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sobre a UNICA
memória
cana-de-açúcar
sociedade Brasil / origem da
cultura do açúcar atividade
UNICA em ação As Grandes Navegações foram movidas, em parte, por falta de áreas cultiváveis na
referência Europa onde pudessem crescer, com rendimento comercial adequado, gramíneas / corte
como a cana-de-açúcar, cujo escasso e doce produto tinha valor de ouro e pedras
preciosas no Velho Continente. / produtos
Confira as cotações
diárias dos mercados de
Os portugueses plantavam cana nas ilhas de Cabo Verde, Açores e Madeira. Mas era /
açúcar e álcool
pouco para pagar suas dívidas, por exemplo, com a Inglaterra. Conquistado o Brasil, subprodutos
a cana-de-açúcar foi trazida para a América no farnel dos grumetes - as primeiras
Petróleo - mercado / história
mudas chegaram em 1532, na expedição de Martim Afonso de Souza.
futuro - WTI
(US$/barril)
Aqui, a planta espalhou-se no solo fértil de massapê, com a ajuda do clima tropical
quente e úmido e da mão-de-obra escrava trazida da África. Era o início do primeiro
57,11 (abril) ciclo econômico brasileiro, o 'Ciclo da Cana-de-Açúcar'. A colônia enriqueceu
Portugal e polvilhou o açúcar brasileiro - assim como aquele produzido na América
Fonte: Petrobras Central, por franceses, espanhóis e ingleses - em toda a Europa.

À cobiça internacional, os portugueses conseguiram contrapor um programa de


ocupação da colônia lastreado no hábil instrumento político do rei D. João III, inscrito
no Tratado de Tordesilhas. Com a bênção do Vaticano, Portugal dividiu 'suas' novas
Açúcar - ao produtor -
terras em capitanias hereditárias, a exemplo do que havia sido feito nas ilhas de
Cepea/Esalq
Madeira e Açores. Por esse princípio, o rei distribuía a fidalgos lotes de terra que
(R$/saca 50kg)
deveriam ser povoados, cultivados, e defendidos de invasores.
34,76/diário A capitania mais importante na época do ciclo da cana era a de Pernambuco, que
pertencia a Duarte Coelho, onde foi implantado o primeiro centro açucareiro do Brasil.
Na esteira do sucesso, despertou também a Capitania da Bahia de Todos os Santos -
de Francisco Pereira Coutinho - e, com o desmatamento da Mata Atlântica, os
Álcool Hidratado - ao canaviais expandiram-se pela costa brasileira.
produtor - Cepea/Esalq
(R$/litro) Mais ao sul, as capitanias de São Vicente (São Paulo) e São Tomé (Rio de Janeiro),
distantes das metrópoles e dos portos europeus, arcavam com o ônus do frete. Mas
foram as primeiras a fazer dinheiro com as próprias mãos, com o açúcar,
0,83885/semanal
prescindindo da metrópole para crescer. Em São Paulo, a cana encontrou na Serra
do Mar o seu primeiro local de cultivo, com a instalação, em 1532, do Engenho dos
Erasmos, do governador-geral Martim Afonso de Souza.

Açúcar - mercado Os engenhos – No início da colonização brasileira, a cana-de-açúcar se espalhou,


futuro - Liffe principalmente pelo Nordeste, devido às condições climáticas propícias e da mão-de-
US$/t obra escrava. Mas, para que a cultura prosperasse, foi necessária a criação de
engenhos: as 'fábricas' onde a cana virava açúcar. Essas instalações sustentaram a
344,80 (maio) economia açucareira brasileira até o desenvolvimento de novas técnicas em colônias
de países concorrentes.
Fonte: BM&F
Os centros produtores eram implantados no meio das plantações de cana e

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compreendiam:
- casa grande, onde morava o senhor de engenho, seus familiares e serviçais;
- capela, onde eram celebrados os rituais religiosos cristãos;
Açúcar - mercado - senzala, onde ficavam ‘guardados’ os negros escravos; e
futuro - CSCE - o próprio engenho, com diversas construções destinadas às várias fases de
(US$ cents/libra-peso) processamento do açúcar.

10,26 (maio) O senhor de engenho também era, em muitos casos, dono das terras, que eram
arrendadas a outros ou cultivadas e forneciam matéria-prima para a produção de
Fonte: BM&F açúcar. Os proprietários de terras que não possuíam engenhos eram obrigados a
moer a cana no engenho mais próximo e recebiam metade do que era fabricado sob
a forma de pães de açúcar.

Quem 'tomava conta' de todas as fases do processamento do açúcar era o mestre ou


Álcool Hidratado - capataz, trabalhador de confiança do senhor de engenho que, inclusive, freqüentava
consumidor - ANP a casa grande. Alguns outros homens livres também trabalhavam no engenho -
(R$/litro) pedreiros, carreiros, carpinteiros etc -, mas os trabalhos que envolviam força braçal
eram desempenhados pelos negros.
1,348/semanal
Os engenhos e vilas surgidos com a expansão do cultivo de cana-de-açúcar foram
responsáveis pelo desenvolvimento da produção, do comércio e da cultura do
Nordeste brasileiro.

