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A administração de materiais é, certamente, um dos principais subsistemas de uma

organização. Fortemente ligada à logística, seu foco principal e determinar o que,


quando, como e quanto comprar, ao menor custo, desde a compra junto ao fornecedor
até a entrega ao cliente final. Vê-se, dessa forma, que a administração de materiais é
muito mais do que o simples controle de estoque, é uma atividade complexa e que
envolve vários fatores. Entenda mais lendo nosso resumo.

O constante equilíbrio entre estoque e consumo deve ser o principal objetivo de um


administrador de materiais. O fluxo de distribuição dos produtos deve ser constante,
sem interrupções. Destacamos, como principais tarefas de tal área:

 Comprar: Nesta fase são identificados os fornecedores disponíveis e escolhidos


os que melhor se adéquam às necessidades da empresa;
 Armazenar: Deve-se identificar a demanda dos produtos para que se possa ter
exata noção do quanto armazenar. Insta salientar, nesse momento, que
armazenamento em excesso pode trazer prejuízos à organização, dessa forma,
adequar o armazenamento à demanda é muito importante;
 Controlar: de acordo com a demanda, deve-se fazer o controle de estoque,
respeitando a disponibilidade financeira da organização;
 Distribuir: de acordo com as ordens de compra recebidas, faz-se a distribuição
dos produtos aos clientes na quantidade e momento oportunos.

A administração de materiais é uma das áreas mais importantes da organização,


também, pelo fato de que essa influi bastante nos custos de funcionamento da mesma.
Dessa forma, uma boa administração de materiais pode reduzir custos e melhorar os
resultados de uma empresa.

Como você já deve ter percebido, tendo em vista à sua importância, a administração de
materiais deve ser realizada com altos padrões de excelência, pois interfere grandemente
no fluxo de trabalho da organização e, também, em seus resultados internos e externos.

http://www.estudoadministracao.com.br/ler/administracao-de-materiais-resumo/

ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS - FUNÇÃO

As grandes funções da administração de materiais são:

Compra;
Transporte;
Armazenagem e conservação;
Manipulação e;
Controle de estoques.

A função de Compras pode ser dividida em compras no mercado interno e importações.


Toda compra envolve fornecedores, contratos (licitações), tomada de preços, pedido de
compra (prazos, condições de pagamento, etc.), transporte e controle no recebimento da
mercadoria. Caso hajam importações, os compradores deverão ter conhecimento das leis
e guias de importação, bem como dos processos envolvendo órgão do governo federal
mediador das importações.
A função de Transportes envolve do fornecedor até o espaço físico de estocagem pode
ser feita interna ou por terceiros. Caso for interna, envolve o processo de gerenciamento
e distribuição das cargas. Se externa, envolve a contratação de transportadoras
(rodoviárias, ferroviárias, aéreas ou marítimas).

As funções de Armazenagem e Conservação envolvem todos os processos de


recebimento das mercadorias, controle de qualidade e fechamento contra o pedido de
compra, catalogação dos itens conforme codificação do estoque, armazenagem no local
físico (localização) designado para os itens e contabilização dos itens.

As funções de Manipulação e Controle dos Estoques envolvem todos os processos de


requisição e devolução de itens em seja para fabricação, consumo ou revenda. Cada um
destes processos é composto por sub-processos legais. Caso a retirada de itens seja para
venda e entrega em um cliente, um processo de emissão de notas fiscais para circulação
de mercadorias (pode ser o faturamento direto) deve ser incluído para esta função.

http://gestaodemateriais.blogspot.com.br/2008/11/ii-administrao-de-materiais-funo.html

INTRODUÇÃO

A Administração de compras é uma atividade fundamental para o bom gerenciamento


das empresas e que influencia diretamente nos seus estoques e no relacionamento com
os clientes, estando também relacionada à competitividade e ao sucesso da organização.

O termo Compra pode ser definido como a aquisição de um bem ou de um direito, pelo
qual se paga um estipulado preço. Baily et al. (2000), define que a atividade de compras
é um procedimento pelo qual as empresas determinam os itens a serem comprados,
identificam e comparam os fornecedores disponíveis, negociam com as fontes de
suprimentos, firmam contratos, elaboram ordens de compras e finalmente, recebem e
pagam os bens e serviços adquiridos.

2 IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS

A administração das compras de uma empresa era visualizada como um fator


meramente burocrático. O surgimento da crise do petróleo de 1973-1974 foi marcante
para a atuação de Compras, pois a redução de matéria-prima no cenário mundial,
decorrente da crise, demandou dessa função uma atitude mais ativa para o
ressuprimento das necessidades das empresas. A sua atuação, durante aquele período de
escassez, trouxe uma significativa atenção da organização para o setor. Os fatores
quando, quanto e como comprar, passaram a ser determinantes para a continuidade das
empresas no mercado competitivo (MARTINS & ALT, 2001).

A aquisição de produtos e serviços representa um fator decisivo na atividade de uma


empresa, pois dependendo de como é conduzida podem gerar redução nos custos e
melhorias consideráveis nos lucros. A Administração de Compras assume papel
verdadeiramente estratégico nos negócios de hoje em face do volume de recursos,
principalmente financeiros, envolvidos, afastando cada vez mais a visão preconceituosa
de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesa e não um centro
de lucros (MORAES, 2005).

3 A FUNÇÃO DE COMPRAS NAS ORGANIZAÇÕES

Segundo Arnold (1999) “a função compras é responsável pelo estabelecimento do fluxo


dos materiais na organização, pelo segmento junto ao fornecedor, e pela agilidade da
entrega.”.

Ao longo do tempo, a função compras passou a ser imprescindível para a administração


de recursos materiais de uma empresa. Saber comprar de forma a beneficiar a
organização é determinante não somente para a competividade, mas também para a
permanência da empresa no mercado. Pequenas reduções no custo das aquisições
podem refletir positivamente no lucro da empresa. Para isso é fundamental manter um
banco de dados de fornecedores atualizado, ter poder de negociação e estabelecer um
relacionamento baseado na confiança mútua entre o cliente e o fornecedor.

O objetivo das atividades de compras é obter e coordenar o fluxo contínuo de


suprimentos de modo a atender aos programas de produção; comprar os materiais aos
melhores preços, não fugindo aos parâmetros qualitativos e quantitativos; e procurar as
melhores condições para a empresa (DIAS, 2005).

Martins e Alt (2001) ainda comentam que esses objetivos devem estar alinhados aos
objetivos estratégicos da empresa como um todo, visando o melhor atendimento ao
cliente externo e interno. Essa preocupação tem tornado a função compras
extremamente dinâmica, utilizando-se de tecnologias cada vez mais sofisticadas e atuais
como o EDI, a Internet e cartões de crédito.

Baily et al. (2000) também concordam que o processo de compras cada vez mais está se
envolvendo na tomada de decisões estratégicas das empresas, pois Compras são vistas
como uma área de agregação de valor, não simplesmente de redução de custos e
também a maior consciência do crescimento do gasto em materiais e do potencial de
lucro de compras.

Para Arnold (1999) a função compra é um processo muito amplo que acaba por
envolver a todos na organização. O setor específico, geralmente, em face da
competitividade empresarial, precisa da ajuda de outros setores da organização, como o
de desenvolvimento de produtos, área financeira, para que as aquisições realmente
tragam benefícios para a organização.

Martins e Alt (2001) afirmam que:


Toda empresa na consecução de seus objetivos necessita de grande interação entre todos
os seus departamentos ou processos, no caso de assim estar organizada. A área de
compras interage intensamente com todas as outras, recebendo e processando
informações, como também alimentando outros departamentos de informações úteis às
suas tomadas de decisão.

Segundo Moraes (2005) o departamento de compras também pode assumir vários outros
papéis. Um deles está relacionado com a negociação de preços com os fornecedores.
Essa negociação determinará o preço final dos produtos e, portanto, a competitividade
da empresa.

O setor de compras está também inter-relacionado com os níveis de estoque. A ele


compete à tarefa de equilibrar a quantidade de materiais a serem comprados para que os
demais departamentos da empresa encontrem-se satisfeitos continuamente. É importante
que se consiga otimizar o investimento, aumentando o uso eficiente dos meios
financeiros, minimizando as necessidades de capital investido em estoques (DIAS,
2005).

Dias (2005) afirma que esta é uma questão delicada e que está diretamente ligada à
administração de compras, pois níveis de estoque, apesar de significarem uma
segurança de que a produção não precisará sofrer interrupções, ao mesmo tempo
demanda custos na maioria das vezes altos para a empresa, pois tem que ser
armazenados e controlados constantemente. Os níveis de estoque da empresa, por
exemplo, afetam o custo de produção e podem trazer outros problemas, como a
necessidade de um maior controle, de pessoal e despesas com a sua manutenção.

Assim, a área de compras tem uma função importante de cuidar para que os níveis de
estoque da empresa estejam sempre equilibrados.

A evolução da função compras nas organizações mostra que é fundamental a atenção a


ser dada a este setor. Atualmente as empresas se preocupam muito com o processo de
compras, pois este sendo executado com sucesso pode ser motivo de redução de custos
para a empresa. Neste sentido cabe aos responsáveis por tal processo estarem atentos a
preço, prazo, volume e qualidade para se beneficiarem da execução eficaz deste
processo (DIAS, 2005).

4 O PERFIL DO PROFISSIONAL DE COMPRAS

Para Moraes (2005) é necessário também que as pessoas que trabalham nesta área
estarem muito bem informadas e atualizadas, além de terem habilidades interpessoais
como poder de negociação, facilidade de trabalhar em equipe, boa comunicação,
capacidade de gestão de conflitos.

Baily et al. (2000) definem o perfil ideal do comprador moderno da seguinte forma:
Vê a função como geradora potencial de lucro: acredita que deve contribuir para os
planos a longo prazo como parceiro em igualdade de condições. Possui MBA; forte base
financeira e tecnológica; assume que a área de compras é vital para o bem-estar da
empresa, que necessita de contribuição criativa para os planos e as políticas
corporativas. Aspira assumir uma diretoria; ansioso para eliminar as deficiências da
administração de recursos humanos e proporcionar melhores condições de trabalho.
Possui metas bem definidas para atingir objetivos, com o uso de melhor planejamento,
criatividade e colaboração de outros executivos da empresa.

5 EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE COPRAS E OS BENEFICIOS OBTIDOS

O papel de Compras modificou-se muito. Até a década de 70, as áreas de compras


estavam restritas a um papel operacional dentro das organizações. A função básica de
compras era: comprar materiais e serviços externos para atender as necessidades dos
usuários. Porém, com o passar do tempo e o aumento do volume de transações, o
departamento de compras limitou-se a processar pedidos de compras. Grande número de
fornecedores, alto número de atividades que não agregavam valor e processos altamente
padronizados originaram um grande número de atividades burocráticas, que impediram
a existência de um pensamento estratégico sobre o negócio da empresa (Riggs &
Robbins, 2001).

A partir da década de 80, sob a influência da filosofia japonesa Just in time, muitas
empresas norte-americanas e brasileiras, começaram a adotar a compra em pequenos
lotes. A partir da década de 90, a globalização, a reengenharia de atividades, o aumento
da competição e a pressão para redução de custos, fizeram com que a atenção das
empresas fosse desviada para a área de Compras. “A partir de agora, irá existir um
grande benefício das relações entre as empresas e seus fornecedores. Esta oportunidade
será fonte de vantagem competitiva e não pode mais ser negligenciada” (Drucker apud
Baily, 2000). Dentre os benefícios que contribuíram para o aumento da importância da
área de Compras a partir da década de 90, pode-se citar:

a) A reengenharia de processos – A reengenharia de processos fez com que as


abordagens interfuncionais superassem as antigas visões funcionais dentro da
organização. Esta abordagem fez com que a área de Compras tivesse foco no processo
interfuncional e não apenas na função isolada de compras (Baily et al. (2000).

b) O fracasso das técnicas tradicionais de reduções de custos – As empresas mediante a


competição global buscaram meios de reduzir custos de mão de obra, processos e
materiais. A área de compras tentou reduzir custos através de árduas negociações com
fornecedores e da adoção de práticas de terceirização. O fracasso das práticas mais
usadas de redução de custos geraram a necessidade de obtenção de outras formas de
extração de valor da área de compras (Wright apud Moncza et al.,1998).

c) O fracasso das relações adversárias com fornecedores – O exemplo da relação de


colaboração com fornecedores das indústrias japonesas mostrou-se mais adequado para
o contexto atual, do que a tradicional abordagem de adversários. As áreas de compras
começaram a preocupar-se a entregar maior valor para o cliente final (Laserte, 1998).
Baily et al. (2000) acrescentam que o grande avanço da tecnologia fez com que o
conceito de compras fosse visto como um processo contínuo que visava integrar os
fornecedores aos processos da organização. Deste modo, seria possível, adquirir
vantagens competitivas oriundas de reduções de custos, desenvolvimento tecnológico,
melhoria da qualidade e redução do tempo do ciclo de desenvolvimento dos produtos.
Laserte (1998) afirma que apesar da constatação da necessidade de transformação, as
mudanças ainda são lentas e o foco da área de compras ainda reside em processos
funcionais.

