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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA

COMPOSIÇÃO CORPORAL
UNIDADE I
INTRODUÇÃO A AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO
CORPORAL
Atualização
Flávia Bulgarelli Vicentini

Elaboração
Sâmia Keller Luccas

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................4

UNIDADE I
INTRODUÇÃO A AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL...............................................................................................7

CAPÍTULO 1
COMPOSIÇÃO CORPORAL E MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL.................................. 7

REFERÊNCIAS.................................................................................................................................................56
INTRODUÇÃO

Uma avaliação do estado nutricional em adultos pode incluir uma avaliação


abrangente que consiste em uma história e exame físico personalizados, avaliação
laboratorial, antropometria, composição corporal e dados funcionais.

Nenhuma variável isolada relata com exatidão e confiabilidade o estado nutricional


de um indivíduo em todas as situações. Ferramentas de triagem validadas estão
disponíveis para uso em certas populações.

A avaliação in vivo da composição corporal é essencial em muitas investigações


clínicas, a fim de descrever e monitorar com precisão o estado nutricional de
uma série de condições médicas e processos fisiológicos, incluindo pacientes
doentes e desnutridos, mulheres grávidas, mulheres que amamentam e idosos,
bem como em pacientes com câncer, osteoporose e muitas outras doenças.

Essa área de pesquisa também é importante para o campo da nutrição humana


e fisiologia do exercício.

Várias investigações de pesquisa indicaram a importância de medir a deposição de


gordura em diferentes corpos e compartimentos, a fim de obter uma compreensão
mais completa dos fatores genéticos que contribuem para a obesidade, transtornos
relacionados à obesidade, como dislipidemia e, portanto, para uma compreensão
mais completa dos transtornos cardiometabólicos associados à obesidade, com
relevância para a relação entre composição corporal e gasto energético.

A dimensão espacial e temporal, onde e quando, pode influenciar a relevância


fisiológica e as implicações patológicas da composição gordurosa dos diferentes
compartimentos corporais e, por isso, é um novo elemento a ser considerado na
avaliação da composição corporal.

Objetivos
» Definir composição corporal e sua utilidade para adultos, crianças, idosos
e para desportistas e atletas.

» Observar os métodos de avaliação da composição corporal para adultos,


crianças, idosos e para desportistas e atletas e distinguir sua especificidade
em relação à população recorrente.
» Conhecer as individualidades das equações de predição utilizadas como
parâmetros de avaliação do percentual de gordura corporal total para
adultos, crianças, idosos e para desportistas e atletas.

» Definir somatotipia e sua relação prática com a composição corporal.

» Conhecer, observar e analisar os padrões recomendados pela literatura


científica para os valores de porcentagem de gordura corporal total de
desportistas e atletas.
INTRODUÇÃO A AVALIAÇÃO
DA COMPOSIÇÃO UNIDADE I
CORPORAL

CAPÍTULO 1
COMPOSIÇÃO CORPORAL E MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA
COMPOSIÇÃO CORPORAL

As medidas de composição corporal humana são métodos objetivos de avaliação


nutricional e são de interesse para nutricionistas, profissionais de saúde e
cientistas esportivos.

Composição corporal é um método de descrição do que o corpo é feito. Inclui


gordura, proteína, minerais e água corporal. Também desmonstra o peso com
mais precisão do que o IMC. A análise da composição corporal pode mostrar
com precisão as mudanças na massa gorda, massa muscular e percentual de
gordura corporal. Isso pode ajudar a validar serviços como treinamento pessoal,
atendimento ao paciente e bem-estar corporativo.

A antropometria é um componente-chave da avaliação do estado nutricional em


crianças e adultos. Os dados de antropometria da NHANES foram usados para
acompanhar o crescimento e o peso tendências na população dos EUA há mais
de 30 anos. Os dados antropométricos para bebês e crianças refletem o estado
geral de saúde e a adequação da dieta e são usados para rastrear tendências
em crescimento e desenvolvimento ao longo do tempo. O CDC usou dados
antropométricos do NHANES para produzir padrões de referência nacionais
ou “gráficos de crescimento” que são amplamente utilizados por pediatras e
pesquisadores.

Composição corporal e crescimento são componentes principais relacionados


à saúde em indivíduos e populações. A epidemia contínua de obesidade em
crianças e adultos tem destacado a importância da gordura corporal para a saúde
de curto e longo prazo. No entanto, existe a influência de outros componentes
da composição corporal nos desfechos de saúde, portanto são considerados
importantes, bem como sua mensuração na prática clínica.

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UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

Várias técnicas estão disponíveis, variando em complexidade e facilidade


de uso, e cada uma delas faz suposições que podem afetar sua adequação a
diferentes condições. É improvável que uma única técnica seja ideal em todas
as circunstâncias. Outra questão importante é a dificuldade de validar técnicas
em humanos.

As técnicas in vivo não medem diretamente a composição corporal, mas sim a


prevê a partir de medições das propriedades corporais. Assim, todas as técnicas
sofrem de dois tipos de erros: erro metodológico ao coletar dados brutos e erro
nas premissas pelas quais os dados brutos são convertidos em valores finais. A
magnitude relativa desses erros varia entre as técnicas.

Com o aumento da prevalência de obesidade e doenças do estilo de vida, há aumento


da necessidade de métodos de composição corporal com maior sensibilidade e
precisão. A avaliação da composição corporal fornece insights tanto do estado
nutricional quanto da capacidade funcional do corpo humano e é útil na nutrição
para descrever o crescimento e desenvolvimento desde o nascimento até a vida
adulta e para compreender as origens do desenvolvimento da saúde e da doença,
na elaboração de estratégias nutricionais e no monitoramento de intervenções
terapêuticas.

A avaliação da composição corporal é importante por que:

» pode ser utilizada como objeto de pesquisa em diversas áreas;

» auxilia no diagnóstico nutricional;

» ajuda na elaboração de intervenções nutricionais;

» auxilia na elaboração e planejamento de programas de treinamento físico;

» promove melhorias no desempenho físico e na qualidade de vida.

Métodos de avaliação da composição corporal


Os métodos de avaliação da composição corporal surgiram com a finalidade de
investigar da forma mais precisa possível a estrutura do corpo humano e seus
compartimentos; por isso, alguns métodos são mais precisos que outros, mais
trabalhosos e, consequentemente, mais difíceis de serem efetuados.

Existem basicamente dois métodos para avaliar a composição corporal: métodos


diretos, que consistem em dissecação de cadáveres, com limitações óbvias,

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Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

e métodos indiretos, também conhecidos como in vivo, que são baseados na


obtenção de um parâmetro não mensurável usando várias fórmulas ou equações
envolvendo um parâmetro mensurável e assumindo uma relação constante entre
ambas variáveis.

A classificação dos métodos existentes para a avaliação da composição corporal


foi elaborada levando em consideração a precisão dos dados obtidos; dessa forma,
quanto maior a precisão dos resultados, mais direto pode ser considerado o método.
Portanto, foram assim denominados, por ordem de precisão e especificidade,
de métodos diretos, indiretos e duplamente indiretos.

Tabela 1. Classificação dos diferentes métodos de avaliação da composição corporal.

DIRETOS INDIRETOS DUPLAMENTO INDIRETOS


Hidrodensitometria
Pletismografia
Dissecação de tecidos Antropometria
DEXA
Estudos em animais Dobras cutâneas
Ressonância Magnética
Extração lipídica Bioimpedância elétrica
Ultrassom
Tomografia computadorizada
Fonte: Adaptado de Martins, 2016.

Métodos diretos

Os métodos diretos com relação à avaliação corporal são considerados métodos


de alto nível de precisão, em que o erro padrão de estimativa (EPE) é considerado
pequeno — por isso se chama método direto.

O padrão-ouro para a análise da composição corporal é a análise de cadáveres,


portanto, nenhuma técnica in vivo pode ser considerada para atender aos mais
altos critérios de precisão.

Um método considerado o melhor método de avaliação direta de composição


corporal é a extração lipídica, especialmente quando comparado à dissecação de
cadáver, pois na dissecação ainda há dificuldade para a extração de gordura de
um modo total, inclusive entre as fíbras e vísceras. A dissecação de cadáveres,
embora seja considerado um método preciso, não era possível ser fiel ao relato da
composição corporal de um indivíduo vivo, ativo, justamente devido à situação
inerte do corpo do avaliado.

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Métodos indiretos

São métodos validados a partir da comparação entre os resultados obtidos por


meio dos métodos diretos e que são amparados pelos princípios físicos e químicos
que têm o objetivo de extrapolação das quantidades de massa corporal magra
e gordura coporal.

O método indireto é aceito como um bom instrumento de análise da composição


corporal, quando seus valores finais são parecidos.

Existem vários métodos indiretos de avaliação corporal, dentre eles podemos citar
os físicos, como raio x, raio x de dupla energia (DXA), tomografia, plesimografia,
ressonância magnética, densitometria, ultrassonografia e os químicos, como:
contagem de potássio radioativo (K40 e K42), excreção de creatina urinária e
diluição de óxido de deutério.

Um dos princípios químicos originou algumas das técnicas clássicas de mensuração


da composição corporal, como a hidrodensitometria ou pesagem hidrostática,
que se trata da abordagem clássica para determinar a composição corporal. A
técnica gera conhecimento de dois compartimentos, a massa gorda e a massa
livre de gordura a partir das diferentes densidades existentes entre a gordura e
outras substâncias químicas presentes no organismo.

O modelo de dois compartimentos corporais foram desenvolvidos a partir


do conhecimento de que a densidade da gordura é diferente da densidade
da água. Esse modelo de dois compartimentos corporais distingue os tecidos
metabolicamente ativos que compõem a massa livre de gordura e a massa de
gordura.

Existe uma variação entre esses compartimentos que vai depender da fase de
crescimento e desenvolvimento, sexo, nível de atividade física e etnia.

Por esse motivo, foram realizadas pesquisas com a intenção de avaliar


minuciosamente as mudanças estruturais dos seres humanos de acordo com
cada etapa da vida, as quais permitiram criar outros modelos de três, quatro ou
múltiplos compartimentos.

No modelo de dois compartimentos (2C), a abordagem mais simples na composição


corporal é o modelo 2C, dividindo o peso corporal em massa gorda e massa livre
de gordura. A massa gorda anidra é a gordura quimicamente extraível com uma
densidade assumida de 0,9007 g / cm 3, enquanto que a massa livre de gordura
assume uma densidade de 1,1000 g / cm 3 e um teor de água de 73,72 por cento.

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O modelo 2C é baseado na hipótese feita a partir da análise de três cadáveres


masculinos e os erros associados se devem mais à validade dos pressupostos do
que à precisão técnica das medições. Hidrodensitometria, pletismografia por
deslocamento de ar e hidrometria são alguns dos métodos comumente usados
com base no modelo 2C.

O modelo de três compartimentos (3C) de composição corporal inclui um terceiro


componente, no qual a massa livre de gordura é dividida em massa de tecido
magro e conteúdo mineral ósseo. No modelo 3C, a massa livre de gordura é
dividida em água (água corporal total) e os demais sólidos (proteína e minerais,
massa seca livre de gordura). Isso inclui medições da densidade corporal e água
corporal total, enquanto assume uma relação constante mineral-proteína de 0,35.

O modelo 3C, portanto, controla a variação interindividual na hidratação da


massa livre de gordura. Ao medir a composição corporal de adultos saudáveis
e crianças mais velhas, o modelo 3C mostrou melhores resultados em relação
ao modelo 2C, mas tem que ser usado com cautela em pacientes com proteína
corporal depletada ou massa mineral óssea, como os valores estimados para
densidade e, portanto, a estimativa final de FM corporal não será precisa.

