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HISTÓRIA

Prof.ª PRISCILLA BEZERRA


ECONOMIA COLONIAL E O CICLO DO AÇÚCAR
CICLO DO AÇÚCAR
O cultivo da cana-de-açúcar deu-se pela necessidade de colonizar e
de explorar um território até então sem muita importância
econômica.
PORQUE O AÇÚCAR?
Vários foram os motivos para a escolha da cana, entre eles, a
existência, no Brasil, do solo de massapé e o fato de ser um produto
muito bem cotado no comércio europeu.
Destinado unicamente à
exportação, era capaz de
Figura: https://sfagro.uol.com.br/cana-de-acucar-processadas-novembro/
gerar valiosíssimos
lucros, transformando-se no alicerce econômico da colonização
portuguesa no Brasil entre os séculos XVI e XVII.
As primeiras mudas foram trazidas da Ilha da Madeira por Martim
Afonso de Souza.
O Nordeste, principalmente o litoral pernambucano e baiano,
sorveu a maior parte da produção açucareira da colônia.
IMPORTANTE
A grande contribuição dos engenhos, porém, foi estar em um
ponto bastante privilegiado, facilitando o escoamento da Figura://blogdoenem.com.br/sociedade-acucareira-brasil-colonial/
produção.

A ECONOMIA COLONIAL
PLANTATION – O QUADRIPÉ DA ECONOMIA COLONIAL VOLTADA PARA O
MERCADO EXTERNO

• LATIFÚNDIO
• MONOCULTURA
• TRABALHO ESCRAVO
Figura://www.historiadobrasil.net/brasil_colonial/engenho_colon
ial.htm

O ENGENHO
Nos primeiros séculos da colonização, a maior parte da população colonial concentrava-se no campo, ligados à
produção agrícola e à pecuária.
Às vezes, essas unidades produtivas tornavam-se, também, núcleo social, administrativo e cultural, como é
o caso de muitos engenhos, que eram
estabelecimentos onde se produzia o açúcar.

IMPORTANTE
O engenho era a unidade de produção onde
aconteciam todas as relações sociais, políticas,
econômicas e culturais do Brasil colonial.

Os proprietários desses estabelecimentos


ficaram conhecidos como SENHORES DE
ENGENHO. Eram pessoas cuja autoridade
ultrapassava os limites de suas terras,
estendendo-se às vilas e aos povoados
vizinhos.

Figura://cesartayar.blogspot.com/2016_03_27_archive.html

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O ENGENHO ASSEMELHAVA-SE A UM FEUDO E,
ASSIM COMO UM FEUDO, ERA DIVIDIDO EM
PARTES:
CASA GRANDE – onde moravam o senhor de
engenho e sua família, além de alguns capatazes.
Era também o centro administrativo do engenho.
SENZALA – construção rústica onde habitavam os
escravos africanos e suas famílias.
Além das moradias das famílias de senhores e de
escravos, havia construções reservadas
particularmente à produção: a CASA DO ENGENHO,
com instalações como a moeda, a fornalha, a casa
de purgar e os galpões de armazenagem. Havia,
também, a capela, local em que a comunidade se
reunia aos domingos, em dias santos, em batizados,
Figura://idiomabrasil.com/2015/11/19/cana-de-acucar-a-segunda-riqueza-do-brasil/
em casamentos e em funerais.

MÃO DE OBRA
Durante a maior parte do século XVI, os engenhos usaram como
escravos os indígenas, por meio das chamadas GUERRAS JUSTAS,
praticadas contra as etnias que não se deixavam catequizar. Mas a Igreja
e os jesuítas combatiam a escravidão indígena e, em fins do século XVI
e XVII, os indígenas foram sendo substituídos por africanos. Assim, o
negro africano é inserido na sociedade brasileira para substituir o
trabalho indígena, pela necessidade de grande quantidade de
trabalhadores para a indústria açucareira. Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o_ind%C3%ADgena_no_Brasil

POR QUE OS AFRICANOS?

Figura: ARQUIVO - OFICINA DA HISTÓRIA-2017 Figura://brasilcrioulo.blogspot.com/2010/04/palavra-escravidao-de-acordo-


com-o.html

O TRÁFICO NEGREIRO
Os portugueses foram os primeiros a realizar o comércio de escravos africanos. Isso foi possível depois dos
portugueses terem dominado muitas regiões no litoral da África; fundaram feitorias e estabeleceram alianças
com comerciantes e soberanos locais.
O tráfico negreiro unia interesses na ÁFRICA, na EUROPA e na AMÉRICA.

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Os europeus levavam produtos e mercadorias
para a costa africana, que eram trocados por
escravos, os quais eram vendidos
posteriormente para os colonos americanos.
Para toda a América, entre os séculos XVI e XIX,
calcula-se que vieram entre 10 e 20 milhões de
escravos; só o Brasil recebeu cerca de 4 milhões
de africanos.
Depois de aprisionados em seu continente, os
africanos eram acorrentados, marcados a ferro
e vendidos aos comerciantes de escravos,
estabelecidos no litoral da África, e mandados
para a América nos navios negreiros.
A viagem era longa e podia durar até 2 meses.
Devido às péssimas condições do transporte,
FONTE:www.olhardireto.com.br/conceito/noticias/exibir.asp?id=5780&noticia=navio-negreiro-fala-sobre-a-escravidao-do- calcula-se que 5% a 25% dos africanos
consumo-e-comportamento-humano
morreram durante a viagem.