Conforme Baily (2000), a percepção de que a função compras não é mais uma atividade
rotineira de administração de “pedidos”, está mais reconhecida. Neste novo cenário, a
área de Compras passa a ter um papel pró-ativo em contraste com o antigo papel reativo
que desempenhava. Conforme Riggs & Robbins (2001), “É preciso repensar o processo
de compras, substituindo o sistema moroso e antiquado por um processo gerencial
simples que crie valor em cada compra”.
De acordo com Brites (2006), em resultado de sua crescente importância nas
organizações, a função de Compras tem sido alvo de constantes alterações nos últimos
anos. O desenvolvimento de parcerias com fornecedores e a sistematização dos
processos de negociação apresentam ótimas oportunidades de melhoria, bem como a
execução dos processos operacionais e a formação dos profissionais de compras. A
importância da função de Compras continuará a intensificar-se, verificando-se um maior
foco em atividades que promovam o aumento da eficiência operacional e a redução dos
custos de compra, aumentando a contribuição para a criação de valor nas organizações.
É por esta razão que cada vez mais empresas promovem uma maior colaboração,
transparência e profissionalismo na relação com os clientes internos, o desenvolvimento
de relacionamentos ganha-ganha com fornecedores, parcerias de longo-prazo e
qualificação dos seus profissionais.

Giovani Ribeiro Garcia - Pós-graduado em Administração de Compras pelo Ietec.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARNOLD, J. R. Tony. Administração de Materiais. São Paulo, Editora Atlas S. A.,


1999.

BAILY, Peter, FARMER, David et al. Compras: princípios e administração. São Paulo:
Editora Atlas, 2000.

BRITES, Pedro Lima. Operacionalizar a função de Compras. Disponível em


< http://dn.sapo.pt/2006/01/31/economia/operacionalizar_a_funcao_compras.html >.
Acesso em 18/11/2008.

DIAS, M A P. Administração de Materiais.São Paulo, Editora Atlas , 2005

LASERTE, T. M (1998) Balanced Sourcing – Cooperation and Competition in


Supplier Relationships . California: Booz-Allen & Hamilton.

MARTINS, Petrônio Garcia; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de Materiais


e Recursos Patrimoniais. Editora Saraiva, 2001.

MONCZA, Robert, TRENT, Robert, HANDFIELD, Robert (1998)


Supply Chain Management. Ohio: Thomson Publishing.

MORAES, André. Gestão de Compras. Apostila do Curso de Administração Industrial.


CEFDET. Rio de Janeiro: 2005.

RIGGS, David, ROBBINS, Sharon (2001) “Supply Management Strategies”. In: HSM
Management – Book Summary 2. São Paulo. Out-Dez, p.61-83.

Movimentação e Armazenagem
10 fev
A movimentação compõem-se de todos os deslocamentos das matérias primas, produtos
acabados e produtos finais, após o seu recebimento até o ponto de armazenagem. Os
deslocamentos internos destes estoques, do armazém até a manufatura ou outro local
também é denominado de movimentação. Os objetivos podem ser a consolidação ou
desconsolidação de pedidos, despacho para transporte, e é executado por meio de
equipamentos apropriados.

 Como movimentar materiais


o Os principais parâmetros a levar em consideração são:
 Acondicionamento – deixar a carga em um lugar que seja bem
conservado
 Densidade – ver o melhor equipamento que aguente o peso do
produto
 Perecibilidade – analisar se o produto é perecível ou não
 Dimensões – tamanho da carga pra saber como vai movimentar
 Estado físico – saber se o produto estará nos estados líquido, sólido ou
gasoso

 Equipamentos de movimentação
o Transpaletes
o Empilhadeiras de operador a pé
o Rebocadores
o Empilhadeiras retráteis, frontais e trilaterais
o Selecionadores de pedidos

A armazenagem constitui a atividade de apoio logístico mais importante e tem como


funções a armazenagem propriamente dita, a consolidação e a desconsolidação. Além
de administrar o espaço para manter o estoque e representa o ponto de transição de
produtos estocados.

 Por quê armazenar


o Guarda a mercadoria por um certo tempo
o Segurança
o Proteção – avarias, quebras, furtos
o Triagem de produtos
o Controle de estoques

 Importância de armazenar
o Necessidade de compensação das diferentes fases de produção
o Equilíbrio sazonal
o Garantia de continuidade da produção
o Custos e especulação
 Funções da armazenagem
o Criar utilidade de tempo – produtos agrícolas, hortifrutigranjeiros, moda,
sazonais
o Criar utilidade de localização – material certo no lugar certo
o Criar utilidade de forma – maturação do produto, melhoria da quelidade
(fumos e bebidas)

https://tudosobrealogistica.wordpress.com/tag/movimentacao-e-armazenagem/
O que é Gestão de Estoques?
Posted on 23 de julho de 2017 by Leandro Callegari Coelho in Gestão, Logística, Previsão

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Gestão de estoques, no contexto de uma indústria, normalmente se refere à gestão dos


recursos materiais que podem ajudar a organização a gerar receita no futuro. O
responsável por esta parte da gestão é o Gerente de operações.

Por exemplo, uma loja de varejo que vende vários itens, como um supermercado ou loja
de departamentos (com por exemplo alimentos embalados, mantimentos, roupas, bens
eletrônicos, etc) não costuma armazenar todos os produtos na loja. Parte do estoque de
produtos é mantido em um armazém ou depósito. Chamamos de inventário a soma dos
produtos na loja e no armazém.

Por que a gestão de estoques é tão importante?

Empresas que atuam como fabricantes ou montadoras, voltadas para a produção de


bens, dependem fortemente de um estoque bem gerenciado por uma série de razões. No
final das contas, uma empresa que dependa de produção não pode sobreviver sem um
bom sistema de gerenciamento de estoques.

Vejamos então algumas razões para ter um bom sistema de gestão de estoques:

Atender às demandas de forma constante

A demanda por bens e serviços específicos não será a mesmo durante todo o ano. Por
exemplo, a venda de condicionadores de ar tem picos durante o verão e vai para baixo
durante o inverno. Roupas também tem uma demanda muito sazonal, curtas no verão e
longas e quentes no inverno. Um estoque bem planejado permitirá que uma empresa
cumpra as exigências – e todos sabemos que a chave para aumentar a receita é o
atendimento integral da demanda.

Continuidade das operações

A gestão cautelosa dos estoques permitirá a uma empresa executar suas operações sem
problemas, com continuidade. Por exemplo, se uma organização fabrica produtos que
dependem de matérias-primas, é evidente que a empresa precisa de um bom estoque de
matérias-primas para que as operações sigam sem contratempos.

Economia nas operações

Um sistema de gerenciamento de estoques bem administrado permite que uma empresa


possa cortar custos. Por exemplo, quando a época das festas chega e a empresa prevê
um aumento na demanda por alguns produtos (como chocolate na páscoa ou brinquedos
no Natal), ela pode adquirir mercadorias em quantidade com antecedência, negociar
preços e armazená-las para a temporada. Os principais benefícios deste exercício são
que a empresa pode atender toda a demanda e quando ele compra em quantidade e de
maneira planejada, obtem descontos.

Quais são os princípios da gestão de estoques?

As práticas a seguir podem ajudar uma empresa a ter um estoque bem gerenciado:

previsão da demanda:

Esta é uma habilidade especializada. Uma empresa deve ser capaz de prever demandas
de bens e produtos específicos em um momento específico do ano. A empresa deve
criar e manter o seu sistema de inventário com base nas demandas, reais e previstas.
Conheça mais sobre previsão de demanda.

Monitoramento do sistema:

Um inventário deve ter um mecanismo de monitoramento da quantidade em estoque, a


todo momento. A empresa deve saber com exatidão a quantidade de estoque em
qualquer ponto específico no tempo.

qualidade de armazém:

O armazém deve ser capaz de manter o estoque em boas condições. Materiais


desperdiçados geram perdas de oportunidades e receitas.

A Gestão de Estoques é, portanto, um desafio para a maioria das empresas. Na verdade,


mesmo antes que uma empresa comece suas vendas, seu lucro ou prejuízo pode ser
parcialmente explicado por quão bem a empresa é capaz de gerenciar seus estoques.

De acordo com o sebrae, A organização do estoque evita acúmulo ou falta de produtos,


além de ajudar a controlar as finanças e o espaço físico da empresa.

O gestor financeiro deverá manter controle do estoque por tipo de mercadorias/produtos


existentes na empresa, da seguinte forma:

 1. Registrar no Controle de Estoque a quantidade, o custo unitário e o custo total das


mercadorias/produtos vendidos.
 2. Periodicamente, confirmar se o saldo apurado no Controle de Estoque "bate" com
o estoque físico existente na empresa.
 3. Calcular no Controle de Estoque o saldo em quantidade, custo unitário e custo
total das mercadorias/produtos que ficaram em estoque.
O custo unitário é calculado pelo custo médio ponderado dividindo-se o custo total pela
quantidade.

Controle de estoque físico e financeiro

O controle físico e financeiro de


estoque tem como objetivo básico informar a quantidade disponível de cada item
existente na empresa, seja matéria-prima, seja mercadoria, e quanto essa quantidade
significa em valores monetários.

Controlar as entradas e especialmente o consumo de materiais é uma das funções mais


básicas de uma empresa. Nem por isso é uma função menos importante, na medida em
que os materiais representam cerca de 60% dos custos de um negócio.

Contudo, grande parte das pequenas empresas não realiza um controle eficaz dos
insumos, apresentando, via de regra, "furos" de estoque (as quantidades físicas não
"batem" com o registro em fichas ou sistema).

Uma das consequências da falta de controle está no fato de não ser possível checar se o
consumo efetivo dos materiais está de acordo com a sua real necessidade. Com efeito,
não conhecer o consumo médio dos materiais dificulta a compra que vise diminuir a
necessidade de capital de giro da empresa.

O estoque de alguns itens, por exemplo, pode estar superdimensionado, o que significa
um capital desnecessariamente parado. A falta de gestão tem como consequência,
também, a parada na produção ou nas vendas pela falta de materiais ou mercadorias,
com diminuição da produtividade.

A possibilidade de desvios da produção também é uma consequência da falta de um


controle efetivo.

Recomendações

 O correto controle das entradas e saídas de materiais deve se constituir em uma


obrigatoriedade a ser cobrada rigidamente;
 Todas as entradas e saídas devem ser anotadas em fichas ou em um sistema
informatizado;
 Qualquer saída de estoque (produção, transferência, troca etc.) deve ser
acompanhada de requisição de saída;
 Não permitir que sejam retiradas mercadorias ou materiais sem a devida requisição e
com a identificação de quem retirou;
 Implantar o "Inventário Rotativo". Nesse sistema, diariamente são escolhidos alguns
itens para serem contados. As diferenças encontradas deverão ser comunicadas e sua
causa, investigada;
 Todo processo de movimentação de estoque deve ser estabelecido por meio das
Normas de Entrada e Saída de Estoque. Com informações estatísticas sobre o que está
saindo, o gestor pode calcular o giro das mercadorias/materiais, auxiliando na compra
para melhor aproveitamento do capital de giro da empresa. Além disso, terá
segurança de que estas mercadorias/materiais são utilizadas na empresa, e não
desviadas.