Álcool Hidratado - Produção – Etapas da produção de açúcar no período colonial e como o produto era
distribuidora - ANP comercializado:
(R$/litro) - O primeiro passo era moer a cana na casa da moenda, onde era esmagada em
cilindros movidos por rodas d’água ou parelhas de bois.
1,144/semanal - O caldo extraído da moagem era levado à casa das fornalhas, onde era
concentrado em tachos de cobre e transferido para as formas, onde o açúcar
cristalizava.
- Na casa de purgar, a massa resultante do processo era purificada e dividida em
pães de açúcar - forma em que o produto era comercializado no Brasil.
Petróleo - mercado
- Para a venda no mercado externo e desembarque nos portos europeus, no entanto,
futuro - Brent
(US$/barril)
era necessário triturar e secar ao sol os pães de açúcar e transportá-los em caixas.

DUAS LENDAS
60,30 (abril)
Uma lenda da Oceania – Os polinésios contam que dois pescadores, únicos
Fonte: Petrobras habitantes das ilhas do Pacífico Sul na Antiguidade, perceberam um bastão
emaranhado na rede que usavam para pescar. Após retirar o bastão, atiraram-no
longe, mas o fato se repetiu por três dias seguidos. No terceiro dia, os pescadores
resolveram plantar o bastão na terra.
Álcool Anidro - ao
produtor - Cepea/Esalq
A planta cresceu, até sair de dentro dela uma mulher, que cozinhava para os dois
(R$/litro) homens durante o dia e, à noite, voltava para a planta.

Uma lenda Nordestina – Dizem que Jesus Cristo passava por uma estrada em um
0,86800/semanal
dia de sol muito forte e que por isso ele morria de fome e de sede. No meio da
estrada, ele avistou um canavial e resolveu sentar-se numa sombra entre as folhas,
refrescando-se do calor, descansando, chupando os gomos da cana e matando sua
fome. Ao sair, abençoou as canas, prometendo que delas o homem tiraria um
alimento bom e doce.
Consulte a Tabela
No outro dia, na mesma hora, o diabo saiu do fogo do inferno, com os chifres e o rabo
queimados. Galopando pela estrada, foi dar no mesmo canavial. Mas, desta vez, as
canas soltaram pêlos e o caldo estava azedo, queimando-lhe a garganta. O diabo,
furioso, prometeu que da cana o homem tiraria uma bebida tão ardente como as
caldeiras do inferno.

É por isso que da cana se tira o açúcar, bênção de Jesus Cristo, e a cachaça,
maldição do diabo.

Conflito colonial – A Espanha, grande concorrente de Portugal, além de plantar


cana desde 1506, em suas colônias de Cuba, Porto Rico e Haiti, trazia pedras e

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metais preciosos das terras do Novo Mundo. Porém, com a adoção de medidas
portuguesas que asseguravam a liderança lusitana no mercado açucareiro e a
descoberta dos tesouros astecas e das minas mexicanas pelos espanhóis, o
interesse espanhol pelos canaviais se amainou.

A maior conseqüência da penetração de metais preciosos das colônias espanholas


na Europa foi o aumento dos preços de produtos considerados de luxo. Essa
coincidência favoreceu o domínio português sobre a produção de açúcar no século
XVII.

Em 1580, com a morte do rei D. Sebastião, a Coroa Espanhola incorporou Portugal


aos seus domínios. Tal união azedou as relações de Portugal com a Holanda, inimiga
Créditos dos espanhóis, que refinava o açúcar brasileiro e tinha, de fato, a primazia em sua
comercialização.

Este portal contem Informações, Com a interrupção de relações portuárias entre Portugal e Holanda, a idéia de tomar
estatisticas e documentos o Nordeste brasileiro ganhou apoio na corte holandesa. Apoiados pela Companhia
consolidados sobre cana-de-açucar, das Índias Ocidentais, empresa fundada em 1621, e pelos Estados Gerais das
açucar, etanol e energia de biomassa
do Brasil. Províncias Unidas (governo holandês na época), holandeses desembarcaram no
Brasil em 1630. Passaram 24 anos entre nós, adquirindo tecnologia e experiência nos
engenhos e canaviais.

Com a reconquista portuguesa em 1654, ou seja, 14 anos após o fim da União


Ibérica, os holandeses e os judeus brasileiros foram expulsos, levando as técnicas de
cultivo da cana e de fabricação do açúcar para as Antilhas e para a América Central.
Essas terras mais próximas da Europa passaram a fornecer boa parte do açúcar
antes praticamente restrito ao Brasil, representando um duro golpe para economia
nacional.

Decadência – O Nordeste já não podia competir no cenário internacional. A vida


social, econômica e cultural brasileira passou por uma grande transformação, e a
situação só melhorou quando as colônias européias produtoras de açúcar foram
sacudidas por revoltas sociais que levaram à sua independência.