A absorciometria por raios X de dupla energia (DEXA) é um método 3C que


fornece uma medição rápida, não invasiva, regional e de composição de todo o
corpo pela transmissão de raios X de alta e baixa energia através do corpo.

O modelo de quatro compartimentos (4C) de composição corporal é obtido


pela combinação de vários métodos para dividir a massa corporal em gordura,
mineral, tecido metabólico e proteína (residual) e, assim, elimina a necessidade
de fazer suposições sobre a proporção relativa desses constituintes no corpo.

Como o modelo 4C controla a variabilidade biológica tanto no mineral ósseo


como na água corporal, é teoricamente mais válido que o modelo 3C. Suposições
de 1,34 e 3,075 kg /1 são feitas para a densidade de proteína e mineral.

O modelo 4C é considerado o método de critério de composição corporal que


mede os constituintes individuais da massa livre de gordura, em vez de assumir
uma densidade constante de 1.100 g / cm 3 e hidratação de 0,73. No entanto,
cada medição primária terá um erro de medição inerente e os erros cumulativos
associados à medição de muitas variáveis podem afetar a precisão aprimorada
do modelo 4C.

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A propagação do método de erro é usada para calcular estimativas da precisão


da massa gorda a partir do modelo 4C, uma vez que cada precisão do método
primário é propagada na estimativa final do modelo 4C. Uma precisão de ± 0,25
kg foi obtida a partir do método de propagação de erro para massa gorda usando
o modelo 4C para um indivíduo de 60 kg com 60 % de água corporal.

O método 4C é, no entanto, muitas vezes limitado em ambientes clínicos e


grandes estudos, tendo em vista o tempo, custo e equipamento necessários para
as múltiplas medições, e deve ser usado principalmente para a validação de
métodos de composição corporal e para derivar equações preditivas.

Para exemplificar, esses modelos levam em consideração os valores de densidade


descritos abaixo:

Densidade da gordura = 0,9 g/cm3

Densidade da água = 1,0 g/cm3

Modelos multicompartimentos são os modelos atômicos de composição corporal


que exigem a análise direta dos principais elementos do corpo.

A análise de ativação de nêutrons pode ser usada para medir o conteúdo corporal
total de elementos (cálcio, sódio, cloreto, fósforo, nitrogênio, hidrogênio, oxigênio
e carbono).

O modelo 6C divide o corpo em água, nitrogênio, cálcio, potássio, sódio e


cloreto. Embora os modelos multicompartimentos forneçam medidas precisas
da composição corporal, para validar outros métodos, a falta de instalações
adequadas, o alto custo e a exposição à radiação limitam seu uso regular.

Hidrodensitometria – pesagem hidrostática ou subaquática (padrão


ouro)

Baseada em princípios promulgados por Arquimedes, a técnica gera conhecimento


de dois compartimentos, a massa gorda e a massa livre de gordura.

Quando um corpo é submerso na água, há uma força contrária flutuante igual


ao peso da água que é deslocada. Como o osso e o músculo têm maior densidade
do que a água, uma pessoa com maior porcentagem de massa livre de gordura
pesará mais na água. Por outro lado, uma maior quantidade de massa gorda
tornará o corpo mais leve na água.

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Na avaliação por hidrodensitometria, o indivíduo fica submerso em um banco,


situado no interior do aparelho; dentro da piscina existe um tubo que o conecta
à parte externa.

Figura 1. Ilustração de como é efetuado o teste por hidrodensitometria.

Fonte: Quinn, 2019.

O indivíduo é medido pela quantidade de deslocamento de água submergindo


em água enquanto sustenta uma expiração forçada de 30 segundos. Esse passo
é necessário porque o ar aprisionado nos pulmões também contribui para a
quantidade de água deslocada pelo sujeito.

A massa isenta de gordura é um compartimento heterogêneo que pode ser


subdividido de acordo com seus constituintes primários: água (73,8%), proteína
(19,4%) emineral(7,8%). Embora não seja viável para implementação em estudos
de campo, a abordagem hidrodensitrométrica é usada como padrão-ouro para
validar outros métodos

Após a expiração forçada, o indivíduo é pesado para que se compare seu peso
corporal total dentro da água com o peso corporal de fora da água; o valor
encontrado é corrigido pela densidade da água, nesta fórmula:

D = Peso no ar
______________________________
(Peso ar – Peso água) – (VR + 100)
_________________
D. água

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Esse método de análise da composição corporal é considerado muito preciso


(padrão ouro indireto) e é usado para julgar se outros métodos são precisos.

Geralmente é consistente e, portanto, pode ser usado para medir o progresso.


No entanto, a pessoa que administra o teste precisa entender os princípios e
fazer os cálculos corretamente.

Possíveis limitações desse estudo incluem:

» Indivíduos que não estão familiarizados com a vida submersa podem ser
desconfortáveis; assim, eles podem não exalar inteiramente seu ar, uma
fonte de variação entre medidas.

Um número de repetições será realizado para estabelecer um peso subaquático


estável. Esta é uma razão pela qual três pesagens submersas são tomadas
para que eles possam garantir maior confiabilidade. Se for realizada em
condições ideais, o erro padrão de estimativa (EPE) é baixo, variando entre
0,8 a 1,2%.

» Sujeitos mais altos podem ter que comprimir o tronco para manter a posição
correta com a cabeça acima da água.

» As medidas de volume residual e capacidade vital são retiradas da água


devido à localização da instrumentação longe do tanque de pesagem de
água. Essas medidas podem ser diferentes se realizadas na água devido à
pressão da água exercida a cavidade torácica.

Também existe o comprometimento dessa metodologia pelo fato de que as


equações densitométricas foram desenvolvidas a partir da análise direta de
cadáveres brancos e levará à subestimação sistemática da gordura relativa em
mulheres índias americanas, mulheres negras e mulheres hispânicas.

A densidade corporal livre de gordura nesses grupos raciais/étnicos excede o


valor assumido de 1,1 g / ml.

Plestimografia (BOD POD)

A pletismografia por deslocamento de ar (BOD POD) ganhou popularidade entre


os pesquisadores de composição corporal desde sua introdução em 1995. Isso
é principalmente atribuível ao procedimento de teste não invasivo e à falta de
conhecimento técnico necessário comparado ao procedimento tradicional de
pesagem hidrostática.

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O BOD POD é uma unidade única de fibra de vidro composta por duas câmaras.
A câmara de teste acomoda o sujeito durante o teste e a câmara de referência
contém instrumentação para medir as mudanças de pressão entre as duas câmaras.

Os princípios operacionais do BOD POD são, resumidamente, os cálculos efetuados


para o deslocamento do volume de ar são computadorizados: compara-se o antes
(câmara vazia) com o depois (câmara com o indivíduo em seu interior).

As alterações de relação de pressão entre as câmaras são inversamente relacionadas


e são caracterizadas pela Lei de Boyle:

P1/P2=V2/V1

Em que V 1 e P 1 são o volume e pressão antes da entrada do sujeito na câmara


de teste e V 2 e P 2 são o volume e a pressão enquanto o sujeito está na câmara
de teste. Portanto, o volume do corpo da amostra será igual ao volume da câmara
de teste antes da entrada do sujeito, menos o volume da câmara de teste com o
sujeito presente.

Devido à dificuldade em manter condições isotérmicas no ambiente fechado


da câmara de teste, o BOD POD funciona sob condições adiabáticas (ou seja,
a temperatura do ar está ganhando/perdendo calor), assim a Lei de Poisson
caracteriza mais precisamente a relação volume de pressão na câmara de teste:

P 1 / P 2 = (V 2 / V 1 ) γ

Em que V 1 e P 1 são o volume e a pressão antes da entrada do sujeito na câmara


de teste, V 2 e P 2 são o volume e a pressão enquanto o sujeito está na câmara
de teste, e γ é a relação do calor específico de um gás a pressão constante para
volume constante (1,4 para ar).

Para evitar dados errôneos, os fabricantes do BOD POD recomendam que o teste
seja realizado antes do exercício, que o sujeito esteja seco e que a temperatura
dos ambientes de teste permaneça estável.

A aderência estrita a essas condições pode por vezes revelar-se difícil quando se
testam grandes números de indivíduos num curto período de tempo e quando
se testa pessoas que estão a transpirar ou que têm uma temperatura elevada
devido a doença.

O efeito específico da temperatura corporal elevada e da umidade corporal


(resultante da pesagem hidrostática) nas medições de BOD POD precisa de

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esclarecimento. Um aumento na temperatura e umidade do corpo pode aumentar


a quantidade de ar isotérmico ao redor da pele.

Figura 2. Imagens do aparelho BOD POD.

Fonte: DePass, 2009.

O BOD POD e o DXA mostraram ser preditores confiáveis de % gordura corporal


(GC). No entanto, na literatura existem algumas discrepâncias na validade do
BOD POD, particularmente quando comparado ao DXA.

Dois estudos comparando o BOD POD com o DXA com mulheres caucasianas
ativas e não ativas concluíram que o BOD POD é um preditor válido de % GC
quando comparado ao DXA ( 2 , 14 ). Em contrapartida, dois outros estudos
utilizando jogadores universitários de futebol e homens caucasianos concluíram
que o BOD POD subestimou significativamente o % de gordura corporal quando
comparado ao DXA em uma média de 2,0% e 2,6%, respectivamente.

Outro estudo descobriu que o BOD POD superestimou significativamente o % de


GC quando comparado ao DXA em homens caucasianos em uma média de 2,2%.

O BOD POD também demonstrou subestimar o% GC em crianças e adolescentes


não obesos em uma média de 2,9%, em adolescentes do sexo feminino por uma
média de 3,9% e em crianças com sobrepeso e obesidade por um média de 2,9%.

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O BOD POD não é tão caro quanto o DXA, tornando-o mais amplamente usado em
muitos ambientes clínicos e de pesquisa. Como existem diferenças nas estimativas
de % de GC entre o BOD POD e o DXA, talvez pessoas com sobrepeso ou obesas
sejam erroneamente classificadas como tendo um % de GC saudável, em que as
pessoas no limite inferior ao de % de GC saudável podem estar erroneamente
classificadas como tendo % de GC muito baixo.

Tais erros de classificação podem impedir que alguém intervenha quando deveria
haver uma intervenção. Assim, é importante ter medidas confiáveis e válidas
de % de GC. Com tais discrepâncias na literatura em relação à validade, mais
pesquisas precisam ser realizadas antes que qualquer conclusão definitiva possa
ser sugerida.

Dexa (absorciometria de raio x de dupla energia)

Os scanners DXA foram originalmente projetados para medir o conteúdo mineral


e densidade, embora o desenvolvimento de software durante os anos 1990
também tenha permitido a avaliação de tecido mole.

O DXA é uma modalidade de geração de imagens especial que normalmente


não está disponível em sistemas de raio x de uso geral, devido à necessidade de
filtragem de feixe especial e registro espacial quase perfeito das duas atenuações.
Todo o corpo pode ser escaneado para medir a massa óssea do corpo inteiro e
a composição do tecido mole.

A absorciometria de raio x de dupla energia (DXA) foi desenvolvida para medir


a massa mineral óssea, que é calculada a partir da absorção diferencial de raios
x de duas energias diferentes. Como esse cálculo requer tolerância para tecido
mole sobrejacente (quantificação), os valores de gordura e massa livre de gordura
também são calculados para varreduras de corpo inteiro, usando algoritmos
específicos de instrumento.

