Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CADERNO DE ESTUDOS
ÍNDICE
1. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
2. GESTÃO DE ESTOQUES
3. ARMAZENAGEM
3.1 Objetivos
3.2 Tipos de Armazéns
3.3 Operações em Armazéns
3.4 Arranjo Físico
3.5 Serviços em armazenagem
3.6 Estruturas em Armazenagem
3.7 Equipamentos de movimentação
3.8 Princípios da Armazenagem
4. LOGÍSTICA REVERSA
1
APRESENTAÇÃO
1. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
- fixar objetivos;
- analisar, conhecer os problemas;
- solucionar os problemas;
- organizar e alocar os recursos, tanto financeiros, quanto tecnológicos e humanos;
- liderar, comunicando, dirigindo e motivando as pessoas;
- negociar;
- tomar decisões;
- controlar, mensurando e avaliando.
2
1.2 A relação entre o planejamento administrativo e as atividades do
almoxarife
• Cliente satisfeito
1.6 Normalização
5
Atributos da Classificação de Materiais
• Praticidade: mais uma vez o nome ajuda! A classificação deve ser objetiva e
ajudar o gestor, ou seja, não deve tomar seu tempo em demasia, deve ser prática,
simples e direta.
• Materiais de Estoque
a) Quanto à aplicação:
- Matérias-primas: materiais mais básicos e os insumos dos itens iniciais que integrem o
processo produtivo da companhia. Constituem todos os itens iniciais necessários para a
produção, o que significa que a produção é totalmente dependente das entradas da
matéria-prima para ter a sua sequência garantida;
6
- Materiais semiacabados: são os materiais parcialmente acabados, cujo processamento
está em algum estágio intermediário de acabamento, e que se encontram ao longo das
diversas seções que compõem o processo produtivo. Diferem dos materiais em
processamento pelo estágio mais avançado, pois se encontram quase acabados, faltando
apenas algumas etapas do processo produtivo para se transformarem em materiais
acabados, ou em produtos acabados;
- Materiais de consumo: materiais de consumo, que sirvam e sejam aplicados desde que
não aplicados em manutenção e que sejam utilizados muitas vezes.
7
- Materiais X: é um material de pouca importância, pois há um outro material que pode
substituí-lo na empresa;
8
2. GESTÃO DE ESTOQUES
Em vias gerais, o estoque é usado por uma empresa com o objetivo de acumular
alguns recursos como matéria prima e produtos acabados de maneira a viabilizar as
operações da empresa. Ou seja, se o seu negócio é um mercado que atende o
consumidor final, certamente, para que seus clientes fiquem satisfeitos, se faz necessário
um estoque de mais de um tipo de produto para que ele já saia de lá com o produto de
sua escolha. Agora, se a sua empresa vende produtos sob medida ou encomenda, não
existe a necessidade de um estoque muito grande já que o seu cliente sabe que levará
alguns dias para que seu produto seja entregue e isso não gera sua insatisfação.
• Atender o cliente
O primeiro ponto desse tipo de administração está ligado aos clientes. Conforme
falamos, dependendo do tipo de produto comercializado, o cliente quer realizar a
compra e já sair com seu produto na mão, e a administração do estoque deve permitir
que isso aconteça. Entretanto, é importante que exista uma via de mão dupla, ou seja,
essa operação deve ser benéfica para a empresa também, logo, não basta atender o
cliente…é preciso atender o cliente com bom custo-benefício.
DICA: Tenha sempre uma quantidade de segurança no estoque para atender sua
demanda, que já deve ser conhecida. Estoque grande demais significa dinheiro parado.
9
colaboradores. Furtos pequenos são mais difíceis de serem notados pelos gestores, mas
causam um tremendo rombo nas contas da empresa, por isso, merecem toda atenção
possível.
DICA: Conheça seus produtos de maior saída e negocie com seus fornecedores
quantidades maiores deste produto.
• Evitar a perda de dinheiro
10
2.2 Composição e tipos de estoques
A composição dos estoques está relacionada aos itens que fazem parte daquele
estoque, ou seja, são os itens que compõem o estoque. Podem ser produtos prontos,
produtos em produção, itens para consumo, insumos, matérias primas, peças de
reposição, itens para serem comercializados etc. Esta composição está diretamente
relacionada ao tipo de estoque. Abaixo serão descritos os tipos mais comuns de
estoques:
- Estoque Comercial: São itens para comercialização, ou seja, itens para serem
vendidos. Podem ser compostos de itens que foram produzidos ou adquiridos já prontos;
11
2.3 Gestão estratégica de estoques
Esse mesmo supermercado deve saber que no meio do ano durante os meses de
junho e julho aumenta consideravelmente o consumo de itens das festas juninas como
pipoca, amendoim e outros. Ou seja, essas empresas precisam estar preparadas para
esses e outros eventos.
