADE 1
NOVAS DESCOBERTAS
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