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ESCOLA ESTADUAL ANÔNIO DIAS MACIEL

REDE – EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE NÍVEL MÉDIO


CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO
MÓDULO II
ANO: 2020
PROFESSOR: ANDERSON ROBATINI TOMÉ
anderson.robatini@hotmail.com
(34) 99280-8443

DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

EMENTA:
1. Funções e objetivos da administração de materiais.
2. Administração de compras.
3. Movimentação e armazenamento de materiais.
4. Gestão de estoque.
5. Administração de materiais privado e público.
6. Seguros.

REFERÊNCIAS:
AMARU MAXIMIANO, Antônio Cesar. Introdução à administração. São Paulo:
Atlas, 2002.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração /
Idalberto Chiavenato. 6.ed. Rio de Janeiro. Campus, 2000. p. 244-267.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas, organização e métodos:
uma abordagem gerencial. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 505 p.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. 9. ed. São Paulo:
Prentice-Hall, 2002. 637 p.

Dentre outras... Vide REFERÊNCIAS


1 – INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

A administração de materiais é, certamente, um dos principais subsistemas de uma


organização. Fortemente ligada à logística, seu foco principal é determinar o que, quando,
como e quanto comprar, ao menor custo, desde a compra junto ao fornecedor até a entrega
ao cliente final. Vê-se, dessa forma, que a administração de materiais é muito mais do que
o simples controle de estoque, é uma atividade complexa e que envolve vários fatores.

O constante equilíbrio entre estoque e consumo deve ser o principal objetivo de um


administrador de materiais. O fluxo de distribuição dos produtos deve ser constante, sem
interrupções. Destacam-se, como principais tarefas de tal área:

 Comprar: São identificados os fornecedores disponíveis e escolhidos os que


melhor se adequam às necessidades da empresa;
 Armazenar: Deve-se identificar a demanda dos produtos para que se possa ter
exata noção do quanto armazenar. Ciente que, armazenamento em excesso pode
trazer prejuízos à organização, dessa forma, adequar o armazenamento à demanda é
muito importante;
 Controlar: De acordo com a demanda, deve-se fazer o controle de estoque,
respeitando a disponibilidade financeira da organização;
 Distribuir: De acordo com as ordens de compra recebidas, faz-se a distribuição
dos produtos aos clientes na quantidade e momento oportunos.

A administração de materiais é uma das áreas mais importantes da organização,


também, pelo fato de que essa influi bastante nos custos de funcionamento da mesma.
Dessa forma, uma boa administração de materiais pode reduzir custos e melhorar os
resultados de uma empresa. Tendo em vista à sua importância, a administração de
materiais deve ser realizada com altos padrões de excelência, pois interfere grandemente
no fluxo de trabalho da organização e, também, em seus resultados internos e externos.

1.2 - Administração de Materiais - Função

As grandes funções da administração de materiais são:

Compra;
Transporte;
Armazenagem e conservação;
Manipulação e;
Controle de estoques.

A função de Compras pode ser dividida em compras no mercado interno e


importações. Toda compra envolve fornecedores, contratos (licitações), tomada de preços,
pedido de compra (prazos, condições de pagamento, etc.), transporte e controle no
recebimento da mercadoria. Caso haja importações, os compradores deverão ter
conhecimento das leis e guias de importação, bem como dos processos envolvendo órgão
do governo federal mediador das importações.
A função de Transportes envolve do fornecedor até o espaço físico de estocagem
pode ser feita interna ou por terceiros. Caso for interna, envolve o processo de
gerenciamento e distribuição das cargas. Se externa, envolve a contratação de
transportadoras (rodoviárias, ferroviárias, aéreas ou marítimas).

As funções de Armazenagem e Conservação envolvem todos os processos de


recebimento das mercadorias, controle de qualidade e fechamento contra o pedido de
compra, catalogação dos itens conforme codificação do estoque, armazenagem no local
físico (localização) designado para os itens e contabilização dos itens.

As funções de Manipulação e Controle dos Estoques envolvem todos os processos


de requisição e devolução de itens em seja para fabricação, consumo ou revenda. Cada um
destes processos é composto por sub-processos legais. Caso a retirada de itens seja para
venda e entrega em um cliente, um processo de emissão de notas fiscais para circulação de
mercadorias (pode ser o faturamento direto) deve ser incluído para esta função.

1.3 - Importância da Administração de Compras

A administração das compras de uma empresa era visualizada como um fator


meramente burocrático. O surgimento da crise do petróleo de 1973-1974 foi marcante para
a atuação de Compras, pois a redução de matéria-prima no cenário mundial, decorrente da
crise, demandou dessa função uma atitude mais ativa para o ressuprimento das
necessidades das empresas. A sua atuação, durante aquele período de escassez, trouxe uma
significativa atenção da organização para o setor. Os fatores quando, quanto e como
comprar, passaram a ser determinantes para a continuidade das empresas no mercado
competitivo.

A aquisição de produtos e serviços representa um fator decisivo na atividade de


uma empresa, pois dependendo de como é conduzida podem gerar redução nos custos e
melhorias consideráveis nos lucros. A Administração de Compras assume papel
verdadeiramente estratégico nos negócios de hoje em face do volume de recursos,
principalmente financeiros, envolvidos, afastando cada vez mais a visão preconceituosa de
que era uma atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesa e não um centro de
lucro.

2 A Função de Compras nas Organizações

Segundo Arnold (1999) “a função compras é responsável pelo estabelecimento do


fluxo dos materiais na organização, pelo segmento junto ao fornecedor, e pela agilidade da
entrega.”.