Para tanto, as empresas devem analisar seus estoques, fazer projeções e decidir se
deverão fazer ou não novas compras, ou ainda, se os estoques atuais são suficientes para
suprir a demanda. Quando se trata das vendas para atacado, a indústria em geral trabalha
com prazos de entrega e, caso a empresa que atua na venda ao consumidor final não
faça um bom planejamento, as coisas podem desandar consideravelmente.
13
Apesar disso, ter um depósito cheio de matérias-primas e mercadorias não é
garantia de sucesso do negócio. A questão central é saber quais e quantos produtos
devem ser armazenados. Estoques são investimentos, afinal, para que a empresa os
tenha, houve uma saída de dinheiro do caixa.
Se a empresa tem estoques enormes, mas que não “giram” com a velocidade
adequada, a empresa em algum momento pode ter problema de caixa. Isso porque o
dinheiro que deveria estar na conta bancária, está nos depósitos. Um exemplo prático
sobre isso são as empresas que possuem mercadoria em excesso, mas não possuem
dinheiro para pagar seus funcionários.
Outra situação de má gestão seria aquela em que produtos são jogados fora
por extravio ou vencimento. Ou ainda, quando ocorre a depreciação total de itens em
estoque causado pela obsolescência. Isso acontece quando a empresa esquece ou
negligência a venda de alguns produtos estocados. Com o tempo e a evolução
tecnológica eles simplesmente perdem todo o valor.
Uma gestão organizada dos estoques atuará de modo que os estoques em excesso
não comprometam a saúde financeira da empresa e que os estoques muito baixos ou
mesmo que a ausência de produtos nas prateleiras gere a perda de vendas. Diante de
todo esse contexto, fica mais que evidente que a gestão de estoque é um dos pilares de
sucesso das empresas.
Um dos problemas que pode ocorrer quando o assunto é gestão de estoque está
relacionado ao seu controle, ou seja, o processo de monitoramento de saídas e entradas
de produtos dentro do armazém. É possível encontrar no mercado algumas empresas
que renunciam a um bom controle de estoque e acabam caindo no erro de pedir mais
itens do que realmente precisam, assim como deixam de comprar produtos essenciais,
comprometendo todo o processo logístico interno, vendas e envios de pedidos.
14
Esse cenário traz consigo prejuízos desnecessários, como por exemplo, altos
custos de manutenção de estoque, uma vez que itens em excesso demandam maiores
espaços dentro do armazém, ocupam lugares que poderiam ser investidos em produtos
sazonais ou com alta demanda de mercado, assim como podem exigir uma atenção
especial para verificar sua qualidade e, em casos extremos, quando passam muito tempo
no estoque, podem resultar em perdas e avarias. Por outro lado, quando há stockout, a
empresa pode deixar de aproveitar oportunidades únicas de vendas, além de gerar uma
experiência desagradável aos seus clientes, caso o pedido seja realizado e não esteja
disponível para envio.
Como já vimos anteriormente, a gestão dos estoques deve ser feita de modo
estratégico, uma vez que responde por investimentos tanto em infraestrutura quanto em
itens de composição. É preciso equilibrar os volumes de entrada e saída de itens, de
maneira a evitar os principais riscos da gestão de estoques: SOBRA e FALTA. Em
ambos os casos, o resultado é prejuízo financeiro para a empresa.
15
Como já mencionado, também existe o risco da PERDA. Esta pode estar
associada a sobra e a falta. Quando um item sobra, ele pode ser perdido pela validade ou
tendência de mercado (moda). Quando um item falta, perde-se capacidade de venda,
perde-se um potencial cliente. Além disso, a perda também deve ser considerada no
caso de danos aos itens (quebras, arranhões, amassados), que deixam de estar
disponíveis para uso ou comercialização, não deixando de ter seu custo de aquisição.
2.5 Demanda
16
- Consumo acumulado: Quando as aquisições atenderão a um período cujo
consumo é variado, tendemos a analisar o consumo acumulado de determinado período.
Por exemplo: dificilmente poderemos afirmar quanto de arroz consumimos diariamente,
em casa. Mas podemos definir o consumo acumulado durante um mês, ou seja, quando
de arroz utilizamos durante todo o mês, para prever quanto precisaremos comprar para o
mês seguinte. Da mesma forma, um bar normalmente não pode afirmar quantas garrafas
de cerveja são vendidas todo dia, mas poderá precisar quantas foram vendidas durante
um mês, indicando, assim, o consumo acumulado do mês.
