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Orientação Nutricional Doença de Crohn

A Crohn 's & Colitis Foundation of America (CCFA) e a Associação Brasileira de


Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD) não promovem qualquer tipo de
dieta.
Existem alguns princípios e diretrizes básicos para ajudar você a decidir como e o
que comer, especialmente durante as crises. As pessoas com DII devem manter
uma dieta diversificada e rica em nutrientes.

Recomendações gerais :

- Busque comer pequenas porções durante as refeições.


- Procure se alimentar em intervalos de tempos menores.
- Coma em ambientes tranquilos e calmos.
- Evite alimentos desencadeantes (varia de paciente para paciente).
- Limite alimentos com fibras insolúveis, eles podem piorar seus sintomas.
- Acompanhe com o nutricionista seu peso e tente mantê-lo dentro do normal.
- Reduza a ingestão de alimentos gordurosos ou fritos, pois os mesmos podem
piorar os sintomas e agravar a diarreia.
- Indique ao seu médico e nutricionista alimentos que tenham gerado algum
sintoma a você.
- Muitos pacientes com Crohn acabam desenvolvendo intolerância à lactose,
observe seus sintomas.
- No geral cafeína e alimentos picantes não costumam ser bem tolerados.
- Procure sair de casa bem alimentado e leve com você alimentos bem
tolerados.
- Informe-se com o seu médico sobre os produtos que ajudam a controlar ou
reduzir os sintomas, inclusive medicamentos antidiarreicos,
antiespasmódicos ou suplementos de lactase.

Recomendações específicas :
Lactose :
- Na fase ativa da doença, é necessária a restrição de lactose, pois o leite
produz alto teor de resíduos intestinais através da fermentação bacteriana da
lactose.
- No entanto na fase de remissão pode ser introduzida gradativamente a
lactose, desde que observada a sua tolerância, pode ser empregada dieta
com produtos lácteos de baixo teor de lactose e, se necessária,
suplementação com a enzima lactase em cápsulas, que auxiliará a digestão
de refeições contendo leite e derivados.
- A má digestão da lactose pode provocar cólicas, dor abdominal, gases,
diarréia e inchaço.
Micronutrientes :
- Na fase ativa da doença onde existe uma dieta mais restritiva é importante a
suplementação de multivitamínicos e minerais para que sejam atingidas as
necessidades diárias.
- Maior deficiência de B12, vitamina D, B9, magnésio, potássio e ferro.

Probióticos :
- Ainda há dúvidas sobre as indicações, a constituição da dieta a ser utilizada e
a eficácia dos prebióticos, probióticos, simbióticos e outras intervenções
nutricionais, pois esses tipos de tratamento ainda não foram recomendados
na prática clínica devido à ausência de estudos randomizados e revisões
sistemáticas que comprovem os seus potenciais benefícios.

Fibras :
- Para muitas pessoas com DII, o consumo de fibra durante os períodos de
crise da doença ou estenoses pode causar cólicas abdominais, inchaço e
piora da diarréia. Mas nem todas as fontes de fibra provocam esses
problemas, e algumas podem ajudar nos sintomas da DII.
- No geral é melhor fazer o consumo de fibras solúveis, pois a mesma ajuda a
absorver água no intestino, diminuindo o tempo de trânsito dos alimentos,
pode ajudar a reduzir a diarreia ao formar uma consistência semelhante ao
gel e atrasar o esvaziamento do intestino.
- A maioria dos alimentos contém uma combinação de fibras, por isso cozinhar,
descascar e remover sementes e grãos é importante para os pacientes que
estão em crise e precisam reduzir a ingestão de fibras insolúveis.

Gorduras :
- Podem causar diarreia e gases se a absorção de gordura for incompleta.
- Pacientes que apresentam inflamação no intestino delgado ou que tiveram
grandes partes do intestino delgado removidas devem evitar a ingestão.

Glúten :
- Alguns indivíduos com DII podem ser sensíveis ao glúten e ter intolerância a
ele. Essas pessoas também podem apresentar sintomas de inchaço
abdominal e diarreia depois de comer alimentos que contêm glúten e se
beneficiam ao evitar consumi-los

Açúcares :
- Os não absorvíveis causam diarreia, inchaço e gases em algumas pessoas.
- Evitar álcoois de açúcar, como sorbitol e manitol.
- Evitar sorvetes e frutas como maçã, pera, pêssego e ameixa, bem como nos
sucos dessas frutas.
- Os FODMAPs são açúcares encontrados em alimentos ricos em carboidratos
e álcoois de açúcar. Se tiver intolerância a alimentos ricos em FODMAPs, isso
pode resultar em excesso de gases, inchaço, diarreia e cólicas.

Líquidos :
- Beba em grandes quantidades água, água de coco, sucos de frutas diluídos
com água.
- Tome suas bebidas lentamente.
- Evite também usar canudo. O ato de beber rapidamente e utilizar canudo
pode fazer com que entre ar no sistema digestivo e cause desconforto.
- Evite líquidos gelados, café, chá e outras bebidas que contêm cafeína (esta
pode atuar como estimulante do intestino e resultar em diarreia).
- Bebidas alcoólicas e com cafeína não contam porque desidratam o
organismo. A abstinência de álcool pode não ser necessária, mas a
moderação é aconselhada. Lembre-se de perguntar ao médico sobre o
consumo de álcool.

Hortaliças, Legumes e Verduras :


- A tolerância varia entre os pacientes.
- Procure remover a casca e evite as sementes.
- Escolha os alimentos mais fáceis de digerir.
- Busque comer legumes cozidos, em vez de vegetais crus, durante a crise.
- Cozinhe no vapor verduras e legumes até ficarem bem moles, ajuda a
preservar mais nutrientes do que fervê-los.
- Algumas verduras, como brócolis, couve-flor, repolho e couve-de-bruxelas,
tendem a causar gases.
- O caldo de legumes e verduras é boa fonte de nutrientes e pode ser usado
para fazer sopa ou adicionado ao arroz ou ao macarrão.

Frutas :
- Durante a crise da doença, frutas carnudas e macias são bem toleradas.
- Evite cascas e sementes.
- Cozinhe as frutas quando a diarreia for grave.

Grãos :
- Na crise da doença, os alimentos que contêm grãos refinados geralmente são
mais fáceis de digerir.
- Evite grãos integrais, pois os mesmos possuem alta quantidade de fibras
insolúveis.
- Se reduzir a ingestão de fibra durante a crise, aumente lentamente a
quantidade que consome quando se sentir melhor.
Proteínas :
- Em geral, é melhor escolher cortes de carne magra ou com pouca gordura e
aves, porque o excesso de gordura pode levar à má absorção, além de piorar
os sintomas.
- Coma peixe, especialmente os oleosos que contenham ácidos graxos do tipo
ômega-3, como atum e salmão.
- Durante as preparações para as refeições busque retirar qualquer tipo de
gordura visível.
- Outras fontes proteicas incluem os produtos à base de soja, legumes e grãos.

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