O DXA é o método preferido para composição óssea e corporal por vários motivos.
Primeiro, existem poucas suposições exigidas para medições de composição DXA.
As duas atenuações de raios x que passam pelo corpo podem ser usadas para
calcular com precisão a massa de dois materiais diferentes, dada a álgebra simples
e as propriedades físicas desses materiais. Há detalhes a serem trabalhados,
como a quantificação da massa de tecido mole em uma geometria divergente,
mas a natureza fundamental do DXA dá a promessa de precisão em uma ampla
gama de tamanhos de corpo e tipos de corpo.

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UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

Figura 3. Modelo de aparelho de DXA.

Fonte: GE Health Care, 2019.

Além disso, o DXA pode medir a composição corporal regional subdividindo o


corpo usando linhas de corte específicas bem definidas.

O DXA é preciso e estável durante anos e a estabilidade da medição é melhor


do que 0,5% de alteração na precisão da composição corporal em décadas de
operação para um único sistema DXA.

O DXA expõe o paciente e o operador à radiação ionizante, mas a dose é muito


pequena para ambos. A dose de radiação efetiva de um único DXA de corpo inteiro
(<10 microSieverts) é semelhante à radiação de fundo normal recebida durante um dia
ao nível do mar. No entanto, a maioria dos estados dos EUA e de outros países exige
algum tipo de licenciamento do tecnólogo e de um supervisor designado de raio x.

Figura 4. Modelo de exame realizado por DXA.

% gordura

Digitalização DXA de corpo inteiro. A imagem mostra a análise regional da composição corporal: regiões da cabeça (H), tronco
(T), membros superiores (U), membros inferiores (L), androide (A) e ginoide (G). O mapa colorido dos tecidos moles e os
histogramas (à direita) mostram a distribuição de gordura nos diferentes segmentos corporais (áreas vermelhas: percentual de
gordura > 60%; áreas amarelas: percentual de gordura 25-60%; áreas verdes: percentual de gordura < 25%).
Fonte: Guerri et al., 2018.

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O DXA é rápido e aceitável para crianças até cerca de 4 anos e também pode ser
usado em bebês pequenos.

O viés varia com a idade e a gordura e, em alguns casos, com o estado de doença
subjacente.

É provável que as comparações entre grupos identifiquem a direção das mudanças,


mas não quantifiquem a diferença com precisão, enquanto a precisão com a
qual as mudanças podem ser quantificadas dentro de indivíduos ganhando ou
perdendo peso também pode ser confundida pela mudança no status do peso.
Assim, embora os estudos de DXA contribuam cada vez mais para a base de
evidências para pediatria clínica, tais estudos devem ser interpretados com
cautela e a técnica não representa um método de referência.

Grandes indivíduos apresentam dois desafios para a varredura DXA: o comprimento,


a largura e a capacidade de carga nominal podem ser todos excedidos.

As dimensões da tabela foram ajustadas para o tamanho máximo que permitia


que o sistema se encaixasse em uma pequena sala, sabendo que alguns pacientes
seriam muito altos ou largos para caber completamente na mesa. Essas decisões
de projeto foram tomadas em observação do mercado primário de sistemas
DXA: medições de densidade óssea da coluna e quadril, onde não é necessário
encaixar o corpo inteiro na mesa.

Constantemente ao longo dos anos, as novas máquinas DXA foram projetadas


para acomodar pacientes mais pesados e maiores e para varrer áreas mais amplas.
Novas estratégias, como a avaliação de meio corpo, permitem uma varredura
corporal precisa e a análise de indivíduos excedendo os limites do campo de
varredura.

Embora DXA seja uma técnica de imagem projetiva, novas soluções têm
permitido recentemente a estimativa diferencial de gordura visceral subcutânea
e intra-abdominal. A transição para densitômetros de feixes estreitos levou a
tempos de varredura mais rápidos e melhor resolução; entretanto, a variação
inter ou intradispositivo existe dependendo de vários fatores.

Em resumo, o DXA é uma tecnologia madura para medir a composição corporal


e houve grandes avanços na tecnologia nos últimos 30 anos. No entanto, não
é um método estático. Abordagens novas e inovadoras para a interpretação da
composição corporal do DXA mantêm o DXA na vanguarda de aplicações que
vão desde crianças a obesos mórbidos e atletas a idosos.

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UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

DXA e a prática esportiva

Grande parte do avanço no uso de DXA para esportes e fitness tem sido a
aplicação da tecnologia que está disponível há anos. No entanto, há um lugar
único para a DXA na avaliação do sucesso das intervenções esportivas, de
dieta e de condicionamento físico, devido à sua capacidade única de medir
simultaneamente o status de massa óssea, magra e gorda.

Em atletas, a Deficiência Relativa de Energia no Esporte (RED-S) é uma condição


que afeta a saúde óssea devido ao excesso de treinamento e má nutrição. Pode
ser visto tanto em homens quanto em mulheres, mas nas mulheres pode estar
associado à amenorreia, em que é chamada de Tríade de Atleta Feminina.

Em 1997, o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) lançou o Posto de


Posição da Tríade de Atletas Femininos onde eles delinearam os componentes
da Tríade Feminina: transtorno alimentar, amenorreia e baixa massa óssea.

Um protocolo DXA razoável para atletas jovens inclui avaliação do quadril,


coluna e corpo total para osteopenia, baixo teor de gordura e baixa avaliação
da massa muscular.

O DXA também pode ser usado para avaliar a recuperação de lesões e desempenho,
observando as diferenças entre os membros esquerdo e direito. Os exemplos
incluem os efeitos da simetria da massa magra no desempenho de esquiadores
com lesões do LCA e kickers australianos de futebol.

Ressonância magnética

Por ser um método não invasivo e que não expõe o paciente à radiação, sua
utilização é realizada para acompanhamento e diagnóstico da gordura visceral
em indivíduos com alto risco e que estejam em tratamento para perder peso.
Apesar de segura, requer alta eficiência técnica e é dispendiosa.

Esse método é baseado nas propriedades magnéticas nucleares dos protões de


hidrogênio. As imagens produzidas correspondem a mapas espaciais ilustrativos
da distribuição das várias espécies de hidrogênio. Essas moléculas quando
presentes no tecido adiposo são primariamente seguras em uma cadeia alifática
de hidrocarbonetos e possuem uma ressonância magnética nuclear distinta dos
protões presentes na água ou cadeias proteicas. Assim, essa técnica é capaz de
fornecer informação discriminativa que pode ser usada para separar a massa
gorda de outros tecidos.

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Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

As medições incluem a avaliação do tecido adiposo total e regional, assim como


a sua distribuição, quantificação da massa magra e o seu principal constituinte,
que é o musculoesquelético, e avaliação do tecido adiposo visceral.

Esse estudo requer que o sujeito seja posicionado no centro do íman na posição
de supino. A aquisição de uma análise corporal completa oferece vantagens ao
avaliar a influência da perda de peso na composição corporal.

Como desvantagens, o método apresenta alto custo que não lhe permite ser
utilizado rotineiramente é dispendioso (procedimento demorado) e possui
limitações em indivíduos obesos; o espaço do scanner pode causar claustrofobia
e, além disso, existe alta exposição a radiação quando utilizada a tomografia
computorizada, pois estas são frequentemente agrupadas.

Tomografia computadorizada

A tomografia computadorizada (TC) produz radiografias transversais finas que


podem ser muito úteis na pesquisa da composição corporal usando projeções de
raios X de diferentes ângulos do corpo. As diferenças de atenuação entre raios
X de tecido mole magro e tecido adiposo são usadas para separar esses tecidos.

As imagens tomográficas do abdome permitem a medição computadorizada da


área total de gordura e também permitem a diferenciação da gordura subcutânea
da gordura intra-abdominal. Essas imagens podem ser usadas isoladamente ou
combinadas com algoritmos matemáticos de reconstrução para estimar a massa
individual de grupos musculares ou massa muscular total.

Esse método de imagem é considerado preciso e confiável para quantificar


o tecido adiposo subcutâneo e, em especial, o intra-abdominal. Apresenta a
vantagem de possibilitar a visualização direta de imagens que retratam a área
transversal de musculoesquelético.

A gordura no tecido do músculo esquelético e no fígado pode ser determinada com


precisão usando a tomografia computadorizada, embora seja significativamente
menos precisa para a gordura do fígado <5 por cento. Medições volumétricas
diretas de órgãos e diferentes depósitos de tecido adiposo podem ser obtidas
usando essa técnica.

No entanto, a medição da composição corporal usando a tomografia


computadorizada é frequentemente medida usando uma análise bidimensional
de fatias axiais específicas do corpo. Isso é feito principalmente para minimizar
a dose de radiação e também devido às dificuldades na segmentação manual de
diferentes compartimentos nas imagens.

21
UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

Ultrassonografia

A ultrassonografia tem sido documentada para avaliar a gordura visceral e se


apresenta como um dos métodos práticos e seguros da avaliação da composição
corporal.

Sua aplicacação consiste em realizar a medida da espessura da gordura entre a


pele e o músculo, como também mensurar a espessura muscular. Considera-se
bom método para quantificar o tecido adiposo intra-abdominal, com a vantagem
de ser uma alternativa menos dispendiosa.

O método é realizado por um feixe de ultrassom, que é emitido pelo aparelho.


Esse feixe entra em contato com uma interface de tecido e é parcialmente refletido
de volta para o transdutor do equipamento como um eco. Os transdutores de
ultrassom variam em relação ao modo e à frequência, e a digitalização da imagem
leva apenas alguns segundos.

Esse método apresenta excelente correlação com a ressonância magnética e a


tomografia computadorizada, podendo medir a espessura do tecido adiposo e
tecidos mais profundos nas diferentes regiões corporais.

Essa técnica tem sido cada vez mais utilizada e apresenta excelente correlação
com a medida de pregas cutâneas.

Os oito locais padrão de ultrassom são definidos em relação à estatura em pé


do avaliado:

Abdome superior e inferior, subescapular, peitoral, médio axiliar, tríceps, bíceps,


coxa e panturrilha. Os locais são marcados na pele com o participante em pé ou
sentado, enquanto as imagens de ultrassom são capturadas com o participante
deitado, posturas supina ou lateral.

Além da avaliação da espessura do tecido adiposo, avalia também tecidos mais


profundos nas diferentes regiões corporais. Considera-se bom método para
quantificar o tecido adiposo intra-abdominal, com a vantagem de ser uma
alternativa menos dispendiosa que a tomografia computadorizada ou a ressonância
magnética e mais precisa que as pregas cutâneas.

Embora a ressonância magnética e a tomografia computadorizada sejam o


padrão ouro para quantificar o tamanho dos compartimentos abdominais, eles
são caros, demorados e trabalhosos.

22
Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

Esses fatores tornam essas técnicas impraticáveis para uso rotineiro e significam
a necessidade de desenvolver um método mais prático (ainda que razoavelmente
preciso) para medir a distribuição de gordura abdominal. Índices antropométricos,
como a circunferência da cintura e o índice de massa corporal (IMC), são preditores
bem estabelecidos de morbidade e mortalidade e são comumente usados na
prática, para adiposidade na população geral. No entanto, suas associações
com compartimentos abdominais específicos (por exemplo, tecido adiposo
subcutâneo, tecido adiposo visceral e volumes abdominais totais) em diferentes
origens étnicas variam.

Potássio corporal total

O potássio corporal total é o padrão ouro para medir com precisão o conteúdo
mineral ósseo.

Além do conteúdo mineral ósseo, o método de potássio corporal total pode


fornecer estimativas de gordura corporal usando estimativas de peso e água
corporal total.