Ao longo do tempo, a função compras passou a ser imprescindível para a


administração de recursos materiais de uma empresa. Saber comprar de forma a beneficiar
a organização é determinante não somente para a competividade, mas também para a
permanência da empresa no mercado. Pequenas reduções no custo das aquisições podem
refletir positivamente no lucro da empresa. Para isso é fundamental manter um banco de
dados de fornecedores atualizado, ter poder de negociação e estabelecer um
relacionamento baseado na confiança mútua entre o cliente e o fornecedor.

O objetivo das atividades de compras é obter e coordenar o fluxo contínuo de


suprimentos de modo a atender aos programas de produção; comprar os materiais aos
melhores preços, não fugindo aos parâmetros qualitativos e quantitativos; e procurar as
melhores condições para a empresa.

Ainda comentam que esses objetivos devem estar alinhados aos objetivos
estratégicos da empresa como um todo, visando o melhor atendimento ao cliente externo e
interno. Essa preocupação tem tornado a função compras extremamente dinâmicas,
utilizando-se de tecnologias cada vez mais sofisticadas e atuais como o EDI, a Internet e
cartões de crédito.

O departamento de compras também pode assumir vários outros papéis. Um deles


está relacionado com a negociação de preços com os fornecedores. Essa negociação
determinará o preço final dos produtos e, portanto, a competitividade da empresa.

O setor de compras está também inter-relacionado com os níveis de estoque. A ele


compete à tarefa de equilibrar a quantidade de materiais a serem comprados para que os
demais departamentos da empresa se encontrem satisfeitos continuamente. É importante
que se consiga otimizar o investimento, aumentando o uso eficiente dos meios financeiros,
minimizando as necessidades de capital investido em estoques.

Dias (2005) afirma que esta é uma questão delicada e que está diretamente ligada à
administração de compras, pois níveis de estoque, apesar de significarem uma segurança
de que a produção não precisará sofrer interrupções, ao mesmo tempo demanda custos na
maioria das vezes altos para a empresa, pois tem que ser armazenados e controlados
constantemente. Os níveis de estoque da empresa, por exemplo, afetam o custo de
produção e podem trazer outros problemas, como a necessidade de um maior controle, de
pessoal e despesas com a sua manutenção.

Assim, a área de compras tem uma função importante de cuidar para que os níveis
de estoque da empresa estejam sempre equilibrados.

A evolução da função compras nas organizações mostra que é fundamental a


atenção a ser dada a este setor. Atualmente as empresas se preocupam muito com o
processo de compras, pois este sendo executado com sucesso pode ser motivo de redução
de custos para a empresa. Neste sentido cabe aos responsáveis por tal processo estarem
atentos a preço, prazo, volume e qualidade para se beneficiarem da execução eficaz deste
processo (DIAS, 2005).

2.1 O Perfil do Profissional de Compras

Para Moraes (2005) é necessário também que as pessoas que trabalham nesta área
estarem muito bem informadas e atualizadas, além de terem habilidades interpessoais
como poder de negociação, facilidade de trabalhar em equipe, boa comunicação,
capacidade de gestão de conflitos.

O perfil ideal do comprador moderno da seguinte forma:

Vê a função como geradora potencial de lucro: acredita que deve contribuir para os
planos a longo prazo como parceiro em igualdade de condições. Possui MBA; forte base
financeira e tecnológica; assume que a área de compras é vital para o bem-estar da
empresa, que necessita de contribuição criativa para os planos e as políticas corporativas.
Aspira assumir uma diretoria; ansioso para eliminar as deficiências da administração de
recursos humanos e proporcionar melhores condições de trabalho. Possui metas bem
definidas para atingir objetivos, com o uso de melhor planejamento, criatividade e
colaboração de outros executivos da empresa.

2.2 Evolução do Processo de Compras e os Benefícios Obtidos

O papel de Compras modificou-se muito. Até a década de 70, as áreas de compras


estavam restritas a um papel operacional dentro das organizações. A função básica de
compras era: comprar materiais e serviços externos para atender as necessidades dos
usuários. Porém, com o passar do tempo e o aumento do volume de transações, o
departamento de compras limitou-se a processar pedidos de compras. Grande número de
fornecedores, alto número de atividades que não agregavam valor e processos altamente
padronizados originaram um grande número de atividades burocráticas, que impediram a
existência de um pensamento estratégico sobre o negócio da empresa.

A partir da década de 80, sob a influência da filosofia japonesa Just in time, muitas
empresas norte-americanas e brasileiras, começaram a adotar a compra em pequenos lotes.
A partir da década de 90, a globalização, a reengenharia de atividades, o aumento da
competição e a pressão para redução de custos, fizeram com que a atenção das empresas
fosse desviada para a área de Compras. “A partir de agora, irá existir um grande benefício
das relações entre as empresas e seus fornecedores. Esta oportunidade será fonte de
vantagem competitiva e não pode mais ser negligenciada” (Drucker apud Baily, 2000).
Dentre os benefícios que contribuíram para o aumento da importância da área de Compras
a partir da década de 90, pode-se citar:

a) A reengenharia de processos – A reengenharia de processos fez com que as


abordagens interfuncionais superassem as antigas visões funcionais dentro da organização.
Esta abordagem fez com que a área de Compras tivesse foco no processo interfuncional e
não apenas na função isolada de compras.

b) O fracasso das técnicas tradicionais de reduções de custos – As empresas


mediante a competição global buscaram meios de reduzir custos de mão de obra, processos
e materiais. A área de compras tentou reduzir custos através de árduas negociações com
fornecedores e da adoção de práticas de terceirização. O fracasso das práticas mais usadas
de redução de custos geraram a necessidade de obtenção de outras formas de extração de
valor da área de compras.