Objetivos da ficha de estoque

O principal objetivo da ficha de controle de estoque (que pode ser física ou em um


sistema informatizado) é controlar a movimentação individual, as entradas e as saídas
dos materiais de estoque, ou seja, produtos acabados, matérias-primas etc. da empresa.

Portanto, para cada produto existe uma ficha correspondente.


Normalmente, constam dessa ficha de controle as seguintes informações:

Para o correto preenchimento dessa ficha, os registros de entrada devem ser feitos
quando do recebimento dos materiais, com base na documentação de entrada, que pode
ser a própria nota fiscal ou uma nota de recebimento.

Os registros de saída devem ser feitos com base nas requisições de materiais emitidas
pelos usuários.

GESTÃO DE ESTOQUE – Conceito integrador.

Se considerarmos a capacidade de distribuir como um dos pontos essenciais em uma


organização, sendo o carregamento dos produtos acabados uma parte fundamental do
processo de distribuição, entenderemos a necessidade de uma Gestão eficiente e eficaz
dos estoques de matéria prima, material em processo e finalmente o estoque do produto
acabado. Identificar eventuais problemas na área de estoques de uma organização como
também utilizar ferramentas apropriadas para melhorar o desempenho dos mesmos nos
remetem a importância da busca constante de soluções inteligentes, para corrigir suas
deficiências e aumentar o seu nível de desempenho frente às necessidades operacionais
e consequentemente aperfeiçoar a capacidade de se estocar minimizando os impactos
financeiros nas organização, a falta dos produtos em estoque e aperfeiçoando as
repostas para um mercado cada vez mais exigente e competitivo.

A logística esta cada vez mais presente no meio corporativo, deixando de lado a idéia de
uma área apenas voltada para carregamento e movimentação, para atuar diretamente nas
estratégias do negocio, visando sempre diminuir custos e aumentar os resultados.

Bowersox e Closs (2001) definem logística como área de operação que nunca para e
ocorre em todos os lugares do mundo com a finalidade de tornar possível a
disponibilidade de produtos e serviços em qualquer local onde forem necessários.

O conceito da gestão de estoques esta diretamente relacionado com a necessidade de


interação das áreas correlacionadas a área de estoques, como por exemplo o
departamento de compras e os fornecedores. Dessa forma uma gestão bem realizadas
contribui de forma pratica e positiva para todos os envolvidos nessa cadeia.

Ching (2011) define gestão de estoque não apenas como um meio de reduzir custos,
mais se colocada em pratica como um conceito integrado a gestão de estoques se torna
uma ferramenta de estratégia fundamental para a sobrevivência do negocio.

Para ching "esse conceito originou-se na função de compras em empresas que


compreenderam a importância de integrar o fluxo de matérias a suas funções de suporte,
tanto por meio do negocio, como por meio do fornecimento aos clientes imediatos.
(SLACK,CHAMBERS,HARLAND et al. apud CHING, 2011, p. 18).

A gestão de estoque executada sem planejamento ou executado com deficiência em suas


etapas por meio do arranjo físico ou disponibilidade de equipamentos, refletem
negativamente nos resultados das organizações, principalmente nos prazos de entrega de
produtos ou na disputa acirrada com a concorrência.

Em contra partida a gestão de estoque executada com excelência em todas as suas


etapas pode causar um efeito positivo surpreendente para a Organização. Um claro
exemplo é o aumento do nível de serviço da organização.

Bowersox et al (2007) expressa que o ponto máximo a ser atingido pelos serviços
logísticos em relação ao nível de serviço é fazer tudo certo e fazendo certo na primeira
tentativa.

Na gestão de estoque o nível de serviço está associado a todos os acordos efetuados


antes, durante e depois do envio do pedido e principalmente ao desempenho oferecido
para realizar as atividades.
Os problemas logísticos requerem soluções sistêmicas que envolvem decisões de
natureza diversa dentro da empresa. Por exemplo, ao definir um determinado prazo de
entrega para os produtos de uma firma (nível de serviço), ocorrerão efeitos diretos e
indiretos na operação da frota, nos níveis de estoque, nos custos e até mesmo nos
investimentos (maior número de veículos, maior quantidade de equipamentos para
movimentação de mercadoria no armazém, etc).(ALVARENGA, Antonio Carlos;
NOVAES, Antonio Galvão N.,2000 p.30)

Aumentar o nível de serviço é firma-se na constante busca de tornar real a relação entre
serviços e qualidade, pois sabemos que a soma desses componentes geram a capacidade
de fornecer satisfação.

Assim a Gestão dos estoques aponta como um conceito integrador, sendo um diferencial
nos resultados financeiros e conceituais das organizações.

