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BENEFICIAMENTO DO LEITE
Para executar as melhores práticas de nutrição para o gado de leite, é preciso, antes,
saber a importância do manejo nutricional do rebanho e quais os fatores afetam o
desempenho das dietas. Este material traz informações importantes a respeito desse tema.
1.1.4.1.Defina o objetivo
Sem planejamento não se sai do lugar. Tenha suas metas de produção bem
estabelecidas para, então, buscar as melhores estratégias nutricionais e garantir a boa
produtividade do seu rebanho.
1.1.4.2.Faça o manejo das pastagens
O pasto é o principal alimento dos bovinos e manejar adequadamente significa
produzir esse alimento em grande quantidade ao mesmo tempo em que se procura extrair o
máximo do potencial nutritivo da forrageira. O potencial da planta está diretamente
relacionado à fertilidade do solo.
1.1.4.3.Tenha um bom manejo animal
É preciso garantir o bem-estar dos bovinos, uma vez que caso estejam fora da sua zona
de conforto, a sua produtividade cai. Animal que está estressado ou com a saúde debilitada
não se alimenta direito, o que compromete a sua produção.
1.1.4.4.Invista em suplementação
Dado que as pastagens deixam a desejar em nutrientes, invista na complementação
alimentar. A fórmula deve ser balanceada de acordo com as particularidades do seu rebanho e
deve ser de qualidade. Ao fornecer o alimento para os animais, é importante que ele esteja
bem homogêneo, evitando que o gado escolha o grão.
1.1.4.5.Garanta água de qualidade
A água deve ser cristalina e o bebedouro deve ser constantemente higienizado. Caso a
água seja de má qualidade, o gado diminui o consumo e tem a digestibilidade do volumoso
prejudicada.
1.1.4.6.Forneça comedouro adequado
O ideal é que o cocho atenda todos animais do lote, variando conforme o tipo de
suplemento fornecido. Um cocho muito pequeno provoca competitividade e má distribuição
do alimento.
1.1.4.7.Conheça o fornecedor
É fundamental que se conheça o fornecedor dos insumos, visto que a qualidade dos
grãos está ligada às condições de plantio, colheita e armazenamento. Apenas minerais de
excelente procedência são livres de contaminações e não prejudicam os animais. Verifique a
procedência do fornecedor e, após, confie nas recomendações do especialista.
Como você pode perceber, a nutrição do gado deve ser um dos grandes focos na
cadeia produtiva. Após a execução das estratégias, é fundamental fazer o balanço da produção
para, então, alterar as táticas ou prosseguir com elas. Assim, se garante uma produção de
alimentos seguros e com as qualidades que atendam aos interesses do mercado.
1.1.5. Produção e Reprodução Bovina: o que você precisa saber para ter sucesso na
área?
Não é novidade que a área da reprodução bovina está ganhando cada vez mais espaço
na economia. Isso porque, hoje, o Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo.
Inegavelmente, boa parte do PIB do país está atrelado à produção de carne e leite. Diante
desse cenário, a procura por profissionais que dominem técnicas de produção e reprodução
bovina é grande. Afinal, os pecuaristas buscam pela maior eficiência e excelentes resultados.
Nesse sentido, não basta apenas querer. É preciso que o médico veterinário esteja de
fato preparado para entender a cadeia produtiva da bovinocultura brasileira. Assim, poderá
estabelecer as biotécnicas reprodutivas mais eficientes.
Para entender um pouco mais sobre os aspectos e técnicas fundamentais para atuar na
produção e reprodução bovina, leia este artigo até o final! Aqui vamos abordar as seguintes
questões:
1.1.6. O trabalho com produção e reprodução bovina
Biotécnicas Reprodutivas: Palpação Retal, Inseminação Artificial, Inseminação
Artificial em Tempo Fixo, Aspiração Folicular, Transferência de Embriões, Diagnóstico
Gestacional precoce, sexagem fetal.
Um dos principais desafios do médico veterinário que trabalha com a bovinocultura é
aumentar a eficiência reprodutiva. Ou seja, produzir mais bezerros, diminuir o tempo de
desmame e atingir o peso para o abate mais cedo. Assim como na bovinocultura de leite, o
objetivo é aumentar a quantidade de litros produzidos por vaca ao ano.
Para tanto, é preciso compreender a relação existente entre a nutrição animal,
sanidade, seleção genética e aplicação das técnicas reprodutivas. Tudo isso para obter o nível
máximo de aproveitamento genético do rebanho. E, para isso, é preciso um bom planejamento
e a correta execução das biotécnicas reprodutivas.
