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A doença inflamatória intestinal (DII) é classificada Para prevenção da DII, a diretriz propõe
como distúrbio inflamatório crônico do trato recomendações dietéticas específicas. Uma dieta
digestivo. O termo engloba dois ramos da ciência rica em frutas e vegetais, ácidos graxos n-3 e pobre
médica: doença de Crohn (DC) e a colite em ácidos graxos n-6 está associada a um risco
ulcerativa (CU). reduzido de desenvolver DII. Enquanto o consumo
de alimentos ultraprocessados e emulsificantes
dietéticos podem estar associados a um risco
aumentado de DII e neste caso recomenda-se a
exclusão.
Pacientes com DII são considerados em classe de Buscando uma evolução na terapia nutricional e
risco, portanto, necessitam de monitoramento evitando episódios de desnutrição nos pacientes, a
regular, principalmente no que diz respeito à equipe multidisciplinar deve se preocupar em
desnutrição. prestar suporte, aconselhando-os individualmente,
bem como contribuindo na triagem nutricional e
A desnutrição é uma deficiência nutricional que manejo dietético.
pode acometer pacientes tanto na colite ulcerativa
como na doença de Crohn, embora com maior
prevalência na DC, devido à capacidade de afetar
qualquer parte do trato gastrointestinal, enquanto
na CU é restrita ao cólon e tem poucos efeitos
diretos de má absorção.
Probióticos: de uma forma geral, os Nesta fase de remissão, a dieta enteral e parenteral
probióticos não devem ser recomendados não devem ser consideradas terapias primárias,
para tratamento da DC, seja na fase ativa ou
recomendando-se priorizar padrões alimentares
para prevenção na fase de remissão e
saudáveis, evitando gatilhos nutricionais individuais
recorrência pós-operatória da doença. Por
outro lado, servem como alternativa para (neste caso, a dieta deve ser ajustada).
pacientes com CU (submetidos à terapia com
ácido 5-aminossalicílico) e na prevenção de Em geral, a suplementação também não é indicada
pouchite. (principalmente de ácidos graxos n-3), embora
Prebióticos: a terapia prebiótica não deve ser casos pontuais exijam a administração de alguns
recomendada para tratamento nas DC e CU, tipos de vitaminas:
na doença ativa ou manutenção da remissão,
não havendo recomendações também na Vitamina B12: quando há queixa de íleo
pouchite. ressecado ou diagnóstico de deficiência de
Antibióticos: não há recomendação de vitamina B12.
administração de antibióticos para o manejo Vitamina B9: pacientes tratados com
da DC. Porém, são indicados na CU (incluindo sulfassalazina e metotrexato.
doença aguda grave), tanto na fase ativa como Suplementações ou dieta enteral: para
na manutenção da remissão, podendo ser pacientes diagnosticados com desnutrição,
utilizados somente como terapia inicial na impossibilitado de seguir aconselhamento
puchite aguda (ciprofloxacina e metronidazol). dietético.
Transplante de microbiota fecal: não há
recomendação para transplante de A prática de atividade física adaptada
microbiota fecal na DII.
(principalmente treinos de resistência) deve ser
encorajada em todos os casos, com o objetivo de
recuperação da massa muscular e melhora no
desempenho.
A diretriz propõe recomendações específicas para BISCHOFF, A. S.; BAGER, B. P.; ESCHER, C. J.; et al.
pacientes com DII, em alguns casos: ESPEN guideline on Clinical Nutrition in
inflammatory bowel disease. Clinical Nutrition
Obesidade: monitoramento, sendo
Journal, vol. 42, Mar. 2023.
recomendado a redução do peso nesta fase
de remissão (se estável) e aconselhamento
para seguir as diretrizes atuais de obesidade.
Gestação: monitoramento do estado de ferro
e níveis de vitamina B9 e se diagnosticado a
deficiência, deve-se suplementar
adicionalmente.
Lactação: monitoramento do estado
nutricional e suplementação, se necessário.