c) O fracasso das relações adversárias com fornecedores – O exemplo da relação de


colaboração com fornecedores das indústrias japonesas mostrou-se mais adequado para o
contexto atual, do que a tradicional abordagem de adversários. As áreas de compras
começaram a preocupar-se a entregar maior valor para o cliente final (Laserte, 1998). Baily
et al. (2000) acrescentam que o grande avanço da tecnologia fez com que o conceito de
compras fosse visto como um processo contínuo que visava integrar os fornecedores aos
processos da organização. Deste modo, seria possível, adquirir vantagens competitivas
oriundas de reduções de custos, desenvolvimento tecnológico, melhoria da qualidade e
redução do tempo do ciclo de desenvolvimento dos produtos. Laserte (1998) afirma que
apesar da constatação da necessidade de transformação, as mudanças ainda são lentas e o
foco da área de compras ainda reside em processos funcionais.
A percepção de que a função compras não é mais uma atividade rotineira de
administração de “pedidos”, está mais reconhecida. Neste novo cenário, a área de Compras
passa a ter um papel proativo em contraste com o antigo papel reativo que desempenhava.
Conforme Riggs & Robbins (2001), “É preciso repensar o processo de compras,
substituindo o sistema moroso e antiquado por um processo gerencial simples que crie
valor em cada compra”.

O desenvolvimento de parcerias com fornecedores e a sistematização dos processos


de negociação apresentam ótimas oportunidades de melhoria, bem como a execução dos
processos operacionais e a formação dos profissionais de compras. A importância da
função de Compras continuará a intensificar-se, verificando-se um maior foco em
atividades que promovam o aumento da eficiência operacional e a redução dos custos de
compra, aumentando a contribuição para a criação de valor nas organizações. É por esta
razão que cada vez mais empresas promovem uma maior colaboração, transparência e
profissionalismo na relação com os clientes internos, o desenvolvimento de
relacionamentos ganha-ganha com fornecedores, parcerias de longo-prazo e qualificação
dos seus profissionais.

3 MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

A movimentação compõe-se de todos os deslocamentos das matérias primas,


produtos acabados e produtos finais, após o seu recebimento até o ponto de armazenagem.
Os deslocamentos internos destes estoques, do armazém até a manufatura ou outro local
também é denominado de movimentação. Os objetivos podem ser a consolidação ou
desconsolidação de pedidos, despacho para transporte, e é executado por meio de
equipamentos apropriados.

 Como movimentar materiais


o Os principais parâmetros a levar em consideração são:
 Acondicionamento – deixar a carga em um lugar que seja bem conservado
 Densidade – ver o melhor equipamento que aguente o peso do produto
 Perecibilidade – analisar se o produto é perecível ou não
 Dimensões – tamanho da carga pra saber como vai movimentar
 Estado físico – saber se o produto estará nos estados líquido, sólido ou gasoso

 Equipamentos de movimentação
o Transpaletes
o Empilhadeiras de operador a pé
o Rebocadores
o Empilhadeiras retráteis, frontais e trilaterais
o Selecionadores de pedidos

A armazenagem constitui a atividade de apoio logístico mais importante e tem


como funções a armazenagem propriamente dita, a consolidação e a desconsolidação.
Além de administrar o espaço para manter o estoque e representa o ponto de transição de
produtos estocados.

 Por quê armazenar


o Guarda a mercadoria por um certo tempo
o Segurança
o Proteção – avarias, quebras, furtos
o Triagem de produtos
o Controle de estoques

 Importância de armazenar
o Necessidade de compensação das diferentes fases de produção
o Equilíbrio sazonal
o Garantia de continuidade da produção
o Custos e especulação

 Funções da armazenagem
o Criar utilidade de tempo – produtos agrícolas, hortifrutigranjeiros, moda,
sazonais
o Criar utilidade de localização – material certo no lugar certo
o Criar utilidade de forma – maturação do produto, melhoria da qualidade (fumos
e bebidas)

4 GESTÃO DE ESTOQUES

Gestão de estoques, no contexto de uma indústria, normalmente se refere à gestão


dos recursos materiais que podem ajudar a organização a gerar receita no futuro. O
responsável por esta parte da gestão é o Gerente de operações.

Por exemplo, uma loja de varejo que vende vários itens, como um supermercado ou
loja de departamentos (com por exemplo alimentos embalados, mantimentos, roupas, bens
eletrônicos, etc.) não costuma armazenar todos os produtos na loja. Parte do estoque de
produtos é mantido em um armazém ou depósito. Chamamos de inventário a soma dos
produtos na loja e no armazém.

4.1 Importância da Gestão de Estoques

Empresas que atuam como fabricantes ou montadoras, voltadas para a produção de


bens, dependem fortemente de um estoque bem gerenciado por uma série de razões. No
final das contas, uma empresa que dependa de produção não pode sobreviver sem um bom
sistema de gerenciamento de estoques.

Vejamos então algumas razões para ter um bom sistema de gestão de estoques:

Atender às demandas de forma constante

A demanda por bens e serviços específicos não será a mesmo durante todo o ano.
Por exemplo, a venda de condicionadores de ar tem picos durante o verão e vai para baixo
durante o inverno. Roupas também tem uma demanda muito sazonal, curtas no verão e
longas e quentes no inverno. Um estoque bem planejado permitirá que uma empresa
cumpra as exigências – e todos sabemos que a chave para aumentar a receita é o
atendimento integral da demanda.

Continuidade das operações


A gestão cautelosa dos estoques permitirá a uma empresa executar suas operações
sem problemas, com continuidade. Por exemplo, se uma organização fabrica produtos que
dependem de matérias-primas, é evidente que a empresa precisa de um bom estoque de
matérias-primas para que as operações sigam sem contratempos.