O método também pode ser usado como método não invasivo de estimativa de
proteína corporal e massa muscular esquelética. A medida do conteúdo mineral
ósseo é particularmente útil em condições de mudança do estado de hidratação,
como em gestantes, infância e desnutrição aguda severa, em que o estado de
hidratação é afetado pelo edema.

O método de potássio corporal total é a medida de referência para definir


as necessidades proteicas da gravidez, pois é independente de um estado de
hidratação variável durante a gestação e livre de exposição à radiação pelas
técnicas de imagem.

Durante as medições de potássio corporal total, os indivíduos adultos têm que


se deitar por 30 min no leito móvel. A cama é enrolada sob os detectores, para
medir todo o corpo (de superior a inferior) em três segmentos, com intervalo
de 10 min cada.

O potássio corporal total é estimado usando a proporção constante de 40 K para


seus principais isótopos estáveis. A partir disso, o nitrogênio total do corpo (NTC)
pode ser calculado, assumindo uma razão de potássio corporal total (PCT) para
nitrogênio de 2,15 mmol K / gN. A proteína corporal total pode ser estimada
em 6,25 × NTC (g), a partir da qual o conteúdo mineral ósseo (CMO) pode ser
calculado como CMO (kg) = 0,0092 × NTC (mmol).

23
UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

Métodos duplamente indiretos

Os métodos duplamentes indiretos são técnicas aparentemente menos rigorosas


que ocorrem com base na validação dos métodos indiretos e que aumentam as
chances de erro dos resultados obtidos, porém apresentam melhor aplicação
na prática clínica e menor custo financeiro, podendo ser empregadas tanto em
pesquisas de campo quanto em estudos clínicos.

Antropometria

As medidas antropométricas são não invasivas e ajudam na avaliação do estado


nutricional, identificando indivíduos em risco, monitorando a eficácia de uma
intervenção nutricional e fornecendo informações sobre as reservas de gordura
e músculo do corpo. Por serem relativamente simples de medir, de baixo custo
e não exigirem alto nível de habilidade técnica, as medidas antropométricas são
amplamente utilizadas em situações clínicas e em grandes estudos epidemiológicos.

Corresponde ao ramo das Ciências Biológicas direcionado ao estudo dos caracteres


mensuráveis da morfologia humana (SOBRAL; SILVA, 1997 apud PITANGA,
2004).

Na Antiga Grécia, cerca de 400 a.C., Hipócrates apresentou os primeiros esboços


de classificação biotipológica, a partir de estudos relativos à composição corporal
dos homens de sua época. Ele observou que os homens avaliados se dividiam
em dois grupos, os compridos e delgados, denominados Tísicos, e os curtos e
encorpados, por ele chamados de Apopléticos.

Os quatro elementos da natureza — terra, água, fogo e ar — foram cruciais


para a divisão estrutural do corpo humano realizada por Hipócrates. Dessa
maneira e com base nesses elementos naturais, ele desenvolveu o seu exemplo
de composição corporal, dividido em bílis amarela, bílis preta, sangue e muco.
Esses quatro fatores orgânicos também eram utilizados para diferenciar saúde
e doença, segundo Hipócrates.

Desde essa época, muitos autores estabeleceram classificações antropométricas


para os seres humanos, como De Giovanni, por volta de 1840. Seus discípulos,
Viola e Pende, em 1905, aperfeiçoaram a classificação de seu mentor, distinguindo
os indivíduos em Normolíneo, Brevilíneo e Longilíneo.

Em seguida, houve a proposta de Sigaud e MacAuliffe com relação à classificação


dividida em quatro categorias, que teoricamente representaria os quatro sistemas
fundamentais: cerebral, respiratório, muscular e digestivo.

24
Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

Até que Sheldon, por volta de 1940, apareceu sustentando a ideia de que cada
folha blastodérmica no indivíduo corresponderia a um tipo temperamental e
morfológico, o que refletiria, então, em determinados temperamentos e em
determinada estrutura corporal que foi denominada de Endomorfo, Mesomorfo
e Ectomorfo (vide o Capítulo 1 da Unidade II, “Somatotipo”).

Em estudos epidemiológicos, as medidas antropométricas, como altura corporal,


peso, comprimento das extremidades, distâncias entre os pontos do corpo e
circunferências corporais, são rotineiramente avaliadas. Esse monitoramento
constante também ocorre na prática clínica, especialmente para atletas.

A antropometria é um instrumento de avaliação da composição corporal


importante, pois:

» permite avaliar as condições da saúde da população em questão;

» oferece dados relevantes para o estudo da variabilidade morfológica humana;

» permite avaliar o estado nutricional da população;

» apresenta informações sobre outros fatores que podem interagir com os


resultados apresentados pela avaliação, como sexo, idade, meio ambiente,
genética/hereditariedade;

» fornece subsídios para o acompanhamento de todos os aspectos relacionados


a performance esportiva e, consequentemente, seu aprimoramento.

Peso ou massa corpórea

O peso corpóreo está relacionado à soma de todos os componentes corporais,


como ossos, vísceras, órgãos, músculos e pele.

Essa medida é utilizada como instrumento na avaliação nutricional, pois é capaz


de refletir o estado nutricional de um indivíduo, se está adequado ou inadequado,
mas não pode ser considerado como um método isolado de avaliação, já que
pode sofrer variações de acordo com:

» o clima (calor);

» a ingestão excessiva de líquidos ou a desidratação;

» o excesso de sódio na alimentação;

» a ingestão excessiva de alimentos ou bebidas alguns dias antes da pesagem;

» o ciclo menstrual;

» e outros fatores que podem mascarar o peso real do indivíduo.

25
UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

O peso corporal pode ser avaliado pela sua relação com a altura do indivíduo,
originando assim os valores padronizados do Índice de Massa Corporal (IMC),
que serão vistos na sequência desta apostila.

Uma avaliação nutricional mais precisa, principalmente para indivíduos em


constante treinamento e que precisam entender as mudanças estruturais que seus
corpos podem apresentar como consequência de um determinado treinamento,
deve relacionar o peso corporal a outras medidas, como a circunferência da
cintura e dobras cutâneas, por exemplo.

Os avaliados serão pesados em quilogramas usando uma balança. Os procedimentos


para a medição são as seguintes:

» Posicione o avaliado: pressione a tecla start sem carga na balança, direcione


o avaliado para ficar em pé no centro da balança, com as mãos laterais e
olhando para a frente.

» Registre o resultado: após o avaliado estar posicionado corretamente, faça


a leitura na balança quando essa ficar estável, leia o peso em quilogramas,
e registre o resultado.

» Crianças pequenas: as crianças que não podem ficar sozinhas na balança


deverão ser pesadas com a ajuda de um adulto. O pai ou responsável ficará
sozinho na balança, enquanto o examinador clica no botão Tare na escala.
Isso define a leitura da balança para zero. A criança é então entregue ao
adulto na balança. Nesse caminho, a balança vai ler apenas o peso da criança.

Observação: durante a avaliação, tente solicitar que o avaliado esteja com o


mínimo de roupas possíveis. Você pode solicitar que o avaliado venha com roupas
de piscina (biquíni ou sunga).

Peso ajustado para amputados

Pesos de componentes segmentares do corpo humano são importantes na avaliação


do estado nutricional de um amputado.

Padrões originais para componentes foram compilados em 1889 usando três


cadáveres masculinos. Desde aquela época, estudos de sujeitos vivos mostraram
que homens e mulheres são semelhantes em porcentagem de peso dos componentes
corporais.

Os dados de cadáveres de 1955 e 1969, baseados em 21 indivíduos do sexo


masculino, mostraram que os corpos humanos carregam maior peso na cabeça

26
Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

e no tronco e menos peso nas pernas e nos braços do que o indicado pelos dados
anteriores.

Algumas diferenças no peso dos componentes podem ser atribuídas à etnia e


ao envelhecimento, mas pesquisas adicionais são necessárias para definir essas
diferenças.

A perda de peso corporal estimada descreve a quantidade de massa corporal


perdida devido a uma amputação. A perda de peso corporal estimada é mais
comumente utilizada para determinar o peso corporal ideal de um amputado,
que é uma função da altura do paciente.

Tabela 2. Percentual de perda de peso corporal segundo o nível de amputação.

Nível de amputação % perda de peso corporal


Pé 1,5%
Amputação abaixo do joelho 4,4%
Amputação coxa 10,1%
Perna inteira 16%
Mão 0,7%
Antebraço 1,6%
Braço inteiro 5%
Fonte: Osterkamp, 1995.

100% - % segmento amputado


Peso corrigido = x Peso ideal
100

peso corrigido(kg)
IMC amputados =
altura (m2) (1 - % amputação)

Compleição corporal

Método utilizado para mensurar o perímetro do pulso. Essa medida é realizada


com fita métrica inelástica. O resultado é aplicado à fórmula para classificar a
ossatura do indivíduo como pequena, média ou grande.
Estatura(cm)
Índice de ossatura (r) =
Circunferência do pulso (cm)

A aferição do pulso deverá ser realizada na parte distal do processo estiloide,


próximo à dobra do pulso no braço direito.

27
UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

Tabela 3. Compleição corporal, segundo a razão entre altura e circunferência do pulso

Homens Mulheres
r > 10,4 pequena r > 11 pequena
r = 9,6 -10 média r = 10,1 -11 média
r < 9,6 grande r < 10,1 grande
Fonte: adaptada de Grant et al., 1981.

Tabela 4. Tabela de peso estimado de acordo com a compleição corporal.

Homem Mulher
Estatura Ossatura Ossatura Ossatura Estatura Ossatura Ossatura Ossatura
(cm) pequena média grande (cm) pequena média grande
157 57-60 59-63 62-67 147 46-50 49-54 53-59
159 58-61 60-64 63-69 150 46-51 50-55 54-60
162 59-62 61-65 64-70 152 47-52 51-57 55-61
165 60-63 62-66 65-72 155 48-53 52-58 56-63
167 61-64 63-68 66-74 157 49-54 53-59 57-64
170 62-65 64-69 67-75 160 50-56 54-61 59-66
172 63-66 65-70 68-77 162 51-57 56-62 60-68
175 64-67 66-72 70-79 165 52-58 57-63 61-70
177 65-69 68-73 71-81 167 54-60 58-65 63-71
180 66-70 69-75 72-83 170 55-61 60-66 64-73
183 67-72 70-76 74-85 172 56-62 61-67 66-75
185 68-74 72-78 75-86 175 58-64 62-69 67-76
187 70-75 74-80 77-88 178 59-65 64-70 68-78
190 71-77 75-82 79-91 180 61-66 65-71 70-79
192 73-79 77-84 81-93 183 62-68 66-73 71-80
Fonte: Grant et al., 1981.

Tabela 5. Referência de peso ideal (kg) de acordo com a compleição corporal.

