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Aula de Gerontopsicomotricidade

Professora: Cristie de Moraes Campello

I. A aula iniciou com questões dos alunos:

1. Como resgatar o lúdico com os idosos sem infantilizá-los?

2. Como preparar o nosso corpo para recebê-los? Digo: receber os seus desejos?

3. Como a Gerontopsicomotricidade pode auxiliar o indivíduo a compreender o “ser


idoso ou velho”, mediante o processo de finitude?

4. Seria, então, a Gerontopsicomotricidade uma forma de conceder ou de resgatar a


autonomia perdida no processo de retrogênese?

5. Gerontopsicomotricidade, automaticamente, nos remete aos idosos, mas qual seria


a etapa da vida mais indicada para o inicio desta prática? Se a psicomotricidade é tão
forte na infância, ela não deveria ser praticada ao longo da vida?

6. Quais os benefícios da psicomotricidade para idosos dentro dos asilos?

II. Em seguida, a partir de uma dinâmica proposta de que cada aluno relacionasse
uma palavra com a palavra velhice. As palavras mencionadas foram:

- Tempo de desenvolvimento - Kelly

- Sabedoria – Jacqueline

- Vida – Natália

- História de vida – Carolina

- Edificação – Adriana

- Entendimento – Davis

- Longevidade – Sabrina

- Desfrute – Monique

- Tempo – Marquinho
III. Desenvolvimento da aula, a partir das sensações e das pecepções dos alunos:

A velhice é um tempo de desenvolvimento, ela é sabedoria, ela é vida, ela é histórias


de vida. Ela é experiência, ela é edificação, ela é desfrute, ela é tempo, ela é
longevidade.

Muitas vezes, a velhice é definida de forma negativa, como se neste tempo da vida não
houvesse mais possibilidade de desfrutar a vida. A velhice, para muitos, em especial
para a cultura, para a mídia, para o corpo social está, na maioria das vezes, ligada à
doença, ao medo de envelhecer.

A palavra geronto significa velho, assim gerontopsicomotricidade é a psicomotricidade


no velho, com velho, é o estudo da psicomotricidade na velhice. É incrível!

A psicomotricidade sendo tão forte na infância ela deveria seguir o percurso de uma
vida inteira. Isto é um fato! No momento em que a psicomotricidade sempre norteou
seus estudos para a infância, não se ouvia falar de psicomotricidade e velhice. As
literaturas em relação à psicomotricidade se voltam muito, até hoje, para a criança. É
um trabalho de muitos anos com idosos e tem pouca literatura sobre a
gerontopsicomotricidade. Mas isso está mudando!

Quando eu venho falar de gerontopsicomotricidade trago a minha experiência e a


minha paixão de saber que a psicomotricidade tem muitas possibilidades de ajudar
com seus recursos um corpo velho. Um corpo vivido!

Podemos refletir: o que a psicomotricidade vai trabalhar em um corpo velho? O que


pode um corpo velho? Podemos trabalhar no esquema corporal de um corpo velho?

Na velhice o trabalho é mais na imagem corporal. Mas, é claro, que ao trabalhar a


imagem corporal do idoso estamos facilitando seu esquema corporal a ter mais saúde.

Sempre que começo uma aula faço a pergunta psicomotora: como seu corpo está
chegando? Quando termino a aula faço a pergunta psicomotora: como seu corpo está
saindo?

O importante num trabalho com velhos é valorizar suas memórias, é a capacidade de


transformar os idosos em protagonistas de suas próprias histórias de vida, explorar a
sua criatividade, socializá-lo. O riso, a gargalhada, o brincar é fundamental neste
trabalho com idosos.

O maior trabalho clínico com velhos é escutá-los! Eles demandam atenção, cuidados,
afetos. Nunca arranque de um idoso seus afetos! Seja uma pessoa, um objeto de
memória. Quando isso acontece, o corpo vai acabando, decompondo. Porque o afeto
o alimenta, ele é energia.
Num trabalho psicomotor com velhos o importante é a ressonância, onde eles são
afetados e onde eu me afeto com eles. É observar como o corpo chega, para além da
postura, mas com empatia, com acolhimento, compreendendo o que àquele corpo
está sentindo e com quais afetos é possível trabalhar.

É preciso aliviar a carga, os ressentimentos e propor o ato motor! Chega de ser camelo,
encontre o seu leão. Coragem!

(texto composto pela aluna Kelly, a partir das suas sensações e percepções da aula e
ligeiramente completado pela professora Cristie).

IV. A apresentação do texto Das três metamorfoses do filósofo F. Nietzsche de sua


obra Assim falou Zaratustra

VI. Texto poético da aluna Adriana a partir de suas sensações e percepções da


apresentação do texto Das três metamorfoses

O camelo diz: tu deves! Absorve pois as tuas cargas!

O dragão: são tuas cargas...não largues agora tuas cangalhas!

O leão, ruge pela vida e a defende do espírito de morte, em seu brado, o sim, onde jaz o
espírito outrora cadáver e que agora vivo, segue leve, indomável, livre!

Adriana Gonçalves

Obrigada,

Cristie.

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