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(CETEP) CENTRO DE ESTUDOS

E TERAPIAS E PSICANÁLISE

MÓDULO: MECANISMO DE DEFESA DO EGO II

CURITIBA - PR
JULHO DE 2023
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E TERAPIAS E PSICANÁLISE

ALUNO: VALDECIR PEREIRA DO NASCIMENTO

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“ O homem é dono do que cala, e escravo do que fala! Quando Pedro me fala sobre
Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo”
Sigmund Freud

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O MITO DO PINÓQUIO

O mito do Pinóquio, criado por Carlo Collodi (1826 - 1890), começa por um senhor já de idade
avançada, que não tem família e ganha a vida sendo carpinteiro, e cria um boneco de fantoche.
A história de Pinóquio esconde uma mensagem intrigante. Vejam bem, Pinóquio é um boneco
de pau e toda sua trajetória se reconduz à questão: seguir o que o pai (adotivo) lhe diz ou
desviar-se do caminho seguindo suas próprias pulsões do momento? A salvação vem da
fadinha (mãe adotiva) que o ilumina sobre o fato que ele deve aprender a assumir em primeira
pessoa suas escolhas, sendo responsável e consciente. Esse percurso é marcado por sua
relação conflitiva com o Grilo Falante, que representa a sua consciência.
A consciência é questiona as nossas ideias, crenças, pulsões, desejos. A consciência debate a
validade de isso ou daquilo, se algo que antes era válido ainda o é, se aquilo que se pensa se
quer de fato, etc. A consciência de Pinóquio põe em discussão duas coisas basicamente: o
trabalho, o mundo das obrigações, responsabilidades, aprendizado (que é trabalhoso) e se
deixar levar pelos outros.
Aprender a trabalhar é trabalhoso. Significa aprender a dedicar-se, manter o foco, a
concentração, estar sentado numa cadeira por mais tempo do que se gostaria ou ocupado com
algo que não aparenta solução imediata. Aprender é trabalhoso, trabalhar é um esforço. Toda
conquista é esforço.
Esforço é recolher a própria energia no lugar de desperdiçá-la em atividades que não
produzem trabalho, recolhê-la, canalizá-la e levá-la para outro nível que é o da produção de
algo novo, um novo aprendizado ou um novo produto criado.
As crianças precisam ser educadas para conseguir realizar tal esforço, educadas para o
trabalho – o que é um trabalho que cabe aos pais. Estes mostram com o exemplo o que é
dedicação, responsabilidade e perseverança e ensinam colocando a criança na condição de
poder desenvolver essas qualidades. Como? Dando-he responsabilidades e tendo paciência
no processo.

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Os jovens em geral precisam ter responsabilidades adequadas a seu momento de


desenvolvimento psicofísico, se forem demais ou de menos estaremos prejudicando a criatura.
Cada passo nesse aprendizado precisa ser suportado pelos pais porque sair do fácil para o
difícil não é fácil para ninguém, certo?
A outra coisa que Pinóquio precisa vencer é se deixar levar pelos outros. Como se ajuda um
filho nisso? Dando força para seu Grilo Falante, ou seja investindo em sua consciência.
Quando a criança ou o jovem está lá fora com os amigos não há melhor orientação, melhor luz
no caminho que sua própria consciência. A consciência fala, alerta, vê, enxerga, denuncia.
Ser boneco significa não ter autonomia. Ser boneco é ser manipulável. De qual autonomia
estamos falando? Da autonomia do pensar em primeira pessoa por exemplo, da autonomia do
fazer e assumir o que se faz e se escolhe, da autonomia de decidir conforme a própria cabeça.
Para ajudar um filho a ter essa consciência é preciso ensinar que ser diferentes é bom, que
não gostar de tudo o que os outros gostam (ou aparentam gostarem) é bom, que as inclinações
particulares do filho merecem ser ouvidas, que o que ele sente merece ser acolhido, que o que
ele pensa merece ser discutido aberta e livremente.
Tratando um filho como um indivíduo único estaremos desenvolvendo nele sua unicidade.
Sentindo-se tratado como alguém que tem um valor próprio único, um filho se porta no mundo
como alguém que pode pensar com sua cabeça, está capacitado a enfrentar os desafios.