4.2 Economia nas operações

Um sistema de gerenciamento de estoques bem administrado permite que uma


empresa possa cortar custos. Por exemplo, quando a época das festas chega e a empresa
prevê um aumento na demanda por alguns produtos (como chocolate na páscoa ou
brinquedos no Natal), ela pode adquirir mercadorias em quantidade com antecedência,
negociar preços e armazená-las para a temporada. Os principais benefícios deste exercício
são que a empresa pode atender toda a demanda e quando ele compra em quantidade e de
maneira planejada, obtém descontos.

4.3 Princípios da Gestão de Estoques

As práticas a seguir podem ajudar uma empresa a ter um estoque bem gerenciado:

Previsão da demanda:

Esta é uma habilidade especializada. Uma empresa deve ser capaz de prever demandas de
bens e produtos específicos em um momento específico do ano. A empresa deve criar e
manter o seu sistema de inventário com base nas demandas, reais e previstas. Conheça
mais sobre previsão de demanda.

Monitoramento do sistema:

Um inventário deve ter um mecanismo de monitoramento da quantidade em


estoque, a todo momento. A empresa deve saber com exatidão a quantidade de estoque em
qualquer ponto específico no tempo.

Qualidade de armazém:

O armazém deve ser capaz de manter o estoque em boas condições. Materiais


desperdiçados geram perdas de oportunidades e receitas.

A Gestão de Estoques é, portanto, um desafio para a maioria das empresas. Na


verdade, mesmo antes que uma empresa comece suas vendas, seu lucro ou prejuízo pode
ser parcialmente explicado por quão bem a empresa é capaz de gerenciar seus estoques.

A organização do estoque evita acúmulo ou falta de produtos, além de ajudar a


controlar as finanças e o espaço físico da empresa.

O gestor financeiro deverá manter controle do estoque por tipo de


mercadorias/produtos existentes na empresa, da seguinte forma:
 1. Registrar no Controle de Estoque a quantidade, o custo unitário e o custo total
das mercadorias/produtos vendidos.
 2. Periodicamente, confirmar se o saldo apurado no Controle de Estoque "bate"
com o estoque físico existente na empresa.
 3. Calcular no Controle de Estoque o saldo em quantidade, custo unitário e custo
total das mercadorias/produtos que ficaram em estoque.

O custo unitário é calculado pelo custo médio ponderado dividindo-se o custo total
pela quantidade.

Controle de estoque físico e financeiro

O controle físico e financeiro de estoque tem como objetivo básico informar a


quantidade disponível de cada item existente na empresa, seja matéria-prima, seja
mercadoria, e quanto essa quantidade significa em valores monetários.

Controlar as entradas e especialmente o consumo de materiais é uma das funções


mais básicas de uma empresa. Nem por isso é uma função menos importante, na medida
em que os materiais representam cerca de 60% dos custos de um negócio.

Contudo, grande parte das pequenas empresas não realiza um controle eficaz dos
insumos, apresentando, via de regra, "furos" de estoque (as quantidades físicas não
"batem" com o registro em fichas ou sistema).

Uma das consequências da falta de controle está no fato de não ser possível checar
se o consumo efetivo dos materiais está de acordo com a sua real necessidade. Com efeito,
não conhecer o consumo médio dos materiais dificulta a compra que vise diminuir a
necessidade de capital de giro da empresa.

O estoque de alguns itens, por exemplo, pode estar superdimensionado, o que


significa um capital desnecessariamente parado. A falta de gestão tem como consequência,
também, a parada na produção ou nas vendas pela falta de materiais ou mercadorias, com
diminuição da produtividade.

A possibilidade de desvios da produção também é uma consequência da falta de um


controle efetivo.

Recomendações

O correto controle das entradas e saídas de materiais deve se constituir em uma


obrigatoriedade a ser cobrada rigidamente;
 Todas as entradas e saídas devem ser anotadas em fichas ou em um sistema
informatizado;
 Qualquer saída de estoque (produção, transferência, troca etc.) deve ser
acompanhada de requisição de saída;
 Não permitir que sejam retiradas mercadorias ou materiais sem a devida
requisição e com a identificação de quem retirou;
 Implantar o "Inventário Rotativo". Nesse sistema, diariamente são escolhidos
alguns itens para serem contados. As diferenças encontradas deverão ser
comunicadas e sua causa, investigada;
 Todo processo de movimentação de estoque deve ser estabelecido por meio das
Normas de Entrada e Saída de Estoque. Com informações estatísticas sobre o que
está saindo, o gestor pode calcular o giro das mercadorias/materiais, auxiliando na
compra para melhor aproveitamento do capital de giro da empresa. Além disso,
terá segurança de que estas mercadorias/materiais são utilizadas na empresa, e não
desviadas.

4.4 Objetivos da ficha de estoque

O principal objetivo da ficha de controle de estoque (que pode ser física ou em um


sistema informatizado) é controlar a movimentação individual, as entradas e as saídas dos
materiais de estoque, ou seja, produtos acabados, matérias-primas etc. da empresa.

Portanto, para cada produto existe uma ficha correspondente.

Normalmente, constam dessa ficha de controle as seguintes informações:

Fonte: SEBRAE

Para o correto preenchimento dessa ficha, os registros de entrada devem ser feitos
quando do recebimento dos materiais, com base na documentação de entrada, que pode ser
a própria nota fiscal ou uma nota de recebimento.

Os registros de saída devem ser feitos com base nas requisições de materiais
emitidas pelos usuários.

4.5 Gestão de Estoque – Conceito Integrador


Se considerarmos a capacidade de distribuir como um dos pontos essenciais em
uma organização, sendo o carregamento dos produtos acabados uma parte fundamental do
processo de distribuição, entenderemos a necessidade de uma Gestão eficiente e eficaz dos
estoques de matéria prima, material em processo e finalmente o estoque do produto
acabado.