Altura (cm) Homens Mulheres


Compleição pequena média grande pequena média grande
142 41.8 46.0 49.5
143 42.3 54.3 49.8
144 42.8 45.6 50.1
145 43.2 45.9 50.2
146 43.7 46.6 51.2
147 44.1 47.3 51.8
148 44.6 47.7 51.8
149 45.1 48.1 51.8
150 45.5 48.6 53.2
151 46.2 49.3 54.0

28
Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

Altura (cm) Homens Mulheres


Compleição pequena média grande pequena média grande
152 46.8 50.0 54.5
153 47.3 50.5 55.0
154 47.8 51.0 55.5
155 50.0 53.6 58.2 48.2 51.4 55.9
156 50.7 54.3 58.8 48.9 52.3 56.8
157 51.4 55.0 59.5 49.5 53.2 57.7
158 51.8 55.5 60.0 50.0 53.6 58.3
159 52.2 56.5 60.5 50.5 54.0 58.9
160 52.7 56.4 60.9 50.9 54.5 59.5
161 53.2 56.2 61.5 51.5 55.3 60.1
162 53.7 56.8 62.1 52.1 56.1 60.7
163 54.4 57.7 62.7 52.7 56.8 61.4
164 55.0 58.5 63.4 53.6 57.7 62.3
165 55.9 59.5 64.1 54.5 58.6 63.2
166 56.3 60.1 64.8 55.1 59.2 63.8
167 57.1 60.7 65.6 55.7 59.8 64.4
168 57.7 61.4 66.4 56.4 60.5 65.0
169 58.6 62.3 67.5 57.3 61.4 65.9
170 59.5 63.2 68.6 58.2 62.2 66.8
171 60.1 63.8 69.2 58.8 62.8 67.4
172 60.7 64.4 69.8 59.4 63.4 68.0
173 61.4 65.0 70.5 60.0 64.4 68.6
174 62.3 65.9 71.4 60.9 65.0 69.3
175 63.2 66.8 72.3 61.8 65.9 70.9
176 63.8 67.5 72.9 62.4 66.5 71.7
177 64.4 68.2 73.5 63.0 67.1 72.5
178 65.0 69.0 74.4 63.6 67.7 73.2
179 65.9 69.9 75.3 64.5 68.6 74.1
180 66.8 70.9 76.4 65.5 69.5 75.0
181 67.4 71.7 77.1 66.1 70.1 75.6
182 68.0 72.5 77.8 66.7 70.7 76.2
183 68.6 73.2 78.6 67.3 71.4 76.8
184 69.6 74.4 79.8
185 70.9 75.0 80.9
186 71.5 75.8 81.7
187 72.1 76.6 82.5
188 72.7 77.3 83.2
189 73.3 78.0 83.8
190 73.9 78.7 84.4
191 74.5 79.5 85.0
Fonte: Metropolitan Life Insurance Company, 1983.

29
UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

Estatura

Essa medida é utilizada para avaliar relativamente a altura do indivíduo ou


comprimento. Para a sua avaliação, se faz necessário o uso de antropômetro ou
estadiômetro, em que o avaliado é posicionado na posição horizontal ou vertical
(crianças até 2 anos). Ele deve estar descalço, com os calcanhares juntos e com
as costas retas; os braços ficam em repouso ao lado do corpo.

Métodos alternativos foram criados para que indivíduos impossibilitados de


utilizar os meios convencionais de aferição da estatura pudessem ser avaliados
utilizando-se apenas algumas regiões do corpo, como a altura do joelho e a
extensão de braços.

Altura do joelho

Essa avaliação pode ser realizada com o avaliado sentado na extremidade de


uma cadeira ou em posição supina; ele deve flexionar o joelho esquerdo em um
ângulo de 90ºC. A medição pode ser feita com uma régua ou calibrador específico
entre o calcanhar e a superfície anterior da perna.

O paquímetro deve ser posicionado com a borda fixa embaixo do calcanhar e


a borda móvel na superfície anterior da coxa, próximo à rótula. O paquímetro
deve ser mantido paralelo à tíbia. Devem ser realizadas duas medidas, sendo
que a diferença entre elas não deve ser maior que 0,1cm; depois de realizar a
média, calcula-se a estimativa do valor.

Figura 5. Medida da altura do joelho.

Fonte: Martins, 2009.

Esse método é comumente utilizado para avaliação de idosos e conta com as


equações de Chumlea, distinguindo o gênero:

Homens = [64,19 – (0,04 x idade) + (2,02 x altura do joelho em cm)]

Mulheres = [84,88 – (0,24 x idade) + (1,83 x altura do joelho em cm)]

30
Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

Extensão dos braços

Essa medida tem o nome também de envergadura ou chanfradura; tem a indicação


para pacientes com declínio da estatura devido ao envelhecimento (atribuído a
alterações da coluna e redução da cartilagem). Porém é uma medida que necessita
da extensão livre dos braços.

A facilidade do método é que o avaliado pode estar em pé, sentado ou deitado.

A medida deve ser realizada com o avaliado de braços abertos em um ângulo


90 graus com o corpo, na direção do ombro. É traçada do dedo médio de uma
mão até a outra. O valor encontrado pode ser entendido como a estimativa da
estatura do indivíduo.

Figura 6. Avaliação da extensão dos braços.

Fonte: Martins, 2009.

Índice de Massa Corporal (IMC)

O Índice de Massa Corporal (IMC) é o peso em quilogramas dividido pelo


quadrado da altura em metros.

É um instrumento de avaliação do estado nutricional frequentemente utilizado


pelos profissionais da área da saúde devido a sua praticidade e facilidade, e
também por não ser um método dispendioso; contudo, não é um bom parâmetro
de avaliação da composição corporal, já que não diferencia a massa de gordura
da massa corporal magra.

Fórmula: peso (kg) / [altura (m)] 2

Com o sistema métrico, a fórmula para o IMC é o peso em quilogramas dividido


pela altura em metros ao quadrado. Como a altura é geralmente medida em
centímetros, divida a altura em centímetros por 100 para obter a altura em metros.

31
UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

Exemplo: peso = 68 kg, altura = 165 cm (1,65 m)

Cálculo: 68 ÷ (1,65) 2 = 24,98

Para adultos com 20 anos ou mais, o IMC é interpretado usando categorias de


status de peso padrão. Essas categorias são as mesmas para homens e mulheres
de todos os tipos e idades do corpo.

As categorias de status de peso padrão associadas aos intervalos de IMC para


adultos são mostradas na tabela a seguir.

Tabela 6. Classificação do estado nutricional de acordo com IMC.

IMC Estado nutricional


<18,5 Baixo peso
18,5 a 24,9 Peso adequado
25 a 29,9 Sobrepeso
>30 Obesidade
Fonte: Mininstério da Saúde, 2019.

O IMC pode ser usado para rastrear categorias de peso que podem levar a
problemas de saúde, mas não é diagnóstico da gordura corporal ou da saúde de
um indivíduo (ABESO, 2016).

De acordo com as categorias de status de peso do IMC, qualquer pessoa com


um IMC entre 25 e 29,9 seria classificada como com excesso de peso e qualquer
pessoa com um IMC acima de 30 seria classificada como obesa.

No entanto, os atletas podem ter um IMC elevado por causa do aumento da


musculatura, em vez do aumento da gordura corporal. Em geral, uma pessoa
com um IMC alto provavelmente tem gordura corporal e seria considerada com
sobrepeso ou obesidade, mas isso pode não se aplicar aos atletas.

Um profissional de saúde treinado deve realizar avaliações de saúde apropriadas


para avaliar o estado de saúde e os riscos de um indivíduo; é interessante utilizar
outros métodos de avaliação da composição corporal com o objetivo de facilitar
a interpretação dos resultados obtidos ou correlacioná-los a outras medidas
efetuadas em diferentes regiões corporais.

O IMC é interpretado de forma diferente para crianças e adolescentes, embora


seja calculado usando a mesma fórmula do IMC adulto.

32
Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

O IMC de crianças e adolescentes precisa ser específico para idade e sexo, porque
a quantidade de gordura corporal muda com a idade e é diferente entre meninas
e meninos.

Os gráficos de crescimento para a idade levam em conta essas diferenças e


mostram visualmente o IMC como uma classificação em percentil. Esses percentis
foram determinados usando dados representativos da população dos EUA de
2 a 19 anos de idade, que foram coletados em várias pesquisas de 1963-1965 a
1988-1994.

A obesidade entre jovens de 2 a 19 anos é definida como um IMC acima do


percentil 97 º em comparação com crianças da mesma idade e sexo na população
de referência 1963-1994. Por exemplo, um menino de 10 anos de estatura média
(142 cm) que pesa 102 quilos teria um IMC de 22,9 kg/m 2 . Isso colocaria o
menino no 97º percentil de IMC, o que significa que o seu IMC é maior do que
o de 97% dos meninos da mesma idade nessa população de referência, ou seja,
seu estado nutricional é considerado de obesidade.

Tabela 7. Classificação do estado nutricional de acordo com percentil crianças e adolescentes.

Percentil Estado nutricional


< percentil 5 Baixo peso
> percentil 5 e < percentil 85 Peso adequado
> percentil 85 e < percentil 95 Sobrepeso
> percentil 95 Obesidade
Fonte: adaptado de CDC, 2018.

A classificação de indivíduos idosos — ou seja, com idade entre 60 anos ou


mais — é diferente da usual, pois essa população tem uma variação fisiológica
da composição corporal.

Tabela 8. Classificação do estado nutricional para indivíduos idosos de acordo com o Índice de
Massa Corporal (IMC).

IMC kg / m2 Estado nutricional


< 22 Baixo peso
22 a 27 Peso adequado
> 27 Excesso de peso
Fonte: Lipschitz, 1994.

33
UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

Perímetros (circunferências)

Os perímetros determinam o tamanho total de uma região, que pode incluir a


soma das áreas constituídas pelos tecido ósseo, tecido muscular e tecido gorduroso
da região aferida. Quando avaliadas de forma isolada, as medidas do perímetros
não conseguem definir o tecido predominante, porém, para esse fim, podem ser
correlacionadas a outras medidas, como as dobras cutâneas.

Perímetro do braço

O avaliado deverá estar com o braço flexionado em direção ao tórax, formando


um ângulo de 90ºC. Deve-se traçar o ponto médio entre o acrômio e o olécrano,
que deverá ser marcado, pois será o lugar onde será executada a medida do
perímetro do braço.

Deve-se solicitar que o avaliado coloque o braço em posição relaxada, com a


palma da mão direcionada à coxa; ele não deve fazer força ou pressionar o punho.

Tabela 9. Percentis do perímetro braquial para homens.

Percentil
Idade (anos) 5 10 15 20 50 75 85 90 95
Homens
1- 1,9 14,2 14,7 14,9 15,2 16 16,9 17,4 17,7 18,2
2-2,9 14,3 14,8 15,5 16,3 17,1 17,9 18,6 17,9 18,6
3-3,9 15 15,3 15,5 16 16,8 17,6 18,1 18,4 19
4-4,9 15,1 15,5 15,8 16,2 17,1 18 18,5 18,7 19,3
5-5,9 15,5 16 16,1 16,6 17,5 18,5 19,1 19,5 20,5
6-6,9 15,8 16,1 16,5 17 18 19,1 19,8 20,7 22,8
7-7,9 16,1 16,8 17 17,6 18,7 20 21 21,8 22,9
8-8,9 16,5 17,2 17,5 18,1 19,2 20,5 21,6 22,6 24
9-9,9 17,5 18 18,4 19 20,1 21,8 23,2 24,5 26
10-10,9 18,1 18,6 19,1 19,7 21,1 23,1 24,8 26 27,9
11-11,9 18,5 19,3 19,8 20,6 22,1 24,5 26,1 27,6 29,4
12-12,9 19,3 20,1 20,7 21,5 23,1 25,4 27,1 28,5 30,3
13-13,9 20 20,8 21,6 22,5 24,5 26,6 28,2 29 30,8
14-14,9 21,6 22,5 23,2 23,8 25,7 28,1 29,1 30 32,3
15-15,9 22,5 23,4 24 25,1 27,2 29 30,2 31,2 32,7
16-16,9 24,1 25 25,7 26,7 28,3 30,6 32,1 32,7 34,7
17-17,9 24,3 25,1 25,9 26,8 28,6 30,8 32,2 33,3 34,7
18-24,9 26 27,1 27,7 28,7 30,7 33 34,4 35,4 37,2
25-29,9 27 28 28,7 29,8 31,8 34,2 35,5 36,6 38,3
30-34,9 27,7 28,7 29,3 30,5 32,5 34,9 35,9 36,7 38,2

34
Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

Percentil
Idade (anos) 5 10 15 20 50 75 85 90 95
Homens
35-39,9 27,4 28,6 29,5 30,7 32,9 35,1 36,2 36,9 38,2
40-44,9 27,8 28,9 29,7 31 32,8 34,9 36,1 36,9 38,1
45-49,9 27,2 28,6 29,4 30,6 32,6 34,9 36,1 36,9 38,2
50-54,9 27,1 28,3 29,1 30,2 32,3 34,5 35,8 36,8 38,3
55-59,9 26,8 28,1 29,2 30,4 32,3 34,3 35,5 36,6 37,8
60-64,9 26,6 27,8 28,6 29,7 32 34 35,1 36 37,5
65-69,9 25,4 26,7 27,7 29 31,1 33,2 34,5 35,3 36,6
70-74,9 25,1 26,2 27,1 28,5 30,7 32,6 33,7 34,8 36
Fonte: Frisancho, 1990.