Fundamentos do seguro • Risco • Gerenciar o risco • Como funcionam os seguros? •


Cálculo da probabilidade • Ajustando o preço pela franquia • Seguros e finanças •
Riscos seguráveis e não seguráveis 1. Risco A vida é cheia de riscos! A rigor, o ser
humano acorda pela manhã e não sabe como estará ao final do dia. No ditado popular,
quem arrisca, petisca. Contudo, em muitos casos, ocorre o inverso: o risco causa perdas,
de vidas ou de propriedades, cujo impacto financeiro é negativo. Assim, estritamente
falando, risco é um evento ou condição incerta, isto é, que pode ou não ocorrer no
futuro, e cuja ocorrência tem um efeito negativo e que pode ser expresso em termos
monetários. Esse evento pode ser totalmente incerto, como a queda de um raio, ou certo,
mas acontecendo em data incerta, como a morte. O impacto financeiro de um sinistro
pode atingir milhões de reais e levar a empresa que não se precaveu à falência, ou o
indivíduo a perder parte substancial de um patrimônio que lhe exigiu anos para
acumular. É nesse momento que o seguro se torna importante. O que é sinistro? É o
termo utilizado para definir, em qualquer ramo de seguro, o acontecimento do evento
incerto previsto (uma perda) e coberto no contrato. O termo tem origem no latim
“sinistra” que significa esquerda, como em mão esquerda ou lado esquerdo, e que era
associado, na Antiguidade com situações ou coisas negativas, maliciosas, danosas,
ignominiosas etc. Topo 2. Gerenciar o risco A inevitável realidade do risco levou a
humanidade a procurar gerenciar o risco. Existem vários modos de fazê-lo, a saber:
Existem vários modos de fazê-lo, a saber: Evitar o risco É o caso do indivíduo que,
planejando viajar de carro, ao observar os pneus gastos do seu automóvel, desiste de
viajar. Reduzir o Risco No caso anterior, o indivíduo viaja, mas a uma velocidade baixa
de modo a evitar ter de frear bruscamente e arriscar uma derrapagem perigosa. Correr o
risco O indivíduo que decide correr o risco tem, por sua vez, três possibilidades de
gerenciá-lo: a) Autosseguro: é o método pelo qual o indivíduo separa ou acumula um
montante em dinheiro para compensar determinada perda potencial que pode sofrer no
futuro. O autosseguro é um método pouco efetivo, pois a maioria das pessoas não ganha
o suficiente para acumular, na quantidade e no tempo necessários, os montantes
requeridos. Assim, acaba sendo um eufemismo para designar os indivíduos que não
estão segurados. b) Mutualismo: é divisão das perdas entre os interessados.
Historicamente, esse foi o começo do seguro: navegadores se reuniam e estimavam as
perdas anuais no patrimônio conjunto (embarcações e suas cargas). Então, repartiam
essa perda estimada entre eles, segundo a participação de cada um no patrimônio total.
Atualmente, o mutualismo ainda é utilizado pelas seguradoras em alguns países, mas
pouco usado pelos consumidores. Estes optam por não incorrer nos elevados custos de
administração da modalidade, que exige conhecimento especializado. c) Seguro: é a
opção moderna e mais usada de gerenciamento do risco. Envolve a transferência do
risco de perda de uma entidade (empresa ou indivíduo) para outra entidade (seguradora)
que assume os riscos e recebe em troca um prêmio. O conjunto dos prêmios de vários
riscos, muitos sem sinistro, permite às seguradoras formar reservas para pagar os
sinistros. O seguro envolve, ainda, a agregação do risco e divisão das perdas (ou
mutualismo), pois as seguradoras agrupam riscos semelhantes em carteiras distintas, de
modo a melhor estimar as respectivas perdas e prêmios de seguros. O risco é
transferido, pois a seguradora tem de arcar com as indenizações referentes a
determinada carteira, mesmo quando a soma dos prêmios recolhidos for inferior ao
valor das indenizações. Se esse prejuízo ocorrer continuamente, a seguradora não está
sendo bem conduzida: falha na aceitação e no apreçamento dos riscos. O que é prêmio?
É a soma em dinheiro paga pelo segurado ao segurador, para que este assuma a
responsabilidade de um determinado risco de perda. A palavra vem do latim
“praemium”, junção de “prae”, recompensa, com o verbo “emere”, obter. Atenção: em
hipótese alguma “prêmio de seguro” representa o valor (ligado a loterias, por exemplo)
que a seguradora deve ao segurado. Topo 3. Como funcionam os seguros? O seguro é
um contrato entre um indivíduo ou uma empresa (segurado) e uma seguradora. O
segurado paga um preço chamado “prêmio” e a companhia, em troca, compromete-se
pagar a eventual perda financeira correspondente, durante o período da apólice. O risco
é transferido do segurado para a seguradora e o documento que formaliza esse contrato
se chama apólice. O princípio da boa-fé O seguro é um contrato inevitavelmente
especulativo. A seguradora recebe as informações do segurado e, com base nelas, traça
um perfil do risco e calcula a perda esperada e o prêmio. Se o segurado omite
informações que agravariam o risco, ameaçando de prejuízo a seguradora, ele falta com
o principio da boa-fé. O mesmo ocorre se a empresa, aproveitando-se do
desconhecimento da maioria dos segurados a respeito das tecnicalidades do mercado,
deliberadamente usa de terminologias vagas na apólice de modo a, por exemplo,
esconder certas exclusões. Nesses casos, a lei diz que o contrato é nulo. A lei impõe aos
contratantes o dever de obedecer ao principio da boa-fé, pois, na falta dele, o acúmulo
de prejuízos de parte a parte levaria a suspeitas generalizadas e, no limite, à
inviabilização do próprio mercado. Note-se que esse princípio é aplicável a todos os
contratos e transações. Ele proíbe o agente de esconder da outra parte o que sabe
confidencialmente, para induzi-la a um negócio que não ocorreria ou ocorreria de modo
diverso se essa parte tivesse acesso à informação sonegada. E vice-versa. O que são
reservas? As reservas ou provisões são valores matematicamente calculados pelas
seguradoras, com base nos prêmios recebidos dos segurados, para garantia de
indenizações de riscos assumidos. Elas indicam o montante de recursos que a empresa
deve guardar no presente para cumprir com suas obrigações no futuro. Os dois tipos
principais de reservas das companhias de seguros são: reservas de sinistros avisados e
reservas de prêmios não ganhos. Estas últimas representam a parcela do prêmio que, na
data da apuração ainda não foi ganho. O cálculo é à base de pro rata. Para apólice de
vigência anual é de 1/24 para o primeiro e para o último mês de vigência, e de 1/12 para
os demais meses. Por exemplo, após três meses do início de vigência, a reserva de
prêmio não ganho relativa a uma apólice de um ano de vigência, que custou R$
1.200,00 é de R$ 900,00 (2 x 1/24 + 8 x 1/12 = 9/12 = 9/12 x R$ 1.200,00 = R$ 900,00
do prêmio), e o prêmio ganho é de R$ 300,00 (R$ 1.200,00 – R$ 900,00 = R$ 300,00).
A reserva de sinistro é uma estimativa do valor do sinistro avisado, corrigido
posteriormente pelo valor da indenização efetivamente paga. . Dependendo do ramo e
do risco, outras reservas podem ser acrescentadas. Por exemplo, em apólices que
cobrem riscos de baixa frequência e alta gravidade, pode ser necessário constituir
reservas contra catástrofes, lembrando que as reservas da seguradora se referem às
responsabilidades por ela assumidas excluídas as responsabilidades resseguradas ou
cosseguradas. Uma outra reserva muito frequente é a de sinistros ocorridos porém não
avisados à seguradora (IBNR - Incurred But Not Reported). Geralmente refere-se a
sinistros avisados à seguradora não pelo segurado, mas pelo (s) beneficiário (s) ou por
terceiros, quando se tratar de seguros de responsabilidade civil. As instituições de
governo reguladoras do seguro fixam os percentuais mínimos que as seguradoras devem
respeitar para constituição das provisões mais importantes. O que é apólice? Apólice é
um documento emitido pela seguradora, que formaliza a aceitação do risco, objeto do
contrato de seguro. Nela devem estar discriminadas todas as condições contratuais, o
bem ou a pessoa segurada, as coberturas de risco e as garantias contratadas, os
estipulantes e beneficiários, o valor do prêmio, o prazo do contrato e as exclusões – isto
é, as situações em que a indenização não é devida –, entre outras informações. A
emissão da apólice não dá, necessariamente, início à cobertura do bem. O bem estará
coberto (segurado) assim que o risco tiver sido aceito pela seguradora. Essa operação
poderá resultar na emissão de um contrato de seguro ou certificado de cobertura. A
apólice será enviada posteriormente. Ao receber a apólice, é importante que o segurado
verifique se as condições ali contidas são as mesmas que informou ao corretor de
seguros quando assinou o contrato. A origem do termo vem do francês “police” e do
italiano “polizza”, ambos tendo por origem o latim “pollicitatio” ou promessa, no caso,
de pagar indenização por perda que teve como contrapartida o pagamento anterior de
um prêmio. O prêmio de seguro é baseado na quantidade de risco. Riscos baixos pagam
prêmios baixos e riscos altos pagam prêmios altos, quando aceitos pela seguradora. As
seguradoras coletam informações sobre os interessados em contratar o seguro e sobre
suas propriedades para determinar, o mais precisamente possível, o montante de risco de
perda que está em jogo em cada caso e, daí, calcular o prêmio respectivo. Geralmente, a
seguradora agrega em uma carteira grande número de apólices de um mesmo ramo. A
prática do seguro é complicada, mas o mecanismo básico é simples. Suponha que um
segurado pague um prêmio de R$ 1.500,00 por uma apólice de seguro de automóveis
contra roubo, colisão e danos a terceiros. Se não acontecer o sinistro, o segurado não
ficará triste por ter pagado os R$ 1.500,00. Afinal, ele despendeu um valor
relativamente pequeno que lhe permitiu se livrar de uma perda potencial grande, do
ponto de vista individual. De fato, a seguradora pode ter que pagar R$ 30.000,00 se
houver uma colisão com perda total e, quem sabe, R$ 500 mil se da colisão resultar um
ferimento traumático a terceiro. O mesmo vale para outras situações de risco, como por
exemplo, uma empresa que está realizando investimentos elevados e quer se precaver
contra riscos de incêndio na nova planta. Assim, a disponibilidade do seguro incentiva a
economia, pois o consumidor tem segurança para adquirir bens de valor mais alto, e o
empresário, por sua vez, confiança para realizar investimentos que podem exigir
recursos vultosos, seus e de terceiros. Topo 4. Cálculo da probabilidade Uma
seguradora ao assumir o risco de ter de pagar uma indenização de R$ 30.000,00 contra
um prêmio de R$ 1.500,00 precisa analisá-lo antes da aceitação. Do ponto de vista da
seguradora, o mecanismo envolve: • a aferição precisa do risco, o que é feito por meio
de técnicas de Estatística; • a redução (idealmente, a eliminação) do risco por um
processo de agregação e partilha do risco. Um exemplo simples de partilhar o risco é o
cosseguro. Trata-se da repartição de um mesmo risco, de um mesmo segurado, entre
duas ou mais seguradoras. Podem ser emitidas tantas apólices quantas forem as
seguradoras ou uma única apólice, por uma das seguradoras denominada, nesse caso,
seguradora líder. Essa operação não significa quebra do vínculo do segurado com cada
uma das seguradoras que respondem, isoladamente, pela parcela de responsabilidade
que assumiram perante ele. Outra forma de cosseguro é aquela realizada por iniciativa
do próprio segurado, em seu exclusivo interesse e não no interesse das seguradoras
envolvidas. Por exemplo, o segurado deseja dar uma parte do seu seguro para a
seguradora do grupo do banco que lhe concedeu um empréstimo, As seguradoras
também utilizam dois mecanismos adicionais muito importantes: • manter em balanço
volume adequado de capital próprio para suportar perdas além do esperado (esse é
também um dos alvos principais das instituições oficiais reguladoras e fiscalizadoras de
seguros); • agregar grande quantidade de riscos similares. Suponha que se saiba o
seguinte: numa região e num ano, em média, 10% dos carros são roubados. No mundo
real, o padrão de perdas (carros roubados) é instável. Assim, uma seguradora que
segurasse apenas 10 carros poderia muito bem achar que há uma possibilidade
significativa (de 20%, digamos) de dois carros de sua carteira serem roubados. Isso
dobraria suas despesas em indenizações e, obviamente, desestimularia o negócio.
Porém, se a seguradora conseguisse reunir e segurar 10 mil carros em condições de
risco similares aos 10 anteriores, ela estaria amparada por uma lei da Estatística que
prova que cai para menos de 1% a probabilidade de os sinistros serem o dobro da
média. Mais precisamente, essa lei garante que, quanto maior o numero de carros
segurados, mais e mais a média da amostra (o grupo de carros) se aproximará dos 10%,
que vêm a ser a média de roubos da população, isto é, do total de carros da região. É
esse aspecto da teoria de probabilidade que permite à seguradora lidar com as variações
nos padrões de perdas existentes no mundo real. Essa lei da Estatística se chama “Lei
dos Grandes Números” que, junto com o mecanismo de agregação e partilha dos riscos,
torna o seguro possível e desejável. A seguradora ganha ao explorar o fato de que aquilo
que é altamente imprevisível para o indivíduo é também altamente previsível para
grandes amostras de uma população. A Lei dos Grandes Números Essa lei, base do
seguro, diz o seguinte: “Dada uma amostra de observações independentes e
identicamente distribuídas de uma variável aleatória, a média da amostra tende a se
igualar à média da população, na medida em que o número de observações aumenta”. O
enunciado da lei pode parecer esotérico, mas é facilmente ilustrado com o exemplo da
média de valores que se obtém ao jogar um dado por certo número de vezes. A média da
“população” (números das seis faces do dado) é a média teórica e assume o valor de 3,5,
que vêm a ser a soma de 1, 2, 3, 4, 5 e 6, todos com iguais chances de sair, divididos por
6. Entretanto, valores bem diferentes de 3,5 podem ocorrer se, digamos, o dado for
lançado apenas 20 vezes. O que a lei dos grandes números nos garante é que,
aumentando cada vez mais a amostra (no caso, o número de lançamentos), o valor cada
vez mais se aproxima de 3,5. Você pode checar isso se tiver paciência! É importante
notar que a lei dos grandes números só funciona se os eventos forem independentes, ou
seja, se a chance de roubo do meu carro for independente da chance do meu vizinho.
Isso explica por que as seguradoras procuram “espalhar” os riscos que estão em zonas
geográficas distintas e por que nenhuma seguradora terá uma carteira de incêndio
baseada apenas em moradores de um único prédio. A seguradora, com base na
agregação de riscos e na Lei dos Grandes Números, pode ofertar apólices a custo
relativamente baixo. Digamos que a seguradora Beta faça seguro contra incêndio de 100
mil casas, cada uma valendo R$ 300 mil. A probabilidade de uma casa se incendiar é de
2 em 1.000 por ano. Assim, o valor esperado anual de despesas com indenizações para
Beta é de 0,002 x 100.000 x 300.000, que é igual a R$ 60 milhões por ano. Se outros R$
60 milhões forem necessários para cobrir as despesas de Beta com corretagem de
seguros, pessoal administrativo, impostos e a taxa de lucro que considera adequada,
segue-se que o prêmio de seguro pago por cada segurado seria de R$ 1.200,00. Note que
a parcela do prêmio relativa apenas ao risco de incêndio é metade disso, R$ 600 para
cada segurado. Essa parcela é chamada no mercado de seguros de “prêmio puro de
risco”, ao qual são somados os demais itens, chamados de “carregamento”, para formar
o prêmio comercial ou total. O segurado compra o seguro pagando mais do que o
prêmio puro por ser avesso ao risco. Mas, para ele, esse é ótimo negócio! No nosso
exemplo, cada proprietário se livra de uma perda possível e catastrófica de R$ 300 mil
em troca de um prêmio de apenas R$ 1.200,00. Portanto, podemos escrever a equação
do prêmio de seguro da seguinte forma: • Prêmio comercial = Perda esperada +
Despesas + Impostos + Lucro esperado • Perda esperada = Prêmio puro de seguro •
Despesas + Impostos + Lucro esperado = Carregamento Topo 5. Ajustando o preço pela
franquia No exemplo acima, o valor do prêmio de seguro é dado. Na prática, entretanto,
não precisa ser assim. O prêmio pode ser reduzido pela aceitação de uma franquia. A
franquia é uma coparticipação – contratualmente acordada e fixada – do segurado no
risco e, consequentemente, no valor da indenização. Tipicamente, quanto maior o valor
da franquia, menor o valor do prêmio e vice-versa. A franquia é um mecanismo aberto a
qualquer ramo de seguros, mas é muito utilizada nos ramos de automóveis e saúde.
Quando o veículo segurado sofre danos parciais, a seguradora é acionada para arcar com
os custos dos reparos. Nesse momento, o segurado também participa, assumindo uma
parte desses custos. O segurado que assume uma franquia de R$ 2.000,00, por exemplo,
está assumindo a responsabilidade de arcar com as despesas até esse valor. Se o prejuízo
for de R$ 5.000,00, o segurado pagará os R$ 2.000,00 correspondentes à franquia e a
seguradora, os R$ 3.000,00 que faltam. O mesmo ocorre no seguro saúde, onde a
coparticipação atinge despesas com médicos, internações e exames. Esse foi o meio que
as seguradoras encontraram para enfrentar os custos crescentes da Medicina, para
manter os prêmios em patamares razoáveis e a oferta de seguros vigente. O valor da
franquia deve ser motivo de reflexão do segurado. Assim, é razoável que um motorista
novato escolha uma franquia relativamente baixa, pois, em geral, estará particularmente
exposto ao risco de pequenas batidas. Se escolher uma franquia relativamente alta, pode
ter de arcar com as despesas de todas essas batidas, o que vai doer no bolso, sem dúvida.
Com a franquia mais baixa, pagará um prêmio um pouco mais caro, mas esse é o preço
do risco. O inverso ocorre com o motorista maduro. Aí os riscos mais presentes são de
roubo ou de uma batida inevitável, talvez de grandes proporções, com o que se entende
como normal que o motorista experiente escolha uma franquia mais cara e, portanto,
obtenha um prêmio relativamente mais barato. A franquia pode ser dedutível ou
simples. No primeiro caso, a seguradora é obrigada a indenizar somente os valores de
prejuízos que excederem o valor da franquia, que sempre será deduzido da indenização
total. No segundo caso, a seguradora está desobrigada de indenizar quando os prejuízos
forem inferiores à franquia, mas obrigada a fazê-lo integralmente quando a excederem.
A franquia mais adotada é a dedutível, utilizada para o seguro do ramo de automóvel,
por exemplo. A franquia pode, ainda, ser facultativa ou obrigatória. Neste caso não cabe
alternativa para o usuário senão aceitá-la. A sua aplicação também se encontra no
seguro de automóveis. Topo 6. Seguros e Finanças No mercado de seguros, a receita de
prêmios precede o pagamento de indenizações, às vezes, em anos. Pense, por exemplo,
no caso de casais jovens que adquirem seguros de vida ou de saúde. A probabilidade de
sinistros, nesse caso, é bem baixa nos primeiros anos de vigência das apólices. Os
recursos dos prêmios são aplicados nos mercados financeiro e de capitais e, em menor
proporção, no mercado de imóveis. Em consequência, as seguradoras auferem uma
receita adicional, decorrente de operações financeiras e não diretamente relacionada ao
mercado de seguros. Tais receitas têm dupla vantagem: • para a economia, são recursos
que promovem o desenvolvimento dos mercados financeiro e de capitais, de
fundamental importância para o crescimento econômico; e • para o mercado de seguros,
são recursos adicionais que as seguradoras podem utilizar na sua capitalização e,
consequentemente, aumentar o seu limite de retenção do ramo que opera ou investir em
novos recurso técnicos e humanos para o desenvolvimento de novos produtos ou no
barateamento dos produtos existentes. Isso é comumente observado nos mercados
competitivos em que o colchão de segurança representado pelas receitas financeiras
permite às seguradoras melhor administradas reduzir o preço de suas apólices e obter
vantagem competitiva. É essa peculiaridade do mercado de seguros que explica também
a crescente inter-relação das seguradoras com os bancos. As seguradoras descobriram
que podem aumentar a venda de produtos de seguros agregando a eles produtos
financeiros, e vice-versa, no caso dos bancos, embora sejam proibidas as operações
casadas (de bancos e respectivas seguradoras do grupo). Topo 7. Riscos seguráveis e
não seguráveis Utilizando o mercado de seguros, uma pessoa pode construir uma rede
de proteção bastante efetiva em sua vida e suas propriedades. Mas nem todos os riscos
são seguráveis. Pense nos seguintes riscos: • Você tem uma carteira de ações e teme que
os papéis caiam fortemente de valor. • Você abriu uma empresa e teme não ser capaz de
atingir a taxa de lucro que estimou. • Você vai viajar para uma região conturbada e teme
ser vítima de um atentado terrorista. • Você precisa tirar certa nota num exame da
faculdade e teme não ser capaz de fazê-lo. • Você vai jogar num cassino e teme perder o
dinheiro que reservou para isso. Nenhuma seguradora vai se dispor a fazer seguro para
esses riscos. Ao contrário, em todo o mundo, as seguradoras procuram excluir
explicitamente das coberturas os danos resultantes desses eventos. Seja porque são de
difícil previsão, seja porque podem ser muito afetados pelas ações do segurado, ou
ainda, porque concentram fortemente os riscos. Mais precisamente, as condições
necessárias para que um risco seja segurável são as seguintes: • Grande número de
eventos (Lei dos Grandes Números): já comentamos essa lei da Estatística, fundamental
para a viabilidade dos seguros. Quanto maior o número de segurados, maior a
estabilidade de resultados de sinistros que uma seguradora pode esperar. • Eventos
independentes entre si (desconcentração de riscos): para que a Lei dos Grandes
Números seja plenamente aplicável, é preciso que os riscos sejam independentes entre
si. Nenhuma seguradora formará uma carteira de seguro rural apenas numa região, ou
de seguro de incêndio num mesmo prédio. • Experiência suficiente (cálculo correto de
probabilidades): pode ser que os eventos sejam independentes e que haja grande número
de interessados no seguro, mas se houver grande imprevisibilidade, como nos casos de
guerras ou atentados terroristas, o seguro não será feito, ou estes riscos serão excluídos
da apólice, que é o mais provável O mesmo acontece se não houver suficiente
experiência pregressa, que permita aos atuários o cálculo mais correto da probabilidade
de perda. • Baixa incidência de “risco moral”: “Risco moral” é a possibilidade de uma
pessoa ou empresa, depois de estar segura, comportar-se diferentemente do que faria se
estivesse inteiramente exposta ao risco. O caso típico é o do indivíduo que fez seguro
contra roubo de automóvel e, depois disso, tornou-se menos vigilante com seu carro. Ele
age assim porque as consequências negativas do roubo não serão suas, mas de
responsabilidade da companhia de seguros. O “risco moral” está relacionado à chamada
assimetria de informação - as seguradoras têm dificuldade de saber de antemão como
reagirão seus segurados depois de contratado o seguro. De certa maneira, o risco moral
existe em maior ou menor grau em todas as carteiras de seguros, mas nos casos mais
extremos, em que a mudança de comportamento é previsível, pode inviabilizar o seguro.
Atenção: não se deve confundir risco moral - mudança natural de comportamento que
aumenta a chance de sinistro – com a fraude, que cria o falso sinistro. Também não há
correlação com dano moral que, desvinculado de prejuízos materiais, é toda e qualquer
ofensa ou violação aos princípios de ordem moral de um indivíduo, referentes à sua
liberdade, à sua honra, à sua pessoa ou à sua família. • Baixa incidência de “seleção
adversa”: a “seleção adversa” é mais um problema decorrente da assimetria de
informação. Ela se refere a um processo de mercado em que os resultados “ruins” são
naturalmente “selecionados” (contratados) em detrimento dos bons. O caso mais
simples é de uma população de, por exemplo, fumantes e não fumantes e uma
seguradora de saúde que cobra preços idênticos por não saber diferenciar, a priori, quem
pertence a cada grupo. Ao fim e ao cabo, os segurados não fumantes desistirão do
seguro, pois vão perceber que estão bancando os segurados fumantes e, portanto,
pagando um preço mais caro pelo seu risco específico. E a seguradora, ao reajustar para
cima o prêmio, pode verificar que a apólice se tornou invendável. Novamente, a seleção
adversa é um risco em todos os ramos de seguros, mas onde ela se tornar dominante,
pode tornar o risco não segurável. Alguns riscos não seguráveis são importantes para a
economia como um todo. Nesses casos, os governos costumam assumi-los,
estabelecendo os chamados seguros sociais, de interesse geral. É o caso do seguro
agrícola, geralmente garantido pelo governo. Em alguns países, é assumido por
seguradora única. Outros seguros sociais, por exemplo, são o seguro-desemprego e os
sistemas estatais de previdência e assistência social. No seguro-desemprego, observa-se
concentração de riscos, porque o desemprego costuma evoluir em ondas periódicas que
afetam grande número de trabalhadores ao mesmo tempo. Nos sistemas de previdência
e assistência social, o principal problema é a seleção adversa, ou seja, a maioria dos
segurados constitui risco elevado e não suportaria prêmios fixados com parâmetros de
mercado. O que faz o atuário? O atuário é o profissional que calcula o impacto
financeiro do risco e da incerteza. Ele pesquisa e analisa dados para estimar a
probabilidade e o custo provável da ocorrência de eventos como morte, doença,
ferimento, invalidez ou perda de propriedade. De posse desses dados, o atuário cumpre
sua função clássica, que é a de calcular os prêmios e as reservas para seguros que
cobrem vários riscos. Os atuários igualmente calculam as contribuições financeiras que
os indivíduos fazem aos fundos de pensão, que são exigidas para produzir renda de
aposentadoria, e podem aconselhar a empresa sobre a maneira como ela deve investir os
recursos para obter o máximo de rentabilidade de seus investimentos à luz dos riscos
potenciais. Um bom atuário precisa estar familiarizado com ampla gama de assuntos.
Desde logo precisa ter profundo conhecimento do cálculo de probabilidades e de
matemática financeira, mas também de economia, finanças e dos negócios próprios do
mercado de seguros. Os atuários são essenciais para a indústria de seguros, previdência
complementar aberta e capitalização, seja como empregados ou como consultores.
Outros setores também necessitam de seus serviços, como por exemplo, as agências
governamentais que administram os sistemas estatais de previdência e assistência social.
Recentemente, houve expansão do campo da atuária para incluir gestão de ativos de
investimento, em função da convergência das áreas de finanças e gestão de riscos com a
ciência atuarial. Atualmente, portanto, os atuários trabalham também como gerentes de
risco e analistas de investimento. No Brasil, a profissão é regulamentada pelo Decreto-
Lei nº 66.408, de 1970, e normas complementares. Para exercer a profissão de atuário é
necessário ser graduado em Ciências Atuariais e estar inscrito no Instituto Brasileiro de
Atuária (IBA) que, em 2005, instituiu uma prova de habilitação para seus novos
membros.
Leia mais em: http://www.tudosobreseguros.org.br/portal/pagina.php?l=266
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O termo seguro provém do latim secūrus e admite diversos usos e significados. Trata-se
daquilo que é certo e indubitável, ou que não apresenta nem constitui qualquer risco ou
perigo. A palavra “seguro” é usada como sinónimo de segurança ou certeza.