Identificar eventuais problemas na área de estoques de uma organização como


também utilizar ferramentas apropriadas para melhorar o desempenho dos mesmos nos
remetem a importância da busca constante de soluções inteligentes, para corrigir suas
deficiências e aumentar o seu nível de desempenho frente às necessidades operacionais e
consequentemente aperfeiçoar a capacidade de se estocar minimizando os impactos
financeiros nas organização, a falta dos produtos em estoque e aperfeiçoando as repostas
para um mercado cada vez mais exigente e competitivo.

A logística está cada vez mais presente no meio corporativo, deixando de lado a
idéia de uma área apenas voltada para carregamento e movimentação, para atuar
diretamente nas estratégias do negócio, visando sempre diminuir custos e aumentar os
resultados.

O conceito da gestão de estoques está diretamente relacionado com a necessidade


de interação das áreas correlacionadas a área de estoques, como por exemplo o
departamento de compras e os fornecedores. Dessa forma uma gestão bem realizada
contribui de forma pratica e positiva para todos os envolvidos nessa cadeia.

Gestão de estoque não é apenas como um meio de reduzir custos, mais se colocada
em pratica como um conceito integrado a gestão de estoques se torna uma ferramenta de
estratégia fundamental para a sobrevivência do negócio.

A gestão de estoque executada sem planejamento ou executado com deficiência em


suas etapas por meio do arranjo físico ou disponibilidade de equipamentos, refletem
negativamente nos resultados das organizações, principalmente nos prazos de entrega de
produtos ou na disputa acirrada com a concorrência.

Em contra partida a gestão de estoque executada com excelência em todas as suas


etapas pode causar um efeito positivo surpreendente para a Organização. Um claro
exemplo é o aumento do nível de serviço da organização.

Na gestão de estoque o nível de serviço está associado a todos os acordos efetuados


antes, durante e depois do envio do pedido e principalmente ao desempenho oferecido para
realizar as atividades.

Os problemas logísticos requerem soluções sistêmicas que envolvem decisões de


natureza diversa dentro da empresa. Por exemplo, ao definir um determinado prazo de
entrega para os produtos de uma firma (nível de serviço), ocorrerão efeitos diretos e
indiretos na operação da frota, nos níveis de estoque, nos custos e até mesmo nos
investimentos (maior número de veículos, maior quantidade de equipamentos para
movimentação de mercadoria no armazém, etc.
Aumentar o nível de serviço é firma-se na constante busca de tornar real a relação
entre serviços e qualidade, pois sabemos que a soma desses componentes geram a
capacidade de fornecer satisfação.

Assim a Gestão dos estoques aponta como um conceito integrador, sendo um


diferencial nos resultados financeiros e conceituais das organizações.

5 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL NO SETOR PÚBLICO

A prática empresarial fez da logística uma oportunidade para orientar e manter


processos em discussão e aprimoramento constante permitindo buscar formas de realizar
atividades simples e econômicas, contrapondo com a complexidade das atividades, das
relações comerciais locais ou globalizadas.
A logística inclui, entre os balizadores operacionais, a redução do tempo de
realização das atividades. Faz da rapidez e precisão no atendimento e na viabilização dos
fluxos uma arma poderosa para diferenciar o desempenho dos profissionais e das
organizações. A logística busca eliminar o tempo de espera, diminuir faltas, reduzir o
tempo de recebimento dos pedidos, possibilita diminuir o número de produtos ou artigos
por pedidos, proporciona maior frequência das entregas, redução nos custos de carga,
descarga, transporte, entrega, armazenagem, gestão de estoques e custos gerais de gestão,
entre outros.

Setor de Almoxarifado (estoque, depósito ou suprimento)

– manter estoque de materiais e de produtos de uso frequente;


– manter atualizadas as informações quantitativas e financeiras, isto é, número e valor;
– garantir o suprimento interno;
– manter os produtos ordenados (depósitos e prateleiras) registrando a respectiva
movimentação;
– manter registro dos níveis de estoque mínimo, máximo e ponto de pedido dos diferentes
produtos.

Setor Patrimonial

– relacionar todos os bens móveis, imóveis e semoventes (se movimenta sozinho);


– emitir termos de responsabilidade, isto é, zelar pelo patrimônio;
– realizar inventário periodicamente com descrição, identificação, avaliação unitária,
quantitativa e qualitativa dos bens que constituem o patrimônio;
– identificar e sugerir providências para substituição, venda, eliminação de produtos
inservíveis, obsoletos, danificados;
– zelar pela conservação, recuperação e uso dos materiais, incluindo cuidados com as sobras,
sucatas, bens obsoletos, em desuso, etc.

5.1 Compras e Licitações em Prefeituras


Nas prefeituras os pedidos e as compras costumam ser feitos conforme as
necessidades. Há exame dos pedidos e estes são enquadrados nas modalidades de
licitações. A licitação explicita a forma de conduzir o procedimento licitatório a partir da
legislação vigente.

Modalidades de licitação:

Concorrência, tomada de preços e convite. Todos obedecem a intervalos de valores


pré-definidos e previstos na legislação. É a forma específica de conduzir o procedimento
licitatório conforme critérios definidos em lei. O valor é o principal critério para definir
esta modalidade.

Além da Lei de Licitações e Contratos Administrativas (cf. Lei 8.666 de 21 de


junho de 1993), há uma modalidade recente prevista pela Lei Federal 10.520, de 17 de
julho de 2002, que é o Pregão Eletrônico para a Administração Pública. Nesta modalidade
a licitação de compras é efetuada pela Internet. Qualquer empresa cadastrada pode
participar.

Concorrência
Qualquer concorrente que preencha os requisitos mínimos de qualificação exigido no edital
pode participar.