Tabela 10. Percentis do perímetro braquial para mulheres.

Percentil
Idade (anos) 5 10 15 20 50 75 85 90 95
Mulheres
1- 1,9 13,6 14,1 14,4 14,8 15,7 16,4 17 17,2 17,8
2-2,9 14,2 14,6 15 15,4 16,1 17 17,4 18 18,5
3-3,9 14,4 15 15,2 15,7 16,6 17,4 18 18,4 19
4-4,9 14,8 15,3 15,7 16,1 17 18 18,5 19 19,5
5-5,9 15,2 15,7 16,1 16,5 17,5 18,5 19,4 20 21
6-6,9 15,7 16,2 16,5 17 17,8 19 19,9 20,5 22
7-7,9 16,4 16,7 17 17,5 18,6 20,1 20,9 21,6 23,3
8-8,9 16,7 17,2 17,6 18,2 19,5 21,2 22,2 23,2 25,1
9-9,9 17,6 18,1 18,6 19,1 20,6 22,2 23,8 25 26,7
10-10,9 17,8 18,4 18,9 19,5 21,2 23,4 25 26,1 27,3
11-11,9 18,8 19,6 20 20,6 22,2 25,1 26,5 27,9 30
12-12,9 19,2 20 20,5 21,5 23,7 25,8 27,6 28,3 30,2
13-13,9 20,1 21 21,5 22,5 24,3 26,7 28,3 30,1 32,7
14-14,9 21,2 21,8 22,5 23,5 25,1 27,4 29,5 30,9 32,9
15-15,9 21,6 22,2 22,9 23,5 25,2 27,7 28,8 30 32,2
16-16,9 22,3 23,2 23,5 24,4 26,1 28,5 29,9 31,6 33,5
17-17,9 22 23,1 23,6 24,5 26,6 29 30,7 32,8 35,4
18-24,9 22,4 23,3 24 24,8 26,8 29,2 31,2 32,4 35,2
25-29,9 23,1 24 24,5 25,5 27,6 30,6 32,5 34,3 37,1
30-34,9 23,8 24,7 25,4 26,4 28,6 32 34,1 36 38,5
35-39,9 24,1 25,2 25,8 268 29,4 32,6 35 36,8 39
40-44,9 24,3 25,4 26,2 27,2 29,7 33,2 35,5 37,2 38,8
45-49,9 24,2 25,5 26,3 27,4 30,1 33,5 35,6 37,2 40
50-54,9 24,8 26 26,8 28 30,6 33,8 35,9 37,5 39,3

35
UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

Percentil
Idade (anos) 5 10 15 20 50 75 85 90 95
Mulheres
55-59,9 24,8 26,1 27 28,2 30,9 34,3 36,7 38 40
60-64,9 25 26,1 27,1 28,4 30,8 33,4 35,7 36,5 38,5
65-69,9 24,3 25,7 26,7 28 30,5 33,4 35,2 36,5 38,5
70-74,9 23,8 25,3 26,3 27,6 30,3 33,1 34,7 35,8 37,5
Fonte: Frisancho, 1990.

Tabela 11. Classificação do estado nutricional segundo perímetro braquial.

Percentil Classificação
<5 Perímetro reduzido ou desnutrição
5-10 Risco de perímetro reduzido ou risco para desnutrição
10-90 Eutrofia
>90 Perímetro aumentado ou obesidade
Fonte: Frisancho, 1990.

Perímetro muscular do braço

É um método que avalia a reserva de tecido muscular (sem correção da área


óssea), obtida a partir de valores de PB e da DCT.

PMB (mm) = [PB (cm)x10]– 𝜋𝜋 x DCT(mm)

Tabela 12. Percentis do perímetro muscular do braço para homens.

Idade (anos) 5 10 25 50 75 90 95
1- 1,9 11 11,3 11,9 12,7 13,5 14,4 14,7
2-2,9 11,1 11,4 12,2 13 14 14,6 15
3-3,9 11,7 12,3 13,1 13,7 14,3 14,8 15,3
4-4,9 12,3 12,6 13,3 14,1 14,8 15,6 15,9
5-5,9 12,8 13,3 14 14,7 15,4 16,2 16,9
6-6,9 13,1 13,5 14,2 15,1 16,1 17 17,7
7-7,9 13,7 13,9 15,1 16 16,8 17,7 18
8-8,9 14 14,5 15,4 16,2 17 18,2 18,7
9-9,9 15,1 15,4 16,1 17 18,3 19,6 20,2
10-10,9 15,6 16 16,6 18 19,1 20,9 22,1
11-11,9 15,9 16,5 17,3 18,3 19,5 20,5 23
12-12,9 16,7 17,1 18,2 19,5 21 22,3 24,1
13-13,9 17,2 17,9 19,6 21,1 22,6 23,8 24,5
14-14,9 18,9 19,9 21,2 23,3 24 26 26,4
15-15,9 19,9 20,4 21,8 23,7 25,4 26,6 27,2

36
Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

Idade (anos) 5 10 25 50 75 90 95
16-16,9 21,3 22,5 23,4 24,9 26,9 28,7 29,6
17-17,9 22,4 23,1 24,5 25,8 27,3 29,4 31,2
18-18,9 22,6 23,7 25,2 26,4 28,3 29,8 32,4
19-24,9 23,8 24,5 25,7 27,3 28,9 30,9 32,1
25-34,9 24,3 25 26,4 27,9 29,8 31,4 32,6
35-44,9 24,7 25,5 26,9 28,6 30,2 31,8 32,7
45-54,9 23,9 24,9 26,5 28,1 30 31,5 32,6
55-64,9 23,6 24,5 26 27,8 29,8 31 32
65-74,9 22,3 23,5 25,1 26,8 28,4 29,8 30,6
Fonte: Frisancho, 1981.

Tabela 13. Percentis do perímetro muscular do braço para mulheres.

Idade (anos) 5 10 25 50 75 90 95
1- 1,9 10,5 11,1 11,7 12,4 13,2 13,9 14,3
2-2,9 11,1 11,4 11,9 12,6 13,3 14,2 14,7
3-3,9 11,3 11,9 12,4 13,2 14 14,6 15,2
4-4,9 11,5 12,1 12,8 13,6 14,4 15,2 15,7
5-5,9 12,5 12,8 13,4 14,2 15,1 15,9 15,5
6-6,9 13 13,3 13,8 14,5 15,4 16,6 17,1
7-7,9 12,9 13,5 14,2 15,1 16 17,1 17,6
8-8,9 13,8 14 15,1 16 17,1 18,3 19,4
9-9,9 14,7 15 15,8 16,7 18 19,4 19,8
10-10,9 14,8 15 15,9 17 18 19 19,7
11-11,9 15 15,8 17,1 18,1 19,6 21,7 22,3
12-12,9 16,2 16,6 18 19,1 20,1 21,4 22
13-13,9 16,9 17,5 18,3 19,8 21,1 22,6 24
14-14,9 17,4 17,9 19 20,1 21,6 23,2 24,7
15-15,9 17,5 17,8 18,9 20,2 21,5 22,8 24,4
16-16,9 17 18 19 20,2 21,6 23,4 24,9
17-17,9 17,5 18,3 19,4 20,5 22,1 23,9 25,7
18-18,9 17,4 17,9 19,5 20,2 21,5 23,7 24,5
19-24,9 17,9 18,5 19,5 20,7 22,1 23,6 24,9
25-34,9 18,3 18,8 19,9 21,2 22,8 24,6 26,4
35-44,9 18,6 19,2 20,5 21,8 23,6 25,7 27,2
45-54,9 18,7 19,3 20,6 22 23,8 26 28
55-64,9 18,7 19,6 20,9 22,5 24,4 26,6 28
65-74,9 18,5 19,5 20,8 22,5 24,4 26,4 27,9
Fonte: Frisancho, 1981.

37
UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

Tabela 14. Classificação do estado nutricional segundo perímetro muscular do braço.

Percentil Estado nutricional


<5 Deficit de massa magra
5-10 Risco de deficit de massa magra
10-90 Normalidade
>90 Musculatura desenvolvida
Fonte: Frisancho, 1981.

Perímetro da cintura

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a medida da região do


abdome; a avaliação dessa região deve ser executada de forma correta, a fita
métrica deve circundar o indivíduo, que estará em pé, na região da cintura, no
ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca. A leitura da circunferência
da cintura deve ser feita no momento da expiração.

Alguns pontos devem ser levados em consideração no momento da avaliação corporal:

» posicionamento anatômico da fita métrica e o tipo de fita usada;

» postura do sujeito, fase da respiração, tensão abdominal, conteúdo estomacal


e tipo de roupa;

Através da mensuração apenas da circunferência da cintura, tem sido possível


determinar a extensão da obesidade abdominal e de suas alterações envolvidas.

A tabela abaixo mostra os valores recomendados dessa medida para indivíduos


caucasianos.

Tabela 15. Indicadores de risco à saúde para homens e mulheres segundo a medida da
circunferência da cintura.

Elevado Muito elevado


Homem > 94 cm > 102 cm
Mulher > 80 cm > 88 cm
Fonte: ABESO, 2016.

Perímetro do quadril

Para que a medida seja aferida corretamente, a fita métrica deverá circundar o
quadril do indivíduo em pé, na região de maior perímetro entre a cintura e a coxa.

Razão cintura-quadril (RCQ)

38
Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

A relação cintura-quadril (RCQ) é usada como uma medida substituta da


distribuição de gordura corporal central ou periférica. O excesso de gordura no
corpo do androide ou em excesso é mais comum em homens, enquanto a gordura
corporal em ginoides ou em excesso é vista mais em mulheres.

Esse índice é definido como a razão entre a menor circunferência da cintura e


a maior circunferência do quadril.

Uma alta RCQ sugere aumento do risco de problemas de saúde relacionados à


obesidade. A precisão da RCQ na avaliação da gordura visceral diminui com o
aumento dos níveis de gordura. A RCQ é calculada dividindo-se a circunferência
da cintura pela circunferência do quadril e os indicadores de risco são ≥1,0 para
homens e ≥0,85 para mulheres.
circunferência da cintura
RCQ =
circunferência do quadril

Dica: a avaliação antropométrica no idoso deve levar em consideração a


especificidade desse grupo etário e as referências desenvolvidas a partir de
amostras representativas de idosos.

Figura 7. Pontos de medidas do perímetro corporal.