• Consumo constante
17
• Consumo sazonal
Estas variações podem ter diversos fatores de influência, que podem ser
quantitativos ou qualitativos. A seguir serão descritos alguns destes fatores, separados
nestes dois grupos.
Fatores quantitativos
Fatores qualitativos
18
matemática vai depender de cálculos mais complexos e talvez pesquisas de opinião com
o público envolvido. São exemplos de fatores qualitativos de influência:
Definição de estoque
19
• em processo de produção para venda; ou
• na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou
transformados no processo de produção ou na prestação de serviços.
Como regra básica, os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor
realizável líquido, dos dois o menor.
Dizendo de outra forma, no quadro abaixo temos uma representação dos gastos que
devem ser inclusos na formação do custo do estoque:
20
• A alocação dos custos fixos indiretos de fabricação às unidades produzidas,
relacionada com a capacidade normal de produção, ou seja, a alocação dos
custos no estoque deve ser baseada na capacidade normal de produção.
Dado que as empresas adquirem seus produtos com datas distintas e com preços
diferentes (ainda que seja com o mesmo fornecedor), neste tópico abordaremos qual
valor unitário deve ser atribuído aos estoques. Em outros termos, veremos as
metodologias existentes de valorização dos estoques, tais como: metodologias PEPS,
UEPS, preço médio de compra etc.
21
Também conhecido como FIFO (First in, First out). O PEPS é indispensável
quando a empresa trabalha com produtos perecíveis, pois tende a fazer com que o item
mais antigo seja o primeiro a ser vendido.
Por outro lado, é preciso ter uma boa organização para conseguir controlar
diferentes lotes e descobrir o custo do mais antigo. Outra desvantagem é a tendência de
as primeiras compras terem um custo reduzido, o que gera aumento contínuo no preço
de venda dos seus produtos, podendo resultar em insatisfação dos clientes.
Além disso, o PEPS é o método contábil utilizado pela Receita Federal do Brasil
para o cálculo de tributos. É com base nele que o seu estoque é avaliado e, em cima
dessa estimativa, são calculados os impostos e tributos.
EXEMPLO:
Imagine uma loja que comercializa sapatos. No seu depósito há 100 modelos,
cujo preço pago foi de R$10,00 em cada um. O custo do estoque é de mil reais.
Segundo a metodologia adotada através do PEPS, das próximas 100 peças que
você vender, 20 delas terão o custo de R$10,00, e 80 de R$11,00.
22
Metodologia UEPS (Último que Entra, Primeiro que sai)
Também conhecido como LIFO (Last in, First out). O método UEPS é
praticamente o contrário do que vimos sobre o método anterior.
Uma vez que os últimos itens adicionados são os primeiros a serem vendidos,
tem-se uma média do consumo daquele período, permitindo prever o consumo futuro na
medida em que novos produtos vão entrando no estoque.
EXEMPLO:
O produto que fica no topo da pilha, de mais fácil acesso, é o adquirido mais
recentemente.
O custo das 10 primeiras mercadorias que saem (vamos imaginar que seja
R$15,00) é idêntico ao das 10 últimas entradas (vamos imaginar que foi adquirido por
R$ 17,00).
É com base nesse valor que você vai calcular o preço de venda dos seus
produtos, R$17,00.
23
Por outro lado, o custo de reposição das mercadorias usadas não é trabalhado de
forma imediata. Essa metodologia também não pode ser aplicada em todos os setores.
Um exemplo são as empresas de gênero alimentício, que trabalham com produtos que
têm data de validade e são perecíveis.
UM ALERTA!
Em resumo, sobre o valor dos custos de cada mercadoria é calculada uma média
ao somar os diferentes preços de aquisição do produto estocado dividido pela
quantidade adquirida. O resultado é o custo médio da mercadoria estocada.
EXEMPLO:
24
Vantagens e desvantagens do MPM
O método UEPS é proibido no Brasil justamente por permitir que pessoas que na
verdade tiveram um grande lucro na venda de seus produtos possam o vender como se
na verdade o lucro tivesse sido baixo ou, por vezes, inexistente.
2.7 Pedidos
25
materiais. A função de compras nos negócios atuais assume verdadeiro papel estratégico
nas organizações, devido ao volume dos recursos envolvidos.