Neste sentido, por exemplo, pode falar-se de sexo seguro, isto é, as relações sexuais
onde não se põe em risco a saúde dos envolvidos (ao usar preservativo para evitar
doenças sexualmente transmissíveis, etc.).

Por outro lado, um seguro é um contrato através do qual uma pessoa paga um prémio
para receber uma indemnização caso sofra um acidente ou um roubo, por exemplo.
Também existem os seguros de vida, onde a seguradora abona uma determinada quantia
aos familiares do falecido.

Nos contratos de seguro, existem obrigações e direitos recíprocos para o segurador e o


segurado. A intenção do segurado é obter uma protecção económica dos seus bens ou
das pessoas que possam sofrer danos, ao passo que o negócio para o segurador é cobrar
o prémio.

O contrato de seguro implica a existência de um interesse segurável (estabelece-se uma


relação lícita entre um valor económico e um bem; é possível assegurar bens materiais,
como uma casa ou um automóvel, e imateriais, como um prejuízo económico ou o lucro
cessante), um risco segurável (o evento possível, incerto e futuro que possa prejudicar o
interesse segurável), um prémio (o custo do seguro) e a obrigação do segurador a
indemnizar (ao cobrar o prémio, o segurador é obrigado a assumir o risco e a pagar a
indemnização em caso de sinistro).

https://conceito.de/seguro

O contrato de seguro e suas principais características


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Publicado por Giuliana Biselli

há 3 anos

14,5K visualizações
1. Noções Gerais do Contrato de Seguro

Do latim securus, a palavra seguro simboliza a isenção de perigo, algo que está posto a
salvo, cuidado, garantido.

No âmbito jurídico, refere-se ao contrato em virtude do qual uma das partes, a


seguradora, se obriga perante o segurado, por meio de pagamento de um prêmio, a
indenizá-lo do prejuízo econômico resultante de riscos futuros, possíveis, incertos,
lícitos e independentes da vontade das partes.

“Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do


prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra
riscos predeterminados.

Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como segurador,
entidade para tal fim legalmente autorizada.”

A função destes contratos é socializar riscos entre os segurados. Isto porque, de um lado
a seguradora arrecada um prêmio, orçado mediante a análise da probabilidade de
ocorrência de certo evento danoso. Por outro lado, a seguradora se responsabiliza pelo
pagamento de certa prestação em pecúnia, normalmente em caráter indenizatório, ao
segurado, ou, se for o caso, a terceiros beneficiários, quando verificada situação de
sinistro.

Aprofundando a análise relacionada à função dos contratos de seguros, faz-se necessário


referenciar o desenvolvimento comercial, o qual fez com que o homem buscasse
artifícios para que pudesse de proteger de adversidades, as quais seriam mais facilmente
suportadas quando distribuídas pela coletividade. Neste sentido, na intenção de
estimular e garantir o desenvolvimento da atividade tecnológica e econômica, a
sociedade começou a incorporar os riscos dos negócios nela desenvolvidos [1].

Diante de tal cenário, criou-se o contrato de seguro, elemento basilar na configuração da


sociedade privada contemporânea e basilar para a economia moderna, ao passo que
possui a função de prevenir os efeitos negativos dos riscos que acometem pessoas e
empresas.

Conforme ensina Luiz Augusto Roux Azevedo, “a existência do seguro permite não
somente a mitigação de danos para aqueles que o sofrem, com a consequente redução
da destruição de valores econômicos a elas associadas, mas também permite sua
utilização como ferramenta para a redução de capital necessária para a realização de
atividades econômicas” [2].