Braço relaxado Peito


Braço
Antebraço
Cintura
Punho
Quadril

coxa
Coxa

Panturrilha
Panturrilha

Fonte: Oh, 2012.

39
UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

Índice de conicidade

Vários índices antropométricos têm sido utilizados para avaliar o risco de


desenvolver doença, incluindo índice de massa corporal, circunferência da
cintura e relação cintura-quadril.

Em 1991, Rodolfo Valdez propôs o índice de conicidade (IC) para avaliar a


obesidade e a distribuição da gordura corporal, sob o argumento de que a
obesidade central, e não a geral, está associada à doença cardiovascular, ou
seja, as pessoas que possuem menor acúmulo de gordura na região abdominal
possuem a forma semelhante à de um cilindro e aqueles com maior acúmulo
teriam a semelhança com um duplo cone, tendo uma base em comum, dispostos
um sobre o outro.

De acordo com alguns estudos, o índice de conicidade (IC) foi classificado como
uma boa ferramenta para avaliar a distribuição da massa gorda em adultos jovens.

Embora os índices ajustados de IC tenham valor potencial na aplicação clínica,


pouco se sabe sobre o papel da gordura corporal total ajustada pelo IC na
avaliação de doenças metabólicas.

O IC é calculado usando a circunferência da cintura e a altura em m e o peso em


kg pela seguinte fórmula:
Circunferência da cintura ( m )
Índice Conicidade =
peso corporal ( kg )
0,109
____________________________
estatura ( m )

O valor de 0,109 é a constante que resulta da raiz da razão entre 4π (advindo


da dedução do perímetro do círculo de um cilindro) e a densidade média do ser
humano de 1,050kg/m³ (ARRUDA NETA et al., 2017).

Para o cálculo do risco cardiovascular, os valores propostos por Pitanga et al.


(2004) foram utilizados, ou seja, ≥1.18 para mulheres e ≥1.25 para homens.

Perímetro do pescoço

O perímetro do pescoço surgiu como um novo índice antropométrico para


estimar a obesidade. Esse método é relativamente novo e classifica entre normal
e anormal a distribuição de gordura.

40
Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

A medida é realizada no ponto logo abaixo da laringe (cartilagem tireoide) e


perpendicular ao longo do eixo do pescoço (com a linha de fita na frente do
pescoço na mesma altura que a linha de fita na parte de trás do pescoço) usando
uma fita métrica inelástica.

Existe uma forte relação entre outros parâmetros antropométricos e fatores de


risco cardiovasculares relacionados à obesidade, como síndrome metabólica e
resistência à insulina. Além disso, a circunferência do pescoço tem se mostrado
um bom preditor de doenças cardiovasculares.

Vários estudos epidemiológicos de base populacional demonstraram fortes


correlações entre circunferência do pescoço e índice de massa corporal (IMC);
e circunferência da cintura e circunferência do pescoço.

Essa medida foi demonstrada como melhor indicador de avaliação da obesidade


em comparação com outros índices antropométricos, devido às vantagens de ser
estável e a medição conveniente em um marco anatômico explícito com pouca
flutuação relacionada à dieta e a condições respiratórias.

Outros estudos relataram que a medida da circunferência do pescoço ou gordura


do pescoço é positivamente correlacionada com o conteúdo de gordura visceral;
no entanto, esses estudos foram realizados em pessoas infectadas pelo HIV ou
pacientes graves com amostras pequenas, limitando o grau em que os resultados
podem ser generalizados.

Diâmetros

Os diâmetros corporais compreendem, na maioria dos casos, medidas lineares


transversais, e são divididos em diâmetros do tronco e diâmetros ósseos.

Os diâmetros de tronco são caracterizados pelo comprimento de linhas imaginárias


que unem dois pontos simétricos do tronco. As medidas podem ser realizadas
com um compasso de pontas rombas ou com um antropômetro de deslizamento.

Os diâmetros ósseos são obtidos pela distância entre duas estruturas de um


determinado osso, situada transversalmente. As medidas são efetuadas geralmente
com o paquímetro ósseo.

Convencionalmente, os diâmetros são medidos do lado direito do indivíduo


avaliado. Abaixo segue uma relação dos diâmetros que podem ser utilizados
como medidas adicionais à avaliação da composição corporal.

41
UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

» Biacromial.

» Torácico transverso.

» Torácico anteroposterior.

» Biiliocristal.

» Bitrocanteriano.

» Biepicondiliano umeral.

» Biestiloide.

» Bicondiliano femural.

» Bimaleolar.

Dobras cutâneas

São utilizadas como medidas isoladas para simples acompanhamento das medidas
ou como somatória das dobras, o que permite um acompanhamento mais preciso.

A medição consiste na avaliação realizada por adipômetros, permitindo a


possibilidade de acompanhar a evolução do indivíduo, avaliando individualmente
a gordura nas dobras através do pinçamento e, por meio de cálculos da somatória
das dobras, seja estimado o percentual de gordura corporal e também a quantidade
de massa magra. Esse cálculo pode ser obtido por meio de equações específicas
ou generalizadas.

O procedimento é rápido, o equipamento é portátil e, portanto, pode ser realizado


na maioria das avaliações em saúde e nutrição clínica. Uma variedade de
adipômetros de precisão estão disponíveis (por exemplo, Harpenden, Holtain ou
Lange) até de plástico (por exemplo, Slimguide). No entanto, as medidas podem
diferir entre o tipo de adipômetro, os de plástico podem ser menos precisos,
mas podem ser uma opção para medições seriadas ou quando for necessário
equipamento descartável.

Além da impossibilidade de avaliar o acesso da gordura intra-abdominal e


o impacto de diferentes padrões de distribuição de gordura, existem outras
limitações da antropometria das dobras cutâneas, que incluem: constância da
compressibilidade e espessura da pele, e a variabilidade das medições quando
realizadas por avaliadores com formação e experiência limitadas. Contudo, usando
técnicas padronizadas, prática e monitoramento, pode haver a confiabilidade das
medidas das dobras cutâneas para fornecer dados úteis quando métodos mais
complexos de avaliação não estão disponíveis ou são inapropriados.

42
Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

Algumas complicações que contribuem para elevar ainda mais a estimativa de


erro nesse tipo de avaliação incluem o nível de hidratação do indivíduo avaliado,
edema ou inchaço por ele apresentado no dia da avaliação, grande acúmulo de
gordura como em indivíduos obesos e a estrutura da pele, em idosos.

O nível de variação de erro técnico das dobras cutâneas entre um profissional


habilitado pode ser de ≤ 5%, enquanto ≤7,5% é considerado aceitável para um
praticante inexperiente.

Segundo o NHANES (2012), alguns procedimentos gerais devem ser adotados


para tomar medidas de dobras cutâneas:

» Antes de medir a dobra cutânea, marque cuidadosamente o local apropriado


com um lápis dermográfico. Faça todas as marcas no lado direito do corpo.

» Segure a dobra cutânea entre o polegar e o indicador aproximadamente 2,0


cm acima a marca de medição. A quantidade capturada variará dependendo
da espessura do tecido adiposo sob a pele. Puxe as dobras cutâneas para
longe do corpo, separe a gordura do músculo subjacente. Os lados da dobra
devem ser mais ou menos paralelos.

» Com a mão livre, coloque o adipômetro perpendicular ao comprimento da


dobra.

» Continue a segurar a dobra cutânea com o polegar e o indicador. Solte


a haste do compasso para aplicar a tensão e mantenha essa posição por
aproximadamente 3 segundos, para depois fazer a leitura da medição.
Durante esse tempo, a agulha no mostrador do calibrador se acomodará
em uma posição que representa a verdadeira espessura da dobra.

» Faça a leitura com sua linha de visão diretamente na frente do valor


de medição, em vez de em um ângulo. Meça a espessura ao décimo de
milímetro mais próximo (0,1 mm). Observe que o mostrador da pinça
mostra incrementos de 0,2 mm. A agulha da pinça geralmente cai em um
desses incrementos. No entanto, não ignore os décimos ímpares. Se após
3 segundos você observar que a agulha realmente fica entre duas linhas no
mostrador, por exemplo, entre 10,6 mm e 10,8 mm, considere o número
ímpar entre os dois, por exemplo, 10,7, como a medição.

» Finalmente, remova as mandíbulas do calibrador; então solte a dobra. Execute


todas as medidas de dobras cutâneas de acordo com os procedimentos acima.

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UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

Lembre-se:

Para aferição das dobras cutâneas, é necessário:

» Identificar e marcar o local a ser medido.

» Segurar a prega formada pela pele e pelo tecido adiposo com os dedos
polegar e indicador da mão esquerda.

» Pinçar a prega exatamente no local marcado, usando o adipômetros.

» Manter a prega entre os dedos até o término da aferição.

Também é importante relembrar que para o sucesso de uma avaliação


antropométrica, principalmente a realizada por dobras cutâneas, os indivíduos
devem ser orientados a prestar atenção em alguns detalhes antes de realizar
o procedimento de avaliação, pois alguns fatores podem alterar os resultados
obtidos, tais como:

» Não treinar (musculação ou aeróbio) antes (1 hora ou 2 horas antes...) de


realizar a avaliação antropométrica.

» Alimentar-se com moderação (normalmente) 1 dia antes da avaliação.

» Não fazer a avaliação nos dias do ciclo menstrual e nem 7 dias antes (TPM).

» Usar, preferencialmente, shorts curtos; top ou sutiã para as mulheres.

Para a estimativa da porcentagem de gordura corporal total utilizando-se a técnica


de dobras cutâneas, podem ser utilizadas equações específicas ou generalizadas
(vide capítulo sobre “Equações de Predição”) ou por meio da somatória de quatro
pregas cutâneas (bicipital, tricipital, subescapular e suprailíaca) de acordo com
a equação de Durnin e Womersley (1974):

Densidade corporal (DC) = (A –B) x log somatória das 4 pregas

Os coeficientes A e B podem ser visualizados no Apêndice Densidade Corporal e


variam de acordo com a idade e o gênero para o cálculo da densidade corporal.
Após ser encontrada a DC, a porcentagem de gordura corporal total é determinada
pela fórmula de Siri (1961):
4,95
Gordura corporal (%) = - 4,50 x 100
DC

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Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

A seguir, alguns dos compassos, piclômetros ou adipômetros utilizados comumente


para a aferição das dobras cutâneas (figura 8):

» compasso tipo Lange (1);

» compasso tipo Harpenden (2);

» Sanny clínico e científico (3);

» compasso tipo Cescorf: de fabricação nacional (pode ser estudantil, clínico


e científico) (4);

» compasso Slim Guide;

» compasso Ross;

» compasso Skyndex (digital).

Figura 8. Modelos de compasso.

1 2

3 4
Fonte: Cookie, 2017.

Dobras cutâneas do tríceps

A dobra cutânea tricipital é necessária para o cálculo da circunferência muscular


do braço. Sua espessura fornece informações sobre as reservas de gordura do
corpo, enquanto a massa muscular calculada fornece informações sobre as reservas
de proteína. Frisancho (1981) publicou tabelas mostrando os percentis para a
espessura da dobra cutânea tricipital. Abaixo de P15, o paciente está desnutrido.
É melhor repetir as medições para uma boa indicação de mudanças no estado
nutricional e na massa de gordura corporal .

45
UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

Figura 9. Ponto anatômico para medida da dobra cutânea tricipital.

Fonte: Souza, 2016.

A adequação é calculada com base na seguinte equação:

Adequação da PCT (%) = PCT obtida (mm) x 100

PCT percentil 50

A tabela abaixo relaciona o estado nutricional de acordo com a porcentagem de


adequação da prega cutânea tricipital:

Tabela 16. Porcentagem de adequação da prega do tríceps e sua relação com o estado nutricional.