1.1.6.1.Biotecnologias reprodutivas
Alcançar a eficiência reprodutiva é fundamental para ter um bom desempenho na
reprodução e produção bovina. Tanto de corte como de leite. No entanto, antes de decidir qual
o momento ideal para submeter uma vaca ao processo reprodutivo, é ideal conhecer a fundo
todas as biotécnicas e identificar qual é a mais indicada em cada caso. A seguir, confira as
principais ações de manejo reprodutivo.
Todas essas etapas são extremamente delicadas e exigem precisão. Por isso, o médico
veterinário precisa estar devidamente treinado para realizar tais passos.
1.1.6.1.3. Inseminação artificial em Tempo Fixo (IATF)
A Inseminação Artificial em Tempo Fixo tem como objetivo inseminar um grande
número de animais em um único período sem que haja a observação do ciclo estral (ponto
fraco da inseminação artificial tradicional).
A ideia é sincronizar os períodos férteis das fêmeas bovinas para um mesmo período
do ano. Desse modo, a ideia é reduzir o tempo entre os partos e concentrar em uma única
época do ano. Para a IATF ter bons resultados, é importante inseminar o maior número de
animais em horários com uma boa taxa de concepção, como no início da manhã ou da noite.
Com este método há uma diminuição do tempo ocioso da vaca na fazenda e ela passa a
produzir um bezerro por ano.
Para que haja essa sincronização dos cios, o médico veterinário utiliza hormônios e
fármacos que não prejudicam a saúde do rebanho, uma vez que são semelhantes à substâncias
produzidas pelo próprio animal ao longo do ciclo reprodutivo.
Assim, para alcançar bons resultados com essa biotécnica é necessário seguir alguns
protocolos, que são:
Administrar significa planejar e controlar as operações com base em uma visão geral
do negócio — nesse caso, a fazenda. É um conceito mais amplo do que o de gestão agrícola,
que envolve um nível de detalhamento maior das operações. O administrador, com foco no
agronegócio, tem por objetivo aumentar a produtividade e a rentabilidade da lavoura.
Assim, não importa o tamanho da empresa ou a cultura trabalhada: o produtor rural
precisa lançar mão dos princípios da administração para alcançar o melhor resultado
econômico possível. Seus conhecimentos devem ir além da porteira, uma vez que a
disponibilidade e o preço de produtos, insumos e mão de obra entram na balança para a
tomada de decisões.
Esse conceito surgiu no século 20, em universidades de ciências agrárias inglesas e
americanas. O objetivo era avaliar o grau de viabilidade econômica das práticas agrícolas.
Então, a gestão se apoderava dos conceitos da administração para aplicá-los à área de
produção agrícola, com o objetivo de manter o controle das operações.
Dessa forma, podemos afirmar que a administração rural é um braço da administração
e estuda os processos de decisão e ações administrativas de empresas ligadas ao agronegócio.
Suas práticas tendem a aliar resultados financeiros à produtividade da lavoura, trabalhando
com o mínimo de recursos materiais, humanos, financeiros e mercadológicos.
A administração rural cumpre quatro papéis principais:
a) Planejar;
b) Controlar;
c) Decidir;
d) Monitorar ou controlar os resultados.
Para ser bem-sucedido, o administrador precisa absorver as principais variáveis que
interferem em suas decisões, entre elas:
Clima da região;
a) Mercado consumidor dos itens produzidos na fazenda;
b) Características dos produtos;
c) Disponibilidade de área para plantio;
d) Qualificação e disponibilidade da sua mão de obra;
e) Disponibilidade da tecnologia.
Com base nesse conhecimento, o administrador terá condições de saber o que, quanto,
como e quando produzir para obter a melhor rentabilidade possível.
O administrador rural atua dentro do agronegócio, que é a maior indústria do Brasil e
engloba toda a cadeia produtiva de produtos oriundos da agricultura e da pecuária. Acolhe
empresas do campo, fornecedores de insumos agrícolas, maquinários, empresas comerciais e
o consumidor final.
A entrada da administração rural aqui se deu com o surgimento do agronegócio no
Brasil, por volta dos anos 80, quando se utilizava a expressão Complexo Agroindustrial. A
empresa rural passou a se desenvolver com a integração da empresa rural com outros
elementos do ciclo produtivo, como fornecedores, cooperativas e toda a cadeia até chegar ao
consumidor.
Dessa forma, o administrador rural precisou entender todos os setores que compõem o
agronegócio, hoje dividido em três partes.
a) Antes da porteira: indústria de fornecedores de insumos e serviços, como
maquinário, fertilizantes e defensivos.
b) Dentro da porteira: atividades dentro da unidade produtiva, que é a própria produção,
como manejo de solo, irrigação e colheita.
c) Depois da porteira: operações de armazenamento, beneficiamento, distribuição etc.