No contexto socioeconômico mundial moderno, o contrato de seguro possui cada vez


mais relevância e extensão. Até início dos anos 1990, época em que a inflação estava
demasiadamente elevada, havia regulação inibidora da competição e a cultura era
desacostumada com a constituição de seguros inflação, a atividade securitária situava-se
estagnada. Este cenário foi bastante alterado, haja vista que, atualmente, o mercado
representa, segundo dados da Escola Nacional de Seguros, 5,7% do Produto Interno
Bruto (PIB) [3]e [4].
Na qualidade de contrato típico, o contrato de seguro pode ser caracterizado como sendo
aquele em que “o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir
interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou coisa, contra riscos
predeterminados” [5]. Ou seja, ele pode ser conceituado como sendo aquele em que a
sociedade seguradora afirma o interesse segurável do segurado sobre determinado bem
ou pessoa, cabendo a ela a administração do fundo comum, composto pelos prêmios
recebidos da gama de segurados.

2. Características

2.1 Contrato Nominado

Certos contratos são descritos expressamente pelo legislador, de tal forma que a lei,
além de regulá-los, atribui padrão específico. Tal modalidade de contratos previstos no
texto legal são classificados como nominados.

Segundo Washington de Barros, “nominados são os contratos que têm nome iuris,
possuem denominação legal e própria, estão previstos e regulados na lei, onde têm um
padrão definido” [6]. Tendo em vista que os contratos de seguro estão previstos e
regulados por meio do ordenamento jurídico brasileiro, pode-se dizer que são exemplos
clássicos de contratos nominados.

No caráter de contrato nominado, o contrato de seguro era definido pelo artigo 1.432 do
Código Civil de 1.916, como sendo “aquele pelo qual uma das partes se obriga para
com a outra, mediante a paga de um prêmio, a indenizá-lo do prejuízo resultante de
riscos futuros previstos no contrato”.

No Código Civil vigente, o legislador optou por definir o contrato de seguro,


concedendo-lhe a seguinte redação:

“Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do


prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra
riscos predeterminados.”

Ivan de Oliveira, em considerações sobre o cunho nominado dos contratos de seguro,


ensina que “mediante a leitura do texto legal supra, há de se notar que o contrato de
seguro é a convenção em que um ente específico, o segurador, se obriga, mediante a
paga de um prêmio, a garantir legítimo interesse do segurado, concentrado em pessoa
ou coisa, contra riscos advindos de circunstâncias adversas” [7].

2.2 Contrato Bilateral

A elaboração de qualquer contrato é sempre bilateral, uma vez que decorre de acordo de
vontade de ambas as partes. Entretanto, no tocante aos seus efeitos, ele pode ser tanto
unilateral ou bilateral.

Entende-se por contrato unilateral aquele em que apenas um dos contratantes se obriga
perante ao outro. É o que ocorre nos casos de doação pura e simples, em que apenas
uma das partes – no caso o doador - contrai obrigações, ao passo que o donatário apenas
aufere vantagens, não assumindo qualquer obrigação para com aquele.
Já os contratos bilaterais criam obrigação a ambas as partes. As obrigações serão
recíprocas, de modo que cada uma das partes fica adstrita a uma prestação. As
obrigações criadas pelo contrato bilateral recaem, dessa forma, sobre ambos os
contratantes. Cada um destes é credor e devedor ao mesmo tempo.

De acordo com Washington de Barros, “é da essência desses contratos a reciprocidade


das prestações; o compromisso assumido por uma das partes encontra sua exata
correspondência no compromisso da outros; esses compromissos são correlativos e
intimamente ligados entre si; cada um dos contratantes se obriga a executar, porque
outro tanto lhe promete o segundo contratante; o sacrifício de um é contrabalanceado
pela vantagem advinda do outro” [8].

Tendo em vista que os contratos de seguro constituem obrigação para ambos os


contratantes, pode-se dizer que são classificados como bilaterais. Em suma, enquanto ao
segurado cabe pagar o prêmio ajustado, o segurador tem como contraprestação a
obrigação de garantir o interesse segurável, e, ocorrendo o sinistro, pagar a indenização
devida [9].

Para Celso Marcelo de Oliveira, “é o contrato de seguro bilateral, posto que implica
interdependência de prestações, ou seja, à obrigação de o segurado de pagar o prêmio
corresponde à obrigação do segurador de tutelar o interesse daquele em se prevenir de
determinado risco e, caso o mesmo se efetive de pagar-lhe a indenização devida” [10].

Além dessas obrigações, existem outras, decorrentes do ordenamento jurídico, que


devem ser observadas pelas partes. Sem pretender sua exaustão, pode-se citar, por
exemplo, do lado do segurado (i) a de prestar informações e declarações corretas e
completas ao segurador (artigo 765, do Código Civil); (ii) a de preservar o risco durante
a execução do contrato (artigo 768, do Código Civil); (iii) a de comunicar o segurador
sobre fatos que possam agravar o risco coberto (artigo 769, do Código Civil); (iv) a de
comunicar o segurador sobre a ocorrência de sinistro (artigo 771) e (v) de tomar as
medidas para minorar as consequências danosas do sinistro ou para preveni-lo (artigos
771 e 779, ambos do Código Civil) [11].

Ao segurador, por sua vez, cabe (i) a constituição de reservas e provisões, preservando
sua higidez econômico-financeira a permitir fazer frente às indenizações devidas; (ii)
eventualmente, contratar cosseguro e/ou resseguro, a depender do caso concreto; (iii)
pagar ao segurado as despesas de salvamento (artigos 771 e 779, ambos do Código
Civil) e (iv) promover a regulação dos sinistros [12].

Portanto, nos contratos de seguro, como ocorre nos contratos bilaterais de modo geral,
“para que uma das partes possa exigir seus direitos decorrentes do contrato, mister se
faz que tenham cumprido suas obrigações decorrentes da mesma relação jurídica
contratual” [13]. Nesse sentido, destaca-se a redação do artigo 763 do Código Civil,
segundo o qual “[n]ão terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no
pagamento do prêmio, se ocorrer o sinistro antes de sua purgação”.

2.3 Contrato Oneroso

O contrato oneroso é aquele em que as partes reciprocamente transferem alguns direitos


[14]. Em decorrência das obrigações estabelecidas nos contratos de seguro, eles são,
incontroversamente, identificados como onerosos [15]. Nesse sentido, evidencia-se a
lição de Luis Augusto Roux Azevedo:

“Diz-se que o contrato de seguro é oneroso na medida em que compete ao segurador


pagar o prêmio para obter a garantia prestada pelo segurador. A correta estipulação
do valor do prêmio e o consequente pagamento pelo segurado geram efeitos não
somente para a relação jurídica bilateral que se trava entre segurado e segurador, mas
também e principalmente para a constituição de reservas da companhia de seguros
para que faça frente aos valores devidos por conta das indenizações a serem pagas na
hipótese de sinistros” [16].

Conforme anteriormente mencionado, no contrato de seguro o segurador se obriga,


mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a
pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados (artigo 757, do Código Civil).

Por meio da definição que o contrato de seguro recebe, verifica-se que ele é “oneroso e
pressupõe um caráter especulativo, eis que não paira dúvidas que este traz vantagens a
ambos os contratantes, frente a um sacrifício patrimonial de parte a parte: o segurado
passa a desfrutar de garantia no caso de sinistro e o segurador recebe o prêmio. O fato
da não ocorrência de sinistro, caso em que o segurador não teria que pagar a
indenização, não descaracteriza a onerosidade, visto que, ainda sim, o segurado
desfrutará da vantagem de gozar de proteção patrimonial” [17].

No mesmo sentido, são os ensinamentos de Luiz Augusto Roux Azevedo para quem “o
segurador, por sua vez, tem o direito de receber o prêmio e não tem a obrigação de
devolvê-lo acaso não verifique o sinistro. O prêmio remunera o segurador por sua
prestação de garantia e compõe o fundo de reservas técnicas para fazer frente ao
sinistro. Assim, à obrigação do segurador de prestar garantia implica a
contraprestação a cargo do segurado de pagar o prêmio”.

Em consonância também verifica-se o posicionamento de Celso Marcelo de Oliveira,


para quem “é o seguro um contrato oneroso em virtude de que ambas as partes
contratantes realizam o pacto com o intuito de receber alguma vantagem patrimonial:
o segurado procura obter uma proteção patrimonial, acaso o risco previsto no contrato
venha a concretizar-se, e o segurador uma vantagem patrimonial, com o recebimento
do prêmio” [18].

2.4 Contrato Comutativo

Farta é a discussão sobre a qualificação do contrato de seguro como sendo comutativo


ou aleatório.

O artigo 458, do Código Civil, estabelece como sendo aleatório aquele contrato que diz
respeito a coisas ou a fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes
assumirá, sem, contudo, afetar o direito de a outra parte receber integralmente o que lhe
foi prometido, desde que, de sua parte, não tenha havido dolo ou culpa.

“Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo
risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber
integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou
culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.”

Caio Mário da Silva Pereira estabelece que aleatórios “são os contratos em que a
prestação de uma das partes não é precisamente conhecida e suscetível de estima
prévia, inexistindo equivalência com a da outra parte. Além disso, ficam dependentes
de um acontecimento incerto” [19].

São classificados como comutativos os contratos onerosos em que há equivalência,


aproximada ou exata, entre as prestações de ambos os contratantes [20]. Nesse caso, “as
prestações de ambas as partes são de antemão conhecidas e guardam entre si uma
relativa equivalência de valores” [21].

A importância da distinção dos contratos entre aleatórios e comutativos encontra-se na


possibilidade de aplicação do instituto da lesão[22] e da propositura de ação
redibitória[23], permitidos apenas nos contratos comutativos.

Mais do que isso, no âmbito securitário, a distinção é ainda mais relevante, a permitir
que se determine, com precisão, “quais são as prestações das partes, e, em especial se
há uma prestação devida pelo segurador independentemente da verificação de risco ou
não” [24].

Tradicionalmente, a doutrina brasileira não hesitava em classificar o contrato de seguro,


regido pelo Código Civil de 1916, como sendo aleatório. Nesse sentido, Washington de
Barros afirma que o contrato de seguro “é também aleatório, porque o ganho ou a
perda das partes está na dependência de circunstâncias futuras e incertas, previstas no
contrato e que constituem o risco” [25]. A posição é acompanhada por outros autores,
como, por exemplo, Pontos de Miranda [26], Caio Mário da Silva Pereira [27], Pedro
Alvim [28], entre outros.

O caráter aleatório do contrato de seguro associa-se diretamente com a ideia de que a


prestação essencial devida pelo segurador é a de pagar a eventual indenização
decorrente da ocorrência do sinistro. Esse era, justamente, o que preconizava o artigo
1.432, do Código Civil de 1.916, segundo o qual o contrato de seguro é “aquele pelo
qual uma das partes se obriga para com a outra, mediante a paga de um prêmio, a
indenizá-la do prejuízo resultante de riscos futuros, previstos no contrato”.

Com a promulgação do vigente Código Civil, contudo, o caráter comutativo dos


contratos de seguro acentuou-se, passando a ser defendida em maior coro pela mais
moderna doutrina [29]. Isso porque, com a redação conferida pelo artigo 757, do
Código Civil, o contrato de seguro foi alterando, deixando de ter seu eixo na figura do
risco, tendo sido introduzido o elemento garantia como sendo a prestação devida pelo
segurador.

Em sua dissertação de mestrado, Luiz Augusto Roux Azevedo, ensina, com


brilhantismo, que a “a comutatividade no contrato de seguro parte da observação da
sua base técnica, retirando-lhe por completo a álea. De fato, se o contrato de seguro,
isoladamente considerado, poderia levar à concepção de que uma parte pode ‘ganhar’
ou ‘perder’ sobre a outra, caso ocorra ou não o sinistro (que é um evento futuro e, no
caso de danos, incerto), a consideração a respeito da massa de operações de contrato
de seguro, devidamente tratada por métodos estatísticos e autariais, permite que o
segurador retire por completo o caráter aleatório do contrato” [30].