Aproveitando-se disso, produtores brasileiros voltaram a ser os maiores fabricantes


de açúcar do mundo. A abertura dos portos, em 1808, e a Independência, em 1822,
também beneficiaram a produção. Mas isso não foi suficiente para retomar a posição
de dois séculos atrás.

A agricultura da cana-de-açúcar foi prejudicada pela expansão do cultivo da beterraba


- da qual também é extraído o açúcar - na Europa; pela distância entre o Brasil e os
portos consumidores; e pelo baixo nível técnico da produção.

No século XIX, o Brasil caiu para quinto lugar na lista de produtores de cana, com
apenas 8% da produção mundial. A economia açucareira teve nova queda e o
declínio da produção acentuou-se no fim do século.

A abolição da escravatura, em 13 de maio de 1888, deu novo fôlego aos produtores.


Os investimentos em compra e manutenção de escravos acabaram e os produtores
puderam destinar recursos para o novo processo de centrifugação que produzia
diretamente o açúcar branco no começo do século XX.

O fim do 'Ciclo do Café', encerrado com a Crise de 1929, reforçou a retomada do


cultivo da cana para a produção de açúcar para o mercado interno, que se formava
às custas de um incipiente processo de industrialização. São Paulo e Rio de Janeiro
entraram na briga pelo mercado interno e começaram a abastecer o Sul do País,
fazendo com que atividade entrasse em declínio no Nordeste.

Para contornar a crise provocada pela multiplicação de centros produtores e


refinarias, em 1933 foi criado no Brasil o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), cuja
principal função era controlar a produção para manter os preços em níveis
adequados, ou seja, cada usina só poderia produzir dentro de uma quota
preestabelecida.

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O combustível da cana – A dispersão do açúcar pelo mundo, a ineficácia de


medidas que assegurassem uma posição melhor para a produção brasileira e a
primeira crise do petróleo, em 1973, levaram o setor sucroalcooleiro do País a uma
alternativa singular. Com a experiência acumulada da produção e do uso de álcool
combustível como alternativa para diminuir sua vulnerabilidade energética, em 1975,
o governo criou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que diversificou a
indústria açucareira com grandes investimentos apoiados pelo Banco Mundial,
possibilitando a ampliação da área plantada com cana-de-açúcar e a implantação de
destilarias de álcool.

Com o desenvolvimento da engenharia nacional, após o segundo choque do petróleo,


em 1979, surgiram os motores especialmente desenvolvidos para funcionar com
álcool hidratado. Em 1984, os carros a álcool respondiam por 94,4% da produção das
montadoras.

Desde 1986, no entanto, o arrefecimento da crise do petróleo e as políticas


econômicas internas de contenção de tarifas públicas para limitar a inflação fizeram
com que o governo contribuísse decisivamente para o início de uma curva
descendente de produção de carros a álcool. Por omissão ou falha operacional, o
governo não foi capaz de resolver problemas logísticos, o que provocou uma crise
localizada de abastecimento em 1989. A indústria automobilística inverteu a curva de
produção de carros a álcool, e a participação anual desses veículos na frota nacional
caiu para 1,02% em 2001.

Tecnologia nas ruas – A queda da demanda por álcool hidratado foi compensada
pelo maior uso do álcool anidro misturado à gasolina, que acompanhou o crescimento
da frota brasileira de veículos leves. Em mais de 25 anos de história de utilização do
álcool em larga escala, o Brasil desenvolveu tecnologia de motores e logística de
transporte e distribuição do produto únicas no mundo, uma rede de mais de 28 mil
postos com bombas de álcool hidratado para abastecer cerca de 3 milhões de
veículos, 20% da frota nacional. Em março de 2003, foi lançado o carro flex-fuel,
movido a álcool, a gasolina e a qualquer mistura entre os dois, que tem conquistado
cada vez mais consumidores.

Espaço para crescer – O Brasil planta mais de 5 milhões de hectares de cana em


menos de 1% das suas áreas cultiváveis. O País é o maior produtor mundial, seguido
por Índia, Tailândia e Austrália. Planta-se cana no Centro-Sul e no Norte-Nordeste,
permitindo dois períodos de safra. Produz-se, portanto, o ano todo, açúcar, álcool
anidro (aditivo para gasolina) e álcool hidratado para os mercados interno e externo,
com dinâmica de preços e demanda diferente.

Atender esses mercados requer planejamento e gestão. Por séculos, isso foi feito
pelo governo. A partir da década de 90, em processo concluído em 1999, a
responsabilidade foi repassada integralmente ao setor privado.

Hoje, prevalece o regime de livre mercado, sem subsídios, com os preços de açúcar
e álcool definidos conforme as oscilações de oferta e demanda. Os preços da cana
dependem da qualidade da matéria-prima, dos preços efetivos obtidos pelos
produtores e da sua participação porcentual no preço final dos produtos.

Para gerenciar e equilibrar produção e demandas setoriais, a iniciativa privada tem


procurado criar instrumentos de mercado, como operações futuras, e desenvolver
novas oportunidades para o açúcar e álcool, por meio da queda das barreiras
protecionistas e do empenho em transformar o álcool numa ‘commodity’ ambiental.

Veja também:
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• Linha do tempo

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