O setor brasileiro de lácteos vem passando por várias alterações desde a década de
1990, isso se deve principalmente à desregulamentação do mercado ocorrida a partir deste
período. Após o fim da intervenção estatal, em 1972, observou-se maior competitividade
entre as empresas captadoras que atuavam no setor, induzindo os produtores a buscar a
profissionalização na produção de leite (TESSARO, TORRES e BULHÕES, 2008). Outro
aspecto no processo de diversificação dos produtos derivados de leite foi a demanda das
multinacionais que já atuavam no mercado, resultando em um necessário aumento na
produção, já que as empresas necessitavam de mais matéria prima à produção dos derivados.
Com isso, os produtores começaram a ofertar mais leite in natura, já que a demanda estava
aquecida (MENDES, PEREIRA e TEIXEIRA, 2011).
Em meio a este ambiente favorável, cada região do Brasil desenvolveu a atividade
leiteira de forma diferente, umas com mais intensidade tecnológica e outras como sendo
apenas uma atividade para subsistência. Ressalta-se que, em todas as regiões, a cadeia
encontra-se estruturada, com produção, industrialização e comercialização, gerando renda e
distribuindo alimentos oriundos da pecuária leiteira (GOMES, 1995). Cenário que pode ser
visto na evolução da produção de leite cru (ou in natura) e adquirido pelas empresas
beneficiadoras nas diferentes regiões brasileiras entre 1998 e 2014, conforme figura abaixo.
Os quantitativos apresentados traduzem apenas a produção formal de leite, sem contar com o
que é produzido e comercializado pelos próprios produtores, sem passar por nenhum processo
de beneficiamento.
Na figura, acima, a quantidade de leite cru refrigerado produzido e comercializado
pelos produtores nas macrorregiões brasileiras (em 1.000 litros).
―Entende-se por
leite, sem outra
especificação, o produto
oriundo da ordenha
completa e ininterrupta, em
condições de higiene, de
vacas sadias, bem
alimentadas e descansadas.
O leite de outros animais
deve denominar-se segundo a espécie de que proceda‖. (RIISPOA, art. 475).
3.5.1. Recomendações de consumo
Alimento muito rico em nutrientes, o leite aparece em nossas refeições diárias de
várias maneiras, quer seja na forma in natura (fluido) ou em diversos produtos derivados
lácteos. Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde, as recomendações para o
consumo de leite são:
a) crianças abaixo de 9 anos: 500 mL/dia (2 copos);
b) crianças de 9 a 12 anos: 750 mL/dia (3 copos);
c) adolescentes: 1 litro /dia (4 copos);
d) adultos: 500 mL/dia (2 copos).
Leite
Gordura (3,5%)
Minerais (0,8%).
Quando o leite chega ao laticínio, parte da gordura é retirada desse leite (para
elaboração de outros produtos) por um procedimento chamado de desnate, o que ocorre
através de um equipamento chamado de desnatadeira. Nesse processo, a gordura se separa da
parte aquosa do leite em forma de creme. Nos laticínios, esse creme é beneficiado através de
uma prática chamada de ―batedura do creme‖. Ocorrendo nela por esse procedimento a
ruptura da membrana protetora, o que permite a união dos glóbulos de gordura para formar
um dos derivados lácteos tão apreciados no nosso dia a dia – a manteiga. Legal, não? Você
aprenderá com mais detalhe a fabricação de manteiga na aula de processamento de derivados
lácteos.
Proteínas: elementos de grande valor nutricional, as proteínas são constituí- das pela
variação no agrupamento de diversos aminoácidos (20 aminoácidos ao todo). Elas exercem
diversas funções no organismo, tais como: estrutural (colágeno e queratina); transporte
(hemoglobina e lipoproteína); defesa (trombina e fibrinogênio); nutricional (ovoalbumina e
caseína). (KARINA et al, 2010).
No leite, as proteínas estão presentes em uma quantidade com pouca variação – 3.0 a
4.0%. Tais variações podem ser em consequência da raça do animal, doença, alimentação etc.
A proteína mais presente no leite de vaca (em termos quantitativos) é a caseína, com
80% de participação e, por ser insolúvel, está em suspensão na parte coloidal do leite. Os
outros 20% são formados/constituídos pelas proteínas albuminas ou lactas - albuminas (16%)
e globulinas (4%) que são solúveis em água. Por essa razão, estão presentes no soro do leite e
assim são conhecidas como as ―proteínas do soro‖.
