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ESQUEMA ALIMENTAR NO PÓS-OPERATÓRIO

Pós-Operatório imediato (geralmente ocorre intra-hospitalar): Cerca de 8 horas após a operação da banda e
cerca de 2 dias após a operação de Capela, deve-se começar a introduzir líquidos em pequena quantidade,
oferecer água de coco, chás, suco de lima e água em quantidades de 50 ml a cada 20 a 30 minutos. O paciente
deverá ingerir em pequenos goles e progredir até sentir-se apto a tomar maiores quantidades. Nos dias
seguintes, a quantidade vai sendo progressivamente aumentada.

Período 1
Dieta líquida durante 20 dias: O paciente deve ingerir pelo menos 1500 ml de líquido por dia. O tipo de líquido
deve variar de forma que possa ser ingerida uma quantidade razoável de nutrientes de diversos tipos. Pode-se
tomar chás, leite desnatado, iogurte light, sucos de frutas ou vegetais (cenoura, tomate, beterraba), sopas de
verduras, frango ou carne (coados), etc. É importante que a dieta seja fracionada por todo o dia, de forma que
não se sinta fome entre as refeições, nem se sobrecarregue o estômago em uma única tomada.

Período 2
Dieta semi pastosa por 15 dias: (Opcional) Neste período pode ser introduzida dieta cremosa. As refeições com
consistência semelhante à de um creme devem ser tomadas em pequena quantidade. Os alimentos prontos
comercializados para bebês (potinhos) podem ser utilizados por apresentarem a consistência ideal e possuírem
nutrientes ricos em vitaminas e com a distribuição de proteínas e carboidratos considerada ótima. Purês moles
de aipim, abóbora, e outros vegetais também podem ser usados, porém sempre em pequenas quantidades.
Sopas, sucos e chás, devem complementar a alimentação diária, mas os líquidos devem ser ingeridos nos
intervalos entre as refeições. A quantidade total de líquidos administrados a cada dia deve ser de pelo menos
1500 ml, divididos em várias tomadas - 100 a 200 ml de cada vez. O alimento pastoso também deve ser
fracionado em porções de 100 a 150g, perfazendo um total de ± 500 g por dia.

Período 3
Dieta pastosa por 15 dias Neste período a consistência do creme pode ser aumentada, chegando ao purê
(pastoso). Antes das refeições recomenda-se meia fruta (maça, pêra ou banana) sem casca e sem semente e
verduras alface, agrião (só a folha, sem o talo) e tomate sem casca e sem semente, extremamente bem
mastigada.

Período 4
Dieta branda - Pequenas porções de alimento com consistência amolecida por 20 dias: Refeições de consistência
normal já podem ser introduzidas na dieta. As porções devem, contudo, ser mantidas pequenas, e os líquidos
tomados apenas nos intervalos das refeições. É extremamente importante mastigar os alimentos até que estes
se encontrem completamente triturados, quando então podem ser engolidos. As refeições devem ser feitas em
3 a 5 horários diferentes, mantendo-se variantes de baixo teor calórico. Devido a sua consistência devem-se
evitar alimentos grelhados, fritos e assados, dando-se preferência aos cozidos. Recomenda-se cortar as carnes
em pequenos pedaços, e deve-se reservar uma boa mastigação e uma ingestão de pequenos bolos a cada
deglutição.

Período 5
Dieta livre Comer com calma e mastigar bem os alimentos: Agora, cada um vai fazendo seu próprio cardápio,
dentro dos princípios básicos de ingerir alimentos de baixo teor calórico.

Recomendações:
 A mastigação lenta e a tomada de pequenos bolos a cada vez deve se transformar em uma rotina para se
evitar problemas maiores como vômitos e regurgitação (golfadas). À medida que começa a comer
lentamente e a mastigar adequadamente os alimentos, o paciente vai aprendendo a evitar problemas desse
tipo. Após a fase de adaptação, o paciente vai aprendendo a interpretar os sinais de seu estômago.
 As refeições devem conter adequadas quantidades de proteínas, carboidratos e vitaminas, e devem ser
espalhadas ao longo do dia.
Portanto no almoço e no jantar utilizar um pouco dos alimentos de cada grupo, deixando a consistência
adequada a cada etapa.
 É importante lembrar que o consumo é extremamente limitado, portanto o pouco de “matéria prima”
deve ser de primeira qualidade.
 Deve-se evitar deitar após as refeições, bem como ingerir líquidos enquanto se come.
 Certos alimentos não são facilmente tolerados no pós-operatório e devem ser evitados a menos que
possam ser triturados ou quebrados em pequenos pedaços para que possam ser mais facilmente
digeridos. São alimentos que podem ficar impactados na passagem entre o pequeno reservatório gástrico
e o restante do estômago, possibilitando a obstrução e a ocorrência de vômitos.
 Os alimentos que devem ser evitados são castanhas, amendoim, nozes, avelãs, etc. Alguns vegetais
fibrosos como abacaxi, laranja, tangerina, brócolis, etc. só devem ser ingeridos sob a forma de sucos ou
cremes, e o bagaço não deve ser engolido. Os alimentos mais problemáticos a engolir são carnes, pão e
bolachas, que devem ser consumidos com extremo cuidado.
 A mudança gradual da consistência também tem o objetivo de “treinar” o paciente na mastigação e nas
suas escolhas, ajudando-o a adaptar-se a um novo hábito alimentar, e não apenas fazer mais uma “dieta”.
Este primeiro mês de alimentação mais liquida e cremosa também auxilia na desintoxicação de
organismo.
 Deve-se evitar fazer outras coisas como ler ou ver televisão enquanto come.
 Apesar de existir uma rotina alimentar pós-operatória a mesma será determinada pela individualidade
física e social do paciente, adaptando o ideal à realidade pra que as orientações sejam realmente seguidas.
 O ideal é que o paciente seja acompanhado mensalmente nos 6 primeiros meses, para depois em
conjunto com o mesmo estabelecer a frequência do acompanhamento

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