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Confeitaria Brasileira
Fruto de uma miscigenação cultural, resultado da história de colonização e escravidão
no país, a confeitaria brasileira é uma mistura de ingredientes diversificados e técnicas
multiculturais. Por não ter uma origem pura e única, é difícil saber o que é de fato
original do país, mas é possível identificar quais receitas constituem uma identidade
cultural do Brasil.
De acordo com Ornellas (2000, p.192): As frutas agrestes são mais ácidas, e menos
polpudas que as cultivadas (abiu), aratirum, araçá, azamboa, bacupari, caiuia,
cambucá, camboim, curuanha, guabiroba, guajiru, guapuronga, grumixama, imbaúba,
ingá, jenipapo, gravatá, pajurá, piqui, pitomba, mutumba, quixaba, ubaia, umbu [...] o
caju, a goiaba, o mamão, o murici, o oiti, o juá, o jataí, o abricó-do-pará, o açaí, o apê,
a ata ou pinha, o bacuri, o cupuaçu, a jabuticaba, a maçaranduba, a magaba, e o
maracujá. Com a chegada dos portugueses e dos africanos escravos, temos um
fenômeno curioso, porque as receitas dos doces eram de origem portuguesa, mas
com uso de ingredientes locais e executados pelas mãos das escravas africanas. Já aí
percebemos uma troca grande entre as diferentes culturas que aconteceu de forma
natural e que deu origem a uma quarta cultura, muito rica em sabores, texturas e
histórias. Como uma grande influência portuguesa na confeitaria brasileira, podemos
destacar o uso excessivo do açúcar e dos ovos, antes desconhecidos pelos índios e
africanos.
FERREIRA, Paola Biselli. O doce brasileiro como identidade cultural. In: Anais do ‘Congresso Internacional de
Gastronomia. 2013. p. 27-40.
Minha Receita. Como foi inventado o brigadeiro? Conheça a história do doce queridinho do Brasil, 2020. Disponível
em: https://receitas.band.uol.com.br/minha-receita/noticias/como-foi-inventado-o-brigadeiro-conheca-a-historia-do-
doce-queridinho-do-brasil-16315467. Acesso em: 21/03/2021.
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História da Confeitaria
Desde que se têm registro, a humanidade já confeccionava pratos a base de
mel, grãos e frutos. Muito provavelmente uma das primeiras preparações era a
simples mistura de grãos triturados com água, formando uma espécie de pasta.
Mais tarde essa pasta foi espalhada em uma pedra e levada ao fogo, se
transformando em um pão chato não levedado. Se essa pasta fosse deixada
exposta ao ambiente ela começaria a fermentar devido as leveduras, o que foi
o inicio dos pães levedados, processo que só foi entendido recentemente.
Muitos séculos após, na Roma Antiga, pode-se perceber a primeira produção
em massa de pães, dando origem a uma nova produção. Os pães dessa época
levavam uma grande quantidade de mel e óleo. Após a queda do Império
Romano a panificação como profissão quase desapareceu, reaparecendo
apenas para servir a nobreza. Foi na Idade Média que os profissionais
envolvidos com a produção de pães criaram associações para protegerem sua
arte e profissão, e um sistema de aprendizagem para passar os conhecimentos
de panificação de geração em geração. Esses profissionais também
preparavam bolos contendo mel ou outros ingredientes doces, tais como frutas
secas.
Ainda no século XV na França, os chefes confeiteiros formaram as suas
próprias corporações, separando-se dos padeiros, o que fez com que a
confeitaria se desenvolvesse rapidamente com uma grande gama de produtos
sendo preparados. Com o descobrimento das Américas em 1492, o açúcar e o
chocolate foram para a Europa pela primeira vez, levando mais um grande
avanço para a confeitaria e panificação, um dos auges da gastronomia
francesa.
Os historiadores destacam que um dos momentos chave da gastronomia
francesa foi o casamento da italiana Catarina de Medícis com o rei Henrique II
da França, no século XVI. A influência da rainha Catarina na gastronomia
francesa foi responsável por desenvolver e enriquecer a gastronomia francesa.
É importante destacar que as mudanças que Catarina de Medícis apresentou à
gastronomia francesa, ajudaram essa a se tornar uma potência gastronômica
mundial e incentivou o consumo e exploração do açúcar.
Após a Revolução Francesa em 1789, muitos profissionais que antes serviam a
realeza, abriram seus próprios negócios, e algumas dessas confeitarias
existem até hoje em Paris, como a Stoher, que já existia desde 1730. O chef
mais famoso do início do século XIX foi Marie-Antoine Caríme.
Referências
O chef mais famoso do início do século XIX foi Marie-Antoine Caríme. Também
conhecido como Antonin Caríme, que viveu de 1784 a 1833. CarÍme elevou os trabalhos de
cozinheiro e confeiteiro ‡ profissıes respeitadas. O livro de CarÍme, Le P‚tissier Royal, foi a
primeira explicaÁ„o sistem·tica da arte da confeitaria. Por meio do grande progresso tÈcnico e
automatizaÁ„o o sÈculo XIX presenciou o desenvolvimento da panificaÁ„o e confeitaria
modernas como as vemos hoje, e avanÁos tecnolÛgicos como a refrigeraÁ„o e o surgimento
de fornos sofisticados, no sÈculo XX, contribuÌram imensamente para o desenvolvimento dessa