Tomada de Preço
Esta modalidade prevê cadastramento prévio dos interessados e que atendam a todas as
condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas.

Convite
O convite é a modalidade mais simples. A administração escolhe e convida um número
mínimo de três participantes. Dentre estes a administração escolhe quem convidar dentre
os possíveis interessados, quer estejam cadastrados ou não.

Pregão
As propostas e lances são feitos pela Internet em sessão pública. Pode ser feito com
qualquer valor estimado da contratação. Envolve a licitação para aquisição de bens e
serviços comuns. O pregão eletrônico é uma das possibilidades. Não há obrigatoriedade
para todas as situações. Recomenda-se o seu uso. É mais frequente quando ocorrem
compras a partir de verbas públicas recebidas.

Dispensa e inexigibilidade
Esta é uma exceção prevista para a administração pública. Há dispensa de licitação quando
o valor não atingir R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para obras e serviços de engenharia e
R$ 8.000,00 (oito mil reais) para quaisquer outros serviços ou materiais.

5.2 Licitação: Conceitos e Princípios

A licitação é um procedimento administrativo formal em que se estabelece


condições por edital ou convite para empresas interessadas na apresentação de propostas
para o fornecimento de bens e serviços.
A licitação objetiva garantir a observância do princípio institucional da isonomia
para poder selecionar a proposta mais vantajosa para a administração, assegurando assim
oportunidade igual para todos os interessados, bem como permitindo a participação do
maior número possível de concorrentes.

Entre os diversos princípios que a licitação pretende resguardar constam:

1 – Princípio da legalidade. Isto quer dizer que deve estar vinculado às regras, normas e
princípios em vigor.
2 – Princípio da isonomia. É garantir tratamento igual para todos. É condição essencial.
3 – Princípio da impessoalidade. É preciso observar objetivos previamente estabelecidos,
afastando a discricionariedade e o subjetivismo na condição dos procedimentos da
licitação.
4 – Princípio da publicidade. É preciso que qualquer interessado tenha acesso às licitações
públicas e seu controle em todas as fases da licitação.
5 – Princípio da moralidade e da probidade administrativa. Supõe que a conduta dos
licitantes e agentes públicos seja lícita e compatível com a moral, a ética, os bons costumes
e as regras da boa administração.
6 – Princípio da vinculação ao instrumento convocatório. Há obrigação de observar as
normas e condições estabelecidas.

As atividades administrativas referem-se a bens imóveis: administração de prédios,


propriedades, contratos, inspeção de imóveis, conservação e segurança. Os bens móveis:
incorporação, movimentação, alienação, reparos, fiscalização, carga patrimonial, baixas,
etc.
Cadastro Geral de bens: cadastro imobiliário, cadastro mobiliário, arquivos,
registros, controles e estudos. Outra atribuição é a realização de estudos patrimoniais.
A estrutura da administração patrimonial depende muito do tamanho e da natureza
jurídica da organização. Há estruturas e denominações diferentes.

As atribuições básicas de um setor de patrimônio são:

– planejar as necessidades patrimoniais;


– registrar todos os bens patrimoniais;
– manter o cadastro atualizado;
– efetuar o tombamento e inventário dos bens;
– providenciar termos de responsabilidade;
– informar, por categorias, todos os bens existentes em cada um dos setores;
– realizar inventário anual contendo a identificação, avaliação unitária e quantitativa dos
bens que constituem o patrimônio;
– informar toda e qualquer alteração com os bens patrimoniais à direção, ao processamento
de dados e/ou contabilidade;
– realizar estudos sobre a qualidade, padronização e garantia dos bens;
– acompanhar o recebimento dos bens permanentes;
– determinar as necessidades de seguros para o patrimônio;
– realizar estudos técnicos patrimoniais para efeitos de projetos, financiamentos, balanços,
etc.;
– comunicar a direção qualquer irregularidade encontrada no desempenho de suas
atividades.
Há software para gestão de imobilizados. O objetivo é oferecer a qualquer
momento o valor residual, contábil do bem, a depreciação do período e a depreciação
acumulada.

Os bens patrimoniais incluem instalações, terrenos, equipamentos, veículos,


produtos tangíveis e intangíveis. São fatores de produção/apoio que também contribuem
para o resultado operacional.

6 FUNDAMENTOS DO SEGURO

• Risco • Gerenciar o risco


• Como funcionam os seguros?
• Cálculo da probabilidade
• Ajustando o preço pela franquia
• Seguros e finanças
• Riscos seguráveis e não seguráveis

Risco

Esse evento pode ser totalmente incerto, como a queda de um raio, ou certo, mas
acontecendo em data incerta, como a morte. O impacto financeiro de um sinistro pode
atingir milhões de reais e levar a empresa que não se precaveu à falência, ou o indivíduo a
perder parte substancial de um patrimônio que lhe exigiu anos para acumular. É nesse
momento que o seguro se torna importante.

Sinistro é o termo utilizado para definir, em qualquer ramo de seguro, o


acontecimento do evento incerto previsto (uma perda) e coberto no contrato. O termo tem
origem no latim “sinistra” que significa esquerda, como em mão esquerda ou lado
esquerdo, e que era associado, na Antiguidade com situações ou coisas negativas,
maliciosas, danosas, ignominiosas etc.

Gerenciar o risco

A inevitável realidade do risco levou a humanidade a procurar gerenciar o risco.


Existem vários modos de fazê-lo, a saber:

Evitar o risco
É o caso do indivíduo que, planejando viajar de carro, ao observar os pneus gastos do seu
automóvel, desiste de viajar.

Reduzir o Risco
No caso anterior, o indivíduo viaja, mas a uma velocidade baixa de modo a evitar ter de
frear bruscamente e arriscar uma derrapagem perigosa.