Quem transmite ao leite a cor branca opaca que ele possui é a proteína. Para os
laticínios, esse componente também se apresenta com grande valor de utilização tecnológica,
porque é dela que se origina a formação de uma massa branca (quando coagulamos o leite)
para fabricação dos queijos. Entre outras funções importantes das proteínas para a indústria,
podemos citar: solubilidade, absorção e retenção de água e de gordura, capacidade emulsi-
ficante e estabilidade das emulsões, geleificação, melhoria nas propriedades sensoriais e na
aceitação dos produtos (MODLER, 2000; WONG et al, 1996 apud VALDEMIRO, 2005).
a) Cobertura, porque além de proteger os animais contra o sol (evitando assim estresse
térmico), em período de chuvas os problemas de contaminação aumentam devido ao
escoamento da sujidade do corpo animal para o recipiente de coleta do leite.
b) Piso resistente, antiderrapante e de material lavável.
c) Disponibilizar um local (depósito) para guardar equipamentos e utensílios em local
seguro e limpo.
d) Ser arejado, com boa iluminação e livre de barulhos.
e) Possuir abastecimento de água em quantidade e de boa qualidade, ou seja, potável
(água não tratada é veículo de contaminação microbiológica).
3.10. Queijos
3.10.1. História do queijo
O queijo é considerado uma das
formas mais antigas de conservar as
características nutricionais do leite, sua
origem é anterior à pré-história. De acordo
com a versão mais aceita pelos historiadores,
tudo aconteceu porque um comerciante árabe
após ter atravessado o deserto sentiu sede e
fome. Na ocasião, lembrou que trazia consigo leite em um cantil feito de estômago seco de
carneiro. Mas para sua surpresa, ao tentar beber esse leite, o que saiu foi só um pouco de um
líquido com características diferentes das que ele já conhecia. Ao abrir o cantil, o andarilho
descobriu que no lugar de um alimento fluido havia uma massa branca com odor e sabor
levemente acidificado que embora estranho, contribuiu para saciar sua fome e satisfazer seu
paladar.
Com base em nossos conhecimentos atuais, sabemos que essa transformação sofrida
pelo leite foi fruto do processo de coagulação causado pelo coalho existente no estômago do
animal utilizado para fazer o recipiente que transportou o alimento. Por esse motivo, acredita-
se que o processo de produção do queijo tenha sido descoberto acidentalmente.
3.10.3.1.Generalidades
O requeijão cremoso é um tipo de queijo que se originou no Brasil. Por ser de fácil
elaboração, é processado e aceito em todo o território nacional. Bem como, é conferida a esse
tipo de queijo a possibilidade de pequenas variações no seu processo para que se adaptem a
algumas características tecnológicas típicas da região ou da unidade processadora onde está
sendo fabricado. De toda forma, devem-se resguardar (independentemente da for- ma na qual
está sendo processado) as características organolépticas básicas, tais como: cor branca, textura
macia e viscosa. Outro fator importante para seu grande consumo é que esse queijo é bastante
utilizado em pratos culinários do tipo: salgados, tortas e, principalmente em pizzas.
Um dos ingredientes importantes e indispensáveis em produtos fundidos, como o
requeijão cremoso, é o sal fundente (esse ingrediente ou aditivo possui a capacidade de
transformar a massa firme em uma massa na forma de pasta sob ação do calor). A dosagem
não deve ultrapassar 30 gramas para cada 1 quilo de massa. Podendo ser adicionado
lentamente à medida que a massa vai se transformando em pasta.
Atividades:
REFERÊNCIAS
DALLARI, José Milton. Desempenho da cadeia produtiva do leite no Brasil: A visão dos
supermercados. II Congresso de Pecuária de Leite 4º. Simpósio sobre sustentabilidade de
Leite no Brasil. Foz do Iguaçu: Paraná. Dez, 2002.
DEPARTAMENTO Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - DIEESE.
Alimentos ainda pressionam o custo de vida em São Paulo. Nota à imprensa, dez. 2014.
Disponível em: <Disponível em:
http://www.dieese.org.br/analiseicv/2014/201411analiseicv.pdf >. Acesso em: jun. 2022.
» http://www.dieese.org.br/analiseicv/2014/201411analiseicv.pdf
MENDES, Marcelo Henrique Atta Figueira. Produção higiênica do leite: boas práticas
agrícolas. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-Graduação Lato Sensu em Higiene e
inspeção de produtos de origem animal). – Universidade Castelo Branco, Brasília, 2006.
RIISPOA. Portaria nº 146, de 7 de março de 1996. Diário Oficial da União, 11 mar. 1996.
SOUZA, Arabi Fernandes Carvalho de. Utilização de técnicas de análise multivariada para
identificação do perfil dos laticínios de micro e pequeno porte do Estado de Minas Gerais.
Viçosa: UFV, 2006, 107 p. Dissertação (Magister Scientiae em Ciência e Tecnologia em
alimentos).