26
e) acompanhamento ativo durante o período que decorre entre o pedido e a
entrega; e
O processo começa com a requisição de compra que define o que deve ser
comprado e qual a quantidade; em seguida a solicitação é passada para o setor de
Compras que avaliará os fornecedores e solicitará cotações. Depois de enviadas as
cotações, é preciso escolher a empresa que fornecerá o material necessário. Esse
processo deverá ser acompanhado, principalmente com relação ao pedido e à entrega.
Após a entrega dos materiais, eles devem ser conferidos, armazenados e controlados
pela área de materiais.
27
negociar alterações nos contratos de fornecimento e gerenciar os prazos de atendimento
às requisições dos diferentes departamentos organizacionais.
Realizar uma boa gestão dos produtos no armazém afeta diretamente os resultados
financeiros que dialogam com a demanda do mercado, portanto, operar um estoque de
forma precisa é um grande diferencial para a evolução de qualquer negócio, uma vez
que ele é a “coluna dorsal” e segura toda a estrutura operacional de uma empresa.
28
Independente do segmento em que sua empresa atua hoje, entender a quantidade
de produtos que seu estoque necessita minimiza o risco de falta ou excesso de
mercadorias no armazém e, por consequência, ajuda a sua empresa a reduzir despesas e
a atender melhor seus clientes. O Lote Econômico de Compras (LEC) diminui a
ocorrência de problemas de estoque e produção, logo, essa métrica se faz necessária no
dia a dia do gerenciamento de estoque, porque garante que ele seja sempre monitorado e
permite que um valor fixo de pedido seja aplicado sempre que for apontado o momento
exato para o reabastecimento de produtos.
Metodologia muito simples, na qual o pedido é feito por demanda, ou seja, por
encomenda, não havendo estoque prévio, o que faz com que o custo de manutenção de
estoques seja próximo a zero. No momento em que é identificada a demanda pelo item,
os produtos são comprados. Muito comum na indústria automobilística, no qual frotas
são encomendadas e os itens de estoque são comprados conforme a necessidade de uso.
Também, na construção civil, no qual itens comprados antes da necessidade podem
sofrer danos. Outro exemplo prático é a produção de bolos de festa: a profissional só
adquire os itens para produção do bolo que irá produzir após a encomenda do mesmo,
em função da perecibilidade dos itens.
29
Inicialmente, devemos estabelecer uma série de conceitos:
- Estoque máximo (EM) – Número máximo de itens que cabem no seu estoque;
- Estoque mínimo (Em) – Quantidade mínima no seu estoque para garantir que
sua operação não pare. Normalmente é definido pelo consumo durante o tempo mínimo
para operação;
- Estoque de Segurança (ES) – Quantidade acima do estoque mínimo, para
garantir prazos variáveis de entrega ou mesmo atraso nas mesmas. É calculado a partir
do consumo durante a diferença entre prazos mínimo e máximo de entrega, ou prazo
estipulado para atraso;
- Estoque Virtual (EV) – Produtos já adquiridos, mas que ainda não estão
disponíveis no estoque para consumo, seja por estarem em fase de emissão do pedido
pelo fornecedor, em transporte ou em conferência;
- Consumo médio (CM) – Quantidade média de itens consumidos/utilizados por
dia;
- Tempo de Ressuprimento (TR) – Tempo decorrido entre a realização do pedido
e a disponibilidade dos itens no estoque. Também conhecido como Lead Time;
- Ponto de Pedido (PP) – Quantidade de itens em estoque que indicam o momento
de se realizar um novo pedido, para garantir que a entrega do mesmo seja feita dentro
do planejamento de rotatividade dos itens do estoque;
- Pedido máximo (PM) – Quantidade máxima a ser comprada no pedido, de modo
a não exceder o estoque máximo. Normalmente é a diferença entre o estoque de
segurança (ou na ausência deste, o estoque mínimo) e o estoque máximo.
30
Para calculá-lo é necessário prestar atenção em variáveis de tempo. Entre
elas: tempo de emissão, de preparação, de produção e de transporte. Todas estas
variáveis são responsáveis por alterar o tempo de reposição, uma variável que faz parte
do cálculo do Ponto de Pedido.
PP = (CM x TR) + ES
31
Referências Bibliográficas
ARBACHE, Fernando Saba (org.). Gestão logística, distribuição e trade marketing. Rio de Janeiro: FGV,
2004.
DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 4.ed. São Paulo: Atlas 1993.
NOVAES, Antônio Galvão. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. 2.ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2004.
STOCK, James R. Reverse logistics programs. Illinois: Council of Logistics Management, 1998.
32