Em conclusão, afirma ainda que “não somente por essa razão mas também pelo fato de
que desde o momento da sua conclusão, o segurador presta uma garantia ao interesse
legítimo do segurado, entende-se que o contrato de seguro não é um contrato aleatório,
mas um contrato verdadeiramente comutativo, em que a prestação das partes
independe de qualquer evento futuro ou incerto” [31].

No mesmo sentido, destaca-se o posicionamento de Ian de Oliveira Silva, para quem “a


prestação do segurador, representada pela garantia dos interesses do segurado, é
prevista no contrato de seguro de maneira inequívoca” [32].

Para Fábio Ilhoa Coelho, “com a entrada em vigor do Código Civil de 2002, altera-se
substancialmente o tratamento da matéria no direito brasileiro. Não há mais elementos
para sustentar a natureza aleatória do contrato de seguro, entre nós. Isto porque a lei
não define mais a obrigação de a seguradora pagar ao segurado (ou a terceiro
beneficiário) uma determinada prestação, caso venha a ocorrer evento danoso futuro e
incerto. Esse pagamento é, na verdade, um dos aspectos da obrigação que a
seguradora contrai ao contratar o seguro: a de garantir o segurado contra riscos”
[33].

A comutação no contrato de seguro se dá, portanto, entre o prêmio pago pelo segurado e
a garantia prestada pelo segurador. Isso porque, ao receber a garantia de seu interesse
segurável, o segurado obtém uma vantagem, a qual jamais receberia fosse o contrato de
seguro inexistente.

“Ao obter garantia do interesse para a hipótese de realização do risco predeterminado


(sinistro), o segurado obtém uma vantagem ou atribuição patrimonial sem a qual
permaneceria em estado potencial de dano” [34].

Destarte, entendemos que os contratos de seguro são comutativos, uma vez que no
momento da celebração da avença as partes estabelecem as obrigações rigorosamente.
Com o advento do atual Código Civil, não há como se negar que, no contrato de seguro,
a prestação está, por força de lei, avençada: enquanto ao segurado tem a obrigação deve
pagar o prêmio, o segurador se obriga a garantir o legítimo interesse daquele.

Por essas razões, e a despeito da ainda existente divergência doutrinária, fomos levados
a classificar os contratos de seguro como sendo comutativos.

2.5 Contrato Consensual

Os contratos podem ser categorizados como consensuais e formais [35]. Os consensuais


são aqueles que, para produzir efeitos, não há necessidade de qualquer espécie de
formalidade, bastando a manifestação de vontade das partes. Para que os contratos
consensuais adquiram validade no âmbito jurídico só necessidade de manifestação de
vontade no sentido de firmar um vínculo contratual criador de direitos e obrigações.

Segundo Washington de Barros Monteiro, os contratos consensuais “independem de


forma especial, bastando o consentimento para sua formação (quolibet modo
msnifestum)”[36]. Diferenciam-se, dessa forma, dos chamados contratos formais,
também denominados solenes, os quais “em que a forma não é livre, dependendo de
forma especial” [37].

A respeito desse tema, a doutrina é dividida em duas correntes diferentes: a primeira


que destaca o caráter consensual do contrato de seguro, sendo a forma escrita exigida
apenas ad probationem; ao passo que a segunda considera o contrato de seguro como
sendo solene.

De acordo com a corrente formalista, sem a existência do instrumento escrito – isto é, a


apólice ou o bilhete – não há contato, de tal sorte que a assinatura do proponente à
proposta de seguro ou o pagamento da primeira parcela do prêmio não seriam
suficientes para que o contrato de seguro seja caracterizado como perfeito e acabado
[38].

O mestre Orlando Gomes, defendendo a natureza consensual do contrato, pondera que


“o contrato de seguro não obriga antes de reduzido a escrito, mas não se inclui entre
os contratos solenes. Embora a lei esteja redigido em termos que fazem presumir a
vinculação de sua eficácia à forma escrita, em verdade esta não é da substância do
contrato, senão como forma ad probationem tantum. A remessa do instrumento do
contrato ao segurado também não deve ser equiparada à entrega de uma coisa para o
efeito de considerá-lo contrato real. A despeito de tais disposições legais, o seguro é
reputado contrato simplesmente consensual” [39].

Conforme ensinamentos de Celso Marcelo de Oliveira, o contrato de seguro “é


consensual, a despeito de ser obrigatória a sua forma escrita” [40]. No mesmo sentido,
destaca-se o posicionamento de Ian de Oliveira Silva, para quem “os contratos de
seguro são consensuais, haja vista o fato de que para sua formação, basta o acordo de
vontades entre o segurador e o segurado” [41].

No artigo 1.433 do antigo Código Civil, o contrato de seguro era considerado “perfeito
desde que o segurador remete a apólice ao segurado, ou faz nos livros o lançamento
usual de operação”, sendo assim, já havia reconhecimento de tratar-se de contrato
meramente consensual e que, inclusive, admitia aceitação tácita.

No tocante ao ordenamento jurídico contemporâneo, o artigo 758 do Código Civil


estipula que “o contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do
seguro, e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo
prêmio”.

O novo texto legal reforça o caráter consensual do contrato de seguro, uma vez que trata
apólice e o bilhete como documentos destinados à faceta probatória do contrato, e não
destinados à substância do negócio. Com efeito, “conjuga-se a regra (art. 758) com o
disposto no art. 107, pelo qual a validade da declaração só depende de ‘forma especial
qual a lei expressamente exigir’” [42].

Por esse motivo, e tendo em vista a divergência acerca na natureza consensual ou


formal do contrato de seguro, alinhamo-nos a corrente majoritária, classificando-o como
consensual, no sentido de que o documento escrito não constitui elemento essencial para
a existência do contrato, mas, tão somente, elemento comprobatório.
2.6 Contrato de Adesão

Na figura usual dos contratos, as partes abordam ampla e livremente suas cláusulas,
podendo acatá-las ou não. Todavia, existe em nosso ordenamento a figura dos contratos
de adesão, em que não há tamanha liberdade negocial, dado o predomínio de um dos
contratantes, o qual determina ao outro sua vontade, seja no todo, seja no que se refere
aos elementos essenciais do contrato.

Os contratos de adesão resultam da massificação das relações sociais e da


imprescindibilidade de padronização do atendimento dado a determinadas situações,
como, por exemplo, mas não limitado a, as relações de consumo.

A respeito dos contratos de adesão, Washington de Barros Monteiro afirma que “há,
neles, uma espécie de contrato – regulamento, previamente redigido por uma das
partes, e que a outra aceita, ou não: trata-se de um clichê contratual, segundo as
normas de rigorosa estandardização, elaborado em série; se a outra parte se submete,
vem a aceitar-lhe as disposições, não pode mais tarde fugir ao respectivo
cumprimento” [43].

Em rica descrição, Cláudia Lima Marques, Antônio Hermam V. Benajamin e Bruno


Miragem afirmam que:

“O contrato de adesão é aquele cujas cláusulas são preestabelecidas unilateralmente


pelo parceiro contratual economicamente mais forte (fornecedor), ne varietur, isto é,
sem que o outro parceiro (consumidor) possa discutir ou modificar substancialmente o
conteúdo do contrato escrito. O contrato de adesão é oferecido ao público em um
modelo uniforme, geralmente impresso, faltando apenas preencher os dados referentes
à identificação do consumidor-contratante, objeto e preço. Assim, aqueles que, como
consumidores, desejarem contratar com a empresa para adquirirem produtos ou
serviços já receberão pronta e regulamentada a relação contratual e não poderão
efetivamente discutir, nem negociar singularmente os termos e condições mais
importantes do contrato” [44].

Tradicionalmente o contrato de seguro é classificado pela doutrina como sendo de


adesão, devido ao fato de possuir cláusulas predispostas e condições gerais impostas a
todos os segurados, quer sejam eles consumidores pessoas físicas ou grandes empresas.
A predisposição unilateral do contrato de adesão do seguro é decorrência direta da
“técnica negocial que exige a adesão em bloco, ou seja, o contrato se estabelece
individualmente, mas sobre condições gerais” [45].

Tamanha a padronização dos contratos de seguro como forma de garantir a cobertura


unitária de riscos equivalentes, a permitir, com isso, a aplicação da boa técnica
securitária, que Ernesto Tzirulnik estabelece que “todos os contratos de seguro são
contratos de adesão, independentemente do fato de se considerar o segurado como
consumidor ou não” [46].

Ernesto Tzirulnik completa dizendo que “a própria natureza da atividade seguradora


que impõe a utilização de textos contratuais uniformes. Somente assim é factível a
dispersão dos riscos individuais no conjunto ou comunidade, condição sine qua non
para a existência de um verdadeiro contrato de seguro. Um contrato assim, não pode
ser substancialmente diferente do outro” [47].

Marcelo de Oliveira Belucci afirma “no momento de celebração, apenas caberá ao


segurado aderir ao que lhe é proposto. Tal situação não se deve apenas ao fato de o
segurador, muitas vezes, ser economicamente superior ao segurado, podendo assim
impor sua vontade, mas sim, e de forma preponderantemente, por ser essa a única
maneira de transformá-lo numa operação de preservação de riscos. Elementos como
mutualidade e os cálculos de probabilidades (fundamentais ao seguro) são necessários
para definir o prêmio, a indenização e os riscos a serem cobertos e não permitirem que
com cada segurado seja celebrado um contrato distinto” [48].

Para Ian de Oliveira Silva, “os contratos de seguro, pela orquestração da rotina
securitária nacional, estão sendo elencados como contratos de adesão, sendo certo que
as suas condições gerais, de longa data, são previamente aprovadas pela
Superintendência de Seguros Privados – SUSEP” [49].

Maria Helena Diniz, elucidando o caráter adesivo do contrato de seguro, afirma que
“para atenuar os excessos, protegendo os mais fracos, o Estado passou a controlar,
exigindo padronização. Assim, sendo, as operações de seguro passaram a ser
reguladas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), que estipula índices e
condições técnicas sobre tarifas e fica as características gerais do contrato de seguro”
[50].

Entretanto, a característica adesiva dos contratos de seguro não impede a elaboração de


outras cláusulas e/ou a negociação de alguns pontos específicos do contrato. Embora
plenamente possível, a inserção de novas cláusulas não acaba por modificar
substancialmente o contrato de seguro. Nesse sentido, destaca-se a lição de Cláudia
Lima Marques, Antônio Hermam V. Benajamin e Bruno Miragem, para quem a
“inserção de cláusula de formulário, por exemplo, sobre o preço, condições, data da
entrega e outras, não desconfigura a natureza de adesão do contrato” [51].

É por esse motivo que, embora o classifique como sendo de adesão, Ernesto Tzirulnik
ressalva que:

“Há mais de trinta anos advogando para seguradores, resseguradores e seguradores,


assim como corretores de seguro e resseguro, nunca vi um segurado ‘modificar
substancialmente’ o clausulado nos contratos de seguro. Se isso é fato incontestável
para os seguros massificados de pequeno interesses, é também para os chamados
seguros de grande riscos. Muitas vezes nem as próprias seguradoras conseguem atuar
como predisponentes do conteúdo substancial das apólices de seguros vultuosos, as
quais são compostas segundo os padrões ditados pelos resseguradores internacionais.
Os segurados, ainda que gigantes, não escrevem, por exemplo, as conhecidas
‘condições Munich Re’” [52].

Sendo assim, é evidente que com a massificação das relações sociais, o contrato de
seguro propagou-se (não apenas no que se refere aos interesses protegidos, mas também
ao número de segurados), passando a conter cláusulas e condições preestabelecidas que
permitem um tratamento unitário a todos os segurados (sejam eles consumidores ou
não), de tal forma a impedir que riscos equivalentes sejam tratados de formas distintas
em contratos.

