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SEM MISTÉRIOS
(Composição Corporal)
 N EA S
A S C U T
D O B R
AVALIAÇÃO FÍSICA
SEM MISTÉRIOS
Composição Corporal
(Dobras Cutâneas)
2019
www.adilsonsilva.com.br
Introdução
A prescrição de um programa de exercícios físicos afastando ao máximo a probabilidade de
ocorrerem acidentes e atendendo adequadamente as necessidades e interesses de seus
participantes, exige um conhecimento detalhado do indivíduo em questão. O esperado é que os
profissionais voltados à prescrição e a orientação desses programas encontrem, na formação de
qualquer grupo, variações individuais quanto aos aspectos fisiológicos, psicológicos e culturais
que justifiquem uma atitude personalizada na proposição dos esforços físicos1.
Saliento, porém, que essas medidas são apenas uma parte de todo o processo de avaliação
física, que associadas a outros procedimentos, permitem a análise de fatores de risco,
limitações, condição física, dentre outras informações importantes necessárias a uma
prescrição de exercício físico eficiente e segura.
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SUMÁRIO
5 Composição Corporal
6 Dobras Cutâneas
9 Principais Erros
17 Considerações finais
18 Referências
Permitindo calcular a composição corporal separando o tecido adiposo da massa corporal total, as
medidas de dobras cutâneas são importantes no acompanhamento de um programa de treinamento que
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tenha como objetivo o emagrecimento . Isso pode ser feito através de um acompanhamento do somatório
das dobras ou pelo percentual de gordura calculado por equações específicas. Podemos ainda identificar
se o indivíduo se encontra dentro dos padrões considerados saudáveis ou não, observando valores de
referência relacionados à faixa etária e sexo.
Uma restrição dessa técnica está em sua aplicação em indivíduos obesos, quando há a dificuldade
em pinçar a dobra. Nesses casos, outras técnicas são mais apropriadas tais como o IMC (Índice de massa
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corporal), protocolos que estimam o % de gordura através dos perímetros ou através da bioimpedância .
Como grande quantidade de gordura está armazenada sob a pele (tecido subcutâneo), a análise
das dimensões de sua espessura pode ser utilizada como um indicador de gordura localizada em
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determinadas regiões do corpo . No entanto, alguns fatores podem comprometer a exatidão e precisão
das medidas da espessura das dobras cutâneas, esses fatores podem incluir, por exemplo, o tipo de
compasso, a identificação correta do ponto a ser medido e a experiência profissional.
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Podemos utilizar a composição corporal para :
Identificar riscos de saúde associados a níveis excessivamente altos ou baixos de gordura corporal total;
Avaliar a eficiência das intervenções nutricionais e de exercícios físicos na alteração da composição corporal;
Para uma correta aplicação dos procedimentos é necessário que o avaliador tenha um conhecimento
de anatomia e das técnicas necessárias para uma precisa coleta de dados.
A seguir apresento as medidas, instrumentos e procedimentos que devem ser adotados nas medidas
de dobras cutâneas.
Cescorf®
(C) Científico Cescorf®
(D) Clínico
Figura 1. Modelos de adipômetros das marcas (A) Lange® , (B) Harpenden®, (C)(D) Cescorf®, (E)(F) Sanny® e (G) OpusMax®.
Ÿ Deve-se realizar duas medidas em cada ponto de forma rotacional e não consecutiva (uma
terceira medida pode ser necessária caso haja uma diferença maior que 5%), anotando-se o
valor médio;
0
Ÿ Temperatura ambiente entre 18 e 22 C e a umidade inferior a 60%;
Ÿ Ao final da leitura afastar as hastes do adipômetro para removê-lo do local e fechar lentamente
evitando danos e perda de calibragem do equipamento.
Importante
Tempo e prática são necessários para que as habilidades
como avaliador se tornem eficientes diminuindo as margens
de erros. Portanto, a efetividade das medidas exige a
obediência a determinados padrões de procedimentos12 que
devem ser treinados exaustivamente .
Torácica
Biciptal
Triciptal
Abdominal
Supra-ilíaca
Coxa
Panturrilha medial
Bíceps
Posição do avaliado: Em pé com o braço relaxado ao lado do corpo.
Posição do avaliador: Ao lado do avaliado.
Procedimento: Dobra vertical, medida na face anterior do braço, na mesma altura do ponto em que
foi demarcada a dobra do tríceps (ponto meso-umeral).
Supra-ilíaca
Posição do avaliado: Em pé com a mão direita sobre o ombro esquerdo (braço cruzando à
frente do peito).
Posição do avaliador: Ao lado do avaliado.
Procedimento: Dobra oblíqua (diagonal) medida logo acima do ponto mais alto da crista-ilíaca,
na projeção da linha axilar.
Vertical
Horizontal
Mulheres
Homens
Axilar Média
Posição do avaliado: Em pé com a mão direita sobre o ombro esquerdo (braço cruzando à
frente do peito).