Com base nesse Mito, que virou história infantil, e levando em consideração que ele aborda as
fazes psicológicas do ser humano, eu como estudante de Psicanálise Clínica pude identificar e
entender os aspectos que afligem a humanidade e que vou explanar nas questões abaixo:

A angustia existencial aumentou?


Dentro do que meu sentido de existência e sentido da vida, (que muda de pessoa para
pessoa), eu acredito que a “Angustia Existencial”, aumentou conscideralmente nos nossos
dias!!!

Por quê?
Porque acredito que na época em que esta história foi escrita (1883), as pessoas da época não
tinham o conhecimento que temos hoje, e o mundo delas não era tão grande quanto é hoje,

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uma vez que a internet, meios de transporte e comunicação, e até mesmo acesso a livros, nos
deram! Mas com este aumento da perspectiva de vida e de mundo, e evidente que a angustia
existencial também aumentou pois ela está intimamente ligada. Pois quanto maior forem as
possibilidades de se viver, maiores também será a cobrança e a pressão da sociedade sobre
as pessoas.
Principalmente dos pais sobre os filhos, para que os filhos possam ser felizes e capazes de
viver uma vida tranquila e feliz.
Pois acredito que a “angustia existencial”, está diretamente ligada ao conceito que a sociedade
em que estamos inseridos tem como padrão de existência!!!

Descreva como você sente a angústia que vive o ser humano do que queremos ser, e o
que os outros desejam que sejamos

O ser humano, nos dias atuais vive o maior dilema já vivido em todos os tempos, pois estamos
na era digital e da informação, e nunca na história da humanidade, tivemos acesso a tanta
informação e numa velocidade absurda!
Isto nos trouxe um mundo de oportunidades e também um mundo de frustações e de angustia,
uma vez que precisamos lidar com nossas crenças e cultura, “nossas raízes”, num mundo em
constante transformação e modificação!
Tudo o que ontem era, hoje já não é mais! Ao mesmo tempo que a sociedade que ao meu ver
é “tradicionalista” isto é, não aceita com bons olhos a mudança, e prefere se agarrar ao já
conhecido!
Com isso gera na própria humanidade uma angustia existencial de tamanho colossal, uma vez
que a própria humanidade vem mudando através do tempo, e se adaptando a cada mudança.
Vejo uma população doentia, que precisa lidar com as suas necessidade e desejos (pulsões), e
ao mesmo tempo, lidar com uma sociedade que briga para manter os bons costumes e culturas
que receberam de seus pais, que receberam de seus pais...
Ou seja, a sociedade parece não entender que novos tempos exigem novos meios de se viver.
E que novos meios de se viver exigem novas crenças e novas culturas!

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Tudo isto gera nas pessoas uma crise de identidade, onde as pessoas não estão sabendo lidar
com esta questão, pois hoje há uma força, que exige que as pessoas vivam suas vontades e
sejam elas mesmas com suas fases boas e más.
Ao mesmo tempo vêm a sociedade lhe impondo o que é sociavelmente correto! Dentro do seu
ponto de vista, que não compreende cada pessoa como um indivíduo único e com isso com
vontade e necessidades diferentes do coletivo!
Entendo e acho correto que não se pode fazer tudo o que se tem vontade, mas vejo uma
sociedade atrasada, com valores morais e éticos do século passado. Deixando uma sociedade
doentia por não compreender que os desejos e necessidades mudaram, e tentam sufocar as
pulsões individuais, para manter a Moral e ética de outros tempos!
Hoje vejo que nos Psicanalista, temos um papel fundamental na sociedade, que é ajudar as
pessoas que chegarem a nós a equilibrar as emoções e pulsões, para um nível aceitável onde
ela possa viver, e ter uma vida mental saudável!

No livro mais vendido da história da humanidade diz assim:


Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.

(Eclesiastes 3:1)

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