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Dr.

Fabio Thuler

Orientação nutricional pós gastroplastia

Pós Operatório Orientação Nutricional

Durante o primeiro mês o paciente deve passar por dieta líquida, seguida de dieta pastosa, conforme orientação da
Nutricionista. O uso de alimentos sólidos precocemente pode forçar os pontos que são dados no estômago, fazendo com
que estes se rompam, permitindo o deslocamento do anel, aumentando o tamanho do reservatório gástrico, ou até a
vazamentos do estômago, predispondo a complicações graves ou dificultando a perda de peso.

A seguir descrevemos a nossa rotina alimentar:

Pós-operatório imediato

Entre 12 e 24 horas após a operação já são introduzidos líquidos em pequena quantidade. Podem ser oferecidos água de
coco, chás, suco de lima e água em quantidades que variam de 50 a 100 ml. O paciente deverá ingerir em pequenos
goles e progredir até sentir-se apto a tomar maiores quantidades. No dia seguinte a quantidade é aumentada à medida
em que a suplementação hídrica que é fornecida por via endovenosa é suspensa.

Usualmente o paciente recebe alta hospitalar entre o segundo e o terceiro dia após a cirurgia, a depender de sua
recuperação e das condições clínicas subjacentes.

Período 1 - Dieta líquida

Nesta fase o paciente deve ingerir exclusivamente líquidos, aproximadamente 150 a 300 ml por refeição. O tipo de líquido
deve conter uma quantidade razoável de nutrientes, devendo para isso ser bastante variada. Pode-se tomar chás,
leite desnatado, iogurte light, sucos de frutas ou vegetais (cenoura, tomate, beterraba), sopas (de verduras, frango ou
carne), mingaus, gelatinas, etc.

É importante que a dieta seja fragmentada por todo o dia, de forma que não sinta fome entre as refeições, nem
sobrecarregue o estômago em uma única tomada. Como o apetite nesta fase costuma ficar bastante diminuído e as
alternativas fornecidas pela nutricionista são bastante variadas, este período é muito mais agradável e confortável do
que se imagina. Não se pode neste período, sob nenhuma hipótese, ingerir alimentos sólidos nem tomar grandes volumes
de líquidos de uma só vez, sob pena de complicações graves.

Período 2 - Dieta Pastosa - Purê

Esta fase se inicia no 15o dia pós-operatório para a banda, e no 20º para a cirurgia de Capella. As refeições com
consistência semelhante à de purê devem ser tomadas em pequena quantidade. Purês de batata, aipim, abóbora, e
outros vegetais podem ser usados, bem como frutas amassada, carne moída, sopas com pequenos pedaços de legumes
e arroz.

http://www.fabiothuler.com.br Fornecido por Joomla! Produzido em: 27 November, 2010, 12:27


Dr. Fabio Thuler

Sucos e chás devem complementar a alimentação diária, com os líquidos sendo administrados nos intervalos entre as
refeições. Os alimentos prontos comercializados para bebês (potinhos) também podem ser consumidos, por
apresentarem a consistência ideal e possuírem nutrientes ricos em vitaminas e proteínas. A quantidade total de líquidos
administrados a cada dia deve ser de pelo menos 1500 ml, divididos em várias tomadas - 200 a 300 ml de cada vez.

O alimento pastoso também deve ser fracionado em porções de 100 a 150 g, perfazendo um total de + 600 g por dia.
Essa dieta irá perdurar até haver um conforto que permita a adição de alimentos sólidos, o que leva cerca de 45 dias na
banda e 60 no bypass.

Período 3 - Alimentos de fácil mastigação

Refeições de consistência normal já podem ser introduzidas na dieta. As porções devem, contudo, ser mantidas
pequenas, e os líquidos tomados apenas nos intervalos das refeições.

É extremamente importante mastigar os alimentos até que estes se encontrem completamente triturados, quando então
podem ser engolidos. As refeições devem ser feitas em 3 a 5 horários diferentes, mantendo-se variantes de baixo teor
calórico e alto teor protéico. Devido a sua consistência muito dura deve-se evitar alimentos grelhados e assados, dando-
se preferência aos cozidos.

Recomenda-se cortar as carnes em pequenos pedaços, e deve-se reservar um tempo longo para que as refeições sejam
feitas sem pressa, permitindo uma boa mastigação e uma ingesta de pequenos bolos a cada deglutição. Verduras e
legumes cozidos são melhor tolerados que os crus.

Período 4 - Comer com calma e mastigar bem os alimentos

Nesta fase cada um pode fazer seu próprio cardápio, dentro dos princípios básicos de ingerir alimentos de baixo teor
calórico. A mastigação lenta, e a tomada de pequenos bolos a cada vez, devem se transformar em uma rotina para evitar
vômitos e regurgitação (golfadas). Deve-se evitar fazer outras coisas como ler ou ver televisão enquanto se come. As
refeições devem conter adequadas quantidades de proteínas, carboidratos e vitaminas, e devem ser divididas ao longo do
dia.

Evite deitar após as refeições, bem como ingerir líquidos enquanto se come. Os pacientes ocasionalmente podem vomitar
ou sentir algum desconforto após as refeições. Isto pode ser causado por maus hábitos alimentares, ou por uma insuflação
excessiva da banda. À medida que começa a comer lentamente e a mastigar adequadamente os alimentos, o paciente vai
aprendendo a conhecer os limites de seu novo estômago.

Temos observado que alguns pacientes tentam "driblar o efeito da cirurgia" ingerindo alimentos pastosos e líquidos em
grande quantidade. É bom lembrar que a saciedade será maior com alimentos sólidos e, como o que pretendemos é
diminuir a ingesta para perder peso, as refeições devem basear-se em alimentos "mastigáveis".

Cabe ainda salientar que o açúcar é o grande inimigo da perda de peso. Para promovermos grandes resultados é
importantíssimo que sejam utilizados alimentos sem açúcar, principalmente durante o primeiro ano. Certos alimentos não
são facilmente tolerados no pós-operatório e devem ser ingeridos com mais cuidado ou então triturados para que possam
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ser mais facilmente digeridos. São alimentos que podem ficar impactados na passagem entre o pequeno reservatório
gástrico e o restante do estômago, possibilitando a obstrução e a ocorrência de vômitos. Os alimentos que devem ser
utilizados com mais cuidado são vegetais fibrosos como abacaxi, laranja, tangerina, brócolis, etc; sementes do tipo da
castanha, amendoim, avelãs, etc. Muitos pacientes referem grande dificuldade para ingerir carne vermelha, peito de
frango, pão e outros alimentos que tendem a formar massas mais compactas, exceto quando mastigadas muito
cuidadosamente e em pequenos pedaços. O álcool é uma grande fonte energética devendo sempre ser evitado. Após a
fase de adaptação, o paciente vai aprendendo a interpretar os sinais de seu estômago e a conhecer aqueles alimentos
mais toleráveis.

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