Correr o risco
O indivíduo que decide correr o risco tem, por sua vez, três possibilidades de gerenciá-lo:
a) Autosseguro: é o método pelo qual o indivíduo separa ou acumula um montante em
dinheiro para compensar determinada perda potencial que pode sofrer no futuro. O
autosseguro é um método pouco efetivo, pois a maioria das pessoas não ganha o suficiente
para acumular, na quantidade e no tempo necessários, os montantes requeridos. Assim,
acaba sendo um eufemismo para designar os indivíduos que não estão segurados.

b) Mutualismo: é divisão das perdas entre os interessados. Historicamente, esse foi o


começo do seguro: navegadores se reuniam e estimavam as perdas anuais no patrimônio
conjunto (embarcações e suas cargas). Então, repartiam essa perda estimada entre eles,
segundo a participação de cada um no patrimônio total. Atualmente, o mutualismo ainda é
utilizado pelas seguradoras em alguns países, mas pouco usado pelos consumidores. Estes
optam por não incorrer nos elevados custos de administração da modalidade, que exige
conhecimento especializado.

c) Seguro: é a opção moderna e mais usada de gerenciamento do risco. Envolve a


transferência do risco de perda de uma entidade (empresa ou indivíduo) para outra entidade
(seguradora) que assume os riscos e recebe em troca um prêmio. O conjunto dos prêmios
de vários riscos, muitos sem sinistro, permite às seguradoras formar reservas para pagar os
sinistros. O seguro envolve, ainda, a agregação do risco e divisão das perdas (ou
mutualismo), pois as seguradoras agrupam riscos semelhantes em carteiras distintas, de
modo a melhor estimar as respectivas perdas e prêmios de seguros.
O risco é transferido, pois a seguradora tem de arcar com as indenizações referentes
a determinada carteira, mesmo quando a soma dos prêmios recolhidos for inferior ao valor
das indenizações. Se esse prejuízo ocorrer continuamente, a seguradora não está sendo bem
conduzida: falha na aceitação e no apreçamento dos riscos.

Como funcionam os seguros?

O seguro é um contrato entre um indivíduo ou uma empresa (segurado) e uma


seguradora. O segurado paga um preço chamado “prêmio” e a companhia, em troca,
compromete-se pagar a eventual perda financeira correspondente, durante o período da
apólice. O risco é transferido do segurado para a seguradora e o documento que formaliza
esse contrato se chama apólice.

O princípio da boa-fé

O seguro é um contrato inevitavelmente especulativo. A seguradora recebe as


informações do segurado e, com base nelas, traça um perfil do risco e calcula a perda
esperada e o prêmio. Se o segurado omite informações que agravariam o risco, ameaçando
de prejuízo a seguradora, ele falta com o princípio da boa-fé. O mesmo ocorre se a
empresa, aproveitando-se do desconhecimento da maioria dos segurados a respeito das
tecnicalidades do mercado, deliberadamente usa de terminologias vagas na apólice de
modo a, por exemplo, esconder certas exclusões. Nesses casos, a lei diz que o contrato é
nulo.

O que são reservas?

As reservas ou provisões são valores matematicamente calculados pelas


seguradoras, com base nos prêmios recebidos dos segurados, para garantia de indenizações
de riscos assumidos. Elas indicam o montante de recursos que a empresa deve guardar no
presente para cumprir com suas obrigações no futuro. Os dois tipos principais de reservas
das companhias de seguros são: reservas de sinistros avisados e reservas de prêmios não
ganhos. Estas últimas representam a parcela do prêmio que, na data da apuração ainda não
foi ganho.

O que é apólice?

Apólice é um documento emitido pela seguradora, que formaliza a aceitação do


risco, objeto do contrato de seguro. Nela devem estar discriminadas todas as condições
contratuais, o bem ou a pessoa segurada, as coberturas de risco e as garantias contratadas,
os estipulantes e beneficiários, o valor do prêmio, o prazo do contrato e as exclusões – isto
é, as situações em que a indenização não é devida –, entre outras informações.

A emissão da apólice não dá, necessariamente, início à cobertura do bem. O bem


estará coberto (segurado) assim que o risco tiver sido aceito pela seguradora. Essa
operação poderá resultar na emissão de um contrato de seguro ou certificado de cobertura.
A apólice será enviada posteriormente. Ao receber a apólice, é importante que o segurado
verifique se as condições ali contidas são as mesmas que informou ao corretor de seguros
quando assinou o contrato.

Cálculo da probabilidade

Uma seguradora ao assumir o risco de ter de pagar uma indenização de R$


30.000,00 contra um prêmio de R$ 1.500,00 precisa analisá-lo antes da aceitação. Do
ponto de vista da seguradora, o mecanismo envolve:

• a aferição precisa do risco, o que é feito por meio de técnicas de Estatística;


• a redução (idealmente, a eliminação) do risco por um processo de agregação e partilha do
risco.

Um exemplo simples de partilhar o risco é o cosseguro. Trata-se da repartição de


um mesmo risco, de um mesmo segurado, entre duas ou mais seguradoras. Podem ser
emitidas tantas apólices quantas forem as seguradoras ou uma única apólice, por uma das
seguradoras denominada, nesse caso, seguradora líder.

Ajustando o preço pela franquia

A franquia é uma coparticipação – contratualmente acordada e fixada – do segurado


no risco e, consequentemente, no valor da indenização. Tipicamente, quanto maior o valor
da franquia, menor o valor do prêmio e vice-versa. A franquia é um mecanismo aberto a
qualquer ramo de seguros, mas é muito utilizada nos ramos de automóveis e saúde.
Quando o veículo segurado sofre danos parciais, a seguradora é acionada para arcar com os
custos dos reparos. Nesse momento, o segurado também participa, assumindo uma parte
desses custos. O segurado que assume uma franquia de R$ 2.000,00, por exemplo, está
assumindo a responsabilidade de arcar com as despesas até esse valor. Se o prejuízo for de
R$ 5.000,00, o segurado pagará os R$ 2.000,00 correspondentes à franquia e a seguradora,
os R$ 3.000,00 que faltam.