A ORIGEM

BANTOS
Da África Central, geralmente de Angola e do
Congo.
Foram levados principalmente para
Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
SUDANESES
Provinham das regiões de Daomé (Benin), da
Nigéria e da Guiné, na África Ocidental; foram
levados principalmente para a Bahia.

DISTINÇÃO ENTRE OS ESCRAVOS


ESCRAVOS DE GANHO Figura://pt.slideshare.net/luiz-menezes/mercado-de-escravos-entre-a-frica-e-outros-continentes-professor-menezes
Trabalhavam nas cidades, realizando trabalhos
temporários em troca de pagamento, que era revertido parcial ou totalmente para seus proprietários.
NEGROS DE EITO
Escravos que trabalhavam nas lavouras e na mineração, eram
fiscalizados por um feitor e eram submetidos a duras rotinas de
trabalho, em média 15 horas por dia, e sofriam severas punições.
O excesso de trabalho, a má alimentação, as péssimas condições de
higiene e os castigos deterioravam rapidamente a saúde dos
escravos. A maioria morria depois de 5 a 10 anos de trabalho.
ESCRAVOS DOMÉSTICOS
Escolhidos para os afazeres domésticos,
como camareiras, cozinheiras, amas de
leite.
Figura://de.wikipedia.org/wiki/Datei:024debret.jpg
Recebiam melhor tratamento, alimento
e roupas.
Muitos outros fatores distinguiam os escravos, como o processo de adaptação
cultural. Tinha menor valor o chamado BOÇAL, recém-chegado da África, que
desconhecia a língua portuguesa e o trabalho na colônia. Valia mais o LADINO, o
escravo que entendia a língua portuguesa e já havia aprendido a rotina do
trabalho. Figura://alunosonline.uol.com.br/historia-do-
brasil/fugas-escravos-no-brasil-colonial.html

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A RESISTÊNCIA
Os escravos reagiam de várias maneiras contra a escravidão.
Fugas individuais e coletivas eram constantes. Esses escravos formavam
comunidades com organização social própria: OS QUILOMBOS ou
MOCAMBOS.
Embora a
população dos
quilombos fosse
principalmente
Figura://www.estudokids.com.br/o-que-e-um-quilombo/
de africanos,
havia entre eles
indígenas, soldados, desertores, homens livres e
comerciantes.
Palmares foi o maior quilombo, resistiu cerca de 65
anos e chegou a ter perto de 20 mil habitantes.
Foi destruído após dois anos de luta contra os
bandeirantes, liderados por DOMINGOS JORGE Figura:www.historia.uff.br/impressoesrebeldes/?revoltas_categoria=1685-quilombo-dos-palmares-pernambuco
VELHO. Seu líder, ZUMBI, foi morto em 1695.

ECONOMIA SUBSIDIÁRIA
O FUMO servia como produto de exportação para
a Europa e como moeda de troca no tráfico
negreiro.
O ALGODÃO, utilizado para confeccionar as roupas
para os escravos, somente no séc. XVII teve sua
Figura://www.nicorette.fr/comprendre-le-tabagisme/idees- importância aumentada devido à Revolução
recues/fumer-un-cigare Figura://negociosdamoda.com/2016/09/07/algodao-um-vilao-
na-industria-textil/

Industrial inglesa.
A PECUÁRIA vai promover a interiorização da colonização no
Nordeste. Servia para gerar força motriz às moendas e
abastecer de carne seca (charque) a massa de escravos negros.
A utilização de MÃO DE OBRA LIVRE E ASSALARIADA composta
por mestiços vai destoar do modelo colonial escravocrata.

Figura://destinonegocio.com/br/empreendedorismo/pecuari
a-sustentavel-e-viavel-descubra/

SOCIEDADE Figura://tokdehistoria.com.br/2011
Rigidamente estratificada, com baixíssima /12/15/a-revolta-dos-alfaiates-e-os-
livros-de-cipriano-barata/

mobilidade social.
Organizada, de cima, por senhores de engenho, traficantes de
escravos e grandes comerciantes, que submeteram seu poder à
grande massa de escravos e de homens livres.

IMPORTANTE
O senhor de engenho, como centro dessa sociedade, é
não só o proprietário de escravos, mas também o marido
machista e o pai autoritário, ou seja, o patriarca.
Figura://rededahistoriaa.blogspot.com/2014/03/sociedade-colonial-acucareira-e.html

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARRUDA, José Jobson de; PILETTI, Nelson. Toda a História: História geral e história do Brasil. 6.ed. São Paulo:
Ática, 1996.
COTRIM, Gilberto. História Global Brasil e Geral. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 1, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 2, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 3, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
WRIGHT, Edmund; LAW, Jonathan. Dicionário de História do Mundo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

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