Tendo em vista o acima exposto, conclui-se que as operações de seguros possuem


diversas características próprias, diferenciando-se dos demais institutos. Trata-se de
contrato (i) sinalagmático, que prescreve direitos e obrigações tanto para o segurado,
quanto para o segurador; (ii) oneroso, por excelência, sendo a cobertura do interesse
securitário dependente do pagamento, em dia, do prêmio pelo segurado; (iii)
comutativo, sendo a prestação do segurador, representada pela garantia dos interesses
do segurado;(iv) de adesão, mesmo quando negociado com pessoas jurídicas de grande
porte, revestido de elementos de mutualidade, transindividualidade e probabilidade, e
que, com efeito, possui cláusulas estanques que permitem que riscos idênticos recebam
o mesmo tratamento contratual; e, por fim, (iv) consensual, sendo perfeito e acabado
com o acordo de vontade das partes.

[1] Como bem nos ensina Pedro Alvim, “quando um risco ameaça a coletividade, há
um movimento quase instintivo de aproximação dos indivíduos que procuram
mutuamente o amparo de que necessitam” (ALVIM, Pedro. O Contrato de Seguro.
Rio de Janeiro: Editora Forense, 2007, p. 12).

[2] AZEVEDO, Luis Augusto Roux. A comutatividade do contrato de seguro. 2010.


Dissertação para Mestrado – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. São
Paulo, 2010, p. 1.

[3] Em: http://www.irbbrasilre.com/blog/2013/01/a-participacao-do-setor-de-seguros-


no-pib-esta-proximoa57/

[4] “Apesar de estes números estarem acima da média na região latino-americana (por
volta de 2,5%), eles ainda representam um número muito abaixo do percentual
encontrado em países economicamente mais desenvolvidos. De fato, considerando a
mesma fonte, encontram-se os números de 8,9% para os Estados Unidos da América,
10,3% para a França, 6,6% para a Alemanha e incríveis 15,7% para a Inglaterra”.
(AZEVEDO, Luis Augusto Roux. A comutatividade do contrato de seguro. 2010.
Dissertação para Mestrado – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. São
Paulo, 2010, p. 1).

[5] Artigo7577, doCódigo Civill.

[6] MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. São Paulo: Editora
Saraiva, 2009, v. 5, pp.48/49.

[7] SILVA, Ivan de Oliveira. Curso de direito do seguro. São Paulo: Editora Saraiva,
2008, p. 57.

[8] MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. São Paulo: Editora
Saraiva, 2009, v. 5, p. 44.
[9] “O contrato de seguro é, pois, contrato bilateral, porque gera entre os contratantes
obrigações recíprocas de obrigações” (MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de
Direito Civil. São Paulo: Editora Saraiva, 2009, v. 5, p. 384).

[10] OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Teoria Geral dos Contratos de Seguros.
Campinas: Editora LZN, 2005, p. 30.

[11] AZEVEDO, Luis Augusto Roux. A comutatividade do contrato de seguro. 2010.


Dissertação para Mestrado – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. São
Paulo, 2010, p. 24.

[12] Idem, p. 24.

[13] BELLUCI, Marcelo de Oliveira. Da aplicação do Código de Defesa do


Consumidor aos Contratos de Seguro e a Quebra do Equilíbrio Econômico-
Financeiro. 2010. Dissertação para Mestrado – Faculdade de Direito da Universidade
de São Paulo. São Paulo, 2010, pp. 38/39.

[14] Washington de Barros esclarece que não procede a assertiva feita por parte da
doutrina, no sentido de que todos os contratos a título oneroso são bilaterais, enquanto
todos os contratos a título gratuito ou benéficos seriam unilaterais. Para aquele mestre, a
distinção entre contratos unilaterais e bilaterais em nada se confunde com aquela
realizada entre o caráter unilateral ou oneroso dos contratos: “(...) um contrato pode ser
ao mesmo tempo unilateral e a título oneroso. É o que acontece com o mútuo sujeito ao
pagamento de juros, contrato em que ao lado da obrigação de restituir a soma
mutuada, característica da relação jurídica e privativa do mutuário (contrato
unilateral), alinha-se a de satisfazer os juros, também inerente ao mesmo contratante
(contrato a título oneroso)” MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito
Civil. São Paulo: Editora Saraiva, 2009, v. 5, p. 48.

[15] SILVA, Ivan de Oliveira. Curso de direito do seguro. São Paulo: Editora Saraiva,
2008, p. 80.

[16] AZEVEDO, Luis Augusto Roux. A comutatividade do contrato de seguro. 2010.


Dissertação para Mestrado – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. São
Paulo, 2010, p. 26.

[17] BELLUCI, Marcelo de Oliveira. Da aplicação do Código de Defesa do


Consumidor aos Contratos de Seguro e a Quebra do Equilíbrio Econômico-
Financeiro. 2010. Dissertação para Mestrado – Faculdade de Direito da Universidade
de São Paulo. São Paulo, 2010, p. 39.

[18] OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Teoria Geral dos Contratos de Seguros.
Campinas: Editora LZN, 2005, p. 32.

[19] PEREIRA, Caio Mário da Silva, Instituições de Direito Civil. Rio de Janeiro:
Forense, 2003, v. 3, p.68.

[20] BEVILACQUA, Clóvis. Direito das Obrigações. Campinas: Red Livros, 2000, p.
256.
[21] PEREIRA, Caio Mário da Silva, Instituições de Direito Civil. Rio de Janeiro:
Forense, 2003, v. 3, p.68.

[22] Tendo em vista que nossoCódigo Civill adotou o instituto da lesão – isto é, a
injusta exploração econômica, jurídica ou moral de um dos contratantes, em virtude da
qual este vem a receber contraprestação desproporcional à que efetuara -, “os contratos
comutativos podem rescindir-se, desde que a lesão seja enorme, enquanto nos
contratos aleatórios, não há possibilidade de ser considerada lesada uma das partes”
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. São Paulo: Editora
Saraiva, 2009, v. 5, p. 87).

[23] “O interesse da distinção com os contratos comutativos, porquanto, como já


vimos, os vícios redibitórios refere-sem exclusivamente aos contratos comutativos (art.
441 do Código Civil de 2002)” (idem, p. 87)

[24] AZEVEDO, Luis Augusto Roux. A comutatividade do contrato de seguro. 2010.


Dissertação para Mestrado – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. São
Paulo, 2010, p. 29.

[25] MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. São Paulo: Editora
Saraiva, 2009, v. 5, p. 384.

[26] MIRANDA, Pontes de. Tratado de Direito Privado. Campinas: Editora


Bookseller, 200, tomo 45, p. 411.

[27] PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de Direito Civil. Rio de Janeiro:
Forense, 2003, v. 3, p. 453.

[28] ALVIM, Pedro. O Contrato de Seguro. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1999,
pp.123 e seguintes.

[29] Há, contudo, autores que, mesmo após a promulgação doatual Código Civill ainda
conceituam o contrato de seguro como sendo aleatório. Nesse sentido, pode-se citar
Celso Marcelo de Oliveira, para quem “Como o contrato de seguro é realizado em
decorrência do risco, caso o sinistro venha a não se concretizar a contraprestação do
segurador não se realizará, enquanto que a prestação do segurado é certa e realizada
através do pagamento do prêmio. Desta característica decorre o caráter aleatório do
seguro. O elemento aleatório consiste justamente na incerteza referente ao pagamento
da indenização, que depende da existência de prejuízo em virtude da ocorrência do
sinistro no período de vigência do contrato” (OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Teoria
Geral dos Contratos de Seguros. Campinas: Editora LZN, 2005, pp. 33-34).

[30] AZEVEDO, Luis Augusto Roux. A comutatividade do contrato de seguro. 2010.


Dissertação para Mestrado – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. São
Paulo, 2010, p. 41.

[31] Idem, p. 41.

[32] SILVA, Ivan de Oliveira. Curso de direito do seguro. São Paulo: Editora Saraiva,
2008, p. 82.
[33] COELHO, Fabio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. São Paulo: Editora
Saraiva, 2005, p. 487-488.

[34] TZIRULNIK, Ernesto; CAVALCANTI, Flávio de Queiroz B.; PIMENTEL,


Ayrton. O contrato de seguro de acordo com o novo Código Civil Brasileiro. São
Paulo: Editora Revistas dos Tribunais, 2003, p. 30.

[35] Em nosso atual ordenamento jurídico, consagrou-se o princípio do consensualismo.


Nesse sentido, para o aperfeiçoamento e a consequente validade do contrato, salvo
disposição legal em sentido contrário, é suficiente o acordo de vontades de modo
consensual, de modo que a forma independerá de ritos e fórmulas sacramentais para a
produção de efeitos. Assim, é de se pontuar que atualmente o formalismo é, entre nós,
exceção e somente será observado quando a lei o exigir. Essa é a estipulação do artigo
107 do Código Civil: “A validade da declaração de vontade não dependerá de forma
especial, senão quando a lei expressamente a exigir”.

[36] MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. São Paulo: Editora
Saraiva, 2009, v. 5, p. 48.

[37] Idem, p. 48

[38] Sobre o tema, Celso Marcelo de Oliveira afirma que “os defensores da natureza
formal [do contrato de seguro], como Clóvis Beviláquia (1973, p. 564), Silvio Rodrigues
(1995, p. 303), Maria Helena Diniz (1996, p. 375), Caio Mario da Silva Pereira (1995,
p. 303), Carlos Alberto Bittar (1996, p. 154) argumentam (...) que o instrumento escrito
é exigido como elemento substancial do contrato, uma vez que o contrato de seguro só
obriga as partes depois de reduzido a escrito e considera-se perfeito desde que o
segurador remeta a apólice ao segurador ou faz nos livros o lançamento usual da
operação” (OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Teoria Geral dos Contratos de Seguros.
Campinas: Editora LZN, 2005, p. 35).

[39] GOMES, Orlando. Contratos. Rio de Janeiro: Editora Forense, 9ª edição, 1983.

[40] OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Teoria Geral dos Contratos de Seguros.
Campinas: Editora LZN, 2005, p. 34.

[41] SILVA, Ivan de Oliveira. Curso de direito do seguro. São Paulo: Editora Saraiva,
2008, p. 84.

[42] TZIRULNIK, Ernesto; CAVALCANTI, Flávio de Queiroz B.; PIMENTEL,


Ayrton. O contrato de seguro de acordo com o novo Código Civil Brasileiro. São
Paulo: Editora Revistas dos Tribunais, 2003, p. 42.

[43] MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. São Paulo: Editora
Saraiva. 2009, v. 5, p. 50.

[44] MARQUES, Claudia Lima; BENJAMIM, Antônio Herman V.; MIRAGEM,


Bruno. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. São Paulo: Revistas dos
Tribunais. 2006, p. 800.
[45] BELLUCI, Marcelo de Oliveira. Da aplicação do Código de Defesa do
Consumidor aos Contratos de Seguro e a Quebra do Equilíbrio Econômico-
Financeiro. 2010. Dissertação para Mestrado – Faculdade de Direito da Universidade
de São Paulo. São Paulo, 2010, p. 43.

[46] TZIRULNIK, Ernesto. Contrato de seguro: arbitragem é instrumento e não


função. São Paulo, p. 4.

[47] TZIRULNIK, Ernesto. Contrato de seguro: arbitragem é instrumento e não


função. São Paulo, p. 3.

[48] BELLUCI, Marcelo de Oliveira. Da aplicação do Código de Defesa do


Consumidor aos Contratos de Seguro e a Quebra do Equilíbrio Econômico-
Financeiro. 2010. Dissertação para Mestrado – Faculdade de Direito da Universidade
de São Paulo. São Paulo, 2010, pp. 42-43.

[49] SILVA, Ivan de Oliveira. Curso de direito do seguro. São Paulo: Editora Saraiva,
2008, p. 85.

[50] DINIZ, Maria Helena. Tratado Teórico e Prático Dos Contratos. São Paulo:
Editora Saraiva, p; 321.

[51] MARQUES, Claudia Lima; BENJAMIM, Antônio Herman V.; MIRAGEM,


Bruno. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. São Paulo: Revistas dos
Tribunais. 2006, p. 800.

[52] TZIRULNIK, Ernesto. Contrato de seguro: arbitragem é instrumento e não


função. São Paulo, p. 4.

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