Seguros e Finanças No mercado de seguros


A receita de prêmios precede o pagamento de indenizações, às vezes, em anos.
Pense, por exemplo, no caso de casais jovens que adquirem seguros de vida ou de saúde. A
probabilidade de sinistros, nesse caso, é bem baixa nos primeiros anos de vigência das
apólices. Os recursos dos prêmios são aplicados nos mercados financeiro e de capitais e,
em menor proporção, no mercado de imóveis. Em consequência, as seguradoras auferem
uma receita adicional, decorrente de operações financeiras e não diretamente relacionada
ao mercado de seguros. Tais receitas têm dupla vantagem:

• para a economia, são recursos que promovem o desenvolvimento dos mercados


financeiro e de capitais, de fundamental importância para o crescimento econômico; e
• para o mercado de seguros, são recursos adicionais que as seguradoras podem
utilizar na sua capitalização e, consequentemente, aumentar o seu limite de retenção do
ramo que opera ou investir em novos recurso técnicos e humanos para o desenvolvimento
de novos produtos ou no barateamento dos produtos existentes.

Isso é comumente observado nos mercados competitivos em que o colchão de


segurança representado pelas receitas financeiras permite às seguradoras melhor
administradas reduzir o preço de suas apólices e obter vantagem competitiva.

Riscos seguráveis e não seguráveis

Utilizando o mercado de seguros, uma pessoa pode construir uma rede de proteção
bastante efetiva em sua vida e suas propriedades. Mas nem todos os riscos são seguráveis.
Pense nos seguintes riscos:

• Você tem uma carteira de ações e teme que os papéis caiam fortemente de valor.
• Você abriu uma empresa e teme não ser capaz de atingir a taxa de lucro que estimou.
• Você vai viajar para uma região conturbada e teme ser vítima de um atentado terrorista.
• Você precisa tirar certa nota num exame da faculdade e teme não ser capaz de fazê-lo.
• Você vai jogar num cassino e teme perder o dinheiro que reservou para isso.

Nenhuma seguradora vai se dispor a fazer seguro para esses riscos. Ao contrário,
em todo o mundo, as seguradoras procuram excluir explicitamente das coberturas os danos
resultantes desses eventos. Seja porque são de difícil previsão, seja porque podem ser
muito afetados pelas ações do segurado, ou ainda, porque concentram fortemente os riscos.

O termo seguro provém do latim securus e admite diversos usos e significados. Trata-se
daquilo que é certo e indubitável, ou que não apresenta nem constitui qualquer risco ou
perigo. A palavra “seguro” é usada como sinónimo de segurança ou certeza.

Nos contratos de seguro, existem obrigações e direitos recíprocos para o segurador


e o segurado. A intenção do segurado é obter uma proteção econômica dos seus bens ou
das pessoas que possam sofrer danos, ao passo que o negócio para o segurador é cobrar o
prémio.

O contrato de seguro implica a existência de um interesse segurável (estabelece-se


uma relação lícita entre um valor económico e um bem; é possível assegurar bens
materiais, como uma casa ou um automóvel, e imateriais, como um prejuízo económico ou
o lucro cessante), um risco segurável (o evento possível, incerto e futuro que possa
prejudicar o interesse segurável), um prémio (o custo do seguro) e a obrigação do
segurador a indemnizar (ao cobrar o prémio, o segurador é obrigado a assumir o risco e a
pagar a indemnização em caso de sinistro).

No âmbito jurídico, refere-se ao contrato em virtude do qual uma das partes, a


seguradora, se obriga perante o segurado, por meio de pagamento de um prêmio, a
indenizá-lo do prejuízo econômico resultante de riscos futuros, possíveis, incertos, lícitos e
independentes da vontade das partes.

“Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do


prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra
riscos predeterminados.

Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como segurador,
entidade para tal fim legalmente autorizada.”

7 REFERÊNCIAS:
AMARU MAXIMIANO, Antônio Cesar. Introdução à administração. São Paulo:
Atlas, 2002.

ARNOLD, J. R. Tony. Administração de Materiais. São Paulo, Editora Atlas S. A.,


1999.

AZEVEDO, Luis Augusto Roux. A comutatividade do contrato de seguro. 2010.


Dissertação para Mestrado – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. São
Paulo, 2010, p. 1.

BAILY, Peter, FARMER, David et al. Compras: princípios e administração. São Paulo:
Editora Atlas, 2000.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração /


Idalberto Chiavenato. 6.ed. Rio de Janeiro. Campus, 2000. p. 244-267.

DIAS, M A P. Administração de Materiais. São Paulo, Editora Atlas, 2005.

MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. São Paulo: Editora Saraiva,
2009, v. 5, pp.48/49.

MORAES, André. Gestão de Compras. Apostila do Curso de Administração Industrial.


CEFDET. Rio de Janeiro: 2005.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas, organização e métodos:
uma abordagem gerencial. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 505 p.

ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. 9. ed. São Paulo:


Prentice-Hall, 2002. 637 p.

SILVA, Ivan de Oliveira. Curso de direito do seguro. São Paulo: Editora Saraiva, 2008,
p. 57.

http://www.estudoadministracao.com.br/ler/administracao-de-materiais-resumo/
http://gestaodemateriais.blogspot.com.br/2008/11/ii-administrao-de-materiais-funo.html

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