Posição do avaliador: Ao lado do avaliado.
Procedimento: Dobra oblíqua localizada no ponto de intersecção entre a linha axilar média e uma
linha imaginária transversal na altura do apêndice xifóide do esterno.
Posição do avaliado: Em pé com a perna direita projetada à frente com uma semiflexão do joelho
e o peso do corpo na perna esquerda.
Posição do avaliador: Á frente do avaliado.
Procedimento: Dobra vertical medida sobre o músculo reto femoral, no terço proximal da distância
entre o ligamento inguinal e a borda superior da patela.
Coxa Medial
Posição do avaliado: Em pé com a perna direita projetada à frente com uma semiflexão do joelho
e o peso do corpo na perna esquerda.
Posição do avaliador: Á frente do avaliado.
Procedimento: Dobra vertical medida sobre o músculo reto femoral, na metade da distância entre o
ligamento inguinal e a borda superior da patela.
Posição do avaliado: Em pé com a perna direita projetada à frente com uma semiflexão do joelho
e o peso do corpo na perna esquerda.
Posição do avaliador: Á frente do avaliado.
Procedimento: Dobra vertical medida sobre o músculo reto femoral, no terço distal da distância entre
o ligamento inguinal e a borda superior da patela.
Panturrilha
Posição do avaliado: Sentado com o joelho da perna direita flexionado a 90º.
Posição do avaliador: Á frente do avaliado.
Procedimento: Dobra vertical medida no maior perímetro da perna (bordo medial).
Como vimos ao longo desse e-book, há muitos detalhes que envolvem as medidas de
dobras cutâneas. É importante ressaltar que a não observância desses detalhes pode
levar a interpretações inadequadas dos resultados que vão influenciar diretamente na
tomada de decisão quanto a melhor proposta de prescrição de exercícios.
Espero com este e-book ter deixado bem claro como realizar essas medidas
antropométricas e de alguma forma ter ajudado professores, avaliadores, experientes ou
não, e personais trainers.
IMPORTANTE:
Caso queira aprender como realizar todos os procedimentos da avaliação física,
desde a anamnese, passando pela avaliação postural, composição corporal até os testes
cardiovasculares e neuromusculares, indico o meu curso: Avaliação da Performance
Humana 2.0. Para ver todos os detalhes desse curso clique no link abaixo:
Um cordial abraço!
1. Guedes, D. P., & Guedes, J. E. R. P. (1995). Exercício físico na promoção da saúde. Midiograf.
2. Walton, C., Lees, B., Crook, D., Godsland, I. F., & Stevenson, J. C. (1995). Relationships between
insulin metabolism, serum lipid profile, body fat distribution and blood pressure in healthy men.
Atherosclerosis, 118(1), 35-43.
3. Von Eyben, F. E., Mouritsen, E., Holm, J., Montvilas, P., Dimcevski, G., Suciu, G., ... & Von Eyben, R.
(2003). Intra-abdominal obesity and metabolic risk factors: a study of young adults. International journal of
obesity, 27(8), 941.
4. Donohoe, C. L., Pidgeon, G. P., Lysaght, J., & Reynolds, J. V. (2010). Obesity and gastrointestinal
cancer. British Journal of Surgery, 97(5), 628-642.
5. Wang, J., Thornton, J. C., Kolesnik, S., & Pierson, R. N. (2000). Anthropometry in body composition: an
overview. Annals of the New York Academy of Sciences, 904(1), 317-326.
6. Marins, J. C. B., & Giannichi, R. S. (2003). Avaliação e prescrição de atividade física. 3ª edição. Rio de
Janeiro: Shape.
7. Ackland, T. R., Lohman, T. G., Sundgot-Borgen, J., Maughan, R. J., Meyer, N. L., Stewart, A. D., &
Müller, W. (2012). Current status of body composition assessment in sport. Sports Medicine, 42(3), 227-
249.
8. Gruber, J. J., Pollock, M. L., Graves, J. E., Colvin, A. B., & Braith, R. W. (1990). Comparison of
Harpenden and Lange calipers in predicting body composition. Research quarterly for exercise and sport,
61(2), 184-190
10. Moreira, M. H. (1995). Avaliação das Pregas Adiposas. Prova de Aptidão. Universidade de Trás-os-
Montes e Alto Douro: Vila Real.
11. Lohman, T. G., Roche, A. F., & Martorell, R. Anthropometric Standardization Reference Manual. 1988
Champaign. IL Human Kinetics Books.
12. Heyward, V. H., & Stolarczyk, L. M. (2000). Avaliação da composição corporal aplicada. Manole.
13. Farinatti, P. D. T. V., & Monteiro, W. D. (1992). Fisiologia e avaliação funcional. Sprint.
Adilson Silva
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Prof. Ms. Adilson Silva
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Composição Corporal
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