Estado Nutricional Prega Tríceps


desnutrição grave < 70%
desnutrição moderada 70 a 80%
desnutrição leve 80 a 90%
eutrofia 90 a 110%
sobrepeso 110 a 120%
obesidade > 120%
Fonte: Blackburn; Thornton, 1979 (apud KAMIMURA et al., 2002).

Dobra cutânea subscapular

A prega cutânea subescapular é medida no ângulo inferior da escápula direita.

Marque o local de medição utilizando um lápis dermográfico. A medida da prega


subescapular é realizada de forma oblíqua em relação ao eixo longitudinal, de
acordo com a orientação dos arcos costais, localizada a dois centímetros abaixo
do ângulo inferior da escápula. Usando o lápis dermográfico, marque uma cruz
(+) no ângulo inferior. Faça a primeira linha a 45 graus da coluna e cruze isso
com uma linha que divide o ângulo inferior da escápula.

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Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

Observação: Se tiver dificuldade em localizar o ângulo inferior da escápula, peça


que o paciente leve o braço para trás das costas, fazendo com que a escápula se
projete. Então, depois de localizar o local, solicite que relaxe o braço, reexamine
o local e faça marca tomando cuidado para não marcar o local quando a pele
está esticada.

Figura 10. Ponto anatômico para medida da dobra subscapular.

Fonte: Souza, 2016.

Dobra cutânea do bíceps

Corresponde a medida da face anterior do braço, no sentido do eixo longitudinal,


no ponto de maior circunferência aparente do ventre muscular do bíceps.

A medida deverá ser realizada na superfície anterior do braço acima do


músculo bíceps braquial, no mesmo nível do perímetro do braço que deve estar
completamente relaxado, com a palma da mão voltada para a frente. A medição
será no ângulo vertical.

Figura 11. Ponto anatômico para medida da dobra do bíceps.

Fonte: Souza, 2016.

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UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

Dobra cutânea torácica ou peitoral

Corresponde à medida oblíqua em relação ao eixo longitudinal, na metade


da distância entre a linha axilar anterior e o mamilo, para homens e, para as
mulheres, a um terço da linha axilar anterior.

Figura 12. Ponto anatômico para medida da dobra torácica ou peitoral.

Fonte: Souza, 2016.

Dobra cutânea axilar média

Corresponde à medida efetuada no ponto de intersecção entre a linha axilar


média e uma linha imaginária transversal situada na altura do apêndice xifoide
do esterno, de forma oblíqua ao eixo longitudinal. O braço do avaliado deve
estar deslocado para trás, para facilitar a obtenção da prega.

Figura 13. Ponto anatômico para medida da dobra axilar média.

Fonte: Souza, 2016.

Dobra cutânea suprailíaca

Corresponde à medida obtida obliquamente em relação ao eixo longitudinal, na metade


da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar medial. É
importante que o avaliado afaste o braço para trás para a execução da prega.

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Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

Figura 14. Ponto anatômico para medida da dobra cutânea supra ilíaca.

Fonte: Souza, 2016.

Dobra cutânea supraespinal

Corresponde à dobra efetuada entre cinco a sete centímetros acima da espinha


ilíaca anterior, sobre uma linha que vai da borda axilar anterior para baixo e
para a região medial formando um ângulo de 45º.

Dobra cutânea abdominal

A avaliação da dobra cutânea abdominal é um dos métodos mais usados para


a avaliação da gordura corpora, esse método compreende a medida obtida
paralelamente ao eixo longitudinal, cerca de dois centímetros à direita da
cicatriz umbilical.

Figura 15. Ponto anatômico para medida da dobra cutânea abdominal.

Fonte: Souza, 2016.

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UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

Dobra cutânea da coxa

Corresponde à medida efetuada paralelamente ao eixo longitudinal, sobre o


músculo reto femural a um terço da distância do ligamento inguinal e a borda
superior da patela, segundo protocolo de Guedes e Guedes (1985). Pollock e
Wilmore (1993) recomenda que a medida seja efetuada na metade da distância
do ligamento inguinal e a borda superior da patela.

Para facilitar a aferição, o avaliado deve deslocar o peso de seu corpo para a
perna esquerda e a perna direita deve estar semiflexionada à frente.

Figura 16. Ponto anatômico para medida da dobra cutânea da coxa.

Fonte: Souza, 2016.

Dobra cutânea da panturrilha

A dobra cutânea da panturrilha é medida no interior da perna direita ao nível


da circunferência cervical máxima.

Peça ao paciente para se sentar no banco ou cadeira, de modo que a perna direita
fique pendurada, frouxamente com o joelho flexionado em um ângulo de 90º.
Flexionar muito ou apertar os músculos das pernas pode produzir uma medição
imprecisa.

Se você tiver dificuldade em separar a prega cutânea do músculo, comece no joelho


onde o tecido tende a ficar mais solto e vai descendo até a marca. Certifique-se de
que dobras cutâneas consistem em uma dupla espessura e ficam perpendiculares
ao chão.

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Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

Figura 17. Ponto anatômico para medida da dobra cutânea da panturrilha.

Fonte: Strong, 2016.

Procedimentos de higienização e manutenção dos


equipamentos

Alguns procedimentos de higiene são necessários para garantir que o equipamento


de antropometria funcione adequadamente, segundo o NHANES (2012):

Seguem algumas instruções abaixo:

» Limpe a superfície dos calibradores de dobras cutâneas e fitas métricas


com papel toalha ou panos limpos e álcool.

» Limpe todas as áreas da superfície da balança e do estadiômetro (use toalhas


de papel ou a escova, se necessário).

» Limpe a unidade de exibição da balança com um pano seco ou toalha de


papel.

NOTA: Não permita que nenhum fluido pingue na caixa da unidade de exibição.

Bioimpedância elétrica

A análise de bioimpedância é uma abordagem amplamente aplicada usada


em medições de composição corporal e sistemas de avaliação de saúde. Os
fundamentos essenciais da medição de bioimpedância no corpo humano e uma

51
UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

variedade de métodos são usados p


​​ ara interpretar as informações obtidas. Além
disso, há um amplo espectro de utilização da bioimpedância em instituições de
saúde, como o prognóstico da doença e o monitoramento do estado vital do corpo.

Essa técnica é usada para prever a composição corporal com base nas propriedades
condutoras elétricas do corpo e envolve a medição da impedância (Z) para o
fluxo de uma corrente elétrica baixa (800 μA), a uma frequência fixa (50 kHz).

O dispositivo de bioimpedância pode ser de frequência única, quando opera


a uma frequência de 50 kHz ou multifrequência, quando uma ampla faixa de
frequências é usada. O princípio da BIA é que o tecido magro, composto de água
e eletrólitos, é um bom condutor elétrico, enquanto a gordura, que não tem
água, é um mau condutor.

No final do processo, os valores de reactância e resistência apresentados pelos


tecidos são utilizados para o cálculo dos percentuais de água corporal, massa
magra e gordura corporal, de acordo com o software fornecido pelo fabricante
do aparelho de bioimpedância. Para tornar mais fidedigna a avaliação, alguns
aparelhos trazem equações específicas ou generalizadas que melhor se adaptem
a realidade do avaliado.

As possíveis fontes de erro na BIA são diferenças no comprimento do membro,


atividade física, estado nutricional, nível de hidratação, química do sangue,
ovulação e colocação de eletrodos. O erro padrão de estimativa (EPE) é semelhante
ao das dobras cutâneas (3,5%).

Com a padronização ideal de métodos, instrumentos e preparação dos indivíduos,


a BIA pode fornecer estimativas rápidas, fáceis e relativamente baratas de massa
magra e gordura corporal em populações saudáveis e em indivíduos obesos.

O instrumento BIA é portátil, seguro, fácil de usar, de custo relativamente baixo


e com um mínimo de carga de participantes, tornando-se uma ferramenta útil
para grandes estudos.

Três grandes grupos de modelos de BIA existem: mão a mão, pé a pé e mão a


pé. Diferentes tipos de modelos de análise de BIA poderiam potencialmente
mostrar menos diferença em comparação com uma medida padrão-ouro para
circunferências específicas de cintura e quadril.

Como a gordura corporal tem uma maior resistência à corrente elétrica em


comparação com a massa magra, a corrente pode não ser capaz de percorrer

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Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

facilmente o corpo para alcançar todos os segmentos do corpo, afetando assim


a validade da medição. Por exemplo, os modelos de mão para mão poderiam ser
mais precisos se um tivesse maior circunferência da cintura, em vez de maior
circunferência do quadril.

Figura 18. Bioimpedância modelo vertical.

Fonte: Ottoboni, 2019.

Figura 19. Bioimpedância modelo de eletrodos.

Fonte: Leite, 2017.

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UNIDADE I | Introdução a avaliação da composição corporal

Dica

Antes da realização da bioimpedância, o avaliado deve seguir as seguintes


recomendações:

» Não usar medicamentos diuréticos na véspera do exame.

» O examinado deverá estar em jejum por volta de quatro horas antes do


teste ser realizado.

» Não ingerir bebidas alcoólicas, alimentos que contenham cafeína (café, chás
verde, preto e mate) e refrigerante por 24 horas antes do exame.

» Não realizar atividades físicas extenuantes nas 24 horas anteriores ao teste.

» Solicitar que o paciente esteja de bexiga vazia, pelo menos 30 minutos


antes do teste.

» Evitar, 12 horas antes do exame, uso de sauna ou massagem de drenagem


linfática.

» Permanecer por volta de 5 a 10 minutos deitado em decúbito dorsal em


repouso antes da execução do teste.

» Não realizar o exame em gestantes e mulheres em período pré-menstrual


ou durante a menstruação.

Infravermelho próximo ou raios infravermelhos (futrex)

A avaliação é realizada por meio de um aparelho portátil, composto por um


minicomputador, um protetor de luz e um sensor em forma de microfone, por
onde ocorre a emissão da luz; esse aparelho tem um custo elevado.

A técnica de infravermelho próximo envolve a introdução de infravermelho


radiação através da pele para os tecidos subjacentes e avaliação do padrão e
intensidade do componente refletido, dependendo das características específicas
de absorção de proteína, gordura e água.

O minicomputador é importante para a inserção dos dados do indivíduo, como


gênero, idade, peso, estatura e compleição física. Uma vez inseridos os dados
do indivíduo no aparelho, o sensor do Futrex é apoiado sob o ponto médio do
bíceps do indivíduo, que informa, em seguida, os valores de água corporal,
gordura corporal e massa magra do avaliado.

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Introdução a avaliação da composição corporal | UNIDADE I

Alguns estudos realizados com adultos observaram que o infravermelho pode ter
pouco ou nenhuma vantagem sobre a medição das dobras cutâneas na previsão
da composição corporal, exibindo viés de medição quando usado para avaliar
a gordura absoluta.

No entanto, outros autores sugeriram que o infravermelho pode ser valioso


para o monitoramento do estado nutricional em pacientes em que as técnicas
alternativas são impraticáveis ou inadequadas.

Outro benefício em potencial do infravermelho é seu uso em crianças, porque a


sonda de luz colocada na superfície da pele parece ser menos intimidante que
o adipômetro, sem dor associada.

Embora tenha sido muito criticado por avaliar apenas um ponto do corpo, a
aferição do bíceps pelo infravermelho demonstrou melhor correlação com o
padrão ouro (a hidrodensitometria), quando comparada à aferição realizada
pelo mesmo aparelho em outras regiões corporais.

55
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