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Histórico:
“Trabalha negro escravo, corta cana no canavial. O corta cana, corta cana, corta cana, nego velho,
corta cana no canavial…” (Corta Cana - Mestre Toni Vargas)
“Estou no interior de São Paulo cortando cana meu filho. Não demora pai, acho que vou desmaiar,
de tanta fome.” (Corte de Cana, Pepe Moreno)
A cana de açúcar foi trazida pelos portugueses do Continente Africano logo no início
das colonizações. Como o comércio com as Índias estava em baixa, os impostos diminuindo e o
açúcar era muito requerido na Europa, viu-se um investimento rentável no plantio do engenho
de cana no Brasil colônia, considerando o solo fértil de Massapé. O que os portugueses não
contavam é com o fato do plantio de cana necessitar de áreas grandes de plantio para ser rentável.
Dessa forma, para extrair lucro máximo, Portugal começa a criação de plantations de
cana, ou seja, grandes latifúndios, mão de obra escrava, exportação e um único senhor de
engenho.A base da sociedade eram os escravos africanos, tratados com mercadorias e sendo
explorados ao máximo para máximo rendimento. Por serem objetificados, eram mão de obra
permanente e sem custos, além disso, dormiam nas senzalas e se alimentavam de forma pobre, ou
até mesmo não se alimentavam caso fossem “improdutivos”.
Toda a economia girava em torno do engenho de açúcar, então aumentava-se cada vez
mais a quantidade de vilas (com capatazes, senhores de terras etc) e senzalas ao redor da Casa
Grande. Os engenhos começaram a crescer bastante a partir de Pernambuco, mas com tal
dependência que os trabalhadores e moradores ficavam na miséria quando não havia trabalho a
ser feito, considerando também que o maior lucro era a do senhor de engenho. Dessa forma,
como vemos no verso de Pepe Moreno, quando o plantation cruzou o nordeste e começou a
crescer nos lotes de São Paulo, havia trabalhadores se deslocando para poderem trabalhar nos
lotes que mais cresciam em troco de uma renda mínima para que pudessem se alimentar e
alimentar a família.
Como os indivíduos dessa sociedade deviam obediência cega ao Senhor de Engenho e
tudo girava em torno do engenho, até mesmo os negros alforriados se encontravam sem saída, se
não trabalhar para o mesmo, tendo-se uma relação de dependência e escravidão contínua.
“Moinhos de Holanda. Girando nos Ventos. Chamando Terrais. Moinhos de Haia. Meus olhos
de águia. De longe enxergam os Canaviais.” (Moinhos, Alceu Valença)
O rendimento e lucro da plantação da cana de açúcar era tão grande que começava uma
corrida entre vários europeus, dentre eles, os holandeses, que devastaram matas em ilhas do
Caribe para a plantação e além disso, eram os responsáveis pela distribuição do mesmo, lucrando
ainda mais que o produtor.
Proibidos, pela Espanha, de continuar comercializando produtos tropicais, os
holandeses promoveram revoltas e ataques. Saquearem os portugueses em 1595 e atacaram a
capital Salvador em 1599, criaram a Companhia das Índias Ocidentais planejando ocupar o
nordeste brasileiro, atacou a Bahia em 1624 com a finalidade de tomar Salvador e atacaram
Pernambuco em 1630, conseguindo ocupar a região por mais de 20 anos, mantendo um
engenho de cana produtivo e de rendimento.
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- Indústria e produtos
Através de processos industriais cada vez mais especializados, a cana ganhou diversas formas,
desde a garapa de “O Cio da Terra”, o álcool e o melaço de “Cana Caiana” e os biocombustíveis
como o etanol, que até mesmo substituem os derivados do petróleo, ou Ouro negro como
cantou o Acadêmicos do Salgueiro em 2004.
Dessa forma, o açúcar foi e continua sendo uma das principais fontes de desenvolvimento
econômico do Brasil, sendo um dos mais exportados e lucrando milhões para a economia.
A cana também é a fonte mais barata para a produção de etanol, e as exportações desse
combustível variam de 50 bilhões a 190 bilhões de litros, sendo o Brasil o maior produtor e
exportador do mesmo.
O papel da cana de açúcar é essencial na economia brasileira e na de outros países que importam
seus produtos. Os impactos na diminuição dos CFC’s é notório e temos condições de investir na
constante expansão desse plantation. Mas, ainda assim, temos desvantagens gravíssimas e que
precisam ser melhoradas, como o uso de muitos hectares destinados à monocultura e que podem
causar escassez na plantação de alimentos, a legislação do trabalho informal dos boias - frias, o
desgaste do solo devido o ciclo de plantação e o pouco investimento em outras fontes de energia
renováveis.
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BIBLIOGRAFIA